Sonae lidera consórcio para explorar oportunidades do mar

O projeto ValorMar, liderado pela Sonae MC em parceria com o CIIMAR e o Fórum Oceano tem por objetivo a valorização integral dos recursos marinhos. Investimento é de oito milhões.

Se um dia destes percorrer os corredores de um Continente e se deparar com novos produtos saudáveis, eventualmente à base de algas ou similares, ou uma lata de conserva ou snacks inovadores, com recurso a tecnologias sustentáveis e eficientes, não estranhe. É esse o propósito do ValorMar.

O ValorMar, um projeto apresentado esta segunda-feira no terminal de cruzeiro do Porto de Leixões, é liderado pela Sonae MC em parceria com o CIIMAR- Interdisciplinary Center of Marine and Environmental Research, e com o Fórum Oceano – Associação da Economia do Mar e que tem como objetivo a valorização integral dos recursos marinhos.

O investimento, no montante de oito milhões de euros, é financiado em 66% pelo Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, do Portugal 2020, sendo o restante repartidos pelas entidades — 31 no total — que compõem o consórcio.

Ondina Afonso, presidente do Clube de Produtores do Continente e Diretora de Qualidade e Inovação de frescos Sonae, à margem de apresentação do ValorMar, explicou ao ECO a participação da empresa no programa. “A Sonae é a coordenadora máxima do projeto, e é um sinal claro de que o retalho está muito virado para as parcerias estratégicas”.

"A Sonae é a coordenadora máxima do projeto, e é um sinal claro de que o retalho está muito virado para as parcerias estratégicas.”

Ondina Afonso

Diretora de Qualidade e Inovação dos Frescos da Sonae MC

A diretora de qualidade dos frescos da Sonae MC refere ainda que “a Sonae tem a plataforma para testar os produtos que resultem do programa”. Para Ondina Afonso, esta parceria é também um sinal de que a Sonae “olha não só para os clientes, como para toda a cadeia a montante à produção, e neste caso concreto trazendo também para a equação a investigação e a inovação relacionada com a pesca“.

Sem data para “inundarem” o mercados com os novos produtos, Ondina Afonso refere que “os investigadores já têm um leque de ideias para concretizar. A seu tempo veremos que produtos chegam ao mercado. Até porque os timings são diferentes consoante o eixo de atuação”, justifica.

Mas o que é exatamente o ValorMar?

O programa que tem o horizonte temporal de três anos tem como domínio prioritário a economia do mar e envolve toda a cadeia de valor desde a captura, passando pela produção indo até ao consumidor.

O ValorMar visa a criação de novos produtos, processos e serviços transacionáveis, com elevado conteúdo tecnológico e de inovação, cujo foco é a valorização e o uso eficiente dos recursos naturais e o desenvolvimento das cadeias de valor associadas aos recursos marinhos, sendo que a sua aplicabilidade pode ir desde a cosmética, passando pelos produtos farmacêuticos ou indústria biomédica.

Para isso o programa assenta a sua atuação em quatro grandes eixos:

  • Novos produtos de mar, tecnologias e processos para a indústria e mercado. Entre os novos produtos podem estar I&D de conservas e snacks inovadores com base em diferentes recursos marinhos, propondo novas estratégias para prolongar o tempo de vida útil de preparados de pescado;
  • Desenvolvimento e otimização de novos produtos, tecnologias e processo para produção aquícola em Portugal e na Europa, como por exemplo, antecipação das condições meteorológicas.
  • Isolamento de compostos bioativos a partir de fontes marinhas, para utilização em formulações para alimentos funcionais ou em indústrias biomédicas, farmacêuticas e cosmética.
  • Investigação e desenvolvimento da plataforma tecnológica de rastreabilidade, para disponibilizar informação a empresas e ao consumidor final de um modo integrado, considerando toda a cadeia de valor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street derrapa. Investidores aguardam época de resultados

Os investidores estão a aguardar pela época de resultados das cotadas. Num dia de baixo volume negociado, Wall Street fechou em queda. Fed divulga minutas na quarta-feira.

Wall Street deslizou na primeira sessão da semana, depois de ter renovado máximos na semana passada. Uma das principais quedas foi registada pela General Electric, acompanhada pela Tesla. A época de resultados começa na quinta-feira.

