Centeno marca diferença para anterior Governo e avisa esquerda que conquistas podem-se “perder”

  • Margarida Peixoto
  • 3 Novembro 2017

O ministro das Finanças fez questão de vincar a diferença entre a política do atual Governo, e o tempo de Passos Coelho e Paulo Portas. Mas Centeno também falou para a esquerda.

Mário Centeno, ministro das Finanças, defendeu esta sexta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2018 perante os deputados da Assembleia da República. Lembrou os trunfos económicos do passado, sublinhou as medidas mais emblemáticas mas, pelo meio, deixou um aviso à navegação: “Este trajeto pode ser colocado em causa. O que tanto custou a conquistar pode-se perder mais rapidamente do que levou a conquistar”.

No segundo dia de debate na generalidade do OE2018, foi Centeno quem abriu o debate. O ministro repetiu o argumentário habitual. Recuperou os números da melhoria do mercado de trabalho e, de caminho, aproveitou para lembrar um episódio do passado. “Portugal era um país de onde aqueles que estavam em idade de trabalhar emigravam, também por sugestão do anterior Governo”, disse, referindo-se a Pedro Passos Coelho, líder do PSD, que quando era ministro falou na possibilidade de os desempregados procurarem trabalho fora do país.

Congratulou-se com o “rigor das contas públicas”, a saída do Procedimento por Défice Excessivo, a melhoria do rating da República, o facto de não ter recorrido a “orçamentos retificativos”. Falou dos “14 trimestres consecutivos de crescimento” e garantiu que “as exportações e o investimento crescem mais de 10%”. Aproveitou para defender a política fiscal do OE2018, com o alívio no IRS, mas a manutenção da “previsibilidade fiscal” no IVA e IRC.

Ao longo da sua intervenção, Centeno foi fazendo questão de marcar uma diferença entre o tempo do Governo de Passos Coelho e Paulo Portas, e o atual momento do Executivo socialista.

Mas também falou para a esquerda — até porque BE e PCP têm vindo a notar pontos de desacordo nas políticas orçamentais. Ontem, no primeiro dia de debate na generalidade, PCP e BE fizeram questão de notar que a proposta tal como está ainda não chega. Defenderam a subida da derrama, pediram o fim do corte de 10% no subsídio de desemprego, pediram progressões para os professores, um complemento de reforma para os pensionistas do tempo da troika, alterações ao regime simplificado de IRS, limites às cativações, mais investimento nos serviços públicos — transportes, saúde e educação.

Hoje, Centeno notou que é preciso “manter o mesmo sentido de responsabilidade” que permitiu o país chegar onde está e defendeu que “o Orçamento do Estado segue precisamente essa linha”. Mais: fez questão de reafirmar a coesão do entendimento com PCP e BE, garantindo que “os portugueses sabem que podem contar com o Governo e com a maioria parlamentar que o suporta para continuar neste caminho até ao final da legislatura”.

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Revista de imprensa internacional

Funcionário do Twitter encerra conta de Trump. Mais um deputado suspenso por assédio sexual. Islândia aprova lei de paridades salariais. iPhone X provoca boom nas vendas da Apple.

Um funcionário do Twitter decidiu “brincar” no seu último dia de trabalho e encerrou temporariamente a conta do Twitter de Donald Trump. Os casos de assédio sexual não param e houve mais uma suspensão de um deputado. A Islândia deu um grande passo na igualdade de géneros e implementou uma lei que obriga as empresas a igualarem os salários entre homens e mulheres. O iPhone X vai ser lançado esta sexta-feira e já provocou um aumento de 12% nas vendas da empresa.

The Guardian

Trump fica sem poder piar por alguns minutos

A conta do Twitter de Donald Trump foi encerrada durante 11 minutos, por um funcionário da empresa, no seu último trabalho. Qualquer pessoa que tentasse aceder à conta @realdonaldtrump iria ver a mensagem “Desculpe, essa página não existe!”. As primeiras conclusões da empresa foram de que se trataria de um “erro humano”, no entanto, após investigar, o Twitter esclareceu que o encerramento da conta resultou de um ato deliberado por parte do funcionário. Leia a notícia completa no The Guardian (conteúdo em inglês, acesso livre)

Reuters

Líder da GSKL é o novo conselheiro do Governo britânico

O diretor de pesquisa e desenvolvimento da GlaxoSmithKline (GSKL), Patrick Vallance, deve deixar a farmacêutica para se tornar o novo conselheiro científico principal do Governo britânico. Esta mudança surge três meses depois de a recente diretora executiva da GSKL, Emma Walmsley, ter dito que o grupo precisava de fazer melhorias no desenvolvimento de medicamentos. Vallance, professor de medicina no University College London, vai substituir Mark Walport como consultor sénior de ciência do primeiro-ministro. Leia a notícia completa na Reuters (conteúdo em inglês, acesso livre)

The Telegraph

Parlamentar suspenso por assédio sexual

O Partido Trabalhista suspendeu um deputado depois de um ativista ter afirmado que este a terá perseguido sexualmente. Kelvin Hopkins, membro do gabinete paralelo, foi afastado do cargo depois de se ter confirmado que enviou mensagens com conteúdos inapropriados e terá forçado o contacto físico com a jovem de 27 anos, depois de um evento político. Leia a notícia completa no The Telegraph (conteúdo em inglês, acesso livre)

Le Monde

Islândia: fim das diferenças salariais entre homens e mulheres

A Islândia tornou-se esta sexta-feira no primeiro país a adotar medidas para pôr fim às disparidades salariais entre homens e mulheres. A lei aprovada diz que as empresas com mais de 25 funcionários são obrigadas a aplicar salários de forma igual. Embora a Islândia seja líder no ranking dos países que mais respeitam as mulheres, a enorme diferença salarial entre géneros não passa despercebida: em 2017 foi de 16,1%. Leia a notícia completa no Le Monde (conteúdo em francês, acesso condicionado)

