Promotores de aeroporto em Santarém vão “afinar” projeto para que seja opção para o próximo Governo

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2024

A Magellan 500, promotora do novo aeroporto, aponta vários "pecados" ao trabalho da Comissão Técnica Independente. Um deles é não ter seguido as recomendações da UE.

Os promotores do aeroporto de Santarém acusaram hoje a comissão técnica independente (CTI) de não seguir as recomendações para a União Europeia sobre áreas de influência de um aeroporto e reiteraram que a análise favoreceu Alcochete e Vendas Novas. Navegação aérea vai ser afinada para que projeto seja solução para o próximo governo.

Em conferência de imprensa, em Lisboa, para apresentar o teor da pronúncia relativa ao relatório preliminar da Comissão Técnica Independente sobre as Opções Estratégicas Aeroportuárias para a Região de Lisboa, que será entregue na sexta-feira, o porta-voz do consórcio Magellan 500, Carlos Brazão, apontou que a comissão fez uma análise “não conforme com as recomendações da Comissão Europeia para a União Europeia” no que diz respeito às áreas de influência de um aeroporto.

“Isto é muito grave, em nossa opinião”, apontou o responsável, referindo que aquela análise teve implicações transversais a toda a análise estratégica, desde a população servida pelas diferentes soluções em estudo, o impacto económico, ou o financiamento.

Não vou fazer exercícios sobre qual foi a motivação para toda a análise parecer apontar para Alcochete e, mais recentemente, para Vendas Novas, mas o exemplo mais gritante é a definição das zonas de influência.

Carlos Brazão

Porta-voz da Magellan 500

“Não vou fazer exercícios sobre qual foi a motivação para toda a análise parecer apontar para Alcochete e, mais recentemente, para Vendas Novas, mas o exemplo mais gritante é a definição das zonas de influência”, realçou Carlos Brazão, recusando-se a fazer “processos de intenções” sobre a CTI.

Os promotores do aeroporto de Santarém destacaram que na análise ao risco de incêndio, a CTI usou um raio de 25 quilómetros (km) para concluir que aquela localização apresentava riscos neste critério, porém, no caso de Alcochete, considerou apenas o perímetro do aeroporto para contabilizar os sobreiros existem naquela área, lembrando que se trata de uma espécie protegida.

Carlos Brazão apontou também o favorecimento de Alcochete e Vendas Novas no que diz respeito às infraestruturas de acesso, pela sua desorçamentação, assumindo as que estão projetadas como já existentes e, por isso, omitidas dos cálculos dos custos.

Relativamente às questões de navegação aérea apontadas pela CTI para justificar a classificação de Santarém como um projeto inviável, devido à proximidade à base aérea de Monte Real, Carlos Brazão considerou que a comissão técnica fez uma “interpretação abusiva” do relatório da NAV que aponta para este problema.

Os promotores garantiram que é uma questão solucionável e que apenas se levantaria numa fase de expansão do aeroporto e que vão “afinar a solução de navegação aérea” para ter em conta esta mesma solução.

A construção de um aeroporto não é uma coisa que se possa fazer sem os ventos favoráveis das entidades públicas.

Carlos Brazão

Porta-voz da Magellan 500

Quanto à hipótese de avançarem na mesma com o projeto, ainda que a uma escala regional, caso o Governo avance com outra localização, Carlos Brazão afirmou que “a construção de um aeroporto não é uma coisa que se possa fazer sem os ventos favoráveis das entidades públicas”.

“Realisticamente, vamos ter de fazer a nossa pronúncia, vamos esperar que desta vez seja considerada, ao contrário do que aconteceu antes, e vamos esperar que o nosso projeto esteja qualificado de acordo com os seus reais benefícios e potencial”, apontou o responsável, acrescentando que vão aguardar pelo próximo Governo para “ter um diálogo construtivo” para que “Santarém seja solução no futuro”.

A CTI responsável pela avaliação estratégica ambiental para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa apresentou, em 05 de dezembro, o relatório preliminar, que servirá de base para a decisão do Governo sobre o novo aeroporto.

A comissão considerou que, das nove opções em estudo, Alcochete é a que apresenta mais vantagem, com uma primeira fase em modelo dual com o Aeroporto Humberto Delgado, passando depois para uma infraestrutura única na margem sul do rio Tejo.

Foi também considerada viável a opção de Vendas Novas, nos mesmos moldes, isto é, primeiro em modelo dual, passando depois para aeroporto único. O relatório preliminar encontra-se em consulta pública até sexta-feira.

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Netflix assegura transmissão de “WWE Raw” a partir de 2025 com acordo de cinco mil milhões de dólares

Com este negócio, a Netflix aposta na transmissão dos eventos desportivos em direto. Atualmente, o "Raw" é o programa mais visto do USA Network (canal da NBCUniversal).

A Netflix chegou a acordo com a WWE (World Wrestling Entertainment) para a transmissão exclusiva, a partir de janeiro de 2025 e durante os próximos 10 anos, do programa “Raw”. Através deste negócio que envolve cinco mil milhões de dólares (cerca de 4,6 mil milhões de euros), segundo a Reuters, o programa de luta livre em direto chega ao streaming, abandonando a televisão linear após 31 anos.

No início do próximo ano a Netflix vai assim passar a ser a “nova casa exclusiva” do Raw nos Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Reino Unido e América Latina, sendo que outros países serão adicionados ao longo do tempo, refere a plataforma em comunicado.

Ainda no âmbito do acordo, a Netflix vai ser a responsável pela transmissão a nível internacional (fora dos EUA) de outros programas da WWE, como o SmackDown, NXT, ou outros eventos premium como a WrestleMania, SummerSlam ou Royal Rumble. Os documentários, séries ou outros projetos que venham a ser desenvolvidos pela WWE também serão disponibilizados na Netflix a partir de 2025.

