BPI já cumpre novos rácios mínimos exigidos pelo BCE

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2017

Há novos requisitos mínimos prudenciais de fundos próprios que deverão ser respeitados pelos bancos a partir de 1 de janeiro de 2018. O BPI diz que já os cumpre.

O Banco BPI informou cumprir os novos rácios mínimos exigidos a partir de 1 de janeiro de 2018 pelo Banco Central Europeu (BCE) em matéria de CET1, Tier 1 e rácio total.

“Tendo em conta os rácios observados em 30 de setembro de 2017, o Banco BPI cumpre os novos rácios mínimos exigidos em matéria de CET1 (‘Common Equity Tier 1’), Tier 1 e rácio total”, refere a instituição em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Segundo adianta, de acordo com a decisão do BCE no âmbito do processo de análise e avaliação para fins de supervisão (SREP, do inglês Supervisory Review and Evaluation Process), o requisito de Pilar 2 para o Banco BPI em 2018 passa a ser de 2,25%, o que representa uma redução de 0,25 pontos percentuais face a 2017.

Em causa está a decisão do BCE sobre os requisitos mínimos prudenciais de fundos próprios que deverão ser respeitados pelos bancos a partir de 1 de janeiro de 2018, tendo por base os resultados do SREP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Integração no CaixaBank leva Moody’s a tirar depósitos do BPI de lixo

  • Juliana Nogueira Santos
  • 7 Dezembro 2017

A Moody's melhorou o rating dos depósitos do BPI, retirando-os do grau de investimento especulativo. O outlook também foi melhorado, passando de estável para positivo.

A agência de notação financeira Moody’s melhorou o rating dos depósitos do BPI esta quinta-feira, retirando-os do grau de investimento especulativo — ou seja, do nível de ‘lixo’ — para o nível de investimento. O outlook da dívida a longo prazo e dos depósitos passou também de estável para positivo.

Assim, o rating dos depósitos melhorou três níveis, passando de ‘Ba3’ para ‘Baa3’. O rating da dívida a longo prazo também foi elevado, mas ficou pelo primeiro grau de “lixo”, ou seja passou de ‘Ba3’ para ‘Ba1’.

Como uma das principais motivações para estas melhorias, a Moody’s aponta a passagem do banco português para as mãos dos espanhóis do CaixaBank, uma operação que permitiu atingir “melhorias nos fundamentais financeiros” do BPI.

“A melhoria dos ratings do BPI reflete uma combinação de vários fatores”, pode ler-se na nota da Moody’s, enumerando “as melhorias atingidas nos fundamentais financeiros desde que o espanhol CaixaBank assumiu a maioria do capital em fevereiro de 2017” e “a integração em curso do BPI no grupo” marcada pelo “alinhamento progressivo das estratégias e operações com as da sua nova casa-mãe”

A atividade doméstica do banco liderado por Pablo Forero é também sublinhada pela Moody’s, com esta a considerar que “os níveis de solvabilidade melhorados, as métricas de lucro doméstico moderadas, mas em progressão, e os indicadores de risco acima da média” contribuíram para a decisão.

Ainda assim, a Moody’s considera que o negócio do BPI em Angola se assume como um obstáculo, mesmo que o banco tenha entregue a participação maioritária no Banco de Fomento de Angola a Isabel dos Santos. “A capitalização geral ainda é limitada pelos riscos decorrentes da restante exposição a Angola, dado que detém uma participação de 48,1% no BFA”, nota a agência.

(Notícia atualizada às 19h23 com mais informações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI vende seguros e gestão de ativos ao CaixaBank. Encaixa mais de 200 milhões de euros

  • Rita Atalaia
  • 23 Novembro 2017

O banco liderado por Pablo Forero vendeu as unidades de seguros, gestão de ativos e também de research ao seu maior acionista, o CaixaBank.

O banco liderado por Pablo Forero vendeu as unidades de seguros, gestão de ativos e também de research ao seu maior acionista, o CaixaBank. A operação foi feita por um valor de mais de 200 milhões de euros, sendo que a mais-valia será de 73 milhões antes de impostos. Uma venda que permitirá reforçar os rácios de capital da instituição.

Num comunicado enviado à CMVM, o BPI comunica que, “na sequência de propostas de aquisição que lhe foram apresentadas pelo seu acionista Caixabank e da aprovação por parte do seu conselho de administração e do CaixaBank”, o banco liderado por Pablo Forero decidiu vender a totalidade do capital social da sociedade BPI Vida e Pensões, Companhia de Seguros, numa operação avaliada em 135 milhões de euros.

Para além disso, a instituição financeira avançou com a alienação das sociedades BPI Gestão de Activos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento por 75 milhões. Já o BPI Global Investment Fund Management Company foi vendido por oito milhões de euros. As duas sociedades são responsáveis pelas atividades de gestão de fundos de investimento do grupo.