El País

Maduro vai refinanciar a dívida externa da Venezuela

O Presidente da Venezuela anunciou esta quinta-feira que ordenou o pagamento dos títulos de dívida de 2017 da empresa petrolífera estatal, assim como reestruturar e refinanciar a dívida externa venezuelana. “Amanhã [sexta-feira] temos que pagar 1,12 mil milhões de dólares (1,03 mil milhões de euros) de títulos de Petróleos da Venezuela SA 2017”, disse. O anúncio foi transmitido em simultâneo e de maneira obrigatória pelas rádios e televisões do país. Leia a notícia completa no El País (conteúdo em espanhol, acesso livre)

Financial Times

iPhone X provoca boom nas vendas da Apple

Para este quarto do ano, a empresa da maçã prevê um aumento das vendas, atingindo máximos históricos, tudo devido às vendas do iPhone X que começou esta sexta-feira a ser vendido nos Estados Unidos. As receitas para o quatro trimestre de 2017 da empresa, que incluem o lançamento do iPhone 8 no final de setembro, aumentaram 12% face ao ano passado, em 52,6 milhões de dólares (45,1 milhões de euros). Leia a notícia completa no Financial Times (conteúdo em inglês, acesso condicionado)

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Altice afunda mais de 10% em bolsa. Receitas da Meo caem 3%

Ações da Altice sob forte pressão esta sexta-feira. Os títulos derrapavam mais de 10% na bolsa de Amesterdão para mínimos de agosto do ano passado.

As ações da Altice na bolsa de Amesterdão estão a afundar mais de 10% esta sexta-feira, naquela que é a pior sessão intradiária desde junho do ano passado. Os títulos desvalorizavam para 14,50 euros com um volume de transações cerca de duas vezes acima da média. A queda surge após um comunicado do grupo que detém a Meo, onde a empresa assume que os resultados do ano de 2017 deverão ficar no “limite mínimo” das suas previsões, de acordo com o Financial Times [acesso condicionado].

A meio da manhã, os títulos caíam 10,17% para 14,50 euros, um mínimo desde agosto de 2016. É a pior sessão intradiária desde 24 de junho do ano passado. Em causa, a apresentação de resultados do terceiro trimestre do grupo liderado por Patrick Drahi, onde se lê que o lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) referente à atividade deste ano deverá ficar “no limite mínimo” do intervalo estimado pela empresa para o crescimento neste ano.

Atrasos na redução de custos de reestruturação em França estarão a ofuscar a força que o negócio da TV por subscrição tem vindo a ganhar nos Estados Unidos, onde a Altice adquiriu recentemente a Cablevision, um negócio efetivado em junho de 2016. Numa conferência telefónica com jornalistas, Michel Combes, CEO do grupo, admitiu que, este ano, só será alcançado “cerca de um terço do objetivo de 400 milhões de euros” que a empresa esperava poupar no decorrer do ano, ficando assim no “limite mínimo do que poderia ter sido possível”.

Altice em queda na bolsa de Amesterdão

Fonte: Bloomberg

Receitas da Meo caem mais de 3%

A Altice detém a Meo em Portugal, onde apresentou esta quinta-feira receitas de 566,2 milhões de euros no período entre julho e setembro. Trata-se de uma queda de 3,1% em relação ao mesmo período de 2016. O EBITDA ajustado cifrou-se em 265 milhões de euros, menos 1,2% em termos homólogos, enquanto o investimento operacional aumentou para 107,1 milhões de euros, um aumento de 7,2%. A queda nas receitas da Meo é explicada com uma “redução nas receitas brutas do tráfego internacional”.

A Meo conquistou ainda mais de 35.000 novos subscritores líquidos no trimestre graças à expansão da sua rede de fibra ótica e perdeu outros 11.000 clientes no mesmo período. O período abrange as medidas corretivas impostas pela Anacom na sequência das alterações contratuais irregulares realizadas no ano passado, em que a Meo deu a possibilidade de serem feitas rescisões contratuais sem custos durante um período de 15 dias em agosto. No entanto, segundo a marca, o número é o mais baixo desde o segundo trimestre de 2014.

No global, o grupo Altice registou receitas de 5,75 mil milhões de euros no terceiro trimestre. As estimativas apontam para um prejuízo na ordem dos 236 milhões de euros no mesmo período, segundo analistas sondados pela Bloomberg. As estimativas apontam ainda para perdas superiores a 472 milhões na totalidade do ano e existem preocupações em torno da elevada dívida da empresa, que ronda os 50 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 11h22 com mais informações)

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Santana acusa Rio de incoerência na vida política

  • ECO
  • 3 Novembro 2017

"A minha estabilidade é o meu amor ao partido, a dos outros é só quando lhes convém", diz Santana Lopes, relembrando o ano em que Rui Rio escolheu apoiar um candidato independente ao invés do do PSD.

Santana Lopes ataca Rui Rio e mostra-se confiante na vitória contra o opositor na corrida à liderança do PSD. Depois de ser acusado de ser o candidato “menos estável” pelo concorrente, Santana atribui as críticas a um “nervosismo” e acusa-o de incoerência.

Santana Lopes está convicto que sairá vencedor das diretas de 13 de janeiro uma vez que diz ter o apoio maioria dos líderes das distritais, muitos presidentes de câmara e de deputados. Apesar de afirmar que não queria falar de Rui Rio na entrevista que deu à CMTV, Santana Lopes acabou por fazer várias referências ao seu opositor.

