Relvas com 31,7% do capital da Pivot, parceira da Aethel

  • ECO
  • 2 Março 2017

Miguel Relvas terá reforçado a posição que detinha na Pivot, parceira da Aethel Partners, a private equity que nos últimos dias mostrou interesse em adquirir o Novo Banco.

Miguel Relvas, número dois de Passos Coelho e ex-ministro dos Assuntos Parlamentares terá reforçado nos últimos meses a participação que detém na Pivot. Segundo escreve na edição desta quinta-feira o Público (acesso condicionado), Relvas terá ao momento 31,7% do capital da Pivot, a holding que adquiriu em 2015 o banco Efisa, o braço de investimento do BPN e que é parceira da Aethel Partners, a última candidata ao Novo Banco.

Segundo escreve o Público, Miguel Relvas terá adquirido ações que pertenciam a António Bernardo, consultor da Roland Berger, e a Mário Palhares do Banco de Negócios Internacional (BNI) e ex- vice-governador do Banco Nacional de Angola. Mas a venda de ações por parte de Bernardo e Palhares não se ficam por aqui. Ambos terão vendido ações aos acionistas da Aethel Partners, Ricardo Santos Silva. ex- BESI e a Aba Schubert.

A Aethel Partners, detentora de 62% do capital da Pivot, que nos últimos dias deu mostras de estar interessada no Novo Banco, tendo mesmo entregado uma carta de intenções. Este interesse surge numa altura em que o Banco de Portugal e o Governo estão a negociar em exclusivo com o fundo norte-americano Lone Star.

De referir que a compra do Banco Efisa pela Pivot aguarda ainda que o Banco Central Europeu juntamente com o Banco de Portugal se pronunciem sobre a idoneidade da holding e dos seus acionistas.

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Teodora Cardoso: Medidas que fizeram descer défice “não são sustentáveis”

A presidente do Conselho de Finanças Públicas não tem dúvidas de que Portugal vai sair do procedimento por défices excessivos, mas teme que, sem reformas de médio prazo, volte a entrar.

Teodora Cardoso reconhece que, até certo ponto, o Governo conseguiu um “milagre” com a redução do défice de 2016. Mas o milagre não a impressiona. Para a presidente do Conselho de Finanças Públicas, as medidas a que o Governo recorreu para baixar o défice “não são sustentáveis”.

A ideia é defendida em entrevista ao Público e à Renascença. Sobre a correção das contas públicas, a economista começa por apontar que não houve um plano B, mas houve outras medidas. “Como não houve um plano e não houve realmente a assunção dessas medidas, houve todo um período em que era muito difícil avaliar o que estava na cabeça do Governo“, critica.

O que estava, afinal, na cabeça do Governo eram medidas como o Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (Peres), “que teve uma importância muito grande”, ou os “cortes da despesa muito profundos, nomeadamente no investimento público, que no início do ano iria ser um dos motores do crescimento e que na realidade foi o motor da quebra das despesas e também de compressão de despesas”, diz na entrevista.

"O que resolve o problema da despesa pública é uma reforma que tenha efeitos a médio prazo de melhor gestão das despesas, de qualidade das despesas e de ganhos de eficiência”

Teodora Cardoso

Presidente do Conselho de Finanças Públicas

E “o problema”, refere, “é que este tipo de medidas não são sustentáveis”, porque são medidas cujos efeitos não vão repetir-se. “O que resolve o problema da despesa pública é uma reforma que tenha efeitos a médio prazo de melhor gestão das despesas, de qualidade das despesas e de ganhos de eficiência”. Como “nunca fizemos esse esforço no passado”, haverá “espaço para ganhos de eficiência”.

Teodora Cardoso admite, por isso, que “não há dúvidas” de que Portugal sairá do procedimento por défices excessivos (PDE), algo que até a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional reconheceram. A dúvida é outra: “Se o esforço é todo feito no sentido destas medidas pontuais não sustentáveis, dirigidas a, num determinado ano, conseguirmos controlar o défice, mas se, logo a seguir, já estamos livres do PDE e voltamos a fazer despesas, caímos outra vez”.

