Banca em 2021: lucros de 1.500 milhões, mais comissões e menos 2.600 trabalhadores

Menos margem, mais comissões. Lucros de 1.500 milhões, rentabilidade sob pressão. Regresso aos dividendos. E saídas de centenas de trabalhadores. Eis o retrato do ano de 2021 para a banca nacional.

O ano de 2021 fica marcado pela recuperação dos lucros dos principais bancos nacionais depois do duro impacto da pandemia, suportados em mais negócio e mais comissões, e isto enquanto aceleraram os seus processos de reestruturação que levaram à saída de mais de 2.600 trabalhadores.

Em termos agregados, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander, BPI e Novobanco registaram lucros de mais de 1.500 milhões de euros no ano passado, contra os prejuízos de 250 milhões em 2020.

Embora cada banco tivesse registado a sua própria evolução em 2021, há um fator determinante que explica a inversão nos resultados do setor: o Novobanco.

Pela primeira vez na sua história, o banco que nasceu em 2014 da resolução do BES obteve um resultado anual positivo184,5 milhões de euros em 2021, contra os 1.329,3 milhões de prejuízos no ano passado –, confirmando o “virar de página” que tinha sido prometido pelo CEO António Ramalho.

O resultado não foi, ainda assim, suficiente para evitar novo pedido de 209,5 milhões ao Fundo de Resolução através do polémico mecanismo de capital contingente e para o qual os outros bancos estão a contribuir.

Um dos maiores críticos deste mecanismo é o BCP que, por ironia, até teve menos lucros do que o Novobanco no ano passado. O banco liderado por Miguel Maya lucrou cerca de 140 milhões de euros em 2021, menos 25% face ao ano anterior, com o resultado a ser muito penalizado pelas provisões de 530 milhões de euros para se proteger dos riscos associados à carteira de créditos em francos suíços concedidos pela subsidiária na Polónia.

Já os outros bancos viram os seus lucros subir. O BPI registou a maior subida, com o resultado a triplicar para 307 milhões de euros, ajudado sobretudo pela distribuição de resultados do banco em Angola. A Caixa lucrou mais 18,6%, cerca de 580 milhões, enquanto o lucro do Santander subiu apenas 1% para 298,2 milhões.

Bancos lucram 1.500 milhões

Fonte: Bancos

Comissões compensam pressão na margem

Os bancos aumentaram bastante o seu volume de negócios no ano passado, o que foi importante para contrariar a pressão nas margens. A carteira de crédito a clientes aumentou 4% para um total de 200 mil milhões de euros e os depósitos cresceram quase 9% para 244 mil milhões.

Ainda assim, a margem financeira (que resulta da diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos) cedeu ligeiramente para 4.366 milhões de euros, refletindo o ambiente de juros baixos do Banco Central Europeu (BCE), que está em vias de mudar com a normalização da política monetária para responder à escalada da inflação.

Contudo, a redução da margem financeira foi mais do que compensada pela subida das receitas com comissões: dispararam quase 11% para 2.300 milhões de euros.

É verdade que os bancos têm vindo a aumentar o preçário dos seus serviços e produtos, mas também a reabertura e recuperação da economia veio aumentar as transações financeiras e às quais se aplicam comissões. Os bancos dizem que aumentaram as suas receitas com comissões associadas a produtos de seguro e da negociação em bolsa.

Comissões aumentam

Fonte: Bancos

Rentabilidade limitada, regressam os dividendos

A banca parecia ter entrado numa nova fase, não fosse a guerra na Ucrânia criar incerteza sobre quais serão os impactos na economia, nomeadamente por via das sanções e dos elevados preços da energia e das outras matérias-primas, e naquilo que será a resposta do BCE a este novo cenário de possível ameaça de estagflação.

Apesar do aumento dos lucros, a rentabilidade continua a ser uma das pedras no sapato dos bancos. BCP e Santander viram os seus ROE caírem ligeiramente para 2,4% e 6,3% (no caso do BCP pressionado pelas provisões para a Polónia), enquanto os indicadores da Caixa, BPI e Novobanco aumentaram, embora os presidentes dos bancos continuem a sublinhar que os níveis são ainda insuficientes para atrair investimentos.

O setor conta sobretudo com dois fatores para aumentar a rentabilidade nos próximos tempos: por um lado, com a recuperação da economia, enquanto o BCE se prepara para ajudar no negócio também ao encaminhar-se para uma normalização da política monetária; por outro, com a redução da sua estrutura de custos, nomeadamente com a saída de trabalhadores e fecho de agências (já vamos a essas contas), isto enquanto os seus balanços estão muito mais saudáveis, com menos malparado.

