Acionistas do Twitter acusam Musk de manipulação de mercado

  • Lusa
  • 27 Maio 2022

Um grupo de acionistas da rede social Twitter apresentou uma queixa contra Elon Musk, acusando o multimilionário de manipulação de mercado para gastar menos na compra da empresa.

Acionistas do Twitter apresentaram uma queixa contra Elon Musk, acusando-o de manipulação de mercado para conseguir economias na sua operação para adquirir a rede social.

Os queixosos acusam o fundador da Tesla de ter retardado o momento em que anunciou a entrada no capital do Twitter, uma obrigação legal quando se passam certos limites, mostram documentos entregues a um tribunal californiano na passada quarta-feira.

O multimilionário economizou assim cerca de 156 milhões de dólares, estimaram, porque, se tivesse informado o mercado no tempo devido, teria pagado mais pelas ações.

“Ao atrasar a publicação do nível da sua participação no Twitter, Musk manipulou o mercado e comprou ações a um preço artificialmente baixo”, garantiram os advogados dos investidores, liderados por William Heresniak.

Desde o início de abril, o valor da plataforma na bolsa flutua à medida das informações oficiais e das mensagens do multimilionário na plataforma.

Quando anunciou que tinha atingido a posse de mais de 9% do Twitter, em 4 de abril, a ação valorizou 25%. Depois de alguma especulação sobre se iria ou não integrar a administração, onde acabou por não entrar, anunciou a sua intenção de adquirir o grupo baseado em San Francisco, por 44 mil milhões de dólares.

Depois de uma oposição inicial, a administração acabou por ceder, com Musk também a variar a sua posição, primeiro a avançar que afinal suspendia a operação de aquisição, depois que a ia retomar.

“Musk fez declarações, enviou tweets e fez outras ações concebidas para semear a dúvida e fazer baixar substancialmente a ação do Twitter para se dotar de uma margem de manobra, que espera utilizar para se retirar da transação ou renegociar o preço”, afirma-se na queixa.

Os advogados recordam que parte do financiamento reunido pelo homem mais rico do mundo consiste em empréstimos garantidos por títulos Tesla, que perderam muito valor nesta confusão de avanços e recuos.

Na quarta-feira, Elon Musk elevou para 33,5 mil milhões de dólares a quantia avançada por si e pelos seus parceiros, o que diminuiu o empréstimo a pedir aos bancos. O anúncio caiu bem entre os investidores bolsistas, que levaram o título do Twitter a valorizar.

Musk, com várias empresas em diversos setores de atividade (Tesla, SpaceX, Neuralink, entre outras) já teve problemas com a autoridade bolsista, por causa da sua propensão em divulgar informações no Twitter que fazem mexer as cotações em Wall Street.

Seguido por mais de 95 milhões de pessoas na plataforma, Musk já divulgou a sua intenção de retirar a empresa da bolsa se a conseguir adquirir.

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Novobanco lucra 62 milhões com venda de imóveis logísticos

Banco vendeu uma carteira de imóveis de logística em Portugal por mais de 200 milhões de euros. Operação vai ter um impacto positivo de 62 milhões nos resultados deste ano.

O Novobanco vendeu um portefólio de ativos de logística em Portugal por 208 milhões de euros e diz que o negócio vai ter um impacto positivo de 62 milhões de euros nas contas deste ano, assim como uma melhoria de 35 pontos base no rácio de capital.

Sem dar valores sobre o negócio, o banco revelou na segunda-feira um acordo para a venda de um portefólio imobiliário de ativos de logística, detidos pelos fundos imobiliários NB Património e NB Logística, ambos geridos pela GNB Real Estate, e onde a instituição detinha, em média, uma participação de cerca de 75%.

Esta sexta-feira, a instituição fez nova clarificação ao mercado, informando o preço da venda após um processo competitivo e o impacto que terá nas contas caso a transação seja concretizada. Não indica quem é o comprador.

No comunicado anterior, o banco falava em sucesso da operação, a qual “reflete o momento positivo do mercado deste segmento imobiliário, com uma redução significativa da yield nos últimos 12 meses e consequente aumento do preço, dado o aumento da procura por ativos logísticos pós pandemia”.

Este negócio vai dar um impulso ainda maior aos lucros do Novobanco, que duplicaram no primeiro trimestre do ano para 142,7 milhões de euros.

Desde que foi vendido ao fundo Lone Star que o banco tem estado em profunda reestruturação e a fazer vendas de carteiras de ativos problemáticos e considerados não essenciais. Muitas destas operações geraram perdas milionárias para o banco, obrigando o Fundo de Resolução a injetar dinheiro (mais de 3.000 milhões de euros) na instituição para compensar os prejuízos e repor o equilíbrio de capital.

O lado comprador foi assessorado pela sociedade de advogados PLMJ. A equipa foi liderada por Sofia Gomes da Costa, sócia da área de Imobiliário, e incluiu ainda Fernando Costal Carinhas, Sofia Coutinho e Sérgio Teixeira. Da área de Corporate M&A, contou com o apoio de Guilherme Galante e, de Urbanismo, com a sócia Andreia Candeias Mousinho e a advogada Ana Nunes da Silva.

