Miguel Maya: “Não vamos esquecer o tema dos custos, estamos a tratar disso com enorme rigor”

O BCP apresenta os resultados dos primeiros nove meses do ano e Miguel Maya explica aos jornalistas o desempenho do banco, após compra na Polónia e assembleia geral decisiva para os dividendos.

O BCP apresenta os resultados relativos ao exercício dos primeiros nove meses do ano. Miguel Maya, presidente executivo, explica esta quinta-feira aos jornalistas o desempenho do banco até setembro, isto depois ter reforçado a operação na Polónia com a negócio do Société Générale por 428 milhões de euros e de os acionistas terem dado luz verde às propostas da administração que abrem a porta aos dividendos e à devolução dos cortes salariais aos trabalhadores. Acompanhe a conferência em direto.

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BCP diz que resistiu melhor do que os bancos europeus nos testes de stress

O BCP diz que, num cenário adverso, o rácio de capital cai para 9,14% nos testes de stress levados a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE).

O BCP diz que resistiu melhor do que os bancos europeus, em média, nos testes de stress levados a cabo pelo Banco Central Europeu (BCE), segundo um comunicado enviado esta segunda-feira ao mercado.

O banco português adianta que, num cenário adverso, o rácio de capital CET1 Phased-in (que têm em conta as regras atualmente em vigor) cai para 9,14%, “um agravamento de 384 pontos base face ao final de 2017, comparado favoravelmente com o impacto negativo médio de 410 pontos base para os 48 maiores bancos testados pela Autoridade Bancária Europeia (EBA).

Em relação ao rácio CET1 Fully implemented (que leva em conta as todas regras previstas), o banco liderado por Miguel Maya indica que conseguiu um melhor desempenho que a média dos principais bancos europeus num cenário de adversidade: o rácio cai 300 pontos base no caso do BCP, enquanto cai 395 pontos base, em média, entre bancos analisados pela EBA.

Na passada sexta-feira, a EBA revelou que nenhuma das 48 instituições financeiras chumbou nos testes de stress. Mas houve quem tivesse apresentado resultados menos positivos, casos do Barclays, Lloyds e do Banco Popolare di Milano.

Os bancos portugueses não fizeram parte desse teste feito pela EBA, mas o BCE decidiu, separadamente, fazer este teste de resistência a outros bancos da região, como foi o caso do BCP.

(Notícia atualizada às 18h10)

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Acionistas aprovam propostas com 99,9% dos votos. BCP mais perto de dar dividendos

Acionistas do BCP já deram luz verde às propostas da administração que abrem a porta aos dividendos e aos bónus para os trabalhadores.

A maioria dos acionistas já deu luz verde às duas propostas que foram à Assembleia Geral extraordinária do BCP e que abrem a porta aos dividendos e aos bónus para os trabalhadores.

Estiveram presentes na reunião magna extraordinária desta segunda-feira acionistas representando 62% do capital do banco. Entre os principais acionistas do BCP estão os chineses da Fosun e os angolanos da Sonangol, detendo 27,06% e 19,49% do capital do banco português, respetivamente.

O primeiro ponto da ordem de trabalhos foi aprovado por 99,9% dos acionistas que estiveram na assembleia. Diz respeito a uma alteração de um artigo do estatutos para clarificar que é a Assembleia Geral o órgão responsável pela aprovação dos dividendos.

O segundo ponto também obteve a aprovação de 99,85% dos acionistas presentes. Isto significa que a administração do banco está autorizada a reduzir o capital social em quase 900 milhões de euros, o que vai permitir que a situação líquida do banco (os capitais próprios) exceda em 20% o seu capital social, possibilitando a existência de fundos para distribuir pelos acionistas e trabalhadores. Para que esta operação se concretize faltará ainda o aval do Banco Central Europeu (BCE).

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Com este resultado, Miguel Maya fica mais perto de cumprir o seu desejo de voltar a distribuir pelos acionistas no próximo ano (o que não acontece desde 2010) e pagar bónus aos trabalhadores (em compensação pelos cortes salariais que vigoraram entre 2014 e 2017), mas nada está ainda definitivamente decidido. Não só porque BCE tem a palavra final sobre a redução do capital social, mas também porque os dividendos e bónus terão de ser decididos noutra assembleia geral.

