Brexit pode comprometer capacidade de financiamento do BEI

O alerta é dado pelo próprio presidente do Banco Europeu de Investimento. A saída do Reino Unido da UE implica a perda de um dos quatro maiores acionistas do banco.

O Banco Europeu de Investimento (BEI) poderá ver comprometida a sua capacidade de financiamento na sequência do Brexit. O alerta foi dado pelo presidente da instituição sedeada no Luxemburgo que recorda que, com a saída do Reino Unido, o banco vai perder um dos seus principais acionistas.

Werner Hoyer, num encontro com jornalistas no Luxemburgo, lembra que a saída do Reino Unido implica perder um acionista com 16% do capital do banco (39,19 mil milhões de euros, a par da Alemanha, França e Itália).

Estrutura acionista do BEI a 1 de julho de 2013

Além disso, acrescenta, o facto de o Reino Unido não ter um banco de fomento faz com que esteja altamente dependente do BEI para financiar projetos, que vão desde os túneis em Londres, aos projetos de eólicas, passando por habitações sociais. Ativos de elevada qualidade que também ajudam a instituição a manter o seu rating AAA.

Em causa estão empréstimos do BEI a promotores no Reino Unido na ordem do 54 mil milhões de euros. A perda de acesso a este financiamento já foi, aliás, sublinhada pelo ministro britânico das Finanças, Philip Hammond.

O responsável garante que o Brexit será “uma situação em que todos perdem”, sem exceção. Num tom descontraído, Werner Hoyer, quando lhe foi colocada a primeira questão sobre as consequências da saída do Reino Unido frisou: “Estava bem disposto, até agora”.

O Brexit é um verdadeiro desafio para nós. É uma situação em que todos perdem.

Werner Hoyer

Presidente do BEI

As implicações da saída do Reino Unido ainda estão a ser estudadas e negociadas e apesar das “conversas positivas” que têm sido levadas a cabo, Werner Hoyer lembra que a decisão comunitária é negociar a uma só voz. “Os Estados membros, a Comissão Europeia, o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu decidiram negociar com o Reino Unido em conjunto. Fazemos parte dessa equipa. Não temos negociações paralelas”, garante Werner Hoyer. “Claro que, o senhor Hammod, com quem tive um diálogo muito, muito positivo, preferiria falar bilateralmente connosco, porque tem em jogo interesses chave. Mas a UE não o permite e não vamos minar a posição negocial do senhor Barnier”, sublinhou o presidente do BEI.

Esta posição negocial conjunta exige uma concertação entre instituições que funcionam com base num orçamento — como a Comissão — e instituições que assentam no mercado de capitais, como o BEI. Werner Hoyer está confiante que não há riscos para os investidores do BEI ou para o seu rating AAA, porque “a qualidade da carteira de ativos é inquestionável”, mas também “porque o modelo de negócio é sólido“. Aos Estados membros, o presidente do BEI pede “uma promessa de lealdade, dizendo que apoiam o atual modelo de negócio” porque, se a instituição perder a notação AAA “vai-lhes custar muito”. “Em especial os países que mais precisam de nós. O Luxemburgo, a Alemanha ou a Áustria podem viver bem com menos projetos do BEI, mas o sucesso que tivemos em Chipre ou os grandes progressos na Grécia poderão estar em risco, se não insistir na estabilidade do nosso modelo de negócio”, alertou.

Para já o presidente do BEI afasta a necessidade de contribuições em dinheiro por parte dos Estados membros, porque as reservas do banco “são enorme”.

Não creio que venham a ser necessárias contribuições em dinheiro, porque as nossas reservas são enormes.

Werner Hoyer

Presidente do BEI

Com a saída do Reino Unido, a solução poderá passar, admite o responsável, pela “transformação de parte das reservas em capital aumentado assim o montante do capital social”. “É algo que os Estados membros podem engolir mais facilmente porque não têm de pagar um cêntimo em dinheiro”, justifica.

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Governo tem nas mãos margem de 980 milhões no Orçamento de 2017

  • Margarida Peixoto
  • 27 Setembro 2017

A execução orçamental segue a bom ritmo. Mesmo descontando os impactos negativos esperados por Mário Centeno para o segundo semestre, há neste momento margem de 0,5% do PIB.

Em 2016, Mário Centeno chegou a um défice de 2% do PIB, quando a meta era de 2,4%. Este ano pode repetir o brilharete.

A julgar pelos números da execução orçamental, e pelas explicações do próprio Governo sobre o andamento das contas, o Executivo tem neste momento nas mãos uma margem de 980 milhões de euros face ao que estava desenhado no Orçamento do Estado deste ano. Acreditando nos números iniciais, e se não se verificarem derrapagens nos últimos quatro meses do ano (pressupostos que não são 100% seguros), o défice no final do ano até pode ficar bem abaixo da meta de 1,5% do PIB.

