CTT em novos mínimos históricos após resultados

As ações dos CTT já estiveram a perder mais de 5%, com os investidores a receberem com desagrado as contas de 2016, apesar de a quebra dos resultado já ser esperada.

A notícia já era esperada, mas o mercado não gostou. As ações dos CTT seguem em forte queda na última sessão desta semana, sinalizando novos mínimos históricos, depois de a empresa liderada por Francisco Lacerda ter divulgado resultados aquém das estimativas iniciais.

As ações dos CTT recuam 4,01%, para os 4,81 euros, depois de terem tombado 5,39% fixando um novo mínimo histórico nos 4,74 euros. O mau desempenho bolsista do título acontece depois de, nesta quinta-feira, a empresa ter anunciado que os lucros relativos a 2016 desceram 13,7%, para 62,2 milhões de euros, penalizados pela quebra do negócio da entrega do correio no último trimestre. No final de janeiro, a empresa já tinha alertado que os seus resultados anuais iriam ficar abaixo das previsões iniciais. Contudo, os números divulgados nesta quinta-feira ficam aquém daquilo que era esperado pelos analistas. A média das estimativas compiladas pela Bloomberg, apontavam para que os lucros dos CTT se tivessem situado nos 63,7 milhões de euros no ano passado.

Ações dos CTT em queda

Fonte: Bloomberg

“Consideramos que os resultados foram negativos com uma pressão considerável ao nível do EBITDA, nomeadamente no Correio”, escreveu Artur Amaro, analista do Caixa BI numa nota divulgada já esta manhã, já que este indicador caiu 47,8% no último trimestre de 2016, face ao mesmo período do ano anterior. O banco de investimento salienta o papel da diminuição no consumo por parte da Autoridade Fiscal que teve um impacto de dez milhões de euros nas receitas consolidadas. Recorde-se que, no final do ano passado, o Governo anunciou que iria passar a notificar os impostos em atraso através de correio eletrónico, o que penalizou as receitas da empresa de serviços postais.

"Consideramos que os resultados foram negativos com uma pressão considerável ao nível do EBITDA, nomeadamente no Correio.”

Caixa BI

Apesar dessa pressão negativa, o lucro de 16,7 milhões de euros registado pelos Correios no último trimestre do ano passado acabou por ficar 1,7 milhões de euros acima do esperado pelo Caixa BI. Mas, em contrapartida, ficou ligeiramente abaixo do estimado pelo Haitong. Numa nota divulgada esta manhã o banco de investimento manteve a sua “visão de que os CTT foram demasiado penalizados devido a alguma perda de confiança na gestão“. No entanto, acrescenta que “acredita que com uma boa execução os objetivos podem ser atingidos nas estimativas de 2017 e valor pode emergir”. O Haitong tem uma recomendação de “comprar” para o título, tendo os 7,1 euros como preço-alvo, um target que representa um potencial de subida de 48% face à atual cotação. O banco de investimento diz ainda que o potencial oferecido pelo negócio do banco postal poderá constituir um trigger par uma potencial revisão em alta de avaliação.

No acumulado do ano, as ações dos CTT já desvalorizaram mais de 25%, o pior registo entre as cotadas do índice PSI-20.

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Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 10 Março 2017

A Coreia do Sul impugna a presidente, o Governo espanhol teme o Brexit, a Grécia continua sem acordo. Estas são algumas das notícias que marcam a atualidade internacional.

A impugnação da Presidente sul-coreana leva a violência nas ruas de Seul, o líder da agência de proteção ambiental dos EUA recusa-se a admitir que o dióxido de carbono provoca o aquecimento global e, em França, Marine Le Pen esquiva-se a testemunhar em tribunal no caso de empregos fictícios em que estará envolvida. Leia aqui as seis notícias que marcam a atualidade mundial.