Os cinco bancos reduziram os rácios de NPL (non performing loans) no passado. O Novobanco foi quem mais trabalhou nesse capítulo, pois também foi quem partiu da pior posição: o rácio caiu de 8,7% para 5,7%. O BPI tem o rácio mais baixo, na ordem dos 2%.

Enquanto fazem esse trabalho para estimular a rentabilidade, preparam o regresso aos dividendos. BPI e Santander já anunciaram pagamentos de 194 milhões e 480 milhões de euros aos seus acionistas espanhóis e o BCP revelou que quer pagar “um dividendo muito moderado”. A Caixa não deu indicações sobre a remuneração ao Estado, mas a porta está aberta.

Banca continua a emagrecer: 2.638 saídas

Todos os bancos continuaram a emagrecer os seus quadros, uns mais do que outros, reduzindo 2.638 postos ao longo do ano passado no seu agregado. O objetivo é reduzir os custos em função também de uma maior procura dos clientes pelos canais digitais.

O Santander foi o mais agressivo nessa redução: tem hoje menos 1.175 trabalhadores do que tinha há um ano, resultado do plano de saídas por mútuo acordo, reformas antecipadas e até despedimentos que concretizou no ano passado. Este processo pesou bastante nos resultados do banco liderado por Castro e Almeida.

Bancos mais delgados

Fonte: Bancos

Já o BCP cortou 724 trabalhadores nas suas operações em Portugal, tendo agora 6.289 funcionários, menos do que a Caixa. O banco público tem menos 200 trabalhadores, num total de 6.383. Novobanco e BPI reduziram os seus quadros em 395 e 144 funcionários.

Esta redução de pessoal foi acompanhada do fecho de balcões: os bancos encerraram cerca de 150 agências no ano passado.

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Fitch dá rating de investimento à Caixa, 11 anos depois

Caixa fica com rating de investimento junto de três agências internacionais: DBRS, Moody's e agora Fitch, que há 11 anos colocava a dívida do banco no patamar considerado de "lixo".

Apresentação dos resultados anuais de 2021 da Caixa Geral de Depósitos - 11FEV22
Paulo Macedo, presidente da Caixa.Hugo Amaral/ECO

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) continua a recuperar a sua credibilidade no mercado. Depois da Moody’s em julho do ano passado, agora foi a Fitch a subir o rating do banco público para um nível de “grau de investimento”, algo que não acontecia há 11 anos.

A agência de notação financeira americana subiu em um nível o rating de dívida sénior de longo prazo da CGD de “BB+” para “BBB-”, o que significa que deixa de ser considerada um “investimento especulativo” e passa a deter um “grau de investimento”. O outlook (perspetivas de evolução do rating) foi revisto de “Positivo para em “Estável”.

Um rating melhor significa que o banco liderado por Paulo Macedo conseguirá financiar-se no mercado a custos mais baixos, o que, em última instância, pode refletir-se em melhores condições nos financiamentos às famílias e empresas.

Com a decisão da Fitch, a Caixa tem agora avaliações em nível de investment grade por três agências internacionais, incluindo a Moody’s e a DBRS, “constituindo um importante marco na evolução e no posicionamento no mercado”, assinala o banco em comunicado enviado ao mercado.

De acordo com a Caixa, a subida do rating pela Fitch “reflete a melhoria da qualidade de ativos mesmo durante o período pandémico, a resiliência da rendibilidade — assente na liderança de mercado e fortes níveis de eficiência — e os melhores rácios de capital”.

Os resultados do banco no ano passado dão conta dessa evolução positiva: lucros de 583 milhões de euros, mais 18,7% em relação a 2020, subida de 0,9 pontos para 7% do ROE, menos custos e maiores volumes de negócios e rácios de capital bem acima das exigências regulatórias.

Também os ratings Issuer Default Rating (IDR) e da dívida sénior preferencial de curto prazo foram elevados de B para F3. Em simultâneo, o rating de dívida sénior não preferencial de longo prazo subiu igualmente em um nível de BB para BB+ e da dívida Tier 2 de BB- para BB.

Adicionalmente, o rating para os depósitos da Caixa foi elevado a BBB, um nível acima do atribuído à dívida sénior e igualando o rating da dívida pública portuguesa. “Esta notação reflete a maior proteção conferida aos depósitos em caso de resolução”, explica o banco.