Depois de abrirem a sessão a valorizar, os três principais índices de Wall Street fecharam em queda. O S&P 500 foi o que mais derrapou, com uma desvalorização de 0,18% para os 2.544,73 pontos. Já o Nasdaq caiu 0,16% para os 6.579,73 pontos e o Dow Jones desvalorizou 0,06% para os 22.761,07. O volume negociado pelos mercados foi mais baixo dado que se comemorou o feriado de Cristóvão Colombo nos Estados Unidos.

Foram várias as cotadas que registaram quedas significativas esta segunda-feira. Uma das mais notadas foi a descida de 3,94% da General Eletric cujas ações fecharam em 23,43 dólares — em causa esteve a substituição do CFO da empresa. Já a Tesla desvalorizou 3,91% para os 342,94 dólares por título, depois de adiar a revelação do seu novo camião para novembro.

No final da semana, espera-se que os investidores fiquem com os olhos postos na época de divulgação de resultados do terceiro trimestre. Quinta-feira é a vez dos bancos começaram a revelar as suas contas: a JP Morgan Chase e o Citigroup são os primeiros. Seguem-se o Bank of America e o Wells Fargo na sexta-feira.

Antes disso, a Fed revela as minutas da última reunião esta quarta-feira. Além disso, alguns responsáveis da Reserva Federal têm discursos marcados durante esta semana, onde podem ser dadas mais pistas sobre os planos de Janet Yellen para o aumento a taxa de juro até ao final do ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lone Star escolhe inglês para chairman do Novo Banco

Conselho Geral de Supervisão do Novo Banco vai ser liderado por um inglês. Chama-se Byron Haynes e vem da Áustria para ocupar o lugar de "chairman". Ramalho fica como CEO.

Bryon Haynes, 51 anos, será o novo presidente do Conselho Geral de Supervisão do Novo Banco.DR.

O fundo norte-americano Lone Star escolheu o inglês Byron Haynes para o cargo de presidente do novo Conselho Geral e Supervisão do Novo Banco, sabe o ECO. Este órgão vem substituir o atual Conselho de Administração onde tem atualmente lugar como chairman Rui Cartaxo. Este conselho vai ter mais três nomes do Lone Star e dois independentes e ficará ainda um vago, a preencher nos próximos meses.

O Lone Star prepara-se para uma reformulação na estrutura de governo da instituição, mas também dos membros que compõem os atuais órgãos. Estas mudanças terão lugar assim que o fundo tomar o controlo do banco de transição, o que deverá concretizar-se até ao dia 20, data do closing do negócio. Antes disso, entre esta terça e quarta-feira, a DG-Comp deverá aprovar formalmente o plano de negócios e remédios e os respetivos auxílios públicos (leia-se, garantia pública).

Cai o atual Conselho de Administração liderado por Rui Cartaxo para dar lugar ao Conselho Geral de Supervisão no âmbito do modelo de governo dualista que os americanos pretendem implementar no antigo BES. É aqui, aliás, onde decorrerão as maiores alterações em termos de composição, a principal das quais na liderança. O inglês Byron Haynes é o nome agora indicado pelo Lone Star para liderar um conselho que, pelos estatutos, vai poder demitir o conselho de administração executivo, que será liderado por António Ramalho. A equipa executiva vai manter-se, pelo menos nos próximos meses, mas o ECO sabe que há nomes ainda sob avaliação e é possível que alguns dos que entram agora no Conselho Geral poderão passar para a administração executiva nos próximos meses.

Haynes, 51 anos, tem larga experiência no setor financeiro. Passou pelo holandês ABN Amro Bank e foi também executivo do banco austríaco BAWAG desde setembro de 2009 até maio deste ano, tendo acumulado várias funções dentro da instituição. Mais recentemente, conta com funções na bolsa da Áustria e na empresa de serviços financeiros Navensis.

Prepara-se agora para uma nova aventura em Portugal, num Conselho com poderes reforçados (poderá demitir conselho executivo sem voto da assembleia geral) e onde o seu voto será qualificado num órgão composto por um número par.

Quem são os outros três do Lone Star?

Ao que apurou o ECO, o Lone Star também vai indicar para Conselho Geral de Supervisão do Novo Banco o seu número dois na Europa: Donald Quintin. Quintin passou pelo Merryl Lynch antes de chegar ao Lone Star.