Segundo o acordo, após os cinco anos iniciais, a Netflix têm a hipótese de optar por sair ou de estendê-lo por mais cinco (perfazendo os referidos 10 anos), refere a Reuters.

Depois do anúncio do negócio, as ações da Netflix subiram 2% enquanto as do TKO Group, dono da WWE, aumentaram mais de 20%, segundo a Forbes.

“Este negócio é transformador”, considera Mark Shapiro presidente da TKO, citado em comunicado, referindo que o mesmo “alia o produto imperdível da WWE com o alcance global extraordinário da Netflix“.

“A nossa parceria, fundamentalmente, altera e fortalece o panorama mediático, expande dramaticamente o alcance da WWE e traz a transmissão semanal de eventos ao vivo para a Netflix”, acrescenta.

Já a diretora de conteúdo da Netflix, Bela Bajaria, diz que com a combinação da WWE com o “alcance, recomendações e base de fãs” da Netflix, “vamos ser capazes de oferecer mais alegria e valor” às audiências ao longo de 52 semanas por ano através de um programa de entretenimento desportivo que alia “grande personagens e storytelling ao vivo”.

O Raw é transmitido no USA Network (canal da NBCUniversal) e conta com 1600 episódios lançados desde o seu início em 1993. O programa da WWE é atualmente o programa mais visto no canal norte-americano, com cerca de 17,5 milhões unique viewers ao longo do ano, segundo a Netflix.

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Relação com os colegas é “fator determinante” para bem-estar no trabalho

Menos de metade dos portugueses sente-se psicologicamente bem ou otimamente, revela estudo da BCG. Relação com os colegas é fator determinante, acima da flexibilidade ou condições do local.

Mais do que a flexibilidade, a diversidade ou até as condições do local de trabalho, as relações com os colegas são determinantes para o bem-estar dos trabalhadores portugueses. Quem o diz é a consultora Boston Consulting Group (BCG), que num novo estudo indica que menos de metade dos portugueses se sente psicologicamente bem ou otimamente no exercício das suas funções profissionais.

“Cerca de um quarto dos portugueses (23%) sente-se psicologicamente instável ou um pouco instável no trabalho. Em oposição, 31% dos inquiridos sente-se razoável e menos de metade (46%) sente-se psicologicamente bem ou otimamente no exercício das suas funções laborais”, retrata a consultora, no “Consumer sentiment survey 2023”, que teve por base as respostas de mil trabalhadores.

Cenário traçado, a BCG indica que “o fator que se destaca como determinante para o bem-estar psicológico dos trabalhadores é a relação com os colegas (61%)”. Seguem-se as condições do local de trabalho (47%), a flexibilidade horária (46%) e a relação com a liderança (40%).

a relação com as entidades externas (22%) e a diversidade e inclusão (17%) aparecem como fatores menos relevantes para o bem-estar dos portugueses no local de trabalho, de acordo com o estudo divulgado esta quinta-feira.

Em reação a estes resultados, Manuel Luiz, managing director da BCG em Lisboa, sublinha que “uma parcela importante do sucesso de cada empresa passa pelo bem-estar das equipas“. “As empresas devem investir em iniciativas de desenvolvimento de um propósito comum, de fomento da pertença entre os colegas e com a organização, como parte da oferta de valor para o empregado”, recomenda.

Da parte dos próprios trabalhadores, o estudo agora conhecido adianta que os principais mecanismos usados para cuidar da saúde mental são a interação regular com os amigos e família (50%), a adoção de hábitos saudáveis de alimentação e sono e a prática de passatempos e lazer (44%).

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Fundos ESG perdem brilho na carteira dos investidores pela primeira vez

  • Capital Verde
  • 25 Janeiro 2024

Nos últimos três meses de 2023, os fundos ESG registaram pela primeira vez mais resgates do que subscrições, alcançando pela primeira vez um saldo negativo de subscrições líquidas.

Pela primeira vez, os fundos sustentáveis registaram um saldo negativo de subscrições líquidas. De acordo com a notícia avançada pela Bloomberg, esta quinta-feira, e na qual é citado um relatório da Morningstar, o mercado global de fundos ESG — a sigla inglesa que resume os critérios ambientais, sociais e de governança — registou resgates líquidos de 2,5 mil milhões de dólares no quarto trimestre.

Nos Estados Unidos, onde se assiste a uma onda de ceticismo em relação ao ESG, os investidores resgataram destes fundos 5,1 mil milhões de dólares nos últimos três meses de 2023. A acompanhar os Estados Unidos, surge o Japão que, de acordo com os dados, retirou no mesmo período 1,2 mil milhões de dólares.

Em contraciclo estão os investidores europeus que, nos últimos três meses do ano, investiram nos fundos ESG 3,3 mil milhões de dólares.

O ceticismo dos EUA em relação ao papel do ESG tem vindo ganhar cada vez mais apoiantes nos últimos meses, à medida que se aproximam as eleições presidenciais naquele país. Mas, de acordo com a Morningstar, os resgates dos fundos ESG também se devem ao fracasso das estratégias de fundos com gestão ativa para atrair clientes. Ainda assim, e graças ao impulso assistido na Europa, a expectativa em relação ao futuro destes fundos não é totalmente pessimista.

“O panorama do fluxo global de fundos ESG no último trimestre pode parecer sombrio, mas os fundos ESG na Europa — de longe o maior mercado — continuaram a aguentar-se melhor do que o resto do universo de fundos“, afirmou Hortense Bioy, uma das analistas da Morningstar. Bioy referiu ainda que o valor dos ativos dos fundos ESG a nível mundial continuou a subir, tendo subido 8% para um total de 3 mil milhões de dólares, em linha com o resto do mercado.

