Saíram mais 1.600 trabalhadores da banca em 2018. Quase o dobro do ano anterior

Principais bancos nacionais voltaram a reduzir os seus quadros de forma expressiva no ano passado. Só na Caixa, saíram 646 trabalhadores em 2018. E o Totta encerrou quase centena e meia de balcões.

Continuaram a sair trabalhadores dos bancos no ano passado: cerca de 1.600 nas principais instituições.

Os bancos nacionais voltaram a acelerar a sua cura de emagrecimento no ano passado. Saíram das principais instituições financeiras cerca de 1.600 trabalhadores em 2018, quase dobro das saídas registadas em 2017 (955). E isto num ano em que fecharam cerca de três centenas de agências.

Foi na Caixa Geral de Depósitos (CGD) onde se registou o maior número de saídas: 646 trabalhadores abandonaram o banco público no âmbito do plano estratégico acordado com Bruxelas aquando da recapitalização de cinco mil milhões de euros. Foram também encerradas 65 agências no último ano, em linha com os 64 encerramentos registados em 2017.

Paulo Macedo não vai ficar por aqui. Atualmente, o banco do Estado conta com 7.675 colaboradores e 522 balcões, mas tem de chegar a 2021 com menos de 6.650 trabalhadores e entre 470 e 490 balcões. Ou seja, vai ter de cortar mais 1.000 postos de trabalho e entre três a cinco dezenas agências até lá. Ainda há 180 milhões de euros para fazer face a reformas e pré-reformas nos próximos anos, garantiu o presidente da CGD na última conferência de resultados.

No Novo Banco, cuja reestruturação também acelerou no ano passado, António Ramalho disse que saíram cerca de 450 funcionários em 2018. Trabalhavam 5.093 trabalhadores no banco detido pelo Lone Star (75%) e Fundo de Resolução (25%) no final do ano passado.

Em termos de agências, a maior dieta de emagrecimento foi protagonizada pelo Santander Totta. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida encerrou 147 balcões no ano passado, muito por força da integração diz Popular Portugal no final de 2017 que forçou a um redimensionamento da rede comercial. Em saídas, 290 pessoas abandonaram o banco do grupo espanhol Santander.

Bancos voltaram a emagrecer em 2018

Fonte: Bancos

Castro e Almeida também anunciou que as mudanças dentro do banco vão continuar: prevê fundir grandes agências nos centros urbanos e, perspetivando mais saídas por reforma ou pré-reforma nos próximos anos, adiantou que o banco vai mudar a política de contratação de pessoal. “A visão que temos a três anos, através da saída normal das pessoas por reforma ou pré-reforma, é que vamos ter de contratar de pessoas com perfil completamente diferente: matemáticos, programação e mais analítico”, assegurou o novo CEO do Totta que chamou a si o pelouro do Pessoal.

No BPI, fecharam-se 10 balcões e registaram-se 42 saídas, sendo a instituição financeira com a rede comercial e quadros mais estabilizados.

Enquanto isso, o BCP indicava que até setembro tinham deixado o banco 150 colaboradores, enquanto haviam sido encerradas duas dezenas de agências. Miguel Maya deverá atualizar estes números quando a 21 de fevereiro apresentar os resultados anuais.

Para já, apenas CGD, BPI e Santander Totta prestaram contas. No acumulado, estas três instituições lucraram cerca de 1.500 milhões de euros no ano passado.

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BCP e Jerónimo Martins colocam bolsa em máximos de quatro meses

PSI-20 avançou pela segunda sessão consecutiva graças sobretudo ao bom desempenho do banco BCP e da retalhista Jerónimo Martins, cujos títulos valorizaram mais de 2% nesta sessão.

Os bons desempenhos de BCP e Jerónimo Martins garantiram à bolsa de Lisboa ganhos pela segunda sessão consecutiva. Ambos os títulos avançaram mais de 2% esta quarta-feira, colocando o PSI-20 em máximos desde outubro. E isto num dia em que os principais mercados acionistas europeus fecharam em terreno misto.

O principal índice português encerrou a sessão com uma valorização de 0,89% para 5.215,24 pontos. Foi o segundo dia de ganhos na praça nacional, muito graças a BCP (+2,55%) e Jerónimo Martins (+2,19%). No caso da retalhista, já esta terça-feira os títulos dispararam mais de 4% após as notícias de que a Polónia, o principal mercado internacional da Jerónimo Martins, poderá recuar na lei que prevê o encerramento das loja ao domingo.

À exceção de quatro cotadas, o cenário em Lisboa foi de relativo otimismo. Por exemplo, a REN avançou 1,23% para 2,634 euros e os CTT ganharam 0,58% para 3,148 euros, numa altura em que se fala que o Estado pondera regressar ao capital destas duas empresas que já foram públicas. Ainda esta quarta-feira o ministro Pedro Marques sublinhou que o Estado devia regressar ao capital do operador do correio.

A travar maiores ganhos na praça portuguesa esteve a Galp, cujos títulos caíram 0,59% para 14,24 euros. Uma poll de analistas consultados pela agência Reuters aponta para uma descida de 32% dos lucros da petrolífera para os 127 milhões de euros no quarto trimestre de 2018. Resultados serão divulgados no dia 11 de fevereiro.

Lá por fora, o Stoxx 600, o índice de referência europeu, ganhou 0,15%.

(Notícia atualizada às 17h13)

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Presidente do BCP “preocupado” com notícias sobre auditoria à CGD

O CEO do BCP diz ter um conhecimento bastante limitado sobre o relatório da EY à CGD, mas diz que está "preocupado" com as notícias sobre o assunto porque "contamina todo o setor".