Benjamin Dickgieβer, diretor do departamento de aquisições na Europa do Lone Star e membro do Conselho de Administração do banco alemão IKB, detido pelos próprios norte-americanos mas cuja venda está para breve, e ainda Kambiz Nourbakhsh, ex-Goldman Sachs, são os outros dois nomes indicados. Todos os nomes terão de passar pelo crivo do Banco Central Europeu (BCE).

O Lone Star compra o Novo Banco, instituição que resultou da medida de resolução aplicada ao BES em agosto de 2014, comprometendo-se a injetar 1.000 milhões de euros até final do ano.

A concretização deste negócio registou um passo decisivo no início deste mês, depois de o banco de transição ter concluído com sucesso a operação de recompra de obrigações seniores com um impacto nos rácios de capital superior a 500 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Isabel dos Santos quer Sonangol a produzir barril de petróleo entre 40 a 50 dólares

A presidente executiva da empresa estatal angolana anunciou que o objetivo da Sonangol é produzir barris entre 40 a 50 dólares.

Isabel dos Santos a discursar na conferência FT Africa Summit.DR

A presidente executiva da Sonangol pretende diminuir os custos de produção de petróleo de forma a produzir barris entre 40 a 50 dólares.

Isabel dos Santos anunciou este objetivo na conferência do Financial Times, esta segunda-feira, sobre África, de acordo com a Reuters. Nas últimas semanas, a gestora tem implementado várias mudanças na empresa, fruto de um processo de reestruturação aplicado na empresa estatal.

“Estamos a restruturar os nossos termos e condições para os tornar mais atrativos”, afirmou Isabel dos Santos, à margem da FT Africa Summit onde falou no painel sobre ‘Oil, Gas and Minerals: Extracting Value’. Por causa da queda do preço do barril de petróleo a nível internacional nos últimos anos, ainda que esteja a recuperar este ano, a Sonangol registou prejuízos.

No passado, segundo Isabel dos Santos, os projetos tinham investimentos que atualmente são “pesados” para a empresa, e que resultavam num custo do barril de 70 a 80 dólares. O objetivo agora passa por reduzir o breakeven dos custos para entre 40 a 50 dólares. Esta segunda-feira, o brent estava a negociar nos 55 dólares e o WTI EUA nos 49 dólares.

Isabel dos Santos revelou que alguns projetos têm uma meta mais ambiciosa que coloca os custos de produção entre 20 a 30 dólares. O objetivo é que os novos contratos tornem a Sonangol mais atrativa para os investidores e as empresas de petróleo e gás.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Catalunha: Referendo já levou mais de 20 empresas a abandonar a região

  • Lusa
  • 9 Outubro 2017

O referendo de independência da Catalunha já levou mais de 20 empresas a transferirem a sua sede para fora da região, noticia hoje o jornal espanhol Expansión.

O grupo de infraestruturas Abertis e a Imobiliária Colonial decidiram hoje transferir as suas sedes de Catalunha para Madrid e de São Miguel para Málaga, respetivamente, juntando-se ao grupo de instituições do Ibex 35 que já abandonaram a região.

A publicação refere ainda que a saída de empresas está a aumentar, devido ao clima de instabilidade provocado pela eventualidade do Governo decretar uma Declaração Unilateral de Independência (DUI) e acrescenta que a maioria das empresas justifica esta decisão com a necessidade de proteger os interesses dos acionistas, clientes e funcionários.

Na sexta-feira passada, a Gas Natural Fenosa anunciou a transferência da sua sede para Madrid, juntando-se ao banco Sabadell e ao CaixaBank, no mesmo dia em que o Governo espanhol aprovou um decreto-lei que possibilita que as empresas iniciem o processo sem a aprovação da assembleia de acionistas.

No dia 2 de outubro, o governo regional da Catalunha (Generalitat) anunciou que 90% dos catalães votaram a favor da independência no referendo, tendo exercido o direito de voto 42% dos 5,3 milhões de eleitores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo e Santana discutiram sistema financeiro

  • Lusa
  • 9 Outubro 2017

Questionado se falou com Santana Lopes sobre liderança do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa fugiu à pergunta e garantiu que falaram sobre cargo que social-democrata ocupa na Santa Casa.

