Retalho automóvel teve quebras na procura de 3.500 milhões de euros com a pandemia, calcula ACAP

Pandemia provoca quebras na procura superiores a 3.500 milhões de euros, levando a prejuízos adicionais no setor automóvel, diz estudo. Guerra na Ucrânia coloca em causa transição energética.

A pandemia de Covid-19 provocou uma quebra na procura do setor do retalho automóvel de 3.597 milhões de euros, um valor que contagiou outros indicadores da economia, são as conclusões do estudo “As redes de retalho automóvel em Portugal – O presente e o futuro do sector”, realizado pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP).

O documento divulgado esta quinta-feira resulta de um inquérito realizado junto dos consumidores nacionais, concessionários e marcas, e foi realizado por investigadores do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG).

Seguindo o modelo input-output, um modelo económico quantitativo que representa as interdependências de diferentes setores de uma economia, o estudo concluiu que a quebra na procura final do retalho automóvel trouxe consigo outras consequências. Esta quebra superior a 3.500 milhões, por sua vez, traduziu-se numa redução de 5.528 milhões de euros do valor da produção de todos os setores, mas os efeitos não acabam aqui.

O valor acrescentado bruto (VAB) – a diferença entre o valor da produção e o valor do consumo intermédio, ou seja, o impacto no PIB – também afundou 2.494 milhões de euros em função da quebra na procura. No entanto, também a receita fiscal caiu 16 milhões de euros, o resultado da diminuição do IVA, pode ler-se no relatório.

Um mercado em oscilação

Apesar das flutuações registadas durante a pandemia, o estudo aponta que isto não é uma novidade no mercado. Só o setor do comércio automóvel já registou “grandes oscilações” nos últimos 20 anos, justificadas principalmente pela evolução do contexto económico internacional, pode ler-se. São exemplos destas oscilações os decréscimos superiores a 20% anuais de 2011 e 2012, em reflexo da crise do subprime de 2008, sendo que a recuperação desta crise se deu entre 2012 e 2016 com crescimentos médios anuais de 15%.

Já em 2020, ano inicial da pandemia, foi registado um decréscimo de 16%, mas o estudo aponta para um crescimento médio anual na casa dos 5%, fora das fases de recessão e de recuperação. O documento da ACAP indicia também um tecido empresarial do setor do comércio automóvel constituído por cerca de 95% de microempresas, embora aponte para uma elevada concentração. As grandes empresas, correspondentes a 0,2% do total, são responsáveis por 36% do volume de negócios automóvel.

Entre os segmentos com maior peso no volume de negócios, a “Venda de veículos automóveis” corresponde a 73% do total, estando a “Venda de peças e acessórios para veículos automóveis” em segundo lugar, com 14%. A venda de veículos elétricos e híbridos, por sua vez, também está a ganhar terreno a um ritmo acentuado. Enquanto em 2017 os veículos a gasóleo representavam mais de 60% do total das vendas automóvel, este peso já diminuiu para cerca de 20% em 2021.

Este crescimento na venda de veículos elétricos e híbridos, por sua vez, resultou numa redução das emissões de CO2, sendo que atualmente o setor dos transportes é responsável por cerca de 27% do total de emissões na União Europeia. A impulsionar esta redução, além da venda de elétricos e híbridos, está ainda o investimento em I&D.

Consequências da guerra na Ucrânia para a descarbonização

A guerra na Ucrânia veio salientar novas preocupações no setor automóvel. O estudo da ACAP aponta mesmo para o risco de um “esquecimento” da transição energética, exacerbado pelas preocupações noutras áreas trazidas pelo conflito. A aceleração da inflação, aumento das taxas de juro, subsequente diminuição do poder de compra das famílias, e as condições mais difíceis para o investimento, podem levar a uma recessão no setor automóvel já que estas condicionantes “serão prolongadas no tempo”, alerta a ACAP.