“Estou preocupado com aquilo que se está a passar. (…) Tudo o que acontece de mau numa instituição contamina o setor”, declarou Miguel Maya, CEO do BCP, em relação à divulgação do relatório preliminar da auditoria da EY aos atos de gestão na Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 e 2015.

Esta semana, vários jornais — entre eles o ECO — divulgaram uma versão preliminar do relatório da EY onde foram identificados um conjunto de 46 financiamentos que foram concedidos durante aquele período e nos quais não foram cumpridas as normas de concessão de crédito e resultaram em perdas de quase 1.200 milhões de euros.

Miguel Maya começou por dizer que tem um conhecimento “bastante limitado” no que respeita à informação contida no relatório preliminar da EY tornado recente público, reconhecendo contudo que este “não pode ser irrelevante”. Mas logo de seguida faz questão de afastar a equipa de gestão do BCP da polémica, nomeadamente em relação ao administrador João Nuno Palma, que passou pelo banco público no passado — foi CFO da CGD entre 2012 e 2016, tendo exercido outras funções anteriormente.

“Temos apenas um administrador que passou no passado pela CGD e não o vejo referido em nenhum lado”, começa por dizer Miguel Maya à margem de uma conferência com jornalistas que serviu para apresentar uma parceria entre o BCP e o UnionPay com vista à distribuição de cartões bancários da instituição chinesa. “Não vejo razão para qualquer reparo“, diz assim.

Questionado ainda pelo facto de o BCP ser uma das instituições referida no relatório no que respeita aos créditos concedidos e também às perdas que o banco público teve com a exposição à instituição financeira, Miguel Maya diz que “são claramente um tema do passado do banco”.

O gestor também não se pronunciou sobre a existência ou não de uma lista de devedores semelhante à da CGD. “O BCP irá divulgar o que tiver de divulgar”, disse, referindo que esta é uma questão política.

"Estou preocupado com aquilo que se está a passar. (…) Tudo o que acontece de mau numa instituição contamina o setor.”

Miguel Maya

Presidente executivo do BCP

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BCP quer abrir mercado de dívida de alto risco na Zona Euro

Banco liderado por Miguel Maya contratou sindicato bancário para emitir títulos de dívida subordinada para reforçar capital. Será a primeira instituição da Zona Euro a testar apetite dos investidores.

O BCP prepara-se para ser o primeiro banco da Zona Euro a testar, este ano, o apetite dos investidores por dívida de alto risco, classificada como Additional Tier 1 (AT1). Será através destes títulos subordinados perpétuos que o banco liderado por Miguel Maya pretende reforçar os seus rácios de capital. Estes títulos funcionam como uma espécie de “para-choques”, sendo o tipo de dívida mais arriscado na medida em que os detentores são os primeiros a sofrer com o impacto de um eventual “acidente”.

Basicamente é uma operação que visa responder às exigências do Banco Central Europeu (BCE). Mas apenas fora do espaço da moeda única é que encontramos instituições que já realizaram ou têm planos para realizar operações do género no arranque de 2019. Por exemplo, na Turquia, e salvaguardando importantes diferenças de contexto, um banco pagou há duas semanas um juro de 13,875% por notes que contam para reforçar o capital AT1. Mas sublinhe-se: cada caso é um caso.

Foi um anúncio cuidadoso aquele que o banco liderado por Miguel Maya fez na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) esta terça-feira. Indicou que mandatou o Millennium BCP, o Credit Suisse Securities, o JPMorgan e o UBS Investment Bank para “organizarem um conjunto de reuniões com investidores qualificados em Lisboa, Londres e Paris” esta quarta-feira, com vista a uma “potencial emissão de títulos de dívida subordinados perpétuos”. E fez depender das “condições de mercado”.

Contactada pelo ECO, a instituição remeteu toda a informação que pretende disponibilizar neste momento para esse comunicado, sem adiantar, por exemplo, datas previsíveis da operação ou montantes indicativos.

Nesse documento enviado ao regulador disse apenas que os títulos são denominados em euros, têm taxa fixa e existe a possibilidade de reembolso antecipado, por parte do banco, a partir do final do quinto ano de maturidade. E informou que contarão com o “mecanismo de redução temporária do respetivo valor nominal em caso de verificação de um nível de fundos próprios principais de nível 1 de 5,125%, que se pretende que venha a preencher os requisitos regulamentares para poder ser classificada como instrumento de fundos próprios adicionais de nível 1”.

Desde a crise que os reguladores têm tentado evitar que o risco de resgates de bancos seja dos contribuintes, transferindo-o para detentores de títulos de dívida com diferentes graus de risco. O mais arriscado destes títulos são estes AT1 que o BCP pretende emitir.

São títulos desenhados para que, caso o rácio de capital de um banco desça abaixo de determinado nível, sejam convertidos em capital do banco ou totalmente destinados a repor eventuais perdas. Cancelados os AT1, o banco consegue robustecer a posição financeira de forma quase automática.

Também existem títulos AT2, que representam um risco menor face aos títulos A1. Foi com uma emissão de 500 milhões de euros em títulos AT2 que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) concluiu em julho do ano passado a segunda fase do plano recapitalização acordada entre o Estado português e a Comissão Europeia, na valor de quase 5.000 milhões de euros. A operação teve um juro associado de 5,75%. Também o Novo Banco realizou, em meados de 2018, uma emissão de 400 milhões títulos AT2 a um juro de 8,5%. Mais recentemente o Banco Montepio voltou atrás com uma operação do género devido às “condições adversas do mercado”.