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Rui Moreira acha “perfeitamente natural” que Turismo incentive parcerias com companhias aéreas estrangeiras

  • Lusa
  • 27 Maio 2022

Presidente da Câmara do Porto desvaloriza polémica com incentivo do Turismo de Portugal para que o Norte procure parcerias com companhias aéreas estrangeiras, como a Iberia, em detrimento da TAP.

Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, considerou ser “perfeitamente natural” que o Turismo de Portugal incentive parceiras com companhias áreas estrangeiras, nomeadamente a espanhola Iberia, em detrimento da TAP.

O autarca portuense considerou que Luís Simões, presidente do Instituto do Turismo de Portugal, mostrou “seriedade” ao ter promovido, numa reunião com agentes da região Norte, uma maior aposta no serviço da Iberia, perante o que é disponibilizado pela companhia de bandeira portuguesa TAP no aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Luís Simões “certamente está preocupado com o setor em todo o país, e não apenas em Lisboa. Não vejo motivo de escândalo ou perturbação. Mostrou seriedade ao dizer o que é evidente”, disse Rui Moreira.

O presidente da Câmara do Porto, que na quinta-feira à noite participou num debate, na Póvoa de Varzim, sobre regionalização e descentralização, considerou que, “se quem está à frente da TAP diz que a estratégia não passa pelo Porto, é preciso arranjar outras soluções”.

“A Iberia pode ser uma dessas soluções. Juntamente com a British Airways, têm uma enorme rede que cobre os Estados Unidos, a América do Sul e destinos africanos. A seguir a Lisboa, Madrid é o ‘hub’ mais próximo que temos, e bem maior”, analisou Rui Moreira.

O autarca da Invicta lembrou que várias companhias áreas de bandeira estrangeiras, e não apenas as low cost, “dizem que voar para o Porto é um bom negócio, mas a TAP continua a dizer que não é rentável”.

“Não damos subsídios para essas companhias [estrangeiras] prestarem o serviço no Porto, mas continuamos a subsidiar a TAP para se manter o hub de Lisboa. Temos de questionar o que será melhor e mais barato para o país”, acrescentou.

Rui Moreira apontou, ainda assim, a necessidade do aeroporto do Porto ter voos diretos para alguns destinos estratégicos, nomeadamente para Nova Iorque, nos Estados Unidos, e partilhou que há abertura do governo para apoiar companhias áreas que prestem esse serviço.

“Estamos a trabalhar nisso e o ministro [das Infraestruturas] Pedro Nuno Santos disse que está disponível para dar apoios, desde que encontremos companhias interessadas. E acredito que vamos encontrar”, concluiu Rui Moreira.

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Mais 280 mil famílias recebem cheque de 60 euros para comprar alimentos

  • ECO
  • 27 Maio 2022

Beneficiários do subsídio social de desemprego, pensão social de velhice, Complemento Solidário para Idosos e RSI, entre outras prestações, deverão receber os 60 euros na conta bancária.

Esta sexta-feira, mais 280 mil famílias vão receber um cheque de 60 euros que os vai ajudar a pagar o cabaz mensal de alimentos. O apoio já tinha sido pago, a 29 de abril, a 762.320 pessoas, o equivalente aos beneficiários da tarifa social de eletricidade, mas agora é a vez dos que beneficiam de prestações sociais mínimas.

A data foi avançada ao ECO pela ministra do Trabalho. Ana Mendes Godinho, além de dizer que o cheque será pago a 27 de maio, revelou também o apoio passou a abranger mais 280 mil famílias. Um salto face às estimativas iniciais explicadas pelo “cruzamento de dados dos agregados que não têm tarifa social” e que resultou num número superior às 68 mil famílias previstas serem abrangidas no âmbito da proposta do Orçamento do Estado para 2022, cuja votação final global será feita esta sexta-feira.

Para o Estado, isto representa uma despesa total superior a 60 milhões de euros. Embora o relatório do Orçamento do Estado para 2022 previsse uma verba de 55 milhões.

Os beneficiários do subsídio social de desemprego, pensão social de velhice, Complemento Solidário para Idosos (CSI) e Rendimento Social de Inserção (RSI), entre outras prestações, deverão receber os 60 euros diretamente na sua conta bancária cujo IBAN a Segurança Social já deve ter porque são pessoas que já recebem mensalmente prestações.

Este apoio extraordinário apenas deverá ser pago uma vez pela Segurança Social e resulta de uma decisão do Executivo tomada a 25 de março no contexto da invasão militar da Rússia à Ucrânia. E, apesar das constantes insistências para se perceber se o apoio será repetido já que as previsões não apontam para um aliviar imediato dos preços, Ana Mendes Godinho nunca é clara. Em entrevista ao ECO, o ministro das Finanças disse que “não está tomada nenhuma decisão nem sobre a repetição, nem sobre a ampliação”. “Continuaremos a olhar atentos à situação e tomaremos as medidas em cada circunstância”, disse Fernando Medina.

