Dívida e imobiliário animam contas do BCP, Totta e CGD. Malparado mantém Novo Banco sob pressão

Resumo do trimestre da banca: negócios com títulos de dívida e imobiliário animaram os resultados do BCP, Totta e CGD. O Novo Banco foi o único dos grandes bancos no vermelho por causa do malparado.

Negócios com títulos de dívida e imobiliário animaram os resultados do BCP, Santander Totta e Caixa Geral de Depósitos (CGD) no arranque do ano. Já o BPI travou a fundo nos lucros porque desta vez não contou com um encaixe extraordinário como o da venda da Viacer há um ano. O Novo Banco foi novamente a desilusão no setor, mantendo as contas no vermelho por causa do malparado.

Assim correu a vida nos cinco principais bancos portugueses no primeiro trimestre. No total, os lucros ascenderam a 373 milhões de euros entre janeiro e março, menos 30% face ao mesmo período do ano passado. Isto quer dizer que lucraram quatro milhões de euros por cada dia, de acordo com os cálculos do ECO.

No banco público, os lucros quase duplicaram para 126,1 milhões de euros e para este resultado contribuiu de forma decisiva a alienação de um quarteirão na Baixa lisboeta. Paulo Macedo adiantou que o edifício que a CGD tinha na Rua do Ouro foi vendido ao grupo hoteleiro Sana por 60 milhões de euros, tendo gerado uma mais-valia líquida de 36 milhões de euros para a CGD.

Também BCP e Santander Totta contaram com negócios extraordinários para dar impulso aos resultados. Mas em ambos os casos foram operações com títulos de dívida a reforçar as contas. Miguel Maya viu o lucro do seu banco aumentar 80% para os 153,8 milhões de euros, com os resultados em operações financeiras a dispararem 110,8% perante o “registo de ganhos na venda de títulos de dívida pública e de dívida corporate”, anunciou o BCP. No Santander, Pedro Castro e Almeida apresentou um lucro trimestral de 137 milhões de euros (+5%) e a gestão da sua carteira de dívida pública (usada para controlar o risco do balanço) também ajudou no resultado líquido.

O BPI foi em contramão com a banca no que toca à trajetória dos lucros. O banco liderado por Pablo Forero registou uma descida de 60% do lucro para 49,2 milhões de euros. Mas aqui também há efeitos não recorrentes que explicam a evolução desfavorável nas contas do banco do CaixaBank: há um ano, o lucro no primeiro trimestre foi impulsionado pelo encaixa da venda da participação na Viacer (Super Bock); desta vez não houve encaixe financeiro extraordinário.

E o Novo Banco foi outra vez a exceção: anunciou esta sexta-feira prejuízos de 93,1 milhões de euros, pressionado pela venda da carteira de malparado em Espanha ao fundo Waterfall e ainda pelas provisões para a reestruturação. Há mais alienações de portefólios à vista e tendo em conta que se antecipam mais injeções do Fundo de Resolução as perdas deverão agravar ao longo do ano.

BCP foi quem mais ganhou

Fonte: Bancos

Além dos fatores extraordinários, há uma fonte de receita que cada vez mais alimentam os resultados dos bancos: as comissões. E isto numa altura em que os bancos preparam para começar a cobrar pelas transferências através da app do MB Way e reacendeu o tema das comissões nas caixas automáticas. No total, o comissionamento rendeu cerca de 530 milhões de euros, traduzindo um aumento de 0,7% face ao período homólogo.

Depósitos sobem, crédito cai

Os depósitos bancários pouco rendem aos portugueses, fruto sobretudo da ação de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), mas a verdade é que continuam a captar poupanças. Nos principais bancos do sistema, o stock total de depósitos ascendia a mais de 210 mil milhões de euros no final de março, mais 6% face a março de 2018. Para os banqueiros, é um sinal de confiança dos portugueses que continuem a deixar o dinheiro nos seus cofres.

Em sentido contrário, o crédito à economia está em trajetória descendente. E não tem apenas a ver com a venda de malparado que acelerou no ano passado ou com as regras mais restritivas do Banco de Portugal na concessão de crédito para compra de casa. Os próprios bancos começam a sentir menor procura dos agentes económicos, conforme sinalizou Pedro Castro e Almeida na apresentação dos resultados do Santander.

O volume global de créditos registou um decréscimo (ainda que ligeiro) no último ano, ascendendo a cerca de 189 mil milhões de euros no final do primeiro trimestre.

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Antigo administrador financeiro da EDP vai para o BCP

Nuno Alves, que foi braço-direito de António Mexia na elétrica nacional, regressa ao banco de onde saiu em 2006. Vai desempenhar as funções de vogal do conselho de remunerações e previdência do BCP.