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Investigação de corrupção na Madeira começou com denúncias anónimas

O MP conclui que se estabeleceu, "ao longo do tempo", uma relação de proximidade e confiança, em que Pedro Calado "atou e atua ainda" como um denominador comum a Miguel Albuquerque e Avelino Farinha.

Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira; Pedro Calado, autarca do Funchal; e Avelino Farinha, fundador do Grupo AFA. Estes são os suspeitos principais na mira da investigação do DCIAP (Departamento Central de Investigação e Ação Penal) e da Polícia Judiciária (PJ) relativa ao caso da alegada corrupção na Madeira. Investigação essa que começou depois de duas denúncias anónimas recebidas pelas autoridades judiciárias.

No despacho judicial, a que o ECO/Advocatus teve acesso, o DCIAP menciona factos que poderão integrar crimes de atentado contra o Estado de direito, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, corrupção passiva, corrupção ativa, participação económica em negócio, abuso de poder e tráfico de influência.

A realização de diligências de busca e apreensão afigura-se, assim, “imprescindível como meio de obtenção de prova, em concreto, idóneo e necessário para assegurar o que com ela se pretende. Por outro lado, a gravidade das condutas em investigação e dos crimes que, em abstrato, tais condutas podem configurar fundamentam a proporcionalidade do recurso a métodos de investigação com um tal grau de intromissão na vida de pessoas e sociedades”, lê-se no mesmo documento.

A operação levou à detenção do presidente da Câmara Municipal do Funchal, do líder do grupo AFA e do diretor executivo do grupo Socicorreia, Custódio Correia, que é também sócio de Avelino Farinha em várias empresas, segundo fonte de investigação. Os três detidos deverão ser presentes a juiz para primeiro interrogatório judicial na sexta-feira, em Lisboa.

Os indícios apurados pelo MP concluem que se estabeleceu, “ao longo do tempo”, uma relação de particular proximidade e confiança, em que Pedro Calado “atou, e atua ainda”, como um denominador comum aos outros suspeitos, tendo conseguido a confiança de Miguel Albuquerque e Avelino Farinha, por um lado, e agindo como intermediário, de modo a agir em função dos interesses do Grupo AFA junto do Governo Regional (mesmo que já afastado de funções no mesmo) e do Município do Funchal e, bem assim, “a fazer valer a vontade do presidente do Governo Regional da Madeira em diversas áreas dominadas por aquele grupo empresarial”.

Num segundo patamar, o DCIAP considera que as buscas se justificam no caso de José Afonso Tavares da Silva, vice-presidente da assembleia geral da Câmara do Comércio e Indústria da Madeira em representação da Sociedade de Automóveis da Madeira (SAM); António Prada, administrador do Pestana há mais de 20 anos, Susana Prada, ex-secretária Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climática; Luís Miguel Silva, adjunto do presidente do Governo Regional; e Bruno Pimenta de Freitas, diretor do Savoy – Investimentos Turísticos SA. “Um conjunto de intervenientes processuais, com intervenção direta na prática de alguns factos, relativamente aos quais não é possível, por ora, descriminar”, explica o despacho.

“Indivíduos que, por força das funções concretas que exerceram e exercem, ligadas ao Governo Regional ou a sociedades no
perímetro dos grupos empresariais potencialmente beneficiários de condutas com repercussão criminal, têm acesso a documentação com potencial relevo probatório para a presente investigação”. Bem como “um vasto conjunto de entidades públicas e empresariais, em cujas instalações se prevê que exista documentação da maior relevância para a compreensão dos factos que aqui se investigam, seja por força da sua participação em processos concursais de natureza pública na qualidade de concorrentes, seja pela sua intervenção nos respetivos processos de decisão e de adjudicação”.

O Ministério Público requereu ainda que se autorizasse a realização de busca no Hotel Savoy Palace, no Funchal, sem sucesso. “Mas tal implicaria a passagem de mandado de busca em que o concreto local onde a mesma deveria ser realizada não estaria individualizado nem seria cabalmente identificável”, explica o juiz de instrução Nuno Dias Costa, o mesmo que esteve a cargo da decisão das medidas de coação da “Operação Influencer”.

O juiz de instrução Nuno Dias Costa — no despacho a que o ECO também teve acesso —, explica que, mesmo com o que chama de “opacidade” da prova neste tipo de criminalidade, “o que conduz a dificuldades investigatórias acrescidas face a formas comuns de criminalidade”, concluiu-se que “as denúncias que deram origem à investigação têm vindo a ser corroboradas pela prova documental junta ao processo”, diz no despacho assinado a 22 de janeiro.

Acrescenta ainda que, com base nos “meios de prova, conjugados com as regras de normalidade da vida, existem indícios de que no interior das residências dos suspeitos se poderão ocultar objetos relacionados com a prática dos referidos crimes, ou que possam servir de prova”. Objetos como computadores, telemóveis e documentos, pelo que “a busca domiciliária revela-se adequado à obtenção daqueles objetos”, justifica o juiz, que autorizou ainda a apreensão de emails de todos os envolvidos.

Nuno Dias Costa decidiu as medidas de coação aplicadas a Diogo Lacerda de Machado, amigo de Costa, Vítor Escária, ex-chefe de gabinete de Costa, Nuno Mascarenhas, autarca de Sines, e Afonso Salema e Rui de Oliveira Neves, administradores da Start Campus, acabando por libertar todos os detidos.