A presidente do CFP chega mesmo a defender que, se não fosse o Banco Central Europeu (BCE), Portugal estaria próximo da situação de 2010 e 2011. “É evidente que a política do BCE foi extremamente importante para termos acesso a financiamento”, aponta. Mas há, ainda assim, uma diferença: “Desde 2011, fizemos muitas alterações. Não estamos de todo na posição da Grécia. Há várias coisas que em Portugal se alteraram profundamente neste período. Desde logo, alterou-se precisamente a perspetiva de que precisamos de ter uma política de finanças públicas diferente”, até porque “não podemos contar com o BCE eternamente”.

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PSI-20 no verde… mas por pouco

  • Rita Atalaia
  • 2 Março 2017

O PSI-20 volta a abrir no verde, mas por uma pequena margem. A bolsa nacional sobe apenas 0,03%, mantendo-se acima da linha de água pela terceira sessão consecutiva com a ajuda da EDP.

A praça portuguesa continua a recuperar. Mas por pouco. O PSI-20 volta a abrir no verde pela terceira sessão consecutiva, acompanhando o otimismo nas restantes praças europeias. Só que os ganhos são ligeiros. A bolsa nacional abriu em alta de 0,03%, mantendo-se acima da linha de água com a ajuda do grupo EDP.

O índice de referência nacional, o PSI-20, abriu a subir 0,03% para os 4.709,45 pontos. E é o grupo EDP que está a manter a praça lisboeta em território positivo. A EDP acelera 0,41% para os 2,92 euros, antes de a energética apresentar os resultados a 2016, após o fecho do mercado.

Para o quatro trimestre, a equipa de analistas do BPI estima que o “EBITDA tenha atingido os 877 milhões de euros, o que representa uma queda de 6% face ao mesmo período do ano anterior. Contudo, o resultado líquido terá aumentado 69% para os 299 milhões de euros e a dívida líquida terá ascendido aos 15.923 milhões de euros”

Já a EDP Renováveis valoriza 0,22% para os 6,35 euros. O mesmo não se pode dizer da Galp Energia, que cai 0,36% para os 13,96 euros na abertura da sessão.

Na banca, o BCP está a manter a praça portuguesa sob pressão. O banco liderado por Nuno Amado cai 0,13%. Por outro lado, as unidades de participação do Montepio continuam a registar subidas acentuadas, valorizando mais de 10%.

Na Europa, os ganhos também são muito ligeiros. O Stoxx 600 sobe 0,01%. Isto num dia em que, segundo o Diário de Bolsa do BPI, “apesar do rally observado em Wall Street, os investidores europeus deverão hoje dirigir as suas atenções para os resultados empresariais publicados, como também para o cenário político que tem desencadeado um sentimento de incerteza”.

(Notícia atualizada às 08h17 com mais informação)

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Governo pressiona BdP na escolha da administração

  • ECO
  • 2 Março 2017

O processo de nomeação da administração do Banco de Portugal está a criar um impasse entre Carlos Costa e António Costa. O Governo já rejeitou pelo menos meia dúzia de nomes propostos pelo governador.

O Governo está a pressionar o Banco de Portugal. O Executivo quer que a escolha dos novos administradores para o banco central cumpra o critério da paridade de género. Uma exigência que pode fazer, uma vez que é que quem nomeia os administradores. Mas quem propõe é Carlos Costa, que já viu pelo menos meia dúzia de sugestões a serem rejeitadas por António Costa. No Conselho de Ministros desta quinta-feira devem ser nomeados dois homens e uma mulher, ficando a aguardar por outra mulher com um perfil que se enquadre.

O Jornal de Negócios (acesso pago) avança que o processo de nomeação do conselho de administração do Banco de Portugal está a criar um impasse entre Carlos Costa e António Costa. Cabe ao governador do banco central propor os nomes para os administradores. Mas é o Governo que tem a palavra final. E, segundo o Negócios, já rejeitou pelo menos meia dúzia de nomes propostos por Carlos Costa.

