AG do BPI suspensa a pedido do CaixaBank. Nova reunião a 13 de dezembro

O CaixaBank fez o pedido de suspensão da assembleia geral porque o BCE ainda não considerou que operação de venda de parte do BFA reduz os grandes riscos de Angola.

A assembleia geral de acionistas do BPI marcada para esta quarta-feira à tarde, no Porto, para aprovar a venda de 2% do BFA à Unitel, foi suspensa.

O CaixaBank, o maior acionista do banco, foi quem propôs a suspensão. A razão, segundo os catalães, é ainda não terem a garantia de que a venda dos 2% do capital do BFA, e consequente redução da posição do BPI para os 49%, seja considerada suficiente para que o Banco Central Europeu (BCE) classifique a operação passível de reduzir a exposição do banco aos grandes riscos de Angola.

“O CaixaBank, consciente da importância da venda de 2% do BFA para o futuro do BPI e dos seus acionistas, propôs o adiamento da Assembleia do BPI prevista para hoje. Trata-se simplesmente de esperar mais alguns dias para ver se é possível ter a confirmação por parte do BCE sobre se a venda de 2% do BFA é suficiente para solucionar o excesso de concentração de riscos do BPI em Angola”, adianta o CaixaBank em comunicado enviado às redações.

Ainda segundo o banco catalão: “Não vai existir nenhum atraso, de acordo com o previsto no contrato assinado entre o BPI e a Unitel no passado dia 7 de outubro: esse contrato estabelece que a assembleia geral do BPI que vote esta operação deve realizar-se antes de 15 de dezembro e o CaixaBank propôs que a nova assembleia geral se realize a 13/12/16. O CaixaBank ainda não decidiu o sentido do seu voto e espera tomar a sua decisão definitiva para a assembleia que se realizará a 13/12/2016”.

A venda de 2% do BFA, por 28 milhões de euros, foi uma proposta foi feita em setembro pela administração do BPI à Unitel, considerando a gestão que era a única solução para o BPI cumprir com as exigências do BCE que obrigam à redução da exposição a Angola.

Com esta venda, caso se venha a concretizar, o BPI perde o controlo da instituição angolana, que passará a ser dominada por Isabel dos Santos, acionista do BPI através da Santoro, e que também controla a Unitel.

À CMVM, em comunicado, o banco confirma a suspensão: “No seguimento de proposta nesse sentido apresentada pelo representante do acionista CaixaBank, a assembleia geral aprovou por 65,68% dos votos expressos a suspensão dos seus trabalhos e a continuação dos mesmos para o próximo dia 13 de Dezembro de 2016, às 14h30”.

A segunda assembleia geral do BPI, também agendada para hoje para cooptar os novos administradores, não foi suspensa, tendo sido aprovada a cooptação dos dois novos administradores: Gonzalo Gortázar Rotaeche e Pablo Forero Calderon.

Entretanto, o banco já veio cancelar uma conferência de imprensa que estava marcada para o final a reunião dos acionistas.

 

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Black Friday é sinónimo de promoções. Mas quais?

  • Rita Atalaia
  • 23 Novembro 2016

A Black Friday é sinónimo de campanhas de descontos. Há promoções em tecnologia, viagens, brinquedos ou calçado. Fique a conhecer alguns dos descontos que pode aproveitar.

Poupança parece ser novamente a palavra de ordem na hora de fazer compras de Natal. O saco das compras de Natal do consumidor português médio vai valer 211 euros, com o presente mais caro a custar 53 euros e o mais barato a custar 26. Pelo menos é o que preveem os consumidores inquiridos pelo Observador Cetelem. E qual a melhor forma de poupar? Aproveitar as promoções. Há um dia que vem mesmo a calhar: a Black Friday, um dia marcado por vários descontos e que acontece já amanhã.

A “Sexta-Feira Negra” é uma tradição norte-americana, que marca o primeiro dia para as compras de Natal. Mas rapidamente se espalhou para outros países, como Portugal. Há várias histórias que explicam como surgiu esta tradição. Mas o seu objetivo é claro: promoções, promoções e mais promoções. Neste dia, há campanhas de descontos nas lojas físicas e online e são várias as marcas que vão aderir: a Apple, a Fnac, a Vila Galé ou a Toys “R” Us. Fique a conhecer algumas das campanhas.