BCP de 2019 equiparado a CGD de 2017

Assim, a última (e única) emissão de obrigações AT1 realizada por um banco português aconteceu há quase dois anos. Em março de 2017, a CGD emitiu 500 milhões de euros em dívida subordinada que conta como capital e pagou um juro de 10,75%, o que apesar de tudo ficou abaixo do montante indicativo entre 11% e 11,5%.

O juro elevado atraiu procura que chegava para dois mil milhões de euros. Na altura, as agências de rating da CGD refletiram esse risco associado a estes títulos na avaliação que fizeram da operação. A Fitch atribuiu uma notação B- (três níveis abaixo do rating bb de então da CGD), enquanto a Moody’s avaliou a operação em Caa2 face ao nível B1 em que colocava o banco liderado por Paulo Macedo.

Desta vez, o rating atribuído pelas agências de notação financeira não é muito diferente. A norte-americana Moody’s — que avalia o BCP no primeiro nível de investimento Ba3 com perspetiva positiva — atribuiu uma nota Caa1 à operação. O grau é especulativo já que “os títulos não assegurados e perpétuos e têm um mecanismo de suspensão de cupão obrigatório e opcional não acumulável”, segundo explica o relatório da agência.

Já a par Fitch avalia a colocação em B-, quatro degraus abaixo do rating BB do BCP e de forma provisória até serem conhecidos os montantes. A canadiana DBRS é a mais otimista e atribuiu uma notação B (low) aos instrumento, com perspetiva positiva, mas ainda assim cinco níveis abaixo do rating do banco.

A agência sublinha que “as obrigações AT1 são profundamente subordinadas e constituem os mais junior instrumentos de dívida do banco”. “São perpétuos em termos de prazo e podem ser registados em parte ou integralmente, se o emitente ou o regulador determinarem que existe um evento trigger. O nível de trigger para amortizações é definido para o BCP numa taxa mínima de CET1 de 5,125%”, acrescenta a DBRS.

A Fitch antecipa mesmo que o não-pagamento de juros ocorra antes de o banco alcançar um nível abaixo deste limite de 5,125%, “por exemplo se o rácio total de capital do BCP se aproxime da revisão de supervisão e requerimentos do processo de avaliação definidos em 12,31%, em 2018, já que os buffers acima destes requerimentos são, comparativamente, menores”, sublinha a Fitch.

Banco turco pagou 14% em operação semelhante

Apesar de ser a primeira emissão de dívida AT1, realizada este ano por um banco da Zona Euro, há outros exemplos internacionais. O mais próximo aconteceu na Turquia, onde o banco Yapi emitiu, a 11 de janeiro, 650 milhões de dólares em obrigações AT1. Mesmo com mais de metade do valor a ser garantido por procura dos próprios acionistas, a yield atingiu de 13,875%.

Esta foi a primeira colocação de dívida, desde abril de 2018, por parte de um banco na Turquia, país que viu a crise económica e social agravar-se no ano graças à desvalorização da moeda. Uma das principais razões para a emissão ser feita em dólares foi exatamente aumentar a proteção contra a depreciação da lira.

Cenário muito diferente é o vivido nos Emirados Árabes Unidos, onde também já aconteceu uma emissão de obrigações perpétuas. O Banco Islâmico do Dubai (DIB, na sigla em inglês) — que é o segundo maior banco islâmico do mundo e tem um rating A3 pela Moody’s e A pela Fitch — colocou 750 milhões de dólares com uma taxa de 6,25%.

Além destes dois bancos e do anúncio do BCP, há mais duas operações em curso. O banco chinês CMB Wing Lung Bank afirmou, a 14 de janeiro, que começou reuniões preliminares com investidores para emitir títulos perpétuos em dólares. Da mesma forma, também o Banco da Índia recebeu aprovação dos administradores para colocar 22 mil milhões de rupias (equivalente a cerca de 272 milhões de euros), em uma ou várias emissões a partir de abril.

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BCP tem “vontade” de devolver salários cortados ainda este ano

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2019

O banco liderado por Miguel Maya tem intenção de começar a devolver aos trabalhadores o dinheiro retido em cortes salariais, mas sem pôr em causa a solidez do BCP.

O presidente do BCP disse esta quarta-feira que tem “vontade” de este ano começar a devolver aos trabalhadores o dinheiro retido em cortes salariais, mas que a medida terá de ser ponderada para não pôr em causa a solidez do banco.

“É essa a minha vontade”, disse Miguel Maya aos jornalistas, à margem da assinatura de um protoloco no Ministério da Economia, em Lisboa, para financiamento às empresas, quando questionado sobre se este ano o banco irá começar a devolver aos trabalhadores parte dos salários retidos entre 2014 e 2017. O gestor acrescentou que a administração do Millennium BCP está a “trabalhar para que seja possível” fazer isso, uma vez que o banco reconhece o esforço dos trabalhadores nos momentos de maior dificuldade, mas indicou que tal terá de ser feito “de forma equilibrada” para “não fragilizar o banco”.

O presidente executivo do maior banco privado português recusou indicar o valor que poderá ser já devolvido aos trabalhadores, referindo que primeiro é necessário fechar as contas de 2018 e apresentar os resultados ao mercado. “Nós já comunicámos que temos essa intenção e a próxima vez que falarmos sobre isso será para dizer quanto é e quando é”, concluiu.