O Presidente da República confirmou, esta segunda-feira, ter recebido o Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Pedro Santana Lopes, e disse que o encontro foi sobre “o papel da Misericórdia no sistema económico e financeiro português”.

Em declarações aos jornalistas, no final de uma cerimónia na Academia das Ciências de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o encontro com o antigo primeiro-ministro estava previsto “há cerca de um mês” e que não viu razão para o cancelar.

Questionado se falou com Santana Lopes sobre o PSD, tendo em conta que este é apontado como possível candidato à liderança do partido, o chefe de Estado respondeu: “O objetivo era, obviamente, falar de um tema que tem a ver com o cargo que desempenha, só isso”.

“Falámos do sistema financeiro português”, acrescentou o Presidente da República, já enquanto entrava no carro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Acionistas do Montepio Geral aprovam saída de bolsa

  • ECO
  • 9 Outubro 2017

Acionista votaram, na reunião desta segunda-feira, a favor da saída da bolsa do Montepio Geral, apontando a perda de qualidade de sociedade aberta como justificação para a sua escolha.

Os acionistas da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) aprovaram, esta segunda-feira, em assembleia-geral extraordinária, a perda da qualidade de sociedade aberta, o que leva à saída de bolsa.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a CEMG informa que esta decisão foi tomada “com 99,75% de votos a favor representativos de 99,75% do capital social da CEMG”.

Este era o ponto único da reunião que se realizou esta tarde em Lisboa e que foi proposto pela Montepio Geral Associação Mutualista (MGAM), que detém 99,73% do capital do banco mutualista.

Após a Oferta Pública de Aquisição (OPA) voluntária que lançou no início de julho, a MGAM passou a controlar 98,28% do Fundo de Participação da CEMG, passando a deter “quase 100%” do capital do banco mutualista.

Em 14 de setembro, a CEMG passou a ser uma sociedade anónima, um passo decisivo para que fosse possível a entrada de outras instituições da economia social no capital do banco.

Também em meados de setembro, a MGAM, entidade liderada por António Tomás Correia, salientou num comunicado que “entende ser do melhor interesse da CEMG que o respetivo capital social venha a ser detido, na maior extensão possível, por entidades cooperativas, mutualistas, solidárias, associativas ou outras que, no exercício da sua atividade principal, obedeçam a estímulos que não são orientados pela lógica de obtenção de lucro”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Macron morde a maçã e recebe Tim Cook para discutir impostos

  • ECO
  • 9 Outubro 2017

Tim Cook e Emmanuel Macron encontram-se, esta segunda-feira, em Paris. Alterações fiscais para gigantes da tecnogia deve ser uma das prioridades da agenda.

O líder executivo da famosa multinacional da maçã anda por França. Tim Cook, que já passou pelo cemitério da Normandia e já visitou algumas empresas, como a Eldim — cujo trabalho na área da tecnologia ótica permitiu à Apple substituir o sensor de impressões digitais por reconhecimento facial, no ato de desbloquear o telemóvel — vai ser recebido, esta segunda-feira, por Emmanuel Macron. Recentemente, o Presidente francês tem insistido no aumento da carga fiscal para empresas de tecnologia como a própria Apple.

Tim Cook está em Paris e deverá discutir com o líder francês o modo como as gigantes da tecnologia agem, fiscalmente, no continente Europeu. Macron, suportado por países como a Alemanha e Portugal, já propôs a substituição da taxação de acordo com o lucro pela adaptação da carga fiscal ao volume de negócios de cada empresa.

O Presidente francês e a sua equipa ministerial têm reforçado a defesa de que empresas como a Apple, a Amazon e o Facebook precisam de mudar os seus hábitos fiscais, reporta a Bloomberg. No mês passado, na Estónia, Macron considerou mesmo que estas gigantes não contribuem para o bem comum.

Na última semana, a Comissão Europeia apresentou queixa no Tribunal Europeu de Justiça contra a Irlanda por não ter cobrado à Apple os 13 mil milhões de euros em benefícios fiscais consideradas ilegais, como determinado há mais de um ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dijsselbloem e Regling elogiam progressos em Portugal

  • Lusa
  • 9 Outubro 2017

O presidente do Eurogrupo e o diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade elogiaram os progressos da economia portuguesa. Contudo, Dijsselbloem avisou que consolidação tem de continuar.

