Governo tem software para controlar SIRESP. Mas nunca o usou

  • ECO
  • 7 Novembro 2017

A Protecção Civil pediu em agosto à Administração Interna a licença para poder usar um software para monitorizar em tempo real a cobertura da rede SIRESP. Mas a autorização não chegou.

O Governo comprou há dois anos um software para monitorizar em tempo real a cobertura da rede SIRESP. Mas nunca foi usado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Em causa está o facto de a licença de utilização não ter sido entregue pela Secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI).

“Solicita-se que as licenças de cliente Traces sejam entregues de imediato ao seu proprietário, a ANPC, para melhor monitorização e resposta do sistema [SIRESP]. Este foi, segundo o Público (acesso condicionado), o pedido feito pelo então presidente da ANPC, Joaquim Leitão, a 11 de agosto, ao então secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. Um pedido entregue antes dos incêndios de Pedrógão e de 15 de outubro e que nunca foi aceite.

O software Trace foi comprado em 2015, mas não foi utilizado até hoje pela Proteção Civil pelo facto de faltar a licença necessária. Em resposta ao Público, a ANPC confirma que o programa “nunca foi utilizado” e que “até à presente data [dia 3 de novembro], as referidas licenças não se encontram na ANPC”.

Este software tem como objetivo monitorizar em tempo real a cobertura da rede SIRESP, disponibilizando dados técnicos que ajudam a tomar decisões operacionais no combate aos incêndios. Por exemplo, na instalação de postos de comando ou no pedido e instalação de antenas móveis do SIRESP.

O então presidente da ANPC, Joaquim Leitão, nota, em resposta ao Público, que a utilização do Traces “habilitaria o comandante das operações de socorro de qualquer teatro de operações a ter informação fidedigna acerca da cobertura da rede SIRESP e de outra redes convencionais na zona”.

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Quem são os cinco candidatos ao lugar de Dijssebloem? Centeno está na lista

  • Margarida Peixoto
  • 7 Novembro 2017

A Bloomberg destacou os cinco líderes que estão na corrida para substituir Jeroen Dijsselbloem na presidência do Eurogrupo. Centeno está na lista.

O ministro das Finanças, Mário Centeno, nunca afastou a possibilidade de presidir ao Eurogrupo.Paula Nunes/ECO

Com a eleição do próximo presidente do Eurogrupo a aproximar-se, a Bloomberg fez uma lista dos candidatos que estão na corrida. Mário Centeno, ministro das Finanças, é um dos cinco que aparece no grupo dos que já começaram a demonstrar interesse — ou a fazer lóbi — para ocupar o lugar de Jeroen Dijsselbloem.

O mandato de Dijsselbloem termina em meados de janeiro e a eleição do próximo presidente deve acontecer em dezembro. Tal como explica a agência de notícias, escolher um dos ministros das Finanças do euro para presidir ao Eurogrupo não é tarefa fácil. É preciso encontrar alguém que represente um equilíbrio entre norte e sul da Europa, este e o oeste, países grandes e pequenos, conservadores, social-democratas e liberais.

Para a Bloomberg, Mário Centeno é o candidato “do sul”. E isso dá-lhe pontos extra quando comparado com os restantes socialistas. Também tem do seu lado o facto de conduzir uma economia que está em recuperação, depois do resgate, e de ter conseguido colocar o défice português dentro dos limites europeus.

De facto, o PIB cresceu 3% no segundo trimestre de 2017 e o défice de 2016 foi de 2% do PIB, abaixo do limite de 3% e da meta que tinha sido definida pelo próprio Executivo. Tudo isto foi conseguido com um Governo minoritário, que teve de forjar acordos com a esquerda ao mesmo tempo que manteve o orçamento sob controlo.

Porém, tem alguns pontos fracos que a agência considera importantes, desde logo, “o estigma de um país pós-programa”. Diz a Bloomberg que responsáveis europeus notam que Centeno não tem nem a experiência, nem a autoridade necessária para o lugar. Além disso, “nunca assumiu um papel de liderança em qualquer uma das discussões passadas” do Eurogrupo, adianta a agência de notícias.

Mário Centeno já assumiu que “há conversas” sobre a possibilidade de presidir ao Eurogrupo e o primeiro-ministro português, António Costa, até foi mais longe: “Porque não submeter uma candidatura?”

Quem são os outros quatro candidatos na lista?

Bruno Le Maire, o favorito

Bruno Le Maire, ministro das Finanças francês.

De entre os cinco candidatos a presidente do Eurogrupo, o ministro francês das Finanças foi o último a entrar no clube das Finanças do Euro. Mas a Bloomberg coloca-o como favorito. Diz que tem liderado discussões, dando como exemplo debates sobre os impostos a pagar pelas empresas digitais, a reforma da zona euro e os trabalhos para um acordo com os gregos.

Nota que fala fluentemente alemão e que se tem aproximado de Berlim, recuperando a coordenação económica entre os dois grandes motores da União Europeia. É bem visto pelos diplomatas europeus.

Em seu desfavor tem o facto de ser francês — o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros já é francês, Pierre Moscovici — e de se ter encostado recentemente à direita, assumindo posições duras no ano passado, ao pedir a expulsão imediata dos estrangeiros que sejam suspeitos por parte dos serviços de segurança, como contou a Reuters. Este posicionamento poderá agora assustar os socialistas, que querem um cargo relevante nas estruturas europeias.

Pierre Gramegna, a surpresa

Pierre Gramegna, ministro das Finanças do Luxemburgo.