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Portugal já vale 10% do negócio do Bankinter. “2024 vai ser outro ano excecional”

Na despedida da liderança do Bankinter, María Dolores Dancausa voltou a destacar os resultados do banco em Portugal. "Foi um ano magnífico com números relevantes", apontou.

Portugal já vale 10% do negócio dos espanhóis do Bankinter, que esperam que 2024 seja “outro ano excecional”. “Esperamos que o banco em Portugal siga com a tónica habitual: façam mais do que nos dizem no início do ano”, apontou o diretor financeiro, Jacobo Díaz na conferência que marcou a despedida de María Dolores Dancausa da liderança do banco espanhol.

Em 2018, a operação portuguesa valia 7% do produto bancário do Bankinter e é agora a terceira maior operação depois de ter crescido 61% para 306 milhões de euros no ano passado, representando já 10% do total do grupo espanhol.

Foi um ano magnífico com números relevantes”, sintetizou María Dolores Dancausa sobre o desempenho da unidade portuguesa, que é liderada por Alberto Ramos.

Dancausa, que está de saída do cargo para se tornar presidente não executiva a partir de março, reiterou que o Bankinter “não planeia nenhuma aquisição no país vizinho” e que o crescimento em Portugal será orgânico. Isto para lá da parceira com a Sonae no Universo. “Vai-nos dar muitas alegrias”, apontou a gestora espanhola.

Em Portugal, a margem financeira disparou 85% para 246 milhões de euros e as comissões aumentaram 3%. Isto com base numa carteira de 9,2 mil milhões de empréstimos às famílias e empresas e de 8,4 mil milhões de recursos de clientes.

Jacobo Díaz adiantou que um “número muito reduzido de clientes” em Portugal pediu para fixar a prestação da casa por causa da subida das taxas de juro ou decidiu amortizar antecipadamente o crédito. Porquê? Porque na sua maioria são créditos concedidos nos últimos anos e na sua maioria com taxa fixa, razão pela qual as famílias estiveram “protegidas” do aperto das taxas de juro.

Também por isso o diretor financeiro disse que o banco estava “muito tranquilo” com a evolução do crédito em incumprimento. “Temos um rácio de NPL muito contido e muito baixo, não acreditamos que vai mudar”, referiu.

“Faz falta gente nova, ideias novas”

Mas o tema que dominou a conferência de imprensa foi outro: ao fim de 13 anos à frente do banco, María Dolores Dancausa vai passar o testemunho a Gloria Ortiz a partir do dia 21 de março, passando a assumir o cargo de presidente não executiva.

Dancausa não escondeu que vão ser meses “complicados do ponto de vista emocional”. Mas considera que sai com “o sentimento de dever cumprido”. “Deixo um banco mais sólido e robusto, com maior ambição. Somos um exemplo para o setor em termos de eficiência e retorno para o acionista”, sublinhou. O banco registou lucros recorde de 885 milhões de euros no ano passado.

Lembrou que nos últimos 13 anos o Bankinter internacionalizou o negócio com a entrada noutros mercados, incluindo em Portugal, onde comprou o negócio ao Barclays em 2016. “São países pequenos, mas prósperos, e onde o Bankinter começa a ser um banco relevante”, frisou.

Sobre as mudanças no banco, María Dolores Dancausa disse que “faz falta gente nova, ideias novas, uma nova geração” e que confia que a sua sucessora “é excecional e vai fazer um trabalho extraordinário”.

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Setor automóvel gera quase 18% da receita fiscal do Estado

Responsável por 10,3 mil milhões de euros em impostos no ano passado, setor defende alívio fiscal para incentivar renovação da frota e alcançar metas ambientais.

No ano passado, o setor automóvel contribuiu com quase 18% do total das receitas fiscais do Estado, o equivalente a 10,3 mil milhões de euros, revelou esta quinta-feira o secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP). Está acima da média europeia.

“O setor automóvel é um dos que mais contribui para as receitas fiscais do Estado”, afirmou Helder Barata Pedro, durante o Fórum Retalho Automóvel, que decorre esta quinta-feira, no no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Segundo o secretário-geral da ACAP, o setor foi responsável por 17,7% das receitas ficais para o Estado português, num equivalente a “10,3 mil milhões de euros” e acima da média europeia, que é de cerca de 14%. Isto inclui os montantes referentes ao imposto sobre produtos petrolíferos (ISP), imposto único de circulação (IUC) e imposto sobre o valor acrescentado (IVA).

Setor insiste em alívio fiscal

Também António Coutinho, presidente da divisão de retalho da ACAP, realçou a importância do setor, referindo contribui com “quase 4% do emprego empresarial e conta com “mais de 28.400 empresas”. “O nosso setor é um contribuinte em termos de impostos mas também em termos de formação“, sinalizou.

O responsável defendeu ser fundamental renovar o parque automóvel português, não apenas com o intuito de fomentar a neutralidade carbónica, mas também para a “diminuição da sinistralidade rodoviária”. Os últimos dados conhecidos e referentes a 2022 apontam que havia 1,5 milhões de veículos a circular com mais de 20 anos.

Nesse sentido, a ACAP defende a redução da carga fiscal no ato de compra dos veículos, a continuação do programa de incentivos a carros elétricos, bem como a implementação de um Observatório Permanente da rede de carregamento que inclua os vários parceiros do setor.

“Sem a renovação do parque automóvel não conseguiremos atingir objetivos ambientais”, apontou ainda Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara de Lisboa (CML) e responsável pelo pelouro da mobilidade. O vereador referiu que a autarquia lisboeta está a tentar fazer a sua parte e quer “apontar para um crescimento de postos de abastecimento [de carros elétricos] de 30%”, mas promete “implementar medidas mais ambiciosas” visando os carros mais antigos. Filipe Anacoreta Correia destacou ainda que a indústria automóvel através da tecnologia “tem contribuído para alcançar índices de não poluição”.