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Governo garante abstenção do PAN e Livre no OE 2022 por menos de 200 milhões

Com maior peso parlamentar, apoio da geringonça "custou" mais do que a previsível abstenção do PAN e do Livre no primeiro Orçamento da maioria absoluta do PS. A votação final é esta sexta-feira.

Como seria de esperar, a geringonça saía mais caro ao Orçamento do Estado original construído pelo PS do que a “abertura ao diálogo” que o Governo de maioria absoluta quer agora mostrar. A dependência dos votos do Bloco e do PCP acrescentou centenas de milhões de euros aos Orçamentos passados, mas a abstenção do PAN e do Livre já garantida para a votação final global desta sexta-feira deverá ficar por menos de 200 milhões de euros, de acordo com as contas do ECO, com base em dados dos respetivos partidos.

Os socialistas iniciaram este processo já com o aviso de que não iriam aprovar — só o PS, com a maioria absoluta, pode aprovar ou chumbar — propostas que colocassem em causa o mantra das “contas certas” apregoadas pelos socialistas desde 2015. Sem o fantasma das maiorias negativas como aconteceu nos últimos seis anos, a frase mais ouvida durante as longas horas de votação na especialidade, num total de 1.502 propostas, foi simples: “Quem vota contra? O PS (…)”, disse centenas de vezes Hugo Carneiro, o presidente em exercício da comissão de orçamento e finanças.

Ainda assim, para concretizar a propagada “abertura ao diálogo” prometida durante a campanha eleitoral, o PS acabou por viabilizar propostas de quase todos os partidos — ainda que algumas simbólicas e com diminuto impacto orçamental –, especialmente do Livre e do PAN, os dois únicos partidos que se abstiveram no voto do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) na generalidade e que já anunciaram voltar a fazê-lo na votação final global.

No balanço dos três primeiros dias de votações — os deputados ainda votaram mais centenas de propostas esta quinta-feira — o Livre conseguiu ter 13 propostas aprovadas e o PAN 35. Estes números não são finais uma vez que não incluem o dia de votação desta quinta-feira, mas já mostram uma tendência. Usando o último Orçamento (OE2021) aprovado como referência, só o PCP sozinho conseguiu ter 75 aprovadas (21% do total) e o PAN tinha chegado às 50 (19% do total).

Mas não é só pelo número de propostas que se pode avaliar o maior (ou menor) grau de abertura do PS, sendo necessário analisar também o seu custo orçamental ou relevância política e económica na sociedade.

Usando o OE2022 chumbado como referência, havia medidas com impacto orçamental como a atualização extraordinária das pensões (197 milhões de euros), o aumento do mínimo de existência (25 milhões de euros) e o arranque da gratuitidade progressiva das creches (16 milhões de euros). Além disso, cedências como a criação da carreira de Técnico Auxiliar de Saúde ou o aumento da remuneração das horas extra (que entretanto caiu), entre outras, tinham relevância política.

Porém, a correlação de forças é agora completamente diferente, com os 120 deputados do PS sem necessitarem de ninguém e o PAN e o Livre reduzidos a um deputado cada. Em contraste, na legislatura anterior, o Bloco era o terceiro maior partido e o PCP o quarto. Assim, já é possível fazer comparações, com a ressalva de que na reta final das votações podem ter sido aprovadas propostas com impacto orçamental que não estão contabilizadas neste artigo.

De acordo com a contabilização feita pelo PAN, as propostas aprovadas até ao momento têm um impacto global de 82,2 milhões de euros, sendo que a maior parte deste valor se divide em duas propostas: 40 milhões de euros para reforçar o mecanismo financeiro de apoio à eficiência energética de edifícios e 20 milhões de euros para reforçar o Programa de Apoio à Redução Tarifária nos transportes públicos.

O deputado único do Livre, Rui Tavares, durante a sessão plenária de debate na especialidade do Orçamento de Estado 2022, na Assembleia da República, em Lisboa, 23 maio 2022. MANUEL DE ALMEIDA / LUSAMANUEL DE ALMEIDA / LUSA

Já o Livre não revela publicamente as suas estimativas, argumentando que os valores dependem muito da adesão às medidas aprovadas, principalmente no caso do alargamento do subsídio de desemprego a vítimas de violência doméstica ou aos cônjuges de quem se mude para o interior. Por calcular está também a perda de receita com a redução do IVA sobre todos os produtos menstruais, incluindo cuecas menstruais e pensos reutilizáveis. Quanto ao programa 3C, a outra medida com impacto orçamental, o ECO sabe que o seu custo poderá ficar entre os 50 e os 100 milhões de euros.

No entanto, a própria proposta refere que “os programas de eficiência energética e de incentivo à melhoria do conforto térmico dos edifícios para fins habitacionais e dos edifícios de serviços em Portugal, no âmbito do PRR, passam a designar-se ‘3C – Casa, Conforto e Clima'”. Ou seja, na realidade, o PS ao aceitar esta proposta está a financiá-la com fundos do PRR, através de verbas que já estão previstas e que até poderão vir a ser reforçadas em breve com os 1,6 mil milhões de euros adicionais que Portugal vai receber, face ao previsto. Portanto, o custo orçamental acaba por ser relativo ou até nulo, dado que é algo que já existe.