É o candidato surpresa. O ministro das Finanças do Luxemburgo é o único liberal da lista dos cinco candidatos e um dos que comanda a pasta das Finanças há mais tempo, quando comparado com os concorrentes.

A Bloomberg destaca as suas capacidades diplomáticas, nota que está num Governo de coligação e que por isso tem experiência em conseguir acordos. A sua orientação política é vista como sendo uma vantagem quando comparado com Le Maire. Contudo, é luxemburguês — e o Luxemburgo já tem uma presidência da Comissão Europeia.

Peter Kazimir, o socialista

Peter Kazimir, ministro das Finanças da Eslováquia.

O ministro das Finanças da Eslováquia faz parte da ala dura da Europa nos assuntos económicos, apesar de ser socialista. Alinhou muitas vezes com o então ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, o que o torna aceitável aos olhos da direita europeia. Na lista dos cinco é o que está no Eurogrupo há mais tempo e vem de um país pequeno e do alargamento.

Contudo, não lhe são reconhecidas grandes capacidades diplomáticas e de mediação, o que pode ser um problema.

Pier Carlo Padoan, o outsider

Pier Carlo Padoan, ministro das Finanças de italiano.© 2016 Bloomberg Finance LP, Simon Dawson

Apesar de o colocar na lista dos cinco candidatos, é a aposta mais fraca da Bloomberg. O ministro das Finanças italiano tem todas as credenciais necessárias para assumir o cargo — credibilidade, experiência, reconhecimento político, é socialista, a favor de maior integração europeia.

Mas tem dois pontos fundamentais em seu desfavor: o Banco Central Europeu já é liderado por um italiano (Mario Draghi) e o seu Governo vai a eleições na primavera — o que implica que poderia ter de sair do cargo de presidente do Eurogrupo.

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De zero a herói. Quatro gráficos narram explosão do Web Summit

  • ECO
  • 7 Novembro 2017

Em oito anos, o Web Summit cresceu de 200 participantes para 60.000, mudou-se para Lisboa e consagrou-se a maior feira de tecnologia do mundo. Estes são os quatro gráficos que narram a sua escalada.

O ano era 2009. “A Internet é tão popular nos dias de hoje. Não seria ótimo se alguns dos maiores nomes da Internet viessem cá e falassem com os estudantes?”, sugeriu-lhe a irmã. “Pensei que era uma ideia maluca, mas depois foi como se uma lâmpada se acendesse dentro de mim” e nasceu assim a maior feira de tecnologia do mundo, confessou Paddy Cosgrave, em 2010, ao Tecnology Voice.

A primeira edição do Web Summit, que acabaria por acontecer nos arredores de Dublin, na Irlanda, contou com cerca de 200 participantes. Oito anos depois, é na capital portuguesa que os investidores, empreendedores e interessados no campo da tecnologia se reúnem… e já atingiram um novo recorde. Este ano, andarão por Lisboa mais de 60 mil participantes.

De 200 a 60 mil participantes

Fonte: ECO

À oitava vez, “o grande conclave dos padres mais importantes da indústria tecnológica de todo o mundo” (assim chamada pelo The New York Times, em 2013) decidiu mudar de endereço. A capacidade hoteleira, a rede de transportes e os problemas que afetam as infraestruturas de Dublin levaram o Web Summit… a Lisboa.

A oitava edição, que aconteceu em 2016, decorreu de 7 a 10 de novembro, no Altice Arena e na FIL. Na altura, Paddy Cosgrave justificou a escolha da capital portuguesa por ser “uma cidade cosmopolita”, com boas infraestruturas e um grande número de hotéis. Nesse ano, segundo o Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, o Web Summit deixou em Lisboa mais de 200 milhões de euros.

No primeiro ano em Portugal, a feira contou com mais 10 mil participantes do que os 42 mil de 2015, o último ano do evento em Dublin. Além disso, em 2016, o número de países de origem dos participantes ultrapassou, pela primeira vez, a centena e meia (para 166). Hoje, o Web Summit é um dos eventos mais desejados por empreendedores e investidores de todo o mundo.

‘C’ de cosmopolitismo

Fonte: ECO

“Estamos aqui para encontrar a próxima Google, a próxima Facebook”, sublinhou Niklas Zennström, no início dos dias desta feira. Dito e feito. Startups e investidores de todos os cantos do planeta vieram juntar-se à demanda. 2014 e 2015 (os últimos dois anos em que o Web Summit aconteceu em Dublin) foram os anos mais fortes na captação de startups e investidores. Depois de uma queda com a mudança para Lisboa, a recuperação está bem encaminhada este ano.

Os unicórnios existem?

Fonte: ECO

Janus Friis e Niklas Zennstrom do Skype. Ellon Musk da SpaceX e da Tesla. Nikesh Arora da Google. Jenna Marbles e Alfie Deyes. Estes são alguns dos nomes mais sonantes que ano após ano foram fazendo do evento irlandês um fenómeno à escala global.

Este ano, o Web Summit conta com a presença do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, da comissária europeia para a Concorrência, Margrethe Vestager, e da primeira cidadã humanóide, a robô Sophia.

Fala quem sabe

Fonte: ECO

A The Atlantic considerou-o o sítio onde “o futuro vai para nascer”. Em 2017, no evento que representa a maior concentração de líderes executivos da História da humanidade, a inteligência artificial, a robótica e o cibercrime são três dos principais temas a serem debatidos.

Na noite de abertura, Stephen Hawking — que marcou presença por vídeo — considerou a revolução tecnológica atual “o limiar de um admirável novo mundo” e apelou aos participantes para que sejam pioneiros.