O antigo administrador financeiro da EDP Nuno Alves está de regresso ao BCP, banco de onde saiu em 2006 para ser o braço-direito de António Mexia na elétrica nacional ao longo de mais de uma década. Nuno Alves vai desempenhar as funções de vogal do conselho de remunerações e previdência do banco liderado por Miguel Maya.

A informação consta no ponto 8 da ordem de trabalhos da assembleia geral de acionistas do BCP que está agendada para o dia 22 de maio. A proposta para a eleição de Nuno Alves visa colmatar a renúncia ao cargo da parte de Norberto Rosa, um dos visados pela auditoria da EY aos atos de gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD) entre 2000 e 2015.

No comunicado enviado ao mercado, o BCP acrescenta ainda que “não sendo Nuno Alves membro do conselho de administração, lhe seja fixada uma remuneração anual de 50 mil euros”.

Nuno Alves prepara assim o regresso ao banco onde esteve quase duas décadas, tendo desempenhado vários cargos, o último dos quais diretor-geral do Millenium BCP e membro executivo do Millenium BCP Investimento, sendo responsável pela área de Tesouraria e Mercado de Capital de todo o grupo.

Antes, face à situação de Norberto Rosa (foi eleito mas não chegou a assumir funções), o banco já havia indicado o nome de Fernando Costa Lima para a comissão de auditoria.

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BCP dá 0,2 cêntimos por ação aos acionistas e 12,5 milhões aos funcionários

O banco liderado por Miguel Maya vai levar à assembleia geral a proposta de distribuição de um dividendo de 0,2 cêntimos por cada ação. Parte dos resultados será entregue aos funcionários.

O Banco Comercial Português (BCP) teve lucros 301,1 milhões de euros no ano passado. Prometeu, com base neste resultado, voltar a pagar dividendos e vai cumprir. Propõe entregar 0,2 cêntimos por ação aos acionistas, tendo reservado 12,5 milhões de euros para compensar os funcionários que foram alvo, nos últimos anos, de uma redução de salário.

“Com base nos resultados consolidados relativos ao exercício de 2018, divulgados publicamente no dia 21 de fevereiro, propor à assembleia geral” a distribuição de dividendos, lê-se no comunicado emitido esta terça-feira, algo que o banco já não fazia desde 2010, com base nas contas de 2009. O banco pretende entregar 10% dos lucros, o equivalente a 30,1 milhões de euros.

Assim, a proposta da administração do banco liderado por Miguel Maya é a de entregar aos investidores um dividendo de 0,002 euros por ação, ou seja, 0,2 cêntimos. Tendo em conta a cotação de fecho da sessão desta terça-feira, 23 de abril, de 24,86 cêntimos, esta remuneração apresenta uma rentabilidade de 0,8%.

Apesar de estar na ordem de trabalhos da assembleia geral, o pagamento de dividendos carece da autorização do Banco Central Europeu, que terá de garantir que essa distribuição de lucros não põe em causa o cumprimento dos rácios de capital. Essa “luz verde” do BCE ainda não chegou, disse fonte oficial do banco ao ECO.

Enquanto os acionistas recebem dividendos, os trabalhadores preparam-se para começarem a receber uma “compensação pela redução de salários acordada ao abrigo do Acordo Coletivo de Trabalho”. Esse acordo prevê a “distribuição de resultados no montante de 12.587.009,00 pelos colaboradores”, refere o comunicado enviado à CMVM.

Recentemente, o ECO revelou que o banco liderado por Miguel Maya estava a negociar a restituição dos valores retidos aos trabalhadores, dependendo essa reposição do escalão salarial, com prioridade aos salários mais baixos que foram visados pelos cortes durante a crise.

Neste sentido, o BCP pretende devolver a totalidade dos cortes aos salários até 1.500 euros já este ano e entre 33% e 50% aos salários entre 1.500 euros e 2.500 euros, não tendo sido possível apurar a proposta para salários acima dos 2.500 euros.

(Notícia atualizada às 18h57 com mais informação)

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BCP quer devolver 100% dos cortes aos salários até 1.500 euros já este ano

Miguel Maya pretende devolver já este ano a totalidade das verbas retidas durante a crise para quem recebe 1.500 euros. Reposições para os restantes serão feitas durante três anos, apurou o ECO.

Miguel Maya , CEO do BCP, pretende repor os cortes salariais que vigoraram durante a liderança de Nuno Amado.Paula Nunes / ECO

O BCP BCP 0,00% quer devolver na totalidade os cortes salariais aos trabalhadores com remunerações até 1.500 euros já este ano. Já para as remunerações que variam entre 1.500 euros e 2.500 euros, a restituição das verbas retidas entre 2014 e 2017 situar-se-á entre os 33% e os 50%.