Em 2023, as vendas do mercado automóvel cresceu cerca de 26% face a 2022, mas ainda continua abaixo do pré-pandemia. Os veículos de energia alternativa já representam cerca de metade das vendas.

70% das pessoas que pretendem comprar um carro optaria “amigo ambiente”

Cinco em cada 10 pessoas planeia comprar um carro novo, sendo que 70% da quais escolheria um elétrico ou híbrido, revela o estudo “Consumer Insights – Tendências do consumidor português na aquisição e utilização de produtos e serviços automóveis” divulgado pela ACAP e que conta com uma amostra de 6.048 respostas.

Por sua vez, dos 30% que comprariam um carro semi-novo, também 70% escolheria um elétrico ou híbrido, enquanto “40% dos inquiridos compraria um elétrico ou híbrido em caso de veículo usado”, lê-se. No máximo, os inquiridos dizem estar dispostos a pagar 28.550 por um carro elétrico.

Este inquérito faz ainda uma análise geracional sobre a compra futura de um veículo. Nesse sentido, e entre os critérios de escolha na Geração X está o preço e tecnologia, proximidade de concessionário/oficina e preço de manutenção, por sua vez os millennials valorizam o preço, a eficiência energética e o preço de manutenção.

O estudo revela ainda que a Geração X está disposta a pagar até 35 mil euros por um carro elétrico, já nos millennials a fasquia baixa para 20 mil euros.

(Notícia atualizada ao 12h50 com mais informação)

 

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Não havia tantos despedimentos coletivos desde o arranque da pandemia

Foram comunicados 431 despedimentos coletivos durante 2023. É o valor mais elevado desde 2020, altura em que, por causa da pandemia, várias empresas reduziram os postos de trabalho.

O ano de 2023 foi sinónimo de um disparo dos despedimentos coletivos. Em causa está um salto de quase 31% face ao ano anterior, tendo sido atingido o valor mais alto desde 2020, altura em que, por causa da crise pandémica e das restrições que lhe ficaram associadas, muitas empresas viram-se obrigadas a reduzir os seus postos de trabalho.

De acordo com os dados publicados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), até ao final de dezembro, foram comunicados 431 despedimentos coletivos, mais 101 do que em 2022, o equivalente à tal subida homóloga de 31%.

Ora, desse total, 196 dizem respeito a pequenas empresas, 156 a microempresas, 61 a médias empresas e 18 a grandes empresas.

Além disso, os dados permitem perceber que quase metade dos despedimentos coletivos foram registados em Lisboa e Vale do Tejo (209). Já no Norte foram comunicados 152 despedimentos coletivos, no Centro 56, no Algarve dez e no Alentejo quatro.

Importa explicar que, depois de ter atingido máximos durante o período da troika, os despedimentos coletivos vinham a tornar-se menos frequentes, até que a pandemia veio mudar o caso de figura. Em 2020, foram comunicados quase 700 despedimentos coletivos, numa altura em que, para conter a propagação do vírus pandémico, muitas empresas foram obrigadas a fechar (temporariamente) as suas portas.

À medida que a vida foi voltando ao normal, o número de despedimentos coletivos foi também encolhendo — caiu para 336 em 2021 e 330 em 2022 –, mas em 2023 houve, então, uma nova inversão da trajetória.

Depois de dois anos a cair, despedimentos coletivos voltaram a aumentar

Fonte: DGERT

O mercado de trabalho português tem dados provas de resiliência face aos efeitos das guerras em curso, à inflação e à escalada dos juros. Mas nos últimos meses a economia tem estado a abrandar e isso já se nota também no mundo do trabalho, na visão dos economistas.

No total, até 31 de dezembro de 2023, havia, então, 3.819 trabalhadores a despedir e 3.622 despedidos, no âmbito de processos de despedimento coletivos.

Quanto aos setores de atividade, os dados da DGERT apenas permite uma leitura no que diz respeito especificamente a dezembro. De notar que 27% dos despedimentos coletivos foram registados nas indústrias transformadoras e 23% no comércio por grosso e a retalho, reparação de veículos automóveis e motociclos.

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“A IA é, sem dúvida, um enabler exponencial”

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  • 25 Janeiro 2024

José Vieira de Almeida, da Worten, é o primeiro convidado do podcast EY AI Talks, organizado pela EY em parceria com o ECO.

Mais do que uma moda ou tendência, a Inteligência Artificial é já uma realidade que transforma a forma como as pessoas trabalham, se relacionam e se comportam enquanto consumidores. Num mundo onde os clientes estão cada vez mais exigentes e desafiam as marcas a entregarem o melhor de si, como pode a IA ser um aliado para melhorar e inovar a experiência do cliente?

Estas e outras questões foram respondidos por José Vieira de Almeida, líder da área de cliente e fidelização da Worten Iberia, que é o primeiro convidado do podcast EY AI Talks, um podcast da EY, em parceria com o ECO, que irá abordar o impacto da Inteligência Artificial nas organizações, nas pessoas e sociedade em geral. Esta conversa teve como anfitrião Sérgio Ferreira, Partner, Europe West Consulting Services, EY.

“A IA é, sem dúvida, um enabler exponencial na capacidade de gerar valor, descomplicando desafios e tornando os processos mais simples e eficientes”, começou por dizer o responsável da Worten, que ainda explicou de que forma a IA transformou a abordagem do serviço ao cliente e o desenvolvimento de produtos.