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5 coisas que vão marcar o dia

A Corticeira Amorim é a cotada a prestar contas na praça nacional. Na União Europeia, os assuntos centrais são a supervisão bancária e a regulação da economia digital.

Esta terça-feira, é a Corticeira Amorim a cotada a dar pistas aos investidores com a apresentação de resultados. BMW e Toyota são outros dos destaques no que toca a revelar os balanços. Na União Europeia discutem-se as regras da supervisão bancária e aquelas que deverão ser aplicadas à economia digital. A OPEP faz o balanço do petróleo a nível mundial numa altura em que os preços da matéria-prima têm escalado.

Corticeira Amorim: à prova de bala?

Esta terça-feira conhecem-se os resultados consolidados conseguidos pela Corticeira Amorim até 30 de setembro. A empresa fundada por Américo Amorim anunciou este verão a compra de uma fabricante de rolhas francesa, no valor de 50 milhões. Resta saber o impacto da aquisição na folha de balanços. A corticeira pretende assim reforçar a presença nos mercados francês, espanhol, italiano e chileno.

Lá fora, gigantes automóveis e banca prestam contas

A Toyota e a BMW são as grandes fabricantes automóveis que irão revelar se os lucros aceleraram. Em Itália são dois dos maiores bancos a lançar os números do último trimestre: o Intesa Sanpaolo, que recebeu cerca de cinco mil milhões de euros para poder receber os ativos sãos do Banca Popolare di Vicenza e do Veneto Banca, que foram resgatados, sem ver os seus rácios de capital afetados; e o Banco Monte dei Paschi di Siena, um dos bancos alvo de recapitalização preventiva, no âmbito de um plano de reestruturação que recebeu luz verde da Comissão Europeia em julho.

UE discute a conexão entre finanças e tecnologia

Os Ministros das Finanças da União Europeia reúnem-se em Bruxelas para discutir a supervisão financeira, a tributação da economia digital e a respetiva integração no mercado de capitais. As conversações terão início às 8 da manhã. França, Alemanha, Itália e Espanha lideram uma iniciativa para que se avance o mais rapidamente possível com um modelo de tributação da economia digital, e Portugal já anunciou que se vai juntar.

Onde vai a supervisão bancária? Draghi responde

O Banco Central Europeu dá início ao Fórum sobre Supervisão Bancária intitulado “O panorama da banca europeia em mudança”. Entre os oradores encontram-se Mario Draghi, o presidente do banco central, Sabine Lautenschlaeger, do Conselho Executivo, Daniel Nuoy, que tem o cargo de presidente do Conselho de Supervisão e Ignazio Angeloni, também membro deste conselho.

E o petróleo, vai continuar a disparar?

O Outlook do Petróleo a nível mundial, avançado pela OPEP, é apresentado esta terça-feira pelo secretário-geral, Mohammad Barkindo. A conferência terá lugar em Viena, pelas 13h30. A matéria-prima começou a semana a disparar 3%, superando a fasquia dos 64 dólares em Londres, na sequência das detenções levadas a cabo pelo comité de anticorrupção da Arábia Saudita.

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Há um ano foram ao Web Summit. O que é feito destas startups?

Em 2016, andámos pelo Web Summit a conversar com os empreendedores portugueses que por lá estavam. Agora, voltamos a seguir-lhes o rasto para apurar que efeito teve a feira nas suas startups.

Há um ano, a maior feira de tecnologia do mundo aconteceu, pela primeira vez, em Lisboa, trazendo, na bagagem, promessas de investimento e oportunidades de negócio. Ouvimos, na ocasião, as expectativas de seis startups portuguesas. O que é feito delas? Com a segunda edição lisboeta do Web Summit já a decorrer — de 6 a 9 de novembro — fomos descobrir se concretizaram as metas que tinham para o evento, se voltam e o que esperam desta vez.

Doinn

Volta? Sim, é um reencontro

A viver na Bélgica, a líder executiva da Doinn regressa, estes dias, a Lisboa para a nona edição do Web Summit, o que, adianta ao ECO, será um “reencontro com os parceiros portugueses” e uma boa oportunidade para forjar novas alianças.

“[Esta feira] traz-nos um bocadinho do futuro e ajuda na visão estratégica”, sublinha Noelia Novella. Em 2016, a empreendedora tinha marcado presença no evento fundado por Paddy Cosgrave para aumentar a equipa da sua startup e acabou por conquistar três novos colaboradores. Desta vez, regressa com a intenção de adquirir novos parceiros.

A Doinn é uma ponte tecnológica entre fornecedores de serviços e proprietários de alojamento local.

Sebastião de Lancastre, da Abypay, na Web Summit em 2016.Paula Nunes / ECO

Abypay

Volta? Sim, como convidados de Paddy

Com um olho nos investidores e todo ouvidos para os oradores. É assim que Sebastião de Lancastre vive o seu regresso ao Web Summit.

Em 2016, o empreendedor explorara a feira de Cosgrave à procura de investidores para a Abypay (solução financeira à base de blockchain — a tecnologia das bitcoins — que permite fazer transferências ou pagamentos em tempo real, com baixos custos e em 35 moedas diferentes). “Aconteceu um match interessante, que acabou por não se concretizar, o fit não era o correto”, explica ao ECO Sebastião de Lancastre. Este ano, o consultor da EasyPay (a empresa por detrás da AbyPay) vai como convidado do próprio fundador do evento e pretende aproveitar para ouvir como outros negócios estão a mudar o mundo.

Porto i/o

Volta? Sim, para ajudar o Porto

Promover o Porto como destino para negócios, startups e empresas de tecnologia em geral. É esse o objetivo da Porto i/o ao marcar presença no Web Summit deste ano. Em 2017, renovam as suas metas e expectativas, desejando encontrar novas formas de ajudar a cidade.