Foi com Nuno Amado à frente do banco que os funcionários que recebiam mais de 1.000 euros viram os seus salários cortados em 2014. A medida vigorou até junho de 2017 e os cortes atingiram um máximo de 11% do salário bruto. O BCP estava no início de uma profunda crise e a justificação para os cortes salariais foi a necessidade de um esforço de contenção salarial para permitir salvar 400 postos de trabalho.

Agora, sem nuvens no horizonte, depois dos lucros de 300 milhões de euros em 2018, a administração de Miguel Maya está sentada à mesa das negociações para chegar a um acordo com os sindicatos relativamente à forma como será feita reposição dos cortes salariais. E o que está em cima da mesa é isto: a restituição dos valores vai depender do escalão salarial, com prioridade aos salários mais baixos que foram visados pelos cortes durante a crise, disse uma fonte próxima das negociações ao ECO. Isto é: devolver 100% dos cortes aos salários até 1.500 euros já este ano e entre 33% e 50% aos salários entre 1.500 euros e 2.500 euros. O ECO não conseguiu apurar a proposta para salários acima dos 2.500 euros.

Ainda assim, no geral, os trabalhadores do BCP deverão reaver os cortes num período até três anos, adiantou a mesma fonte, sublinhando que as negociações entre as duas partes (administração e sindicatos) ainda se encontram longe de estar fechadas. “A procissão ainda vai no adro. Ainda há muito trabalho pela frente”, lembrou.

O ECO contactou o BCP sobre o estado das negociações com os sindicatos, que recusou fazer comentários. “O BCP encontra-se em processo de negociação com os sindicatos, pelo que não considera oportuno efetuar qualquer comentário sobre os temas que estão a ser abordados nas reuniões, nem sobre a forma como estão a decorrer as negociações”, disse fonte do banco.

No início desta semana, Sindicato dos Bancários do Norte (SBN), Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos e Bancários (SNQTB) e Sindicato Independente da Banca (SIB) reuniram-se com a administração do banco. Já depois desse encontro, os três sindicatos emitiram um comunicado a dar conta da evolução do processo negocial: “A proposta da administração do BCP permite uma maior aproximação ao que é pretendido por SNQTB, SBN e SIB, isto é, uma devolução maior e num período mais curto. Ainda assim, para que possa ocorrer um entendimento, os três sindicatos entendem que a restituição dos valores retidos deve ocorrer a um ritmo mais célere”, afirmaram os sindicatos no comunicado datado de 16 de abril.

"A proposta da administração do BCP permite uma maior aproximação ao que é pretendido por SNQTB, SBN e SIB, isto é, uma devolução maior e num período mais curto. Ainda assim, para que possa ocorrer um entendimento, os três sindicatos entendem que a restituição dos valores retidos deve ocorrer a um ritmo mais célere.”

SNQTB, SBN e SIB

Comunicado conjunto

E o que foi transmitido à administração do banco foi isto: “Estas verbas, sendo dos trabalhadores, devem ser restituídas de forma célere, justa e universal, devendo os critérios de restituição ocorrer na mesma base que existiu aquando dos cortes. Após quase uma década, os três sindicatos entendem que este é o ano de inversão do ciclo para os trabalhadores e que administração do BCP não pode deixar de atender a esta reivindicação“.

Na semana passada, Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) revelaram um acordo com o banco para a devolução de pelo menos 25% do corte salarial, e “em numerário”.

Seja como for, a devolução dos cortes aos trabalhadores terá de ser aprovada na assembleia geral de acionistas do próximo dia 22 de maio. A ser aprovada a restituição dos valores retidos, Miguel Maya começa a dar cumprimento a um dos compromissos que estabeleceu desde a primeira hora que assumiu a liderança do banco. O valor retido aos trabalhadores ascenderá a cerca de 30 milhões de euros.

Além da devolução dos cortes, o banco e os sindicatos estão a negociar a atualização dos salários. A administração não quer ir além de uma subida salarial de 0,6%, apurou o ECO. Só que os sindicatos não estão muitos disponíveis para aceitar estes aumentos. “A proposta de aumento salarial da administração do BCP está ainda longe de apresentar um valor que possa ser entendido como justo e aceitável”, referiram os três sindicatos.

Nos últimos acordos negociados na banca, a atualização salarial foi de 0,75% com efeitos retroativos a partir de 2018, como foi o caso do Banco de Portugal ou da Caixa Geral de Depósitos, por exemplo.

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Esquecimentos, operações sem aval do cliente e falhas no controlo interno. Chuva de coimas na banca rende 1,2 milhões ao supervisor

Banco fez operações sem consentimento dos clientes. Um gestor não declarou ao supervisor que era arguido num processo-crime. Mais de 20 de processos dão 1,2 milhões ao Banco de Portugal.