O conselho de administração do Banco BPI aprovou as transacções acima descritas com os objectivos de melhorar, a médio e longo prazo, a oferta comercial aos seus clientes, de criar sinergias com o Grupo CaixaBank e de concentrar o Banco BPI na actividade bancária.

BPI

Mas não só. A unidade de research também foi vendida por cerca de quatro milhões de euros. “Foi hoje também assinado um contrato prevendo a alienação por parte do BPI (…) das posições jurídicas que se consubstanciam e são utilizadas nas atividades de corretagem de ações, research e corporate finance“, lê-se no comunicado.

Ao todo, o BPI encaixou 222 milhões com a venda de ativos ao CaixaBank, sendo o objetivo, diz o banco, o de “de melhorar, a médio e longo prazo, a oferta comercial aos seus clientes, de criar sinergias com o Grupo CaixaBank e de concentrar o Banco BPI na atividade bancária”. Mas também de reforçar os rácios de capital.

Mais-valia de 73 milhões reforça rácios

Esta operação traduz-se numa mais-valia de 73 milhões, antes de impostos, para o BPI. Um ganho que vai permitir melhorar os rácios de capital do banco. Segundo o comunicado, permitirá um aumento do rácio CET1, totalmente implementado, de cerca de 130 pontos base.

Por isso, segundo as previsões do BPI, o rácio total deverá passar de 13,3% para 14,6%, enquanto o CET1 será de 12,8%, em vez dos atuais 11,5%.

Negócios ficam em Portugal

As unidades foram vendidas ao acionista espanhol, mas não vão ter de se mudar geograficamente. O BPI explica que as “transação em apreço não envolverão a deslocalização das atividades nelas envolvidas nem a transferência de colaboradores do Banco BPI ou das sociedades do seu grupo”. No caso das unidades de seguros e gestão de ativos, estas “continuarão a desenvolver a sua atividade em Portugal e no Luxemburgo, como até aqui”.

"As transações em apreço não envolverão a deslocalização das atividades nelas envolvidas nem a transferência de colaboradores do Banco BPI ou das sociedades do seu grupo.”

BPI

Não haverá também qualquer alteração aos contratos. “As transações em apreço não envolvem qualquer modificação dos contratos de distribuição de seguros celebrados entre o Grupo BPI e a Allianz Portugal”.

No caso do research, “o CaixaBank tem previsto constituir uma sucursal em Portugal, para onde serão transferidos os colaboradores do Banco Português de Investimento afectos a essas actividades”.

(Notícia atualizada às 19h07)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca multiplica lucros. Só a CGD continua no vermelho

  • Rita Atalaia
  • 14 Novembro 2017

Os bancos conseguiram multiplicar por 12 os lucros até setembro. Só o banco público continua com prejuízo, o que deve mudar já em 2018. As imparidades continuam a cair e os rácios estão mais fortes.

Nuno Amado (BCP); Pablo Forero (BPI); António Vieira Monteiro (Santander Totta); Paulo Macedo (CGD).

Cortar, cortar, cortar… Os esforços dos bancos portugueses para recuperarem da crise e regressarem à rentabilidade estão a dar frutos. BPI, Santander Totta e BCP conseguiram multiplicar por 12 os lucros nos primeiros nove meses deste ano. Isto em comparação com o mesmo período do ano passado — e excluindo o Novo Banco, que ainda não apresentou as contas. Apenas a Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua com prejuízos. Mas Paulo Macedo, presidente do banco público, já disse que a instituição deve entrar no verde já no próximo ano.

Olhando para o ‘bolo’ de 440 milhões de euros — que compara com os 36 milhões registados nos primeiros nove meses de 2016 já que tanto CGD como BCP tinham prejuízos avultados —, o Santander Totta é o responsável pela maior ‘fatia’ dos lucros na banca. São 331,9 milhões de euros até setembro, graças a uma quebra dos custos e das imparidades e provisões.

“Estes bons resultados decorrem do crescimento orgânico da nossa atividade, e do controlo de custos e do risco de crédito”, afirmou o presidente do Totta, António Vieira Monteiro, na apresentação dos resultados para os primeiros nove meses do ano. E ainda sem a integração do Popular — faltam ainda duas autorizações para concluir este processo.

Em segundo lugar neste top dos lucros surge o BCP, que no ano passado tinha prejuízos de 251,1 milhões. O banco liderado por Nuno Amado conseguiu passar de prejuízo a lucros até setembro. Foram 133,3 milhões de euros, beneficiando da “expansão contínua do resultado core“. Já o BPI é o “mais pequeno” em termos dos lucros, mas há um motivo: o Banco Fomento de Angola. O banco liderado por Pablo Forero fechou os primeiros nove meses do ano com lucros de 23 milhões de euro fruto da desconsolidação do BFA, mas também por custos de reestruturação.