Financial Times

Violência em Seul após impugnação da Presidente

Já pelo menos duas pessoas morreram em Seul nos protestos violentos que se seguiram à impugnação da Presidente sul-coreana. Park Geun-hye está acusada de participar num amplo esquema de corrupção que abrangia grandes empresas incluindo a Samsung. Numa decisão unânime, juízes sul-coreanos decidiram aceitar o voto de impugnação do Parlamento. Após a decisão ser conhecida, manifestantes a favor e contra a Presidente encheram as ruas de Seul, atiraram projéteis e treparam autocarros policiais, levando a confrontos violentos. Leia a notícia completa no Financial Times. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

Kathimerini

Credores deixam Atenas sem avançar em acordo para a Grécia

Os emissários da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu deverão sair de Atenas esta sexta-feira sem encontrar acordo com as autoridades gregas em temas como a reforma das pensões e do sistema fiscal. O Governo grego indica, porém, que deverá ser possível chegar a um acordo com alguma margem antes de maio, altura em que será preciso concluir a revisão desta fase do bailout. Leia a notícia completa no Kathimerini. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

El País

Governo alerta para o efeito negativo do Brexit em Espanha

Um memorando interno do Governo espanhol avisa do forte impacto que o Brexit vai ter em Espanha, escreve hoje o El País que teve acesso a esse documento. A economia vai “sofrer as consequências negativas” da saída de um parceiro comercial, podendo custar ao PIB entre duas e quatro décimas de crescimento. Os efeitos vão fazer-se sentir profundamente em setores como o turismo, o da alimentação e automobilístico. Leia a notícia completa no El País. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

Le Parisien

Le Pen escreve a juízes para justificar recusa em testemunhar

Não é apenas François Fillon: a candidata da extrema-direita Marine Le Pen está também ela envolvida num escândalo pela alegada criação de empregos fictícios de assistentes parlamentares para remunerar com dinheiros públicos pessoas que não faziam qualquer tarefa enquadrada nos trabalhos da Assembleia. No entanto, a líder da Frente Nacional esquiva-se a testemunhar em tribunal, e escreveu uma carta aos juízes revelada hoje pelo Le Parisien em que disse que não estavam “reunidas as condições de legalidade, serenidade e confiança para uma eventual audição”. Leia a notícia completa no Le Parisien. (Conteúdo em francês / Acesso gratuito)

The Guardian

Líder da agência ambiental dos EUA diz que CO2 não causa aquecimento global

Já se sabia que Scott Pruitt, o escolhido de Donald Trump para liderar a agência de proteção ambiental dos EUA, não acreditava no facto científico de que o clima mundial está a mudar pela ação humana, mas é a primeira vez que o reitera desde que assumiu o cargo. Questionado sobre o papel do dióxido de carbono, um gás de efeito de estufa que é produzido em grandes quantidades pela atividade económica humana, no aquecimento global, afirmou: “Não concordo que seja um fator principal no aquecimento global”. Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Bloomberg

México quer prazo mais rápido para mudar NAFTA

Foi Donald Trump quem pediu para rever o acordo de comércio livre da América do Norte, o NAFTA, mas agora o México está empenhado em acelerar esta reforma. O principal diplomata mexicano afirmou que o país espera que o acordo já esteja revisto em dezembro deste ano, um plano mais ambicioso do que o de Trump. “O México só vai aceitar mudanças a um acordo internacional, incluindo o NAFTA, se forem boas para o México e para os mexicanos”, disse Luis Videgaray. Leia a notícia completa na Bloomberg. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

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Tabaco ilegal fez Estado perder 100 milhões em 2016

  • ECO
  • 10 Março 2017

A falta de harmonização fiscal na União Europeia contribui para a perda de receita fiscal em Portugal. Só em 2016 foram apreendidos 198 milhões de cigarros ilegais.

Os cofres portugueses ficaram com 100 milhões de euros a menos em receitas fiscais do tabaco em 2016, segundo escreve esta sexta-feira o Diário de Notícias (acesso livre), com base em estimativas calculadas do tabaco ilegal que terá sido introduzido no mercado nacional. No ano passado, foram apreendidos 198 milhões de cigarros.

Segundo o comandante da GNR, em declarações ao Diário de Notícias, o coronel Magalhães Pereira, a falta de harmonização fiscal na União Europeia joga um papel importante no contrabando de bens como o tabaco, que pode ser fabricado em produção clandestina no leste da Europa e depois ser trazido para os países onde o imposto sobre o tabaco é mais elevado.

Uma outra nova tendência sublinhada pela mesma fonte é o tráfico de folhas de tabaco, que não são tributadas em Espanha e são trazidas para Portugal para serem convertidas em tabaco de enrolar ou em cigarros. Em Portugal, a folha de tabaco deixou de estar isenta de tributação a partir de 2014. “Não foi preciso esperar muito tempo para começarmos a ter problemas”, assinala o coronel.

