Nos consegue patentear sistema de “zapping” inteligente nos EUA

  • Lusa
  • 30 Agosto 2023

Solução desenvolvida pela Nos Inovação "analisa os padrões" de mudança de canal do utilizador (zapping) para "determinar a probabilidade de este mudar para outros canais".

A Nos NOS 0,80% anunciou esta quarta-feira que registou uma patente nos Estados Unidos da América (EUA) para um sistema que usa padrões de zapping dos utilizadores para melhorar a forma como mudam canais nas boxes, anunciou a operadora num comunicado.

A solução, desenvolvida pela Nos Inovação, “analisa os padrões de zapping [mudança de canal] do utilizador para determinar a probabilidade de este mudar para outros canais“, destacou, indicando que com este conhecimento, “ao fim de um determinado período, faz uma pré-sintonização daquele que, com base no seu padrão habitual, é o ‘próximo canal’ mais provável, o que permite aumentar a rapidez e melhorar a experiência do zapping“.

A operadora frisou que “toda a informação é anonimizada e confidencial”.

Citado na mesma nota, João Ferreira, diretor da Nos Inovação, disse que “este é um exemplo da forma como a ciência de dados, bem como a inteligência artificial, pode ajudar a melhorar a ‘performance’ dos produtos atuais e futuros”.

“Estamos a trabalhar em novas formas de as usarmos para melhorar” ou criar “novos produtos e serviços que vão ao encontro das necessidades dos nossos clientes”, destacou, acrescentando que dentro dessa estratégia, a empresa quer “desenvolver um ecossistema inteligente NOS que seja a referência, não só no mercado nacional, mas também a nível internacional“.

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Investimento e taxas de juro reduzem lucros da Nos em 5,7% até junho

No semestre em que subiu o preço das telecomunicações, a empresa liderada por Miguel Almeida viu os lucros caírem para 80,5 milhões de euros. Receitas subiram 4,5%, incluindo no cinema e audiovisual.

A Nos lucrou 80,5 milhões de euros na primeira metade de 2023, um valor que fica 5,7% abaixo do alcançado em igual período do ano passado. A empresa de telecomunicações explica a redução com o “crescimento acentuado das depreciações e amortizações como resultado dos contínuos investimentos que tem vindo a realizar, bem como pelo aumento das taxas de juro na estrutura de custos e devido ao atual contexto macroeconómico”.

Em comunicado enviado à CMVM, a empresa liderada por Miguel Almeida reporta uma subida de 4,5% nas receitas consolidadas até junho, para 775,2 milhões de euros, com destaque para a progressão nas telecomunicações (3,5%, para 746,6 milhões) devido ao aumento do número de serviços. Nos serviços móveis pós-pagos teve um crescimento de 9% neste período, em que a área do cinema e audiovisuais rendeu 45 milhões de euros (+15,2%).

“A NOS apresenta, no primeiro semestre de 2023, um conjunto de resultados robustos, reflexo da recetividade e confiança dos clientes perante as ofertas que disponibilizamos, assentes em redes de última geração consistentemente reconhecidas por entidades independentes”, sublinha o CEO da Nos, citado num comunicado de imprensa enviado esta quarta-feira.

O EBITDA consolidado evoluiu 9,4% face à primeira metade do ano anterior, para 352,6 milhões de euros, atingido este indicador os 331,3 milhões (+10,1%) no segmento das telecomunicações. Ao nível da performance operacional, a empresa avança que o número de serviços aumentou 356 mil, para cerca de 10,9 milhões no final do primeiro semestre.

Fonte: Nos

Este foi o semestre em que a Nos subiu os preços das telecomunicações à maioria dos clientes em até 7,8%, refletindo no valor das respetivas ofertas a taxa média anual de inflação registada em 2022. A atualização das mensalidades da Nos entrou em vigor a 1 de fevereiro de 2023, em linha com a subida de preços promovida pela Meo e um mês antes de a Vodafone fazer o mesmo.

Entre janeiro e junho, a Nos calcula ainda ter investido mais de 195 milhões de euros no país (excluindo contratos de leasing e outros direitos contratuais), salientando a expansão da cobertura 5G. Reclama ter “a melhor e mais extensa” rede a nível nacional, que chega a mais de 90% da população, com este investimento a totalizar já 420 milhões de euros e prevendo aplicar mais 110 milhões nos próximos anos.

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Operadoras vão começar a desligar 3G já a partir de setembro

Com a cobertura de quinta geração a avançar cada vez mais no país, a Vodafone, a Nos e a Altice oficializaram a decisão de começar a desligar a rede 3G daqui a cerca de um ano.

O 5G está no ar. Por isso, a Vodafone, a Nos e a Altice decidiram começar a desligar o velho 3G. No caso da Altice será já a partir do dia 4 de setembro, devendo o processo estar concluído no final de janeiro do próximo ano. Na Vodafone, por sua vez, o processo deverá iniciar dentro de um ano, a partir de julho de 2024, enquanto a Nos adianta que começará a desligar o 3G a partir de meados do próximo ano.

“A Vodafone Portugal vai iniciar dentro de um ano, a partir de julho de 2024, progressivamente, o desligamento da sua rede 3G, um passo importante para reforçar o acesso dos clientes no país a comunicações mais rápidas, eficientes e ainda mais seguras”, dá conta a operadora.

Segundo a empresa, “a esmagadora maioria dos clientes da Vodafone não será afetada por esta mudança”, pois já dispõe de equipamentos e cartões SIM compatíveis com 4G e 5G, que são tecnologias mais recentes. Quanto aos restantes, para não ficarem sem comunicações, serão “atempadamente contactados pela Vodafone e terão um período alargado” de um ano para adquirirem um novo telemóvel ou atualizarem o cartão.