Há um ano, a Porto i/o oferecia dois espaços de coworking. Hoje, já são quatros os seus escritórios partilhados (contam com mais dois espaços, em Braga e em Matosinhos). “Continuamos a ajudar estrangeiros a criar o seu palco tecnológico”, realçou Nuno Veloso, um dos fundadores da Porto i/o, em conversa com o ECO. Nesta edição do Web Summit, a startup portuense está mais uma vez à procura de bons contactos.

João Almeida, da City Guru, na Web Summit em 2016.Paula Nunes / ECO

City Guru

Volta? Não, há mais peixes no mar

Acenam ao Web Summit enquanto piscam o olho às outras feiras internacionais. “Já atingimos uma estrutura que não justifica a participação”, explica ao ECO João Almeida, líder executivo da City Guru. O Web Summit trouxe à plataforma que sugere percursos alternativos por Lisboa contactos e referências. Destas, apenas 10% tiveram algum tipo de conclusão nas áreas de negócio e investimento.

ScaleUp Porto

Volta? Sim, para caçar talentos

Contactos, contactos, contactos. É esta a chave mágica para o sucesso da promoção da comunidade empreendedora do Porto, segundo avança Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara do Porto e responsável pelo pelouro da Inovação e Ambiente ao ECO. A ScaleUp Porto, uma iniciativa do município, da Universidade e do Politécnico do Porto, quer assim aproveitar esta edição do Web Summit para “captar novos talentos para a região”.

No último ano, cresceu a ambição, diz o responsável. A missão continua, contudo, a mesma: “comunicar com o ecossistema” e criar uma rede de referências. A demanda começou em 2016 e continua de vento e popa.

Storyo

Volta? Sim, pelo know-how

Na mira da Storyo estão, na edição deste ano do Web Summit, os potenciais parceiros que possam levar a mais pessoas e a mais empresas a aplicação que transforma fotos e dados em vídeos. O que procuravam há um ano? “O principal foco da nossa participação no ano passado foram as parcerias e fazer um pré-teste da nova versão que iríamos lançar meses depois“, confessou ao ECO João Santos, líder de marketing da startup.

Em 2016, na maior feira de tecnologia do mundo, a Storyo conquistou novas perspetivas, “pessoas interessantes” e com muito know-how na área, e conhecimento. Entretanto, a startup já chegou a 192 países (no ano passado, contava apenas com presença em 40) e foi selecionada como uma das top dez empresas de ponta pelo SXSM, festival que decorre em Austin, nos Estados Unidos.

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Web Summit: Dez oradores a não perder no segundo dia

  • Juliana Nogueira Santos
  • 7 Novembro 2017

Serão centenas os oradores a intervir esta terça-feira por entre todos os palcos. A pensar em si, ECO selecionou dez protagonistas do segundo dia do evento que não pode perder.

Após um primeiro dia de boas-vindas e apresentações chegou a hora de pôr mãos à obra. No segundo dia de Web Summit, os mais de 60 mil participantes vão navegar pela Feira Internacional de Lisboa e pelo Altice Arena à descoberta de oportunidades nunca antes encontradas. Empreendedores, investidores e curiosos vão sentir uma onda de entusiasmo, mas também irão andar sem norte à procura das melhores palestras, dos melhores balcões ou da melhor refeição.

A pensar nisso, o ECO selecionou os dez cabeças de cartaz deste segundo dia de evento e diz-lhe quando e onde vão intervir para que consiga manter a sua bússola bem orientada. Em relação aos melhores balcões e melhores comidas, nada custa experimentar todos.