Daqui para a frente a estratégia da Unidade de Ação Fiscal será de “investigar o património financeiro de suspeitos sempre que haja movimentos superiores a 100 mil euros, para ser possível ressarcir o Estado a tempo, com arrestos de bens”, destacou ainda Magalhães Pereira ao jornal.

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Offshores: Apagão do Fisco escondeu saída de dinheiro do petróleo da Venezuela

  • ECO
  • 10 Março 2017

Uma parte "significativa" dos 7,8 mil milhões de euros transferidos pelo BES rumo a "paraísos fiscais" respeitava a receitas da venda de petróleo e combustíveis da petrolífera venezuelana PDVSA.

Uma parte significativa das transferências ocultas que partiram do BES rumo a offshores durante o período que durou o “apagão” do Fisco eram da Venezuela. De acordo com a edição desta sexta-feira do Jornal Económico (acesso gratuito), uma parcela “significativa” dos 7,8 mil milhões de euros transferidos pelo banco rumo a “paraísos fiscais”, entre 2012 e 2014, que não foram registadas no sistema central da Autoridade Tributária (AT), respeitavam a receitas provenientes da venda de petróleo e combustíveis da petrolífera venezuelana PDVSA.

A revelação foi feita ao semanário por fonte da administração fiscal que avançou ainda que a outra “parcela de peso” dos montantes transferidos pelo BES se relacionava com pagamentos de financiamentos indiretos do BES às empresas do Grupo Espírito Santo (GES), via Panamá, que foram liquidados e sucessivamente renovados junto do ES Bank Panamá.

A informação foi disponibilizada ao Jornal Económico por fonte da administração fiscal, numa altura em que surgem mais dados sobre o envio de dez mil milhões de euros para paraísos fiscais, entre 2011 e 2014, que escaparam ao controlo do Fisco. A mesma fonte terá explicado que o tipo de transferência de depósitos feita pela empresa estatal venezuelana não coloca, contudo, qualquer tipo de problemas, pois “não é uma matéria de imposto”.

Do BES partiram 80% dos cerca de dez mil milhões de euros que foram enviados para paraísos fiscais durante os três anos que terminaram em 2014 que escaparam ao controlo do Fisco. No caso da PDVSA – apontada pelo ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, como um cliente importante do banco e que chegou a ter depósitos superiores a dois mil milhões – o destino das quantias retiradas do BES terá sido o Panamá. Ou seja, a praça offshore a que o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, se referiu, no Parlamento, como sendo o destino de quase todas (97,7%) as transferências realizadas, em 2014, que ficaram ocultas.

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Bolsa avança pelo segundo dia à boleia da Galp

Depois de quatro sessões em queda, Lisboa alcança dois dias seguidos de ganhos. Última sessão da semana está a ser impulsionada pela Galp.

A bolsa nacional interrompeu ontem uma série de quatro sessões em queda e volta a valorizar esta sexta-feira à boleia dos bons desempenhos da Galp no arranque da sessão. Apenas duas cotadas nacionais negociavam com perdas na abertura em Lisboa, numa sexta-feira em que os principais índices europeus também registavam algum otimismo.

O PSI-20, o principal índice português, avança 0,37% para 4.658,01 pontos. Davam força ao arranque bolsista em Lisboa as subidas de 0,7% da Galp. Os títulos da petrolífera recuperam do tombo de quase 2% registado na última sessão e surge depois de a Exxon se ter juntado à Galp na exploração de gás natural em Moçambique, após ter comprado uma posição de 25% na Area 4 à Eni. Para os analistas do Haitong, o negócio é positivo do ponto de vista da avaliação da Galp e também do ponto de vista estratégico.

Nota ainda para as ações dos CTT e da Sonae.

No caso dos correios nacionais, os lucros de 62,2 milhões de euros ficaram ligeiramente aquém do esperado pelos analistas, tendo sido impactados pelo Banco Postal. A cotada liderada por Francisco Lacerda vai propor um dividendo de 48 cêntimos. As ações dos CTT ganham 0,18% para os 5,02 euros esta manhã.

Já a Sonae, depois do ganho de 5% na sessão de ontem, na sequência do acordo para a fusão da SportZone com duas lojas de desporto britânicas, uma negócio que vai criar a segunda maior retalhista de deporto em Portugal e Espanha, prova mais ganhos esta sexta-feira: os títulos somam 0,81% para 0,87 euros.