Tecnologia

Apple: A empresa norte-americana não quis aderir a esta moda no ano passado. Mas este ano não a vai deixar passar. A Apple enviou um email ao clientes com a seguinte mensagem: ” Visite-nos sexta-feira e encontre presentes para toda a família e amigos.” A Apple não entra em detalhes, mas é possível que baixe o preço dos equipamentos.

iwatch

Electronic Arts: A marca está a oferecer descontos em alguns dos seus jogos mais conhecidos. Nessa lista incluem-se o FIFA 17, Battlefield 1, Titanfall 2, The Sims 4, Need for Speed 2016 e Mirros Edge Catalyst. A PlayStation também vai ter vários jogos e conteúdos adicionais em promoção.

Fnac: A Black Friday chega à Fnac no dia 24 de novembro às 21h30. A Fnac vai oferecer descontos até 50% em artigos selecionados e conta com a participação de marcas como a Apple, Samsung, Microsoft, Asus, HP, Huawei, Canon, Sony, GoPro, LG ou Playstation. Mas atenção: as promoções são exclusivas a quem aderiu ao cartão Fnac.

Worten: As lojas estão com uma campanha até 27 de novembro e oferecem 20% de desconto, em talão, em todos os produtos.

Rádio Popular: A marca não vai cobrar IVA entre 25 e 27 de novembro. A promoção é aplicada a todos os produtos.

Amazon: A Black Friday vai decorrer até ao final do dia 25 de novembro e oferece descontos até 50% em milhares de produtos. E a cada hora há novas ofertas. Por isso, esteja atento à página.

Media Markt: As promoções decorrem entre 24 e 28 de novembro e abrangem vários produtos, como telemóveis, computadores, consolas, máquinas fotográficas, televisões e eletrodomésticos. Nos jogos, oferece um na compra de três. A garantia de devolução também foi prolongada até 15 de janeiro.

Hotéis

Vila Galé: Apenas a 25 de novembro, o grupo oferece descontos de 20% aos clientes que reservem um mínimo de sete noites consecutivas com pequeno-almoço nos hotéis Vila Galé Santa Cruz (Madeira), Douro, Coimbra, Ericeira, Évora, Clube de Campo (Beja), Tavira e Albacora (Tavira). Os hóspedes que optem pelo regime de meia pensão nestas estadias usufruirão de reduções de 25%. As reservas podem ser em qualquer tipologia de quarto e para qualquer época do ano, excetuando entre 11 e 15 de agosto nos hotéis Vila Galé Douro, Clube de Campo, Tavira e Albacora.

Vila Gale Clube de Campo
Vila Gale Clube de Campo

Grupo Pestana: A campanha decorre de 25 de novembro a 2 de dezembro, com a maioria das estadias a realizar-se até 30 de abril e com descontos que chegam aos 50% caso o destino seja o Brasil. Na Europa, os valores podem alcançar uma redução de 40%. E, no território nacional, os descontos são de 30% e incluem o Gerês, Vila Pouca da Beira, Aveiro, Palmela, Estremoz, Beja, Crato ou Sagres.

Odisseias: Aqui a “Black Friday” também se transforma numa “Black Week”. Os descontos vão ser oferecidos entre 21 e 27 de novembro e abrangem pacotes de restaurantes, aventuras, hotéis e experiências de spa.

Moda e brinquedos

Cubanas: A marca de calçado Cubanas vai oferecer descontos apenas no dia 25 de novembro. E estes descontos devem ser de 20% em toda a coleção outono/inverno 2016 e de 10% na linha Acqua.

Zara: Oferece um desconto de 20% em todas as compras (na loja ou online).

Moda - roupa - consumo

Sport Zone: A marca oferece até 50% de desconto direto nas suas lojas físicas e online em mais de 6 mil artigos desportivos. A promoção é válida entre 24 de novembro e 28 de novembro.

Zippy: A loja de roupa de criança vai promover de 25 a 27 de novembro uma campanha de 25% de desconto em talão em todos os artigos.

Toys “R” Us: A loja foi outra das que optou ter uma semana inteira de preços baixos. Entre 21 e 27 de novembro, há mais de 100 artigos com promoções até 70%. Os descontos são válidos em todas as lojas físicas e online. O Nenuco Clinica da Maternidade custava 59,99€ e agora está a 29,99€. A mesma coisa aconteceu com a Gelataria da Playmobil ou o Pack 4 Barbies Fashionistas.

Science4you: Nos dias 25, 26 e 27 de novembro, a empresa portuguesa de brinquedos educativos oferece descontos até 70%, em produtos selecionados, na loja online e lojas físicas em todo o país.