Já na quinta-feira, o Governo saudou a melhoria do rating do banco, considerando que a decisão permitirá ao banco “consolidar a sua posição no mercado nacional”.

Além da Caixa, a Fitch também melhorou o outlook da notação de risco (IDR) do Banco Montepio de “Negativo para “Positivo”, reafirmando o rating de “B-“.

Na base da melhoria do outlook estão “progressos significativos” do Banco Montepio estão vários fatores, como “a redução dos ativos não produtivos e a expectativa de que esta tendência se mantenha no futuro“, o “reforço dos rácios de capital para níveis acima dos requisitos regulamentares”, e “o cumprimento com sucesso dos objetivos do plano de ajustamento operacional, nomeadamente no que diz respeito à otimização da rede de balcões e do quadro de pessoal“.

O banco liderado por Pedro Leitão diz que tudo isto irá “contribuir para uma melhoria da rendibilidade e eficiência a partir do corrente ano”

(Notícia atualizada às 10h05 de 10 de março)

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Ministério Público pede manutenção de coimas a quatro bancos e redução a sete no caso do “cartel da banca”

  • Lusa
  • 23 Fevereiro 2022

Procurador pediu ao tribunal de Santarém para manter as coimas aplicadas à Caixa (82 milhões de euros), ao Santander Totta (35,65 milhões), ao BBVA (2,5 milhões) e ao Crédito Agrícola (350.000 euros).

O Ministério Público pediu a manutenção das coimas aplicadas pela Autoridade da Concorrência a quatro dos bancos visados no processo de troca de informação sensível, conhecido como “cartel da banca”, defendendo a redução nos restantes sete.

Nas alegações finais do julgamento dos recursos apresentados por 11 bancos das coimas de 225 milhões de euros aplicadas pelo regulador por troca de informação com impacto no crédito a clientes, Paulo Vieira pediu ao Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) para manter as coimas aplicadas à Caixa Geral de Depósitos (82 milhões de euros), ao Santander Totta (35,65 milhões), ao BBVA (2,5 milhões) e ao Crédito Agrícola (350.000 euros).

No caso do BCP, que foi condenado pela AdC ao pagamento de uma coima de 60 milhões de euros, o procurador do Ministério Público (MP) deixou ao critério da juíza Mariana Machado a possibilidade de uma redução, tendo em conta a divulgação dos resultados do banco na próxima segunda-feira, depois dos prejuízos na Polónia.

Também no caso do BPI, Paulo Vieira, que considerou adequada a coima de 30 milhões de euros, valorizou o depoimento do presidente do conselho de administração do banco, Fernando Ulrich, o qual assumiu a prática da troca de informação entre os bancos como relevante para o posicionamento no mercado.

Paulo Vieira pediu ainda uma redução substancial da coima aplicada à Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), de 13 milhões de euros, suspensa em metade por ter aderido ao pedido de clemência, tendo em conta a situação financeira do banco e sua natureza social, a qual requer “um grau de proteção superior”.

Defendendo que a coima a aplicar à CEMG não deve exceder os 4,8 milhões de euros, suspensa em metade e com a possibilidade de ser paga em 24 prestações, o procurador lamentou que a postura inicial do Montepio, ao pedir clemência, o que implica o reconhecimento da prática da infração, não tenha coincidido com a postura durante o julgamento.

O MP pediu que ao BES, multado em 700.000 euros, seja aplicada uma coima “meramente simbólica”, tendo em conta estar em liquidação, não existindo razões de prevenção especial, e devendo ser levados em conta os interesses dos lesados pela resolução do banco.

Já em relação ao EuroBic, que alega o facto de as infrações serem imputadas ao BPN, Paulo Vieira lembrou que não pode haver desresponsabilização, já que foi o BPN que incorporou o Eurobic, que funciona com o mesmo número de pessoa coletiva e a mesma estrutura e manteve a grande maioria dos funcionários.

Mesmo assim, considera dever haver uma redução da coima de 500.000 euros, tendo em conta a postura do banco no processo.

Para o Barclays, cujo pedido de clemência deu origem ao processo da AdC, o MP defendeu que se deve valorizar a sua conduta para a descoberta da verdade, pelo que a coima deve sempre ser suspensa na sua execução, qualquer que seja o seu valor, que sugeriu situar-se abaixo dos 500.000 euros.

A Union de Créditos Inmobiliarios (UCI), que recorreu para o TCRS da coima de 150.000 euros aplicada pela AdC, deverá, para o MP, beneficiar igualmente de uma redução.