Sonae brilha pelo segundo dia

Nos melhores desempenhos em Lisboa estavam, no entanto, as ações da Pharol e as unidades de participação da Caixa Económica Montepio, que seguiam em alta de 2,6% e 4,22%, respetivamente.

No cenário europeu, com o mercado do petróleo a dar algumas tréguas aos investidores, o dia começou com relativo apetite pelo risco. Os ganhos em praças como Madrid, Paris, Frankfurt e Londres não iam além dos 0,5%, em linha com o que acontece por cá. O brent valoriza cerca de 0,5% para 52,45 dólares, enquanto o crude, negociado em Nova Iorque, continuava abaixo dos 50 dólares.

Depois da reunião de ontem do BCE, que decidiu manter os juros e os estímulos até final do ano, os investidores vão estar sobretudo atentos à divulgação dos dados sobre o mercado do trabalho nos EUA.

(Notícia atualizada às 8h25)

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Brasil tem novas razões para sambar: FMI diz que economia vai crescer este ano

  • ECO e Lusa
  • 10 Março 2017

O FMI vai rever em alta as suas previsões para a economia brasileira, em Abril. E insiste na realização de uma auditoria independente à ocultação de dívidas em Moçambique.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia brasileira saia da recessão ainda este ano, apesar de ainda estar a enfrentar uma situação económica difícil.

“Ainda pensamos que a economia brasileira sairá da recessão este ano. No relatório sobre a economia mundial de abril vamos atualizar a nossa previsão de crescimento para o Brasil, assim como para outros países”, disse Gerry Rice, diretor do Departamento de Comunicação do FMI, numa conferência de imprensa em Washington.

O responsável foi questionado sobre a situação do Brasil um dia depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter avançado que a economia brasileira registou uma queda de 3,6% em 2016.

Rice acrescentou que “o PIB brasileiro continuou em contração no terceiro trimestre de 2016, e os indicadores de atividade económica de final de ano apontam para um atraso na recuperação, dado que a despesa privada segue debilitada”. Embora as últimas previsões de janeiro indiquem um regresso ao crescimento, o porta-voz frisou que “o alto desemprego e a elevada dívida do setor privado continuarão a travar o processo” de recuperação económica.

O FMI previu um crescimento de 0,2% no Brasil em 2017, após as agudas contrações de 3,8% em 2015 e 3,5% em 2016.

O diretor de Comunicação do FMI também comentou os esforços feitos pelo Governo brasileiro para aprovar reformas, e destacou o “ênfase” das autoridades brasileiras “na resolução da trajetória insustentável da dívida do país”.

“A aprovação de uma emenda constitucional sobre o limite de gastos federais [que foram ligados à reposição da inflação pelos próximos 20 anos] representa um progresso importante nesse sentido”, completou Gerry Rice.

O responsável também destacou que será importante promulgar mudanças no sistema de reformas do Brasil. “Agora, no futuro, acreditamos que será importante promulgar uma reforma da Segurança Social para reforçar a viabilidade do limite dos gastos públicos e garantir que a Segurança Social possa estar lá para apoiar as futuras gerações. Pensamos que essas medidas vão aumentar a confiança e estimular o crescimento” do Brasil, concluiu.

FMI defende auditoria a ocultação de endividamento externo de Moçambique

O FMI insistiu ainda na realização de uma auditoria independente à ocultação de dívidas por parte de Moçambique, antes de negociações sobre um novo programa de ajustamento.

“Temos vindo a salientar a importância de uma auditoria independente para entender os gastos descobertos há vários meses. Continuamos a defender essa auditoria e, nesse contexto, continuarmos a discutir a possibilidade de um novo programa apoiado pelo FMI”, disse Gerry Rice.

Em novembro de 2016, o FMI denunciou a ocultação pelas autoridades moçambicanas de endividamento externo no valor de 1,37 mil milhões de dólares (cerca de 10,6% do PIB em 2015) entre 2012 e 2015.

Gerry Rice recordou que Moçambique falhou em janeiro o pagamento de uma prestação de emissão de dívida, mas que o “FMI continua empenhado em ajudar Moçambique a ultrapassar a situação”. Em janeiro, Moçambique falhou o pagamento de quase 60 milhões de dólares referentes a uma emissão de dívida pública, no valor de 727,5 milhões de dólares, feita em abril do ano passado.