Por outro lado, as tensões resultantes da guerra na Ucrânia também podem destacar o processo de transição energética, num sentido de “libertação da dependência energética” em relação à Rússia, aponta o estudo. A justificar esta posição, o relatório sublinha que as consequências económicas da guerra serão “conjunturais”, sendo que as políticas da UE para a recuperação económica irão permitir “uma forte aceleração” do crescimento económico, incentivando desta forma a transição energética.

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Direito Mental é nova associação dedicada à saúde mental da comunidade jurídica portuguesa

A associação Direito Mental visa promover a saúde mental junto da comunidade jurídica portuguesa. O lançamento terá lugar esta quinta-feira na Morais Leitão.

Nasceu uma nova associação inteiramente dedicada à promoção da saúde mental junto da comunidade jurídica portuguesa, a Direito Mental. A associação conta com advogados, magistrados, juristas, estudantes de Direito, equipas de apoio ao negócio e suas famílias.

“Num setor especialmente fechado, sujeito a elevada tensão e responsabilidade, a Direito Mental abre um novo caminho, de respeito individual e equilíbrio“, notou Rita Rendeiro, presidente da associação.

A Direito Mental conta para já com 12 associados fundadores: Abreu Advogados, CMS, DLA Piper, Linklaters, Miranda & Associados, Morais Leitão, PLMJ, SLCM, SRS Advogados, Uría Menéndez, Proença de Carvalho, VdA e Farfetch.

O lançamento do projeto vai ter lugar esta quinta-feira, dia 26 de maio, pelas 18h00, no Auditório João Morais Leitão, na Rua Castilho 165. A apresentação ficará a cargo de Martim Krupenski e Nuno Castelão. Luís Madeira, médico psiquiatra, irá intervir na sessão com o tema “Os riscos psicossociais na profissão de advogado”.

Por fim, existirá uma mesa redonda sobre “A saúde mental na advocacia” que contará com a participação de José Eduardo Martins, advogado, Margarida Lima Rego, professora de direito e vice-diretora da Nova School of Law, Sofia Leite Borges, advogada, Rita Rendeiro, presidente da Direito Mental e Raquel Sampaio, membro da direção da Direção Mental. A moderação ficará a cargo da psicóloga Teresa Espassandim.

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PIB dos EUA recua 1,5% no 1º trimestre, mais que a estimativa inicial

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

Esta revisão em baixa está relacionada com alguns investimentos que foram mais baixos do que o calculado na primeira estimativa.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos recuou no primeiro trimestre ligeiramente mais do que foi inicialmente anunciado, 1,5%, em ritmo anualizado, quando aumentam os receios de recessão.

A segunda estimativa divulgada esta quinta-feira pelo Departamento do Comércio indicou mais uma décima do que a primeira, publicada no fim de abril, quando tinha sido anunciada uma contração de 1,4% no período entre janeiro e março. Este recuo foi inesperado, num contexto de inflação elevada e exacerbada pela guerra na Ucrânia e por problemas persistentes nas cadeias de abastecimento.

Mas, ainda não se trata de uma recessão, uma vez que são necessários dois trimestres consecutivos de contração para que isso aconteça. Esta revisão em baixa está relacionada com alguns investimentos que foram mais baixos do que o calculado na primeira estimativa e que acabaram por não ser totalmente compensados pelas despesas dos consumidores, apesar de estas terem sido mais elevadas, detalhou o Departamento do Comércio.

A terceira e última estimativa será publicada no dia 29 de junho.

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Governo aprova nova proposta de lei para acesso a metadados

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Maio 2022

Em vez de criar uma base de dados específica para investigação criminal, o Executivo propõe aceder às bases de dados mantidas pelas operadoras na sua atividade comercial.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, a proposta de lei que visa regular o acesso a metadados referentes a comunicações eletrónicas para fins de investigação penal, prevendo a utilização de bases de dados que as operadoras de telecomunicações já dispõem no dia-a-dia da sua atividade comercial.