Mário Centeno, ministro das Finanças, tem demonstrado forte confiança no cumprimento da meta do défice deste ano. Isto apesar de, nos últimos dois meses, ter vindo a sublinhar que há 1.500 milhões de euros de impactos negativos nas contas que só se vão verificar nos últimos meses de 2017. Porque é que o ministro está assim tão confortável com os números?

Os dados da execução orçamental que têm vindo a ser publicados pela Direção-Geral do Orçamento justificam, por enquanto, bastante confiança. E podem até dar gás ao BE e ao PCP nas reivindicações que fazem para o Orçamento do Estado de 2018 — o documento está neste momento a ser negociado, e um dos principais pontos de discórdia, o alívio do IRS, está preso por uma diferença de 400 milhões de euros.

Mas vamos por partes. Quando Mário Centeno desenhou o Orçamento do Estado para 2017, projetou um défice em contabilidade de caixa de 4.763,4 milhões de euros. Este valor era compatível com a meta de défice de 1,6% do PIB, a primeira a ser apresentada para 2017. Mais tarde, a meta foi revista para 1,5%.

Face a 2016, os números do Orçamento pressupunham uma degradação do défice em contas públicas na ordem dos 581 milhões de euros. Ou seja: na ótica de caixa, o défice até pode aumentar, que isso corresponde a um défice na contabilidade que interessa a Bruxelas (ótica de compromisso) mais baixo do que o verificado no ano passado. Em termos simples, a diferença entre a ótica de caixa e a de compromisso é que a primeira regista as receitas e as despesas no momento em que os fluxos saem, ou entram, de caixa. Enquanto a ótica de compromissos regista os valores no momento em que o compromisso é assumido, independentemente de ser pago logo no mesmo momento, ou mais tarde. Pode ler mais sobre os vários tipos de défice aqui.

O que dizem os dados da execução orçamental entre janeiro e agosto? Mostram uma melhoria face a 2016 na ordem dos 1.900 milhões. Isto é, em vez de o saldo orçamental em contas públicas se estar a degradar, como estava implícito no OE2017, está a melhorar.

Perante estes dados, o ministro das Finanças deixou um aviso: há 1.500 milhões de euros que vão prejudicar as contas nos últimos quatro meses do ano. Este impacto deve-se, fundamentalmente, a três razões:

  1. O pagamento do subsídio de Natal aos funcionários públicos está a ser feito de forma diferente face a 2016. Agora apenas 50% é pago em duodécimos, sendo o resto pago em novembro. Isto alivia a despesa com pessoal durante dez meses, mas há-de pesar depois. O ministro não referiu, mas a situação repete-se com os pensionistas, que recebem 50% do subsídio de Natal entre novembro e dezembro.
  2. Ao contrário do que aconteceu em 2016, este ano não se vai verificar o impacto positivo da receita do PERES (Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado) que foi considerado one-off. Estão em causa quase 392 milhões de euros, segundo números do OE2017.
  3. E também não se vai verificar o impacto positivo da devolução das pre paid margins da União Europeia, no valor de 264 milhões de euros.

Ora, há que subtrair estes 1.500 milhões de euros à melhoria de 1.900 milhões de euros que a execução revela até agosto. Feita a conta, a melhoria ‘real’ passa para apenas 400 milhões de euros face ao ano passado.

Contudo, é preciso não esquecer que Centeno esperava que o défice em contas públicas, na verdade, subisse (nos tais 581 milhões de euros). Introduzindo este elemento, chega-se a uma margem atual na ordem dos 980 milhões de euros.

O que é que esta margem significa?

Esta ‘margem’ de 980 milhões de euros é o mesmo que dizer que há uma ‘folga’ no Orçamento? Não necessariamente — e é por isso que este artigo se refere a ‘margem’, e não a ‘folga’.

O ECO contactou três peritos — que preferiram não ser identificados — para validar as contas. Todos validaram o exercício, desde que os pressupostos estejam corretos. Isto é: para que os números sejam estes, é preciso assumir que o défice em contas públicas apresentado no OE2017 corresponde à meta definida perante os portugueses e a Comissão Europeia de 1,5% do PIB (ou 1,6%, como inicialmente). É preciso assumir que não houve rubricas suborçamentadas, que os ajustamentos entre a contabilidade de caixa e a de compromisso se mantêm constantes, e que os 1.500 milhões de euros de impactos negativos identificados pelo Executivo estão corretos.