CGD vai voltar aos lucros em 2018? “É este o cenário que temos, [reforçado pelos resultados dos últimos trimestres]”.

Paulo Macedo

Presidente executivo da CGD

No vermelho está ainda a CGD. Mas será uma situação temporária, segundo o presidente do banco estatal. Na apresentação das contas, Paulo Macedo voltou a reforçar a ideia de que o regresso aos resultados positivos na atividade doméstico deve acontecer já no próximo ano. “É este o cenário que temos”, reforçado pelos resultados dos últimos trimestres, referiu o presidente do banco estatal. A instituição financeira — que foi alvo de uma profunda reestruturação — tem sido capaz de melhorar as contas trimestre a trimestre, graças sobretudo à diminuição das provisões.

Malparado pesa, mas muito menos

Apesar de os bancos continuarem a debater-se com o problema do malparado, estes créditos tóxicos pesam agora menos na rentabilidade das instituições financeiras. BPI, Totta, CGD e BCP diminuíram para metade as provisões e imparidades para o crédito: o bolo passou de 1.397 milhões para 592,2 milhões de euros, segundo cálculos do ECO com base nas contas dos bancos. É que a “limpeza” no setor foi feita sobretudo no ano passado. Só o banco estatal fechou 2016 com uma fatura de mais de três mil milhões de euros com o reconhecimento das imparidades.

No BCP, apesar de o montante para provisões ainda ser elevado, também caiu para quase metade: de 870 para 458 milhões nos primeiros nove meses deste ano. A CGD reconheceu mais 81 milhões de perdas com o crédito em incumprimento.

Rácios de capital? Ainda mais fortes

Se há um indicador que tem vindo a dar sinais de melhoria são os rácios de capital. Mas o que é que isto significa na prática? São estes os rácios que as autoridades analisam para aferir a robustez de uma instituição num cenário de adversidade económica. Quanto mais baixo estiver o rácio, mais desprotegido está o banco.

Olhando para os bancos nacionais, há agora uma situação completamente diferente do que há um ano… para melhor. O Santander Totta é o que apresenta rácios mais elevados (CET1 de 16,6% e 16,5% no faseado e no totalmente implementado, respetivamente), mas o BCP e a CGD são os que revelam melhorias mais significativas deste indicador. E isto explica-se pelos aumentos de capital realizados por ambas as instituições.

O banco liderado por Nuno Amado realizou um aumento de capital de 1.330 milhões de euros para reforçar os rácios. E o resultado está à vista: tem agora um rácio CET1 (faseado) de 13,2% e um rácio CET1 (totalmente implementado) de 11,70%. Antes, eram de 12,20% e 9,5%, respetivamente. O mesmo acontece na CGD, mas aqui o apoio do Estado foi essencial para a manutenção de níveis acima dos 13%. Uma ajuda que ficaria acima dos cinco mil milhões, mas baixou ligeiramente.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI fecha duas agências no fim do mês

  • Lusa
  • 12 Novembro 2017

Um balcão em Braga e outro em Vila Franca do Campo, nos Açores, vão encerrar até final do mês. Clientes já estão a ser informados para que agências serão transferidas as suas contas no BPI.

O banco BPI vai fechar no final de novembro dois balcões, um em Braga e outro em Vila Franca do Campo, na ilha açoriana de São Miguel, segundo informação interna a que a agência Lusa teve acesso.

As agências em causa são a de Palmeira, freguesia do concelho de Braga, e a de Vila Franca do Campo, município da Região Autónoma dos Açores.

Os clientes das agências já estão a ser informados do encerramento e para que balcões as suas contas serão transferidas.

Os clientes da agência de Braga-Palmeira (situada na Avenida do Cávado, em Palmeira) passarão a ter conta domiciliada na agência de Braga-Liberdade (localizada no centro da cidade, na Avenida da Liberdade), a cerca de seis quilómetros de distância. Já nos Açores, os clientes da agência de Vila Franca do Campo (Rua Cadeia Velha) passarão para a agência do concelho de Lagoa (Avenida Infante D. Henrique), a cerca de 16 quilómetros de distância. Vila Franca do Campo deixa, assim, de ter qualquer balcão do BPI.

Os funcionários destes balcões também estão a ser recolocados noutros locais de trabalho, segundo fonte sindical.

O BPI, que desde início deste ano é controlado pelo grupo espanhol CaixaBank, tem vindo a reduzir trabalhadores e até setembro já saíram 347 pessoas e mais 250 deverão sair até inícios de 2018. Isto a somar às centenas de funcionários que já saíram nos anos anteriores.