Entre meados de 2014 e meados 2017, os trabalhadores do BCP com remunerações acima de 1.000 euros brutos mensais tiveram os salários cortados (entre 3% e 11%), no âmbito do plano de reestruturação acordado com Bruxelas que se seguiu à ajuda estatal (de 3.000 milhões de euros) e que implicou também o fecho de balcões e a saída de milhares de trabalhadores em programas de reformas antecipadas e rescisões por mútuo acordo.

O fim dos cortes salariais acabou em julho de 2017, tendo então o banco dito que permitiram salvar 400 postos de trabalho. Então, a administração executiva do banco também prometeu que quando a instituição financeira regressasse a lucros distribuíveis aos acionistas que iria propor em assembleia-geral a reposição do valor cortado, dizendo que esse não deve ser “inferior ao valor total não recebido durante o período temporário de ajustamento salarial”.

Em julho do ano passado, Miguel Maya estimou o valor cortado em salários entre 30 e 40 milhões de euros e disse que queria “começar a repor o mais cedo possível” o dinheiro perdido no passado através da distribuição de bónus aos funcionários. Contudo, desde então não houve novidades públicas.

O BCP é o maior banco privado português e tinha em setembro passado mais de 7.000 trabalhadores em Portugal. Nos primeiros nove meses de 2018 o banco teve lucros de 257,5 milhões de euros, quase o dobro do mesmo período do ano passado.

O Sindicato dos Quadros e Técnicos Bancários, independente, e o Sindicato dos Bancários do Norte, ligado à UGT, anunciaram hoje que vão concertar ações de luta, sendo que uma das causas em que se empenharão de forma conjunta é junto do BCP, quer para que o banco comece o mais brevemente possível a devolver aos trabalhadores os cortes feitos nos salários entre 2014 e 2017 quer para que atualize os salários referentes a 2018 e 2019.

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Quais são as pedras no sapato dos banqueiros nacionais?

Malparado, fintech ou MREL são temas transversais ao setor bancário e que vão acompanhar os banqueiros no novo ano. Mas cada um deles vai ter de lidar com desafios específicos dos seus bancos em 2019.

Vem aí mais um ano de grandes desafios para os bancos nacionais. Há temas que são transversais a todo o setor e que vão acompanhar os banqueiros nos próximos tempos, como a redução do malparado, o regresso à rentabilidade, a pressão tecnológica e emergência das fintech, a regulação ou os requisitos do MREL. Mas cada um deles vai ter lidar com questões específicas dos seus bancos no próximo ano.

Banco público faz mira ao rating de qualidade

Devidamente capitalizada e com um plano de reestruturação em curso, o grande desígnio de Paulo Macedo para a Caixa Geral de Depósitos para 2019 é este: ter um rating de qualidade junto das principais agências de notação financeira. Atualmente, as agências atribuem um rating considerado “lixo” ao banco público, isto apesar de o seu acionista (o Estado) ter uma notação de qualidade de investimento.

Por falar em acionista, o próximo ano também vai marcar o regresso do banco à distribuição de dividendos ao Estado. Serão os primeiros desde 2010. O Governo está a contar com um cheque de 200 milhões de euros. Macedo disse que é um valor “plausível”, isto após os primeiros nove meses do ano terem dado um lucro de 369 milhões ao banco.

Em relação à operação, a CGD prepara-se para vender os seus negócios em Espanha e África do Sul, operações que vão permitir um encaixe de 570 milhões de euros e reforçar os rácios de capital. Em Cabo Verde, vai vender a participação que tem no Banco Comercial do Atlântico.

Enquanto redimensiona a operação internacional, por cá também continuará o ajustamento. Encerramento de agências? Saídas de trabalhadores? E também há a negociação do novo Acordo de Empresa, que o banco denunciou unilateralmente em julho. Paulo Macedo deseja chegar a um entendimento com os sindicatos no próximo ano.

Paulo Macedo procura obter rating de qualidade para o banco público.Paula Nunes/ECO

BCP entre “lucros belíssimos”, dividendos e o digital

Com um novo rosto à frente do banco desde meados deste ano, o BCP procura consolidar com Miguel Maya a normalização da sua atividade após anos de crise. Em 2017 terminou com a ajuda do Estado, depois de devolver a última tranche de obrigações de capital contingente (CoCos) através de um aumento de capital que trouxe a Fosun para a ribalta acionista dentro do banco. Agora, face ao bom desempenho deste ano, o novo CEO espera fechar 2018 lucros “belíssimos”, uma que crença sai reforçada com os resultados apresentados até setembro: o BCP registou lucros de 257,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o dobro do que havia registado um ano antes.

Com isto, alimentou a expectativa de acionistas e trabalhadores, que querem boas novas no novo ano: dividendos para os primeiros — o banco não distribui lucros desde 2010 — e bónus para os segundos para compensar os cortes salariais que vigoraram entre 2014 e 2017 no banco. Sobre isto, Maya diz que espera estar à altura das exigências, sem comprometer a estabilidade do banco.

2019 será ainda o primeiro ano completo do Plano Mobilizar, com o qual o BCP vai acelerar a digitalização dos seus serviços. O mobile é uma prioridade. E o ActivoBank, o banco digital que esteve para ser vendido e terá um novo CEO com a saída de Dulce Mota para o Banco Montepio, vai assumir agora um papel central no crescimento da instituição em Portugal e lá fora.