Em 2015 e 2016, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) realizou várias operações de pagamento sem o consentimento do cliente. Em quatro ocasiões o banco não procedeu ao reembolso imediato dos montantes das transações que não foram autorizadas. Todas estas irregularidades condenaram a instituição ao pagamento de uma coima de 80 mil euros pelo Banco de Portugal. A CGD não contestou a decisão.

Outra infração: em abril de 2015, Telmo Santos iniciou funções de gerente na Eupago, uma plataforma eletrónica de pagamentos, “em momento anterior à concessão da respetiva autorização pelo Banco de Portugal”. Esta falha levou o supervisor a admoestar Telmo Santos, que se livrou do pagamento de qualquer multa. Mas o mesmo não pôde dizer a Eupago, que foi condenada a pagar de uma coima de 11 mil euros, metade da qual se encontra suspensa pelo período de dois anos.

Foram várias as infrações detetadas pelo supervisor bancário nos últimos anos, as quais resultaram na abertura de processos de contraordenação contra cerca de quatro dezenas de entidades e dirigentes, incluindo os maiores bancos nacionais como a CGD, o BCP, o Santander Totta, ou o BPI, mas também fintech, como a Easypay, e cujos casos estão fechados e foram agora divulgados pelo Banco de Portugal. No total, as coimas ascenderam a mais de 1,154 milhões de euros, segundo os cálculos do ECO. Esta soma não contabiliza a multa de cinco milhões de euros aplicada ao Montepio, Tomás Correia e outros antigos administradores daquele banco. O desfecho deste processo já foi noticiado, e já foram anunciados recursos desta decisão, mas o Banco de Portugal ainda não o comunicou oficialmente.

A maior das últimas coimas foi aplicada ao Banif e a antigos administradores devido a factos que ocorreram entre 2010 e 2012. Atualmente em liquidação, o banco não cumpriu com os limites de crédito concedido a partes relacionadas, que não pode exceder 10% dos fundos próprios da instituição. Mas não foi a única contraordenação do banco que, em cúmulo jurídico, foi condenada ao pagamento de uma coima de um milhão de euros, suspensa na totalidade do seu valor pelo período de quatro anos.

Os vários antigos administradores do Banif visados pelo Banco de Portugal também foram condenados, incluindo os antigos CEO Joaquim Marques dos Santos e Carlos Duarte de Almeida. Tudo somado, as coimas atingiram os 680 mil euros, embora a suspensão parcial delas tenha baixado a “fatura” para cerca de 340 mil euros. Três dos arguidos impugnaram a decisão.

BPI alterou comissão sem avisar cliente

O Banco de Portugal detetou infrações “para todos os gostos”. Por exemplo, como a CGD, também o BPI realizou movimentos na conta de clientes sem a devida autorização. Mas a coima de 85 mil euros do Banco de Portugal tem também em linha de conta outra infração: alterou uma comissão sem informar previamente um cliente. Os factos ocorreram em dezembro de 2014 e janeiro de 2015, quando Fernando Ulrich presidia ao banco. O BPI, agora liderado por Pablo Forero, acatou a decisão.

Falhas nos procedimentos internos adequados para cumprimento dos deveres preventivos de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo valeram multas aos bancos BCP e Grupo Crédito Agrícola, por exemplo.

No caso do banco liderado por Miguel Maya, que foi alvo de um coima de 50 mil euros, foram três as contraordenações que lhe foram imputadas devido a factos que ocorreram durante as presidências de Carlos Santos Ferreira (2008-2012) e de Nuno Amado (2012-2018). O banco falhou, por duas ocasiões, no dever de acompanhar a relação de negócio que mantém com um seu cliente, acompanhamento este que é necessário para ter a certeza de que as transações levadas em causa estão de acordo com a sua atividade e perfil de risco, tal como prevê a lei da prevenção de branqueamento. A instituição também não cumpriu com a lei que obriga a examinar a conduta ou a operação de um cliente “cujos elementos caracterizadores a tornem particularmente suscetível de poder estar relacionada com o branqueamento ou o financiamento do terrorismo”.

Ao Expresso, que identificou o BCP como sendo o alvo da coima cuja identificação do arguido não tinha sido revelada pelo Banco de Portugal, o banco referiu que “na defesa dos interesses dos seus clientes e do bom nome do banco, tem especial preocupação com todas as matérias que possam configurar atos ou práticas ilícitas por parte de entidades que se relacionam com o banco, sejam ou não clientes, pelo que dispõe de profissionais bem preparados e de uma direção de compliance que observa e assegura a atuação de acordo com a lei e com as melhores práticas internacionais”.