Paddy Cosgrave, CEO e cofundador do Web Summit.Seb Daly/Web Summit 6 Novembro, 2017
  1. Margrethe Vestager
    A comissária europeia da Concorrência chega a Portugal após ter aplicado uma multa recorde de 2,4 mil milhões de euros a uma gigante tecnológica por abuso de posição dominante, mas não será por falar na Web Summit que o seu discurso vai ser menos implacável. Vestager volta a subir ao palco principal às 11h30 para falar das regras europeias de Concorrência, numa palestra que tem como nome “Libertar o caminho para a inovação”.
  2. Joseph Lubin
    No princípio do mês de outubro, Paddy Cosgrave agitou as redes sociais com o anúncio de que o criador do Ethereum vinha à sua conferência. Toda a gente pensou em Vitalik Buterin, o programador que esteve diretamente ligado ao surgimento da criptomoeda, contudo viria a saber-se que era o cofundador da ConsenSys, Joseph Lubin. Ainda assim, este irá falar às 11h05 no palco MoneyConf sobre a especulação em torno das divisas virtuais, bem como dos receios em relação à segurança num painel intitulado “Criptomoedas: Uma bolha é só o começo”.
  3. Amit Singh
    Ninguém melhor para falar sobre realidade virtual (VR) e aumentada (AR) que um dos maiores protagonistas do momento. Amit Singh, responsável pela equipa de VR e AR da gigante Google, vai explicar o impacto desta tecnologia que está cada vez mais ao nosso alcance em aspetos tão básicos do nosso dia-a-dia como o trabalho, a diversão e a aprendizagem. Será às 10h00 no palco principal.
  4. Sophia e Professor Einstein Robot
    A primeira robô a ser considerada cidadã chega esta terça-feira a Lisboa e vem acompanhada pelo seu colega humanoide Professor Einstein. Estes dois seres de metal irão discutir o papel da inteligência artificial no trajeto da humanidade, numa palestra que tem como nome “A Inteligência Artificial vai salvar-nos ou destruir-nos?”. Será fácil prever a resposta que Sophia e Professor Einstein vão dar às 11h45 no palco principal.
  5. Jared Cohen
    O presidente da incubadora da Alphabet que quer unir a tecnologia à segurança, a Google Jigsaw, vai discursar em Lisboa em nome da prevenção de uma guerra cibernética. Cohen, que vai ocupar o palco principal às 10h45, falará sobre o papel da tecnologia nos conflitos futuros, principalmente aquele que diz respeito à prevenção.
  6. Alexander Zosel
    Nos filmes de ficção científica, o futuro significava sempre carros voadores e poderá ser agora o início deste período. O surgimento de carros voadores e a dispensa de estradas no futuro vão ser discutidos no palco AutoTech às 12h35 por Alexander Zosel, criador do Volocopter, um táxi voador autónomo que já voa pelos céus do Dubai, François Chopard da Starbust Aerospace Accelerator e Mathias Thomsen da Airbus.
  7. Kenny Jacobs
    Pouco tempo depois de a Ryanair ter estado debaixo de fogo pelos cancelamentos massivos e erros sucessivos de planeamento, o responsável pelo marketing da transportadora irlandesa vem ao Web Summit falar de como a marca conseguiu associar o seu nome a um serviço com boa reputação. Os recentes problemas também irão, com certeza, fazer parte do alinhamento do painel a decorrer às 10h45 no palco PandaConf.
  8. Dr. Oz
    O famoso médico Mehmet Oz vai estar no Web Summit não só para divulgar a sua empresa que cruza a tecnologia com a saúde, a Sharecare, mas também para desvendar os mistérios da sua ascensão como influenciador. O painel sobre tecnologia e saúde decorrerá às 10h30 no palco principal, enquanto às 12h25 no palco PandaConf vai estar à conversa com JP Mangalindan, jornalista da Yahoo Finance, sobre a marca Dr. Oz.
  9. Murad e Nataly Osmann
    É provável que não conheça estes nomes, mas com certeza reconhecerá o movimento que este casal iniciou. Donos da página de Instagram FollowMeTo, Murad começou a fotografar a mão da sua parceira em vários pontos do mundo, criando assim uma tendência no mundo da fotografia de viagem. No palco PandaConf, às 11h05, vão debater o conceito de influenciadores e o impacto no meio, acompanhados pelos criadores da Whalar, uma das maiores agências de marketing de influência do mundo.
  10. Gillian Tans
    As vantagens de ser um líder são sempre sublinhadas em conferências como esta, mas também existem desvantagens. É sobre isolamento e solidão que os líderes sentem no topo que Gillian Tan, presidente executiva da Booking.com, em conjunto com José Neves do unicórnio português Farfetch e Jason Robbins da DraftKings vai discutir. Será no palco principal às 12h25.

E porque não queremos que perca nada, adicionamos a esta lista um bónus. Se vibra com os touros e os ursos não pode perder às 14h20 no palco principal a cerimónia de abertura diária do índice tecnológico Nasdaq, com o sino a ser tocado pelo vice-chairman Bruce Aust. Recorde o momento no ano passado.

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Credores da Oi criticam rejeição de plano alternativo para a recuperação judicial da empresa

  • Lusa
  • 6 Novembro 2017

Credores da Oi consideram que negativa mostra que os membros do Conselho da Oi são impulsionados pelo objetivo de aumentar os interesses dos acionistas existentes em detrimento dos outros interesses.

Os principais credores internacionais da operadora brasileira Oi criticaram esta segunda-feira a rejeição de um plano alternativo de recuperação judicial para a empresa, apresentado por estes na semana passada.

“Infelizmente, não obstante o facto do ‘Term Sheet’ [termo em inglês que define uma carta de intenções] Revisto dos Credores ter sido desenvolvido especificamente para refletir os comentários recebidos da alta administração do Grupo Oi, a maioria do conselho de administração da companhia rejeitou-o sumariamente durante as negociações”, disseram num comunicado distribuído à imprensa.

Liderado pelo Comité Internacional de Detentores de Bónus (IBC, na sigla em inglês), o grupo Ad Hoc (AHC) e a FTI Consulting, estes credores da Oi acrescentaram que a negativa mostrou “mais uma vez que [os membros do Conselho da Oi] são impulsionados pelo objetivo de aumentar os interesses dos acionistas existentes, em detrimento dos melhores interesses das outras partes“.

Os credores também afirmaram a nomeação de dois novos membros para o Conselho de Administração da operadora brasileira, efetivada durante uma reunião na última sexta-feira, foi “uma violação ultrajante dos padrões de governança corporativa”.

“É óbvio que tais novos diretores foram nomeados para dificultar e contornar os esforços da alta administração do Grupo Oi de negociar planos de reestruturação justos e, em vez disso, atender aos interesses dos acionistas minoritários que exercem o controlo da companhia”, acrescentaram.

É óbvio que tais novos diretores foram nomeados para dificultar e contornar os esforços da alta administração do Grupo Oi de negociar planos de reestruturação justos e, em vez disso, atender aos interesses dos acionistas minoritários que exercem o controlo da companhia.

Credores da Oi

O posicionamento dos credores internacionais da Oi é uma resposta a um outro comunicado divulgado pela empresa hoje de manhã, no qual a operadora brasileira afirma que os acordos de confidencialidade com este grupo de credores foram extintos sem que houvesse concordância sobre o plano de recuperação judicial.