Supermercados e centros comerciais

Freeport Fashion Outlet: De 24 a 27 de novembro, há várias ofertas para vestuário, calçado e acessórios e os descontos vão até aos 70%. E estão incluídas diversas marcas, como a Escada, Hugo Boss, Tommy Hilfiger ou Levi’s.

Aqua Portimão: Durante o dia 25 de novembro será oferecido um cartão oferta de 20 euros aos clientes que adquirirem um cartão de 50 euros neste centro comercial. Ao Aqua Portimão juntam-se os centros comerciais Espaço Guimarães e o Parque Nascente nesta oferta.

El Corte Inglés: Oferta de descontos até 50% em artigos selecionados.

Amoreiras Shopping Center: Promoções até 50% em artigos selecionados nas lojas aderentes.

Continente: Até 50% de desconto em artigos selecionados até 27 de novembro. Mas apenas na loja online.

(Notícia atualizada às 17h07.)

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Bolsa no vermelho. Mota em mínimos de dois meses

Praça lisboeta fechou no vermelho, a acompanhar a Europa. Ações da construtora Mota-Engil foram as mais penalizadas, em Lisboa: perderam mais de 4%.

E ao quinto dia, caiu. A bolsa nacional terminou a sessão de hoje em terreno negativo, com o PSI-20 a interromper um ciclo de quatro dias de ganhos. A praça bolsista lisboeta fechou em sintonia com as pares europeias que conheceram ganhos ligeiros, travando após o rally que sucede desde a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos EUA. A Mota-Engil foi o principal destaque negativo, no dia em que as suas ações fecharam em mínimos de dois meses.

O índice de referência da bolsa recuou 0,33%, para os 4.427,03 pontos, com apenas sete títulos a escaparem ao vermelho. As perdas do PSI-20 foram encabeçadas pelo tombo de 4,03%, para os 1,6 euros, das ações da Mota-Engil. Tratou-se da nona sessão consecutiva em que as ações da construtora liderada por Gonçalo Moura Martins conhecerem perdas, que as colocaram em mínimos de dois meses.

A Mota-Engil anunciou que não vai divulgar as suas contas relativas ao terceiro trimestre do ano, o que não agradou ao mercado. Entretanto, numa nota publicada esta quarta-feira, o Caixa BI reviu em baixa a avaliação e as perspetivas para a evolução do negócio da construtora. Atribui agora um preço-alvo de 2,45 euros face à anterior avaliação 3,10 euros, representando um potencial de valorização de superior 50%.

Entre as maiores quedas, de salientar também o BCP, cujos títulos recuaram 3,79%, para os 1,17 euros, enquanto o par do setor — o BPI — perdeu uns ligeiros 0,09%, para os 1,13 euros.

Contudo, a maior pressão coube ser exercida pela EDP. As ações da elétrica liderada por António Mexia deslizaram 0,84%, para os 2,7 euros. Já a REN perdeu 0,7%, para os 2,54 euros.

Em contraciclo, estiveram as restantes cotadas do setor na energia. As ações da EDP Renováveis somaram uns ligeiros 0,05%, para os 6,01 euros, enquanto as da Galp apreciaram 0,28%, para os 12,63 euros, em contraciclo com a evolução das cotações do petróleo nos mercados internacionais.

Nota positiva também para a Nos, que liderou nas subidas, com uma valorização de 0,84%, para os 5,54 euros.

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Reavaliação de ativos: declaração para liquidar tributação de 14% foi hoje publicada

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 23 Novembro 2016

Diploma que enquadra regime de reavaliação de ativos já entrou em vigor mas faltava a declaração que permite liquidar a tributação autónoma especial.

A declaração que permite que as empresas paguem a tributação autónoma especial no âmbito do novo regime de reavaliação de ativos foi hoje publicada em Diário da República.

O diploma que enquadra este regime já entrou em vigor e prevê que a tributação autónoma seja “liquidada pelo sujeito passivo em declaração de modelo oficial, a aprovar por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças”. Foi esta declaração — o modelo 52 — que foi hoje publicada.

“Esta declaração deve ser apresentada por transmissão eletrónica de dados, até 15 de dezembro de 2016“, sublinha o despacho.