Mas dois dos especialistas — ambos com experiência na análise de resultados orçamentais — deixaram um alerta: são raros os orçamentos com folgas. É mais comum haver rubricas suborçamentadas que, ao longo do ano, acabam por anular os desvios positivos. Daí que considerem prudente não assumir já metas mais exigentes do que 1,5%, sob risco de o que agora parece um desvio positivo acabar por se transformar na tábua de salvação da execução orçamental lá para o final do ano.

Há também que contar com o potencial impacto da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos. A forma de contabilização da injeção de capitais públicos ainda está a ser discutida entre o Instituto Nacional de Estatística e o Eurostat, mas o efeito negativo no défice pode chegar aos 2,1 pontos percentuais. O que significa que se Centeno cumprir a meta definida, o resultado final do défice salta para 3,6% do PIB (um desvio considerado significativo por Bruxelas face ao limite dos 3%). Mas basta o valor do défice antes do efeito CGD ficar uma décima abaixo da meta para que o desvio fique dentro do limite aceitável (0,5 pontos percentuais).

Além disso, quanto mais baixo for o défice deste ano, mais difícil se torna o exercício orçamental de 2018 — que tem de continuar a consolidar para cumprir as regras europeias, lembrou um perito da equipa das Finanças ao ECO. Mais: politicamente é difícil para o Governo justificar perante o BE e o PCP porque é que os serviços públicos continuam com tantas restrições orçamentais (ou porque é que o IRS não pode descer mais depressa, ou porque é que o descongelamento de carreiras tem de ser faseado, etc.) se o défice está já tão baixo. Daí que o Executivo possa optar por usar parte desta margem para aliviar a pressão junto dos serviços. Mas ter essa “opção” não deixa de ser uma novidade face aos anos anteriores.

Contactado, o Governo não quis comentar os números do ECO. “O Ministério das Finanças não se vai pronunciar sobre essa questão. Além dos comentários do comunicado de imprensa de ontem, mantêm-se neste momento as previsões contidas no Programa de Estabilidade,” respondeu fonte oficial. Em baixo pode ver as previsões do Programa de Estabilidade.

Previsões do Programa de Estabilidade

Fonte: Programa de Estabilidade 2017-2021

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Estará Michel Combes de saída da Altice?

Segundo um jornal francês, Michel Combes, CEO da Altice e líder da operadora francesa SFR, terá o cargo em risco devido a resultados pouco satisfatórios e ao regresso de Armando Pereira à telecom.

Conferência de imprensa no dia em que a Altice anunciou compra da parte da Prisa na Media Capital. À direita, Michel Combes. À esquerda, Alain WeillHenrique Casinhas/ECO

Michel Combes, o presidente executivo da Altice e líder da operadora SFR em França, poderá ter os dias contados no grupo. De acordo com o jornal francês La Tribune, que cita duas fontes próximas da telecom francesa, resultados pouco satisfatórios e o regresso do português Armando Pereira à operadora serão dois fatores a ameaçar a cadeira do gestor nestes cargos de topo do grupo franco-israelita.

Segundo o jornal, por um lado, apesar de Michel Combes ter tomado as rédeas da SFR em 2015, a subsidiária da Altice terá perdido 2,5 milhões de clientes desde 2014. Concretamente no segmento mobile, a operadora tem vindo a aumentar o número de clientes, mas à custa de promoções, indica o La Tribune

Some-se a isso uma derrapagem ligeira do ARPU (average revenue per user, ou receita média por subscritor) no segundo trimestre deste ano, de 22,6 euros para 22,5 euros. Verificou-se o mesmo fenómeno no que toca ao segmento da internet.

Por outro lado, o português Armando Pereira, parceiro de Patrick Drahi e um dos fundadores da Altice, está de regresso à SFR — e, segundo afirmou uma fonte ao jornal francês, a relação com Michel Combes não será a melhor, ainda que a Altice diga o contrário.

Apesar de não ser certo que o gestor esteja a pressionar no sentido de uma saída de Combes do grupo, isso provará, ainda assim, que a gestão de Combes não estará a produzir os resultados pretendidos. O jornal acrescenta que Armando Pereira é conhecido por isso mesmo: ser o ativo principal de Drahi no que toca a reestruturar, cortar custos e limpar as subsidiárias do grupo Altice.

É “pura fantasia”, garante a Altice

Em comunicado enviado ao La Tribune, a Altice “contesta formalmente” estas informações, garantindo “haver um alinhamento completo na gestão do grupo”. “Uma equipa liderada por Michel Combes, também CEO da Altice, com Armando [Pereira] como vice-CEO do polo das telecomunicações nos próximos meses, e Alain Weill na parte dos media”, indicou fonte oficial ao jornal francês.

“Alain [Weill] recebeu, aliás, a missão de preparar a estrutura de convergência da companhia”, acrescentou a mesma fonte oficial. E concluiu: “A estratégia do grupo é clara, os acionistas e a gestão estão perfeitamente alinhados. O resto é pura fantasia.”