Em conferência de imprensa, a ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, explicou que, na base da proposta, está uma “mudança de paradigma” que teve em conta a jurisprudência quer do Tribunal Constitucional (TC), quer do Tribunal Judicial da União Europeia (TJUE).

“Não vamos manter uma base de dados separada, com dados conservados durante um ano, para a exclusiva finalidade da investigação criminal. Vamos aceder, sim, às bases de dados que no dia-a-dia da sua atividade corrente as operadoras já utilizam na sua atividade normal”, detalhou a governante.

Apontando que o que o TC sancionou “foram normas que diziam respeito a uma base de dados específica, conservada durante um ano para fins de investigação criminal em relação a todas as pessoas indistintamente”, Catarina Sarmento e Castro reiterou que serão usadas as informações que as operadoras, “para prestarem o seu serviço, têm de ter e conservar”.

Deste modo, não se cria um dever de retenção de informação relativa a todas as pessoas, pelo que o acesso às bases de dados das operadoras servirá para combater o terrorismo e o tráfico de drogas e pessoas.

No dia 16 de maio, o primeiro-ministro, António Costa, já tinha anunciado que o Governo iria apresentar ainda na atual sessão legislativa, até junho, uma proposta de lei para alterar a lei dos metadados, respondendo à recente declaração de inconstitucionalidade pelo TC.

“É necessário agora proceder à elaboração de um novo dispositivo legal que respeite os limites do Tribunal Constitucional e também os limites da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia”, declarou o líder do Executivo.

Por sua vez, o Presidente da República antecipou que vai solicitar ao Tribunal Constitucional (TC) a fiscalização preventiva da nova lei sobre os prazos e condições para armazenamento de metadados das comunicações, que o Governo deverá apresentar até junho.

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Ações do retalho animam Wall Street

Retalhistas estão a animar os principais índices de Nova Iorque, com investidores à espera que subida da inflação atinja o pico em breve.

Os principais índices de Wall Street estão a cotar em terreno positivo, numa altura em que os mercados parecem já ter recuperado o equilíbrio, com os investidores à espera que a inflação esteja a começar a atingir o pico. A animar as bolsas estão ainda as cotadas do setor do retalho, que apresentaram resultados bastante animadores, fazendo esquecer os resultados conhecidos na semana passada.

O índice de referência financeiro, S&P 500, está a valorizar 0,95% para 4.016,34 pontos, acompanhado pelo tecnológico Nasdaq que cresce 0,78% para 11.523,93 pontos. O industrial Dow Jones avança 1,07% para 32.463,98 pontos.

As ações dos Estados Unidos “estão estáveis, ​​com rendimentos mais baixos ao longo da curva e as expectativas de [uma subida da] inflação continuam a cair“, diz Dennis DeBusschere, da 22V Research, citado pela CNBC. No entanto, “os investidores estão a descontar o facto de que o aperto das condições financeiras nos últimos seis meses é suficiente para desacelerar significativamente o crescimento económico”.

Este desempenho acontece também devido aos resultados do setor do retalho, que animaram os investidores, depois de terem desapontado na semana passada. As ações da Macy’s sobem 13,64% para 21,83 dólares, depois de a empresa ter revisto em alta as projeções de lucros para 2022. A Williams-Sonoma avança 14,83% para 132,03 dólares, depois de os resultados terem superado as expectativas dos analistas.

Os retalhistas de descontos Dollar Tree e Dollar General avançam 17,45% para 156,90 dólares e 14,19% para 223,06 dólares, respetivamente.

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57% dos espanhóis rejeitam o regresso de Juan Carlos I

  • Servimedia
  • 26 Maio 2022

Um estudo da IO Research revela que 57% dos espanhóis não quer que Juan Carlos I regresse a Espanha. No entanto, 86% dos cidadãos acreditam que a recente visita do rei emérito pode ditar o contrário.