Paulo Vieira deixou um reparo à atuação da Caixa Geral de Depósitos, condenada pela AdC com a coima mais elevada, lamentando que o banco público tenha tratado o assunto em causa nos autos “de forma ligeira”, não tendo tomado medidas.

Em causa no processo está a prática concertada de troca de informação comercial sensível, entre 2002 e 2013, nomeadamente com partilha de tabelas de ‘spreads’ a aplicar aos créditos a clientes e de informação sobre volumes de produção.

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“Quando as comissões acabarem, trabalhadores não são pagos”

Presidente da Caixa diz que há "demagogia" e "má compreensão" no tema quente das comissões da banca. Quando acabarem, os trabalhadores deixarão de ser remunerados, disse Macedo.

Paulo Macedo, presidente da Caixa.Hugo Amaral/ECO

Paulo Macedo criticou aquilo que considera ser “demagogia” e “má compreensão” de quem acha que as comissões bancárias devem acabar, porque no dia em que isso acontecer os trabalhadores dos bancos deixarão de ser pagos. “A banca tem duas fontes de proveitos: juros e comissões”, começou por explicar o CEO da Caixa Geral de Depósitos.

Os juros, quando não são negativos, remuneram o custo do capital, e as comissões remuneram aquilo que são os custos operacionais, designadamente as pessoas e a estrutura, sejam o fornecimento e serviços de terceiros ou os custos regulamentares de 60 milhões de euros”, acrescentou.

Segundo Paulo Macedo, aquilo “que os clientes dizem é que não querem suportar mais comissões tão altas”. Então, sendo assim, “a única maneira de reduzir os custos operacionais é ter uma estrutura mais barata que os clientes queiram suportar”, frisou. “Não há outra forma”. “Quando as comissões acabarem, os trabalhadores não são pagos”, rematou o CEO do banco do Estado.

Ao todo, as receitas com comissões da Caixa ascenderam a 565 milhões de euros no ano passado, uma subida de quase 13% e que se deveu ao aumento do negócio com fundos de investimento e seguros financeiros.

CGD prevê contratar entre 400 e 600 trabalhadores até 2025

Paulo Macedo adiantou ainda que o banco deverá contratar entre 400 e 600 trabalhadores nos próximos três anos, de acordo com o que está previsto no plano estratégico 2021-2025, e cujas primeiras pontas do véu fez questão de levantar na apresentação das contas de 2021.

O número de contratações dependerá das saídas voluntárias que o banco registar durante este período, explicou.

Aliás, o presidente do banco afastou qualquer plano de redução de pessoal. “Basta atender aos pedidos” de saída por iniciativa do trabalhador, que geralmente rondam os 300 por ano. “Nem todos serão satisfeitos”, avisou já Paulo Macedo.

A Caixa registou lucros de 583 milhões de euros em 2021, uma subida de 18,7% em relação ao ano anterior.

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Além do Governo, também Fisco, reguladores e grandes empresas mostraram interesse em ir para a sede da Caixa

CEO da Caixa, Paulo Macedo, admitiu que o banco público pode mudar de instalações, mas só depois de 2026.

Governo, Autoridade Tributária, reguladores e grandes empresas mostraram interesse em ir para a sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), revelou o CEO Paulo Macedo esta sexta-feira. Há algum tempo que o banco público estuda ceder e arrendar parte do seu quartel-general no Campo Pequeno, em Lisboa, a outras entidades.

Macedo confirmou que houve conversas com o primeiro-ministro “sobre o interesse, sobre os timings e forma” de o Governo ou ministérios (que António Costa está agora a formar, depois da vitória nas eleições) se instalarem dentro da Caixa. “Está tudo em aberto”, admitiu o presidente executivo do banco durante a conferência de resultados anuais. Já é antiga a possibilidade de a sede do banco do Estado receber ministérios.

“Numa primeira fase poderemos libertar um piso, um piso e meio. Podemos fazer isso no espaço deste ano”, indicou ainda sobre a possibilidade de ter o Governo como seu “vizinho”. “Se temos algo contra a vizinhança do Governo, não”, brincou Paulo Macedo.

“O que temos de fazer é: primeiro, fazer a reorganização dos serviços completa para entregar os metros quadrados que ficarão disponíveis; depois, tratar de acessibilidades, segurança, privacidade e separação entre as entidades”, explicou aos jornalistas.