A operadora lembra que lançou as comunicações de terceira geração em Portugal em 2004 e que chegou o momento de evoluir, à semelhança do que já está a fazer em muitos outros países europeus. A decisão insere-se, por isso, numa “tendência mundial de descontinuar tecnologias mais antigas”.

“Esta mudança é inevitável perante a evolução tecnológica e permitirá responder ao crescente consumo de dados, realocando as frequências até agora utilizadas pelo 3G para uso de redes mais modernas como o 4G e 5G. Com esta atualização, que beneficia a digitalização do país, as comunicações ganham mais velocidade, capacidade, estabilidade, eficiência e resiliência”, argumenta a Vodafone Portugal na mesma nota.

Depois da publicação desta notícia, a Nos NOS 0,80% confirmou que também vai iniciar o processo de descontinuação da rede 3G “de forma faseada a partir de meados do próximo ano”, disse à Lusa fonte oficial da operadora de telecomunicações, quando questionada sobre o tema.

Fonte oficial da Nos referiu que “a descontinuação do 3G é um movimento tecnologicamente natural pelo qual todos os operadores de comunicações irão passar”. Trata-se de um “movimento benéfico para os clientes e que reforça a disponibilidade das redes 4G e 5G, permitindo uma melhoria da qualidade de rede, maior velocidade de navegação, menor latência e maior eficiência energética”, adiantou a operadora liderada por Miguel Almeida.

“Também a Nos terá o seu processo de descontinuação do 3G, algo que ocorrerá de forma faseada a partir de meados do próximo ano e que, brevemente, será comunicado a todos os seus clientes”, acrescentou.

À semelhança das suas concorrentes, também a Altice Portugal anunciou que “vai descontinuar, faseadamente, a tecnologia 3G”. Processo que tem início a partir de 4 de setembro e deverá estar concluído a 31 de janeiro de 2024, disse fonte oficial da companhia à Lusa.

Esta evolução “natural da rede móvel da Altice, que combina várias gerações de tecnologia, tem vindo a ser comunicada aos clientes desde 25 de junho, com o compromisso de os acompanhar neste processo que culminará com disponibilização de infraestruturas de alta capacidade face às exigências de comunicação do futuro“, adiantou ainda a mesma fonte.

A dona da Meo “está continuamente a investir nas suas redes e a desenvolver serviços que respondam, de forma eficaz, às necessidades dos seus clientes assegurando a melhor experiência. Este movimento de melhoria das infraestruturas é inevitável face à evolução da tecnologia e à digitalização do país, que a Altice tem liderado, e está a acontecer a nível europeu e mundial”.

Tal “irá permitir uma otimização das potencialidades da rede 4G e 5G, com maior cobertura, velocidade e resiliência e traduzir-se-á em melhorias na experiência do consumidor e das empresas, na utilização de tecnologias mais eficientes e na sustentabilidade ambiental”, concluiu.

(Notícia atualizada com mais informação às 17h49)

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Operadoras vão ter até cinco anos para expulsar Huawei do 5G

Tecnologia chinesa e de "alto risco" deve ser expulsa do "core" do 5G em três anos e da periferia das redes em cinco. Setor surpreendido com posição mais dura que a da UE e questiona: Quem vai pagar?

A recente deliberação que permite expulsar a tecnológica chinesa Huawei do 5G em Portugal surpreendeu os responsáveis do setor das telecomunicações, que não esperavam restrições tão abrangentes. Publicamente, são mais as dúvidas do que as certezas, mas mesmo para alguns dos players existem questões por esclarecer — por exemplo, saber quem paga a fatura. As operadoras terão até cinco anos para banir a tecnologia de “alto risco” das suas redes.

Há quatro anos, o primeiro-ministro, António Costa, rejeitou a introdução de “mecanismos de protecionismo” a “pretexto da segurança”. Mas foi mais além. Citando o exemplo de “países exigentes” como o Reino Unido e a Alemanha, declarou não existir “nenhuma razão para excluir a Huawei do acesso ao mercado” da quinta geração móvel.

Só que, atualmente, a posição desses países é diferente da que tinham então. E a do Governo português acaba mesmo de dar uma volta de 180 graus, por admitir agora a expulsão de equipamentos e serviços de marcas como a Huawei e a ZTE não só das partes mais críticas do 5G, o chamado core, como também da parte periférica das redes, incluindo as antenas.

Nos bastidores, o exemplo mais citado é o de França, que limitou significativamente o recurso à Huawei em regiões estratégicas do país. Quanto à Alemanha, o Governo está a conduzir uma avaliação que, segundo a Reuters, poderá levar à expulsão de alguns componentes da Huawei das redes de telecomunicações do país. Na Bélgica, onde estão sedeados importantes organismos europeus, proibiu-se o uso de equipamentos de fabricantes considerados de “alto risco” do core do 5G e no Reino Unido as operadoras têm até 31 de dezembro deste ano para remover a Huawei também do core.

Portugal vai mais além, numa altura em que, no final do primeiro trimestre, existiam já perto de 7.000 antenas 5G instaladas em território nacional. A primeira leva de obrigações de cobertura que Meo, Nos e Vodafone têm de cumprir tem o prazo de 31 de dezembro. A isso soma-se agora a imposição de remover equipamentos de marcas como a Huawei num período que, segundo disseram ao ECO várias fontes, terá sido fixado em três anos para a parte core do 5G e cinco anos para a periferia das redes, em linha com o que foi revelado no domingo por Paulo Portas no seu comentário semanal na TVI (importa notar que a Huawei não estará já presente no core das redes 5G, por opção das operadoras).

A partir daqui, a informação é escassa. O que se sabe oficialmente é o que está na referida deliberação, tomada pela Comissão de Avaliação de Segurança, um organismo integrado no Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, e publicada na semana passada no site do Gabinete Nacional de Segurança. Esse documento, assinado pelo contra-almirante António Gameiro Marques enquanto presidente da Comissão, estipula, por um lado, as partes das redes 5G que são abrangidas e os critérios que determinam o que é considerado um fornecedor ou prestador de serviços de “alto risco”. Para este efeito, por exemplo, basta que tenha sede num país fora da União Europeia, da NATO ou da OCDE.