Outros objetivos de Miguel Maya: reduzir a exposição do banco a ativos não produtivos, como o crédito malparado; baixar o cost-to-income (uma das métricas mais sublinhadas pelo CEO para enfatizar a necessidade de continuar atento aos custos) ; e aumentar a rentabilidade do capital (ROE). E isto quanto tem o Santander Totta na sua sombra.

Santander Totta à espera de transição suave

Para o Santander Totta, o novo ano começa com mudanças. António Vieira Monteiro e outros gestores históricos, como Bento dos Santos, vão deixar a liderança do banco. Subirá para o cargo de CEO Pedro Castro e Almeida, numa comissão executiva que manterá Manuel Preto e Inês Oom de Sousa e traz as novidades Amílcar Lourenço, Isabel Guerreiro e Miguel Belo de Carvalho.

Tudo aponta para uma transição suave no banco que passou a disputar o estatuto de maior entre os privados no mercado nacional. Mas não é seguro que essa transição seja tão tranquila como o banco espera que seja. Sobretudo porque Vieira Monteiro pode vir a ser travado pelo Banco Central Europeu (BCE) devido à sua passagem pela CGD.

Com a passagem de ano vêm as resoluções. E, no que toca ao Santander Totta, uma dessas resoluções deverá passar pelo seu emagrecimento. Depois da aquisição do Banco Popular Portugal, o banco ficou maior em agências e em trabalhadores. Caberá a Castro e Almeida reduzir a dimensão do banco sem perder negócio.

Novo Banco, novo ano, velhos hábitos

No Novo Banco, o novo ano trará velhos hábitos. Isto porque António Ramalho deverá continuar numa limpeza frenética do balanço do banco, tal como tem feito nos últimos meses em que vendeu várias operações que não eram estratégicas e se desfez de uma parte do legado mais problemático dos BES: o crédito malparado. Esta política de desinvestimento deverá prosseguir.

António Ramalho tem um bom motivo para isso já que pode continuar a tirar partido da almofada financeira chamada “Mecanismo de Capital Contingente“, criada aquando da venda ao fundo americano. Este mecanismo permite a António Ramalho limpar do banco, vender ativos problemáticos e reconhecer perdas, passando a fatura ao Fundo de Resolução, que é financiado por todos os bancos do sistema.

De acordo com as últimas contas, o Novo Banco previa uma injeção de 730 milhões de euros do Fundo de Resolução em 2019 para fazer face às perdas e aos prejuízos volumosos que se avizinham para este ano. Mas já se sabe que, afinal, o Novo Banco se prepara para pedir ao Fundo de Resolução um montante que pode superar os 850 milhões de euros para repor os seus rácios de capital.

O novo ano também vai trazer um novo rosto: Mark Bourke chega em janeiro para assumir funções de administrador financeiro. Vem do Allied Irish Bank, “um dos maiores bancos na Irlanda que em 2010 foi intervencionado pelo Estado irlandês”, segundo descreveu o Novo Banco aquando da confirmação da sua contratação ao mercado. No mesmo comunicado, o banco português sublinhou ainda que Bourke ajudou a colocar o Allied Irish Bank na bolsa em 2017.

António Ramalho vai continuar a reduzir malparado do Novo Banco.Paula Nunes / ECO

Montepio à espera de estabilidade… no acionista

Carlos Tavares começa o novo ano com mudanças: vai deixar de acumular as funções de CEO e chairman do Montepio a partir do dia 21 de janeiro, por imposição do Banco de Portugal. O cargo de presidente do conselho de administração deverá passar para João Ermida.

Mas as mudanças não ficam por aqui. Também a marca vai mudar: em vez de Caixa Económica Montepio Geral, o banco vai passar a chamar-se Banco Montepio. O processo de registo da marca já se encontra mesmo no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual. 2019 será mesmo o ano de execução do plano de transformação que inclui ainda um projeto-piloto para a criação de dez agências low cost e o relançamento do Montepio Investimento, que vai passar a chamar-se Banco Empresas Montepio (BEM).

Para lá do que se passa dentro do banco, Carlos Tavares também espera contar com maior estabilidade da parte do acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Tomás Correia venceu as eleições, que lhe permitiu renovar o mandato por mais três anos. Mas, com os novos estatutos e a supervisão financeira da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), ainda existe alguma incerteza nas implicações que o novo quadro regulatório pode ter na avaliação de idoneidade no recém-reeleito presidente da AMMG.

Por outro lado, depois de ter falhado as metas de financiamento este ano, o próximo ano volta a ser desafiante do ponto de vista da captação de poupanças junto dos associados, como revelou o ECO em primeira mão. A AMMG espera captar 700 milhões através dos seus produtos mutualistas e estancar a saída de sócios. Em relação ao seu principal ativo, o Banco Montepio, a entrada das misericórdias e outras instituições sociais no capital da instituição será outro tema que poderá conhecer desenvolvimentos no próximo ano.

BPI sai de bolsa?

O CaixaBank quer retirar o Banco BPI da bolsa de Lisboa. Mas há uma providência cautelar de pequenos acionistas que querem travar in extremis a saída do banco português do mercado prevista para esta quinta-feira, o que pode adiar os planos dos catalães relativamente ao controlo total do BPI.

Para lá das disputas judiciais, o CaixaBank acabou de anunciar ao mercado um novo plano estratégico para o seu negócio em Portugal: quer um BPI a crescer mais no crédito e mais eficiente do que é atualmente. Quanto ao BFA, talvez seja o ano de colocação do banco angolano na bolsa.