Depois de o jornal Público ter dito que a nova administração do Banco de Portugal proposta pelo governador não foi aceite pelo Governo — sob o argumento das quotas de género que estão a ser impostas aos bancos, o Executivo adianta que o BdP não podia ter apenas uma mulher na administração: a ex-eurodeputada Elisa Ferreira — hoje o jornal diz que o Executivo quer duas mulheres na administração para que haja paridade de géneros.

O jornal refere que poderão ser nomeados no Conselho de Ministros de hoje dois homens e uma mulher, ficando o quarto lugar livre à espera de uma mulher com um perfil que se enquadre. Na reunião entre os ministros, deverá ser decidida a promoção de Elisa Ferreira ao cargo de vice-presidente. Para além de Elisa Ferreira, o Público avançou que Carlos Costa terá aceite sem contrariar e terá mesmo já entregue um nome ao Governo: Ana Paula Serra, atual vogal do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal e professora na Faculdade de Economia do Porto.

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Tribunal Constitucional preocupado com fiscalização das autárquicas

  • ECO
  • 2 Março 2017

Manuel Costa Andrade, presidente do Tribunal Constitucional, entregou no Parlamento um documento onde aponta a falta de meios para fiscalizar as contas dos partidas e da campanha eleitoral.

As eleições autárquicas que se realizam no outono estão a deixar preocupado o presidente do Tribunal Constitucional. Em causa está a fiscalização das contas dos partidos e das campanhas eleitorais. O Público (acesso condicionado), na edição desta quinta-feira, refere que Manuel da Costa Andrade terá dado nota dessas preocupações num documento que entregou aos parlamentares da Comissão de Assuntos Constitucionais.

As queixas de Costa Andrade não são novas. Já em setembro em declarações aos jornalistas, Costa Andrade falava na falta de meios. “As tarefas de fiscalização das contas, de eventuais ilícitos, etc, que possam ter ocorrido, é uma tarefa muito exigente porque é preciso fiscalizar as contas dos partidos em todo, com uma análise de minúcia e de pormenor muito grande, isso é um trabalho imenso, é um processo que se estrutura em muitos milhares de folhas e muitos milhares de páginas”.

O presidente do Tribunal Constitucional adiantou na altura que a Entidade das Contas e Financiamento dos Partidos (ECFP) tem falta de meios quer em termos de pessoal quer em termos físicos. Uma situação que tende a agravar-se durante as autárquicas na medida em que a ECFP tem que fiscalizar perto de 30 mil contas.

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Presidente do México reconhece que relação económica com EUA se vai “reconfigurar”

  • Lusa
  • 2 Março 2017

“O que sabemos hoje a 100% é que se trata de uma relação que se vai reconfigurar”, diz Peña Nieto. Mas diz que vai defender os interesses do México.

O Presidente do México, Enrique Peña Nieto, defendeu, na quarta-feira, que o futuro da relação económica e comercial com os Estados Unidos, apesar de ser ainda incerto, “vai-se reconfigurar”.

Falando dos cenários que o México tem pela frente, durante uma visita a uma fábrica em Monterrey, capital de Nuevo León, apontou que uma das variáveis que se deve colocar de parte é o que vai ocorrer na relação com os Estados Unidos.

“O que sabemos hoje a 100% é que se trata de uma relação que se vai reconfigurar”, sustentou.

Peña Nieto afirmou ainda que o México irá negociar, “a seu tempo”, o Tratado de Livre Comércio da América do Norte com o Canadá e os Estados Unidos, um acordo que Washington anunciou que pretender rever após a chegada de Donald Trump à Casa Branca a 20 de janeiro.

Para o chefe de Estado mexicano, a revisão do tratado vai ter lugar “porque houve uma mudança da Administração dos Estados Unidos”, cuja “política externa está a mudar”.

Peña Nieto reiterou que vai defender os interesses do México, sublinhando que o país se rege por uma boa diplomacia e respeito pelos outros, exigindo, por isso, reciprocidade.

“Com esta condição [o México] vai sentar-se à mesa, tal como os seus pares, para reconfigurar os termos da relação com outros países, particularmente com os Estados Unidos”, realçou.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

EDP e Nos apresentam resultados, enquanto Marcelo Rebelo de Sousa estará no Porto a promover uma emissão de dívida subordinada. INE e Eurostat divulgam dados e o Snapchat entra no Nasdaq.