O presidente do Eurogrupo afirmou esta segunda-feira, no final de uma reunião de ministros das Finanças da zona euro, no Luxemburgo, que Portugal foi elogiado pelos progressos recentemente alcançados a nível de desempenho económico, no quadro da monitorização pós-programa.

“Elogiámos Portugal pelas recentes melhorias no desempenho económico, ao mesmo tempo que lembrámos naturalmente a importância de manter o ‘momentum’ de reforma e continuar no caminho da consolidação orçamental”, apontou Jeroen Dijsselbloem, na conferência de imprensa no final da reunião, na qual Portugal esteve representado pelo secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix.

Também o diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling, apontou que “Portugal fez progressos significativos, e isso é visível nas classificações das agências de notação e nos desenvolvimentos dos mercados”, com uma queda nos juros da dívida, mas sublinhou igualmente que persistem “vulnerabilidades”, pelo que “Portugal precisa de permanecer vigilante”.

As conclusões da sexta missão pós-programa a Portugal foram um dos assuntos em agenda na reunião desta segunda-feira dos ministros das Finanças da zona euro, no Luxemburgo, um Eurogrupo que fica marcado pela despedida do ministro alemão Wolfgang Schäuble, que apontou Portugal como “prova” do sucesso da política de estabilização do euro e a ilustração de um “final feliz”.

Portugal fez progressos significativos, e isso é visível nas classificações das agências de notação e nos desenvolvimentos dos mercados.

Klaus Regling

Diretor do Mecanismo Europeu de Estabilidade

O relatório da Comissão Europeia sobre a sexta missão, divulgado na passada sexta-feira, também apontava para “progressos importantes”, embora alertando para que “o desafio é manter o ritmo”, defendendo por isso também “reformas ambiciosas” e uma “consolidação orçamental sustentada” para os próximos anos.

Na semana em que os Estados-membros devem ultimar as suas propostas de Orçamento para 2018 – a data-limite para apresentação dos projetos orçamentais a Bruxelas é 15 de outubro -, o ministro Mário Centeno não viaja até ao Luxemburgo, sendo Portugal representado pelo secretário de Estado das Finanças, Ricardo Mourinho Félix.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Oito anos depois, Montepio volta ao mercado de dívida

  • ECO
  • 9 Outubro 2017

Operação superou em 250 milhões de euros a emissão prevista. Montepio vendeu obrigações hipotecárias e diz que sucesso "reflete a confiança dos investidores no Plano Estratégico 2016-18".

Oito anos depois, o Montepio Geral volta ao mercado de dívida. Na operação desta segunda-feira, a procura acabou por superar a oferta em cinco vezes. O banco optou por aumentar em 250 milhões de euros a emissão prevista (de 500 milhões de euros para 750 milhões de euros).

De acordo com o comunicado publicado na CMVM, o Montepio colocou com sucesso uma emissão de obrigações hipotecárias, que mereceu da Moody’s, Fitch e DBRS um rating de A3/A/A, respetivamente. A operação foi liderada pela JP Morgan, NatWest Markets e Unicredit e teve uma maturidade de cinco anos. A referência inicial de pricing ficou-se pelo 75 bps e foi, mais tarde, revista para os 65 bps.

A emissão desta segunda-feira faz parte do Programa de Emissão de Obrigações Hipotecárias aprovado e registado pelo Banco Central da Irlanda. O seu sucesso reflete, avança o comunicado, “a confiança dos investidores na execução do Plano Estratégico 2016-2018″.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rajoy promete “mão pesada” para a Catalunha

  • Lusa
  • 9 Outubro 2017

A posição de Madrid mantém-se: "Vamos impedir a independência da Catalunha". O executivo de Mariano Rajoy afirma que não quer "ceder nem negociar com golpistas".

O presidente do governo espanhol reiterou esta segunda-feira, véspera do plenário do parlamento regional catalão na qual poderá ser declarada a independência da Catalunha, que o executivo em Madrid “fará tudo o que for preciso” para impedi-lo.

Mariano Rajoy presidiu a uma reunião do comité de direção do PP (direita conservadora, no poder) — para analisar a crise política na Catalunha — e deixou quatro frases aos dirigentes “populares”.