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BCP aumenta capital do ActivoBank em 47 milhões com internacionalização em vista

  • ECO
  • 27 Dezembro 2018

Capital do banco eletrónico, que é detido na totalidade pelo BCP, mais que triplica. Operação segue crescimento e plano estratégico para 2021.

O BCP realizou um aumento de capital de 47 milhões de euros no banco eletrónico ActivoBank, a 14 de dezembro, segundo noticia, esta quinta-feira, o Jornal de Negócios (acesso pago). Este foi o primeiro reforço desde 2011 e mais do que triplica o capital (que passou para 64,5 milhões de euros, dos anteriores 17,5 milhões de euros) da instituição bancária, cujo único acionista é o banco liderado por Miguel Maya.

“Trata-se de um reforço de capital para acompanhar o forte crescimento da atividade do ActivoBank, cumprindo com os rácios regulamentares”, garantiu fonte oficial do BCP ao Negócios. O plano estratégico da instituição até 2021 tem o banco eletrónico como uma das alavancas de crescimento e a internacionalização poderá estar entre as opções.

O ActivoBank tinha, em setembro, mais de 200 mil clientes, um número que o BCP pretende duplicar em três anos. Apesar de o foco ser digital, pretende ter 14 balcões próprios e internacionalizar a plataforma com um reduzido consumo de capital.

Entre as principais diferenças que o ActivoBank oferece, face ao BCP, estão o serviço mais simples, horário mais alargado e maior atratividade para os mais jovens (nomeadamente com a ausência de comissões), segundo escreve o jornal.

O aumento de capital acontece numa altura de mudanças na liderança do ActivoBank. Tal como o ECO noticiou no final de novembro, Dulce Mota abandonou o cargo de presidente executiva do banco online apenas um ano depois de ter chegado a estas funções, para integrar a equipa de Carlos Tavares enquanto administradora executiva no Banco Montepio. Desde então, o ActivoBank está sem presidente.

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Fitch sobe rating do BCP, mas mantém o banco no segundo nível de ‘lixo’

Agência de notação financeira anunciou a revisão em alta esta quinta-feira. Decisão reflete melhorias na rentabilidade operacional.

A Fitch subiu o rating do banco Millennium bcp para BB, o segundo nível de grau especulativo, esta quinta-feira. O outlook manteve-se em ‘estável’. A agência de notação financeira explicou que o upgrade reflete os fortes fundamentais do banco, especialmente a melhoria nos rendibilidade operacional, mas alertou que a instituição liderada por Miguel Maya está ainda vulnerável a choques.

“O upgrade do BCP reflete os fundamentais mais fortes, impulsionados, em particular, pela melhoria da rentabilidade operacional e pelo significativo progresso na redução de ativos problemáticos”, refere o relatório da agência.

Sublinha que a melhoria da qualidade dos ativos do BCP resultou na redução do peso dos ativos problemáticos e na quebra dos encargos com as imparidades dos empréstimos, apesar de continuarem ainda elevados. Estes fatores suportaram a rentabilidade ao longo de 2018.

O rating mantém-se, no entanto, no segundo nível do grau especulativo dado que “as métricas de qualidade de ativos do banco são ainda mais fracas do que algumas médias domésticas e internacionais”, explica a Fitch.

A agência considera que a capitalização do banco continua vulnerável a choques, apesar das melhorias. As perspetivas para o futuro são, ainda assim, otimistas.

A Fitch sublinha que a posição do BCP enquanto segundo maior banco do país permite-lhe determinar preços e aumentar a eficiência ao nível dos custos. Também o contexto económico é benéfico para o banco liderado por Miguel Maya. “A Fitch espera que o ambiente económico em Portugal se mantenha propício ao plano do banco de redução dos ativos problemáticos para níveis mais aceitáveis, bem como das melhorias na lucratividade do banco”, acrescenta.

Ratings do Totta e BPI ficam inalterados

A agência norte-americana emitiu também relatórios sobre o Santander Totta e BPI, mantendo os ratings inalterados. No caso do Totta, continua no nível BBB+ com outlook ‘estável’. Ainda assim, o banco reviu em alta os Viability Ratings (VRs) do banco para ‘bbb-‘ from ‘bb+’.

Este indicador de comparação internacional representa a capacidade do banco de manter operações em curso e evitar falência. “Os upgrades dos VRs são principalmente conduzidos pela forte performance demonstrada pelo banco e integração progressiva do Banco Popular Portugal, sem comprometer uma rendibilidade ajustada ao risco adequada durante o ciclo económico. O negócio core do banco tem sido resiliente, gerando lucros adequados enquanto mantém o controlo da qualidade dos ativos”, explica.

Já em relação ao BPI, a Fitch manteve o rating em ‘BBB’ com outlook ‘estável’, refletindo a elevada probabilidade de o banco receber apoio da casa-mãe CaixaBank, em caso de necessidade. “A Fitch acredita que Portugal é um mercado estrategicamente importante para o CaixaBank, o que é demonstrado pelo investimento de longo prazo no banco BPI e o seu envolvimento na arquitetura e implementação do novo plano estratégico da subsidiária, incluindo a venda de alguns negócios do BPI à casa-mãe”, acrescentou a agência.

(Notícia atualizada às 13h)

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Norberto Rosa já não vai para o BCP. Ruma à Associação Portuguesa de Bancos

Norberto Rosa vai sair do banco liderado por Miguel Maya. Decidiu aceitar o convite para o cargo de Secretário-Geral da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

Norberto Rosa tinha sido apontado para o cargo de presidente da Comissão de Auditoria do BCP. Estava a aguardar “luz verde” do Banco Central Europeu, mas interrompeu o processo, saindo do banco. Decidiu aceitar o convite para o cargo de Secretário-Geral da Associação Portuguesa de Bancos (APB).