No entanto, existe outro documento, classificado como “Reservado”, onde estão mais detalhes sobre a decisão tomada pela Comissão. Isso mesmo é referido na deliberação e foi confirmado pelo secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa na segunda-feira, ao dizer que “o conteúdo” da decisão é confidencial porque a divulgação podia “contender com os altos interesses do país e dos agentes económicos”.

Mário Campolargo disse ainda que a deliberação “deve ser feita cumprir pela Anacom”, que, nos termos da Lei das Comunicações Eletrónicas, terá de proceder ainda “à fiscalização do seu cumprimento”. Contactada, fonte oficial da Anacom não quis fazer nenhum comentário. Aliás, a sensibilidade do dossiê é patente nas conversas que o ECO tem mantido com vários responsáveis ligados à área das telecomunicações, que, apesar de pedirem o anonimato para poder discutir mais livremente estes temas, mostram apreensão em entrar em pormenores.

As três principais operadoras, ainda assim, já reagiram oficialmente à decisão, mas são parcas em detalhes. Fonte oficial da Altice Portugal diz que “respeitará todas as determinações legais e fará uma análise cuidada da comunicação recebida”, dando a entender, assim, ter sido informada da deliberação pelos canais oficiais. Porta-voz da Nos disse que a operadora “define elevados padrões de seleção de parceiros, tendo em conta a garantia de segurança e qualidade”. Do lado da Vodafone, é dito que “todos os fornecedores selecionados cumprem, naturalmente, elevados padrões de qualidade e fiabilidade”.

Quanto à Huawei, a principal visada por estas medidas, fonte oficial afirmou que a empresa “tem trabalhado com os operadores portugueses para desenvolver as redes de comunicações e prestar serviços de alta qualidade que servem milhões de pessoas”. Acrescentou não ter tido “conhecimento prévio” da deliberação.

Instalação da Vodafone com antenas 4G e 5G junto ao Parque da Bela Vista em LisboaHugo Amaral/ECO

Quem paga a conta?

Neste contexto, para as operadoras, a grande dúvida é saber quem vai pagar este processo, como também tinha sido suscitado por Paulo Portas: “Isto é uma alteração completa dos planos de investimento, alguém vai pagar isto”, dizia no domingo o comentador, no rescaldo da notícia do Jornal Económico que, na sexta-feira, colocou o tema na agenda. Tanto quanto foi possível apurar, nesta fase, não existem indicações do Governo sobre esta matéria.

Além do mais, uma fonte sugeriu que a deliberação não salvaguarda “a vida útil dos equipamentos”. Nesse caso, o prazo de até cinco anos seria rígido, não se permitindo que os equipamentos que passaram a ser proibidos continuem em operação até ao fim do seu tempo de vida útil. Tal faria aumentar os custos da substituição. Mas, em janeiro deste ano, quando noticiou a conclusão dos trabalhos técnicos da Comissão, o Dinheiro Vivo referia que os peritos iriam indicar às empresas de telecomunicações que as substituições deveriam ser feitas tendo em conta os ciclos de renovação normais.

Outro problema que tem sido suscitado é a possível demora na entrega de equipamentos para substituição, no contexto da escassez de componentes, um ponto que, no ano passado, chegou a motivar apelos das operadoras ao Governo para que dilatasse o prazo para o cumprimento das obrigações de cobertura, sem sucesso. Em junho do ano passado, Pedro Santos, diretor de desenvolvimento de rede da Vodafone, confirmou “um atraso muito maior na compra e entrega dos equipamentos” por parte dos fornecedores e disse que a empresa tinha de esperar “entre três e seis meses” pelas encomendas.

O ECO enviou várias perguntas sobre este processo ao gabinete de Mário Campolargo, que responde diretamente ao primeiro-ministro, mas não obteve respostas além das declarações remetidas no início da semana.

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Nos à procura de jovens talentos. Tem 50 vagas

A decorrer desde 2015, o programa Alfa regista uma taxa de integração na operadora de 90%. Candidaturas decorrem até julho.

A Nos quer recrutar 50 jovens finalistas de mestrado para o programa Nos Alfa. As candidaturas decorrem até julho, com o programa a arrancar em outubro. Desde a criação, o programa regista uma taxa de integração na empresa de 90%.

Com duração de 12 meses, o programa conta com uma “componente de mentoring, com acompanhamento de um elemento experiente da empresa, aliada a uma formação desenhada à medida e focada no seu crescimento profissional e pessoal. Inclui a rotação por duas áreas de negócio distintas e o desenvolvimento de dois projetos de forte impacto para a organização”, descreve a operadora em comunicado.

O programa, que decorre desde 2015, dirige-se a “finalistas de mestrado ou jovens recém-graduados, com experiência profissional máxima de um ano, e background em áreas de engenharia, gestão, economia ou outras similares”.

O Alfa declina em três vertentes — Alfa Tech, Alfa Biz e Alfa Data — que correspondem a perfis especializados.

O programa representa “uma fonte de contratação com um peso significativo na NOS”, registando uma “taxa de integração na empresa de 90% desde a sua criação, em 2015.”

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EDP, Greenvolt e Corticeira são as preferidas dos analistas

Cerca de 90% dos analistas que acompanha as três empresas apontam para a compra destas ações. No entanto, estas não são as empresas do PSI com maior potencial de valorização.

Os analistas que acompanham as ações do principal índice acionista da Euronext Lisboa estão muito otimistas para os próximos 12 meses. Se as previsões dos especialistas se concretizarem, o PSI deverá atingir os 7.228 pontos nos próximos 12 meses. Trata-se de uma valorização de 22,5% face ao fecho de ontem [quarta-feira], que atirará o PSI para a cotação mais elevada desde junho de 2014.