As empresas, ou empresários em nome individual com contabilidade organizada, que queiram aderir ao regime devem pagar, em três anos, uma tributação autónoma especial equivalente a 14% do valor da reserva de avaliação, ou seja, da diferença entre o valor inicial do ativo e aquele que resulta da avaliação. Um terço destes 14% deve ser pago já até 15 de dezembro sendo o valor restante entregue, em partes iguais, até 15 de dezembro de 2017 e 2018. O valor acaba depois por ser convertido em poupança a partir de 2019 (por referência ao exercício de 2018).

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Governo com “respostas positivas” de investidores interessados na emissão da Caixa

Mourinho Félix adiantou que a administração da Caixa já começou a preparar a emissão de dívida subordinada no montante de mil milhões de euros. E disse que resposta do mercado tem sido positiva.

A equipa de gestão da Caixa Geral de Depósitos já começou a trabalhar na operação de emissão de dívida subordinada no montante de 1.000 milhões de euros e, do contacto já efetuado junto de potenciais investidores, tem registado interesse do mercado por dívida que a instituição vai emitir no âmbito do processo de recapitalização, adiantou esta quarta-feira o secretário de Estado adjunto do Tesouro e Finanças, Ricardo Mourinho Félix.

“A administração iniciou já os trabalhos de preparação da emissão de dívida subordinada e os contactos com potenciais investidores tem tido respostas positivas”, declarou o governante na sua intervenção no Fórum Banca 2016, organizado pelo Jornal Económico e pela PwC.

Mourinho Félix assegurou ainda que o processo de recapitalização do banco público deverá estar concluído no primeiro trimestre de 2017, aquando da apresentação das contas deste ano, incluindo as imparidades apuradas. “Com a conclusão da operação de recapitalização (…) a Caixa estará numa posição estável em termos de capital e poderá no ano de 2017 enfrentar com segurança o desafio de encontrar uma solução eficiente e geradora de valor para os ativos não produtivos dos bancos”, disse.

Sobre outros títulos de dívida, nomeadamente o leilão de dívida soberana realizado esta quarta-feira, o secretário de Estado considerou ser “um resultado aceitável” a subida da taxa de juro paga aos investidores para absorver 700 milhões de euros em obrigações do Tesouro a cinco anos. “Tivemos um resultado aceitável tendo em conta as condições de mercado que se têm verificado, em particular ao longo das últimas duas semanas”, disse.

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Esta noite vai haver chuva de Estrelas… Michelin

  • Ana Luísa Alves
  • 23 Novembro 2016

O Guia Michelin vai, uma vez mais, distinguir restaurantes de referência, em Girona. O ECO falou com quatro chefes portugueses para saber quais poderão ser apostas desta noite. E não só.

Michelin faz-lhe lembrar os pneus? Tudo começou aí. Mas hoje em dia, Michelin é muito mais do que a fábrica de pneus criada pelos irmãos Édouard e André em Clermont-Ferrant, na França de 1900. Na altura, e face aos apenas cerca de 2.200 carros em circulação, os irmãos Michelin depressa perceberam que o negócio dos pneus dificilmente cresceria como sonhavam.

A resposta para a desejada escalabilidade surgiu com um novo nicho de mercado: os irmãos decidiram apostar num guia impresso onde os condutores podiam encontrar mapas, postos de combustível e oficinas, hotéis e restaurantes ao longo do caminho. Só que a ideia não era propriamente ajudar e orientar: os dois irmãos queriam antes fazer com que, ao percorrerem maiores distâncias, os condutores gastassem os pneus e procurassem os seus serviços da fábrica.

A impressão dos primeiros 35.000 exemplares, apenas dedicada a França, foi oferecida gratuitamente mas o sucesso não foi imediato: os guias começaram a ser vendidos alguns anos depois, em 1920, pelo equivalente a um euro mas, ao mesmo tempo que iam obtendo feedback dos leitores, os fundadores foram aumentando as sugestões gastronómicas. Hoje, Michelin quer dizer mais do que o guia inicial: é um selo gastronómico, onde são atribuídas estrelas a restaurantes de referência. Esta noite, mais uma vez, o Guia Michelin vai fazer brilhar alguns restaurantes em Portugal e Espanha com uma, duas ou três estrelas, que serão distinguidos na entrega dos prémios, numa cerimónia em Girona.

Esta quarta-feira podem duplicar-se as distinções portuguesas, segundo anunciaram os organizadores do Guia este ano, citados pelo espanhol ABC. O guia de 2016 incluía 14 restaurantes portugueses distinguidos, e não ainda há certezas sobre se aquilo que vai duplicar é o número de restaurantes portugueses com estrela Michelin (que até agora são 14) ou o número de estrelas atribuídas ao país, que são 17 (existem três restaurantes com duas estrelas cada).