A minha estabilidade é o meu amor ao partido, a dos outros é só quando lhes convém.

Santana Lopes

Candidato à liderança do PSD

Santana aponta falta de coerência a Rui Rio ao apoiar a candidatura de Rui Moreira à Câmara do Porto em 2013, candidato independente, ao invés de apoiar o candidato do PSD. “Rigor é isto, é na palavra, nas atitudes, na coerência”, afirma Santana, garantindo que a sua “estabilidade é o meu amor ao partido, a dos outros é só quando lhes convém”.

Em resposta à acusação de nunca ter levado até ao fim um cargo, Santana Lopes relembra que Rio interrompeu o mandato como secretário-geral do PSD e por várias vezes desistiu da candidatura para a liderança do partido e até para a Presidência da República.

O ex-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa fez ainda comparações em termos de conquistas. Relembra ter deixado o cargo na SCML com a instituição a subir nas receitas e com menos despesa. Destaca esta experiência pelo contacto com a “realidade social do país”. Da sua obra, referiu ainda o fim da prostituição em Monsanto, os túneis do Marquês de Pombal, a construção do Centro Cultural de Belém e os arquivos distritais por todo o país.

As promessas de Santana

Santana diz querer aproximar os portugueses do rendimento per capita da União Europeia até 2025, acabando desta forma com a “geração mil euros”. Propõe fazê-lo através da atração de investimento privado. Nas suas prioridades, tem ainda a descentralização de serviços e de ministérios, que na sua opinião é “dar ao país os direitos que Lisboa tem”.

Em relação ao futuro, Santana prefere não falar “do diabo” — quer apenas que o PSD mereça “ser alternativa ao governo de frente de esquerda”. No caso de ser eleito, promete unir o partido, sem excluir o concorrente que agora enfrenta.

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Minuto a minuto: Orçamento aprovado na generalidade

  • Marta Santos Silva e Margarida Peixoto
  • 3 Novembro 2017

Depois de várias horas de discussão durante dois dias, a proposta de Orçamento do Estado para 2018 foi aprovada na generalidade pela esquerda, com os votos contra da direita. O PAN absteve-se.

A proposta de Orçamento do Estado para 2018 foi aprovada esta sexta-feira na generalidade pelo PS, BE e PCP. A direita votou contra e o deputado do PAN absteve-se. As Grandes Opções do Plano foram aprovadas com a mesma votação.

Quinta-feira a discussão durou cinco horas, com foco sobre as medidas para prevenção e combate aos incêndios e também no regime simplificado de IRS, onde todos assumiram que há mudanças a fazer. Esta sexta-feira ficou marcada pelo debate sobre as cativações, fez-se a discussão das medidas sociais do Orçamento e, à conta disso, recuou-se a uma polémica de 2015 e às intenções do então Governo de Passos Coelho e Paulo Portas para as poupanças nos gastos com pensões.

O ECO acompanhou os dois dias em direto. Reveja o debate.

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Grupo EDP cai em bolsa. Renováveis sofre com falta de liquidez e EDP com a seca e a regulação

As duas cotadas do universo EDP estão a sofrer fortes perdas em bolsa nesta manhã, levando o índice bolsista nacional a registar uma desvalorização em torno de 1%.

A praça lisboeta está a registar fortes perdas na última sessão da semana, destacando-se com o pior registo a nível europeu. O PSI-20 cai 1%, pressionado pela derrapagem dos títulos do universo EDP.

O índice de referência da bolsa nacional recua 0,98%, para os 5.393,2 pontos. As ações da EDP caem 3,68%, para os 2,984 euros, enquanto as da EDP Renováveis tombam 4,04%, para os 6,87 euros, para mínimos do início de setembro. Mas os títulos da empresa liderada por Manso Neto já estiveram a derrapar 5,25%, para os 6,783 euros.

Relativamente à EDP Renováveis não existem notícias que diretamente possam justificar uma queda tão acentuada das suas ações, podendo a queda dever-se em parte à menor liquidez do título. “Não há notícias para já que justifique uma queda destas, mas tendo em conta que a EDP Renováveis ficou com menos liquidez desde a OPA da EDP, isto poderá justificar movimentos mais voláteis“, diz Albino Oliveira, analista da Patris Investimentos, desvalorizando ainda qualquer ligação com os resultados que a empresa apresentou, já que esta divulgação já foi na terça-feira passada.

Mas essa interpretação já poderá servir para explicar a desvalorização que as ações da EDP estão a sofrer esta manhã. A empresa liderada por António Mexia apresentou nesta quarta-feira o balanço das suas contas relativo aos nove primeiros meses do ano, sendo que viu os seus lucros crescerem 86%, para os 1.147 milhões de euros. Contudo, este resultado foi influenciado pela venda da Naturgas. Sem esse efeito extraordinário, os lucros teriam subido apenas 3%, de 615 milhões para 633 milhões de euros.

“As ações da EDP provavelmente estão a reagir a esses resultados que foram fracos, apesar de já ser esperado, devido às condições meteorológicas que prejudicaram a sua atividade na Península Ibérica. Perante a ausência de notícias, faz sentido que em reflexo dos resultados de ontem [quarta-feira] as ações da EDP estejam a cair”, refere o analista da Patris.

A questão da seca que se vive em Portugal é uma ameaça para a EDP no próximo ano, já que menos chuva significa barragens menos cheias e em consequência obriga a EDP a desviar a produção de energia para as centrais termoelétricas, o que deverá pesar nos custos da empresa. Isto porque, de acordo com o Orçamento do estado para 2018, o Governo pretende implementar uma taxa extra sobre as empresas que utilizem carvão ou derivados do mesmo para a produção de energia.