No plano financeiro, depois de ter apresentado lucros de 150 milhões de euros no primeiro semestre, o BCP volta a reportar contas trimestrais já na quinta-feira. Os analistas do do BPI estimam um resultado líquido positivo de 243,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

Esta segunda-feira, o banco do BCP na Polónia anunciou a aquisição do Euro Bank ao Société Générale por 428 milhões de euros, numa investimento que poderá aumentar os lucros do BCP em 5%, segundo as estimativas do BPI.

(Notícia atualizada às 16h08)

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BCP abre a porta aos dividendos na assembleia geral de acionistas de hoje

Banco liderado por Miguel Maya dá hoje mais um passo importante rumo aos dividendos para os acionistas e aos bónus para os trabalhadores. O que está em causa na assembleia geral desta segunda-feira?

O BCP dá esta segunda-feira mais um passo decisivo naquilo que o seu presidente considera ser “a normalização do banco”. Depois de anos de aperto para os acionistas e para os trabalhadores, num período marcado pela intervenção estatal e pela ascensão chinesa no quadro acionista, o banco liderado por Miguel Maya apresenta à votação da assembleia geral extraordinária duas propostas que visam abrir a possibilidade de voltar a pagar dividendos e devolver os cortes aos funcionários. Mas o dia de hoje representa apenas um primeiro passo nesse sentido.

São apenas dois pontos que constam da ordem de trabalhos da reunião magna que decorre no Tagus Park, em Oeiras, ao início da tarde:

  1. Revisão de um artigo dos estatutos do banco para clarificar que é a assembleia geral quem toma decisões relativas à distribuição de lucros do exercício, independentemente da política de dividendos da gestão do banco;
  2. Redução do capital social em quase 900 milhões de euros (sem alteração do número da ações) para permitir que a situação líquida do banco (os capitais próprios) exceda em 20% o seu capital social, o que vai possibilitar a existência de fundos para distribuir pelos acionistas e trabalhadores.

Miguel Maya já teve oportunidade de dizer ao ECO que o banco vai a caminho de “lucros belíssimos” e que estava a “fazer tudo” para voltar a remunerar os acionistas, o que não acontece desde 2010. Além disso, quando assumiu os destinos do banco no final de julho, enviou uma carta aos trabalhadores onde expressou o seu compromisso de voltar a pagar bónus aos trabalhadores, como compensação pelo corte de salários que vigorou entre 2014 e 2017 e corresponderam entre 3% e 11% das remunerações acima de 1.000 euros.

Agora, aprovadas as duas propostas pelos acionistas, o presidente do BCP fica mais perto de cumprir a sua palavra, mas nada está ainda definitivamente decidido.

Por um lado, o Banco Central Europeu (BCE) terá de dar luz verde primeiro a redução do capital social de 876 milhões de euros que coloque o banco em posição de ter fundos disponíveis para dividendos e bónus. Por outro, existindo essas disponibilidades financeiras, a remuneração aos acionistas e os prémios aos funcionários terão de ser decididos noutras assembleias gerais que não a desta segunda-feira.

Na convocatória para esta reunião magna, o conselho de administração assinalava que “é de manifesto interesse social, dentro do permitido por lei, criar condições de futura existência de fundos suscetíveis de qualificação regulatória como distribuíveis, que possibilitem a eventual futura: (…) distribuição de resultados pelos colaboradores; e decisão de distribuição de dividendos (…)”.

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No plano financeiro, depois de ter apresentado lucros de 150 milhões de euros no primeiro semestre, o BCP volta a reportar contas trimestrais já na quinta-feira. Os analistas do do BPI estimam um resultado líquido positivo de 243,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

As ações apresentam uma desvalorização de 10% desde o início do ano, apesar do recente rally com a reunião magna à espreita. Atualmente, a instituição apresenta-se com um valor de mercado a rondar os 3.600 milhões de euros.

Entre os principais acionistas do BCP estão os chineses da Fosun e os angolanos da Sonangol, detendo 27,06% e 19,49% do capital do banco português, respetivamente.

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Bank Millennium cai. BCP sobe quase 1% com compra de banco na Polónia

As ações do BCP antecipam o potencial positivo sobre os lucros da aquisição do Euro Bank pelo seu braço na Polónia. Já o Bank Millennium diz que não vai pagar dividendos em resultado dessa compra.

O que é bom para uns nem sempre o é para outros. O rumo seguido pelas ações do BCP e do Bank Millennium após fechada a compra do Société Générale na Polónia é ilustrativo disso mesmo. Enquanto as do banco liderado por Miguel Maya aceleram perto de 1%, as do seu braço na Polónia recuam 1%.