Quanto a agências, o novo presidente executivo do BPI, Pablo Forero, tem dado pouca informação. Em outubro passado, afirmou novamente que o essencial da reestruturação da rede comercial já foi feita anteriormente e que encerramentos que venha a haver serão “pontuais”.

No final de setembro, o BPI tinha 5.178 trabalhadores e 434 balcões.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

A seguir aos EUA, é Portugal quem tem mais “estrelas em ascensão” na S&P

A seguir aos EUA, é Portugal quem detém mais "estrelas em ascensão" na lista da agência de rating norte-americana Standard & Poor's.

Portugal tem quatro “estrelas em ascensão” na lista da Standard & Poor’s, sendo o segundo país em todo o mundo com o maior número de rising stars junto da agência de rating norte-americana. Isto acontece depois de a agência ter retirado o país do lixo no mês passado, com a melhoria do rating da República a levar consigo uma subida da notação de outros dois emitentes nacionais — a EDP já era uma rising star.

“Os emitentes portugueses são os segundos que mais contribuem para as estrelas em ascensão a nível global, com quatro estrelas, enquanto os EUA lideram com 14 estrelas”, referiu Diane Vazza, diretora do departamento de research de obrigações da S&P Global.

Em outubro, o número de estrelas em ascensão aumentou para 33 depois de mais cinco emitentes terem entrado na lista daquela agência, três dos quais estão baseados em Portugal. “Os três acréscimos de Portugal resultam da melhoria do rating não solicitado da República de Portugal de “BBB-” para “BB+”, argumenta a agência norte-americana. Foram eles o soberano, Portugal, e os bancos BPI e Santander Totta, que se juntaram à EDP na lista de rising stars.

"Os emitentes portugueses são os segundos que mais contribuem para as estrelas em ascensão a nível global, com quatro estrelas, enquanto os EUA lideram com 14 estrelas.”

Diane Vazza

Diretora do departamento de research de renda fixa da S&P Global

As “estrelas em ascensão” representam os emitentes (incluindo empresas e governos) cuja notação de crédito abandonou a categoria de “investimento especulativo” tendo saltado para uma categoria de “investimento de qualidade”.

De forma surpreendente, a S&P melhorou o rating de Portugal a 15 de setembro, retirando a notação do nível “lixo”, refletindo uma “melhoria das previsões de crescimento económico entre 2017 e 2020, assim como o sólido progresso que o país efetuou na redução do défice orçamental e como a redução do risco de deterioração das condições de financiamento externo”.

Dias depois, a 19 de setembro, a agência reviu em alta as notações do BPI e do Santander Totta, “acompanhando a decisão de melhorar o rating soberano português”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BPI contribui com 103 milhões para lucros recorde do CaixaBank

  • Juliana Nogueira Santos e Lusa
  • 24 Outubro 2017

Os resultados do banco espanhol relativamente ao terceiro trimestre do ano mostram um aumento de 48,7% nos lucros e uma contribuição de 103 milhões de euros do BPI.

O banco espanhol CaixaBank registou, no terceiro trimestre de 2017, lucros recorde de 649 milhões de euros com uma grande fatia destes a vir de território português. O BPI contribuiu com 103 milhões de euros neste trimestre, sendo que, desde a sua integração em fevereiro, já rendeu 180 milhões ao banco espanhol. O presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, manifestou-se “muito satisfeito” com a evolução “muito positiva” do banco português.

Comparando com o trimestre anterior, os lucros do banco avançaram 48,7%, sendo que, o agregado dos nove primeiros meses deste ano ascende aos 1,488 mil milhões de euros. Este aumento de 53,4% relativamente ao mesmo período do ano passado é considerado “o melhor resultado da história do grupo”.

O papel do BPI é sublinhado pelo grupo espanhol, na medida em que contribuiu com lucros de 103 milhões de euros no terceiro trimestre. A sua “grande capacidade de gerar receitas” e “intensa atividade comercial” são apontadas pelo banco como os principais fatores a pesarem nas contas do banco.

“Conseguimos que, num momento de mudança [de acionistas], o banco [BPI] não tenha parado, mas sim mantido e acelerado o seu crescimento”, disse Gonzalo Gortázar na conferência de imprensa em que apresentou os resultados do terceiro trimestre de 2017 do CaixaBank.

"A evolução desde setembro ficou marcada pela consolidação da integração global dos resultados do BPI desde fevereiro, que afeta os principais rubricas do relatório de contas, e pela intensa atividade comercial da entidade.”

CaixaBank

“A evolução desde setembro ficou marcada pela consolidação da integração global dos resultados do BPI desde fevereiro, que afeta os principais rubricas do relatório de contas, e pela intensa atividade comercial da entidade”, pode ler-se no comunicado à imprensa. “Esta força comercial permite uma grande capacidade de gerar receitas, com 6.491 milhões de margem bruta”.