Além da questão meteorológica, também as notícias de âmbito regulatório não têm sido favoráveis à empresa, sendo que as casas de investimento começam a elevar o nível de alerta em relação ao título, antecipando um ano “difícil” em 2018.

“A estratégia está em linha mas as margens apertadas na Ibéria e os cortes regulatórios em Portugal antecipam um ano de 2018 difícil e os 886 milhões de euros de consenso para o resultado líquido podem ser demasiado otimistas neste momento“, alerta o CaixaBank BPI numa nota enviada aos clientes esta quarta-feira.

A mesma preocupação é revelada pelo Haitong. O banco de investimento “Tememos que a evolução dos resultados continuem a ser desfavoráveis para as ações durante algum tempo, nomeadamente devido às recentes decisões regulatórias negativas em Portugal, o que poderá a recuperação do sentimento dos investidores em relação à EDP.

(Notícia atualizada às 10h49 com mais informação e novas cotações)

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Os cinco problemas que António Costa tem de resolver no regime simplificado de IRS

Rejeitada por ambos os lados da bancada parlamentar no debate do Orçamento, a nova proposta de regime simplificado do IRS também é criticada por fiscalistas. O que é preciso mudar na especialidade?

Esta quinta-feira, António Costa recebeu críticas de todas as direções no plenário, quando os partidos discutiram a proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2018 — em especial sobre a proposta de alteração ao regime simplificado do IRS, que se aplica aos trabalhadores independentes e também a empresários de profissões liberais. O Governo garante que não haverá um agravamento do IRS para ninguém, mas as mudanças ao regime podem resultar num aumento de impostos para alguns grupo e tem vários problemas na sua redação. António Costa já admite rever a proposta.

Anteriormente, os trabalhadores independentes apenas viam tributado 75% do seu rendimento bruto — os outros 25% eram considerados despesas e não eram tributados. As taxas do regime atual, no entanto, variam conforme os casos — os 25% aplicam-se aos trabalhadores independentes, mas são diferentes para outros dos abrangidos. No novo regime, apenas 4.104 euros são considerados despesas justificadas automaticamente e por isso não tributáveis — para conseguir que uma fatia maior do seu rendimento fique isenta de imposto, os trabalhadores terão de apresentar despesas, que podem ser prestações de serviços ou aquisições de bens, cujas faturas sejam comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira, encargos com imóveis; ou ainda despesas com pessoal a título de salários e importações.

No debate do Orçamento do Estado, Costa assumiu problemas na proposta. “Claro que é justo aproximar os rendimentos de categoria A dos de categoria B”, disse António Costa. Contudo admitiu que poderá haver problemas para uma pequena parte dos abrangidos — cerca de 10% das pessoas poderão ser afetadas negativamente. “Onde se verificar, cá [estará o Governo] disponível para corrigir”, garantiu o primeiro-ministro.

António Mendonça Mendes, o novo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, garante que a alteração proposta ao regime simplificado “visa cumprir o princípio de justiça e equidade fiscal e não aumenta a carga fiscal sobre nenhum contribuinte”.Paula Nunes / ECO

Importa destacar que a proposta não afeta apenas os trabalhadores a recibos verdes. Anabela Silva, fiscalista na EY, sublinha isso mesmo: “Temos falado, de facto, na questão dos recibos verdes por serem as pessoas que até agora não tinham de justificar qualquer tipo de despesas, mas isto aplica-se a qualquer pessoa abrangida pelo regime simplificado, incluindo por exemplo o alojamento local“.

O que pode o Governo fazer para resolver o problema?

Os fiscalistas consultados pelo ECO foram críticos, sem exceção, do novo regime proposto pelo Governo. João Espanha considera que não há forma de alterar a proposta do Governo de maneira a não haver aumento de impostos para ninguém já que “o que está em cima da mesa passa por substituir o coeficiente de dedução [os 25% do rendimento bruto] por despesa efetiva”. Ainda assim, o fiscalista admite que “o Governo pode criar uma cláusula de salvaguarda, à semelhança do que fez com o IMI, ou então criar um regime transitório no qual as novas regras não se aplicam, durante um ano ou dois, acima de um determinado valor”.

O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Rogério M. Fernandes Ferreira, também admite a hipótese de o Executivo criar um “regime transitório, que garante que as novas regras do regime simplificado só se aplicam em 2019”. O especialista afirma que o Governo poderia ter tomado outras opções, por exemplo, mexer na taxa de 25%. No entanto, “reduzir a taxa é uma forma de aumentar impostos, e não se pode dizer o contrário”, sublinha o antigo membro da equipa de António Guterres.

As opções para Manuel Faustino, no entanto, são mais reduzidas. O especista conhecido como o “pai do IRS”, já que foi primeiro diretor dos serviços do IRS do Fisco, diz que o novo regime simplificado está mal feito. “No mínimo”, explicou ao ECO, “o mais avisado e para não criar um caos e para não levar uns 600 mil contribuintes às repartições lá para junho, melhor é recomendar ao Governo que crie um grupo de trabalho técnico para durante o ano que vem analisar e criar [outra coisa], não fazer alterações avulso” à proposta atual.

Todos os fiscalistas dizem que tecnicamente não faz sentido. O Governo tem de decidir se quer ou não um regime forfetário. Um regime forfetário com faturas não existe, se não é uma contabilidade organizada com limites.

Luís Leon

Fiscalista

O fiscalista Luís Leon concorda, e é claro: “O Governo tem de eliminar a proposta de alteração”. Para o especialista, é óbvio que a proposta está mal feita. “Ou o regime é forfetário ou não é. Se o é, então o Governo tem de revogar a proposta de alteração e voltar a ser como dantes”, afirmou. “Todos os fiscalistas dizem que tecnicamente não faz sentido. O Governo tem de decidir se quer ou não um regime forfetário [em que o valor é definido por convenção]. Um regime forfetário com faturas não existe, se não é uma contabilidade organizada com limites. Não vejo uma situação em que se altere o regime sem que ninguém tenha um agravamento fiscal“, concluiu.