Tanto Armando Pereira como Michel Combes, Alain Weill e o próprio Patrick Drahi estiveram em Lisboa este verão, na apresentação do negócio da compra da Media Capital, dona da TVI, pela sua subsidiária, a PT Portugal, dona da Meo.

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Jorge Rebelo de Almeida no ECO24: “Airbnb não me faz confusão nenhuma”

Jorge Rebelo de Almeida foi o convidado do ECO24. Recorde aqui os principais momentos da entrevista ao presidente do grupo hoteleiro Vila Galé.

No Dia Mundial do Turismo, Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo hoteleiro Vila Galé, foi o convidado do ECO24, programa de economia do ECO em parceria com a TVI24. Recorde aqui os principais momentos da entrevista.

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Confederação do Turismo Português defende criação de ministério próprio para setor

  • Lusa
  • 27 Setembro 2017

O presidente da Confederação do Turismo Português (CTP), Francisco Calheiros, defendeu esta quarta-feira a criação de um Ministério do Turismo que liberte o sector de constrangimentos.

“A CTP irá apresentar uma proposta, ainda não aprofundada, ao atual executivo para encontrar um modelo de ‘governance’ que integre, entre outras iniciativas, um Ministério do Turismo”, afirmou Francisco Calheiros durante um encontro a decorrer em Vila Nova de Gaia para assinalar o Dia Mundial do Turismo.

O responsável destacou a “importância de encontrar um novo modelo de ‘governance’ que não se limite à gestão do turismo enquanto atividade económica, mas que o liberte de constrangimentos e potencie toda a sua capacidade de gerar emprego e riqueza”.

Para Francisco Calheiros, “o bom momento” que o turismo atravessa atualmente “não é um fenómeno passageiro”, mas não deve ser tomado “como garantido”, razão pela qual “há compromissos que têm que ser assumidos [e] há medidas por tomar para assegurar a competitividade e sustentabilidade do turismo”.

“Os vários instrumentos financeiros criados para capacitar e fortalecer o tecido empresarial devem agora ser utilizados na modernização, internacionalização e adoção de novos modelos de negócio das organizações, de forma a garantir a sua sustentabilidade em períodos menos favoráveis”, realçou, destacando ainda a “necessidade de integrar o turismo num modelo de sustentabilidade ambiental, essencial ao equilíbrio da paisagem e do património”.

Defendendo que o país tem “margem para crescer nos principais países emissores e mais ainda em mercados de grande dimensão como os EUA, a China, o Japão e a Coreia”, o presidente da CTP considera que falta em Portugal “uma solução definitiva para garantir mais ligações aéreas, dado que o aeroporto de Lisboa se encontra no limite da sua capacidade”.

“Há que ter a coragem de assumir de que nada serve apostar em projetos estruturantes e de grande dimensão, se não mantivermos suficientemente aberta a principal porta de entrada em Portugal, ou se continuarmos a permitir que os turistas que chegam de fora do espaço Schengen esperem horas para conseguir sair do aeroporto, porque os serviços de estrangeiros e fronteiras não funcionam”, criticou.

“Turistificação e gentrificação das cidades”

O responsável considera ainda que “há muitos desafios para superar”, nomeadamente situações como a “turistificação e gentrificação das cidades”, o impacto do turismo na mobilidade e no modelo de desenvolvimento dos espaços urbanos e a pressão ambiental.

“Há um debate público alargado a fazer sobre estas matérias (…), a CTP está disponível e pronta para fazer este debate”, adiantou, frisando que “os agentes do sector privado não podem continuar excluídos das decisões”.

Ainda sobre desafios e apostas do turismo para o futuro, Francisco Calheiros assinalou que “a formação e qualificação das pessoas que se dedicam à atividade turística assume um papel essencial, tal como a adoção de um quadro legislativo que respeite e siga a especificidade desta indústria”.

Um ano depois de apresentar o ‘Turismo em Movimento — Roteiro para a Competitividade’, um projeto da CTP — Confederação do Turismo Português, em parceria com a PwC – Pricewaterhousecoopers, Francisco Calheiros aproveitou para deixar alguns números de 2017 que “ficará para a história como o ano em que o turismo cresceu em quase todos os indicadores: dormidas, hóspedes, proveitos, regiões, mercado interno e mercado externo”.

“A região Porto e Norte é extraordinário exemplo deste sucesso. Os últimos dados do INE indicam que a região regista, em valores acumulados a julho, 2,3 milhões de hóspedes e mais de quatro milhões de dormidas, o que representa um aumento de 8,2% face ao ano anterior”, revelou.

Ao longo do último ano foram também registadas 53 milhões de dormidas, 22 milhões de passageiros nos aeroportos e 15,5 milhões de euros em exportações.