Esta quinta-feira é um dia especial e todos os olhos estarão postos na Snap Inc., a empresa dona do Snapchat, que se espera que protagonize a maior entrada em bolsa desde a oferta pública inicial da retalhista chinesa Alibaba em 2014. Há ainda apresentações de resultados de duas cotadas nacionais e dados estatísticos que importam aos investidores. No Porto, Marcelo Rebelo de Sousa estará a promover o banco público português junto de clientes empresariais, com vista a uma emissão de dívida subordinada que se espera que aconteça ou no final do mês, ou em abril.

Snapchat entra em bolsa

A empresa que detém a rede social Snapchat, Snap Inc., vai entrar em bolsa esta quinta-feira. Será uma das maiores ofertas públicas iniciais da última década e a maior dos últimos três anos. A firma, liderada pelo jovem Evan Spiegel, entrará no Nasdaq sob o ticker “Snap” e com uma avaliação de, aproximadamente, 20 mil milhões de euros. Cada ação deverá valer entre 14 e 16 dólares.

EDP e Nos apresentam resultados

Esta quinta-feira, duas empresas cotadas portuguesas apresentam resultados. Uma é a EDP, após o fecho da bolsa. Os analistas estimam que a firma de António Mexia tenha lucrado 316,67 milhões de euros no quarto trimestre de 2016 o que, a confirmar-se, levará a EDP a fechar o ano com lucros de 935 milhões de euros. Quanto à Nos, estimam-se lucros de 7,5 milhões de euros no quarto trimestre do ano passado, prevendo-se que a empresa de Miguel Almeida tenha lucrado 84,95 milhões de euros no conjunto de 2016.

INE publica dados do retalho

O Instituto Nacional de Estatística deverá publicar esta quinta-feira o Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho. Os dados serão relativos a janeiro deste ano. É um indicador importante para avaliar o consumo privado e também para calcular o desempenho das retalhistas Jerónimo Martins e Sonae no decorrer do primeiro mês de 2017. O INE publicará também os índices de Produção Industrial relativos ao mesmo período.

Eurostat: desemprego e inflação na zona Euro

Esta quinta-feira, espera-se que o gabinete de estatística da União Europeia, Eurostat, apresente indicadores. Entre eles estará a taxa de desemprego do mês de janeiro, um dado que permite medir o pulso ao mercado laboral europeu. Haverá também lugar para a divulgação de uma estimativa rápida da inflação na zona Euro, um número ao qual os investidores estarão certamente atentos.

CGD: Arranca o road show de Marcelo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, arranca hoje com um road show para promover a venda de obrigações da Caixa Geral de Depósitos. A jornada começa no Porto e, em causa, está uma emissão de dívida subordinada no valor de 500 milhões de euros que se espera que aconteça em abril ou ainda no final deste mês. O Presidente deverá reunir com clientes empresariais para espalhar otimismo em relação à situação económica e financeira de Portugal.

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BES, Haitong e Prebuild: Como este jato andou de mão em mão… e acabou em leilão

Esta história tem dois atos. Envolve o nome de dois bancos, uma empresa de aviação e uma antiga construtora que ruiu. Pelo meio surge este Falcon 7X, que andou de mão em mão até chegar a um leilão.

O Falcon 7X, com a matrícula “CS-TLY”, esteve para ser comprado em 2014. Mas a queda do BES levou a que fosse agora penhorado. Está à venda, em leilão.Carlos Miguel Seabra/APEA Portugal

Esta história envolve empresas portuguesas, dívidas milionárias, dois bancos conhecidos e… um moderno jato privado, avaliado em mais de 21 milhões de euros. Trata-se de um Falcon 7X, da fabricante Dassault Aviation, à venda no site de leilões da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução. Quer ficar com ele? Até à data ainda não foi feito qualquer lance, mas terá de desembolsar pelo menos dez milhões de euros (mais IVA) para o adquirir.