A Oi, na qual a portuguesa Pharol é acionista de referência, com 27% das ações, esteve num processo de fusão com a Portugal Telecom, que nunca se concretizou.

A empresa entrou com um pedido de recuperação judicial em junho do ano passado, por não conseguir negociar as dívidas, que na época somavam 65 mil milhões de reais (17,3 mil milhões de euros).

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Paradise Papers: Nomeados nos documentos rejeitam qualquer irregularidade

  • Lusa
  • 6 Novembro 2017

O secretário do Comércio norte-americano e porta-vozes da rainha de Inglaterra e dos ministros brasileiros e russos defenderam, esta segunda-feira, a legalidade dos respetivos investimentos.

O secretário do Comércio norte-americano e porta-vozes da rainha de Inglaterra e dos ministros brasileiros e russos defenderam esta segunda-feira a legalidade dos respetivos investimentos, após exposto nos Paradise Papers que recorreram a paraísos fiscais para fugir ao fisco.

Dezoito meses depois dos Panama Papers, que incidiam sobre fraude fiscal, o Consórcio Internacional dos Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla em inglês), que reúne 96 órgãos de comunicação social de 67 países, começou no domingo a desvendar a sua nova investigação, após um ano de trabalho assente na fuga de informação de 13,5 milhões de documentos financeiros, provenientes nomeadamente da sociedade internacional de advogados Appleby, sediada nas Bermudas.

A União Europeia considerou as revelações chocantes e exigiu “sanções dissuasivas”.

Referido nos documentos, Wilbur Ross, o secretário do Comércio da administração Trump, considerou que não há “absolutamente nada de repreensível” no facto de deter 31% da Navigator Holdings, uma empresa de transporte marítimo que tem como um dos principais clientes a empresa russa de gás e produtos petroquímicos Sibur.

Ora, entre os proprietários da Sibur estão Guennadi Timtchenko, próximo do Presidente russo, sancionado pelo Tesouro norte-americano após a anexação da Crimeia, e um genro de Vladimir Putin, segundo o diário The New York Times.

“Não existem ligações ao nível dos conselhos de administração, nem ao nível dos acionistas, eu não tenho nada que ver com a negociação desse acordo” comercial entre a Navigator e a Sibur, defendeu-se Wilbur Ross na televisão pública britânica BBC.

Sublinhou igualmente que o contrato tinha sido negociado antes de ele integrar o conselho de administração da Navigator e que a empresa Sibur, em si mesma, “não foi sancionada”.

O governante norte-americano indicou, todavia, à Bloomberg TV que vai “provavelmente” ceder o resto das ações que detém na Navigator.

“Eu estava prestes a vendê-las, de qualquer maneira, mas não por causa de tudo isto”, observou.

Contactado pela agência noticiosa francesa AFP, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos disse considerar que o secretário respeita as normas do Governo.

Um antigo responsável do gabinete de ética durante a presidência de George W. Bush, Richard W. Painter, sustentou contudo que o caso de Wilbur Ross poderá levantar questões éticas.

O ICIJ pôs igualmente a nu estratégias de “otimização fiscal” de outros altos dirigentes políticos.

A rainha de Inglaterra, Isabel II, dispõe, assim, através do Ducado de Lancaster, propriedade privada da soberana e fonte de receitas, de uma dezena de milhões de libras esterlinas em fundações nas Ilhas Caimão e nas Bermudas, segundo a BBC e o jornal The Guardian.

As verbas colocadas nesses paraísos fiscais estão investidas em numerosas empresas, entre as quais a Brighthouse, uma empresa de aluguer com opção de compra de móveis e material informático acusada de lucrar com a miséria alheia, ou ainda uma cadeia de lojas de bebidas alcoólicas atualmente em processo de falência.

“Todos os nossos investimentos estão a ser alvo de uma auditoria completa e são legítimos”, disse à AFP uma porta-voz do Ducado de Lancaster.

“Efetuamos um certo número de investimentos, alguns dos quais em fundações no estrangeiro”, disse a porta-voz, acrescentando que estes representam apenas 0,3% do valor total do Ducado.

O líder da oposição britânica, o trabalhista Jeremy Corbyn, classificou, no entanto, a situação como “escandalosa” e exigiu que sejam “fortemente punidas” pessoas com fortuna pessoal ou multinacionais que lucram com as falhas do sistema para pagar o mínimo de impostos possível.

No Brasil, os ministros da Economia e da Agricultura, Henrique Meirelles e Blairo Maggi, negaram, por sua vez, qualquer irregularidade, depois de os seus nomes terem sido ligados a sociedades ‘offshore’ em paraísos fiscais.

No Canadá, o multimilionário Stephen Bronfman, à frente da antiga empresa de vinhos e bebidas espirituosas Seagram, colocou, com o seu padrinho Leo Kolber, 60 milhões de dólares norte-americanos (52 milhões de euros) numa sociedade ‘offshore’ nas Ilhas Caimão, revelou o jornal Toronto Star.

Este amigo de Justin Trudeau, responsável pela angariação de fundos para o Partido Liberal canadiano na campanha eleitoral de 2015, poderá tornar-se uma pedra no sapato do primeiro-ministro, eleito após prometer reduzir as desigualdades e justiça fiscal.

Os responsáveis políticos russos desvalorizaram também diversas fugas de informação dos Paradise Papers sobre duas empresas públicas, a VTB, o segundo maior banco russo, sujeito a sanções dos Estados Unidos e que terá investido na rede social Twitter, e a Gazprom, a gigante petrolífera russa, que terá financiado indiretamente um veículo de investimento que tem ações da rede social Facebook.