Em comunicado enviado à CMVM, a instituição liderada por Miguel Maya revelou esta segunda-feira que, através do Bank Millennium, adquiriu a instituição polaca do banco francês — o Euro Bank — num negócio feito integralmente em dinheiro. O valor da operação ascendeu a 428 milhões de euros.

BCP avança em bolsa

Este negócio não é uma surpresa, tendo já tido sido noticiado por várias vezes. Mas, segundo os cálculos do BPI deverá trazer um impacto positivo sobre os lucros da instituição financeira liderada por Miguel Maya na ordem dos 5%. “A nossa estimativa é que, com esta compra, os lucros por ação do BCP sejam de cerca de 4% a 5% a médio prazo”, diz o banco na análise à compra anunciada pelo BCP.

Por essa razão não é de estranhar que as ações do BCP estejam a valorizar na bolsa portuguesa, recuperando face às perdas de 1% registadas no arranque da sessão. O título soma neste momento 0,7% para os 24,45 cêntimos por ação.

Já o Bank Millennium como comprador do Euro Bank, negócio em que teve de desembolsar o equivalente a 428 milhões de euros, não verifica o mesmo entusiasmo na bolsa. As suas ações estão a deslizar 0,9%, para os 8,77 zlotys, na bolsa de Varsóvia.

É que, no seguimento desse investimento, o banco polaco anunciou que não pretende distribuir dividendos pelos seus acionistas no próximo ano. “Devido a essa transação, não vamos pagar o dividendo de 2018”, disse Fernando Bicho, CFO do Bank Millennium. “É demasiado cedo para dizer quando seremos capazes de pagar dividendos”, acrescentou o mesmo responsável, citado pela Reuters.

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BCP marca assembleia geral para dar novo passo rumo à distribuição de dividendos

O banco liderado por Miguel Maya agendou para 5 de novembro uma assembleia geral de acionistas cujos pontos da ordem de trabalhos abrem caminho aos dividendos.

O BCP agendou uma assembleia geral de acionistas para o dia 5 de novembro que abre caminho para que o banco liderado por Miguel Maya possa pagar novamente dividendos no futuro. Ações aceleram 2% no arranque da bolsa de Lisboa.

São apenas dois pontos da ordem de trabalhos que vão ser discutidos e decididos na reunião magna do próximo mês, segundo as informações prestadas ao mercado esta sexta-feira: o primeiro ponto diz respeito à alteração de um artigo dos estatutos do banco para clarificar que é a assembleia geral quem toma decisões relativas à distribuição de lucros do exercício; já no ponto 2 propõe-se uma redução do capital social em quase 900 milhões de euros sem alteração do número de ações, que vai possibilitar a existência de fundos para distribuir pelos acionistas e trabalhadores.

O CEO do BCP tinha adiantado há duas semanas ao ECO que estava a “fazer tudo” para voltar a distribuir dividendos já em 2019, algo que não acontece desde 2010 por causa da crise que o banco atravessou nos últimos anos. Mas a instituição vai a caminho de registar “lucros belíssimos” este ano, conforme sublinhou Maya, pelo que haverá disponibilidade financeira para voltar a remunerar os acionistas, marcando a normalização da vida do BCP após a intervenção pública em 2012 com os chamados Cocos (obrigações de capital contingente). Embora não esteja fechado, o banco está a prever distribuir 40% dos lucros.

No arranque a sessão em Lisboa, as ações do BCP subiam 1,90% para 0,23 euros, apresentando um dos melhores desempenhos no PSI-20.

Relativamente ao primeiro ponto da ordem de trabalhos, o que o banco pretende é que os estatutos sejam claros sobre quem delibera em matéria de distribuição de lucros: a Assembleia Geral dos acionistas.

E, por isso, propõe uma nova redação do artigo em questão: “A Assembleia Geral delibera livremente por maioria simples em matéria de distribuição dos lucros do exercício, sem sujeição a qualquer distribuição obrigatória, tendo presente a política de dividendos que em cada momento estiver em vigor, a qual não afeta a plena liberdade de decisão da Assembleia Geral“.

Já o segundo ponto passa por “reformular as rubricas do capital próprio com a finalidade especial do reforço inequívoco de condições futuras de existência de fundos suscetíveis de qualificação regulatória como distribuíveis“, sob a forma de dividendo aos acionistas e prémios aos trabalhadores.