Não disse ao supervisor que era arguido num processo-crime

Nem todas as contraordenações resultaram em coimas. Por exemplo, em janeiro de 2017, a Orey Financial e a Easypay foram admoestadas pelo supervisor por se terem esquecido de enviar o Questionário de Auto Avaliação no devido tempo. Em ambos os casos, a decisão do Banco de Portugal não foi impugnada.

Também houve coimas de valor relativamente mais reduzido, como aquela que foi aplicada a um gestor que não declarou, por três ocasiões, ao Banco de Portugal a “sua qualidade de arguido em processo-crime em fase de inquérito” entre julho de 2013 e novembro de 2015.

Esta infração valeu uma multa de 5.000 euros, mas ainda não há um desfecho definitivo neste caso. É que o arguido, cujo nome foi mantido na reserva por parte do Banco de Portugal, recorreu da decisão condenatório junto do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, “que julgou a impugnação improcedente, condenando o arguido nos mesmos termos da decisão do Banco de Portugal”. A decisão daquele tribunal também mereceu recurso do arguido para o Tribunal da relação de Lisboa.

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Banco de Portugal condena BCP a coima de 50 mil euros

  • ECO
  • 6 Abril 2019

Banco liderado por Miguel Maya foi alvo de um processo de contraordenação aberto pelo supervisor devido a falhas no combate ao branqueamento de capital. Não contestou condenação.

O Banco de Portugal condenou o BCP ao pagamento de uma coima no valor de 50 mil euros por falhas nos procedimentos internos no combate ao branqueamento de capitais. O banco liderado por Miguel Maya acatou a decisão do supervisor e não vai contestá-la.

São três as contraordenações que foram imputadas ao BCP e que geraram uma coima única de 50 mil euros, segundo revela o Expresso. O jornal cruzou informação para chegar à identidade do banco em causa, dado que o supervisor presidido por Carlos Costa divulgou a conclusão do processo de condenação sob regime de anonimato porque o visado não quis a divulgação pública.

O banco falhou, por duas ocasiões, no dever de acompanhar a relação de negócio que mantém com um seu cliente, acompanhamento este que é necessário para ter a certeza de que as transações levadas em causa estão de acordo com a sua atividade e perfil de risco, tal como prevê a lei da prevenção de branqueamento.

Adicionalmente, a instituição também não cumpriu com a lei que obriga a examinar a conduta ou a operação de um cliente “cujos elementos caracterizadores a tornem particularmente suscetível de poder estar relacionada com o branqueamento ou o financiamento do terrorismo”.

Os factos apurados afetam a presidência de Carlos Santos Ferreira (2008-2012) e de Nuno Amado (2012-2018), ainda que o banco assuma que a maior parte das violações se deu em 2012. Ao jornal, o BCP diz que “na defesa dos interesses dos seus clientes e do bom nome do banco, tem especial preocupação com todas as matérias que possam configurar atos ou práticas ilícitas por parte de entidades que se relacionam com o banco, sejam ou não clientes, pelo que dispõe de profissionais bem preparados e de uma direção de compliance que observa e assegura a atuação de acordo com a lei e com as melhores práticas internacionais”.

Banif alvo de coima de um milhão

Por sua vez, o Banif, que está atualmente em fase de liquidação, foi alvo de mais uma condenação do Banco de Portugal. Trata-se de um processo que foi aberto em 2014, cujos factos ocorreram entre 2010 e 2012, abrangendo 13 ex-gestores do banco, incluindo os antigos presidente da administração, Joaquim Marques dos Santos, e presidente executivo, Carlos Duarte de Almeida.

De acordo com o Expresso, a decisão de condenação do Banif (coima de um milhão de euros) e dos antigos administradores deveu-se, sobretudo, ao facto de o banco ter superado os limites legais na concessão de créditos a partes relacionadas, como acionistas, que não podem exceder nunca 10% dos fundos próprios da instituição financeira.

No total, as coimas do Banco de Portugal ascendem a 1,68 milhões de euros, mas houve uma suspensão parcial do pagamento que baixa o reembolso exigido pelo supervisor para 337 mil euros. Os três visados já impugnaram para o Tribunal de Santarém.

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Moody’s volta a subir rating do BCP. Faltam dois níveis para sair de “lixo”

É a segunda melhoria do rating do BCP em seis meses. Moody's justifica decisão com redução do malparado e reforço da rentabilidade do banco de Maya.

A Moody’s voltou a subir o rating do BCP BCP 0,00% , menos de seis meses depois do último “upgrade”, justificando a decisão com a redução do malparado e com a melhoria da rentabilidade do banco liderado por Miguel Maya. Faltam ainda dois níveis para a dívida do banco ser considerada “investimento com grau de qualidade”, um estatuto que o BCP perdeu com a crise.