O CaixaBank mantém assim a liderança no mercado espanhol, com uma quota de penetração de 26,7%. Os setores da banca online e da banca móvel também seguem com a entidade liderada por Jordi Gual na dianteira.

O banco espanhol foi uma das empresas a abandonar a Catalunha após o referendo separatista do mês passado, tendo transferido a sua sede social para Valência. Ainda assim, a tensão social e política sentida na região já levou o CaixaBank a perder seis mil milhões de euros em depósitos, valores que se poderão refletir nos resultados do último trimestre do ano.

Mudança para Valência é definitiva

O presidente executivo do CaixaBank, garantiu esta terça-feira que a mudança da sede social de Barcelona para Valência devido à instabilidade política na Catalunha é definitiva, por razões “exclusivamente técnicas e para proteger o interesse dos clientes”.

“Se o Conselho [de Administração] tivesse querido dizer que a mudança era temporária tê-lo-ia dito, e não disse nada a esse respeito”, afirmou o presidente executivo do CaixaBank, Gonzalo Gortázar, em conferência de imprensa de apresentação dos resultados do terceiro trimestre de 2017, que se realizou, pela primeira vez, em Valência.

"Mantenho a quase totalidade da minha conta [bancária] pessoal em Barcelona e não penso mudá-la para Valência ou Madrid.”

Gonzalo Gortázar

Presidente executivo do CaixaBank

A nova sede social e fiscal em Valência implica que o banco passa a realizar nesta cidade as reuniões ordinárias do Conselho de Administração, assim como as assembleias gerais de acionistas e a apresentação de resultados. Os serviços centrais do grupo mantêm-se em Barcelona e não se prevê “outro tipo de mudanças com relevância operacional”. “Mantenho a quase totalidade da minha conta [bancária] pessoal em Barcelona e não penso mudá-la para Valência ou Madrid”, confidenciou Gonzalo Gortázar.

O presidente executivo admite que o boicote pedido por algumas forças separatistas contra as empresas que mudaram a sua sede para fora da Catalunha “não ajuda, principalmente por causa da convivência” entre pessoas, na região.

(Notícia atualizada às 12h10 com mais informação.)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucros do BPI superam estimativas dos analistas

O banco liderado por Pablo Forero fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 23 milhões de euros.

O BPI fechou os primeiros nove meses do ano com um lucros de 23 milhões de euros, segundo comunicado enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Este valor supera as estimativas dos analistas do CaixaBI que antecipavam prejuízos de 29 milhões de euros para o banco liderado por Pablo Forero.

O banco explica que os resultados foram penalizados por resultados não recorrentes de 290 milhões de euros referentes à venda e desconsolidação do angolano BFA e pelo programa de rescisões e reformas antecipadas voluntárias. Ainda assim, o aumento das comissões e a descida de imparidades compensaram os efeitos negativos.

Comparativamente ao mesmo período do ano anterior, e caso não existissem os resultados não recorrentes, o banco adianta que teria registado lucros de 312 milhões de euros (um aumento de 71%), dos quais 152 milhões provenientes da atividade em Portugal. Já Angola teve um contributo de 154 milhões de euros.

O BPI registou uma margem financeira de 301 milhões de euros, o que representa uma ligeira quebra face aos 305 milhões do ano passado. Esta diminuição de quatro milhões de euros reflete sobretudo o custo de nove milhões de euros da dívida subordinada emitida pelo banco em março deste ano.

Em relação ao produto bancário, a rubrica subiu para os 546 milhões de euros, quando comparado com igual período do ano anterior. Mas excluindo efeitos não recorrentes, o produto seria de 722 milhões de euros.

Os custos de estrutura por seu turno agravaram-se de 383 milhões em setembro de 2016 para os 453 milhões de euros em setembro de este ano, devido aos custos com rescisões e reformas antecipadas de 77 milhões de euros.

De referir que os resultados do BPI incluem já 103 milhões de euros de sinergias resultantes da integração do banco nacional no CaixaBank.

No comunicado o BPI destaca ainda o aumento de 1.800 milhões de euros nos recursos totais de clientes para 34.742 milhões de euros, com destaque para a forte expansão dos fundo de investimento que subiram 696 milhões de euros e para os depósitos que cresceram 417 milhões de euros. Já a carteira de crédito do BPI às empresas em Portugal aumentou 320 milhões de euros, uma variação de 5%, para 6.774 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banqueiros levam cheque maior para casa. A culpa é da CGD e do BCP

Entre salários, bónus e outras benesses, receberam 14,8 milhões só num semestre. Os bancos estão a regressar aos lucros e a folha salarial dos gestores está a acompanhar.