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Wall Street avança com ajuda da Fed e Trump

Banca esteve em grande destaque, beneficiando da expectativa do mercado de que a Fed volte a subir juros em dezembro. O plano de redução dos impostos de Trump também ajudou Wall Street.

Dia bastante positivo em Wall Street e em particular para o setor financeiro, que foi impulsionado pelas expectativas de que uma subida das taxas de juro da Reserva Federal norte-americana em dezembro vai ajudar o negócio dos bancos. A reforma fiscal de Trump também contribuiu para o sentimento positivo do outro lado do Atlântico.

Neste cenário, o índice de referência mundial S&P 500 valorizou 0,41%, enquanto o industrial Dow Jones somou 0,25%. Melhor desempenho registou o tecnológico Nasdaq, que avançou 1,15%.

“A notícia é que a Fed vai continuar a subir as taxas de juro gradualmente”, referiu Art Hogan, estratega da Wunderlich Securities, citado pela agência Reuters.

Esta terça-feira, a presidente da Fed, Janet Yellen, disse que o banco central americano precisa de continuar a subir os juros de forma gradual e que seria imprudente deixar as taxas inalteradas até que a inflação atinja os 2%.

“Isto significa que dezembro ainda está em cima da mesa e essa expectativa está a ser considerada pelos investidores. Tens a yield das obrigações a 10 anos a subir provavelmente para perto dos 2,5% e isso é bom para o setor financeiro”, sublinhou Hogan.

As ações do Bank of America subiram 2,42%. Também o JPMorgan Chase e o Citigroup avançaram 1,57% e 1,87%, respetivamente.

"A notícia é que a Fed vai continuar a subir as taxas de juro gradualmente. Isto significa que dezembro ainda está em cima da mesa e essa expectativa está a ser considerada pelos investidores. Tens a yield das obrigações a 10 anos a subir provavelmente para perto dos 2,5% e isso é bom para o setor financeiro.”

Art Hogan

Estratego da Wunderlich Securities

Por outro lado, o presidente norte-americano Donald Trump apresentou esta quarta-feira uma proposta de reforma fiscal que inclui uma descida do IRC para 20%, o fim do imposto de sucessão e a redução para três dos escalões no IRS. O programa tem como título ‘Plano unificado para corrigir o nosso falido código fiscal’, e foi apresentado como a maior reforma fiscal desde 1980.

“É melhor do que um documento de uma página mas não é claramente um plano fiscal abrangente”, sublinhou o mesmo analista à Reuters.

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? O segredo da independência financeira? No Algarve, são as casas ?

Os municípios algarvios inundam o ranking de independência financeira: Lagoa, Albufeira, Lagos e Loulé estão nos dez primeiros lugares. IMI e IMT são os grandes pilares desta independência.

No Algarve, o bom tempo chega às contas das Câmaras: os rankings de independência financeira mostram Lagoa e Albufeira no pódio, e Lagos e Loulé também estão entre os dez lugares cimeiros. O segredo do sul? Uma “gestão rigorosa”, garantem os autarcas. Mas reconhecem que há outros alicerces a suportar os bons resultados: as taxas de IMI e IMT têm assegurado uma boa parte das receitas.

Em 2016, Lisboa “menina e moça” foi a mais independente. Mas também a região do Algarve mostrou todo o seu brilho no ranking: os municípios de Lagoa e Albufeira ficaram em segundo e terceiro lugar, respetivamente. Seguiu-se Lagos, em quarto no ranking, e Loulé ainda conseguiu a nona posição.

Fonte: Anuário Financeiro dos Municípios de 2016

Quanto mais pequeno o município, mais difícil parece ser a emancipação. Os municípios de grande dimensão conseguiram em 2016 que, em média, 67,1% das receitas obtidas fossem geradas de forma independente do Estado, contra 52,2% no caso dos municípios de média dimensão. Lagoa, Albufeira, Lagos e Loulé são todos municípios de média dimensão mas têm uma vantagem a seu favor: as características do mercado imobiliário. O IMI e IMT, que incidem sobres os imóveis e respetivas transferências, são as maiores fontes de receita própria, sendo a chave do sucesso.

Peso do IMI e IMT nas receitas

Estes quatro municípios diminuíram a taxa de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), registando-se também uma quebra no valor cobrado em IMI em 2016. Albufeira destacou-se com uma quebra de 25,2%, que lhe dá a medalha da maior redução em Portugal. Apesar desta mudança, Albufeira, Loulé e Lagos conseguem posicionar-se entre os municípios que colhem mais receitas com esta taxa. Loulé fica em sexto lugar, Albufeira em 15.º e Lagos em 32.º.