Foi uma subida num degrau, de “Ba3” para “Ba2”, que foi promovida esta segunda-feira pela Moody’s relativamente ao rating da dívida sénior do BCP. Também o rating dos depósitos foi aumentado de “Ba3” para “Ba1”, tratando-se de uma subida de dois níveis, revelou a agência norte-americana.

“A ação de rating de hoje reflete a melhoria do perfil de crédito do BCP, mediante a redução significativa do volume de ativos problemáticos e o reforço das métricas de rentabilidade doméstica face aos níveis fracos, assim como a expectativa da Moody’s de que os fundamentais financeiros do banco vão registar progressos adicional em 2019″, explicam os analistas da Moody’s.

“A melhoria do rating também foi desencadeada pela expectativa da Moody’s de uma emissão adicional de capital para a absorção de perdas em resposta aos requisitos regulatórios. Esta emissão vai reduzir a severidade das perdas para os depositantes seniores e juniores”, acrescentam ainda.

No caso do rating da dívida, a Moody’s atribui-lhe agora um outlook (perspetivas de evolução) “estável”, não perspetivando qualquer alteração nos próximos meses. Também a notação de risco dos depósitos tem agora um outlook “estável”.

Em outubro do ano passado, a Moody’s tinha subido o rating do BCP na sequência da melhoria da notação financeira da República portuguesa. Ainda assim, desde 2011 que a dívida do banco é considerada “investimento especulativo”.

O BCP fechou 2018 com lucros de 301 milhões de euros, um aumento de 60% face ao ano anterior. O banco vai distribuir dividendos de cerca de 30 milhões de euros.

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Bancos reduziram rácio de malparado para 11% em 2018, diz a Fitch

Agência Fitch aconselha bancos portugueses a acelerar a redução de ativos problemáticos este ano, perante o "ambiente económico e político benigno".

“2018 foi outro ano de uma limpeza significativa dos balanços dos maiores bancos portugueses”, salienta a agência de notação financeira Fitch, que adianta que o rácio de malparado caiu para cerca de 11% no final do ano passado, quatro pontos percentuais abaixo de 2017.

Numa análise aos resultados dos principais bancos nacionais, a Fitch explica esta quinta-feira que a melhoria do rácio de crédito em incumprimento se deveu a uma “mistura de curas de crédito, write-offs e vendas ativas de carteiras”. Dentro desta avaliação estão BPI, BCP, Banco Montepio, Caixa Geral de Depósitos (CGD), Novo Banco e Santander Totta e a agência de notação de risco diz que os bancos poderão aproveitar o “ambiente económico e político benigno em 2019 para acelerar a redução dos seus ativos problemáticos, incluindo ativos imobiliários e propriedades problemáticas”.

No final de setembro, os bancos nacionais tinham mais de 30 mil milhões de euros em ativos tóxicos nos seus balanços de acordo com os dados do Banco de Portugal.

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A Fitch acrescenta que os esforços de provisionamento das instituições financeiras vão continuar este ano, “uma vez que o Banco Central Europeu (BCE) exige rácios de cobertura mais elevados para non performing loans (NPL)“. “Isso vai atrapalhar a já fraca rentabilidade do setor”, frisa a agência norte-americana. “No entanto, os bancos portugueses terão um período de transição relativamente longo para aumentar a cobertura”, refere ainda, notando que o rácio de cobertura do setor estava acima de 50% no final de 2018.

Para a Fitch, a rentabilidade antes de imparidades será um dos principais desafios dos maiores bancos nos próximos anos. Lembra que as receitas do setor bancário caíram em 2018, devido à pressão nas receitas com juros, aos ganhos com títulos mais reduzidos e a fatores não recorrentes negativos com a venda de malparado.

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Grandes bancos de volta aos lucros. Ganharam cinco milhões de euros por dia

Quatro principais bancos portugueses somaram quase 1.800 milhões de euros em lucros no ano passado, cerca de cinco milhões de euros por dia. Como chegaram até aqui?

Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Santander Totta lucraram cinco milhões de euros por dia em 2018, e preparam-se para dar à banca nacional o melhor ano desta década marcada pela crise da dívida. Com o Novo Banco a permanecer uma incógnita na dimensão dos prejuízos que deverá apresentar, os outros principais bancos do sistema acumulam para já resultados de 1.788 milhões de euros, perspetivando-se o primeiro ano com contas no verde desde 2010. Como chegaram até aqui?

Embora o aumento das receitas com comissões seja um denominador comum que ajuda a perceber a melhoria dos resultados numa perspetiva global, cada banco teve uma história diferente para contar no ano que passou.