“[Estas fugas de informação tentam] inflamar os ânimos com formulações confusas”, acusou um responsável do Senado russo, Constantin Kosachev, citado pela agência oficial RIA Novosti.

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Um astrolábio, uma cidade aberta e uma ponte para o mundo

  • Juliana Nogueira Santos
  • 6 Novembro 2017

Costa falou do orgulho que sente no trabalho, dinâmica, vibração do ecossistema das startups portuguesas. Já Medina deu aos visitantes uma lição de história sobre a essência portuguesa.

A sessão de abertura da segunda edição do Web Summit em Lisboa contou com casa cheia. E confettis.Web Summit 6 Novembro, 2017

António Costa entrou no Web Summit como quem entrava na festa privada de Paddy Cosgrave. “Tens muitos amigos aqui, Paddy”, comentou o governante após ter chamado pelas várias nacionalidades na audiência.

O cenário de festa foi constante durante toda a sessão de abertura, não tendo sido quebrado com a intervenção do primeiro-ministro. Sublinhando as características que fizeram de Portugal um ponto de paragem no mapa do empreendedorismo e que puseram “Lisboa no coração da inovação”, Costa falou em inglês, mas rapidamente mudou para o português. “É um orgulho como primeiro-ministro o trabalho, a dinâmica, a vibração do ecossistema das startups portuguesas”, afirmou, na língua lusa.

O primeiro-ministro apelou a todos os presentes para aproveitarem os quatro dias de evento para “aprender”. “Aprendemos sempre com os outros e é com os outros que estamos a construir um país melhor, num mundo que queremos cada vez melhor”, sublinhou.

O orgulho de contar com uma cidade aberta que, tal como no passado, serve de ponte para todo o mundo, foi reiterado pelo primeiro-ministro ao longo do discurso, o que o levou a renovar o convite feito anteriormente. “Voltem como turistas, como empreendedores, como investidores ou simplesmente como amigos.”

Um astrolábio para Paddy

Fernando Medina sublinhou o cumprimento aos visitantes: mais de 60.000. “Sejam bem-vindos a Lisboa. Espero que possam conhecer melhor a cidade, amar a cidade”, disse.

Sobre a continuidade do evento em Lisboa, acrescentou: “Paddy disse que a parceria com Lisboa é um bom casamento para continuar. E concordo. Porque tudo no Web Summit é futuro: é tecnologia. No ano passado oferecemos a chave da cidade. Este ano oferecemos um astrolábio: Lisboa foi a capital do mundo. De Lisboa partiram novas ideias, novas empresas. Hoje, daqui, estamos a renovar essa aventura. Antes, foram os navegadores. Hoje são vocês: empreendedores, engenheiros, startups, todas as empresas”, sublinhou.

"Este ano oferecemos um astrolábio: Lisboa foi a capital do mundo. De Lisboa partiram novas ideias, novas empresas. Hoje, daqui, estamos a renovar essa aventura. Antes, foram os navegadores. Hoje são vocês: empreendedores, engenheiros, startups, todas as empresas.”

Fernando Medina

Presidente da Câmara de Lisboa

O astrolábio, acrescentou, tem ainda um segundo significado: a inovação que Lisboa testemunhou foi porque era uma cidade aberta. Mantenhamos as nossas cidades abertas: liberdade, tolerância, capacidade para entender o desenvolvimento de Lisboa. Bem-vindos a Lisboa, bem-vindos à vossa casa.

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Wall Street bate novos máximos. Investidores de olho na OPA à Qualcomm

Os principais índices dos EUA fecharam em novos máximos históricos, depois de a Broadcom ter feito uma oferta de compra à Qualcomm e perante a confiança face ao plano de corte de impostos às empresas.

O mercado acionista norte-americano encerrou a primeira sessão da semana em alta, com os principais índices bolsistas em máximos de sempre. Foi o que aconteceu com o S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq. Os investidores viram com bons olhos o anúncio da maior OPA tecnológica de sempre. Olharam com agrado também para o plano dos republicanos de cortar os impostos às empresas, o que acreditam irá puxar pelos resultados empresariais.

O S&P 500 encerrou a sessão a valorizar 0,13%, para os 5.591,13 pontos, enquanto o Dow Jones avançou 0,04, para fechar nos 23.548,42 pontos. Já o Nasdaq acelerou 0,33%, para os 6.786,44 pontos. Para qualquer destes três índices, o valor de fecho é o mais elevado de sempre.

Os investidores receberam com agrado o anúncio desta segunda-feira por parte da Broadcom que pretende oferecer 130 mil milhões de dólares pela Qualcomm, naquela que é a maior oferta de compra de sempre do setor tecnológico. “O facto é que o acordo que está em cima da mesa é enorme”, afirmou Paul Nolte, gestor de ativos da Kingsview Asset Management citado pela Reuters. “Não vimos muitos acordos celebrados este ano. Pelo que isto pode impulsionar alguns negócios em antecipação da mudança da política de impostos”, complementou o mesmo especialista.

As ações das duas empresas registaram fortes ganhos durante a sessão, depois de conhecida essa OPA. Os títulos da Qualcomm terminaram a valorizar 1,15%, para os 62,52 dólares, mas chegaram a disparar 5,69%. No caso da oferente Broadcom, as ações encerraram a ganhar 1,42%, para os 277,52 dólares, sendo que chegaram a ganhar 2,99%.

Contudo, há mais notícias que ajudaram a puxar pelos índices bolsistas norte-americanos. Os investidores viram com otimismo a proposta da semana passada dos republicanos de corta para 20%, face aos anteriores 35%, a taxa de imposto sobre as empresas.