Os quatro municípios voltam a encontrar-se entre aqueles que mais receita arrecadam com a taxa de Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis (IMT): Loulé em quarto, Albufeira em sétimo, Lagos em oitavo e Lagoa em 16.º. Ainda assim, Albufeira conseguiu, novamente, ser o município que fez o maior corte nesta fonte de receita. Nesta redução, Lagoa ficou em terceiro lugar. Já Loulé foi o terceiro… que mais aumentou o valor cobrado nas transferências de imóveis.

Em 2016, o número de municípios que apresentaram descida da receita de IMI foi “extraordinariamente elevado”, conta o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses: no total foram 221 municípios a diminuir estas receitas, comparando com 2015. Em relação ao IMT, pelo contrário, já não se viam tão poucos municípios a descer a taxa desde 2007.

"A redução do IMI não vai ter grande influência [no balanço]”

Divisão Financeira da Câmara Municipal de Lagoa

Contactada pelo ECO, a divisão financeira da Câmara Municipal de Lagoa comenta apenas que existe “um grande cuidado em fazer o orçamento, para que as receitas cubram a totalidade das despesas” e acredita que “a redução do IMI não vai ter grande influência” no balanço. Hugo Pereira, vice-presidente da Câmara Municipal de Lagos, justifica o quarto lugar no ranking de independência financeira também com “um misto de rigor na despesa e sucesso da cidade”. Na seu município, baixou-se o IMI e a derrama: o IMT, compensou, “ao disparar de 40% a 50%” explica o autarca.

Tijolo a tijolo, a independência

Apesar de nunca se ter debruçado em específico sobre o setor imobiliário algarvio, a experiência em fiscalidade de Mariana Gouveia de Oliveira, da Miranda e Associados, permite-lhe intuir que o extremo sul do país terá um “valor tributário mais elevado”, dada a existência de muitos imóveis com piscina, por exemplo. Grandes empreendimentos como Vale do Lobo, em Loulé, ou o Cascade Resort, em Lagos, são conhecidos do público. Também a existência de campo de ténis, fazer parte de um condomínio fechado, ter garagem ou habitar numa “localização excecional” são agravantes à taxa, segundo a Ordem dos Engenheiros.

A taxa de IMI tem vindo a baixar mas a receita no último ano cresceu, em parte por deixar de existir a isenção de offshores. Por outro lado, o mercado imobiliário tem disparado nestes últimos dois a três anos.

Hugo Pereira

Vice-presidente da Câmara Municipal de Lagos

No Algarve, os valores da avaliação bancária das casas em julho foi 26% superior à média nacional, tornando esta região na mais cara do país, mesmo à frente de Lisboa. No sul de Portugal, o metro quadrado das moradias é o mais caro — em média 1.371 euros. Nos apartamentos, a mesma unidade custa 1.316 euros. Isto contraria a tendência nacional, que valoriza mais os apartamentos em detrimento das moradias. O dinamismo do mercado imobiliário faz-se notar. No mês de julho, o Algarve registou a maior subida de preços do país em termos homólogos, de 5,6%. As moradias, mais uma vez, lideraram, com uma escalada de 8,7% em relação ao ano anterior.

Offshores também pagam (muitas) contas

Hugo Pereira salienta que “em Lagos, o valor médio de cada casa é muito elevado. Por outro lado, tem um IMI per capita muito alto, pois só é dividido pelas pessoas registadas na cidade apesar de existir muito mercado de segunda habitação — representa mais de 50%”. Mas dá outra explicação para as crescentes receitas com o imobiliário: os offshores.

O vice-presidente de Lagos não consegue precisar o peso dos imóveis detidos por offshores na receita da autarquia, apesar de concordar que têm uma contribuição relevante no aumento da receita do IMI. “A taxa de IMI tem vindo a baixar mas a receita no último ano cresceu, parte por deixar de existir a isenção de offshores e o mercado imobiliário tem disparado nestes últimos dois a três anos”. “Para os prédios que sejam propriedade de entidades (…) constantes de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças, a taxa do imposto é de 7,5 %“, lê-se no código do IMI (CIMI). Uma taxa largamente superior ao teto de 0,45% que os municípios podem aplicar nos restantes casos.

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Diretor da FPF e Estádio da Luz nomeados para prémios internacionais

  • ECO
  • 27 Setembro 2017

Tiago Craveiro, diretor da Federação Portuguesa de Futebol, poderá ser distinguido com prémio de melhor gestor no futebol. O Estádio da Luz também concorre nos prémios da World Football Summit.

O diretor-geral da Federação Portuguesa de Futebol, Tiago Craveiro, está nomeado para o prémio de melhor gestor da World Football Summit. Ao mesmo tempo, o Estádio da Luz concorre para a distinção de melhor estádio. Vencedores serão anunciados em meados do próximo mês, em Madrid, Espanha.