PS aprova poucas propostas do Bloco e PCP. Dá aval a algumas do PSD e IL

No caso do Bloco, até ao momento, apenas foram aprovadas duas propostas — o Programa de promoção do Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura e ações de informação sobre o ciclo menstrual –, mas nenhuma com impacto orçamental. No caso do PCP, foi aprovada a proposta que dá preferência de venda de imóveis às autarquias locais, também sem impacto orçamental. Nas votações desta quinta-feira, o PS não aprovou nenhuma proposta dos dois partidos, confirmaram as respetivas assessorias. Porém, no caso destes dois partidos é de relembrar que várias medidas já incluídas nesta nova proposta do OE2022 incluem reivindicações dos comunistas e bloquistas.

Olhando para a direita do hemiciclo, o PS piscou o olho ao PSD Madeira com a aprovação da redução do imposto sobre o Rum da Madeira, a regularização do pagamento do montante em dívida de recetas fiscais de anos anteriores que se encontram por entregar à Região Autónoma da Madeira e o aumento dos limites máximos para a concessão de garantias por forma a ter em conta as garantias a prestar no âmbito da estratégia de gestão da dívida. Não é conhecido o impacto orçamental destas medidas.

Debate OE2020 - 09JAN20

Já o PSD conseguiu a aprovação de três medidas sem nenhum impacto orçamental, assim como a Iniciativa Liberal que também viu quatro propostas suas aprovadas. O Chega não terá tido nenhuma proposta sua aprovada, mas o ECO não conseguiu confirmar esta informação junto da assessoria do partido.

É de referir que, tal como em anos anteriores, muitas das propostas aprovadas passam por estudos sobre diversas matérias, o reforço da formação em determinadas áreas ou ainda autorizações legislativas, as quais carecem depois da ação do próprio Governo — por vezes, a autorização legislativa não é usada no ano em que o Orçamento está em vigor, ficando sem efeito.

PS acusado de excessos de maioria. Socialistas defendem-se

A capacidade de diálogo da maioria absoluta do PS foi um dos temas transversais à discussão do Orçamento na especialidade, com vários momentos de tensão entre os partidos. Um desses momentos foi protagonizado pelo PSD quando o partido veio criticar a mesa por ter admitido correções a propostas de alteração entregues após os prazos definidos e com a integração de novos elementos nessas propostas. Em causa estava não o conteúdo da proposta do PS, mas o “precedente” processual, argumentavam os social-democratas com o apoios dos outros partidos com assento parlamentar.

A proposta acabou mesmo por ser admitida pela mesa da Assembleia da República, sob o protesto dos restantes deputados. Esta quinta-feira, Jorge Paulo Oliveira, do PSD, relembrou o caso para dizer que “não temos menor dúvida que, doravante, sempre que o poder absoluto for necessário para impor vontade, o PS irá usá-lo”.

Em reação, o PS defendeu-se. Em primeiro lugar, Carlos Pereira, deputado do PS, argumentou que “da mesma maneira que o PS respeita todas as minorias, exigimos que seja respeitada esta maioria” e rejeitou a ideia dos outros partidos de que “votar contra propostas da oposição é exercer poder absoluto”. Em segundo, Jamila Madeira, deputada do PS, quantificou em mais de 100 propostas as que foram aprovadas com o voto socialista, mas não referiu que muitas dessas alterações são do próprio PS.

Medidas do PS também têm custos orçamentais

Com uma maioria absoluta, o PS consegue fazer passar todas as propostas de alteração que entregou para modificar o OE2022 e também aí há medidas com impacto orçamental.

É o caso do congelamento de propinas, que implica uma perda potencial de receita para o Ensino Superior e obriga a maiores transferências do Orçamento, o alargamento do IRS Jovem, a criação de um novo apoio para a mobilidade de estudantes, a isenção de ISV para viaturas ucranianas e isenção do imposto de Selo para moratórias, entre outras medidas.

Na conferência de imprensa de apresentação das propostas, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, remeteu as contas sobre o impacto orçamental destas medidas para o próprio Governo uma vez que também dependem da regulamentação (no caso do novo apoio à mobilidade, por exemplo) e de dados que só a administração pública dispõe.

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Alfredo Casimiro recorre ao Supremo para reverter insolvência da Groundforce

O empresário avançou com um recurso para o Supremo de forma a anular a insolvência da companhia de "handling". Se for aceite, plano de recuperação e entrada do novo acionista vão derrapar.

Alfredo Casimiro, proprietário de 50,1% da Groundforce, avançou em meados de abril com um recurso junto do Supremo Tribunal de Justiça, numa última tentativa para evitar a insolvência da companhia de handling. Caso venha a ser aceite, a ação judicial vai manter em suspenso o plano de recuperação e a entrada de um novo acionista, por largos meses.

O Tribunal da Relação de Lisboa negou, a 22 de março, provimento ao recurso do empresário para travar a insolvência da SPdH (designação societária da Groundforce) pedida pela TAP e decretada pelo Juízo de Comércio do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa a 3 de agosto do ano passado.