De acordo com José Vieira de Almeida, a disrupção que os Large Language Models (LLM) trouxeram ao mundo “abrem portas a muitos use cases“: “No caso da Worten, estamos a desenvolver tecnologia para responder a dois níveis de oportunidade – os chat bots, que estamos a desenvolver numa layer de atendimento, quer no canal escrito, quer no canal de chamadas telefónicas do nosso contact center, para questões de tratamentos mais simples ou dúvidas sobre produtos ou processos na loja”.

“Estamos também a desenvolver um conjunto de casos de uso, recorrendo a estas tecnologias, para que os vendedores em loja e os agentes de contact center possam ter um suporte e um apoio nas respostas adequadas aos clientes, facilitando e reduzindo o tempo de procura das regras e processos internos na resolução das necessidades dos clientes. Por outro lado, a Worten afirma-se cada vez mais como uma marca onde os portugueses podem encontrar “tudo e mais não sei o quê”, portanto, a capacidade de curadoria de milhões de produtos, de centenas de tipologias diferentes, só é possível com recurso a estas novas tecnologias de IA, que nos permitam fazer uma curadoria e entregar aquilo que os clientes procuram, de forma mais personalizada, mais eficaz e mais relevante”, continuou.

 

A impaciência dos clientes foi outro ponto abordado por José Vieira de Almeida, que considera que se tornou mais acentuada desde o ano 2000, quando começou a era da digitalização. Para isso, é necessário ter um método de atuação e resposta ao cliente cada vez mais rápido e adequado às suas necessidades e, nesse sentido, a Worten, com base nos inputs dos clientes, do histórico de compras e da interação no site e na loja, e usando a Inteligência Artificial, tem trabalhado a quatro níveis:

  • Loja online: “Estamos a usar a IA na adaptação dos conteúdos e da oferta do site a cada cliente, ou seja, a experiência de visita ao nosso site é diferente consoante a pessoa que estiver a visitar o site. Até se procurar no “search” a mesma palavra, os resultados serão diferentes, de acordo com a pessoa que procura”.
  • CRM: “Essa tecnologia continua nas comunicações que trocamos com os nossos clientes, seja ao nível do email, das mensagens, do push notification da nossa app, ou até no Whatsapp. A relevância do que se comunica e a adaptação daquilo que é a necessidade do cliente a cada momento são críticas e sem estas ferramentas é impossível”.
  • Redes sociais: “Cada uma com targets diferentes de conteúdos, exigem uma capacidade de previsão de tendências daquilo que são os conteúdos que vão colar mais os consumidores à nossa marca. E, através da IA, conseguimos ser mais rápidos, anteciparmo-nos e sermos mais relevantes”.
  • Loja física: “A capacidade de recomendar aos nossos clientes, através dos nossos vendedores, os produtos e serviços mais adequados, também só estará ao nível da exigência de uma tecnologia destas. Hoje, na Worten, os nossos vendedores já têm um smartphone na mão porque é uma ferramenta de trabalho e é por aí que queremos dar o apoio ao vendedor”.

Como garantir a segurança dos dados dos clientes?

Para garantir a privacidade e a segurança dos dados dos clientes, a Worten tem mecanismos anonimização dos dados, para que os algoritmos vejam códigos interpretados e não nomes. “É importante explicar que a implementação destes modelos, nomeadamente os Large Language Models, como o ChatGPT, aprendem com a interação. Mas, na Worten, temos de garantir que eles não aprendem com os dados de clientes. Portanto, temos peças intercalares nos modelos dos chats de atendimento, que entendem o que o cliente precisa, mas depois passam a tarefa a outras peças de IA internas e fechadas, que trabalham os dados de clientes, garantindo que esses ficam no contexto da Worten e que não passam para fora”, elucidou.

O líder da área de cliente e fidelização da Worten Iberia disse, ainda, que, numa outra vertente, “o que a IA nos vai dar é a capacidade de nos adaptarmos de forma mais automatizada, célere e ágil, àquilo que é o canal de maior engagement com o cliente. E conhecer bem o nível de engagement de milhões de clientes é um trabalho que só é possível, de forma ágil, com recurso à IA“.

Estamos cada vez mais conscientes da necessidade de regulamentação interna e externa. Acho que vamos ter, nos próximos anos, cada vez mais novidades sobre a externa, e estamos a trabalhar afincadamente na interna, ao nível das políticas de uso destes dados. Criamos, para esse objetivo, um departamento interno que só se dedica a essa preocupação, integrando toda a legislação existente nos processos internos, que envolvem dados de clientes e tudo o que diz respeito à nossa própria política interna, da SONAE e da Worten, de tratamento de dados de cliente”, acrescentou.

O responsável da Worten Iberia considera que os LLM estarão cada vez mais presentes no dia-a-dia das pessoas: “Isso vai ser muito disruptivo para muitos setores e muitas indústrias. A capacidade de as máquinas entenderem as nossas necessidades, aliada à capacidade ilimitada de providenciar respostas e soluções de forma rápida será, seguramente, um desafio transformacional tremendo para o retalho“.

“Alguns exemplos que me ocorrem são, por exemplo, a redefinição do papel dos vendedores. Numa altura em que todos têm acesso a vendedores virtuais, o que vai fazer a diferença, no meu entender, vai ser a confiança, a autenticidade e até alguma imprecisão. Creio que, cada vez mais, o papel dos vendedores humanos será valorizado em complemento dos agentes virtuais, sobretudo naquilo que é mais central na nossa essência, que é a confiança. Depois, a redefinição do papel das lojas físicas. E, ainda, a otimização logística, que vai ser determinante para a capacidade das empresas de retalho competirem num mercado cada vez mais otimizado e exigente”, exemplificou.