“Julgo que este será o principal driver”, afirmou a esse propósito John Brady, diretor geral da R.J. O’Brien & Associates para justificar a subida das ações norte-americanas. “Mesmo que vá apenas para os 25% ou 27%, está a ir no bom caminho”, acrescentou o mesmo especialista.

Entre as subidas de maior peso no S&P 500 referência para as ações da Apple que valorizaram 1,01% para 174,25 dólares.

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António Guterres: “Não podemos parar a inovação”

O secretário-geral das Nações Unidas deu as boas-vindas ao seu país e alertou para a importância de discutir temas como as alterações climatéricas em eventos como o Web Summit.

“Bem-vindos ao meu país”. Foi esta a frase de boas-vindas que o secretário-geral das Nações Unidas usou para dar início à sua intervenção no primeiro dia de Web Summit. Recebido com aplausos e entusiasmo, António Guterres não escondeu o orgulho de estar de volta a casa para assistir àquela que é a maior conferência de empreendedorismo e tecnologia do mundo.

O entusiasmo do início estendeu-se durante a primeira parte do seu discurso: Guterres falou do estado do mundo onde a pobreza diminui, o talento contamina e as condições de vida melhoram. Tudo para depois enumerar os enormes desafios com que a humanidade se depara atualmente.

“Os governos e as instituições esquecem-se dos danos colaterais destas mudanças”, alertou. Para depois falar especificamente de um problema cada vez mais “devastador”: as alterações climáticas. “As alterações climáticas cruzadas com outras tantas tendências têm criado as maiores ameaças que conhecemos”, disse, dando como exemplo os furacões, os incêndios e todos as outras catástrofes naturais.

Guterres apelou ainda a que os participantes aproveitem os quatro dias de evento para ouvir discussões e debater todos estes temas, uma vez que a solução para estes desafios não será interromper o progresso. “Não podemos parar a inovação. Temos de nos adaptar à mudança”, sublinhou. O apelo à “combinação de poder” entre governos, empresas e até Academia também foi feito.

António Guterres foi um dos nomes que ocupou o palco no dia de inauguração da 2ª edição do Web Summit em Lisboa. Antes, foi a vez de Paddy Cosgrave, o português Nuno Sebastião — que apresentou um convidado especial — e a comissária Europeia para a Concorrência.

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Carlos Moedas: “As fintech estão a pisar os calcanhares aos bancos e isso é positivo”

O Comissário europeu diz que se assiste a uma terceira vaga da internet, com empresas fortemente tecnológicas a entrarem na banca. Esta nova realidade representa um desafio para os reguladores.

O universo dos serviços de pagamentos bancários está em ebulição com a entrada de novos operadores, em específico as fintech, que “estão a pisar os calcanhares aos bancos”. Quem o disse foi Carlos Moedas, comissário europeu responsável pelas pastas de Investigação, Ciência e Inovação, durante a conferência “Pay Challenge”, em Lisboa, dedicada ao futuro dos serviços dos pagamentos. De acordo com o comissário europeu, esta nova realidade representa um desafio, salientando que todos os operadores — bancos e fintech — “têm de saber trabalhar com o legislador e os reguladores”.

O apelo de Carlos Moedas surge pouco tempo antes da entrada em vigor de uma diretiva comunitária — a Diretiva de Serviços de Pagamento II (DSP II) –, em janeiro do próximo ano. Esta diretiva vai obrigar os bancos a cederem os dados dos clientes a entidades terceiras, onde se inserem as fintech. “As grandes empresas vão ter de viver com os pequenos players a entrar e a invadirem o seu negócio. As fintech estão a pisar os calcanhares aos bancos e isso é positivo”, afirmou Carlos Moedas, considerando que a nova diretiva DSP II é “uma revolução” que vai “mudar o paradigma” do setor financeiro e “permitir a novos atores entrar no mercado“, mas ao mesmo tempo obrigar a uma mudança da regulação que terá de passar a ser “dinâmica e não estática“.

De acordo com o comissário europeu esta nova legislação — DSP II — que vem rever a primeira legislação europeia dedicada aos serviços de pagamento, vai assim tornar mais óbvia a necessidade de os legisladores e reguladores a agirem e trabalharem “em conjunto” com os bancos incumbentes e estes novos operadores: as fintech.

A mesma preocupação foi demonstrada por Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. “A digitalização aporta oportunidades para os prestadores e desafios para os bancos centrais e reguladores“, afirmou precisamente Carlos Costa. “A nova arquitetura e os novos modelos de negócios seguidos pelos prestadores de serviços de pagamento obrigam a uma resposta multidisciplinar dos bancos centrais e reguladores, exigem novas abordagens, recursos e competências, de forma a maximizar as oportunidades e a minimizar os riscos para a sociedade“, acrescentou o governador do Banco de Portugal a este propósito.

Neste âmbito, Carlos Costa considera que é importante que as autoridades competentes assegurem a “neutralidade da regulação“, de modo a que esta não seja “um entrave à inovação nem proteja os incumbentes”, mas ao mesmo tempo garanta a “salvaguarda das condições de risco e segurança“, esta última uma das grandes preocupações associadas à digitalização dos serviços de pagamento e à cedência de dados financeiros de clientes a empresas terceiras.

Já relativamente aos bancos, Carlos Costa considera que “as fintech não devem ser vistas apenas como concorrentes“, mas em muitas circunstâncias “como instituições complementares ou parceiras“. “Esta onda de inovação e transformação digital promete uma revolução tecnológica que irá a prazo ter benefícios na vida de todos”, afirmou ainda o responsável do regulador da banca.

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