Tiago Craveiro ocupa o cargo naquele órgão federativo desde 2012, tendo exercido anteriormente o cargo de secretário-geral da Liga portuguesa.

Concorrem ainda para este prémio o diretor-geral do clube argentino River Plate, Gustavo Silikovich, e o presidente do clube alemão Borussia Dortmund, Hans-Joachim Watzke.

O congresso do World Football Summit realiza-se nos dias 16 e 17 de outubro, no Teatro Goya, na capital espanhola, e vai contar ainda com a presença de Pedro Proença, presidente da Liga Nos, enquanto orador entre outras tantas personalidades do mundo de futebol.

Estádio da Luz nomeado para prémio

Além do prémio de melhor gestor no futebol, o World Football Summit vai eleger ainda o melhor estádio do mundo. Entre os nomeados está o Estádio da Luz, do Benfica, juntamente com o Mercedes-Benz Stadium, casa do Atlanta Falcons (NFL) e do Atlanta United (MLS). O novo estádio San Mamés, do Athletic Bilbao, também vai a jogo.

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Novabase propõe dividendo extra de 50 cêntimos por ação

  • Marta Santos Silva
  • 27 Setembro 2017

A proposta vai ser votada no fim do mês. Tecnológica tenciona distribuir reservas e resultados acumulados no valor de 15 milhões de euros.

A Novabase propõe-se a distribuir pelos seus acionistas cerca de 15 milhões de euros em reservas e resultados acumulados, o que resulta num dividendo extraordinário de 50 cêntimos por ação, segundo um comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A proposta, que será votada no dia 26 de outubro, define que “sejam pagos aos acionistas 15.699.697,00 (…) euros, da rubrica de reservas e resultados acumulados, correspondente a um total de €0,50 (…) por ação, relativamente ao número total de ações emitidas”.

A Novabase, tecnológica que foi das entradas mais recentes para o PSI-20, fechou a sessão desta quarta-feira nos 3,20 euros por ação, inalterada relativamente ao dia anterior. Contas feitas, representa uma dividend yield de 15,6%.

A empresa optou por pagar estes dividendos, explica, porque tem liquidez suficiente para se manter em funcionamento a curto e médio prazo com bastante conforto, tendo assim “todo o interesse em promover medidas de remuneração acionista”, como contraponto às alternativas que existem no mercado no campo das aplicações financeiras.

Este ano, a Novabase já pagou um dividendo de 0,15 euros relativos ao exercício do ano anterior.

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Pedro Balsemão sobre TVI/Altice: “Quero que este negócio não avance”

À margem do congresso da APDC, Francisco Pedro Balsemão mostrou-se "preocupado" com a compra da TVI pela Meo/Altice. "Neste momento, enquanto gestor e cidadão, quero que este negócio não avance."

Francisco Pedro Balsemão, líder da Impresa, é uma voz crítica do negócio entre a concorrente TVI e a Altice, dona da MeoPaula Nunes / ECO

O nome Altice não se ouviu durante o debate do Estado da Nação dos Media, numa altura em que o grupo franco-israelita se prepara para adquirir a TVI. No entanto, à margem do congresso, Francisco Pedro Balsemão não deixou margem para dúvidas: está contra o negócio e, se avançar, haverá contra-ataque.

Em resposta a uma pergunta colocada pelo ECO, sobre se a Impresa poderia seguir um caminho semelhante caso a compra se efetive, Francisco Pedro Balsemão afirmou: “Neste momento, estou preocupado com este negócio. É natural que, se este negócio for aprovado, nós teremos que reagir. Agora, não sei dizer como. Neste momento, enquanto gestor e enquanto cidadão, quero que este negócio não avance.”

“A Impresa sempre foi a favor de uma concorrência que é sã e leal”, sublinhou o gestor, acrescentando que é necessário zelar pelas regras do pluralismo dos media. “Consideramos que há aqui, no debate [da convergência], um risco muito sério de estes dois princípios [concorrência leal e pluralismo] não serem cumpridos”, salientou.

Reiterou, por fim, a ideia que já tinha deixado durante o debate do Estado da Nação dos Media: “Somos contra este tipo de integrações verticais num mercado como o nosso, que é muito pequeno nesta área em particular dos media, que é uma área que é muito sensível.”

Francisco Pedro Balsemão (Impresa) e Gonçalo Reis (presidente da RTP) no debate do Estado da Nação dos MediaPaula Nunes / ECO

Rosa Cullell mantém intenção de ficar à frente da Media Capital

Também à margem do congresso, Rosa Cullell, antiga jornalista e, agora, presidente executiva da Media Capital, reiterou, em resposta ao ECO, a intenção de se manter na liderança da dona da TVI — isto, independentemente do desfecho do negócio com a Altice. “Eu já comentei que quero ficar. Quero ficar na Media Capital, quero ficar em Lisboa e em Portugal”, disse.