Além do Governo, a Caixa também teve conversas com outras entidades, designadamente grandes empresas portuguesas e reguladores, “entidades que mostraram interesse” em ir para a sede do banco. Macedo deu conta de que a Autoridade Tributária era outra das entidades interessadas e em relação à qual também não tinha “o mesmo estado de alma” de recear a proximidade física.

“Se for esse o interesse, podemos vir a trabalhar para mais metros quadrados, passar os dos 20 mil para os 30 mil metros quadrados ou mais”, adiantou.

Macedo também abriu a porta a uma mudança de instalações do próprio banco daquele edifício. “A Caixa, em princípio, vai continuar neste edifício, mas também admite mudar de instalações. A acontecer qualquer coisa, a Caixa sair deste edifício nunca acontecerá antes de 2026 ou 2027”, disse.

A Caixa registou lucros de 583 milhões de euros em 2021, uma subida de 18,7% em relação ao ano anterior.

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Lucro da Caixa sobe 18,7% para 583 milhões em 2021

Apesar do aumento dos volumes de crédito e depósitos, a margem financeira continuou pressionada pelos juros baixos do BCE. Comissões à boleia de fundos e seguros compensou.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) registou lucros de 583 milhões de euros em 2021, uma subida de 18,7% em relação ao ano anterior. O banco não divulgou o montante de dividendos a distribuir pelo Estado, mas o CEO Paulo Macedo disse em conferência de imprensa que já pagou 584 milhões desde 2019 e que o dividendo deste ano “dependerá das conversas que o conselho de administração tiver com o acionista”. A proposta de Orçamento do Estado que foi chumbada em novembro previa um dividendo de 200 milhões.

O banco público aumentou os volumes de crédito (+3,6% para 52,5 mil milhões) e de depósitos (+9,7% para 79,7 mil milhões), não evitando, ainda assim, uma quebra de 4,3% na margem financeira, num total de 1.006 milhões de euros, por causa pressão dos juros baixos que se registam na Zona Euro por conta da política monetária que se prepara para um novo ciclo. O custo suportado dos depósitos junto do BCE atingiu os 39 milhões e o banco também teve um impacto negativo de 5,4 milhões com os juros negativos no crédito, exemplificou Macedo aos jornalistas.

Com o aumento da atividade económica no ano passado por comparação com 2020, devido à pandemia, as receitas com comissões subiram 12,9% para 565 milhões de euros, compensado a queda da margem. A nova administradora financeira da CGD, Maria João Carioca, deu conta de um aumento de 26% as receitas com comissões por via da venda de fundos de investimento e seguros financeiros. O produto bancário registou uma subida de 7% para 1.773 milhões de euros.

Os custos de estrutura caíram 8,8% 776 milhões de euros, com os custos com pessoal e administrativos a caírem 11,5%.

Rentabilidade sobe, malparado desce

O banco é liderado por Paulo Macedo, que acabou de ver o seu mandato renovado pelo BCE no final do ano passado.

Fechado o processo de reestruturação na sequência da recapitalização, a Caixa procura agora aumentar a rentabilidade do seu capital e, sobretudo, devolver o dinheiro aos contribuintes e investidores que tiveram de injetar no banco há cinco anos – dois mil milhões até 2023. Fechou 2021 com um ROE (rentabilidade do capital) de 7%, mais 0,9 pontos percentuais em relação a 2020.

Macedo acabou de receber autorização do BCE para recomprar 500 milhões de euros em títulos de dívida perpétuos que custam 54 milhões por ano, o que vai permitir gerar poupanças “significativas”.

Esta operação não abalará a posição de capital da Caixa, que fechou 2021 com rácios CET1 e Total de 18,1% e 19,7%, respetivamente.

Há uma semana recebeu uma notícia positiva do BCE: viu o requisito de Pilar 2 aliviado de 2,25% para 2%, um indicador que compara bem com a média dos bancos da Zona Euro, o que reflete as melhores condições com que o banco público se apresenta atualmente.

A qualidade da carteira de crédito também ajuda na solidez da Caixa: o rácio de malparado (NPL) baixou para 2,8% do total do crédito, com um grau de cobertura acima de 100%.

(Notícia atualizada às 17h55)

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BCE compara banca a carros e manda reforçar “airbags”. Como saíram os bancos portugueses?<span class='tag--premium'>premium</span>

Chefe da supervisão bancária europeia falou em carros quando explicava os resultados da avaliação individual que fez aos grandes bancos da Zona Euro. Como saíram as instituições lusas na fotografia?