De acordo com um estudo da IO Research, mais de 57% dos espanhóis revelam não apoiar o regresso de Juan Carlos I a Espanha. Ainda assim, 86% consideram que a recente visita do rei emérito ao país pode ser visto como um precedente para o seu regresso definitivo, noticia a Servimedia.

Na mesma análise, 63% dos inquiridos afirmam não acreditar que a chegada do rei emérito possa melhorar a relação com o seu filho Felipe VI. A grande maioria (88%) também não acredita que seja possível uma reconciliação com a sua esposa, a rainha Sofia.

Numa altura em que a popularidade da monarquia não está no seu melhor, 64% dos cidadãos acreditam que o regresso de Juan Carlos I prejudica a imagem do Rei Felipe VI e da instituição monárquica.

Quase 80% também acreditam que o rei emérito deveria dar explicações públicas sobre os acontecimentos que o mantiveram afastado do país durante este tempo.

A população alvo deste estudo eram mulheres e homens, com idades compreendidas entre os 18 e os 65 anos, a viver em Espanha. A amostra analisou mil indivíduos e o inquérito foi conduzido de 23 a 24 de maio de 2022.

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Caiado Guerreiro assessora expansão da Fraudio BV para Portugal

A equipa da Caiado Guerreiro foi composta pelos associados Anthony Meira, Diogo Silva Melo e Fábio Seguro Joaquim, que aconselharam a empresa em todas as questões jurídicas inerentes ao processo.

A Caiado Guerreiro assessorou a Fraudiu BV no seu processo de expansão para Portugal. O escritório esteve envolvido no processo de incorporação e estabelecimento da empresa em Lisboa.

A equipa da Caiado Guerreiro foi composta pelos associados Anthony Meira, Diogo Silva Melo e Fábio Seguro Joaquim, que aconselharam a empresa em todas as questões jurídicas inerentes ao processo.

“Gostamos de trabalhar com estes clientes internacionais, ligados à área das tecnologias, que trazem empregos e know-how para Portugal”, disse João Caiado Guerreiro, managing partner da Caiado Guerreiro.

A empresa dos Países Baixos, fundada em 2019, tem agora sede em Lisboa, Amesterdão, Londres e Barcelona, onde desenvolve o seu trabalho junto de entidades financeiros e não-financeiras no ecossistema de pagamentos, tendo como principal intuito a deteção de fraudes, lavagem de dinheiro e crimes financeiros, através de uma tecnologia inovadora e segura.

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Portugal pode ser pioneiro na utilização de cânhamo em vez de betão

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

O arquiteto Pedro Gadanho defende “uma arquitetura mais local” e refere o potencial português na produção de cânhamo em alternativa ao betão.

O arquiteto Pedro Gadanho, autor do livro “Climax Change!: How Architecture Must Transform in the Age of Ecological Emergency”, defende “uma arquitetura mais local” e refere o potencial português na produção de cânhamo em alternativa ao betão.

“Portugal é um país que já teve uma cultura de cânhamo muito, muito forte, e que depois foi abandonada, por razões económicas. Hoje em dia, o cânhamo está a ser utilizado como alternativa ao betão. Portugal podia-se tornar pioneiro na utilização de cânhamo na produção de um material alternativo ao betão”, diz ao autor, em entrevista à Lusa.

“Climax Change!: How Architecture Must Transform in the Age of Ecological Emergency”, ainda sem tradução em português, é editado pela Actar e lançado este sábado, às 18:00, na livraria Circo de Ideias, no Porto.

Para fazer face à emergência climática, o arquiteto sugere que a disciplina olhe para “a questão da economia circular, no facto de, também nas construções que são feitas, estar previsto o reaproveitamento dos materiais após a exaustão do seu uso no edifício, e isso são coisas que estão a ser investigadas, e fazem parte dessa tal inovação tecnológica que o livro também refere como um dos caminhos, não uma solução mágica, (…) mas uma das possibilidades que temos de encarar para responder à escala massiva dos problemas que vêm aí”.