Para tal, o BCP quer reduzir da “cifra do capital social em 875,7 milhões de euros, sem alteração do número de ações (sem valor nominal) existentes e sem alteração da situação líquida, a qual ficará a exceder o novo capital social em mais de 20%, com a consequente redução do rácio entre capital social e número de ações emitidas”.

Após esta decisão, que se encontra sujeita à condição suspensiva de concessão do Banco de Portugal, o BCP passará a ter um capital social de 4.725 milhões de euros, correspondendo a mais de 15 mil milhões de ações.

Entre os maiores acionistas do banco estão os chineses da Fosun (27%) e os angolanos da Sonangol (19,49%).

(Notícia atualizada às 8h35)

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S&P sobe rating do BCP em um nível. Continua em “lixo”, mas passou para “BB”

A agência de notação financeira reviu em alta a notação atribuída ao banco liderado por Miguel Maya. Elevou o rating de BB- para BB, mantendo com uma classificação de "lixo".

A Standard & Poor’s (S&P) reviu em alta a notação atribuída ao banco liderado por Miguel Maya. Elevou o rating do BCP para “BB”, uma melhoria da classificação em um nível que, contudo, continua a ser de “lixo”. O rating dos restantes bancos do sistema foi reiterado, com Totta e BPI a apresentarem as melhores notas.

A agência norte-americana explica a revisão em alta da classificação com a melhoria da perspetiva que tem sobre as instituições financeiras nacionais. “Os bancos portugueses estão a fazer progressos, apresentando resultados positivos após seis anos de prejuízos. Esperamos que esta tendência continue”, diz a S&P.

Além da recuperação dos resultados, a contribuir para a subida do rating do BCP estão os desenvolvimentos em torno do Novo Banco. “À medida que regressa a mãos privadas, o Novo Banco vai acelerar a sua reestruturação e, gradualmente, voltar ao normal”, diz a agência, acrescentando que tal irá “melhorar o cenário de concorrência” no mercado nacional.

"Os bancos portugueses estão a fazer progressos, apresentando resultados positivos após seis anos de prejuízos. Esperamos que esta tendência continue.”

Standard & Poor's

Perante estas melhorias, a notação do BCP subiu para “BB”, passando a perspetiva de “positiva” para “estável”, o que indica que a S&P não irá rever em breve o rating do banco. Ou seja, ainda vai demorar até que o BCP passe a ter uma classificação de qualidade de investimento.

Ao mesmo tempo que melhorou a notação do banco liderado por Miguel Maya, reiterou as classificações de outros bancos, nomeadamente do Totta e do BPI, de “BBB-“, para ambos. “Também reiteramos a nossa classificação de ‘BB-‘ para o Haitong Bank, com o outlook ‘estável'”, remata.

(Notícia atualizada às 17h09 com mais informação)

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Sindicato dos bancários pede ao BCP para devolver este ano salários cortados durante a crise

Banco cortou salários entre 2014 e 2017 e prometeu devolver as remunerações retidas assim que a situação de crise estivesse ultrapassada. Sindicatos pretendem que devolução seja feita este ano.

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) pretende que o BCP devolva já este ano os cortes salariais que afetaram os trabalhadores entre 2014 e 2017 e enviou uma carta ao presidente Miguel Maya a lembrar-lhe desse compromisso assumido pelo banco há quatro anos.

O BCP cortou salários aos trabalhadores que recebiam mais de 1.000 euros, uma medida que vigorou entre 2014 e junho do ano passado, e com os cortes a atingirem um máximo de 11% do salário bruto, isto por causa da crise que o banco atravessava. Na altura, a instituição disse que a medida permitiria salvar 400 postos de trabalho, tendo deixado a promessa junto dos sindicatos de devolver as remunerações retidas assim que as dificuldades estivessem superadas.

Agora, o banco vai a caminho de “lucros belíssimos” e o CEO Miguel Maya diz que está a fazer “tudo para que seja possível” voltar a remunerar os acionistas em 2019, algo que não acontece desde 2010. Na primeira metade do ano, o BCP registou lucros de 150,6 milhões de euros.

Neste cenário, o sindicato dos bancários dirigiu uma missiva ao banco “alertando e relembrando para a necessidade de devolução, ainda no decurso do ano de 2018, das prestações remuneratórias retidas aos trabalhadores entre 2014 e junho de 2017”.