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“A preocupação tem de ser ganhar a estrela e mantê-la”, explica Leonel Pereira ao ECO. O chef do restaurante São Gabriel, no Algarve, considera que “é uma falta de respeito quem ganha uma estrela estar logo a pensar na outra” e que isto faz com que a euforia possa levar restaurantes premiados à falência.

Chef Leonel Pereira - São Gabriel
Chef Leonel Pereira – São GabrielDR

 

O que é preciso para ter uma estrela Michelin?

Uma estrela atribuída significa “restaurante muito bom na sua categoria”, duas significam “excelente cozinha”, e “cozinha excecional” para as três estrelas. A atribuição das estelas tem por base uma avaliação de um dos 12 inspetores da empresa, o chamado “guia vermelho”, cuja visita é feita em anonimato aos restaurantes. Durante a visita, os inspetores avaliam critérios como a qualidade dos produtos servidos, o ponto de cozedura, os sabores, a criatividade, e a relação entre a qualidade e o preço dos pratos.

A preocupação tem de ser ganhar a estrela e mantê-la.

Leonel Pereira

Chef no restaurante São Gabriel

As apostas para esta noite estão feitas. Para Miguel Laffan, chef do restaurante L’AND, tentar adivinhar os chefs distinguidos desta noite é “pura especulação”. “Diria que em Lisboa será o Henrique Sá Pessoa (com o restaurante Alma), Alexandre Silva (LOCO) e, no norte, o Rui Paula (Boa Nova)”.

Rui Silvestre, chef do Bon Bon, que, na edição passada conquistou a sua primeira estrela Michelin, acrescenta o chef Vitor Matos, do restaurante Sensory Tasting. “Já chegou a vez dele, porque estão a fazer um trabalho constante e são chefs já com carreira, e reconhecidos. Algum dia tinha de chegar a hora deles e acho que é este ano”.

Chef Rui Silvestre , Bon Bon
Chef Rui Silvestre , Bon BonDR

Marlene Vieira, cujo restaurante homónimo se situa no Mercado da Ribeira, não partilha destas opiniões e considera que esta noite as estrelas vão brilhar para Pedro Pena Bastos, da Herdade do Esporão. “Não acredito que o Henrique [Sá Pessoa] ou o Alexandre [Silva] ganhem, porque são projetos com menos de um ano”, explica a chef ao ECO.

O essencial, considera Marlene Vieira, é ter “um projeto sólido”. “Há restaurantes que não aguentam o primeiro ano e os inspetores deixam claro que é preciso saber se o projeto tem pernas para andar”, acrescenta.

Chef Marlene Vieira, com um restaurante com o seu nome no Mercado da Ribeira
Chef Marlene Vieira, com um restaurante com o seu nome no Mercado da RibeiraDR

A ideia de Portugal vir a duplicar o número de estrelas é “fantástica”, mas “uma valorização tardia”, adianta a chef. “Há grandes restaurantes há muito tempo, mas era pior se esta valorização nunca chegasse”, justifica. “Vai abrir uma porta a muitos restaurantes médios e de luxo, espaços minimalistas e acolhedores”, acrescenta Leonel Pereira.

Nos últimos anos, a evolução do setor para estes quatro chefs é notória, sobretudo devido à formação que muitos cozinheiros trazem do estrangeiro. “A valorização do trabalho de um chef está cada dez mais claro e apreciado”, refere Miguel Laffan, que já trabalhou na França, Espanha e Brasil. Estar fora de Portugal ajudou-o a ter uma “ideia de futuro” e, segundo contou ao ECO, foi extremamente benéfico.

"A valorização do trabalho de um chef está cada dez mais claro e apreciado.”

Miguel Laffan

Chef no restaurante L'AND

Ir para fora é a escolha da grande maioria dos chefs de cozinha. Rui Silvestre também trabalhou na França e Hungria. Sair de Portugal foi “a melhor coisa que podia fazer, em 2008, quando o país atravessava um período de crise e havia poucas oportunidades de trabalho, sobretudo para um jovem recem licenciado como eu”, explica.

Chef Miguel Laffan, Land
Chef Miguel Laffan, LandDR

 

Marlene também se formou na Escola de Hotelaria de Santa Maria da Feira, que fechou há dois anos em 1995 foi considerada a melhor do país, e depois ganhou uma bolsa de estudo para estagiar numa escola no Porto. Depois esteve dois anos em Nova Iorque. A formação e o trabalho no estrangeiro são importantes e, para a chef, o ensino em Portugal “podia ser melhor”.