Estas previsões ficam também ligeiramente acima das previsões que os mesmos analistas tinham há três meses para as 16 empresas do PSI. Sublinhe-se que as recentes previsões refletem já os resultados apresentados em 2022 pelas 16 empresas do PSI, que mostraram uma queda das margens operacionais e uma subida dos custos financeiros, e espelham uma mensagem de preocupação para os próximos meses por parte de muitos CEO.

A puxar mais pelo PSI estarão as ações da Galp Energia GALP 1,59% e do BCP BCP 3,63% que, em função de um potencial de valorização de 35% e 37%, respetivamente, e à ponderação que têm no índice, serão responsáveis por 40% da valorização do PSI nos próximos 12 meses, segundo as projeções dos analistas recolhidas pela Refinitiv. No entanto, estas não são as ações preferidas pelos especialistas nem as que apresentam o maior potencial de valorização.

Entre as empresas seguidas por pelo menos cinco analistas, a EDP EDP 0,71% , a Greenvolt GVOLT 0,00% e a Corticeira Amorim COR 0,26% são aquelas que acumulam mais recomendações positivas. De acordo com dados da Refinitiv, 90% das recomendações dos analistas que acompanham a elétrica nacional aponta para a compra das suas ações. O rácio de recomendação de compra para os títulos da Corticeira Amorim e da Greenvolt é de 88% e 86%, respetivamente.

Estas três empresas são de longe as empresas preferidas pelos analistas. No entanto, a onda otimista dos especialistas não se esgota nestas três companhias. Entre as 16 empresas que atualmente constituem o PSI, 10 contabilizam atualmente um número de recomendação de “compra” superior ao número de recomendações de “manter” e “vender” somados.

É o caso da Mota-Engil EGL 0,22% , que apesar de este ano acumular uma valorização de 35%, os analistas atribuem ainda um potencial de valorização de 100% para os títulos da construtora, face ao preço de fecho de ontem. O preço-alvo médio dos três analistas que seguem a empresa é de 3,1 euros, cerca de 9% acima do preço que os mesmos especialistas apontavam há três meses.

Destaque ainda para as ações da Greenvolt que, segundo as expectativas dos oito analistas que acompanham a empresa, negoceiam com um potencial de valorização de 66%. O preço-alvo médio para os títulos da empresa liderada por João Manso Neto é de 10,4 euros, cerca de 6,6% acima do preço estabelecido pelos menos analistas há três meses.

No canto oposto estão as ações da NOS NOS 0,80% : entre os 16 analistas que seguem a empresa, apenas três recomendam a “compra” das ações. De acordo com dados da Refinitiv, 10 recomendam “manter” e 3 recomendam vender. O preço-alvo médio para os títulos da empresa de telecomunicações dado pelas avaliações dos 16 analistas é de 2,94 euros, cerca de 29,5% face à cotação de fecho de ontem.

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O valor das recomendações dos analistas

Mais do que rácios financeiros, análises fundamentais e análises técnicas, é para os preços-alvo que a maioria dos investidores gosta de olhar quando investe em ações. Afinal de contas, são o reflexo das opiniões de especialistas que seguem diariamente o mercado, conhecem “por dentro” as empresas que acompanham e, por isso, encontram-se numa condição privilegiada face à maioria dos investidores para apontarem com maior exatidão um preço futuro para as ações. Pelo menos era assim que deveria ser.

Em 2012, três académicos da Universidade de Waterloo e da Boston College avaliaram as análises de mais de 11 mil analistas de 41 países e concluíram que a previsão global dos preços-alvo não é muito elevada: em média, situa-se nos 18% para um horizonte temporal de três meses e de 30% para um horizonte de 12 meses.

Este é somente um de vários estudos empíricos que demonstram que os analistas não têm qualquer habilidade extraordinária para prever o futuro e, sobretudo, que os preços-alvo são um elemento demasiado certo para definir algo que está dependente de dezenas de variáveis, mais ainda num panorama de tanta incerteza como o que vivemos atualmente.

Por essa razão, os preços-alvo devem ser encarados como mais um elemento da avaliação da empresa e no contexto da análise realizada pelo analista; e não como uma orientação de investimento.

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NOS pretende distribuir 221,5 milhões de euros de dividendos

  • ECO
  • 14 Março 2023

A operadora de telecomunicações pretende aumentar em mais de 54% a distribuição de dividendos pelos seus acionistas e aprovar um plano de compra e venda de ações e obrigações próprias.

A NOS NOS 0,80% agendou para 5 de abril a assembleia de acionista da empresa onde, além da aprovação das contas do exercício de 2022, pretende aprovar a distribuição de 221,5 milhões de euros sob a forma de dividendos pelos acionistas e um plano de compra e venda de ações e obrigações próprias.

Este valor traduz-se em 43 cêntimos por ação, mais 54,7% face ao ano passado, por conta de um dividendo extraordinário de 15,2 cêntimos por ação que acumula a um dividendo ordinário de 27,8 cêntimos (o mesmo que no ano passado), pela “concretização da operação de venda de um portefólio adicional de sites da sua rede móvel e dos correspondentes encaixe financeiro e ganho extraordinários concretizados em 2022 e refletidos na situação patrimonial da NOS”, refere a empresa em comunicado enviado à CMVM.

Os acionistas da operadora de telecomunicações serão também chamados a deliberar sobre a concessão de autorização ao Conselho de Administração para a aquisição e alienação de ações próprias pela sociedade e sociedades dependentes “até ao limite correspondente a 10% do capital social da Sociedade” e ainda para a aquisição e alienação de obrigações próprias.

Estas deliberações vêm no seguimento da apresentação de resultados da empresa a 7 de março, que revelou lucros de 138,5 milhões de euros. Menos 4% face ao ano anterior, como resultado do “crescimento acentuado das depreciações e amortizações como resultado dos fortes investimentos” que tem feito, “bem como pelo impacto da inflação em toda a estrutura de custos”.

