Bancos sobem comissões no verão. Deco estranha coincidência

  • Rita Atalaia
  • 28 Agosto 2017

A associação para a defesa dos consumidores aconselha os clientes a estarem atentos aos preços das comissões. E, caso seja necessário, que procurem outras alternativas no mercado.

A Deco está a estranhar o aumento das comissões dos bancos durante o verão. A associação para a defesa dos consumidores realça a coincidência das alterações dos preçários durante o mês de agosto, quando muitas pessoas estão de férias. Isto depois de o ECO ter dado conta de que o Novo Banco reviu as condições de isenção, exigindo agora um saldo sete vezes superior para não ter de pagar nada nas contas à ordem normais.

Nuno Rico, da Deco, afirma “que houve aqui um conjunto de alterações no mês de agosto em diversas instituições bancárias. Nós destacamos pelo menos quatro: Novo Banco, BPI, Caixa Geral de Depósitos e o agora designado EuroBic“, segundo o que foi avançado pela Antena 1 e confirmado pelo ECO. Considerando este aumento neste período, a Deco aconselha os clientes a estarem atentos aos preços das comissões. E, caso seja necessário, que procurem outras alternativas no mercado.

De acordo com a TSF, a Associação de Defesa dos Clientes Bancários (ABESD) também acusou o Novo Banco de falta de transparência. “O Novo Banco parece ter utilizado as férias para procurar que o aumento nas comissões não fosse do conhecimento público”, salienta a entidade. A ABESD considera estes aumentos inaceitáveis, afirma o presidente da associação, Luís Janeiro, que lamenta que tenha sido o banco público a dar o mau exemplo.

Em maio, o BPI publicou um documento com as alterações do respetivo preçário para vigorarem a partir do início de agosto, onde estava prevista a subida de diversas comissões, sobretudo relacionadas com cartões de crédito e débito, bem como com cheques. Já na semana passada, o Novo Banco reviu as condições de isenção das contas, exigindo agora um saldo sete vezes superior para não ter de pagar nada nas contas à ordem normais. Se até agora bastava ter 5.000 euros para estar isento de qualquer comissão de manutenção, neste momento os clientes do banco liderado por António Ramalho precisam de ter 35 mil euros na conta.

Agora é a vez de a Caixa Geral de Depósitos mudar as condições de milhares de contas até agora isentas de alguns custos. A partir de setembro, só os clientes com mais de 65 anos e pensão ou reforma inferior a 835,50 euros continuarão isentos. Em causa estão 700 mil contas, que, segundo disse Paulo Macedo num evento no mês passado, “pagam zero” pelos serviços bancários. Na altura, o presidente executivo do banco público fez saber que haveria alterações a este cenário. Na prática, vários clientes deixariam de ter uma conta base e seriam integrados nos serviços mínimos bancários, desde que cumprissem uma série de critérios preestabelecidos.

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BPI conclui plano de saídas de trabalhadores. Custa 106 milhões de euros

Banco anuncia conclusão do plano de reformas antecipadas e rescisões voluntárias. Saídas custaram de mais de 100 milhões de euros, mas vão permitir poupanças de 36 milhões.

O Banco BPI chegou a acordo com 617 colaboradores com vista à rescisão voluntária ou reforma antecipada, num plano de reestruturação que implicou um custo total de 109 milhões de euros já refletido nas contas do primeiro semestre. Ainda assim, informa o banco liderado por Pablo Forero, há poupanças na ordem dos 36 milhões de euros com estas saídas.

Em comunicado ao mercado, o BPI indica que, do total de 617 trabalhadores, 544 deixarão os quadros do banco ainda este ano, enquanto os restantes 73 abandonam em 2018.

“A comissão executiva do BPI considera que foram adequadamente cumpridos os objetivos estabelecidos, não estando por isso previstos novos programas neste domínio”, diz o banco que foi recentemente adquirido pelos espanhóis do CaixaBank. A gestão liderada por Forero “reafirma o objetivo de sinergias de 120 milhões de euros anunciado para o final de 2019”.

Todos os encargos incorridos com estas saídas já foram incorporados nos resultados que o BPI se prepara para apresentar no próximo dia 25 de junho. No primeiro trimestre, a instituição registou um prejuízo de 122,2 milhões de euros.