“Vamos impedir a independência da Catalunha. Tomaremos as medidas que forem necessárias para o impedir. A separação da Catalunha não vai acontecer. O Governo fará tudo o que for preciso para que assim seja”, foram as palavras de Rajoy, tal como relatou aos jornalistas o porta-voz do partido, Pablo Casado.

O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, tem agendada a presença na terça-feira num plenário do parlamento regional catalão que tem como ordem de trabalhos a análise da situação política na região na sequência do referendo pela independência de 01 de outubro – que o Tribunal Constitucional considerou ilegal.

Ainda que não conste da ordem de trabalhos, Puigdement poderá declarar unilateralmente a independência da Catalunha, tal como consta na lei do referendo, que foi aprovada pelo parlamento regional e depois considerada ilegal pela justiça.

A coligação que apoia o governo catalão, a Junts pel Sí (formada por independentistas de centro e republicanos de esquerda) escusou-se a revelar o conteúdo da declaração que Puigdemont tem previsto fazer.

O presidente regional afirmou nos últimos dias que iria declarar a independência em breve, mas nunca disse quando. Já a CUP (esquerda radical), que apoia a coligação governamental regional, afirmou que a sessão de terça-feira servirá precisamente para declarar uma Catalunha independente.

Face a este cenário, Rajoy disse aos dirigentes do PP que terá “mão firme, sem complexos” frente ao independentismo.

“O presidente Rajoy disse-nos que vai fazer tudo o que for necessário, sem renunciar a nenhum instrumento previsto na Constituição e no Código Penal e que será suficiente. Se fizerem aquilo que ninguém quer [a declaração de independência], a resposta terá mão firme, sem complexos”, explicou Casado.

A mensagem parece ter um tom ainda mais duro do que o utilizado nos últimos dias, notou o repórter do jornal El País.

“Não há lugar a apaziguamento nem a mediação internacional. (…) Não temos nada que ceder nem negociar com os golpistas. Quem declarar [a independência], acabará como aquele que a declarou há 83 anos”, realçou Pablo Casado, comparando Carles Puigdemont a Lluís Companys, que declarou a independência da Catalunha em 1934 e foi detido por isso mesmo.

A declaração de independência de Companys em 1934 acabou em tiros e mortos na região, o dirigente foi preso e depois amnistiado em 1936, no período da República espanhola.

Mais tarde fugiu e foi depois extraditado para Espanha, onde a ditadura franquista o fuzilou em 1940.

Após a intervenção, Pablo Casado esclareceu aos jornalistas que, ao fazer a referência ao destino de Companys, apenas se queria referir à detenção e prisão por ter declarado a independência, momento que cumpre este ano 83 anos, e não à sua execução em 1940.

Caso Puigdement declare a independência na terça-feira, o governo espanhol pode responder de várias formas, entre as quais ativar o artigo 155, a “bomba atómica” da Constituição espanhola, nunca usada desde que foi escrita e aprovada em 1978. Este artigo permite a suspensão de uma autonomia e dá ao governo central poderes para adotar “as medidas necessárias” para repor a legalidade.

Rajoy também pode aplicar a Lei de Segurança Nacional ou tentar juntar apoios no Congresso dos Deputados para apoiar a declaração do Estado de Emergência ou o Estado de Sítio na Catalunha.

O governo espanhol considera que Puigdemont e outros políticos catalães poderão estar a incorrer em dois delitos tipificados no código penal espanhol: sedição e rebeldia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

É meio economia, meio psicologia. O Nobel visto pelos economistas portugueses

Richard Thaler reuniu o consenso da Academia Sueca para o Nobel da Economia. E por cá, como é que os economistas portugueses o veem?

O Prémio Nobel da Economia deste ano foi para Richard H. Thaler graças ao seu trabalho na área da economia comportamental. Trata-se de uma linha de pensamento que deita por terra a ideia de que os agentes económicos são puramente racionais. São humanos e, por vezes, agem de forma irracional.

E ainda que tenha reunido o consenso da Academia Sueca, como é que os economistas portugueses o veem? O ECO foi falar alguns economistas da mesma área de trabalho para tentar perceber se o prémio foi ou não uma surpresa e qual a relevância deste trabalho.

Qual a importância da economia comportamental?