A votação estará também a deliberar sobre a proposta de alteração à política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização, apresentada pela Comissão de Vencimentos.

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Nos contrata à banca 350 milhões de euros em dívida verde

Operadora colocou montante total de 350 milhões de euros junto de cinco bancos com presença em Portugal, que vence em 2028. Em maio, 70% da dívida será verde.

A Nos NOS 0,80% contratou à banca um financiamento total de 350 milhões de euros com maturidade em 2028 indexado a objetivos de sustentabilidade, anunciou a operadora esta quinta-feira. A meta é reduzir as “emissões de gases com efeito de estufa da operação própria” em “pelo menos 80% até 2025, em relação a 2019”, refere a cotada nacional.

A dívida foi colocada junto de cinco instituições financeiras, entre as quais o BPI, Sabadell Portugal, Santander Totta, Caixa Geral de Depósitos e BCP, e divide-se entre “empréstimos obrigacionistas e programas de papel comercial”.

“As linhas que agora contratamos, além de contribuírem positivamente para a manutenção de um custo médio de financiamento da nossa dívida muito competitivo face às congéneres e promoverem o aumento da maturidade média da dívida, reforçam o alinhamento da estrutura de financiamento com o nosso propósito estratégico de ser uma referência líder em práticas de gestão sustentáveis, a nível nacional e internacional”, explica o administrador financeiro da Nos, José Pedro Pereira da Costa, citado num comunicado onde a empresa dá a conhecer os contornos gerais da operação.

O gestor refere ainda que está previsto para maio o reembolso de 300 milhões de euros de outra emissão obrigacionista, momento a partir do qual “a Nos passará a ter cerca de 70% da dívida contratada indexada a indicadores e objetivos de sustentabilidade”.

Para a Nos, estas operações inserem-se na estratégia de “ligação entre o seu custo de financiamento e o seu desempenho ao nível da sustentabilidade”.

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Depois da Meo e da Nos, Vodafone sobe preços até 7,8% a partir de 1 de março

Operadora confirma que preços vão ser aumentados a 1 de março a uma taxa máxima de 7,8%, o valor da inflação em 2022 calculado este mês pelo INE. Clientes Meo e Nos têm aumentos já em fevereiro.

A Vodafone Portugal vai atualizar os preços dos produtos e serviços a partir de 1 de março de 2023, confirma a empresa numa nota publicada no respetivo site. A operadora prevê “um aumento máximo de 7,8% no valor global da fatura”, uma percentagem equivalente à da taxa de variação média anual da inflação em 2022, como confirmado este mês pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Já os clientes da Meo e da Nos terão aumentos logo a partir de 1 de fevereiro.

“A Vodafone Portugal irá atualizar o preço dos serviços de telecomunicações prestados aos seus clientes a partir de 1 de março de 2023, com um aumento máximo de 7,8% no valor global da fatura, conforme os serviços subscritos e de acordo com os termos e condições previstos no respetivo contrato. A atualização foi calculada com referência à taxa de inflação”, explica a empresa de telecomunicações, dando conta de que a informação mais detalhada sobre os novos preços ficará “disponível a partir” de 30 de janeiro.

A operadora liderada por Mário Vaz era a única das três principais em Portugal que ainda não tinha dado qualquer informação sobre a política de preços para este ano. Em outubro de 2022, a presidente da Altice Portugal, Ana Figueiredo, anunciou que os preços da Meo serão atualizados à inflação a 1 de fevereiro e o ECO sabe que as alterações estão agora a ser comunicadas aos clientes, tendo por referência a taxa de 7,8% (que fica acima dos 7,2% referidos pela própria Altice em outubro, a mesma que era esperada pelo Governo). Também a Nos disponibilizou recentemente uma nota no respetivo site a dar conta de “novos preços” a partir de 1 de fevereiro, sem avançar qualquer percentagem.

“Serão atualizados os valores das mensalidades dos produtos e serviços da Vodafone, bem como a generalidade das tarifas de serviço. Os novos preços entrarão em vigor a 1 de março de 2023 e poderá consultar a atualização específica sobre os seus produtos e serviços através do TOBi aqui ou ligue grátis 12 710, a partir de 30 de janeiro de 2023″, explica a Vodafone na informação disponibilizada na internet. O aumento “será refletido no valor final do seu serviço à data da alteração de preços, bem como em alguns serviços extra que tenha subscrito”, refere também a empresa.

Estas informações confirmam, assim, uma notícia avançada em agosto de 2022: com os custos a aumentarem, era certo que os preços das telecomunicações iriam subir em 2023, uma opção prevista na maioria dos contratos. Mesmo assim, a Meo só confirmaria a subida meses depois, em outubro, em declarações à agência Lusa, enquanto a Nos e a Vodafone nunca confirmaram à imprensa os aumentos de preços até à disponibilização das informações online — nem mesmo após as sucessivas questões enviadas pelo ECO, um sinal da sensibilidade do tema dos preços no setor das telecomunicações em Portugal.

“O setor das telecomunicações tem sido fortemente afetado pelo atual contexto macroeconómico e geopolítico, do qual resultaram aumentos significativos nos preços da energia e das matérias-primas. Este facto, associado à subida da taxa de inflação, resulta em aumentos expressivos nos custos operacionais e de manutenção e gestão da rede de suporte à prestação dos nossos serviços”, contextualiza a Vodafone.

No caso da Altice, a presidente da empresa disse em outubro que os preços irão subir em fevereiro à taxa da inflação. Com base na taxa prevista na altura — de 7,2%, em vez dos atuais 7,8% que estão a ser comunicados aos clientes –, a líder da Meo previa que um pacote “TV+Net+Voz” teria uma subida média de dois euros por mês, enquanto um cliente com pacote M4 veria a fatura subir quatro euros mensais. O ECO solicitou na segunda-feira novas simulações, mas ainda não obteve resposta.