Segundo o arquiteto, a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia vieram evidenciar a crise dos recursos: “é óbvio que estamos a esgotar os materiais todos com os quais estamos habituados a construir, ou estamos a usar materiais que contribuem para o ecocídio – o último crime reconhecido pelo Tribunal Penal Internacional”.

“Mesmo após a pandemia, aqueles que advogam um regresso ao normal não se aperceberam de que havia aqui uma oportunidade, que a pandemia mostrou bem – até fomos capazes de parar o nosso crescimento económico – para rever como é que fazíamos uma transição justa”.

O autor reconhece que “a Europa de facto advoga” princípios como “uma transição energética, económica e a nível de recursos”, mas “às vezes não é implementado com a rapidez que era necessário”. “Daí a necessidade de todos poderem contribuir para a mudança”, considera, “e o campo da arquitetura, seguramente, pode ser um dos que tem um papel decisivo”.

Para isso, é preciso recuperar “uma arquitetura mais local, que usa recursos locais”, que podem tornar-se economicamente viáveis através da “inovação tecnológica”. O caminho é o “regresso à arquitetura orgânica, muito mais inspirada na natureza”, considera.

“Hoje em dia, com as tecnologias digitais que temos disponíveis, é possível fazer imitações da natureza muito mais perfeitas e muito mais dinâmicas do que era possível no passado”.

Há já, relata, “arquitetos que estão a investigar as qualidades estruturais de plantas e a adaptar esses modelos através de inteligência artificial para criar novas estruturas mais resistentes e mais leves no campo da arquitetura”.

Mas até que essas exceções se tornem norma, diz, “tem de haver uma mudança de mentalidades também nos arquitetos, para abraçarem esses caminhos, e não estarem à espera que [as inovações] façam o seu caminho lento”. “Tem de haver uma certa pressão para que haja essa mudança”, conclui.

Pedro Gadanho é professor convidado da Universidade da Beira Interior e lecionou também, entre 2000 e 2012, na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.

Foi Loeb Fellow na Universidade de Harvard, entre julho de 2019 e junho de 2020, que o ajudou na preparação deste livro.

No campo da cultura, foi curador de arquitetura contemporânea no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova Iorque, entre 2012 e 2014, diretor do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT), em Lisboa, de 2015 a 2019, e dirigiu a candidatura da Guarda a Capital Europeia da Cultura em 2027, de 2020 a 2022.

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Governo mantém medidas Covid. Ministra diz que já “terá passado” o pico da sexta vaga em Portugal

O pico da sexta vaga da pandemia de Covid-19 "já terá passado", avançou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, após o Conselho de Ministros. Medidas Covid não mudam.

O pico da sexta vaga da pandemia de Covid-19 “já terá passado”, avançou esta quinta-feira a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no final da reunião semanal do Conselho de Ministros. Nesse contexto, o Governo decidiu prorrogar o estado de alerta, mantendo as medidas atualmente em vigor, incluindo as que dizem respeito às máscaras de proteção.

“A análise dos números indica que, muito provavelmente, o pico já terá passado, com algumas regiões já com quedas visíveis e de vários grupos etários também, pelo que a decisão do Conselho de Ministros foi a de manter as medidas em vigor”, disse a governante, numa conferência de imprensa. As conclusões surgem na sequência da habitual reunião semanal com peritos que fazem a monitorização da pandemia.

Na prática, o Governo decidiu prolongar o estado de alerta até até às 23h59 de 30 junho. Isto significa que o uso de máscara apenas é obrigatório nos transportes públicos (incluindo “ubers” e táxis), estabelecimentos e serviços de saúde, bem como para estruturas residenciais de idosos (ou equiparados). Ainda assim, a ministra lembra que “o fim da obrigatoriedade de máscara não significa que a máscara não deva ser utilizada em situações de maior risco”, consoante a avaliação de cada um.