O enredo começa em 2014, quando a Vinair Aeroserviços, uma empresa que opera a partir do aeródromo e Tires e atual proprietária legal da aeronave, fechou um “contrato de promessa de compra e venda de aeronave” no valor de mais de três milhões de euros a outra empresa portuguesa: a Tglobal Supply. Conhece? Não? Talvez o nome Prebuild já lhe diga alguma coisa.

Nessa altura, a Tglobal Supply, sob o nome Prebuild e detida pela holding Prebuild SGPS — hoje, Goldenpar –, era uma robusta empresa na área da construção com volumes de faturação na ordem dos três dígitos. Hoje, as duas não têm qualquer atividade. E porquê? Porque estiveram entre as empresas mais afetadas pela derrocada do Banco Espírito Santo (BES) em agosto de 2014. Só a Tglobal Supply deve quase 245 milhões de euros ao Novo Banco, assim como mais de 85.000 euros ao Fisco.

A queda do BES apanhou toda a gente de surpresa. Incluindo, claro está, a Vinair Aeroserviços e a própria Tglobal Supply, que se tinha comprometido em comprar o avião. Esta última entrou, assim, em insolvência e o avião voltou a ser propriedade da Vinair que, por sua vez, se tornou credora da Tglobal Supply. Quer pelo contrato de promessa de compra do Falcon, quer por outro contrato estabelecido, de “aluguer exclusivo” da aeronave. Tudo somado, a Tglobal deve à Vinair mais de cinco milhões de euros.

Um Falcon moderno e melhorado

Chegados aqui, há que fazer uma pausa e perceber que modelo é este. O Falcon 7X, com três jatos, é relativamente recente. Foi lançado em 2005 e ainda se encontra em produção. Para comparação, o Estado português tem três aviões Falcon 50, modelo que começou a voar em… 1976. Quanto à aeronave em leilão, foi alvo de “recentes operações de manutenção e melhoramento”, nomeadamente inspeção no valor de 840 mil dólares, “renovação das madeiras interiores” no valor de 487 mil dólares e pintura no valor de 17 mil dólares. Antes era acinzentado, hoje é branco.

Está registado no Instituto Nacional de Aviação Civil com a matrícula “CS-TLY”, já completou cerca de 2.885 horas de voo e fez 1.043 aterragens. Encontra-se “normalmente” estacionado no aeródromo municipal de Tires. Não foi imobilizado ou apreendido, nem os “respetivos documentos”. Encontra-se mesmo “a ser explorada” e “em bom estado de conservação e manutenção”, surge indicado. Segundo o site Plane Finder, o avião tem feito viagens regulares desde o início do ano para países como Marrocos, Argélia e Espanha.

O ECO confirmou junto de Filipe Avilez, presidente executivo da Vinair, que o Falcon foi comprado novo em 2008 e continua a ser operado e explorado pela empresa para transporte dos seus clientes. No entanto, segundo a página do leilão, a Vinair foi “executada” e é “fiel depositária” das receitas geradas com a exploração da aeronave. Ou seja, o avião foi penhorado.

Compare: Antes era cinzento, hoje é branco

O segundo ato da mesma história

É aqui que começa a segunda parte desta história, onde se explica como é que este Falcon 7X acabou numa plataforma de leilões online. Ao que o ECO apurou junto do agente de execução Hugo Machado, a Vinair Aeroserviços tem uma dívida de, aproximadamente, 24 milhões de euros ao Haitong — aqui está o segundo banco com nome conhecido desta história. O banco está, por isso, a executar esta aeronave, cujo montante angariado com o leilão, em conjunto com as receitas geradas pela exploração, servirão para pagar a dívida da Vinair.

Filipe Avilez não confirmou ao ECO o nome do banco, nem entrou em grandes detalhes sobre o processo de alienação da aeronave ou sobre a venda falhada que referimos mais acima. No entanto, confirmou que o leilão “faz parte de uma estratégia acordada com o banco [Haitong] para vender a aeronave”.