Do lado da Nos NOS 0,80% , a que o ECO também tem colocado questões sobre este assunto, a informação que existe é a que foi disponibilizada no site da operadora em 6 de dezembro: “A Nos irá atualizar o preço dos serviços de acordo com o Índice de Preços do Consumidor anual de 2022, a publicar pelo INE em janeiro de 2023. Esta atualização incide apenas sobre as mensalidades dos serviços, mantendo-se inalteradas quaisquer outras tarifas dos serviços”, lê-se na nota informativa que refere que os preços vão entrar em vigor a 1 de fevereiro e que os detalhes serão dados a partir de dia 23 deste mês.

“O setor de comunicações tem vindo a ser pressionado por um forte agravamento dos custos, nomeadamente os de energia, de transporte, de equipamentos de rede e até dos serviços prestados pelos seus fornecedores. Na Nos temos absorvido parte substancial deste aumento generalizado de custos, ao mesmo tempo que continuamos a investir fortemente na expansão e melhoria da rede fixa e móvel, para que Portugal e em especial os clientes da Nos possam gozar de um serviço melhor, mais fiável, mais seguro, mais rápido”, referia a operadora.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h59)

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Mais de um terço da Bolsa nacional está nas mãos de apenas sete investidores

Xi Jinping, presidente da China, é o maior investidor da Euronext Lisboa, contando com participações diretas e indiretas em oito empresas cotadas.

Os maiores investidores da Euronext Lisboa, da esquerda para a direita: John Graham (Canada Pension Plan Investment), Lua Queiroz Pereira (Sodim), Fernando Masaveu Herrero (Oppidum Capital), Xi Jinping (China), Pedro Soares dos Santos (Sociedade Francisco Manuel dos Santos), Paula Amorim (Grupo Américo Amorim) e João Lourenço (Angola).

O mercado de ações da Euronext Lisboa conta atualmente com 37 empresas cotadas que agregam uma capitalização bolsista de 78 mil milhões de euros. A sua estrutura acionista é constituída por milhares de investidores, de onde sobressaem os fundos de investimento e os pequenos investidores nacionais, que compram e vendem vários lotes de ações diariamente.

No entanto, quase metade das cotadas (17) apresenta uma estrutura acionista totalmente blindada pelo controlo da maioria do capital por muito poucos acionistas. É disso o exemplo a EDP Renováveis EDPR 1,19% , a maior empresa da praça portuguesa com uma capitalização bolsista de 21 mil milhões de euros, que é detida em 75% pela EDP EDP 0,71% .

O mesmo sucede com a Jerónimo Martins JMT 0,48% , que tem 56% do seu capital nas mãos da família Soares dos Santos ou a Corticeira Amorim COR 0,26% , que é controlada pela família Amorim através de três holdings familiares.

Xi Jinping é de longe o maior investidor da praça financeira portuguesa. E não é de agora. O poder do Império do Meio tem sido construído ao longo da última década.

A forte concentração do capital entre as cotadas é espelhada no domínio da Bolsa nacional por um grupo muito restritivo de apenas sete investidores, que através dos seus investimentos controlam 35% do capital da Euronext Lisboa.

Grande parte deste grupo é dominado por famílias bem conhecidas: a Soares dos Santos, que detém a maioria do capital da Jerónimo Martins, a família Amorim, que é dona de uma carteira avaliada em 2,5 mil milhões de euros como resultado de investimentos realizados na Galp Energia GALP 1,59% , na Corticeira Amorim e no Estoril-Sol ; e a família Queiroz Pereira, hoje representada pelas três filhas do empresário Pedro Queiroz Pereira que, através da holding familiar (Sodim), controlam um império de 2,4 mil milhões de euros de participações maioritárias na Semapa SEM 1,74% e na Navigator NVG 0,18% .

Apesar de o capital nacional ser ainda a estrela maior na Bolsa lusitana, as 38 cotadas têm nas suas estruturas acionistas investidores qualificados (detentores de participações acima dos 2%) de mais 15 nacionalidades. Entre os países com maior peso na Euronext Lisboa está Espanha e Angola.

Destaque para o fundo Oppidum Capital, do grupo Masaveu do empresário espanhol Fernando Masaveu Herrero, que detém uma participação de 7,2% na EDP (em 2013 chegou a comprar a participação de 1% que o BES detinha na elétrica por 37 milhões de euros), e para o próprio Estado angolano, que através de posições no capital da Galp, NOS NOS 0,80% e BCP BCP 3,63% acumula atualmente investimentos de 2,3 mil milhões de euros.

A completar o leque dos sete maiores investidores da praça portuguesa está John Graham, presidente e CEO da Canada Pension Plan Investment, a entidade que gere o fundo de pensões do Canadá que acumula mais de 350 mil milhões de euros sob gestão. Atualmente, os canadianos deteem uma posição de 7% na EDP e, por arrasto, uma participação indireta da EDP Renováveis e no BCP.

Os mais poderosos da Euronext Lisboa

Fonte: Empresas, Euronext e Refinitiv. 11 de dezembro de 2022.

Pequim tem ganho poder na Bolsa desde os anos da Troika

No topo dos maiores investidores da Euronext Lisboa está Xi Jinping e o capital chinês privado, que por via de três empresas estatais (China Three Gorges, State Grid of China e China Communications Construction Company) e da empresa privada Fosun agrega um portefólio de mais de 8,5 mil milhões de euros de participações diretas e indiretas em oito empresas cotadas: EDP, EDP Renováveis, BCP, REN RENE 0,33% , Mota-Engil EGL 0,22% , Martifer , Inapa e Reditus.