Aquela dívida já tinha sido sujeita a uma reestruturação que alargou o prazo de reembolso de 2020 para 2023 e aumentou a taxa de juro anual.

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Petróleo abaixo dos 50 dólares. Combustíveis descem

Os preços do petróleo afundaram. Nos mercados, os combustíveis também recuaram, mas muito menos. Haverá descidas nos preços nos postos nacionais, mas ligeiras.

O petróleo atingiu o valor mais baixo do ano. O preço do barril afundou, recuando para menos de 50 dólares por barril. Uma queda que pesou também nas cotações das gasolina e no gasóleo nos mercados internacionais. O resultado será uma descida nos preços que os portugueses pagam por cada litro nos postos de abastecimento, mas será ligeira.

Enquanto o barril da matéria-prima afundou, refletindo o forte aumento das reservas norte-americanas, os derivados do petróleo também desceram, mas uma vez que o que é considerado na atualização dos valores de venda dos combustíveis são os preços médios semanais, a redução é menos explícita. Já em euros, a gasolina ficou 1,55% mais barata, já o gasóleo recuou 1,92%.

Estas reduções vão permitir um alívio nos preços que os portugueses pagam nos postos de abastecimento em torno de um cêntimo por cada litro, de acordo com os cálculos do ECO, que têm por base dados da Bloomberg. Será, assim, a segunda semana consecutiva de descida dos preços no mercado nacional.

Com esta redução, a gasolina poderá baixar dos 1,49 euros de preço médio de venda em Portugal, recuando para 1,48 euros. No caso do gasóleo, a redução deverá levar o preço médio de venda para um valor em torno dos 1,265 euros. Está a ser vendida a 1,277 euros, em média, de acordo com os dados da DGEG.

A redução não é mais forte por serem consideradas as médias semanais nos mercados, mas principalmente porque o combustível, em si, tem um peso reduzido no valor que é pago pelas famílias portuguesas nos postos de abastecimento.

A fiscalidade em Portugal é uma das mais elevadas da Europa, representando cerca de 63% do valor de venda ao público no caso da gasolina e 55% no caso do gasóleo. O peso encolheu na gasolina no arranque do ano, mas aumentou no gasóleo depois de o Governo ter decidido aumentar em dois cêntimos o ISP sobre o diesel, descendo-o na mesma proporção na gasolina.

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Em 2016, Fisco prioriza restaurantes, hotéis e imóveis

  • ECO
  • 10 Março 2017

Os fiscais da Autoridade Tributária estão na rua para fiscalizar empresas sem aviso, em conjunto com a ASAE ou a Segurança Social.

A Autoridade Tributária vai dar prioridade à atividade de restaurantes, hotéis e imóveis, com fiscais a fazer visitas sem se anunciarem, escreve esta sexta-feira o Jornal de Negócios (acesso pago). As inspeções vão ser feitas em conjunto com fiscais de outras instituições, como a Segurança Social ou a ASAE, e deverão ser mais visíveis em 2017.

De acordo com o Plano Nacional de Atividades da Inspeção Tributária e Aduaneira (PNAITA), 37% das ações inspetivas deverão acontecer no terreno, o que é considerado “um forte elemento dissuasor que induz ao cumprimento voluntário”. O Negócios sublinha que as ações conjuntas com o SEF, a ASAE, a inspeção do trabalho ou a Segurança Social vão centrar-se em setores com altos indícios de fraude e que também sejam relevantes para as outras entidades que participem, como é o caso do comércio a retalho, dos hotéis e alojamento local e da restauração, por exemplo.

O Fisco tenciona ainda alargar as inspeções realizadas por inspetores clandestinos, que são permitidas desde 2014, em que um fiscal pode fingir ser um cidadão comum que é cliente de um negócio para verificar que existe registo e se os operadores cumprem as regras de faturação.

Espera-se ainda, de acordo com o Jornal de Negócios, que os inspetores apresentem correções à matéria coletável próximas dos 1500 milhões de euros nas áreas tributária e aduaneira.

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Candidaturas ao Contrato-Emprego terminam hoje

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 10 Março 2017

Se quer concorrer ao novo apoio à contratação, tem até às 18 horas para apresentar candidatura no portal NetEmprego.