“O ensino é muito curto, e agora que sou formadora de cozinha na Escola de Lisboa vejo que o curso de um ano e meio é muito pouco tempo. Ninguém sai de lá cozinheiro, sai ajudante de cozinha”, explica Marlene. Para a chef, numa turma de 27 ou 28 pessoas só dois ou três conseguem vingar no setor.

“Quando os jovens acabam o curso não saem preparados para o mercado, e o problema das escolas é que falham nessa parte da formação, e depois dos hotéis e dos restaurantes nos quais vão estagiar, porque (enquanto restaurante) somos pressionados para nunca chumbar alunos e isso complica as coisas”, explica Rui Silvestre.

As coisas mudaram nos últimos anos e, segundo o chef, já é “possível vingar em Portugal, porque já há restaurantes muito melhores e há chefs que vieram de fora e têm outros métodos de trabalho muito mais rigorosos”.

Leonel Pereira já foi o “Chefe Revelação” no Brasil, formou-se na escola de hotelaria do Algarve. “Em Portugal não se formam chefes, e isto tem de ser contado a quem vai para a escola de hotelaria”, explica Leonel. Por cá formam-se “cozinheiros e ajudantes de cozinha. Ser chefe é a consequência disto”. Há uma formação secundária, em áreas como a de Recursos Humanos, de que Leonel falou ao ECO, que acabam por ser importantes para liderar.

Texto editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Anatel afasta novos investimentos públicos na Oi. E critica ligação à PT

O presidente do regulador brasileiro criticou a ligação entre a Oi e a PT, que terá agravado o volume da dívida da empresa. Juarez Quadros descartou ainda novos investimentos públicos na operadora.

Juarez Quadros é presidente da Anatel, o regulador brasileiro das telecomunicações. E foi nessa qualidade que respondeu na audiência pública relativa ao processo de recuperação judicial da Oi: descartou a possibilidade de novos investimentos públicos na empresa e criticou a ligação da operadora brasileira à Portugal Telecom (PT).

Em comunicado, o regulador cita as declarações de Juarez Quadros: “A posição é que não se conte neste processo [de recuperação judicial] com nenhum recurso público”, disse, acrescentando que, por impossibilidade legal, a administração pública não pode conceder descontos. O presidente frisou também que a Anatel está pronta para intervir se necessário e que a Oi tem de estar preparada para isso. Recorde-se que a portuguesa Pharol PHR 0,00% é uma das principais acionistas da operadora.

No mesmo comunicado, a Anatel refere que Juarez Quadros criticou ainda “a mudança do Plano Geral de Outorgas em 2008”, uma vez que “permitiu uma associação entre a Brasil Telecom e a Oi”. O problema é que ambas as companhias “tinham dívidas elevadas e que vieram a aumentar este volume”, algo que “piorou” com a associação da PT com a operadora. “O PGO nunca deveria ter acontecido”, disse o presidente do regulador brasileiro.

Quadros informou, por fim, que fora do processo judicial estão as dívidas da Oi para com os consumidores. Só para com a Anatel, a dívida da operadora ultrapassa já os 20 mil milhões de reais, cerca de 5,58 mil milhões de euros. A audiência decorreu na passada terça-feira, na Câmara dos Deputados.

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Juncker quer evitar casos como o de Durão Barroso

Jean-Claude Juncker enviou uma carta a Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu, com propostas para fortalecer a reputação das instituições europeias. Em causa estão maiores períodos de "nojo".

O atual presidente da Comissão Europeia quer prevenir novos casos como o do seu antecessor Durão Barroso. Os conflitos de interesse têm afetado a reputação das instituições europeias e, por isso, Juncker quer apertar as regras, tanto para os futuros presidentes como para os comissários.

São duas as propostas de Juncker:

  1. Por um lado, o presidente da Comissão Europeia quer fazer um update ao regulamento 2010 Framework Agreement nas relações entre o Parlamento Europeu (PE) e a Comissão Europeia (CE), propondo que os comissários possam candidatar-se ao PE sem terem de pedir uma licença sem vencimento;
  2. Por outro lado, Juncker quer apertar o cerco através do Código de Conduta para os comissários: aumentar o período de ‘nojo’ dos comissários para dois anos (atualmente é de ano e meio) e o dos presidentes da Comissão Europeia, como foi o caso de Durão Barroso, para três anos, após o abandono das funções.