Quais são, afinal, as consequências práticas desta medida? Os fiscalistas consultados pelo ECO apresentaram várias consequências negativas, que António Costa terá agora de tentar alterar na especialidade:

1. Certas profissões serão afetadas negativamente

Embora o regime não se aplique apenas aos trabalhadores independentes, é possível imaginar situações concretas em que a sua aplicação seria particularmente negativa. Assunção Cristas e o CDS-PP têm dado o exemplo dos agricultores. No debate do Orçamento do Estado, a dirigente centrista disse: “Sem o assumir, está a matar o regime simplificado”, já que, por exemplo, “pequenos proprietários florestais terão um agravamento de 500 ou 600%”.

O fiscalista Manuel Faustino deu o mesmo exemplo. “Veja um agricultor. Tem certo tipo de despesas que nunca conseguirá provar. É completamente absurdo. Isto é feito por alguém que sempre viveu no ar condicionado. Alguém que nunca pôs os pés numa levada de água para regar“. E foi mais longe com um exemplo mais concreto: “Os agricultores tinham subsídios para não produzirem que eram divididos por cinco anos e eram introduzidos em IRS, porque visavam de algum modo uma substituição de rendimentos. Se ele é pago para não trabalhar que despesas é que ele vai ter para comprovar?”

“Um agricultor tem certo tipo de despesas que nunca conseguirá provar”, diz Manuel Faustino.

A fiscalista Anabela Silva, apresenta o mesmo argumento para certas profissões liberais. “O que acontece se as pessoas não incorrerem em despesas?”, perguntou. “Em muitas profissões liberais as despesas relacionadas com a atividade em alguns casos não são muito significativas. São pessoas que podem vir a pagar mais imposto”.

2. Não está esclarecido como funciona o mínimo de 4.104 euros

Os fiscalistas consultados pelo ECO também criticaram a redação da lei ao não tornar claro como deveria funcionar o mínimo de 4.104 euros em que as despesas são consideradas justificadas. “Outra questão é clarificar o volume das despesas a justificar”, diz Anabela Silva. “Na proposta, o que depreendo é que se deve deduzir ao rendimento bruto as despesas apresentadas, mas não explica que é só a parte para lá dos 4.104 euros. Deveria ser especificado”.

Manuel Faustino não poupa os legisladores ao dizer que houve uma “confusão completa e absurda na criação da lei. Eles dizem que 4.000 euros não é preciso provar. Ou seja, se eu consigo provar 15 mil euros de despesas, os primeiros 4.000 são o que não é preciso provar. E isso não vai dar 19 mil, vai dar 15 mil, vão dizer as Finanças, se isso não ficar devidamente escrito”.

3. As despesas grandes só podem ser deduzidas num ano

Luís Leon e Ana Duarte chamam a atenção para outro problema que a lei apresenta para os trabalhadores independentes ou profissionais liberais abrangidos por este regime — o facto de compras avultadas, como um carro, só poderem ser deduzidas num único ano.

“Por exemplo se pensarmos nos trabalhadores a recibo verde que precisam de uma viatura, coloca-se a questão — se compro a viatura este ano, tenho um elevado valor na e-fatura. Mas nos anos seguintes também não vou poder deduzir a quota parte da viatura”, sublinha a fiscalista Ana Duarte. No regime atual, sem a alteração proposta pelo Governo, há “um valor fixo que inclui todo o tipo de despesas que pudessem ser precisas, com um balanceamento ao longo dos anos, com o valor fixo a ser sempre o mesmo”.

António Costa foi criticado pelos partidos devido ao regime simplificado de IRS que consta da proposta do Governo.Paula Nunes/ECO

Há mais exemplos. “No alojamento local, imagine que há custos com o melhoramento do imóvel, só iria poder deduzir esses custos nesse ano… a lógica acaba por ser a mesma”, completa Ana Duarte.

4. Que despesas podem ser deduzidas?

E ao nível das despesas não é tudo. Tanto a proposta de lei como os governantes têm sido vagos em relação a quais despesas que são dedutíveis. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais tem dito que as “relacionadas” com a atividade estariam incluídas, mas essa definição não é de todo fechada. António Mendonça Mendes deu o exemplo de “as contas de supermercado” no caso dos tradutores (que tipicamente trabalham em casa), os fatos no caso dos advogados ou os carrinhos de bebé no caso das amas.

Anabela Silva considera que está tudo muito indefinido. “Uma pessoa pode entender que uma determinada despesa é relacionada com a atividade e outra não. A questão por exemplo da roupa de trabalho. Se um fato é ou não é uma despesa relacionada com a atividade — também pode ser usado para um evento social. Isto vai gerar muita discussão entre a AT e os contribuintes”.

Além disso, “o e-fatura não resolve o problema, porque não permite partir despesa”, lembra Luís Leon. “Por exemplo, afetar à atividade uma parte da fatura da eletricidade e a outra não. Se for o contribuinte a partir a fazer a divisão, numa inspeção [do Fisco] o tema pode ser dado a discussão”, frisou, ou seja, “introduz litigância, num regime que era simplificado”.

Conclusão? “Ou haverá uma clarificação ou podemos esperar aqui bastante litigância, à semelhança do que já acontece no IRC, nas empresas. Esta é uma área que de facto deveria ser clarificada se avançar o regime nos moldes que estão atualmente previstos”, diz Anabela Silva.