Após a aquisição do BPI pelo CaixaBank, em fevereiro, o grupo espanhol anunciou a intenção de acelerar as saídas do banco português para alcançar sinergias em três anos no valor de 120 milhões de euros, estimando que 35 milhões de euros sejam conseguidos com crescimento de receitas e 85 milhões com poupança de custos.

"A comissão executiva do BPI considera que foram adequadamente cumpridos os objetivos estabelecidos, não estando por isso previstos novos programas neste domínio. A comissão executiva do BPI reafirma o objetivo de sinergias de 120 milhões de euros anunciado para o final de 2019.”

Banco BPI

CMVM

Assim, avançou com um plano de saídas adicional a 27 de abril e no qual oferecia 2,5 salários por cada ano de trabalho a quem aceite sair por rescisão amigável, mas sem acesso a subsídio de desemprego, segundo os sindicatos.

O BPI tinha 5.445 trabalhadores em Portugal no final de março.

(Notícia atualizada às 17h49)

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S&P: Bancos só regressarão aos lucros em 2018. E serão limitados

Agência coloca bancos portugueses no mesmo grupo da Bulgária e Marrocos, entre outros países. Diz que os planos de reestruturação estão a correr bem, mas vão demorar até regressar à rentabilidade.

A Standard & Poor’s coloca o setor bancário de Portugal no grupo “7”, juntamente com países como a Hungria, Bulgária, Croácia, Bahrain, Jordânia, Marrocos, Filipinas. Na sua avaliação de risco à indústria bancária dos vários países (BICRA), a agência norte-americana considera que, apesar dos progressos nos planos de reestruturação, ainda vai demorar tempo até que eles surtam efeitos positivos na rentabilidade dos bancos e na redução das imparidades com crédito. E, por isso, lucros só em 2018.

Com um rating “BB+”, já dentro daquilo que considera ser investimento especulativo (“lixo”), a S&P não prevê grandes mudanças no risco do setor bancário em Portugal. “Vai permanecer estável porque continuará a revelar dificuldades em voltar à rentabilidade e à eficiência à luz das atuais taxas de juro, o crescimento modesto e do elevado stock de ativos tóxicos”, diz a agência.

“Apesar de os planos de reestruturação estarem a correr bem em vários bancos, esperamos que leve algum tempo até que esses planos se traduzam num reforço da rentabilidade doméstica e no regresso das imparidades com crédito para níveis mais adequados“, sublinha ainda.

Deste modo, adianta a S&P, “o sistema bancário português deverá continuar a registar prejuízos em 2017 e a apresentar lucros limitados em 2018”.

De resto, do lado das fraquezas que encontra na indústria bancária nacional, além do significativo stock de ativos problemáticos e dos desafios na frente da rentabilidade dos bancos, a S&P destaca o elevado endividamento público e privado e ainda a dependência estrutural do financiamento externo dos bancos. “O acesso aos mercados de capital ainda não regressou ao normal”, nota a S&P.

Como pontos positivos, a agência enfatiza a recuperação económica depois de uma recessão prolongada, a ampla e estável base de depositantes e também a regulação e supervisão sob orientação do Banco Central Europeu (BCE).

"Apesar de os planos de reestruturação estarem a correr bem em vários bancos, esperamos que leve algum tempo até que esses planos se traduzam num reforço da rentabilidade doméstica e no regresso das imparidades com crédito para níveis mais adequados.”

Standard & Poor's

Comunicado

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Fitch melhora outlook do BPI e Santander Totta para “positivo”

A agência de notação financeira melhorou as perspetivas de evolução do rating do BPI e Santander Totta, que viram os seus ratings reafirmados. Isto depois de ter feito o mesmo em relação a Portugal.

Depois de ter melhorado a perspetiva da República portuguesa de “estável” para “positiva”, a agência Fitch fez o mesmo em relação aos bancos BPI e Santander Totta, que viram os seus ratings “BBB” e “BBB-” reafirmados e os seus outlooks revistos em alta.

“A revisão do outlook dos bancos (…) acompanha a revisão do outlook de Portugal” decidida a 16 junho, adianta a agência de notação financeira num comunicado divulgado esta quarta-feira.

Em relação ao Santander Totta, cujo rating se encontra dois níveis acima da notação de Portugal, a Fitch argumenta que o banco apresenta o conforto de ser detido integralmente pelo grupo espanhol Santander. “As atividades do Santander Totta em Portugal são estrategicamente importantes para o grupo [Santander] e a sua administração e cultura corporativa estão altamente integradas com as da sua casa mãe”, defende a Fitch.