Neste ponto, José Vieira de Almeida também enalteceu os processos de decisão e de melhoria contínua, que considera que se tornarão muito mais rápidos: “Hoje, qualquer análise de melhoria contínua exige semanas de análise, reflexão, um conjunto de stakeholders a debater o tema, e isso torna o processo de decisão muito lento. E a IA vai acelerar isto de tal forma que acho que o desafio será perceber se vamos deixar as máquinas decidirem por nós, que se calhar é o que vai acontecer, porque se os humanos estiverem no processo de decisão, então as empresas vão ficar fora da onda”.

“Por isso, eu diria que o grande desafio vai ser o equilíbrio. As empresas vão ter a tentação de ganhar mais tempo e isso implica algum risco na decisão porque as decisões vão deixar de ser entendidas se quiserem ser rápidos. O processo de controlo dessas decisões é que, se calhar, vai fazer a diferença no sucesso das empresas“, concluiu.

Acompanhe, aqui, toda a conversa:

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Este é o primeiro de uma série de episódios do podcast EY AI Talks, que será lançado com uma periodicidade semanal. Todos os episódios terão conversas com profissionais de diferentes áreas, que abordarão a forma como estão a integrar e a potenciar a Inteligência Artificial nas suas empresas e organizações.

O próximo episódio, que terá como convidado Jorge Rodrigues da Ponte, vice-presidente do Instituto dos Registos e Notariado, será lançado já na próxima semana, dia 1 de Fevereiro.

Conheça, abaixo, as datas dos próximos episódios:

  • 1 de FevereiroImpacto da IA na Experiência do Cidadão, com Jorge Rodrigues da Ponte, vice-presidente do Instituto dos Registos e Notariado, e Sérgio Ferreira, Partner, Europe West Consulting Services, EY.
  • 8 de FevereiroImpacto das políticas de IA da Comissão Europeia na Administração Pública, com Mário Campolargo, secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, e Bruno Curto Marques, Government & Infrastructure Consulting Lead, EY.
  • 15 de FevereiroInteligência Artificial e Cibersegurança, com António Gameiro Marques, diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança, e Jorge Libório, Partner Cybersecurity Leader, EY.

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Marcas defendem harmonização do IVA dos alimentos a 6%

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Janeiro 2024

Associação de marcas quer que a harmonização fiscal seja implementada na próxima legislatura. Pede também o reforço da monitorização do mercado e um combate mais ativo às cópias parasitárias.

A Centromarca — Associação Portuguesa das Empresas de Produtos de Marca apelou esta quinta-feira à harmonização do IVA dos alimentos a 6%, considerando que traria maior simplificação fiscal, facilitaria a atuação das autoridades, promoveria a competitividade nacional a nível de comércio transfronteiriço e diminuiria a discriminação entre produtos.

A proposta faz parte de um memorando entregue pela associação aos partidos políticos na quarta-feira, que inclui uma série de medidas ao nível da fiscalidade, regulação, sustentabilidade, defesa do consumidor e do valor das marcas e monitorização do mercado.

Além disso, para a Centromarca, a harmonização do IVA deveria ser progressivamente alargada a outros bens essenciais: “Hoje, a qualquer produto inovador que não se enquadre no Código do IVA é aplicada, por defeito, a taxa máxima de imposto. Com esta harmonização, o país deixaria de penalizar a inovação e o investimento dos fabricantes”, justifica a organização em comunicado.

No documento enviado aos partidos políticos, a associação de marcas defende também que a reposição do poder de compra, a promoção da literacia financeira e a defesa da liberdade de escolha dos consumidores devem ser prioridades na próxima legislatura.

Advoga ainda por um “reforço da monitorização do mercado“. Sugere, nesse sentido, uma “análise mais cuidada, pelo Observatório de Preços Agroalimentar, dos movimentos ao longo da cadeia de distribuição, com regras mais eficazes de ataque a práticas desleais nos pagamentos a fornecedores, com a promoção de maior transparência nas cadeias de aprovisionamento e, ainda, uma maior racionalização dos prazos de pagamento”.

A associação apela ainda a um “combate mais ativo às cópias parasitárias” (produtos ou marcas que tentam obter uma vantagem face aos seus competidores mais fortes, imitando os seus aspetos distintivos, como a cor, forma, lettering, rótulo); ao “reforço da legislação e meios de defesa da propriedade intelectual“; e à “criação de maiores apoios à internacionalização das melhores marcas nacionais, reforçando as exportações portuguesas”.

“A fiscalidade que hoje incide sobre os produtos agroalimentares é profundamente injusta e incoerente”, critica o diretor geral da Centromarca, citado na nota. Pedro Pimentel considera que, depois de um período de elevada inflação, com aumento da receita fiscal arrecadada e a reversão do IVA Zero, é o “momento de discutir este assunto de forma consequente”, sublinhando que deve reunir “um consenso parlamentar alargado”.

A Centromarca — Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca — congrega um universo de 60 associados, que detêm mais de 1.000 marcas, representando no conjunto um volume de vendas anual no mercado nacional na ordem dos 7,5 mil milhões de euros.

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Cortes de água no Algarve ameaçam produção e podem ditar perdas de 134 milhões

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2024

A produção de 95.000 frutos está ameaçada, e com ela pelo menos 1.000 empregos e vários negócios, que podem registar perdas de 134 milhões já em 2025, afirma uma associação do setor.

Os cortes de água previstos para a agricultura algarvia ameaçam a produção de 95.000 toneladas de frutos e podem levar a perdas de 130 milhões de euros em negócios, em 2025, advertiu a Comissão para a Sustentabilidade Hidroagrícola do Algarve.