5. Para combater a fraude, porque não começar no IRC?

Segundo o relatório da proposta orçamental, a medida serve para “combater e evitar práticas de evasão fiscal”. Mas para o fiscalista Manuel Faustino, essa justificação não faz sentido.

“Há, absurdamente, uma insuficiência técnica nesta proposta”, afirmou ao ECO. “Apanhou toda a gente de surpresa. Modéstia à parte, eu reputo conhecer um bocadinho o que é o IRS e tenho a dizer que não existe por detrás qualquer fundamentação técnica nem sequer estatística sobre” fraude a este nível.

“Hoje dizem que há suspeições que há gente a usar isto indevidamente. Então e nas empresas não há?”, pergunta. “O IRC também tem um regime simplificado. Quem está nesse regime? Quem vê que lhe interessa, porque os restantes estão na contabilidade organizada. A existir aproveitamento, é mais no IRC do que no IRS!“, conclui.

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Administração Interna manda encerrar discoteca Urban Beach

  • ECO e Lusa
  • 3 Novembro 2017

A discoteca vai ficar encerrada por seis meses, período durante o qual o proprietário terá de adotar medidas para corrigir a situação. Governo manda ainda investigar a empresa de segurança PSG.

As autoridades encerraram a discoteca Urban Beach, em Lisboa, na madrugada desta sexta-feira, depois do episódio das agressões a dois jovens junto às instalações daquele estabelecimento de diversão noturna, revela uma nota enviada às redações pelo Ministério da Administração Interna. O Governo ordenou ainda à PSP que faça uma fiscalização à empresa de segurança privada PSG.

“O Ministério da Administração Interna determinou o encerramento do estabelecimento K Urban Beach, na sequência dos acontecimentos da madrugada de 1 de novembro”, refere a mesma nota, acrescentando que “a avaliação assentou igualmente nas 38 queixas efetuadas à PSP sobre este estabelecimento ao longo do ano de 2017“. A decisão “foi tomada após audição do presidente da Câmara Municipal de Lisboa”, Fernando Medina, e a notificação à administração da discoteca foi feita cerca das 4h30. O estabelecimento foi encerrado com a evacuação das pessoas que se encontravam no interior.

Esta medida, indicou o Governo numa segunda nota emitida esta manhã, é “cautelar” e tem o prazo de seis meses, “período durante o qual o proprietário do estabelecimento deve adotar as medidas necessárias ao regular funcionamento do mesmo que vierem a ser determinadas pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP no que respeita às condições de segurança”.

Em declarações à Lusa, Paulo Dâmaso disse que a notificação já foi enviada para os advogados da Urban Beach, que estão a analisar o assunto para decidir o que fazer. “Costuma dizer-se que a Justiça mais vale ser feita na praça pública e desta vez resultou. Toda a pressão mediática levou a isto”, lamentou o administrador.

Numa nota emitida ao início da madrugada desta sexta-feira, o administrador da Urban Beach repudiou a agressão de dois jovens junto às suas instalações, ocorrida na madrugada de quarta-feira e que envolveu seguranças que prestam serviço na discoteca, e disse que se tratou de um problema de segurança na via pública. Ainda assim, reconheceu que a discoteca já tinha contactado a empresa PSG, exigindo a suspensão imediata dos seguranças envolvidos no caso e a instauração de processos disciplinares.

O administrador da Urban Beach aproveitou ainda para recordar que já por diversas vezes solicitou “um policiamento efetivo e eficaz nas imediações de todos os seus estabelecimentos de diversão noturna e volta a insistir no pedido, “a fim de evitar de uma vez por todas futuras situações de insegurança na via pública”. “O Grupo K tem uma estrutura de diversão noturna com trinta anos espalhada por diversas casas de norte a sul do país e a sua imagem está a ser posta em causa por factos que estão perfeitamente identificados de terceiros”, conclui o administrador do bar lisboeta.

PGR promete investigação rápida

Entretanto, o Ministério Público abriu um inquérito sobre as agressões, investigação que decorre em articulação com a PSP. A procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, defendeu que “não pode haver qualquer tipo de complacência” para com os atos de violência cometidos em Coimbra e junto à discoteca Urban Beach e prometeu uma investigação rápida.

“São casos preocupantes porque o grau de violência é elevado. Temos de estar atentos, não só para uma investigação rápida, mas também para acionarmos todos o meios de prevenção deste tipo de crimes”, disse Joana Marques Vidal, à margem de um seminário promovido pela Eurojust em Lisboa.

São casos preocupantes porque o grau de violência é elevado. Temos de estar atentos, não só para uma investigação rápida, mas também para acionarmos todos o meios de prevenção deste tipo de crimes.

Joana Marques Vidal

Procuradora-Geral da República

A procuradora-geral da República sublinhou que para este tipo de violência “não pode existir qualquer tipo de complacência”.

Câmara diz só ter poderes para limitar horários

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) esclareceu que apenas tem poderes para limitar horários nos estabelecimentos da cidade e que as questões de segurança, como a que envolveu a agressão junto ao Urban Beach, são responsabilidade da PSP.

“Ao abrigo do regulamento de horários, a CML apenas pode aplicar limitações ao horário de funcionamento de estabelecimentos. No caso das motivadas por perturbação da tranquilidade pública, e como já foi aplicado noutros casos, sempre a pedido ou em coordenação com a PSP, como entidade responsável de segurança pública e de forma a não prejudicar qualquer iniciativa em curso ou pretendida por esta polícia”, refere a autarquia, em comunicado.