Ainda que diga que esta área “não resolve os grandes desequilíbrios”, João César das Neves, economista e professor universitário, considera que é muito importante na gestão do dia-a-dia. “Ao estudar as exceções ao princípio geral, pode evitar desequilíbrios que acontecem nas finanças, nos mercados de valores, no endividamento das família, entre outros.” O facto de ter em conta “as preocupações, tentações e tantas situações que nos influenciam” consegue ilustrar o que acontece verdadeiramente nas nossas vidas.

"Não é revolucionária porque, além de introduzir algum realismo à ação humana, acaba por ser compatível com os programas dominantes.”

Ana Cordeiro Santos

Investigadora do CES

O desafio ao conceito de homo economicus e a abordagem ao lado humano do ser humano são também os aspetos mais sublinhados por Ana Cordeiro Santos, investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que relembra que esta área já tinha sido laureada em 2002, mas ganha assim “com a consolidação”.

“Não é revolucionária porque, além de introduzir algum realismo à ação humana, acaba por ser compatível com os programas dominantes”, garante a investigadora. “É algo que no fundo acrescenta sem pôr em causa”. É aí, nesse diálogo com a psicologia que esta área da economia se tem vindo a desenvolver.

Foi também com “grande satisfação” que o economista Paulo Trigo Pereira recebeu a notícia do nome do laureado com o Nobel da Economia este ano. “Este economista insere-se num conjunto economistas e de críticos a uma abordagem económica muito neoclássica que considera que os agentes são racionais, egoístas e capazes de fazer um cálculo completamente racional na abordagem das situações”, disse.

“O Nudge [uma das obras de maior sucesso de Richard H. Thaler] parte um bocadinho dessa perceção de que os cidadãos têm emoções, têm normas sociais e, portanto, a forma de lidar com eles tem de tomar isso em consideração. Há pequenas coisas, por exemplo na relação entre o Estado e os cidadãos, que alteram o comportamento e a resposta dos cidadãos a determinadas coisas. Isto começou nos Estados Unidos e foi importado pela Inglaterra”, acrescentou.

Surpresa? Nem por isso

“Não posso dizer que tenha sido uma surpresa, era algo que já se esperava pela afirmação da disciplina”, garante Ana Cordeiro Santos. A investigadora considera também que “o reconhecimento público através do prestígio e da divulgação do seu trabalho”, faz com que este seja um nome significativo, mas não surpreendente na lista dos laureados com o tão desejado Nobel.

"Surpreendeu o facto de ele ter ganhado sozinho, porque ele tem alguns colegas que trabalham com ele. Até agora tinham ganho figuras tão marcantes como ele e da mesma área, mas receberam prémios conjuntos.”

João César das Neves

Economista

Para César das Neves, há surpresa, mas não no nome. “Surpreendeu o facto de ele ter ganho sozinho, porque ele tem alguns colegas que trabalham com ele”, justifica o economista. “Até agora tinham ganho figuras tão marcantes como ele e da mesma área, mas receberam prémios conjuntos.” No entanto, não será a singularidade que lhe tirará o prestígio.

Pouco conhecida mas emergente

Ao ECO, Paulo Trigo Pereira considera que que a área da economia comportamental é “relativamente nova”, mas que “já está consolidada”. “Quando se dá um prémio Nobel, há sempre duas ideias estruturais: a primeira é ‘está área já está suficientemente consolidada para merecer um prémio Nobel’. A segunda é a de que é importante que ela se desenvolva no futuro. Muitas vezes há estas duas ideias associadas a um prémio Nobel e acho que é o caso”, defendeu.

A ideia de consolidação é também afirmada por Ana Cordeiro Santos, que reitera que a decisão da Royal Swedish Academy of Science reconhece áreas já estabelecidas. Ainda que se tenha vindo a afirmar desde o seu surgimento, “esta ainda é relativamente marginal porque se vêm construindo num diálogo com as ciências sociais”. Inclui-se também aí a política, como já foi testado por David Cameron e Barack Obama. Thaler foi consultor do Governo de Cameron e o seu coautor do antigo presidente norte-americano.

E se Paulo Trigo Pereira considera que o desenvolvimento desta área virá no futuro, César das Neves garante que é nos instrumentos do futuro que esta disciplina pode encontrar o seu lugar. “Com as novas economias virtuais a surgir, a economia comportamental poderá vir a resolver muitos desequilíbrios”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.