As candidaturas à medida Contrato Emprego terminam hoje às 18 horas, já depois de o prazo inicial ter sido prorrogado.

Em causa está um apoio financeiro a entidades empregadoras que contratem desempregados que reúnam determinados requisitos. Só podem concorrer as empresas que já registaram a oferta de emprego no portal NetEmprego até 3 de março. E é também neste portal que podem ser apresentadas as candidaturas.

A medida conta agora com uma dotação orçamental de 20 milhões de euros mas as candidaturas que não sejam aprovadas podem ser aceites em períodos posteriores.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

Os investidores estarão atentos aos dados da inflação em Portugal, ao efeito da tranquilidade de Mário Draghi em relação à compra de ativos no país e... aos prejuízos recorde do banco público.

O dia deverá ficar para a história. As elevadas imparidades da Caixa Geral de Depósitos (CGD) vão fazer com que o banco público apresente os piores resultados de sempre: quase dois mil milhões de euros em prejuízos. Mas os investidores não estarão só atentos à banca: os juros da dívida deverão estar em foco, depois da reunião do BCE, isto no dia em que será revelada a inflação de fevereiro em Portugal. Lá fora, o emprego nos EUA, antes da Fed, e o petróleo (em queda) centram atenções.

CGD com prejuízos de dois mil milhões

Como o ECO avançou ao final desta quinta-feira, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) deverá apresentar hoje prejuízos a rondar os dois mil milhões de euros, as piores contas de sempre do banco público. O valor reflete as elevadas imparidades reconhecidas no final do ano passado, no âmbito do plano de recapitalização. Na conferência de apresentação dos resultados, Paulo Macedo, o presidente-executivo da CGD, deverá focar-se nesse processo de recapitalização que permitirá pôr o banco novamente a ajudar a economia do país.

BCE trava juros da dívida?

Como esperado, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter inalterados os juros na Zona Euro. Além disso, Mário Draghi mostrou-se tranquilo em relação ao decorrer do programa de quantitive easing, mesmo face à desaceleração de compras de títulos portugueses que se verifica há já três meses. Disse mesmo não haver motivos para alarme e que a compra de ativos prosseguirá em termos de tempo e volume: 60 mil milhões de euros todos os meses a partir de abril e até ao final do programa. São declarações que deverão acalmar os investidores e, em último caso, os juros da dívida portuguesa, que na quinta-feira se situaram ligeiramente abaixo dos 4%.

INE divulga índice de preços no consumidor

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgará esta sexta-feira o índice de preços no consumidor relativo ao mês de fevereiro, ou seja, a inflação. Trata-se de um indicador de variação que mede como evoluíram os preços dos bens e dos serviços num dado período de tempo, neste caso, fevereiro. Recorde-se que, em janeiro, a inflação evoluiu em Portugal cerca de 1,3%, face aos 0,9% registados em dezembro. Na Zona Euro chegou já aos 2%, a meta definida pelo BCE, mas Mario Draghi não está muito preocupado. É que a culpa é da energia, mais propriamente dos preços do petróleo.

Petróleo em mínimos… abaixo dos 50 dólares

O preço do petróleo continua a afundar. O barril está já a negociar abaixo dos 50 dólares, algo pela primeira vez este ano. Em causa, dados da Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos que apontam para uma subida expressiva nos inventários norte-americanos, que estão já no nível mais elevado dos últimos 35 anos. Hoje, a Baker Hughes apresenta novos indicadores que poderão fazer mexer o mercado do ouro negro. Vai ficar a saber-se se a subida de preços registada nos últimos meses, patrocinada pelo corte de produção da OPEP, continua a fazer aumentar o número de poços em exploração nos EUA.

Novos dados do mercado laboral dos EUA

Esta sexta-feira, o Departamento do Trabalho atualizará os números do desemprego nos Estados Unidos da América em fevereiro, assim como da criação de emprego. Como o ECO noticiou ontem, estima-se que a taxa de desemprego no país esteja a chegar a mínimos promissores. O positivismo é ainda reforçado pela recente divulgação de números que deram conta da criação de emprego no setor privado no nível mais alto em cerca de seis anos. Os investidores estarão, por isso, atentos a todos estes indicadores, que poderão fornecer pistas do estado de saúde das empresas e da indústria norte-americana em geral. Além disso, as boas expectativas

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CGD: Menos prejuízos em 2016, menos capital em 2017

Bruxelas aprova hoje formalmente o plano de capitalização com as contas de 2016. Foram cerca de 1,9 mil milhões de prejuízos e imparidades da ordem dos 2,8 mil milhões. Estado injeta menos capital.