Já esta manhã, Fernando Medina volta a sublinhar que “a Câmara de Lisboa não tem competências para retirar licenças“, mas pede “um cabal esclarecimento de todos os factos que a investigação possa decorrer”. Em declarações transmitidas pela SIC Notícias, o presidente da Câmara de Lisboa disse ainda que a decisão de encerrar a discoteca foi “um sinal importante para que a cidade viva em segurança e em tranquilidade”.

PSP vai investigar empresa de segurança privada

Já depois de ter ordenado o encerramento do Urban Beach, o Ministério da Administração Interna determinou, esta manhã, que a PSP faça uma ação de fiscalização da atividade da empresa de segurança privada envolvida neste caso, a PSG, responsável pela segurança na discoteca. “Será também convocado o Conselho de Segurança Privada para análise da situação ocorrida no estabelecimento K Urban Beach”, indica o comunicado enviado às redações.

“Este Conselho é um órgão de consulta do ministro da Administração Interna que integra a Inspetora Geral da IGAI, o Comandante Geral da GNR, o Diretor Nacional da PSP, o Diretor Nacional do SEF, o Diretor Nacional da PJ, o Secretário Geral do MAI e representantes de associações de empresas de segurança privada e de associações representativas do pessoal de vigilância”, explica o Ministério.

A empresa de segurança PSG, por seu lado, repudiou este tipo de comportamentos e garantiu que vai tomar todas as diligências para punir os responsáveis. Em comunicado, a PSG – Segurança Privada diz que teve conhecimento do caso através das imagens divulgadas nas redes sociais e em órgãos de comunicação social e garante que “os responsáveis serão punidos de forma exemplar, de acordo com a gravidade do comportamento”.

“A PSG lamenta profundamente o sucedido e apresenta desde já desculpa aos visados, garantindo que irá desenvolver todos os esforços para seguir a sua missão de proteger e transmitir confiança àqueles a quem assegura a sua segurança”, escreve a empresa, acrescentando que “tudo fará para continuar a merecer a confiança dos seus clientes e do público em geral”.

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Incêndios de outubro pesam mais de um terço nas indemnizações da última década

  • ECO
  • 3 Novembro 2017

Na última década, as indemnizações decorrentes de catástrofes naturais deram uma despesa de 571 milhões de euros às seguradoras. Os incêndios deste outubro são responsáveis por um terço desta conta.

Os incêndios de outubro colocam 2017 como o pior ano em termos de estragos com catástrofes naturais. As indemnizações pagas pelas seguradoras na sequência da tragédia dos dias 15 e 16 foram de 200 milhões de euros: este número, provisório, já ultrapassa um terço da despesa total com catástrofes naturais nos últimos dez anos.

A Associação Portuguesa de Seguradores avança o número que, embora provisório, excede as indemnizações atribuídas em 2010, quando se deu a tempestade que afetou mais de 500 casas e 300 empresas na Madeira. Os 200 milhões dos incêndios de outubro somam assim aos 22,4 milhões em indemnizações que foram necessários para cobrir os eventos de Pedrógão Grande, avança o Dinheiro Vivo.

[Em 2017 deflagraram] 3.639 incêndios florestais e 12.974 fogachos que resultaram em 418.087 hectares de área ardida de espaços florestais, entre povoamentos e matos

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas

Mas não é só em termos de indemnizações que os números impressionam. O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas diz que 2017 foi o ano com a maior área ardida desde 2007: 407% acima da média da década. Até ao dia 16 de outubro, registaram-se “3.639 incêndios florestais e 12.974 fogachos que resultaram em 418.087 hectares de área ardida de espaços florestais, entre povoamentos e matos”, assinala o instituto.

Enquanto a situação que ocorreu em Portugal foi de facto anormal e extraordinária, as perdas – sinistros – para as seguradoras fazem parte do seu negócio

João Sales Caldeira

Sócio da Deloitte

Segundo a consultora Deloitte, as seguradoras devem ser ativas na prevenção, embora as perdas façam parte do modelo de negócio. “Enquanto a situação que ocorreu em Portugal foi de facto anormal e extraordinária, as perdas – sinistros – para as seguradoras fazem parte do seu negócio”, disse João Sales Caldeira, sócio da Deloitte Portugal, ao Dinheiro Vivo.

A mesma fonte defende que “o setor segurador pode e deve ter um papel ativo neste processo, podendo promover o investimento em tecnologia que permita antecipar riscos e alertar para potenciais situações de alarme, tal como já é feito em outros ramos do mercado segurador”.

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Desemprego espanhol sobe. Catalunha é a região que mais sofre

  • ECO e Lusa
  • 3 Novembro 2017

Catalunha foi a região espanhola onde o desemprego mais cresceu em outubro. Em geral, o número de desempregados nesse país registou um aumento de 56.844 pessoas em relação a setembro.

O número de desempregados inscritos nos serviços públicos espanhóis de emprego registou em outubro um aumento de 56.844 pessoas em relação ao mês anterior, alcançando um total de 3.467.026. Segundo o El País, a região mais afetada (em termos absolutos) por esta tendência foi a Catalunha, com mais 14.698 pessoas sem emprego do que em setembro.

Segundo os dados publicados, esta sexta-feira, em Madrid pelo Ministério do Emprego e da Segurança Social de Espanha, em comparação com um ano antes, o número de desempregados diminuiu 297.956.

O desemprego mensal só diminuiu no setor da construção civil (menos 5,190) e entre aqueles que procuram o primeiro emprego (menos 173), tendo aumentado no setor dos serviços (+50,985), na agrícola (+9,194) e na indústria (+2,028).

Por outro lado, o número médio de pessoas inscritas nos serviços de Segurança Social espanhóis registou um aumento de 94.368 pessoas em outubro em relação ao mês anterior, tendo alcançado as 18.430.529 de pessoas ocupadas.