Xi Jinping é de longe o maior investidor da Bolsa nacional. E não é de agora. O poder do Império do Meio tem sido construído ao longo da última década com o arranque, em 2011, do Programa de Assistência Económica e Financeira da Troika, que incluía uma forte política de privatizações, que abriu as portas ao capital chinês nas maiores empresas nacionais.

O primeiro teste do capital chinês na Bolsa portuguesa foi dado pela empresa pública China Three Gorges (CTG) em dezembro de 2011. Na altura, a CTG pagou 2,7 mil milhões de euros ao Estado português por 21,35% do capital da EDP, então liderada por António Mexia. Desde então, Pequim já aforrou mais de 2 mil milhões de euros só em dividendos com o investimento na EDP e alargou o seu raio de ação até à EDP Renováveis e ao BCP, através da participação de 21,08% que a CTG detém hoje no capital da elétrica nacional.

Seguiram-se investimentos na Redes Energéticas Nacionais (REN), através de uma participação de 25% da State Grid of China e de 3,9% da Fosun (hoje essa participação é de 5,3% e está associada à Fidelidade, empresa detida em cresceu 85% pela Fosun) no decorrer de processos de privatização da empresa e, mais tarde, em 2016, ocorre a entrada da Fosun no BCP com um investimento de 175 milhões de euros.

A carteira de Pequim na praça nacional fica completa com a participação de 32,4% da construtora China Communications Construction Company (CCCC) no capital da Mota-Engil e com o controlo de 57,8% da Estoril-Sol pela Finansol, uma sociedade detida pelo empresário chinês Stanley Ho.

(Notícia atualizada a 14 de dezembro com a clarificação de que a Fosun é uma empresa privada).

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Nos lucra mais 7% até setembro excluindo venda de torres. Custos sobem 10%

Resultado líquido da Nos excluindo mais-valias com a venda de torres de telecomunicações cresceu 7% até setembro, para 128,4 milhões de euros. Mas os lucros caíram 6,6% no terceiro trimestre.

Nos apresentou resultados trimestrais esta segunda-feiraPaula Nunes / ECO

A Nos NOS 0,80% melhorou os resultados financeiros nos nove meses até setembro e incorporou no terceiro trimestre o efeito extraordinário da venda de mais torres à Cellnex. Mas, excluindo esse efeito, os lucros entre julho e setembro caíram e ficaram aquém do esperado, num período já marcado por aumentos nos custos.

O grupo lucrou 128,4 milhões de euros entre janeiro e setembro, montante que não inclui o impacto positivo da venda de torres de telecomunicações, anunciou a empresa esta segunda-feira. Representa um crescimento de 7% face ao mesmo período de 2021.

Olhando apenas para o terceiro trimestre, o resultado líquido da empresa, excluindo as mais-valias da venda das torres, foi positivo em 43,1 milhões. É, no entanto, uma queda homóloga de 6,6% e um valor que fica abaixo das estimativas. O consenso de três analistas seguidos pela Reuters previa lucros de 45,6 milhões neste período.

Este desempenho dá-se “num contexto muito desafiante, de inflação, guerra na Europa e disrupções nas cadeias de abastecimento”, justifica Miguel Almeida, CEO do grupo, citado num comunicado. “A Nos continua a conseguir realizar o seu agressivo plano de investimentos, sempre com o objetivo último de criar valor para os seus clientes”, acrescenta o gestor.

Em abril, a Nos anunciou um acordo para vender mais torres de telecomunicações à Cellnex, por 155 milhões de euros. No relatório publicado esta segunda-feira na CMVM, a Nos diz ter recebido a “primeira tranche” de 118,3 milhões de euros, reconhecendo uma mais-valia de 74,7 milhões de euros com a operação.

Contando com esse efeito extraordinário, e com uma “contribuição positiva das empresas associadas de 6,6 milhões”, os lucros até setembro cresceram 59,4%, para 191,3 milhões, enquanto o lucro trimestral disparou 129,6%, para 106 milhões. A Nos alerta, contudo, que registou 27,2 milhões de euros “na rubrica de outros movimentos de caixa” relacionados com IVA cobrado no negócio, “o qual gerará um movimento inverso quando for devolvido pela Autoridade Tributária no quarto trimestre de 2022”.

Do lado financeiro, nos nove meses até setembro, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) consolidado do grupo Nos melhorou 4,7% e atingiu 500,1 milhões de euros. As receitas totais aumentaram 7,5%, para 1.123,5 milhões de euros, enquanto as receitas do de telecomunicações, o principal negócio da operadora, aumentaram 5,8% no mesmo período, para 1.089 milhões de euros. Foram 763,6 milhões (+2,7%) no segmento de consumo e 254,3 milhões (+12,6%) no segmento empresarial.

Já as receitas com audiovisuais e cinemas fixaram-se nos 62,5 milhões de euros, uma melhoria de 48,3% que está relacionada com o impacto da Covid-19 em 2021.

Do lado operacional, a Nos admite que “o terceiro trimestre de 2022 foi o melhor desde o início do ano”. O total de serviços prestados, medido pelo número de unidades geradoras de receita (RGU), cresceu 5,1% face a setembro de 2021, ascendendo a 10.665,2 milhões. A empresa viu também o número de clientes com pacotes subir 6,5%, para 1.071,2 milhões, enquanto o número de subscritores móveis aumentou 8,3%, para 5.642,3 milhões.

Custos sobem, mas exposição à inflação na energia está “largamente mitigada”

Apesar dos dados geralmente positivos, a Nos está a sentir pressão do lado dos custos. Segundo os dados divulgados esta segunda-feira, os custos operacionais no período até setembro, excluindo amortizações, aumentaram 9,9%, para 623,4 milhões de euros. Contando apenas com os custos no negócio de telecomunicações, a subida foi de 6,7%, para 620,8 milhões.

A empresa assume “esforços de contenção de custos sempre que possível”, que “têm proporcionado a manutenção de uma margem positiva, apesar da pressão inflacionária a nível global”.