As restrições impostas ao consumo de água para poupar água devido à seca que afeta a região podem também colocar em causa cerca de 1.000 postos de trabalho, só na produção de abacates e frutos vermelhos, alertou a recém-criada comissão, que agrupa 120 produtores, agricultores e associações de regantes do Algarve.

A comissão, que se constituiu para defender os seus interesses depois de o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, anunciar cortes de 25% para agricultura e de 15% para o setor urbano, incluindo o turismo, fez esta advertência num primeiro levantamento aos impactos que a medida do Governo terá para a agricultura da região.

Os cortes do fornecimento de água no Algarve anunciados pelo Governo podem levar a uma quebra na produção de 88.000 toneladas de laranjas, 6.500 toneladas de abacates, 850 toneladas de frutos vermelhos, cerca de um milhão de garrafas de vinho e toda a produção ornamental, no espaço de um ano“, quantificou.

Segundo a mesma fonte, a economia destes setores poderá perder 134 milhões de euros em 2025, além dos impactos que se vão fazer sentir também nas produções em 2024, como uma diminuição de 16% na produção de citrinos composta por frutos mais pequenos e com menos sumo.

A comissão estimou uma quebra de 60% na produção de vinho, mas classificou como o “cenário mais grave” o das flores ornamentais, que poder ter “uma quebra total do setor em 2025”.

As medidas ainda colocam em risco cerca de 24 mil animais” entre bovinos, ovinos e caprinos, assinalou ainda a comissão.

Alertando que o “cenário apresentado poderá agravar, caso não chova, a estimativa do Governo para os próximos meses”, a comissão sustentou que os cortes de 25% anunciados para a agricultura são “uma mera operação de cosmética” por considerar que há reduções a chegar a 72%.

“Com as novas medidas anunciadas pelo Governo, o perímetro de rega do sotavento [este] terá um corte de 72% e os perímetros de rega do barlavento [oeste] terão cortes entre os 65% e os 100% (Silves, Lagoa e Portimão e Bravura, respetivamente)”, contrapôs a comissão constituída pelo setor agrícola algarvio.

A mesma fonte salientou que não se opõe a medidas que visem poupar as reservas de água, quando há um evidente problema que “se arrasta há décadas sem soluções”, mas considerou que “a agricultura não pode continuar a ser considerada o parente pobre da economia algarvia” quando os municípios desperdiçam 30 hectómetros cúbicos nas perdas das redes de abastecimento.

A primeira análise da comissão sobre o impacto dos cortes de água na produção agrícola do Algarve surgiu depois de, em 17 de janeiro, em Faro, o ministro do Ambiente ter anunciado cortes de 25% para a agricultura e de 15% para o setor urbano.

Duarte Cordeiro anunciou as restrições ao consumo de água no Algarve após uma reunião da comissão que acompanha os efeitos da seca e afirmou, na ocasião, que, “se nada fosse feito relativamente à moderação do consumo, chegar-se-ia ao final do ano sem água para abastecimento público” no Algarve.

Os cortes decididos na reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, que durou quase quatro horas e contou com a presença da ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, foram menores que os que estavam inicialmente previstos para a agricultura e que se estimavam em 70%.

 

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Falhar embarque de voo com atraso de 3 horas não dá direito a indemnização

Um atraso superior a 3 horas confere aos passageiros o direito a uma indemnização. Para a receber é preciso apresentarem-se no embarque, diz Acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia.

Segundo um acórdão do Tribunal de Justiça da União Europeia, a não apresentação no embarque de um voo que chegue com um “atraso considerável” não dá direito a receber uma indemnização da companhia aérea. Os juízes consideraram que, nestes casos, “o prejuízo de perda de tempo não pode ser determinado”.

O processo partiu de queixas de dois passageiros de voos de ligação entre Düsseldorf e Palma de Maiorca, operados pela companhia aérea Laudamotion. Foi anunciado um atraso superior a 3 horas e os passageiros optaram por não embarcar. Um deles reservou um voo de substituição que lhe permitiu chegar ao seu destino com um atraso inferior a três horas em relação ao voo inicial.

A Flightright, a quem um dos viajantes cedeu os direitos, e o outro passageiro intentaram ações contra a Laudamotion nos tribunais alemães para “a obtenção de uma indemnização fixa de 250 euros à qual, em princípio, todos os passageiros têm direito, nos termos do Regulamento sobre os direitos dos passageiros dos transportes aéreos, no caso de se verificar um atraso superior a três horas de um voo em relação à hora de chegada inicialmente prevista”, explica o comunicado do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).

O Supremo Tribunal de Justiça Federal alemão questionou o TJUE, que nota que “os passageiros de voos atrasados são equiparados aos passageiros de voos cancelados para efeitos da aplicação do direito à indemnização”, já que sofrem “um prejuízo que se materializa numa perda de tempo irreversível, igual ou superior a três horas”, lê-se no comunicado divulgado esta quinta-feira.

No entanto, “um passageiro que não se dirigiu ao aeroporto não sofreu, verosimilmente, essa perda de tempo”, conclui o TJUE. Daí que “os passageiros cujo voo sofre um atraso considerável não estão dispensados da obrigação de se apresentarem no check-in, contrariamente aos passageiros cujo voo é cancelado e para o qual essa dispensa está expressamente prevista no Regulamento”.

Em relação ao passageiro que optou por um voo alternativo, o TJUE concluiu que “um passageiro de transporte aéreo que não embarcou voluntariamente no voo no qual tinha uma reserva confirmada e que, graças a um voo de substituição que reservou por sua própria iniciativa, chegou ao destino final com um atraso inferior a três horas em relação à hora de chegada inicialmente prevista, também não sofreu uma perda de tempo que possa dar direito a uma indemnização fixa“.

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