À luz de experiências recentes de membros da Comissão anterior, sinto que o nosso Código de Conduta tem de ser acertado para que os padrões éticos sejam o mais elevados possíveis quando existem casos de conflito de interesses“, pode ler-se na carta enviada ao presidente do PE.

Jean-Claude Juncker refere-se ao caso de Durão Barroso, que foi para a Goldman Sachs Internacional, mas também os casos de Neelie Kroes, ex-comissária para a Concorrência, e Günter Verheugen, ex-comissário para as Empresas e Indústria.

O caso de Kroes é sintomático da fama da Comissão Barroso: foi contratada pela Uber para ultrapassar obstáculos políticos e legislativos. Em 2014, a holandesa tinha criticado a proibição, em Bruxelas, da Uber.

Além disso, mais recentemente, o nome da ex-comissária apareceu nos Bahama Leaks, uma nova investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICJI) sobre empresas offshores.

Estabelecer regras mais rigorosas certamente não será suficiente para trazer um comportamento aceitável a nível ético. No entanto, é um ponto de partida indispensável“, conclui o atual presidente da Comissão Europeia na carta.

Editado por Mónica Silvares

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Wall Street alivia recordes

  • Ana Luísa Alves
  • 23 Novembro 2016

Wall Street recua depois de dois dias a ganhar. O S&P 500 regista assim um alívio após dias de record e, segundo a Bloomberg. Os investidores estão a tirar "as fichas da mesa".

Depois de fixado um novo máximo histórico, Wall Street iniciou a sessão desta quarta-feira numa tomada de alívio. Ao otimismo dos investidores em relação aos estímulos que Trump pretende introduzir na economia, há lugar agora a um movimento de tomada de mais-valias, deixando as bolsas norte-americanas em terreno negativo.

Neste cenário, o S&P 500 desvalorizava 0,30% para os 2.196,38 pontos, ao mesmo tempo que o Nasdaq caía 0,51%. Em sentido contrário, o Dow Jones renovava máximos históricos ao registar uma subida de 0,06% para os 19.034,59 pontos.

Os dados económicos revelados hoje foram positivos. Os pedidos de subsídio de desemprego caíram na semana passada para um mínimo de quatro anos, indicando que o mercado laboral norte-americano está robusto. Por outro lado, a encomenda de bens duradouros na indústria norte-americana recuperou em outubro, num sinal de confiança dos empresários.

“O mercado está em alta neste momento e à medida a que nos aproximamos do feriado [dia de Ação de Graças]. Os investidores estão provavelmente a tirar as fichas da mesa”, disse à Bloomberg Christian Zogg. “O mercado está à espera de medidas concretas no lado fiscal e dos gastos orçamentais. Até agora, não há muito para calcular, por isso penso que hoje será um dia relativamente tranquilo”, acrescentou Christian.

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Sporting aumenta capital, mas assegura controle da SAD

São 18 milhões de euros a mais para o capital da SAD do Sporting. Apesar do aumento de capital, o clube continua a ter a maior fatia do capital social e, por isso, a controlar a sociedade.

No mesmo dia em que Cristiano Ronaldo voltou a Alvalade, o Sporting fez um aumento de capital de 18 milhões de euros com a entrada de novos investidores. Esta operação não compromete o domínio da maioria do capital da SAD gestora. A participação passa de 64% para os 50,4% correspondendo a 42,8 milhões de euros de 85 milhões de euros da totalidade do capital social da Sporting SAD.

“A entrada dos novos investidores de 18 milhões de euros será feita por aumento de capital. Assim haverá uma redução das participações percentuais dos atuais acionistas que, mantendo o mesmo valor absoluto de um capital social maior, veem as suas participações percentuais reduzirem-se“, pode ler-se no comunicado de imprensa enviado pelo Sporting.

Além do aumento de capital, o Sporting anunciou a conversão dos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC) em ações. “Após a conversão final das VMOCs [Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis em ações], e considerando as restantes operações já aprovadas e contempladas na reestruturação financeira acordada com os bancos, o Sporting deterá 50,1% [da SAD], que corresponde a 137,8 milhões de euros de 275 milhões de euros“, explica o clube português.

Já a participação de 20 milhões de euros do empresário angolano Álvaro Sobrinho, através da Holdimo, sofre também uma baixa percentual dos 29,9% para os 23,5%. Sobrinho é o dono da Newshold, acionista do grupo Cofina.