Na eletricidade, em concreto, a Nos indica ter assegurado fornecimento para “aproximadamente 35% das suas necessidades, através de um acordo de longo prazo de aquisição de eletricidade, concretizado em 2021, que pressupunha a construção de um parque eólico ibérico, injetando eletricidade renovável na rede”. “Dos restantes 65%, cerca de 35% advém do mercado regulado, o qual beneficia de preços controlados pelo regulador, e 30% do mercado spot“, detalha a companhia”.

Como tal, a exposição da Nos à inflação dos preços da eletricidade está largamente mitigada”, garante a empresa.

Investimento em 5G acelera. Plano aproxima-se da meta

No relatório, a Nos assume ainda que “o programa acelerado de implementação de 5G” está perto de chegar ao fim. A quinta geração continuou a puxar pelo investimento da Nos no terceiro trimestre, com a empresa a chegar ao final de setembro com “80% da população” coberta com rede móvel de quinta geração, de acordo com números da própria operadora.

“O programa de implementação do 5G e a contínua expansão [da rede de fibra ótica] são visíveis no aumento anual do [investimento] de 8,2%, para 75,9 milhões de euros, dos quais 36,4 milhões de euros estão relacionados com a expansão e projetos de modernização de rede”, escreve a Nos no relatório trimestral. A empresa aumentou ainda o investimento na “aquisição e retenção de clientes” em 7,4%.

Por fim, a dívida líquida total no final de setembro era de 1.561,8 milhões de euros, um aumento de 9,1% face ao mesmo trimestre do ano passado. É um rácio de 2,44 vezes o EBITDA.

(Notícia atualizada às 17h48)

Cotação das ações da Nos em Lisboa

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Fusões e aquisições caem para valores de 2009

O mercado nacional de fusões e aquisições está muito longe dos recordes alcançados em 2019 e 2020, contabilizando até ao momento um volume global de negócios 69% abaixo da média da última década.

Até ao momento foram realizados 89 operações de fusões e aquisições de empresas envolvendo companhias nacionais num montante global de 2,4 mil milhões de euros. É o valor mais baixo desde 2009, segundo dados da consultora Dealogic.

Se a dinâmica do mercado de fusões e aquisições é um bom indicador para medir o pulso à da saúde da economia de um país, Portugal está longe de estar em forma. Apesar de o número de negócios concretizados este ano não fugir muito à média dos últimos 10 anos (94 operações), o volume global de operações é três vezes inferior à média da última década e situa-se 52% abaixo dos montantes registados em 2021.

Fonte: Dealogic.

O maior negócio concretizado este ano teve lugar em abril e envolveu a compra de 47,8% do capital da empresa de energias renováveis TagEnergy pela Mirova, uma filial do Natixis Investment Managers, e pela empresa de capital de risco Omnes por 300 milhões de euros. Esta operação envolveu ainda o investimento de 150 milhões de euros no reforço do capital da empresa por parte do seu acionista maioritário, a Impala SAS Group, propriedade do empresário francês Jacques Veyrat.

Logo de seguida surge um negócio de 359 milhões de euros realizado pela Altri que envolveu a entrega de 39,64% da participação que detinha na Greenvolt aos seus acionistas, por troca do pagamento monetário de dividendos. Com este negócio, a Altri passou a deter 19,08% do capital de energias renováveis.

A fechar o pódio das maiores operações empresariais realizadas este ano em Portugal está a venda dos restaurantes Burger King pela Ibersol à Restaurant Brands Iberia, em agosto, num negócio avaliado em 260 milhões de euros.

Nos últimos 10 anos, o mercado de fusões e aquisições envolveu mais de mil operações em Portugal e um montante global de negócios de quase 80 mil milhões de euros, cerca de 36% do PIB.

Mercado a ressacar dos recordes de 2019 e 2020

À imagem do que tem acontecido por todo o mundo, o mercado nacional de fusões e aquisições de empresas está também a ressentir-se dos bons números alcançados nos últimos anos. A Dealogic revela que nos primeiros noves meses o volume global de negócios situa-se 14% abaixo do registado no ano passado.

“Depois de ter atingido um pico histórico em 2021, o mercado global de fusões e aquisições entrou em pausa este ano”, refere também a McKinsey, num relatório publicado no final de setembro.

A consultora norte-americana revela ainda que “no início de 2022, o valor dos grandes negócios (mais de 25 milhões de dólares) caiu 24% em relação ao ano anterior, com uma queda de 12% no volume de negócios.”

O mercado nacional não atingiu o pico em 2021 mas em 2020. Nesse ano foram realizadas 115 operações num valor global de 12 mil milhões de euros, onde se destaca a venda da Brisa por 4,1 mil milhões de euros (ou 2,4 mil milhões de euros excluindo a dívida) a um consórcio de nove investidores estrangeiros. Este foi mesmo o terceiro maior negócio de sempre envolvendo empresas portuguesas.

Nos últimos 10 anos, o mercado de fusões e aquisições envolveu mais e mil operações em Portugal e um montante global de negócios de quase 80 mil milhões de euros, cerca de 36% do PIB. Porém, somente os negócios realizados em 2012, 2014 e 2020, os melhores anos da última década, representaram 57% do valor total das operações e fizeram do capital brasileiro a nacionalidade com mais peso no mercado da compra e venda de empresas portuguesas neste período.

Nas cinco maiores operações de fusões e aquisições envolvendo empresas portuguesas desde 2000, três envolveram investidores brasileiros: a venda da Portugal Telecom por 7,4 mil milhões de euros (ou 5,4 mil milhões excluindo a dívida) à Altice por parte da Oi em 2014 (que também foi o maior negócio de sempre de empresas nacionais); e a venda da Cimpor, em 2012, por 4,1 mil milhões de euros (ou 2,4 mil milhões excluído a dívida) por parte de um grupo de investidores portugueses aos brasileiros da Camargo Correa.

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