“De facto, em 2018, estamos perante a notável recuperação do BCP, resultado do contributo emergente da lealdade dos clientes, competência da equipa de gestão, paciência e resiliência dos acionistas, mas também, e especialmente, da dedicação, entrega e sentido de compromisso dos quadros e técnicos bancários e dos trabalhadores do banco, em geral”, lê-se na carta a que o ECO teve acesso.

O SNQTB lembra o acordo firmado entre o banco e os sindicatos, onde ficou consignado “um compromisso com vista à reposição aos trabalhadores do valor retributivo que seria retido nesse período transitório, uma vez se encontrasse ultrapassada a situação que a tinha originado”.

A justiça desta reposição é inquestionável. O tempo é o correto“, frisa ainda o sindicato liderado por Paulo Gonçalves Marcos.

Questionado pelo ECO sobre esta devolução dos cortes aos trabalhadores, o BCP não esteve disponível para responder a tempo da publicação do artigo.

Ainda assim, na primeira carta enviada aos trabalhadores, Miguel Maya fez questão de dizer que o assunto não está esquecido, afirmando que iria “defender com determinação o compromisso assumido com os colaboradores relativo ao valor não recebido durante o período em que vigorou a redução salarial”. Além disso, também revelou que quer voltar a pagar bónus aos trabalhadores em função dos resultados.

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Governador do Banco de Portugal avisa que concentração entre bancos deverá aumentar na Europa

  • ECO e Lusa
  • 25 Setembro 2018

Governador do Banco de Portugal disse que os bancos portugueses se devem preparar para os movimentos de concentração na Europa no sentido de ganharem dimensão.

O governador do Banco de Portugal (BdP) avisou que as fusões e integrações entre bancos de diferentes países deverão aumentar e que os bancos portugueses se devem preparar para concorrer no espaço europeu.

Na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios em Lisboa, Carlos Costa disse que a integração financeira a nível europeu é uma realidade que se vai reforçar de futuro e que isso deverá levar a movimentos de consolidação.

“Os movimentos de consolidação transfronteiriça não podem ser ignorados”, afirmou o responsável máximo pelo regulador e supervisor bancário. Para se defenderem desses movimentos, os bancos portugueses “têm de estar preparados para concorrer no espaço europeu” e isso significa terem escala e eficiência, disse ainda Carlos Costa.

Para isso, considerou, os bancos têm de avaliar bem o investimento a fazer, isto quando o capital ainda é escasso, e onde investir, tendo em atenção os centros de decisão.

“Este processo de concentração será tanto mais rápido quanto menos preparados [os bancos] estiverem para concorrerem no espaço europeu”, advertiu.

Em reação a estas declarações, Miguel Maya disse entre “dimensão e agilidade” a sua prioridade para o BCP passa pela “agilidade”. “Estamos todos preocupados com as fintech porque elas têm uma enorme agilidade. A preocupação que eu tenho para o BCP não é a dimensão. É antes a agilidade e sermos capazes de responder às necessidades dos clientes de uma forma muito célere”, disse aos jornalistas o CEO do BCP no final da evento.

“Em relação aos movimentos, o BCP vai estar atento e, surgindo uma oportunidade, vamos olhar para ela. Mas aquilo que nós apresentamos no plano até 2021 não pressupõe crescimento por via de aquisições“, declarou ainda.

O BCP é um dos interessados na aquisição do negócio polaco do Société Générale, mas Miguel Maya recusou comentar o assunto.

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Banqueiros desvalorizam alerta de Carlos Costa sobre “euforia” no imobiliário

O Banco de Portugal alertou para um cenário de "euforia" no mercado imobiliário. Mas os banqueiros portugueses não estão tão preocupados quanto isso com a alta dos preços.

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, alertou para um cenário de “euforia” no mercado imobiliário e para o perigo de uma bolha no setor para a estabilidade financeira, mas os bancos portugueses não estão tão preocupados quanto isso com a escalada dos preços dos imóveis. No BCP, por exemplo, Miguel Maya revelou que o banco voltou a fazer promoção imobiliária depois de ter sido proibido de o fazer quando obteve ajuda do Estado. António Ramalho, do Novo Banco, disse que “é uma questão perfeitamente gerível” e Pablo Forero, do BPI, lembrou a bolha espanhola para dizer que a “situação em Portugal é bastante razoável”.

“Não vejo grande problema no imobiliário. No BCP, estávamos proibidos de fazer promoção imobiliário. Voltamos a fazer promoção imobiliária, temos parcerias com promotores, mas temos critérios rigorosos e temos regras relacionadas com a capacidade de geração de cash flow e não com as garantias de colateral”, adiantou o presidente executivo do banco na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios.