Quanto ao BPI, o seu rating está apenas um nível acima de Portugal, “porque a Fitch acredita que a propensão do CaixaBank para apoiar o Banco BPI está ligada ao ambiente operacional em Portugal, uma vez que isto afeta a atratividade do BPI para o grupo e o impacto do BPI no risco global e perfil de rentabilidade do CaixaBank”.

“O rating do BPI reflete a elevada probabilidade de apoio por parte do seu derradeiro parente, o CaixaBank (BBB/Positivo). A Fitch acredita que Portugal é um mercado estrategicamente importante para o CaixaBank como ficou demonstrado pelo investimento de longo prazo no BPI e a aquisição do controlo do banco em fevereiro deste ano”, disse a Fitch.

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Espanhóis já controlam 30% da banca portuguesa

A banca nacional fala cada vez menos a língua de Camões. Banqueiros encaram diversidade geográfica com normalidade. Com venda do Novo Banco, protagonismo nacional fica a pertencer à CGD.

É uma tendência consolidada em 2017: a espanholização da banca portuguesa. Nuestros hermanos já detêm 30% do mercado nacional, um domínio que é salientado com a compra do Banco Popular pelo Santander por um simbólico euro.

Santander, Bankinter, CaixaBank... é de peso o protagonismo que o país vizinho tem vindo a assumir nos últimos anos na banca portuguesa. Depois da aquisição do problemático Popular pelo Grupo Santander, o Santander Totta viu alargada a sua influência no mercado nacional com a integração do Popular Portugal. Foi a segunda aquisição do Santander em território nacional em menos de dois anos, depois da compra do Banif no final de 2015. E com ela os espanhóis passaram a controlar o maior banco privado no país, com uma carteira de ativos de 53,9 milhões, representando 17% do mercado.

Isto acontece poucos meses depois de os catalães do CaixaBank terem concluído a oferta pública de aquisição (OPA) sobre o BPI. O grupo de Barcelona já era o principal acionista do BPI. Mas, depois de finalizada a OPA em fevereiro passado, apoderou-se de cerca 95% do capital do banco português cujos ativos ascendiam no final de 2016 a 31,3 mil milhões de euros, aproximadamente 10% do total do mercado português.

Cerca de um ano antes, o Bankinter adquiriu o negócio do Barclays por cerca de 86 milhões de euros. Ou seja, feitas as contas com base nos ativos sob gestão dos bancos em Portugal, os grupos financeiros espanhóis assumem atualmente uma quota de mercado de 29,2% de um mercado bancário português que fala cada vez menos a língua de Camões. Algo que não assusta propriamente os banqueiros nacionais, mas que já mereceu reparos de Marcelo Rebelo de Sousa no passado em relação à forte presença espanhola na banca deste lado da fronteira.

“É importante haver uma participação significativa, o que é diferente de haver um exclusivo. É uma posição de fundo. Nenhuma economia deve ter uma posição exclusiva noutra economia”, disse o Presidente há um ano.

Português perde expressão na banca

Fonte: Relatório e Contas dos bancos; CMVM. Quota de mercado em Ativos (Valores em %)Relatório e contas dos bancos

De Madrid a Luanda, Pequim e… Nova Iorque?

Foi também em fevereiro deste ano que o BCP concluiu um aumento de capital no valor de 1.300 milhões de euros. Esta operação de reforço de capital veio dar força à presença de chineses e angolanos na instituição liderada por Nuno Amado. Na prática, contribuiu para que atualmente mais de 46% do mercado nacional seja pertença de investidores internacionais.

A questão da nacionalidade do acionista não importa, mas antes a qualidade. Sou muito favorável a essa diversificação. Mas é bom que nessa diversidade haja uma base portuguesa“, tinha dito Nuno Amado, CEO do BCP, em novembro passado, a propósito da internacionalização do setor financeiro português.

Nestas contas não está ainda incluída a venda do Novo Banco para o fundo norte-americano Lone Star. A instituição ainda pertence ao Fundo de Resolução. Mas, ao que tudo indica, o processo de venda do banco de transição está na reta final e, assim que a operação estiver oficialmente encerrada, mais um bom pedaço do bolo português vai parar a mãos estrangeiras. O retrato será este: 60% internacional e 40% português — com a pública Caixa Geral de Depósitos a assumir o protagonismo principal do lado luso, com 21% do total da quota.