“A execução da aeronave foi acordada entre o banco credor e o proprietário e segue atualmente os seus termos de acordo com o previsto”, disse Filipe Avilez, mostrando-se “tranquilo” com o decorrer do processo. Esclareceu ainda que a Vinair “não tem quaisquer dívidas ao Fisco ou à Segurança Social. A empresa e o banco financiador concordaram em que a melhor e mais transparente forma de venda da aeronave seria esta”, referiu.

O próximo capítulo desta história ainda está por escrever. Deverá nascer a 29 de março, pelas 10h, o dia em que termina o leilão e em que se saberá se sempre foi ou não alienado — e, mais importante, por quanto. Está prevista uma cerimónia de encerramento para as 14h30 do mesmo dia, no Palácio da Justiça de Lisboa, na Rua Marquês de Fronteira. E o processo, que decorre no Tribunal da Comarca de Lisboa Oeste, aguarda também um final: saber se a Vinair consegue ou não saldar a dívida para com o Haitong e alienar de vez este Falcon, três anos depois da venda falhada.

Imagens cedidas por Carlos Miguel Seabra/APEA Portugal.

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Banco de Portugal manteve idoneidade de Ricardo Salgado por falta de provas

O Banco de Portugal (BdP) garantiu esta quarta-feira que só não reavaliou a idoneidade de Ricardo Salgado no final de 2013 por falta de "factos demonstrados" que o justificassem à luz da lei.

O Banco de Portugal (BdP) emitiu um comunicado na noite desta quarta-feira para prestar “esclarecimentos” no âmbito de uma reportagem da SIC que garante que o governador Carlos Costa sabia da falência do Banco Espírito Santo (BES) 17 meses antes do momento do colapso. Segundo a estação de Carnaxide, nove meses antes, vários técnicos já assinalavam a urgência de afastar Ricardo Salgado do banco.

De acordo com o comunicado do BdP, a instituição “não dispunha de factos demonstrados que — dentro do quadro jurídico então aplicável e atenta a jurisprudência dos tribunais administrativos superiores — permitissem abrir um processo formal de reavaliação de idoneidade dos administradores em causa”, lê-se. O regulador garante que “acompanha, em permanência, todas as informações que possam ser relevantes para” verificar se “os membros dos órgãos de administração e de fiscalização das instituições de crédito reúnem” os requisitos para exercerem funções.

Espera-se que a SIC revele vários documentos na reportagem “Assalto ao Castelo”, incluindo uma nota interna da autoria de técnicos do banco central onde a continuidade de administradores do BES, incluindo de Ricardo Salgado, era posta em causa. Sobre isso, o BdP reitera que “a nota citada na reportagem, com data de novembro de 2013, refere expressamente que a informação existente à data tinha que ser devidamente verificada e confirmada para efeitos de eventuais ações ao nível da idoneidade. Foram, assim, desenvolvidas pelos serviços competentes do Banco de Portugal várias diligências na sequência daquela e de outras informações, ainda em 2013 e também ao longo de 2014″, indica o esclarecimento.

“Perante a avaliação dos factos que foram chegando ao seu conhecimento, o BdP não aprovou pedidos de registo para o exercício de funções em outras entidades do Grupo BES, o que veio a culminar – após solicitação de sucessivas explicações e esclarecimentos aos administradores em causa, através de várias diligências escritas e presenciais — com a retirada desses pedidos pelos próprios em março e abril de 2014″, acrescenta a instituição.

Por fim, o BdP indica que “foram desenvolvidas múltiplas diligências junto dos acionistas de referência do BES, com destaque para o Crédit Agricole, exigindo um plano de sucessão para o órgão de administração do BES, no quadro da transição para um modelo de gestão profissionalizada, com nomeação de uma administração independente. Este processo conduziu à apresentação pelo Dr. Ricardo Salgado, em meados de abril de 2014, da calendarização da sua sucessão e de um plano que pressupunha a saída dos membros da família do órgão executivo do BES.”

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Ring! Snapchat vai valer mais de 20 mil milhões

Esta quinta-feira, a Snap Inc. toca o sino e entra no Nasdaq. A empresa de Evan Spiegel definiu um preço de 17 dólares por ação para aquela que será a maior IPO dos últimos três anos.