Por exemplo, quando Paulo Macedo anunciou no dia 1 de fevereiro que o banco público registou lucros de 496 milhões de euros, explicou resumidamente que três fatores principais estiveram por detrás dos melhores resultados desde 2007: a subida de 7% dos proveitos no negócio core (incluindo-se aqui o aumento da margem financeira e das comissões), a redução dos custos que permitiu uma poupança de 100 milhões e ainda o facto de não ter constituído provisões extraordinárias para colmatar o impacto da saída de trabalhadores. Estes bons resultados deixam a CGD em boa posição para pagar 200 milhões de euros em dividendos ao acionista Estado.

Contas dos bancos no verde

Fonte: Relatório e contas dos bancos

No Santander Totta, o recém-chegado CEO Pedro Castro e Almeida anunciou um número redondo: 500 milhões de euros de lucros. Isto aconteceu depois da integração do Popular Portugal no final de 2017 ter tido um impacto positivo nas contas: primeiro, reforçou o aumento da margem financeira (+24,3% para 866 milhões de euros) e das comissões (+12,5% para 372,4 milhões de euros; depois, a venda da carteira de imóveis Tagus no valor de 600 milhões de euros ao fundo Cerberus permitiu libertar 56 milhões de euros de imparidades que estavam associadas a estes ativos que eram do antigo Popular português.

Também o BPI também “lucrou” com a venda de malparado no ano passado. Mas os lucros de 491 milhões de euros do banco liderado por Pablo Forero foram sobretudo impulsionados pela venda de várias participações financeiras na Viacer e na BPI Gestão de Ativos, e ainda dos negócios de cartões de crédito. Renderam 190 milhões de euros. E importante não esquecer as comissões: aumentaram 5,6% para 277,8 milhões de euros.

Esta quinta-feira foi a vez de o BCP anunciar uma subida expressiva dos lucros — mais de 300 milhões de euros — e uma notícia há muito aguardada pelo mercado: dividendos de 30 milhões de euros, cerca de 0,2 cêntimos por ação. Na base deste resultado estiveram vários fatores, nomeadamente a melhoria do negócio em Portugal sobretudo (o lucro aumentou quase 200%). A margem financeira e as comissões aumentaram 2,3% e 2,6%, respetivamente para 1.423 milhões e 684 milhões. Também aqui há um impacto positivo da redução das imparidades em cerca de 300 milhões de euros.

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BCP lucra 301,1 milhões. Vai dar 10% em dividendos

O banco liderado por Miguel Maya apresentou um crescimento de 61,5% nos resultados líquidos do ano passado.

O Banco Comercial Português (BCP) seguiu o exemplo dos restantes grandes bancos nacionais. Registou um forte aumento dos resultados líquidos, conseguindo elevar os lucros para mais de 300 milhões de euros. Vai dar 10% deste valor aos acionistas, regressando ao pagamento de dividendos após quase uma década.

O banco apresentou um “resultado líquido de 301,1 milhões de euros, evidenciando um forte crescimento de 61,5% face aos 186,4 milhões registados em 2017″. Em comunicado enviado à CMVM, a instituição liderada por Miguel Maya revela que o “resultado da atividade em Portugal triplica, com um contributo de 115,5 milhões de euros”. Na atividade internacional, “o resultado líquido aumentou 27,8%”.

Este aumento expressivo dos lucros permitiu ao banco um “reforço do rácio de capital para 14,5%, impulsionado pela emissão de AT1
realizada em janeiro de 2019 e confortavelmente acima dos requisitos definidos no âmbito do SREP”. Tem mais capital, daí que o BCP se prepara para voltar ao pagamento de dividendos.

“A comissão executiva propôs ao conselho de administração a aprovação de uma proposta de distribuição de dividendos correspondente a payout de 10%, a submeter à assembleia geral anual”, refere a instituição. A última vez que o BCP pagou dividendos foi em 2010, com base nas contas de 2009.

Comissões crescem quase 5%

A contribuir para o crescimento acentuado dos lucros esteve a quebra das imparidades e provisões, com as associadas ao crédito a encolherem em 25%. Os custos operacionais acabaram por aumentar, mas a margem financeira do banco cresceu.A margem financeira apresentou um crescimento de 2,3% face aos 1.391,3 milhões de euros apurados em 2017, ascendendo a 1.423,6 milhões de euros em 2018″, diz o BCP.

A contribuir para o aumento da margem estiveram as comissões. “Evidenciaram um aumento de 2,6% face ao montante contabilizado em 2017, fixando-se em 684,0 milhões de euros em 2018, tendo beneficiado do desempenho favorável da atividade em Portugal, cujas comissões líquidas aumentaram 4,3%. Esta evolução foi suportada pelas comissões bancárias em Portugal que, no seu conjunto, apresentaram um crescimento de 4,8%“, remata.