Para António Ramalho, do Novo Banco, esta nova ordem no panorama bancário português é natural: “Não tem nada de anormal nesta diversificação geográfica dos acionistas dos bancos. Aliás, num país com a história de Portugal é natural que haja muitas geografias a olhar para nós“.

"Não tem nada de anormal nesta diversificação geográfica dos acionistas dos bancos. Aliás, num país com a história de Portugal é natural que haja muitas geografias a olhar para nós.”

António Ramalho

Presidente do Novo Banco

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CaixaBank quer fazer mudanças internas no BPI

  • Lusa
  • 27 Maio 2017

O BPI, controlado pelo espanhol CaixaBank, vai reorganizar a sua estrutura interna a partir de junho. A área de banca de investimento fica obrigada a reportar a Espanha.

O Banco BPI, controlado pelo espanhol CaixaBank, vai reorganizar a sua estrutura interna a partir de junho, sendo que a área de banca de investimento fica obrigada a reporte a Espanha.

Segundo uma nota interna, a que a Lusa teve acesso, a reorganização interna do banco foi aprovada na reunião da comissão executiva de 23 de maio e terá efeitos já em junho. Desde logo, é criada a unidade de banca corporativa e de investimento, que “integra os 25 principais grupos empresariais portugueses e as áreas de produtos de banca de investimento”.

É referido que as equipas de clientes serão liderada por Carmo Oliveira a quem é dada a missão de fazer a “implementação sistemática comercial do CaixaBank” e a “maximização do cross-selling entre as duas instituições”, o BPI e o CaixaBank. Já as unidades responsáveis por produtos de banca de investimento (financiamento estruturado, corporate finance e mercado de capitais – distribuição) serão “geridas numa lógica de unidade ibérica, com reporte funcional ao CaixaBank”.

Esta nota interna informa ainda da “nomeação, em cada região, de um único diretor responsável pela gestão das grandes empresas, médias empresas e banca institucional”. Esta medida implica a redução de sete para dois dos diretores que fazem reporte direto à administração, ficando Pedro Fernandes responsável pelo norte de Portugal e Pedro Coelho pelo sul.

Além destas mudanças, são integradas as direções de operações especiais de empresas e de investimento imobiliário e é criada a direção de banca transacional para empresas, que passará a integrar parte das equipas de direção de crédito especializado a empresas, que é extinta.

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Equipas de research do BPI e CaixaBank fazem joint venture

As duas equipas passam a trabalhar para ambas as instituições. As áreas foram distribuídas entre Portugal e Espanha. Depois da OPA do espanhol CaixaBank ao BPI, as sinergias são para aprofundar.

As equipas de research são um primeiro sinal, mas o CaixaBank quer ir muito mais longe nas sinergias com o BPI — 120 milhões até 2019.

Um porta-voz do espanhol CaixaBank, que agora detém 84,5% do BPI na sequência da Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada no início do ano, revelou à Bloomberg que foi assinado um acordo de joint venture com as unidades de investimento do BPI para oferecerem serviços conjuntos de corretagem de ações.

Presentemente, a divisão de Equity Research do BPI é dirigida por Bruno Silva que vai continuar à frente da equipa de research mas só para a parte das ações, em ambos os bancos. Já Javier Marin, que era o responsável pelo departamento de research do CaixaBank, passará a dirigir a área de research de activos de rendimento fixo, como a dívida pública.

Outra das alterações resultantes desta reorganização das equipas de research, segundo o mesmo porta-voz citado pela Bloomberg, é a mudança de alguns analistas da antiga equipa de research do CaixaBank para a equipa de activos de rendimento fixo.

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Bancos já estão a dar lucros. A dúvida é a CGD

  • Rita Atalaia
  • 18 Maio 2017

BCP e Santander Totta aumentaram os lucros no primeiro trimestre. O BPI também, mas apenas excluindo o BFA. Hoje é a vez de a CGD apresentar resultados. Estará de regresso aos lucros?