Na ação, interposta em nome da própria SPdH, Alfredo Casimiro sustentava que o requerimento de insolvência feito pela TAP SA “constitui um abuso de direito pois esta integra-se no Grupo “TAP”, que detém, direta e indiretamente, 49,9% do capital social da recorrente” e tinha como objetivo afastá-lo da gestão e do capital da empresa de handling.

Não foi esse o entendimento dos juízes desembargadores, que no acórdão consideraram não estarem verificados os “requisitos necessários para a verificação do abuso de direito, pois a recorrida [TAP] não excedeu os limites impostos pela boa-fé, pelos bons costumes ou pelo fim social ou económico do seu direito, nem a sua atitude ofendeu de forma clamorosa a consciência ética e jurídica da generalidade dos cidadãos”.

Alfredo Casimiro resolveu então jogar uma última cartada: recorrer para o Tribunal Supremo de Justiça. Segundo o documento, a que o ECO teve acesso, o recurso é justificado com o facto de o acórdão da Relação estar “em contradição com outros acórdãos proferidos por Tribunais da Relação”, sendo citadas várias decisões judiciais.

Sustenta ainda que o acórdão da relação faz uma “interpretação inconstitucional” de dois artigos do Código de Processo Civil sobre causas de adiamento de audiências e apresentação de documentos em momento posterior. Documentos com os quais o empresário e antigo presidente da Groundforce quis alegar que era a companhia de serviços de assistência em terra que era credora da TAP e não o contrário.

Segundo a informação recolhida pelo ECO, na quarta-feira o recurso não tinha ainda sido aceite pelo Supremo. Se vier a ser, o plano de recuperação da empresa handling, aprovado pela assembleia de credores em 22 de setembro e que passará pela entrada de um novo acionista, continuará suspenso à espera que a decisão de insolvência transite em julgado. Neste caso, a expectativa é que a decisão do Supremo demore entre três e seis meses, podendo derrapar até ao final do ano, segundo foi dito pelos gestores de insolvência aos sindicatos.

Negociações com investidores prosseguem

Enquanto a insolvência não transitar em julgado, também não poderá avançar a recapitalização da empresa com a entrada de um novo acionista, que na prática substituirá Alfredo Casimiro e os seus 50,1%. A Swissport e a National Aviation Services do Koweit foram as empresas eleitas pelos gestores de insolvência, Bruno Costa Pereira e Pedro Pidwell para a fase final de negociações, ficando a belga Aviapartners posta de parte, segundo noticiou o Expresso no início de abril.

Ao que o ECO apurou, os administradores de insolvência têm mantido reuniões com responsáveis dos dois interessados, que pretendem conhecer a atividade da Groundforce nas diferentes operações: passageiros, rampa e bagagem e carga. A companhia de handling opera nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

A empresa tem vindo a recuperar a atividade, graças ao crescimento do tráfego aéreo. Bruno Costa Pereira mostrava-se em fevereiro convicto que a atividade iria voltar “aos níveis pré-pandemia”, tendo recomeçado a contratações.

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5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que é aprovado o Orçamento do Estado para 2022 serão conhecidos dados sobre a avaliação bancária das casas e os empréstimos e depósitos bancários.

O Orçamento do Estado para 2022 será finalmente aprovado esta sexta-feira, depois do chumbo da primeira versão do documento ter levado a eleições antecipadas. Neste dia, serão também conhecidos dados económicos como a avaliação bancária na habitação e a evolução dos empréstimos e depósitos. Nos mercados, a agenda conta com a apresentação de resultados da Semapa e com a assembleia geral de acionistas da Navigator.

Orçamento do Estado para 2022 é aprovado

Depois de uma maratona de debates e votações, chega a altura da votação final global do Orçamento do Estado para 2022, quase a chegar a meio do ano. O documento já tem aprovação garantida, com a maioria absoluta do PS, mas contará também com a abstenção dos deputados únicos do Livre e do PAN.

Avaliação das casas atinge novo recorde?

O Instituto Nacional de Estatística divulga os resultados do Inquérito à Avaliação Bancária na Habitação referente ao mês de abril deste ano. Em março, o valor a que os bancos avaliam os imóveis para efeitos de concessão de crédito à habitação voltou a subir, pelo sétimo mês consecutivo, batendo um novo recorde. De acordo com os dados do INE, o valor mediano do metro quadrado fixou-se em 1.331 euros.

CGTP sai à rua para exigir aumento de salários

Depois da Frente Comum, a CGTP também avança para uma manifestação que se vai realizar esta sexta-feira, no dia da aprovação do Orçamento do Estado para 2022. Esta ação, onde é reivindicado o aumento geral de salários para todos os trabalhadores, das pensões de reforma para os reformados, marca o início de um conjunto de lutas pelo país que vão decorrer em junho.

BdP publica empréstimos e depósitos bancários das famílias

O Banco de Portugal (BdP) revela esta sexta-feira a evolução dos empréstimos e depósitos na banca em abril. No final de março contavam-se 97,9 mil milhões de euros em empréstimos para a compra de casa, um aumento de quase 5% face ao ano passado. A instituição liderada por Mário Centeno dizia tratar-se do maior aumento desde outubro de 2008.