O Snapchat vai entrar esta quinta-feira em bolsa, com as ações a valerem 17 dólares cada.Patrick T. Fallon/Bloomberg

A Snap Inc., empresa dona da rede social Snapchat, estabeleceu o valor da oferta pública inicial (IPO) desta quinta-feira em 17 dólares por ação, de acordo com informações avançadas pelo The Wall Street Journal e pela agência Bloomberg, confirmadas oficialmente após o fecho da sessão desta quarta-feira. O valor está acima dos 14-16 dólares por ação previamente estabelecidos. Com base nos 1,16 mil milhões de ações atualmente existentes, a empresa está avaliada em 20 mil milhões de dólares, ou quase 19 mil milhões de euros. O valor deverá chegar aos 23,6 mil milhões após a entrada em bolsa.

A holding da rede social das imagens e vídeos que desaparecem vai, assim, protagonizar a maior entrada em bolsa dos últimos três anos e uma das maiores da última década. É ainda a primeira IPO tecnológica do ano, com a companhia liderada pelo jovem Evan Spiegel a integrar o Nasdaq com o ticker “SNAP”. Cerca de 145 milhões de ações serão oferecidas pela empresa e outros 55 milhões serão vendidos por atuais shareholders, por um preço que deverá situar-se entre os 17 e os 18 dólares por ação.

Esta IPO encontra-se pintada por uma série de pormenores, como o facto de as ações não concederem direitos de voto aos investidores. Por outras palavras, os acionistas do Snapchat não vão poder participar de forma ativa nos destinos da empresa. Investir será, portanto, um tiro no escuro e, sobretudo, um voto cego de confiança em quem realmente manda: os fundadores Bobby Murphy e Evan Spiegel.

Spiegel criou o Snapchat em 2011, vendo uma oportunidade de negócio onde mais ninguém viu: criar uma aplicação para possibilitar o envio de mensagens que desaparecem ao fim de algum tempo — seja um dia como um segundo. A empresa-mãe que agora entra em bolsa gera receitas da publicidade apresentada entre essas mensagens e, mais recentemente, da venda dos Spectacles, uns óculos de sol com uma câmara.

Tudo junto, a Snap Inc. gerou 404,5 milhões de dólares no ano passado e outros 58,66 milhões em 2015, ainda sem os óculos à venda. Isto por um lado. Porque, por outro, a curta história de vida do Snapchat, juntando aos 514,64 milhões de dólares de prejuízo que registou em 2016, são indicadores de risco para vários analistas, que alertam para os perigos de se apostar nesta IPO. Trocando por miúdos, estamos a falar de um negócio que, em 2016, perdeu 1,27 dólares por cada dólar que faturou.

O Snapchat é usado diariamente por 150 milhões de pessoas em todo o mundo. Cerca de 85% dos utilizadores têm menos de 35 anos. São criados 2,5 mil milhões de snaps todos os dias, as típicas mensagens que podem incluir uma imagem, um vídeo, grafismos variados ou desenhos. Para esta IPO estão escalados os bancos Morgan Stanley e Goldman Sachs. Este último, refere a Bloomberg, será o agente estabilizador com o objetivo de garantir que o primeiro dia de negociações decorre sem qualquer problema.

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Novo recorde: Dow Jones supera os 21 mil pontos

O discurso moderado de Donald Trump perante o Congresso e o aumento da taxa de juro quase certo em março estão a levar Wall Street a novos máximos. Dow Jones regista novo recorde.

Depois de ter atingido os 20.000 pontos — uma marca celebrada em Wall Street –, pouco mais de um mês de Donald Trump ter tomado posse, o Dow Jones ultrapassou pela primeira vez os 21 mil pontos esta quarta-feira. Esta terça-feira o Presidente dos EUA discursou no Congresso norte-americano pela primeira vez, tendo surpreendido os analistas por ter pela primeira vez um discurso mais moderado. Além disso, tudo indica que na reunião deste mês a Reserva Federal vai voltar a aumentar a taxa de juro.