Hoje é dia de apresentação de contas da Caixa… e de prejuízos, os mais elevados de sempre. Em 2016, o banco público registou um prejuízo da ordem dos 1,9 mil milhões de euros, apurou o ECO junto de fontes que conhecem o dossiê. Este é um valor abaixo do que estava inscrito no plano negociado com Bruxelas. Qual é a primeira consequência? Bruxelas aprova hoje formalmente o plano de recapitalização da CGD com uma injeção de dinheiro público inferior ao limite de 2,7 mil milhões admitido no plano pré-negociado ainda por António Domigues. Assim, com menos prejuízos, o Estado vai meter menos capital.

Ao fim de pouco mais de um mês em funções, Paulo Macedo tem hoje o primeiro dia D. Havia a conclusão das negociações com a DG Comp (a Concorrência europeia), era necessário fechar as contas de 2016 e, em simultâneo, dar início à operação de emissão de 500 milhões de euros de obrigações junto de investidores privados. Visto, visto, visto. Vamos por partes.

A equipa de Paulo Macedo estava obrigada a seguir a metodologia usada por António Domingues na avaliação das imparidades, um dos pontos críticos do plano de recapitalização e reestruturação do banco. Porquê? Bruxelas aceitava uma injeção de capital público se fosse em condições de mercado, isto é, com as mesmas regras e avaliações que teria um investidor privado se estivesse a investir em ações do banco público.

O antigo presidente da CGD admitia, no plano negociado com Bruxelas, um nível de imparidades – leia-se de malparado – entre os 3,1 e os 3,3 mil milhões de euros. Uma limpeza de balanço violenta, e só possível se existisse um reforço de capital, claro. Macedo fechou o plano – cujos números assentavam nas contas de junho – e chegou a um valor no final de 2016 ligeiramente inferior, em torno dos 2,8 mil milhões de euros, dos quais 2,4 mil milhões de crédito.

Ora, esta revisão, somada a um desempenho operacional que, segundo apurou o ECO, registou uma evolução mais favorável no segundo semestre relativamente aos primeiros seis meses, permitiu rever em baixa os prejuízos em relação ao esperado. Há, aqui, também ganhos nas operações financeiras e, sobretudo, efeitos fiscais associados aos chamados DTA (impostos diferidos) ainda por detalhar e que terão contribuído positivamente para uma redução do prejuízo, para os 1,9 mil milhões de euros.

Quais foram os resultados da Caixa nos últimos cinco anos?

  • 488 milhões de euros de prejuízos em 2011
  • 394 milhões de euros de prejuízos em 2012
  • 575 milhões de euros de prejuízos em 2013
  • 348 milhões de euros de prejuízos em 2014
  • 171 milhões de euros de prejuízos em 2015

A primeira parte do plano de recapitalização já foi executada. Na primeira fase, a CGD utilizou reservas livres e legais, no valor global de 1,4 mil milhões de euros, para limpar prejuízos passados. De seguida, aumentou o capital social de 5,9 para pelo menos 7,3 mil milhões de euros. Este reforço, integralmente subscrito pelo Estado, foi realizado em espécie, através da transferência de ações da Parcaixa (no valor de 490 milhões) e através do “perdão” dos Cocos (900 milhões de euros).

Agora, fechadas as contas de 2016, vai seguir-se a segunda fase da capitalização. O plano de negócios negociado em Bruxelas e que já tinha uma aprovação condicional apontava para um aumento de capital em dinheiro até 2,7 mil milhões de euros. Mesmo com esta revisão dos prejuízos, para 1,9 mil milhões de euros, Paulo Macedo gostaria de manter este valor de injeção de capital público, porque isso significaria uma ‘almofada’ de capital suplementar e rácios de solvabilidade mais confortáveis. Bruxelas, no entanto, não estará disponível para aprovar um montante de capitalização igual ao teto máximo admitido e, por isso, o Estado deverá injetar entre 2,5 e 2,6 mil milhões de euros na CGD.