Semapa apresenta resultados do 1º trimestre

A Semapa, uma das cotadas do índice de referência nacional, vai apresentar os resultados do primeiro trimestre de 2022. Além disso, irá também realizar uma assembleia geral de acionistas. A Navigator, outra cotada do PSI, tem também esta sexta-feira a assembleia geral, onde deverá ser aprovado o pagamento de um dividendo adicional.

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António Pontes Correia distinguido com prémio carreira da Deloitte

Com uma carreira de quase 40 anos dedicada à gestão da dívida pública, António Pontes Correia, 70 anos, foi distinguido com o prémio Lifetime Achievement Award da Deloitte.

António Pontes Correia, IGCPHugo Amaral/ECO

António Pontes Correia, membro do conselho de administração da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, foi distinguido com o prémio Lifetime Achievement Award dos Investor Relations & Governance Awards (IRGAwards) da Deloitte, uma iniciativa que premiou os gestores e empresas que se destacaram no último ano em Portugal.

“Associo este prémio a todas as pessoas que trabalharam comigo na Junta do Crédito Público e no IGCP e com quem tive o privilégio de construir o IGCP”, afirmou Pontes Correia após a homenagem de Vítor Bento, com quem trabalhou na agência da dívida pública. “É discreto, mas seguro, confiável e conhecedor. Aqueles que com ele trabalharam podem assegurar a qualidade do trabalho conseguido”, disse.

Pontes Correia, 70 anos, tem uma carreira profissional dedicada ao serviço público, nomeadamente na gestão da dívida pública nas últimas quatro décadas, atravessando vários governos, e que foram marcadas nos tempos mais recentes por uma crise de desconfiança sem precedentes em relação a Portugal (2011) que obrigou a um pedido de assistência à troika.

Licenciado em Finanças pelo Instituto Superior de Economia, António Pontes Correia iniciou a sua carreira como professor do ensino secundário entre 1976 e 1978, antes de ingressar nos Serviços Financeiros da Direção-Geral da Junta do Crédito Público como diretor.

Entre 1983 e 1993, foi subdiretor-geral da Junta do Crédito Público, organismo que dirigiu nos três anos seguintes, até 1996, quando se deu a criação do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, para preparar o país para a entrada do Euro, em 2002. Pelo meio, foi representante do Ministério das Finanças em vários grupos de trabalho, como aquele que foi criado para fixar as indemnizações no âmbito da reforma agrária ou para estudar os sistemas possíveis da poupança habitação.

Foi vogal no conselho diretivo do Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público entre 1996 e 2012 e vem ocupando o cargo de vogal no conselho de administração do IGCP desde então sob a liderança de Cristina Casalinho. O mandato da atual equipa terminou no início do ano.

Veja a lista com todos os vencedores da noite:

Prémio CEO em Investor Relations: Miguel Stilwell d’Andrade, EDP
Prémio CFO em Investor Relations: Ana Luísa Virgínia, Jerónimo Martins
Prémio Investor Relations Officer: Nuno Vieira, CTT
Lifetime Achievement Award: António Pontes Correia
Special Award: Caixa Geral de Depósitos
Sustainability Initiative Award: Programa Global de Sustentabilidade da Sogrape
Transformation Award: H2 Usage Improvement for Public Transport da Caetano Bus.

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Sustentabilidade. Autocarros a hidrogénio e vinhos da Sogrape premiados nos IRGAwards

Programa de sustentabilidade da Sogrape valeu-lhe o prémio Sustainability Initiative Award. CaetanoBus premiada com Transformation Award por autocarros elétricos à base de hidrogénio.

A Sogrape e a Caetanobus foram os vencedores dos prémios de sustentabilidade e transformação dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da Deloitte, que decorreu esta quinta-feira no Convento do Beato, em Lisboa.

O prémio é o reconhecimento de “percurso que já e só tem 80 anos, pelo respeito do planeta. O vinho vive e depende da terra. Por isso, a sustentabilidade é uma questão de sobrevivência”, afirmou Raquel Seabra, administradora da Sogrape, após receber o prémio que homenageou também Salvador Guedes, falecido em abril.

O programa Global de Sustentabilidade da empresa de vinhos valeu-lhe o Sustainability Initiative Award, que disputava com a emissão de dívida sustentável da Caixa Geral de Depósitos (a primeira do género a ser feita por um banco português) e o “Planeta Zero” da EDP (uma iniciativa que dá dicas de eficiência energética, ensina e incentiva, através de prémios, à prática de medidas e ações mais sustentáveis).

O programa premiado – que a Sogrape apresenta como o seu “propósito” – tem como objetivo tornar a operação da empresa mais sustentável de forma a “preservar, respeitar e proteger os locais e as comunidades onde” opera. Assente em três pilares que visam reduzir a pegada ambiental, potenciar a inovação através da investigação & desenvolvimento e melhorar as relações a nível local, o Programa Global de Sustentabilidade da empresa de vinhos foi o premiado este ano depois do título ter sido atribuído, na última edição, ao Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA).