Apesar do aumento do desemprego, o número de inscritos na Segurança Social também revela um aumento do emprego — mais 94.368 pessoas face ao mês anterior, para atingir um total de mais de 18 mil pessoas ocupadas. Como sublinha o CincoDías (conteúdo em espanhol), apesar de estes dados serem piores do que o registado há um ano, este é o terceiro melhor registo da série do Ministério do Emprego que teve início em 2001. Quando os dados são expurgados de sazonalidade, o emprego melhora em cem mil pessoas, algo que não se via desde o primeiro trimestre deste ano.

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Incêndios. São precisos 250 milhões para recuperar empresas de Viseu

  • Lusa
  • 3 Novembro 2017

Conselho Empresarial diz que Estado tem criar condições para o investimento para que a recuperação da capacidade produtiva de Viseu acelere. Apela também ao "impulso empreendedor" dos empresários.

A recuperação da capacidade produtiva das empresas da região de Viseu que foram afetadas pelos incêndios de outubro exige um investimento de 250 milhões de euros, estima o Conselho Empresarial.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o presidente do Conselho Empresarial da Região de Viseu (CERV), João Rebelo Cotta, refere que “é de todo o interesse que estas empresas iniciem o mais rápido possível a sua recuperação produtiva”.

“Tal exige que os empresários mantenham o impulso empreendedor e que o Estado crie as condições para incentivar o investimento, acelerar a recuperação e permitir que as medidas excecionais apresentadas pelo Governo sejam céleres e cheguem aos seus destinatários”, defende.

No entender do CERV, deveria ser “estruturado um programa de relançamento económico e social da região de Viseu que inclua as várias atividades económicas e que permita potenciar os meios destinados a este território”.

“Este plano de emergência e de recuperação económica passa por decisões céleres do Governo, pelo acionamento dos meios financeiros adequados e por uma estrutura próxima, em diálogo com as autarquias e associações empresariais”, propõe.

Segundo João Rebelo Cotta, o CERV está “disponível para colaborar com todas as entidades regionais e nacionais envolvidas nesta matéria, para que as medidas propostas pelo Governo sejam eficazes na sua implementação”.

Uma maior aposta na proteção e aproveitamento de todas as potencialidades da floresta, “através de medidas de gestão integrada, valorizando as ações que promovam as funções ecológicas, sociais e culturais dos espaços florestais, em articulação com a implementação de medidas de prevenção e gestão estratégicas de risco de incêndio”, é outra proposta que deixa.

O CERV contabilizou centenas de empresas “diretamente atingidas pelos incêndios, algumas com a destruição completa de fábricas e explorações agrícolas, pecuárias e agroindustriais”.

Trata-se de “um número significativo de empresas que viram a sua capacidade produtiva fortemente reduzida e, por conseguinte, um impacto social significativo, quer nos trabalhadores diretamente afetados, quer na economia regional e nacional”, acrescenta.

Na sua opinião, a situação de interioridade da região de Viseu “potencia ainda mais os impactos com a perda de empresas e os respetivos postos de trabalho”.

“Existe todo um ecossistema económico-social, local e regional que depende direta e indiretamente das empresas atingidas e dos seus trabalhadores”, alerta.

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CTT recuam 3% para novo mínimo. Título já perdeu 27% em quatro dias

O índice de referência da praça bolsista lisboeta segue a desvalorizar em torno de 0,5%. Os CTT voltam a ser o patinho feio da bolsa de Lisboa, mas as energéticas é que pesam no desempenho.

A bolsa de Lisboa agravou as perdas ligeiras com que arrancou a sessão. O PSI-20 já desvaloriza em torno de 0,5%, condicionado pela queda dos títulos do setor energético, sobretudo do grupo EDP, num dia em que os CTT abriram a avançar, mas rapidamente inverteram de rumo. As suas ações já perdem em torno de 3%, batendo novos mínimos históricos. Desde terça-feira, o título já perdeu 27%.

O índice de referência da praça lisboeta segue a desvalorizar 0,55%, para os 5.417,05 pontos, com nove títulos negativos e oito em terreno positivo. A Ibersol ainda não negociou. As ações dos CTT voltam a destacar-se pela negativa, sendo que já tocaram um novo mínimo histórico nos 3,63 euros, correspondentes a uma queda de 4,02%. As ações da empresa liderada por Francisco de Lacerda seguem a perder 2,86%, para os 3,67 euros, estendem assim as perdas de quase um quarto de valor registadas nas três sessões anteriores.

O título continua a ser penalizado pelas perspetivas negativas dos investidores perante os maus resultados dos CTT e pelas consecutivas revisões em baixa de avaliação por parte as casas de investimento. O Goldman Sachs é um dos exemplos mais recentes. De acordo com a Bloomberg, o banco de investimento baixou a recomendação para o título de “comprar” para “neutral”.

Contudo, são a EDP e a EDP Renováveis que mais pressionam o PSI-20. As ações da EDP recuam 1,39%, para os 3,06 euros, um dia depois de a empresa liderada por António Mexia ter apresentado uma subida de 86% nos seus lucros dos primeiros nove meses do ano, para 1.147 milhões de euros. Um resultado que foi, contudo, conseguido devido à mais-valia conseguida com a venda na Naturgás. Sem o efeito extraordinário, os lucros teriam subido de 615 milhões para 633 milhões de euros. Ou seja, apenas 3%.

Já a EDP Renováveis vê as suas ações recuarem 1,22%, para os 7,072 euros. O mesmo sentido é seguido pela Galp Energia, que vê as suas ações desvalorizarem 0,16%, para os 16,03 euros.

(Notícia atualizada às 8h35 com novas cotações e correção da desvalorização das ações dos CTT)

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