A banca nacional está a recuperar. O malparado continua a pesar, mas aos poucos as contas das instituições financeiras vão passando do vermelho para o verde. O valor das remunerações também está a aumentar, alcançando os 14,8 milhões de euros no semestre. Há um aumento significativo face ao ano passado. Praticamente todos os bancos pagaram mais aos administradores, com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a mais do que duplicar as remunerações (por causa da mudança das regras) e o BCP a crescer 30% depois de se libertar da ajuda estatal.

CGD, BCP, Santander Totta, Montepio e BPI entregaram 13,6 milhões de euros aos membros dos conselhos de administração durante a primeira metade do ano passado. O valor passou, este ano, para 14,8 milhões, de acordo com os dados publicados nos respetivos Relatórios e Contas do primeiro semestre de 2017, o que traduz um aumento de 8,4%. É muito? É pouco? Tendo em conta a taxa de inflação nos 12 meses terminados em junho, de 1,07%, as remunerações cresceram quase oito vezes mais do que o aumento do custo de vida.

O cheque global engordou em 1,4 milhões de euros, mas o aumento não foi igual em todos os bancos — até houve um banco, o BPI, em que se assistiu a uma redução do valor pago –, com a CGD a ser responsável por mais de metade da diferença registada no espaço de apenas um ano. Na CGD, a remuneração dos órgãos de gestão e de fiscalização passou de 635 mil euros para 1,462 milhões. É um aumento de 130% que reflete um antes e depois da passagem de António Domingues pelo banco do Estado.

Com a chegada de António Domingues à CGD, as regras de remuneração dos gestores do banco público mudaram, sendo que estes deixaram de estar abrangidos pelo Estatuto do Gestor Público que impunha o teto do salário do primeiro-ministro ou, em alternativa, o vencimento do lugar de origem. O resultado de praticar “salários em linha com o setor” foi que a folha salarial dos administradores da Caixa aumentou de forma substancial. António Domingues passou a ganhar 30.214,29 euros brutos por mês, mais 13,6 mil euros do que o seu antecessor José de Matos.

Domingues só chegou na segunda metade do ano passado, saindo no final de 2016. Mas o salário ficou. Paulo Macedo, bem como os restantes administradores do banco, têm salários sem qualquer tipo de teto, o que se reflete nas contas do primeiro semestre da CGD. Sem travão estão agora também as remunerações dos gestores do BCP, uma vez concluída a devolução ajuda estatal (que limitava os salários) com recurso a um aumento de capital através dos seus acionistas.

Considerando apenas a comissão executiva do BCP, em remunerações contam-se 1,417 milhões de euros, acima dos 1,04 milhões um ano antes. Com complementos de reforma, benefícios pós-emprego e outros, a fatura passa para 2,144 milhões, mas o total vai até aos 2,570 milhões se se juntar à comissão executiva os não-executivos, que completam o conselho de administração do banco liderado por Nuno Amado. O aumento é de 29,9%.

No Montepio, a subida foi de 9,6%. O banco que regressou aos lucros no primeiro semestre elevou a remuneração dos órgãos de gestão, Conselho Supervisão, da Mesa da Assembleia e do Conselho Fiscal para 2,568 milhões de euros.

BPI é a exceção, mas só porque tem menos gestores

“Relativamente ao primeiro semestre de 2017 e de 2016, não foram atribuídas aos membros da Comissão Executiva quaisquer importâncias a título de remuneração variável”, diz o BCP. O mesmo não aconteceu, contudo, no BPI, em que vários dos administradores do banco receberam bónus (ainda que haja diferimento de parte dos valores atribuídos a cada um deles). Fernando Ulrich recebeu 465 mil euros, já Pena do Amaral, Maria Celeste Hagatong e outros três administradores tiveram um cheque extra de 328 mil euros.

Estes bónus, no valor de 2,16 milhões de euros, acrescem à remuneração fixa, às senhas de presença, diuturnidades e bonificações por antiguidade, que colocou a fatura total com a administração do banco em 3,577 milhões de euros, um valor que representa, contudo, uma quebra face aos primeiros seis meses do ano passado. O BPI é mesmo o único dos bancos analisados pelo ECO — não há dados semestrais para o Novo Banco — em que se regista uma redução de 13,2% face ao ano passado. Porquê? Essencialmente porque a administração mudou com a compra pelo CaixaBank, encolhendo o número de administradores da instituição de 21 para 18.

Santander Totta é o que paga mais… também aos trabalhadores

São vários os milhões de euros pagos pelos bancos às suas administrações. Mas no meio de tantos milhões, ninguém paga tanto como o Santander Totta. O banco liderado por António Vieira Monteiro entregou, só nos primeiros seis meses deste ano, 4,646 milhões de euros aos seus gestores, o equivalente a quase um terço do total recebido pelos “homens fortes” da banca nacional. É um valor elevado, mas é pouco diferente daquele que pagou no ano passado: o aumento foi de apenas 1% face aos 4,6 milhões.