“Estou tranquila, calma, tenho de conseguir manter a liderança [da Media Capital no setor] e conseguir pôr um futuro na minha empresa. É isso que a mim me está a preocupar: pôr bons conteúdos no ar e conseguir mais e mais espetadores em todo o lado, em qualquer uma das plataformas”, acrescentou Rosa Cullell.

Sobre a possibilidade de o negócio não passar no crivo dos reguladores, sobretudo depois do parecer negativo (não vinculativo) da Anacom, Rosa Cullell disse: “Existe essa possibilidade: pode ser vetado e pode não ser.” E desvalorizou o parecer da Anacom: “Não é vinculativo. Está a pedir compromissos, está a pedir garantias. A Altice é que tem de responder, não sou eu.”

Rosa Cullell mantém as intenções de ficar à frente da Media CapitalPaula Nunes / ECO

Gonçalo Reis reconhece “impacto” do negócio no setor

Por sua vez, o presidente da RTP, Gonçalo Reis, reconheceu que o negócio terá “impacto” no setor, mas preferiu não clarificar se vai ser um impacto positivo ou negativo.

“Acompanhamos os equilíbrios acionistas dos operadores privados. Têm impacto no setor. Mas, para tratar desse tema, existem os reguladores. Existem entidades que têm de assegurar” o cumprimento da regras, defendeu.

“O nosso grande foco está na RTP, em prestar um grande serviço público. A nossa agenda é essa. A nossa obsessão é fazer bom serviço público, todos os dias e levá-lo ao maior número de pessoas possível”, acrescentou. E, sem entrar em mais detalhes, concluiu: “Qualquer alteração tem sempre impactos.”

(Noticia atualizada às 20h43 com mais informações)

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A carrinha de Cristas contra a EMEL foi multada pela… EMEL

  • ECO
  • 27 Setembro 2017

Uma das carrinhas de campanha de Assunção Cristas foi multada por estacionamento indevido. A história não causaria tamanha estranheza se a EMEL não fosse uma das bandeiras de campanha da candidata.

É uma das histórias que tem marcado o dia nas redes sociais, pelo insólito da situação.

Dois dias depois de andar a distribuir panfletos com formato semelhante às multas passadas pela Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), eis que a candidata do CDS-PP à Câmara de Lisboa, Assunção Cristas, é multada… Ou melhor, uma das suas carrinhas de campanha é bloqueada pela própria empresa de estacionamento.

A ironia da história reside, precisamente, no facto de Assunção Cristas ter dedicado uma parte relevante da sua campanha para a liderança da autarquia de Lisboa às questões relacionadas com a mobilidade e o estacionamento.

Cristas propôs, por exemplo, a criação de um programa — o “Lisboa Parque” — que diz que irá facilitar a vida dos moradores, uma vez que estes, segundo a própria, têm sido “perseguidos” pela EMEL. Este programa inclui, entre outras medidas, estacionamento gratuito nos primeiros 20 minutos, em qualquer zona da cidade, para residentes.

Para além disso, há que salientar que a dita carrinha tinha uma inscrição que incita à criação de “+Estacionamento e Melhores Transportes pela NossaLisboa”.

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Xavier Bettel prefere um liberal a presidir o Eurogrupo

O primeiro-ministro do Luxemburgo defende que "um candidato liberal seria melhor" para presidir ao Eurogrupo, mas não comenta a possibilidade de Mário Centeno ocupar o cargo.

“Não quero falar sobre a possibilidade de Mário Centeno ser o próximo presidente do Eurogrupo”, diz o primeiro-ministro do Luxemburgo, lembrando que, normalmente, os nomes falados antes da eleição não chegam lá. Ainda assim, Xavier Bettel admite que prefere um candidato liberal.

Numa conferência de imprensa com vários jornalistas europeus, e questionado pelo ECO sobre a possibilidade de o ministro das Finanças português poder vir a ocupar o cargo de Jeroen Dijsselbloem, Xavier Bettel disse não querer falar sobre essa possibilidade e lembrou que Dijsselbloem vai levar o cargo até ao fim, sendo que não é claro o momento em que vai deixar o posto.

Além disso, sublinhou que a decisão cabe “aos ministros das Finanças”. “Se lhes disser quem deve ser, dir-me-ão que não é da minha conta, tal como lhes diria se tivesse de escolher o presidente do meu conselho”, adiantou.

Ainda assim, Xavier Bettel perguntou a que família política pertencia Mário Centeno. E perante a resposta de que se trata de um socialista frisou: “Creio que um candidato liberal seria melhor”.

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