O clube assegura que tem “um acordo com os novos investidores que lhe permite encontrar um parceiro com vista a potenciar o negócio e a projeção da Sporting SAD, e que substitua os novos investidores numa situação que seja vantajosa para o Grupo Sporting”.

Editado por Mónica Silvares

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Banca privada a favor de um banco público

Ter um banco público é importante para servir de exemplo e referência para o mercado, defendem os presidentes dos maiores bancos privados portugueses, que querem saber quais serão as funções da CGD.

A banca privada é a favor do banco público. Os presidentes dos principais bancos privados portugueses salientam o papel de referência de mercado que a Caixa Geral de Depósitos deve assumir. “Uma luz que os bancos privados têm de ver”, diz Vieira Monteiro”. Porém, perante a indefinição em torno do futuro da instituição, os gestores privados desejam ver definidas as funções e prioridades. Sempre liderada por uma administração independente.

“Sou favorável a uma Caixa pública, nossa. Mas não para pagar, porque nesse caso mais-valia não termos um banco público. Há que definir bem as funções e quais as prioridades”, disse Nuno Amado, presidente executivo do BCP. A opinião foi corroborada pelos restantes membros do painel que interveio no Fórum Banca 2016, organizado pelo Jornal Económico e PwC.

“É fundamental que o banco publico seja uma referência do mercado. É uma luz que todos nós, os privados, temos de ver. É a nossa direção. Devem desempenhar uma função extremamente importante. Não de regulação, mas na definição de determinada política”, acrescentou António Vieira Monteiro, do Santander Totta.

"É fundamental que o banco publico seja uma referência do mercado. É uma luz que todos nós, os privados, temos de ver. É a nossa direção. Devem desempenhar uma função extremamente importante. Não de regulação, mas na definição de determinada política.”

António Vieira Monteiro

Santander Totta

Sobre a questão da independência da gestão, ambos os banqueiros foram convergentes na opinião. Ainda assim, o mais assertivo foi António Vieira Monteiro: “É bom que a gestão seja independente e não esteja sujeita aos caprichos de determinadas entidades”, salientou o antigo quadro da Caixa.

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Brexit obriga a revisão em baixa do PIB britânico para 2017

O ministro britânico das Finanças baixou as estimativas de crescimento do Reino Unido para o próximo ano, de 2,2% para 1,4%, temendo o impacto resultante do Brexit.

Philip Hammond, ministro das Finanças do Reino Unido, anunciou esta quarta-feira as previsões de outono, onde reviu em baixa as estimativas de crescimento da economia britânica no próximo ano. Um corte de estimativas que o chanceler do Tesouro atribui ao impacto resultante do voto ao Brexit.

Perante o Parlamento britânico, o governante baixou as previsões para o PIB de 2017, da anterior estimativa de 2,2% avançada em março, para 1,4%. Ou seja, um corte de 0,8 pontos percentuais. Além disso, as necessidades de financiamento da economia também vão tender a aumentar. Com o Brexit devem ser necessárias mais 11,7 mil milhões de euros (dez mil milhões de libras), nos próximos anos.

O voto à saída da União Europeia “torna mais urgente do que nunca a necessidade de combater as nossas fragilidades de longo prazo, como a falta de produtividade, o desafio do imobiliário e o desequilíbrio no crescimento económico e a prosperidade em todo o nosso país”, afirmou Philip Hammond. “A nossa missão agora é preparar a economia de modo a ser mais competitiva com a nossa saída da União Europeia e adaptá-la à transição que se seguirá”, acrescentou o governante perante os parlamentares.

Apesar do caminho menos fácil ao longo dos próximos tempos, o ministro das Finanças do Reino Unido antecipa que a expansão económica retornará já em 2019.

Apesar do cenário menos positivo a curto prazo, a economia britânica revelou alguma resiliência após o voto ao Brexit, com as novas estimativas de crescimento para 2016 a serem revistas ligeiramente em alta, dos anteriores 2% para 2,1%. Mas já são sentidos impactos negativos não só em termos do emprego que está a abrandar, como também do rendimento das famílias que está a ser pressionado, penalizado pelo aumento da inflação em resultado da quebra da libra.

As medidas anunciadas pelo Tesouro, ainda antes do discurso, incluem 1,64 mil milhões de euros (1,4 mil milhões de libras), para ajudar a construir 40 mil novas casas.

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