Miguel Maya acrescentou que Portugal vive hoje em dia um novo “paradigma” no mercado imobiliário mais global e menos doméstico. E é devido à presença do investimento internacional que “dificilmente” vê “os preços na Baixa de Lisboa ou do Porto a descer” para níveis dos últimos anos.

"Não vejo grande problema no imobiliário. No BCP, estávamos proibidos de fazer promoção imobiliário. Voltamos a fazer promoção imobiliária.”

Miguel Maya

Presidente executivo do BCP

Bolha imobiliária? “Temos um mercado quente. Acho que deverá haver um ajustamento dos preços mas será um ajustamento marginal quando daqui a um ano a nova oferta chegar ao mercado”, frisou ainda o presidente executivo do BCP.

Também António Ramalho, do Novo Banco, não está preocupado com o atual ambiente de preços dos imóveis, tendo em conta o passado recente em que “tivemos um grande período de desinvestimento no mercado em que se deixou de construir e de se licenciar”. Deu conta ainda da elevada procura turística e da procura de residentes não habituais com outro poder de compra como fatores que estão a sustentar os preços. E por isso, “o tema do imobiliário é perfeitamente gerível” para os bancos portugueses, assegurou.

Para Paulo Macedo, da Caixa Geral de Depósitos, importa analisar as diferenças entre o mercado residencial nos grandes centros e o mercado de imóveis comerciais, onde “os preços se têm mantido”. Mas o banco público atribui “muita importância” ao assunto até porque tem no seu portefólio aproximadamente 20 mil imóveis que quer vender.

No BPI, o espanhol Pablo Forero recordou a bolha imobiliária que rebentou em Espanha na última década para sublinhar que “a situação em Portugal é bastante razoável”. “Mas há naturalmente que evitar excessos e os bancos estão a fazer um trabalho muito sério”, disse.

"Posso falar da bolha em Espanha, mas a situação do imobiliário em Portugal é bastante razoável. Há naturalmente que evitar excessos, mas os bancos estão a fazer um trabalho muito sério.”

Pablo Forero

Presidente executivo do BPI

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BCP vai ter “belíssimos lucros”. Há dividendos? “Estamos a fazer tudo para que seja possível”, diz Miguel Maya

O BCP teve resultados líquidos de 150 milhões no semestre. E vai encerrar o ano com "lucros belíssimos" que abrem a porta ao regresso aos dividendos, objetivo para o qual o banco está a "fazer tudo".

Miguel Maya está há muito tempo no BCP, mas só recentemente assumiu a gestão executiva do banco. Sucedeu a Nuno Amado, que passou a chairman, num processo de transição “preparado com tempo”. Os papéis mudaram, mas o “nível de exigência de parte a parte” continua o mesmo: elevado. “Estamos os dois empenhados em trabalhar para ter belíssimos lucros este ano”, diz, salientando que ambos estão a “fazer tudo” para voltar a pagar dividendos já em 2019.

“Trabalhei com Nuno Amado desde 2012. Preparámos a transição com tempo e com cuidado. Mesmo o plano que apresentei ao mercado é um plano de continuidade, obviamente com inovação e também com um traço pessoal meu. Mas é um plano de continuidade e não de rutura”, disse Maya ao ECO, à margem da 31.ª edição dos Investor Relations & Governance Awards, da Deloitte, que se realizou no Convento do Beato.

"Estamos os dois [Maya e Nuno Amado] empenhados em trabalhar para ter belíssimos lucros este ano, dentro daquilo que é o contexto financeiro.”

Miguel Maya

Presidente executivo do BCP

Apesar de considerar que “os desafios são muito grandes”, salientando que ainda “há muita coisa para fazer”, o BCP está de volta aos resultados positivos. Na primeira metade do ano, o banco liderado por Miguel Maya conseguiu lucros de 150,6 milhões de euros e, ao ECO, Maya está confiante que conseguirá resultados ainda melhores no final do exercício. Estamos os dois [Maya e Nuno Amado] empenhados em trabalhar para ter belíssimos lucros este ano, dentro daquilo que é o contexto financeiro”, diz.