Os lucros estão, pouco a pouco, a regressar aos bancos portugueses. BPI, BCP e Santander Totta estão a beneficiar da recuperação do setor. Perante o crescimento dos lucros, fruto da melhoria da atividade mas também do menor peso das imparidades, os rácios de capital estão cada vez mais fortes. Mas a grande dúvida é se a Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai conseguir apanhar esta boleia dos lucros. Uma questão que será respondida quando o banco estatal apresentar hoje os números para os primeiros três meses do ano.

Nuno Amado (BCP); Pablo Forero (BPI); António Vieira Monteiro (Santander Totta); Paulo Macedo (CGD).

Ao todo, Santander Totta, BCP e BPI (excluindo o impacto da venda do BFA) acumularam lucros de mais de 260 milhões de euros nos primeiros três meses do ano. Um aumento de quase 60 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. O banco de António Vieira Monteiro foi o que mais contribuiu para esta melhoria. Mas o BCP também revelou um aumento dos lucros, contrariando as expectativas no mercado. Para este crescimento contribuiu, disse o banco, o bom desempenho da atividade em Portugal.

O caso do BPI é um pouco diferente. O banco agora liderado por Pablo Forero teria registado lucros de 90 milhões sem contar com a alienação dos 2% que tinha no BFA. Com este impacto, a instituição financeira teve prejuízos de 122,3 milhões. Mas também deixou uma garantia na apresentação dos resultados: o próximo trimestre já deve ser de lucros.

Mas há algo que os três bancos têm em comum: as imparidades estão a diminuir e os rácios de capital estão mais fortes. O dinheiro que as instituições têm de colocar de parte para fazer frente a problemas, como o crédito malparado — Portugal está no top 3 dos países da zona euro onde este indicador é mais elevado — é cada vez menos. Se, por um lado, o banco liderado por António Vieira Monteiro colocou apenas 3,7 milhões de lado, por outro, o BCP diminuiu as provisões para 148 milhões. Já, no BPI, as imparidades resultaram num impacto positivo no resultado de 6,3 milhões de euros.

Os rácios de capital? Estão mais fortes

No BPI, o aumento dos lucros e a diminuição das imparidades traduzem-se numa outra melhoria: os rácios de capital também estão mais fortes. O rácio CET1, com as regras aplicáveis em 2017, ficou nos 11,9%. Já o CET1, com as regras totalmente implementadas, situou-se nos 10,8%.

O mesmo no BCP. “A evolução positiva do rácio CET1 no primeiro trimestre de 2017 beneficiou maioritariamente da operação de aumento de capital realizada em fevereiro 2017 e dos resultados líquidos acumulados do primeiro trimestre de 2017″, destacou o banco liderado por Nuno Amado. O CET1 faseado e totalmente implementado é de 13% e de 11,2%, respetivamente.

Mas a instituição que realmente se destaca é o Santander Totta. O banco realçou, na apresentação dos resultados, que estes indicadores “continuam bastante acima” do que é exigido pelo Banco Central Europeu. E muito acima dos seus pares. O rácio CET1, totalmente implementado, situou-se nos 14,7%.

Será que a CGD vai apanhar boleia?

É neste cenário de aumento dos lucros, redução das imparidades e reforço dos rácios de capital que o banco liderado por Paulo Macedo vai apresentar as contas relativas aos primeiros três meses do ano. Mas pode ainda não ser dia de festa para o banco público.

Contactado pelo ECO, um especialista no setor relembra o que foi dito pelo presidente da CGD quando o banco apresentou os resultados para o total do ano passado: os lucros só devem regressar daqui a dois anos. Há resultados extraordinários negativos e isso fará com que — mesmo com resultados recorrentes positivos — haja no início resultados líquidos negativos até 2018“, explicou Paulo Macedo.

Isto numa base anual. Trimestralmente, é muito difícil fazer uma projeção, refere o analista. “Vai ser um trimestre totalmente atípico por força da recapitalização“, explica. E, por isso, é muito difícil prever se é desta que o banco estatal vai regressar aos lucros. No primeiro trimestre do ano passado, a CGD registou um prejuízo de 74,2 milhões de euros.

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CaixaBank aposta no crescimento do BPI até ser o maior banco português

  • Lusa
  • 28 Abril 2017

O presidente executivo do CaixaBank diz que BPI está num "muito bom caminho" para atingir o mesmo crescimento do banco espanhol até se tornar no maior banco português.