Foi o chefe da supervisão bancária do Banco Central Europeu (BCE) quem colocou as coisas nestes termos: “Não nos diz respeito as linhas de negócio que os bancos devem focar. Eles devem entender onde estão as suas forças e focarem o seu negócio nas áreas que gerem receitas. Nós somos supervisores – não podemos guiar os seus carros. Cabe a eles decidirem." Com esta analogia automobilística, Andrea Enria explicava de forma sucinta os resultados do processo de análise e avaliação para fins de supervisão (SREP, na sigla em inglês) divulgados esta quinta-feira. É através deste processo anual que o supervisor avalia os riscos, modelos de negócios, fundos próprios e liquidez dos bancos, de forma individualizada, para mais de uma centena de grandes instituições na Zona Euro e cujos resultados

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CGD devolve mais 400 milhões de euros ao Estado até 2023

  • ECO
  • 2 Fevereiro 2022

Após obter esta semana "luz verde" do BCE para recomprar dívida que já custou 270 milhões em juros, Paulo Macedo quer devolver ao Estado perto de 400 milhões em dividendos até fim do próximo ano.

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD) calcula que o Estado português pode ter a expectativa de receber perto de 400 milhões de euros em dividendos até ao final de 2023, relativos aos exercícios dos dois anos anteriores. “Se os resultados forem os que perspetivamos, existe essa possibilidade”, confirma Paulo Macedo em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago).

Até este momento, a Caixa já pagou mais de 583,6 milhões de euros ao Estado em dividendos: 200 milhões de euros em 2019 e 383,6 milhões no ano passado e em duas parcelas (perto de 300 milhões de dividendos extraordinários e o restante correspondentes a resultados de 2020). Esta semana recebeu autorização do BCE para amortizar títulos de dívida perpétua emitidos na recapitalização de 2017 e pelos quais pagava mais de 10% (já custou 270 milhões em juros).

“A Caixa Geral de Depósitos teve de fazer face a novas imposições regulatórias, tal como os outros bancos. O que interessa ao acionista é que a Caixa tenha uma situação sólida, que consiga cumprir o seu papel na economia, mas ao mesmo tempo consiga desenvolver-se sem necessitar de novos aumentos ou chamadas de capital, como acionistas de outros bancos têm sido chamados a fazer”, sublinhou o gestor.

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Caixa tem luz verde do BCE para recomprar dívida que já custou 270 milhões em juros

Banco público acaba de ter autorização do BCE para amortizar títulos de dívida perpétua emitidos na recapitalização de 2017 e pelos quais pagava mais de 10%. Já custou 270 milhões em juros à Caixa.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai avançar em março com a recompra de 500 milhões de euros em títulos de dívida perpétuos emitidos em 2017, no âmbito do processo de recapitalização, e pelos quais já pagou 268,75 milhões só em juros em apenas cinco anos. A informação foi comunicada à CMVM.

Segundo nota do banco, a instituição pública liderada por Paulo Macedo acabou de ter luz verde do Banco Central Europeu (BCE) para adquirir os títulos da emissão de fundos próprios adicionais de nível 1 (AT1), numa operação que deverá permitir poupanças anuais em juros.

A aprovação do reembolso antecipado destes títulos de dívida no dia 30 de março resulta da avaliação positiva feita pelo BCE à solidez financeira da CGD, após conclusão com sucesso do plano de reestruturação. A taxa de juro de 10,75% associada a estes títulos de dívida correspondeu a um custo anual de 53,75 milhões de euros para a CGD o que representou, no conjunto dos cinco anos, um total de 268,75 milhões de euros, segundo contas do banco.

Com a amortização desta emissão, que foi uma condição prevista no acordo entre Portugal e Comissão Europeia para recapitalizar a Caixa em 4,9 mil milhões, os rácios de capital permanecerão em 18,2% (CET1) e 20,82% (capital total), bem acima dos requisitos de 13,5%.

A recompra da dívida AT1 era um dos objetivos que Paulo Macedo tinha para este ano e o próximo. O líder da Caixa considera que a autorização do BCE é sinal do “sucesso” alcançado pela instituição “na implementação de um exigente plano de reestruturação e só foi possível pela capacidade de geração de capital orgânico e pela rentabilidade”.

“Só uma Caixa sustentável e com uma rentabilidade reconhecida pelo mercado evitará voltar a incorrer em custos desta magnitude”, acrescenta Paulo Macedo, frisando que a CGD continuará bem capitalizada e pronta para “prosseguir a missão de devolver a ajuda dos portugueses” há cinco anos através das “poupanças significativas com juros” que a operação vai permitir.