Perante esses resultados “belíssimos”, os acionistas podem esperar dividendos já em 2019? “Estamos ambos convictos que é preciso remunerar os acionistas”, mas “para remunerar os acionistas temos de ter rendibilidade”, além de ser necessário cumprir com o que são as expectativas dos reguladores. “Temos de fazer as coisas de forma muito sustentável e tudo estamos a fazer para que isso possa vir a ser possível“, diz Miguel Maya.

Miguel Maya, CEO do BCP.

O presidente executivo dá, assim, mais um sinal de que 2019 pode mesmo marcar o regresso do banco aos dividendos, sendo bastante mais explícito nesse objetivo do que aquando da apresentação das contas do primeiro semestre, as primeiras que apresentou enquanto CEO. A acontecer, será a primeira vez desde 2010, sendo que o plano de médio/longo prazo prevê que em 2021 o BCP possa estar a entregar cerca de 40% dos lucros em dividendos.

“Sustentabilidade é vista, agora, como um valor essencial”

Miguel Maya defende sempre a sustentabilidade na sua visão para a gestão do banco que lidera. Só assim se garante a estabilidade do setor financeiro, nomeadamente do português que considera estar “incomparavelmente melhor preparado para choques”, ao contrário do que aconteceu no passado. A cultura da banca mudou. A sustentabilidade

Há uma mudança estrutural ao nível das práticas de governance. Há uma preocupação muito maior com a sustentabilidade e não comprometemos — não vejo ninguém disponível, minimamente, para comprometer a sustentabilidade das instituições financeiras em prejuízo ou beneficio de resultados intra-meta ou anuais.

Miguel Maya

Presidente executivo do BCP

Crises? “Vai haver sempre crises. A questão não é se haverá ou não. É quando é que é a próxima”, diz o presidente executivo do BCP. Mas, apesar de reconhecer que “há sempre debilidades” em todas as instituições, hoje, as instituições “têm uma solidez incomparavelmente melhor do que o que eram no inicio desta crise”. É resultado das exigências regulatórias, mas também do facto de as instituições terem “interiorizado a necessidade da sustentabilidade como um valor essencial”.

Há, diz, uma “mudança estrutural ao nível das práticas de governance. Há uma preocupação muito maior com a sustentabilidade e não comprometemos — não vejo ninguém disponível, minimamente, para comprometer a sustentabilidade das instituições financeiras em prejuízo ou beneficio de resultados intra-meta ou anuais”.

“Não acredito na separação entre o soberano e os bancos”

Apesar de todas as defesas que a banca criou, seja por obrigação regulatória, seja por autorregulação, Miguel Maya diz que o setor financeiro, pela sua natureza, estará sempre exposto aos ciclos da economia do país onde tem a maior parte das suas operações, neste caso, Portugal. E, neste momento, o “contexto macroeconómico é favorável”, mas pede que o Governo apresente um Orçamento do Estado (OE) que procure manter a sustentabilidade das contas públicas.

“Não acredito na separação entre soberano e os bancos porque o nosso balanço é a economia portuguesa”, diz Maya. “Nós [o BCP] só estamos bem se os nossos clientes, que têm operações em Portugal, estiverem bem. Portanto, obviamente que me importa muito aquilo que é o desempenho da economia” portuguesa, nota.

"Não acredito na separação entre soberano e os bancos porque o nosso balanço é a economia portuguesa.”

Miguel Maya

Presidente executivo do BCP

Depois de salientar que o BCP “não faz política”, escusando-se a apontar medidas que gostaria de ver no OE, além do compromisso de sustentabilidade, Maya reconhece o que não quer. Questionado pelo ECO se, por exemplo, uma “linha vermelha” na proposta de OE seriam mais taxas sobre o bancos, o CEO é taxativo: “Mais taxas para a banca não seriam, certamente, boas notícias”.

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BCP tem cada vez menos acionistas. Peso dos investidores portugueses caiu para metade desde a crise

É um reflexo da crise recente no maior banco privado português: o BCP tem cada vez menos acionistas. E o peso dos acionistas portugueses caiu para metade desde a crise em Portugal.

O BCP tem cada vez menos acionistas. E eles falam cada vez menos português. O peso dos investidores nacionais no capital do banco caiu em metade desde o início da crise. É o reflexo da reestruturação do setor bancário nacional nos últimos anos e que levou ao definhar da sua representatividade na bolsa de Lisboa até aos dias de hoje. Com a saída do Santander (que comprou o Banif em 2015) e BPI (comprado pelos espanhóis do CaixaBank em 2017), o BCP será uma espécie em vias de extinção na praça portuguesa.