Na apresentação que fez esta manhã em Barcelona dos resultados do primeiro trimestre do CaixaBank, Gonzalo Gortázar afirmou que o atual plano de 100 dias que está a ser implementado no BPI está em “muito bom caminho” e “no futuro haverá uma aceleração quase permanente” no crescimento do banco português. “Tenho o ‘feeling’ que vamos cumprir as sinergias anunciadas e conseguir que o BPI possa ter o mesmo tipo de evolução” que o CaixaBank teve em Espanha, tornando-se no primeiro banco português, afirmou Gortázar.

Por outro lado, o presidente executivo do CaixaBank afastou a possibilidade de uma mudança de nome do BPI nos próximos anos. “Temos mais de 100 iniciativas em marcha e não há nenhuma que esteja a estudar uma mudança de nome. Portanto, não prevejo uma mudança de nome”, assegurou Gonzalo Gortázar, insistindo que “a prioridade neste momento é reforçar a rentabilidade e a eficiência do BPI”. Gonzalo Gortázar voltou a defender que o BPI tenha um “crescimento orgânico”, não estando previsto que cresça através da aquisição de outras entidades.

O responsável do banco espanhol voltou a referir que estão previstas despesas de 150 milhões de euros para “melhorar a eficiência e reestruturação” do BPI e, como isso vai ter um impacto nos resultados da empresa, “ainda é cedo para falar numa política sustentada de dividendos para o banco”.

O CaixaBank teve lucros de 403 milhões de euros no primeiro trimestre de 2017, um crescimento de 47,9% em relação ao mesmo período de 2016, quando ainda não tinha integrado contabilisticamente o BPI. Em informação dada hoje à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, o CaixaBank salienta que estes resultados, que incluem um aumento de 11% dos créditos e dos recursos, foram conseguidos “depois de integrar o BPI”. Dos resultados globais, 353 milhões de euros correspondem à atividade do CaixaBank (30% mais do que no exercício anterior), enquanto 50 milhões foram trazidos pelo BPI, informa o banco espanhol.

Em fevereiro, o CaixaBank ficou com 84,5% do BPI na oferta pública de aquisição, tendo ficado nas mãos de outros acionistas 15,49% do capital. Por outro lado, a integração do BPI produziu um resultado extraordinário de 155 milhões de euros, mas como a reestruturação em curso no banco português nos próximos meses terá um custo aproximado de 155 milhões de euros, o impacto global da operação será neutro.

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Forero: “Não contemplamos uma saída total” de Angola

  • Rita Atalaia
  • 27 Abril 2017

O BPI apresentou prejuízos de 122 milhões de euros nos três primeiros meses do ano, mas os responsáveis do banco falam num trimestre que "correu muito bem", com melhorias nos depósitos e no crédito.

O BPI explicou, esta quinta-feira, os resultados referentes ao primeiro trimestre. Um relatório que revelou um prejuízo de 122 milhões, pressionado pela venda de 2% do Banco de Fomento Angola. As contas foram analisadas na primeira conferência de imprensa com Pablo Forero na liderança do banco.

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BPI com prejuízos de 122 milhões no primeiro trimestre

A venda de 2% do BFA penalizou os resultados do BPI. Sem esta operação, o banco teria lucros de 90 milhões.

O BPI reportou prejuízos de 122,3 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano. O resultado negativo reflete o impacto da venda de 2% do Banco de Fomento Angola (BFA). Sem esta venda, o banco teria registado lucros de 90 milhões.

A venda de parte do negócio em Angola e consequente desconsolidação desta entidade “reflete um impacto negativo de 212,3 milhões de euros”, esclarece o banco agora liderado por Pablo Forero num comunicado enviado à CMVM. Um resultado que levou o banco a registar um prejuízo de 122,3 milhões de euros no primeiro trimestre, em comparação com lucros de 45,8 milhões no mesmo período do ano passado.

A instituição financeira esclarece que quando se exclui esta alienação, o lucro líquido consolidado ascende a 90 milhões de euros, com contributos de 43,8 milhões de euros da atividade doméstica (7,9 milhões no período homólogo) e de 46,2 milhões de euros da atividade internacional (37,9 milhões no período homólogo).

Foi em janeiro deste ano que o BPI concretizou a venda de 2% do BFA à Unitel, que se “destinou a solucionar a situação de ultrapassagem do limite dos grandes riscos com que o banco BPI estava confrontado, resultante da exposição do BFA a dívida pública angolana”, relembra o BPI.