Paulo Marques, CTO da CaetanoBus.Hugo Amaral/ECO

Já o Transformation Award, que no ano passado caiu nas mãos da CTT pela criação de um marketplace digital de enfoque local, foi atribuído esta noite à Caetano Bus com o projeto ‘H2-UI4PT: H2 Usage Improvement for Public Transport’. A iniciativa que promove a investigação e desenvolvimento de um autocarro elétrico cuja energia provém de uma pilha de hidrogénio, estava na corrida ao título ao lado da Greenvolt e a Vista Alegre Atlantis.

“É o reconhecimento da jornada da Caetano Bus na mobilidade elétrica desde 2010 e na mobilidade a hidrogénio desde 2018”, reconheceu Paulo Marques, CTO da Caetano Bus.

Os dois prémios, que têm como objetivo reconhecer iniciativas que tenha tido impacto social e ambiental, foram introduzidos na edição do ano passado..

Os IRGAwards são uma iniciativa da Deloitte que há mais de três décadas distingue os maiores contributos na criação de um mercado de capitais mais eficiente, transparente e socialmente responsável.

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Miguel Stilwell vence prémio de melhor CEO dos IRGAwards. Ana Luísa Virgínia é a melhor CFO

O presidente-executivo da EDP venceu o prémio de melhor CEO da 34ª edição dos Investor Relations and Governance Awards. Ana Luísa Virgínia levou o galardão de melhor CFO.

Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDPHugo Amaral/ECO

Miguel Stilwell d’Andrade arrebatou o principal prémio na gala de entrega dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da Deloitte, que decorreu esta quinta-feira à noite no Convento do Beato, em Lisboa. O presidente executivo da EDP foi eleito pelo júri como o melhor CEO pelo trabalho realizado em 2021, ano ainda marcado pela pandemia.

Na corrida ao galardão estavam ainda António Rios Amorim, que foi o vencedor na edição anterior, João Manso Neto, da Greenvolt e Miguel Maya, do Millennium BCP.

O presidente executivo agradeceu à Deloitte, ao seu CEO em Portugal, António Lagartixo, e a Jorge Marrão, o partner da consultora que há mais de 30 anos lançou os prémios e foi alvo de uma homenagem no início da gala. “É indiscutível que estamos a viver uma crise energética e temos claramente de acelerar e aprofundar a transição energética. A EDP está do lado da solução”, afirmou Miguel Stillwel.

Ana Luísa Virgínia, da Jerónimo Martins, foi escolhida como a melhor administradora financeira (CFO) em Investor Relations na 34ª edição dos IRGAwards. A gestora não pode estar presente para receber o prémio. Subiu ao palco Cláudia Falcão, responsável pelas relações com investidores da retalhista, que leu algumas palavras em nome da vencedora. A CFO agradeceu ao júri a escolha num ano marcado por “um contexto de grandes desafios e escrutínio” e à equipa da Jerónimo Martins, que “em dois anos de enorme incerteza trabalhou arduamente para garantir a cadeia de abastecimento alimentar”.

Cláudia Falcão, investor relations da Jerónimo Martins.Hugo Amaral/ECO

A gestora da Jerónimo Martins concorria com Cristina Rios de Amorim, da Corticeira Amorim, Filipe Crisóstomo Silva, da Galp Energia, Miguel Bragança, do Banco Comercial Português e Rui Teixeira, da EDP.

O prémio de melhor Investor Relations Officer foi para Nuno Vieira, dos CTT. O responsável pelas relações com os investidores agradeceu à Deloitte “pela manutenção do evento que procura dar relevo ao mercado de capitais há mais de 30 anos”.

Nuno Vieira, investor relations dos CTTHugo Amaral/ECO

Estavam ainda nomeados Ana Negrais de Matos, da Corticeira Amorim, Bernardo Collaço, do Banco Comercial Português, Nuno Vieira, dos CTT, Miguel Viana, da EDP e Otelo Ruivo, da Galp Energia.

A gala dos IRGAwards contou com um momento de debate protagonizado por Carl Bildt, antigo primeiro-ministro da Suécia e co-chair do European Council of Foreign Relations, e Pedro Siza Vieira, antigo ministro da Economia e da Transição Digital.

O corpo de jurados do prémio foi composto por Vítor Bento (presidente), António Esteves, Álvaro Nascimento, Clara Raposo, Duarte Pitta Ferraz, João Moreira Rato, Luís Amado, Nuno Fernandes e Patrícia Teixeira Lopes.

Veja a lista com todos os vencedores da noite:

  • Prémio CEO em Investor Relations: Miguel Stilwell d’Andrade, EDP
  • Prémio CFO em Investor Relations: Ana Luísa Virgínia, Jerónimo Martins
  • Prémio Investor Relations Officer: Nuno Vieira, CTT
  • Lifetime Achievement Award: António Pontes Correia
  • Special Award: Caixa Geral de Depósitos
  • Sustainability Initiative Award: Programa Global de Sustentabilidade da Sogrape
  • Transformation Award: H2 Usage Improvement for Public Transport da Caetano Bus.