Mariana Vieira da Silva justifica a manutenção destas medidas com o facto de “já se estar a verificar esta inversão de trajetória” da pandemia em várias regiões do país, bem como o facto de “o número de pessoas internadas em unidades de cuidados intensivos estar “abaixo dos 40%” e de, paralelamente, se estar a administrar a segunda dose de reforço aos maiores de 80 anos.

Neste contexto, o Executivo “entende que não são necessários medidas adicionais“, mas a ministra de Estado e da Presidência sublinha que “o Governo pondera sempre a necessidade ou não de voltar a tomar medidas”.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h53)

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Ironhack e Volvero lançam bolsas de estudo em tecnologia no valor de 60 mil euros

Existem 50 bolsas direcionadas aos quatro cursos que a academia oferece: Web Development, Data Analytics, Cibersecurity e UX/UI Design. As candidaturas estão abertas até 13 de junho.

Com o objetivo de formar talento tecnológico preparado para promover a sustentabilidade dos negócios, bem como combater a escassez de talento nesta área em Portugal, a app de drive-sharing Volvero está a promover, em conjunto com a escola de tecnologia Ironhack, bolsas de estudo no valor de 60 mil euros. Existem 50 bolsas direcionadas aos quatro cursos intensivos e práticos que a academia oferece: Web Development, Data Analytics, Cibersecurity e UX/UI Design.

“A Ironhack quer revolucionar, desde o início, a forma como se ensina tecnologia, através de experiências imersivas e adaptadas à realidade atual. Acreditamos que é essencial criar iniciativas que permitam a entrada no ensino tecnológico por qualquer pessoa que tenha interesse na área, para que o combate à iliteracia digital seja incisivo, e, nesse sentido, o objetivo desta parceria é ‘abrir portas’ e formar talento tecnológico pronto para os atuais desafios das empresas, tal como o é a sustentabilidade”, começa por dizer Catarina Costa, responsável pelo campus de Lisboa da Ironhack Portugal.

“Estamos muito entusiasmados com a colaboração entre a Ironhack e a Volvero e queremos, em conjunto, oferecer a várias pessoas a possibilidade de aliar o interesse pela tecnologia ao entusiasmo pela sustentabilidade, sem necessidade de experiência prévia”, acrescenta, citada em comunicado.

Do lado da Volvero, Ekaterina Efimova explica que, com estas bolsas, a empresa mostra que pode “fazer ainda mais para promover um futuro sustentável através da tecnologia” bem como “influenciar a comunidade a apostar, também, nesta transição”. “Estamos muito entusiasmados para impulsionar a mudança juntamente com a escola tecnológica e com os seus estudantes”, afirma a marketing specialist da Volvero.

Segundo dados recentes do ManpowerGroup, cargos tecnológicos como big data specialist, software engineer e cibersecurity specialist fazem parte do top dez de profissões mais bem pagas em Portugal. Porém, a escassez de talento na área continua a existir e há vários cargos por preencher.

A Ironhack está a aceitar candidaturas para as bolsas de estudo parciais, que podem ir desde os 1.200 euros até aos 3.750 euros, de acordo com os diferentes critérios de seleção. Os cursos podem ser realizados em full-time (nove semanas) ou em part-time (24 semanas), em formato presencial ou online. As candidaturas estão abertas até 13 de junho.

Mais informações sobre as bolsas e o processo de candidatura aqui.

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Turismo de Portugal diz que TAP é, afinal, “essencial em todo o território”

Turismo de Portugal não desmente a recomendação do seu presidente ao Norte para apostar na Iberia e no aeroporto de Madrid. Realça o papel da TAP, mas também da concorrentes espanhola.

“A TAP enquanto companhia aérea nacional é não só essencial para o setor em todo o território nacional como um parceiro estratégico do Turismo de Portugal”, afirma esta entidade num comunicado divulgado ao início da tarde, em reação à notícia de que o seu presidente, Luís Araújo, aconselhou os agentes do setor no Norte a deixarem de lado a TAP e focarem-se na espanhola Iberia e no aeroporto de Madrid.