Com o plano formalmente aprovado pela DGComp – e pelo BCE -, estão reunidas as condições para preparar o road-show de emissão de 500 milhões de euros de obrigações junto dos investidores privados. A peça que falta para completar o puzzle de capital do banco público.

No calendário indicativo, Paulo Macedo e os bancos de investimento continuam a acreditar que é possível fazer a operação até ao último dia do mês de março. Falta saber a que preço, claro. E, assim, ficará fechado o plano de recapitalização.

Como dizia esta semana Paulo Macedo, o plano de capitalização é condição necessária, mas não suficiente, para dar a volta à Caixa. É preciso pôr em prática a reestruturação operacional e assegurar o cumprimento do plano de negócios que impõe, por exemplo, a redução do crédito às grandes empresas e um aumento do peso do crédito a PME e do crédito à habitação.

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Caixa com prejuízos de quase dois mil milhões

Paulo Macedo vai apresentar os resultados mais negativos de sempre do banco estatal. Os prejuízos ficam ligeiramente abaixo dos dois mil milhões de euros, apesar das imparidades de três mil milhões.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai ter os piores resultados de sempre. O banco estatal vai apresentar um prejuízo ligeiramente inferior a dois mil milhões de euros, refletindo as elevadas imparidades. O resultado final ficará, no entanto, aquém dos três mil milhões de prejuízos previstos no plano de recapitalização.

Ao que o ECO apurou, o banco liderado por Paulo Macedo, que vai revelar as contas de 2016 esta sexta-feira ao final do dia, deverá reconhecer nas contas do ano passado imparidades que deverão ascender a três mil milhões de euros. No final dos primeiros nove meses esse valor era de apenas 412 milhões.

Com o reconhecimento deste elevado nível de imparidades, os resultados líquidos poderão ser tão negativo quanto os prejuízos acumulados nos últimos cinco anos. O pior resultado alguma vez apresentado pelo banco público era, até agora, foi em 2013, ano em que perdeu 575 milhões de euros.

O banco estatal Já tinha registado prejuízos de 488 milhões de euros em 2011, sendo que em 2012 também apresentou um valor negativo. E nos últimos dois anos a tendência negativa manteve-se. No total, perdeu em cinco anos cerca de 1,9 mil milhões de euros, num período em que todo o setor financeiro nacional foi penalizado pelas elevadas perdas com o crédito malparado.

Imparidades de três mil milhões

Serão as imparidades que vão atirar o banco agora liderado por Paulo Macedo para o pior resultado da sua história. O valor reconhecido pelo banco como perdido deverá rondar os três mil milhões de euros, de acordo com a informação obtida pelo ECO. António Domingues, que liderou o banco entre agosto e o final do ano passado, foi o gestor que fez a limpeza do balanço para a posterior recapitalização.

Até ao final dos primeiros nove meses do ano passado, a CGD já tinha registado imparidades no valor de 412,1 milhões de euros, montante que deverá disparar no último trimestre, levando o resultado que já era negativo para valores ainda mais… negativos. O banco estatal tinha apresentado prejuízos de 189,3 milhões de euros em setembro.

Recapitalização. Falta a segunda parte

As elevadas imparidades são propositadas. A ideia da administração liderada por António Domingues foi a de arrumar os créditos malparados para permitir relançar a CGD como um banco ao serviço das empresas. Ou seja da economia portuguesa. Relançar sem o fardo do malparado, mas com capital fresco. O plano recapitalização supera os cinco mil milhões de euros.

Uma parte desse plano já foi executada. Na primeira fase, a CGD utilizou reservas livres e legais, no valor global de 1,4 mil milhões de euros, para limpar prejuízos passados. Este reforço foi realizado em espécie, através da transferência de ações da Parcaixa (no valor de 490 milhões) e através do “perdão” dos CoCos (900 milhões de euros).

Falta a segunda fase, que obteve agora a luz verde de Bruxelas. Neste segundo capítulo, tendo em conta que os prejuízos da CGD serão inferiores ao previsto, a injeção de capital do Estado deverá ser menor. A ideia inicial era de que fossem aplicados 2,7 mil milhões de euros em dinheiros públicos ao mesmo tempo que é feita a entrada de capital de privados. O banco fará duas emissões de 500 milhões de euros cada em títulos de dívida de elevada subordinação. A primeira deverá acontecer no final deste mês ou em abril.

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