Se a liderança recebeu um aumento mínimo, os trabalhadores viram a folha salarial aumentar de forma substancial. O Santander Totta subiu o salário mínimo no banco de 1.000 para 1.200 euros mensais, mais 20% “para todos os trabalhadores a tempo completo”. Numa reunião de 12 de maio, o Comité de Recursos Humanos decidiu alterar o valor do salário mínimo, sendo que este “compreende todas as rubricas que compõem a retribuição mensal e integra já, por antecipação, as atualizações que venham a resultar de futuras revisões da tabela salarial do ACT [Acordo Coletivo de Trabalho] ou de alteração das prestações”, referiu o banco numa nota interna enviada aos trabalhadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Moody’s: Banca portuguesa está a fazer progressos. Malparado ainda pesa

  • Rita Atalaia
  • 21 Setembro 2017

A agência de notação considera que os seis maiores bancos portugueses estão a dar passos para melhorar a qualidade dos ativos e a capitalização. Mas o crédito malparado ainda é um problema.

A Moody’s elogia os progressos dos seis maiores bancos portugueses. Santander Totta, BPI, BCP, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Montepio e Novo Banco estão a conseguir melhorar a qualidade dos ativos, diz a agência de notação, mas continuam a lutar contra um problema: o peso do crédito malparado nos balanços.

A Moody’s, uma das três maiores agências de rating, salienta que a fraca rentabilidade, em resultado do elevado nível de créditos em incumprimento, vai limitar a geração interna de capital dos bancos, o que vai impedir as instituições financeiras de alcançarem os níveis de capitalização dos pares europeus.

Esta mesma questão foi levantada por Faria de Oliveira. Ao ECO, o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) disse que o “sistema bancário vai necessitar, de tempos a tempos, de realizar aumentos de capital. Não a curto, mas a médio prazo“, notou Faria de Oliveira. “Aumentos de capital que vão permitir que os bancos acelerem a resolução dos NPL [crédito malparado].”

No conjunto das maiores instituições financeiras nacionais, BPI e Santander Totta são, segundo a Moody’s, os bancos que se distinguem pela positiva, tanto pelos níveis mais baixos de crédito malparado como pelos rácios de capital mais fortes neste grupo de bancos. A agência refere que os “indicadores de risco [dos dois bancos] têm melhorado desde meados de 2016”. Uma melhoria que levou a Standard & Poor’s a retirar o BPI e o Santander Totta de “lixo”. Em relação ao BCP, CGD e Montepio Geral, a Moody’s realça a melhoria da capitalização. Estes bancos “aumentaram o capital em 2016 e 2017 através de várias medidas”, salienta.

BPI e Santander Totta têm os rácios de capital mais fortes

Fonte: Moody’s

Novo Banco é o “patinho feio” dos NPL

O Novo Banco é o que tem níveis de NPL [malparado] mais elevados. O banco de transição tinha, no final de junho deste ano, um rácio de NPL de 32,1% — o do BPI é de 7% e o do Totta é de 7,7%. Créditos em incumprimento que pesam na rentabilidade do banco e, consequentemente, nos rácios de capital.

Para reforçar os rácios, o Novo Banco avançou com uma oferta de troca de dívida com o objetivo de obter uma poupança de 500 milhões de euros. Na primeira assembleia-geral de obrigacionistas, foi aprovada a resolução de reembolso antecipado de 2,34 mil milhões de euros de valor nominal de obrigações, correspondendo a 37% do objetivo global definido para o sucesso da operação. Agora, na segunda convocatória, os detentores de dívida terão outra oportunidade para aceitar a oferta ou então até 2 de outubro, quando acaba o prazo.

“A recapitalização vai levar a um aumento significativo dos rácios de capital do Novo Banco. No entanto, se o LME [troca de dívida] não for concluída com sucesso, a venda não se concretizará. Isto aumenta o risco de uma resolução ou liquidação do Novo Banco, o que pode provocar perdas elevadas para os obrigacionistas seniores, enquanto também deverá ter impacto nos depósitos juniores”, afirma a Moody’s.

Esta proposta de troca de dívida levou a Moody’s a baixar, em abril, ainda mais o rating das obrigações seniores do Novo Banco para um nível de quase incumprimento. A agência de notação disse que esta oferta de troca é “problemática” perante a ameaça de perdas que a operação representa para os investidores.

(Notícia atualizada às 11h31 com mais detalhes)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

S&P tira BPI e Santander Totta de “lixo”

  • Rita Atalaia
  • 19 Setembro 2017

Depois de ter retirado a dívida da República portuguesa de "lixo", a agência de notação S&P vem agora fazer o mesmo ao rating do BPI e do Santander Totta.