O Carnaval já lá vai e hoje foi o dia dos investidores voltarem à negociação em bolsa, um regresso otimista: os três principais índices de Wall Street fecharam a valorizar significativamente. A estrela principal voltou a ser o Dow Jones que, depois de a 25 de janeiro ter ultrapassado os 20 mil pontos, ultrapassou esta quarta-feira os 21 mil pontos. O índice valorizou 1,46% para os 21.115,55 pontos.

Já o S&P 500 subiu 1,47% para os 2.398,09 pontos e o Nasdaq valorizou 1,35% para os 5.904,03 pontos. A influenciar a bolsa nova-iorquina está o discurso de Donald Trump que, apesar de pouco pormenorizado, foi o mais moderado que se ouviu do atual Presidente dos Estados Unidos. Entre as novidades está o aumento de despesa militar do Estado norte-americano e cortes noutras áreas, o que deverá constar do Orçamento do Estado para 2018.

O tom otimista e de menor confronto de Trump está a agradar os mercados. É isso que indicam os analistas consultados pela Bloomberg que consideram que a Casa Branca ganhou capital político com um discurso mais moderado, existindo até a notícia de que pode haver um processo de legalização de imigrantes ilegais, consoante a sua ficha criminal. Em dúvida continuam os moldes da reforma fiscal e da desregulação da legislação de Dodd-Frank, algo que tem impacto direto em Wall Street.

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Portugal 2020: Já foram colocados a concurso 54% dos fundos

No final de 2016, a taxa de execução do Portugal 2020 era de 11%. No final de janeiro subiu para 12%. Empresas são das principais beneficiárias dos fundos.

O bolo global do Portugal 2020 são 25,79 mil milhões de euros. Até ao final do ano passado já foram colocados a concurso 54% deste montante, revela o último Boletim Informativo dos Fundos da União Europeia.

Isto significa que, entre 12 de novembro de 2014 — data em que foi lançado o primeiro concurso do novo quadro comunitário de apoio –, e o final de 2016, foram abertos 1.209 concursos que permitirão injetar na economia 13,81 mil milhões de euros. E quem é o principal alvo destes concursos? As empresas.

“Um quarto dos concursos abertos no último trimestre de 2016 enquadra-se no domínio da competitividade e internacionalização, consistindo a maior parte em apoios às empresas”, revela o mesmo documento. Ainda assim, as áreas de desenvolvimento rural e da eficiência no uso de recursos, no último trimestre do ano, também abriu um “número significativo” de concursos, com um quarto do total cada.

A estes concursos foram apresentadas 326 mil candidaturas e aprovadas 286 mil operações.

Outro dado revelado pelo relatório é taxa de execução do Portugal 2020: 11%. Um valor que representa uma progressão de 3,1 pontos percentuais face ao final do terceiro trimestre. Entretanto, esta quarta-feira, no Parlamento, na Comissão de Economia e Obras Públicas, o secretário de Estado do Desenvolvimento e da Coesão, revelou que esta taxa de execução, a 31 de janeiro, já está em 12%. O que se entende por taxa de execução? São as despesas feitas pelos beneficiários de fundos comunitários que já foram pagas e certificadas por Bruxelas.

Este montante é sempre inferior ao volume de pagamentos — que a 31 de dezembro era de 3,5 mil milhões de euros — uma vez que aqui estão incluídos os adiantamentos. Estes 3,5 mil milhões correspondem a 14% da dotação global dos fundos e é ao nível do desenvolvimento rural que se regista o maior número de pagamentos (1,07 mil milhões) seguido do capital humano com 1,04 mil milhões.

Isto coloca Portugal no segundo lugar dos pagamentos intermédios da Comissão Europeia ao Estados-membros, com 1,98 mil milhões de euros. À frente só a Polónia com 3,55 mil milhões, mas este é o país com o quadro comunitário maior — 86,56 mil milhões que compraram com os 25,79 mil milhões de Portugal.

Quanto à taxa de compromisso, o relatório revela ainda que a taxa de compromisso do Portugal 2020 é de 41% a 31 de dezembro de 2016. Mas Nelson Souza, no Parlamento, já atualizou este valor para 43% a 31 de janeiro.

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