Em comunicado enviado à CMVM, o BCP revela que Norberto Rosa “comunicou à Comissão de Remunerações e Previdência do Banco Comercial Português ter aceitado o convite para o cargo de Secretário-Geral da Associação Portuguesa de Bancos”. Vai assumir o cargo até agora ocupado por Manuela Athayde Marques.

Perante esta decisão, “tendo em conta que lhe caberá atender aos interesses do setor bancário como um todo, o que se mostra incompatível com o desempenho das funções de membro não executivo do Conselho de Administração do BCP”, o antigo quadro do Banco de Portugal solicitou a renúncia ao mesmo.

Norberto Rosa, diz o BCP, pediu, por isso mesmo, a “cessação do processo de autorização que seguia o seu curso normal junto das entidades competentes”. Ou seja, a avaliação que estava a ser feita pelo Banco Central Europeu fica sem efeito tendo em conta a decisão do gestor.

O gestor, que além de quadro do Banco de Portugal, foi secretário de Estado do Orçamento nos governos de Cavaco Silva e Durão Barroso e administrador da CGD entre 2004 e 2013, tinha sido proposto como presidente da Comissão de Auditoria do BCP.

Foi ainda em março que o seu nome foi avançado para o BCP, acabando por ser confirmado mais tarde. Em assembleia geral, ao mesmo tempo que os acionistas aprovaram a nova liderança do banco, com Miguel Maya, deram também ok ao cargo a ser ocupado por Norberto Rosa. No entanto, passaram-se meses sem que a aprovação do BCE surgisse.

(Notícia atualizada às 18h07 com mais informação)

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Dulce Mota abandona presidência do ActivoBank e vai para o Banco Montepio

Regressada há um ano ao ActivoBank, Dulce Mota aceitou o convite de Carlos Tavares para integrar administração do Banco Montepio. Deixa banco online quando o BCP prepara a sua internacionalização.

Dulce Mota vai abandonar o cargo de presidente executiva do ActivoBank, o banco online do BCP, para assumir funções de administradora executiva no Banco Montepio, apurou o ECO. Será a segunda mulher na equipa liderada por Carlos Tavares.

A responsável tinha sido novamente nomeada CEO do ActivoBank há apenas um ano, substituindo António Henrique na liderança do banco online, isto depois de ter passado por lá com as mesmas funções entre 2005 e 2009.

Agora, Dulce Mota deixa a liderança do banco online numa altura em que Miguel Maya, CEO do BCP, tem planos ambiciosos para o ActivoBank, como alavanca de crescimento do número de clientes através do digital e como um dos motores de expansão internacional da instituição.

Questionado pelo ECO sobre quem vai suceder a Dulce Mota no cargo de CEO do ActivoBank, o BCP não esteve disponível para responder em tempo útil. Por seu turno, o Banco Montepio não quis comentar a informação. O ECO sabe que Dulce Mota vai ter responsabilidade sobre a rede de retalho do Montepio.

Dulce Mota tem um passado muito ligado ao BCP. Exercia funções como chefe de gabinete de Nuno Amado antes de ter regressado à liderança do banco online do BCP no ano passado, tendo sido responsável pela área de comunicação e agenda estratégica da instituição financeira. Mas há mais de 20 anos que está no BCP, onde se iniciou em 1996 para ocupar um cargo no conselho de administração da AF Investimentos. Foi diretora em vários departamentos no BCP: Trading, Hipotecas, Depósitos e Produtos de Investimento foram alguns dos departamentos que liderou ao longo das últimas duas décadas.

Antes do BCP, Dulce Mota esteve 16 anos nos CTT, onde chegou a exercer o cargo de diretora geral. Foi também professora de Investigação Operacional e Matemática no ISCTE entre 1980 e 1995.

Em relação ao novo trabalho que vai ter no Montepio, Dulce Mota vai ficar a cargo de uma rede composta por 324 balcões em Portugal, isto numa altura em que o banco tem em curso um plano de transformação que, entre outros aspetos, inclui a mudança da designação comercial e também um projeto-piloto para a abertura de mais dez agências “low cost” até final do ano, localizadas no interior do país ou em localidades sem serviços bancários.

Ainda esta semana, o Banco Montepio anunciou uma subida de 10% dos lucros para 22,4 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, beneficiando da redução das imparidades para crédito.

(Notícia atualizada às 14h31)

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BCP acelera 3% na bolsa após duplicar lucros

Semana intensa para o banco: na segunda anunciou a compra do negócio do Société Générale na Polónia, dia em que os acionistas abriram porta ao dividendo. Ontem apresentaram lucros acima do esperado.

As ações do BCP continuam em alta na bolsa de Lisboa, somando esta sexta-feira mais 3%, depois de o banco ter apresentado ontem os resultados. Que foram bastante positivos: quase duplicaram nos primeiros nove meses do ano, para 257,5 milhões de euros, ficando acima do esperado pelos analistas.

Os títulos estão a subir 2,99% para 2,544 euros. Têm sido uma das estrelas da bolsa nas últimas duas semanas: acumulam uma valorização superior a 17%, num período particularmente ativo para o banco.