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BBC anuncia reestruturação, com supressão de mil empregos

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

O grupo viu as contras deteriorarem-se com a decisão do governo conservador de congelar o valor da taxa paga pelos telespetadores, durante dois anos.

A BBC anunciou uma reestruturação, devido a constrangimentos orçamentais, com a supressão de mil postos de trabalho e a aceleração da transformação digital, com fusão de canais e passagem de outros para a transmissão pela internet.

Depois de nos últimos anos ter sido sujeito a vários planos de poupança e ao envelhecimento das suas audiências, o conglomerado do audiovisual público, instituição cuja influência vai bem além das fronteiras britânicas, viu o seu horizonte financeiro deteriorar-se este ano, com a decisão do governo conservador de congelar o valor da taxa paga pelos telespetadores, durante dois anos.

As notícias anunciadas esta quinta-feira pela instituição, em comunicado, pretendem também economizar 500 milhões de libras (586 milhões de euros) por ano, dos quais 200 milhões para tapar a maior parte do défice criado pela decisão governamental.

O restante deve ser investido no digital “para construir uma BBC que dê a prioridade ao digital, algo verdadeiramente novo (…), uma força positiva para o Reino Unido e o mundo”, afirmou o diretor-geral, Tim Davie, dirigindo-se aos trabalhadores.

Está prevista a criação de uma cadeia noticiosa única – BBC News – para as audiências britânica e internacional, que hoje estão separadas, “salvaguardando a possibilidade de difundir conteúdos distintos, conforme os acontecimentos”.

O grupo vai deixar de difundir em antena a sua cadeia para crianças CBBC, dedicada ao grupo etário 6-12) e a cultural BBC 4, que passarão a ser transmitidas em linha. Alguns serviços em língua estrangeira também vão passar a ser emitidos apenas em linha e a difusão rádio por ondas longas vai ser suprimida.

No conjunto, estas decisões implicam a eliminação de mil postos de trabalho, dos 22 mil existentes.

A ‘venerável’ BBC está a atravessar um período difícil, devido às mudanças de hábitos de consumo das suas audiências, com a emergência da Netflix ou da Disney+ e as relações difíceis com o governo conservador, agravadas agora com a nomeação para o Ministério da Cultura de Nadine Dorries, claramente hostil ao audiovisual público.

Esta decidiu, em janeiro, congelar durante dois anos o valor da taxa para o audiovisual, de 159 libras (185 euros) e questionou o prolongamento no tempo deste modo de financiamento mal-amado, em particular em tempos de inflação histórica.

O poder conservador acusa a BBC de ter coberto o Brexit de maneira parcial, com um enviesamento a favor da saída da União Europeia. Acusa-a também, de forma geral, de estar centrada nas preocupações das elites urbanas, mais do que nas classes populares.

O anúncio do plano de transformação coincide com o lançamento de uma revista da missão do grupo público por Nadine Dorries, personalidade muito conservadora e um dos membros do governo mais leais a Boris Johnson, durante a recente série de escândalos. Com aquela revista da missão da BBC, o governo conservador quer “tornar a BBC mais imparcial, mais acessível e a refletir melhor da diversidade das opiniões”.

Outro objetivo é uma obrigação legal de 25% do pessoal ser proveniente das ‘classes populares’ e a maioria dos programas ser produzida fora de Londres até 2027, além de se conceber o fim da taxa a partir de 2028. O presidente da BBC, Richard Sharp, sublinhou que a empresa enfrenta “uma questão existencial”.

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CDS quer Bruxelas e BCE a supervisionar Banco Português de Fomento

Nuno Melo fala em "inércia e opacidade" por parte do Banco Português de Fomento e pede intervenção de Bruxelas e do BCE na entrega dos fundos comunitários.

O CDS acusa o Banco Português de Fomento (BPF) de “inércia e opacidade” na entrega e aplicação dos fundos comunitários e, por isso, vai solicitar a intervenção da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE).

Cerca de dois anos de ter sido criado, o BPF “ainda não tem Presidente do Conselho de Administração” e “não apresentou o relatório e contas referente ao ano de 2020”, começa por dizer o presidente do CDS, Nuno Melo, em comunicado. O também eurodeputado diz ser “inaceitável e inqualificável” que o BPF “ainda não tenha prestado quaisquer contas” e que, por isso, não é possível ser feito “o necessário escrutínio jurídico e político”.

Nuno Melo acusa também o BPF de “inércia e opacidade” perante a atual conjuntura, “com as empresas a enfrentarem enormes dificuldades em razão da inflação que dispara, custos elevadíssimos de combustíveis, energia e matérias-primas”.

“Um BPF colonizado por lógicas partidárias, com a tutela premeditadamente passiva, sem escrutínio e com acesso a milhares de milhões de euros de fundos do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] para investimento direto em empresas escolhidas por uma equipa totalmente dependente do Governo, é tudo o que não se pode aceitar num Estado democrático de direito”, lê-se no documento.

Por isso, o CDS “vai solicitar a avaliação e intervenção da Comissão Europeia, que tem competência para acompanhar a entrega e aplicação de fundos comunitários cuja gestão será cometida ao BPF, bem como do BCE, no que eventualmente caia em área de competência de supervisão”.

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