Depois dos dividendos de 200 milhões em 2019 e dos 383,6 milhões pagos ao Estado no ano passado, a Caixa salienta que, com esta recompra de dívida AT1, já devolverá mais de 1.000 milhões de euros do montante da recapitalização de 2017.

Paulo Macedo quer devolver o dobro até 2023, 2.000 milhões, como já referiu: ou seja, tenciona distribuir mais dividendos ao acionista público e recomprar outra emissão de dívida AT2, no valor de 300 milhões, também realizada no mesmo processo.

Este é o primeiro grande marco do novo mandato de Macedo, que acabou de iniciar. A Caixa prepara-se para apresentar os resultados do ano passado, sendo que, até setembro, o lucro subia 9% para 429 milhões de euros.

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CGD critica greve “banalizada” e diz que paga 19% acima dos outros bancos

A administração liderada por Paulo Macedo mostra os valores dos ordenados, dos subsídios e das promoções para contestar a greve convocada pelo STEC, que fala numa proposta “insultuosa e vergonhosa".

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) lamenta a decisão do Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC) de avançar para a greve em pleno processo de negociação de revisão salarial, reclamando que esse direito “não deve ser banalizado, nem ser uma desvantagem competitiva face aos concorrentes”.

O banco público calcula ter uma tabela de remunerações “muito acima dos restantes bancos com quem concorre” — mais de 19% –, com uma remuneração média para colaboradores em funções diretivas de 5.715 euros e de 2.353 euros funções não diretivas, além da pensão média ascender a 2.118 euros.

Num comunicado enviado às redações, a instituição financeira liderada por Paulo Macedo sublinha ainda que “o trabalho, mérito, empenho e dedicação dos seus trabalhadores tem tido reconhecimento”, contabilizando que cerca de 1.350 foram promovidos em 2021 e que vão ser realizadas 802 promoções no primeiro trimestre de 2022. No ano que está a terminar, acrescenta, 82% acumulou prémios de desempenho e potencial.

“A Caixa continuará a cumprir o seu papel, em concorrência com os restantes bancos, apesar da maior tabela salarial e de maiores encargos com o Fundo de Pensões (com condições únicas no país). Como banco português e de capitais públicos, cumpre-lhe assegurar que tem a solidez financeira para enfrentar os desafios futuros, mas também para prosseguir a missão de devolver os montantes que os portugueses e investidores que lhe confiaram aquando da recapitalização de 2017”, frisa.

Esta reação oficial surge no dia em que os trabalhadores da CGD cumprem o primeiro de dois dias de greve contra “a miserável recompensa de 0,4% de aumento salarial”. Citado pela Lusa, o STEC fala numa proposta “insultuosa e vergonhosa” e acusa a administração do banco de adotar uma postura de “total sobranceria, intransigência e desrespeito para com os trabalhadores”.

O sindicato mais representativo do banco público já tinha também marcado e tem estado a cumprir uma greve ao trabalho suplementar não pago, que começou a 13 de dezembro e que vai até 14 de janeiro de 2022.

Vários subsídios aumentam em 2022

As contas apresentadas pela Caixa vão muito além da revisão da tabela, sustentando que propõe igualmente uma “atualização dos valores das cláusulas de expressão pecuniária, mesmo sendo já as mais altas da banca”. Destaca o subsídio de alimentação (11,32 euros por dia), que diz ser superior em 16,5% ao do setor, e que o valor do subsídio infantil é, em média, superior em 120% ao valor do praticado em toda a banca.

Ainda assim, prossegue no comunicado divulgado esta quinta-feira, a administração diz que apresentou uma proposta de aumento no subsídio de apoio ao nascimento (+1,9%), que passa para 800 euros, que aumenta em 4,7% o subsídio ao trabalhador-estudante e que sobe também o apoio ao estudo dos filhos até ao 12º ano e depois no ensino superior.

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Banca vende carteira de hotéis de luxo em Portugal ao fundo Davidson Kempner

Negócio imobiliário do ano em Portugal já tem decisões. Davidson Kempner compra hotéis de luxo como o Conrad Algarve, o Cascatas Golf da Hilton e o grupo NAU, em negócio de cerca de 900 milhões.

O fundo Davidson Kempner venceu a corrida pela compra de uma carteira de hotéis de luxo, entre outros ativos imobiliários, à banca portuguesa, com quem vai agora negociar em regime de exclusividade, apurou o ECO junto de fontes do mercado.