No final do ano passado, o capital da instituição agora liderada por Miguel Maya estava repartido por 169 mil acionistas. Embora seja uma das ações mais populares entre os pequenos investidores nacionais, a verdade é que o BCP perdeu algum do seu brilho por cá: registou uma redução de quase 20 mil investidores na sua base acionista face a 2016, na sua grande maioria portugueses, num período em que ascenderam ao poder os chineses da Fosun, com os angolanos da Sonangol na sombra.

O próprio banco fez a sua análise dos acontecimentos na sua estrutura acionista: “Durante o ano de 2017, assistiu-se a um aumento significativo da percentagem do capital social detida por acionistas estrangeiros, motivado essencialmente pela operação de aumento de capital, concretizada em fevereiro de 2017″, assinalou no relatório e contas do ano passado.

BCP perdeu 17 mil acionistas em 2017

Fonte: BCP

Hoje em dia, pouco mais do que 30% do capital do BCP está em mãos portuguesas. É o peso mais baixo desde 2010, pelo menos. Antes de a crise soberana se ter abatido sobre Portugal em abril de 2011 e ter provocado uma crise bancária sem precedentes no mercado nacional, mais de 60% do capital do BCP era detido por investidores nacionais, como a Ocidental Seguros (9,6%), Teixeira Duarte (5,68%), Grupo Berardo (4,33%), EDP (3,75%) ou Caixa Geral de Depósitos (2,68%). Esta era a realidade no final de 2010.

Hoje mandam os chineses (27%) e os angolanos (19,5%) e o único investidor português a assumir relevância dentro do banco é a elétrica nacional liderada por António Mexia, com uma posição de 2,11%, refletindo a falta de capital entre os investidores nacionais que não conseguiram acompanhar os sucessivos aumentos de capital realizados pelo BCP nos últimos anos — foram seis, ao todo, desde 2011.

“A diminuição do número de acionistas e portugueses demonstra um clima de desconfiança no próprio banco uma vez que já registou fortes quedas nos últimos anos”, explica Pedro Amorim, broker da XTB Portugal. “Houve pessoas que perderam milhares de euros na desvalorização das ações do banco após a crise financeira. O clima de desconfiança não se deve só ao próprio banco mas sobretudo ao sistema português — falência do BES e Banif. O BCP é o único banco português a ser cotado no PSI-20, o que significa que em qualquer notícia que afete o setor financeiro (europeu), as ações do BCP são a única representação portuguesa”, contextualiza.

“Com estes factos, os portugueses estão muito adversos a investimentos no setor financeiro nacional”, resume Pedro Amorim.

BCP fala cada vez menos português

Fonte: BCP

Na verdade, não é só no BCP onde os portugueses têm perdido força dentro das estruturas de capital dos grandes bancos nacionais. Não há capital para o BCP como não houve para outras históricas instituições financeiras.

Em fevereiro do ano passado, o CaixaBank lançou mão sobre o BPI com uma OPA que está prestes a ser bem-sucedida: na altura da conclusão da operação, os catalães ficaram com 84% do banco, mas hoje já detêm quase 95% do capital do banco e pediram para retirar o BPI da bolsa nacional. Poucos meses depois, em outubro, o Novo Banco, que ficou com a parte boa do antigo Banco Espírito Santo (BES), foi alienado aos americanos do Lone Star, a troco de uma injeção de capital de 1.000 milhões de euros, ficando apenas 25% do capital nas mãos do Fundo de Resolução.

Estas duas operações ajudam a identificar as causas do apagão do setor financeiro na bolsa nacional. O BPI deu mais um passo rumo à porta de saída de bolsa depois de o regulador dos mercados ter solicitado um auditor independente para fixar o preço a pagar pelo CaixaBank. Num contexto diferente, o espanhol Santander também já pediu para deixar de estar cotada cá. Desde 2010, a praça lisboeta viu desaparecer Finibanco, Popular, BES, Espírito Santo Financial Group, Banif, Montepio… e apenas o BCP permanecerá como único representante do setor a cotar em Lisboa.

“É provavelmente ainda o reflexo da crise financeira, perante o sobredimensionamento que era observado então neste setor, no que se refere às suas implicações em termos do desaparecimento dos bancos que ficaram mais fragilizados (BES) ou na tendência de M&A que surgiu como necessidade de o setor aumentar os seus níveis de rentabilidade (BPI e CaixaBank)”, sintetiza Albino Oliveira, da Fincor.

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