O comunicado não desmente o relato noticiado hoje pelo Jornal de Notícias, segundo o qual Luís Araújo incentivou a região Norte a centrar a estratégia nas rotas e no programa da Iberia e na infraestrutura da capital espanhola, durante uma reunião promovida pelo Turismo do Porto e Norte.

“O presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, pediu ajuda para transformar Madrid no aeroporto de conectividade internacional para o Porto”, disse ao JN fonte presente na reunião. E lembrou que “a Iberia tem naquele aeroporto ligações que cobrem praticamente todos os continentes”. A reunião contou também com a presença da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques.

Salientando o papel da TAP, o Turismo de Portugal não deixa de referir o papel que a transportadora aérea espanhola pode desempenhar. “Sem prejuízo, e considerando que a Iberia incluiu recentemente os destinos de Porto e Lisboa no seu programa [de stopover], tem sido desenvolvido um trabalho no sentido de tornar ainda mais atrativos estes destinos para os passageiros que fazem ligação em Espanha”, afirma o comunicado.

Um trabalho que a entidade liderada por Luís Araújo tem feito também com a companhia portuguesa. “O mesmo se passa com o programa stopover da TAP com quem o Turismo de Portugal tem trabalhado no sentido de aumentar a sua atratividade e impacte para todos os aeroportos nacionais”.

O presidente da Câmara Municipal do Porto e empresários da região Norte têm contestado o fim de rotas operadas pela TAP naquela cidade. No último trimestre de 2021, o último para o qual existem dados, a empresa portuguesa transportou 13% dos passageiros no Sá Carneiro, ficando atrás da Ryanair (37%) e easyJet (17%). A principal rota internacional daquele aeroporto é para Paris-Orly.

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Dívida direta do Estado atinge cerca de 280 mil milhões em abril, mais 1,1% face a março

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

Subida deveu-se sobretudo ao aumento do saldo de Obrigações do Tesouro em 3.000 milhões de euros e ao aumento do saldo de Bilhetes do Tesouro em 1.254 milhões de euros.

O saldo da dívida direta do Estado atingiu 279.120 milhões de euros em abril, mais 1,10% do que em março, anunciou esta quinta-feira a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP).

No boletim mensal, divulgado esta quinta-feira, a agência explica que esta subida se deveu “sobretudo” ao aumento do saldo de Obrigações do Tesouro (OT) em 3.000 milhões de euros, explicado pela emissão sindicada da OT 1,65% JUL2032, e ao aumento do saldo de Bilhetes do Tesouro em 1.254 milhões de euros.

A IGCP refere também que estes aumentos foram parcialmente compensados pela amortização da série de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV ABRIL 2022) no montante de 1.000 milhões de euros e pela amortização parcial do empréstimo do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), no valor de 500 milhões de euros.

Em relação aos Certificados de Aforro (CA) e aos Certificados do Tesouro (CT), a IGCP afirma que os saldos dos mesmos em abril registaram um aumento de 79 milhões de euros e uma redução de 43 milhões de euros, respetivamente.

“As contrapartidas das contas margem recebidas no âmbito de derivados financeiros registaram um aumento de 78 milhões de euros”, afirma a IGCP, adiantando que, “adicionalmente, o stock de dívida aumentou em 151 milhões de euros pelo efeito decorrente das flutuações cambiais da generalidade dos instrumentos de dívida denominados em moeda não euro avaliados ao câmbio do último dia de abril”.

A agência indica ainda que “incorporando o efeito cambial favorável da cobertura de derivados, correspondente ao valor nacional dos swaps de cobertura de capital, que ascendeu a 688 milhões de euros em março, o valor total da dívida após cobertura cambial situou-se em 278.431 milhões de euros, aumentando 1,05% face ao mês precedente”.

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