A Standard & Poor’s retirou o BPI e o Santander Totta de “lixo”. Isto depois de ter subido o rating da República portuguesa para investimento na sexta-feira, sem alterar primeiro o outlook para positivo. De acordo com a agência de notação, esta melhoria oferece maior suporte aos dois bancos, o que permitiu uma subida do rating das instituições financeiras.

“A subida do rating de Portugal permite-nos incorporar um maior suporte nos ratings de alguns bancos portugueses”, afirma a S&P, referindo-se ao banco liderado por Pablo Forero e à instituição liderada por António Vieira Monteiro. A perspetiva para ambos os bancos é “estável”.

"A subida do rating de Portugal permite-nos incorporar um maior suporte nos ratings de alguns bancos portugueses.”

Standard & Poor's

Sobre o Santander Totta, a agência salienta que a revisão em alta do rating “reflete o estatuto do Santander Totta como uma subsidiária altamente estratégica do Banco Santander” e considera que é “improvável” que o banco seja vendido. Para além disso, a instituição financeira “opera em linhas de negócio e localizações que consideramos integrantes para a estratégia do grupo”, refere a S&P.

Por outro lado, a melhoria do rating do BPI “reflete o estatuto do banco como uma subsidiária altamente estratégica do CaixaBank”. A agência afirma que o BPI é um “ativo importante na estratégia de longo prazo do grupo”. No entanto, diz a S&P, o aumento da rentabilidade doméstica do BPI é um desafio para o CaixaBank, o que “nos impede de reclassificar o BPI enquanto subsidiária core neste momento”.

Na sexta-feira, a S&P surpreendeu ao retirar o rating da República do lixo. Era esperado que a agência de notação se limitasse a alterar o outlook de estável para positivo. Há seis meses, a agência tinha decidido não alterar a sua perspetiva sobre a dívida portuguesa, mantendo-a no nível BB+ com outlook “estável”. Assim, a subida para um nível acima, BBB-, com perspetiva igualmente estável, não era esperada, cinco anos depois da decisão de colocar a dívida soberana no “lixo”.

Moody’s piora perspetiva sobre Santander Totta

Ainda assim, este não foi motivo suficiente para demover a Moody’s de piorar o rating do Banco Santander Totta: ao final do dia de segunda-feira, a agência piorou o outlook de positivo para estável. “O outlook passou de positivo para estável tendo em consideração a aquisição do Banco Popular Portugal,” justifica o Santander, no comunicado enviado à CMVM.

Já as notações de risco foram reafirmadas: o baseline credit assessment (BCA) mantém-se em ba3, o BCA ajustado continua em ba1 e o counterparty risk assessment está em Baa3/P-3.

(Notícia atualizada às 15h42 com decisão da Moody’s sobre o Santander Totta)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Afinal, o BPI vale mais 24% do que o CaixaBank pagou

  • ECO
  • 31 Agosto 2017

Esta diferença de valor permitiu ao CaixaBank realizar um ganho extraordinário de 256 milhões com a integração do banco português.

O BPI já vale mais 24% do que o CaixaBank pagou na Oferta Pública de Aquisição (OPA). A instituição liderada por Pablo Forero apresenta um valor bem mais elevado nas contas do banco espanhol do que o que foi pago aos acionistas, sendo a diferença o resultado do ajuste da avaliação ao valor contabilístico. Esta atualização permitiu ao CaixaBank ganhar 256 milhões no trimestre.

 

O Jornal de Negócios (acesso pago) avança que esta mais-valia, que contribuiu para cerca de um terço dos resultados trimestrais, podia ter sido ainda maior se o CaixaBank não tivesse feito uma avaliação tão conservadora dos ativos e passivos do BPI. Na altura da OPA, o banco estava a negociar a desconto face ao valor contabilístico.

Nas OPA, o preço a pagar pode ser fixado em função da cotação média dos últimos seis meses e, nessa altura, o BPI ainda enfrentava muitas dúvidas em relação à sua exposição a Angola, que teve de ser reduzida por imposição do Banco Central Europeu. O valor em bolsa estava abaixo do valor contabilístico, sendo que agora o banco espanhol dá esse mesmo valor ao banco nas suas contas.

Na altura da OPA houve alguns acionistas do BPI, sobretudo pequenos acionistas, que contestaram o preço de 1,134 euros por ação que o CaixaBank pagou. Foi o caso da Violas Ferreira Finance (VFF), que sempre se mostrou contra a OPA. O acionista considerou na altura que a venda de 2% do BFA a Isabel dos Santos por 28 milhões de euros beneficiava a empresária, prejudicando os outros acionistas. Ainda no decorrer dessa venda, a VFF pediu à CMVM que nomeasse um administrador independente ameaçando que podia recorrer para os tribunais caso isso não acontecesse. A CMVM não teve o mesmo entendimento e avançou com a operação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.