Para trás ficou o consórcio formado pela Bain e Cerberus, que também apresentou uma proposta firme para comprar os fundos de reestruturação da ECS, sociedade fundada pelo ex-governador do Banco de Portugal António de Sousa e Fernando Esmeraldo, mas que foi insuficiente para convencer os bancos nacionais.

A operação foi classificada como o negócio imobiliário do ano em Portugal e não é para menos. Em causa está uma carteira de hotéis de luxo, incluindo o Conrad Algarve (não o ativo mas o crédito, pois está em causa um complexo e litigioso processo em torno do hotel), o Cascatas Golf & Resort Spa da Hilton e o grupo NAU, de centros comerciais La Vie, entre outros ativos imobiliários. A transação poderá rondar os 900 milhões de euros, segundo havia avançado o Jornal Económico.

É expectável que o negócio fique concluído durante o primeiro semestre do próximo ano, sendo que bancos e investidor vão agora avançar para negociações exclusivas nos próximos tempos. Em cima da mesa estará um financiamento bancário que poderá ser superior a 60% do valor da compra, como o ECO já revelou.

Novobanco, BCP e Caixa Geral de Depósitos são os bancos com maiores exposições neste conjunto de ativos, sendo que Santander e Oitante (veículo financeiro criado para gerir ativos do Banif que não foram comprados pelo Santander) também detêm unidades de participação nos fundos da ECS.

A operação é importante para as instituições financeiras, pois vai permitir limpar o balanço de ativos não estratégicos e que penalizam bastante os rácios de capital dos bancos. No entanto, falta perceber qual o impacto que o negócio terá nas contas. Isto porque se as unidades de participação forem vendidas por um valor abaixo daquele a que os bancos têm contabilizado nos seus balanços, isso significará perdas adicionais para os bancos.

Este não é o primeiro negócio da Davidson Kempner em Portugal. Em 2019, este fundo americano comprou a carteira “Nata 2” ao banco liderado por António Ramalho num negócio que veio a revelar-se polémico por causa das perdas que gerou para o Fundo de Resolução.

O ECO contactou os bancos sobre esta operação, mas nenhum quis ou esteve disponível para responder até à publicação deste artigo. A ECS também não quis comentar.

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Leão recebe dividendo extra de 300 milhões da CGD ainda este mês

A CGD vai entregar ao Estado, ainda este mês, um dividendo extraordinário de 300 milhões de euros, elevando a 383,6 milhões a totalidade dos dividendos pagos aos cofres do país.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai mesmo entregar ao Estado, ainda este mês, um dividendo extraordinário de 300 milhões de euros ainda este mês. A decisão foi tomada pelo próprio Estado, o que eleva para 383,6 milhões o montante total entregue pelo banco público aos cofres do país em 2021.

Este rendimento acionista representa uma almofada financeira para o Ministério das Finanças, tutelado por João Leão. Isto numa altura em que o país, sem Orçamento do Estado aprovado para 2022, passará a ser governado em duodécimos.

Numa nota enviada à CMVM, a CGD dá conta do “fundamento” para a distribuição deste dividendo extraordinário. Desde logo, é apontado o facto de, em julho de 2021, ter sido levantada a recomendação do Banco Central Europeu (BCE) de limitação dos rendimentos acionistas, por causa do impacto da pandemia.

A CGD recorda também que, na assembleia geral de 2021, tinha sido aprovada a distribuição de “dividendos limitados” de 83,6 milhões de euros, “remetendo para avaliação posterior a possibilidade de serem retomados em face da evolução da posição do BCE”. Por fim, o documento faz referência “à normalização da atividade económica e dos mercados financeiros” e a deliberação, em outubro, “favorável a esta distribuição de dividendos”.

No início do mês, quando foi tornada pública a intenção de distribuir mais 300 milhões em dividendos, o CEO da CGD, Paulo Macedo, explicou: “São parte dos dividendos que não foi possível pagar relativos aos lucros de 2020 e 2019.”

Paulo Macedo disse ainda que a meta do banco é devolver até 2023 cerca de 2.000 milhões de euros do total que foi investido na recapitalização do banco em 2017. Esta devolução não passará só pelos rendimentos acionistas. Está também prevista a recompra de títulos de dívida no valor que 1.000 milhões.

Em 2020, a CGD registou lucros de 420 milhões de euros. Os resultados dos primeiros nove meses deste ano ultrapassam já os ganhos do ano passado, tendo a CGD registado lucros de 429 milhões de euros até setembro passado.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h38)

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