No mercado nacional, é de destacar o crescimento da margem financeira de 7,1%, para os 6,7 milhões de euros. “A evolução positiva da margem financeira é explicada principalmente pela redução do custo dos depósitos a prazo”, refere. Já as comissões cresceram 2,8% no primeiro trimestre.

Por outro lado, as imparidades e as provisões resultaram num impacto positivo no resultado de 6,3 milhões de euros. “Recuperaram-se 6,2 milhões de euros de crédito e juros vencidos anteriormente abatidos ao ativo e despesas”, explica o banco.

Os rácios de capital também estão mais fortes. O rácio CET1, com as regras aplicáveis em 2017, ficou nos 11,9%. Já o CET1, com as regras totalmente implementadas, situou-se nos 10,8%.

Nos primeiros três meses do ano, o banco também conseguiu reduzir os custos de estrutura. Em relação à atividade do banco em França, os custos com pessoal, excluindo reformas antecipadas e indemnizações, caíram 8,5% (o equivalente a 6,2 milhões de euros), para um total de 66,8 milhões, fruto da redução em 6,7% do número de trabalhadores dos quadros. Ao todo, saíram do BPI 394 trabalhadores neste primeiro trimestre.

(Notícia atualizada às 19h30 com mais detalhes)

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“BPI tem vontade de oferecer mais crédito e mais produto”

O novo presidente do BPI deixou o recado: "Não esperem coisas espetaculares" do futuro do BPI, o que vai acontecer "é uma evolução".

Pablo Forero, o novo presidente executivo do BPI, considera que o BPI está mais bem posicionado para “beneficiar da recuperação económica em Portugal” e, por isso, o banco “tem vontade de oferecer mais crédito e mais produto”.

O novo presidente executivo, na conferência de imprensa que teve lugar após a assembleia geral que aprovou por unanimidade os novos órgãos sociais do BPI, especificou ainda: “Temos uma carteira de crédito que é do melhor, o crédito malparado é do mais baixo em Portugal e na Península Ibérica”.

Forero frisou ainda que “o BPI tem claramente uma vontade de crescer e de oferecer mais crédito e mais produtos, mais inovação tecnológica aos nossos clientes“.

Questionado sobre o que esperar deste nuevo BPI, o recém-chegado presidente executivo referiu que “não esperem coisas espetaculares, o que vai acontecer é uma evolução, é um processo contínuo de todos os dias”.

Já sobre o plano de sinergias apresentado no prospeto da oferta pública de aquisição e que apontavam para os 120 milhões de euros adianta “que os números se mantém, mas as cifras são orientativas, desse montante 85 milhões são relativos a poupanças e 35 milhões a receitas, isto no prazo de três anos”.

Fernando Ulrich: “Vou trabalhar em dedicação exclusiva ao BPI”

Fernando Ulrich, que esta manhã passou a pasta executiva a Pablo Forero, assumindo o cargo de presidente do conselho de administração do BPI disse que o banco pode contar com a sua disponibilidade a tempo inteiro.

Trabalharei em dedicação exclusiva para o BPI. E terei duas missões: cumprir e respeitar o que a lei geral e as regras de supervisão impõem e em segundo lugar, corresponder e colaborar com o que o presidente executivo entenda que possa vir a ser útil”. Para Ulrich esta segunda componente passa por entender o “que o um Presidente não executivo pode e deve fazer, se for suficientemente respeitado, é exercer influência da forma mais positiva para o banco, sem qualquer parecença com as funções executiva”.

Esse é um grande desafio, é assim que vejo o futuro“, rematou o novo chairman do banco.

E ainda sobre o futuro deixou escapar: “vou ter uma vida mais tranquila, não vou ter o stress que tinha como CEO do banco”.

Já sobre o futuro do BPI, e sobre a “espanholização”, Ulrich não tem dúvidas: “O CaixaBank é o maior banco de Espanha, acionista do BPI desde 1995 e sempre apoiou o banco”. No seu entender isso “é uma vantagem muito grande, não só para o banco como para os clientes do BPI”.

Pablo Forero foi também motivo de análise para Ulrich. “O novo CEO tem excedido as expectativas, mas a forma como tem atuado e como tem interagido com as pessoas são motivos de grande satisfação. É uma situação exemplar para o banco”.

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