Na segunda-feira, logo de manhã, o banco liderado por Miguel Maya anunciou ao mercado a aquisição do negócio do Société Générale na Polónia por parte do Millenium Bank, que vai ajudar a alavancar os resultados do BCP. No mesmo dia, mas à tarde, os acionistas deram luz verde a duas propostas da administração que abrem a porta aos dividendos e aos bónus para os trabalhadores, naquilo a que o presidente chama de “regresso à normalização da vida” do banco.

Esta quinta-feira, o BCP voltou a dar boas notícias aos investidores, ao reportar um lucro de 257,5 milhões de euros entre janeiro e setembro, mais 90% face ao mesmo período do ano passado. Superou as estimativas dos analistas do BPI, que esperavam um lucro a rondar os 244 milhões de euros.

“O BCP foi a empresa estrela na apresentação dos seus resultados, conseguindo superar todas as expectativas, o que com uma melhoria do sentimento de mercado e a possibilidade de pagar dividendos, pode ajudar a uma reação positiva na sua cotação”, explica Carla Maia Santos, da XTB Portugal.

BCP em alta

Graças ao desempenho do BCP a bolsa portuguesa seguia acima da linha de água na sessão desta sexta-feira, com o PSI-20 a valorizar ligeiros 0,08% para 5.028,75 pontos. Outras duas cotadas seguiam também em destaque: a Pharol ganha 1,81% depois de ter anunciado que vai pedir uma indemnização de dois mil milhões de euros à Oi.

Do lado negativo, a EDP cai mais de 2% para 3,105 euros. A elétrica liderada por António Mexia revelou ontem um afundanço de 75% dos lucros nos primeiros nove meses do ano, para 297 milhões de euros.

A penalizar as contas da elétrica esteve, sobretudo, a provisão de 285 milhões de euros que a empresa constituiu para fazer face à revisão dos custos de manutenção do equilíbrio contratual (os chamados CMEC), que foi feita pelo Governo no final de agosto deste ano e que já levou a EDP a rever em baixa as estimativas de resultados para 2018.

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Lucros do BCP quase duplicam para 257,5 milhões de euros até setembro

O maior banco privado português contabilizou lucros de 257,5 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, 93,1% acima do resultado alcançado no período homólogo.

O BCP viu os seus resultados quase duplicarem nos primeiros nove meses do ano. A instituição financeira liderada por Miguel Maya apresentou lucros de 257,5 milhões de euros entre janeiro e setembro, o que representa uma subida de 93,1% face ao período homólogo de 2017. Para esse resultado contribuiu, sobretudo, a atividade em Portugal que teve uma “evolução muito favorável”, revela o banco em comunicado enviado ao regulador.

O desempenho da instituição financeira liderada por Miguel Maya fica acima do esperado. Os analistas do BPI estimavam que o BCP fechasse os primeiros nove meses do ano com um resultado de 244 milhões de euros.

O resultado líquido de 257,5 milhões de euros alcançado até setembro compara com os 133,3 milhões registados no mesmo período do ano passado, e representa o segundo ciclo consecutivo em que a instituição financeira apresenta lucros.

Para este resultado contribuiu sobretudo a atividade doméstica do BCP. O banco dá conta que a atividade em Portugal teve uma “evolução muito favorável”, acrescentando que esta deu um contributo de 114,9 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2018, comparando com 0,8 milhões de euros no mesmo período de 2017“.

Já a atividade internacional aumentou em 7,2%, de 131,3 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017 para 140,8 milhões de euros no mesmo período de 2018.

Nos primeiros nove meses do ano, o banco presidido por Miguel Maya registou uma melhoria de 2,9% da margem financeira (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos) para 1.052,8 milhões de euros.

Comissões ajudam

Já as receitas com comissões cresceram 3,1%, para 510,1 milhões de euros, entre 2017 e 2018, contribuindo com 15,4 milhões para a melhoria dos resultados do banco.

“Esta evolução beneficiou sobretudo do desempenho favorável da atividade em Portugal, cujas comissões aumentaram 4,4%“, dá conta o maior banco privado português, acrescentado que esta evolução “traduz o aumento quer das comissões bancárias, quer das comissões relacionadas com os mercados financeiros“. Estas subiram 2,4% e 6,5%, respetivamente, face ao período homólogo.

No que respeita às imparidades, a instituição também reporta uma melhoria. Líquidas de recuperações, as imparidades no crédito evidenciaram “uma redução de 26,5% face aos 458,6 milhões de euros registados nos primeiros nove meses de 2017, fixando-se em 337,1 milhões de euros no mesmo período de 2018”, destacando a “diminuição verificada na atividade em Portugal, mas também o contributo da atividade internacional, que contou com o comportamento favorável de todas as subsidiárias”. Salienta neste âmbito, a operação polaca e, em menor escala, a operação em Moçambique.

Crédito cai em Portugal. Depósitos sobem

Já a carteira de crédito aumentou em 0,8% para 51.150 milhões de euros, com o apoio da atividade internacional. A nível nacional a tendência foi inversa, com o crédito a clientes a baixar 0,8%, para 37.629 milhões de euros, o que é justificado pelo BCP com a “uma importante redução dos NPE” (da sigla inglesa Non Performing Exposure)

Mas o banco salienta o crescimento da produção de crédito ao consumo e de crédito à habitação face aos primeiros nove meses de 2017, algo que diz ter sido “suportado pelo significativo desenvolvimento dos canais digitais em curso“.

Em relação aos recursos de clientes no balanço, foi registado um aumento de 5,5% para 72.786 milhões de euros, com os depósitos a crescerem em Portugal 5,8%, para 53.171 milhões de euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h50 com mais informação)

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