Mais crédito, mais poupanças

As comissões aumentaram num ano positivo tanto em termos de crédito como de captação de poupanças, levando o ativo total a ascender a 75.923 milhões de euros em 31 de dezembro de 2018, face a 71.939 milhões de euros registados no final do ano anterior”, refere o banco.

“O crédito a clientes (bruto) manteve-se em linha com os montantes registados em 31 de dezembro de 2017 (ligeiramente superior em 0,2%), fixando-se em 51.032 milhões de euros em 31 de dezembro de 2018. Na atividade em Portugal, o crédito a clientes (bruto) situou-se em 37.187 milhões de euros em 31 de dezembro de 2018, face a 37.996 milhões de euros contabilizados no final do ano anterior”.

Por outro lado, os “recursos totais de clientes aumentaram 5,2% comparativamente com os 70.344 milhões de euros registados em 31 de dezembro de 2017, ascendendo a 74.023 milhões de euros no final de dezembro de 2018″, diz o BCP, salientando que “esta evolução ficou a dever-se ao bom desempenho quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional, nomeadamente no que respeita à evolução dos recursos de balanço cujo crescimento foi determinado pelo desempenho favorável dos depósitos e outros recursos de clientes”.

(Notícia atualizada às 17h38 com mais informação)

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Maya “apreensivo” com nova injeção de 1.000 milhões no Novo Banco

Miguel Maya explica os resultados que o BCP obteve em 2018 e que abrem a porta ao regresso dos dividendos no maior banco privado português.

O BCP chegou a setembro com lucros 217,4 milhões de euros até setembro e os analistas apontam para um resultado anual acima dos 300 milhões. É o suficiente para o maior banco privado voltar a pagar dividendos? Miguel Maya, presidente executivo do BCP, deverá responder a esta e outras questões durante a conferência de resultados. Devolução dos cortes aos trabalhadores? Relatório da EY à CGD? Acompanhe aqui as intervenções do CEO do BCP.

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BPI vê menos lucros para o BCP. Corta avaliação do banco de Miguel Maya

BCE vai demorar mais tempo a subir juros e isso vai afetar negócio do BCP. Também a recente emissão de AT1 também vai ter impacto nos resultados. Por isso, o BPI cortou a avaliação do banco de Maya.

O BPI cortou o preço-alvo das ações do BCP BCP 0,00% , baixando também a recomendação do título para “neutral”, isto depois de ter revisto em baixa as estimativas para o lucro do banco liderado por Miguel Maya.

A avaliação dos títulos do BCP foi cortada em mais de 17% para 0,28 euros, com os analistas do BPI a justificarem essa mexida no preço-alvo com o facto de anteciparam menos lucros para o banco. Isto acontece por duas razões: primeiro, porque o Banco Central Europeu (BCE) não deverá subir das taxas de juro tão cedo, o que vai condicionar as receitas com a margem financeira do BCP nos próximos tempos; depois, a recente emissão de 400 milhões de euros em títulos de dívida a contar para capital AT1 (pagou um juro de 9,25%) vai também ter impacto nos resultados do banco.

Por outro lado, a ação tem apresentado fulgor face àquilo que tem sido o desempenho do setor europeu, o que leva o BPI a dizer que o BCP já está a transacionar a níveis próximos dos pares espanhóis. Ou seja, a margem para valorizar ainda mais já não é assim tão evidente.

BCP recua em bolsa. Mantém ganhos no ano

“A ação teve um desempenho melhor do que o setor europeu desde o início de 2018, e está agora a negociar numa cotação mais alinhada com os pares espanhóis numa base cotação/valor contabilístico tangível”, sublinha o banco de investimento.

As ações do BCP estão a desvalorizar mais de 1% para os 0,2316 euros na bolsa de Lisboa. O PSI-20 cai, por sua vez, 0,85% para 5.088,06 pontos.

Apesar deste corte tanto na avaliação como na recomendação, a nota do BPI revela pontos positivos no caminho que o banco de Miguel Maya tem realizado nos últimos anos.

“O BCP é uma história de redução de NPL e de custos em Portugal”, dizem os analistas do BPI. “O rácio CET 1 total de 11,8% em setembro permite afastar (ou pelo menos mitigar) preocupações com capital e a capacidade do banco de lidar com o seu stock de crédito malparado”, acrescenta.

Miguel Maya apresenta os resultados anuais do BCP no próximo dia 21 de fevereiro. Até setembro, o banco registou uma subida de 93% do lucro para 257,5 milhões de euros, o que abre a porta ao regresso dos dividendos.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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