António Mota: “Belmiro era um homem polémico com grande capacidade empresarial”

O presidente da Mota-Engil recorda Belmiro de Azevedo, um homem que "tinha pressa em andar depressa" e "pouca paciência com a inatividade".

António Mota foi esta quarta-feira o convidado do programa ECO24, do ECO e da TVI 24.Paula Nunes/ECO

A Mota-Engil, na pessoa de António Mota, estava ao lado de Belmiro de Azevedo num dos negócios do empresário que não correram como o planeado. Foi em 1992, quando se iniciou a privatização do Banco Português do Atlântico (BPA) e Belmiro de Azevedo, que tinha intenções de controlar um banco, acabou por entrar no capital do BPA e ficar com 9%. Contava, para além da Mota-Engil, com um grupo relaticamente vasto de aliados.

A dada altura, esse grupo sentou-se à mesa e terá ouvido da boca de Belmiro de Azevedo o seguinte: “Isto aqui é como um táxi. Vou no banco da frente e vocês vão todos no banco de trás.” Até que um dos membros perguntou: “E quem paga a corrida?” A parceria chegou ao fim e foi o BCP que acabou por lançar uma OPA sobre o BPA — a segunda — e a ficar com o banco. Quem conta a história é o próprio António Mota, em entrevista ao programa ECO24, do ECO e da TVI24, no dia em que se soube da morte de Belmiro de Azevedo.

António Mota não se alongou mais nos comentários sobre o fim da aliança do BPA, mas reconheceu que Belmiro de Azevedo, o patrão da Sonae, “era um homem polémico”. E acrescentou: “As polémicas ficam connosco. Tivemos uma parceria grande quando foi o BPA, que começou bem e terminou pouco bem.”

Belmiro de Azevedo tinha pouca paciência com a inatividade. Tinha pressa em andar depressa.

António Mota

Presidente da Mota-Engil

Reagindo à morte do empresário nortenho, António Mota considerou Belmiro de Azevedo “um dos homens mais representativos do empresariado português em democracia”. O presidente da construtora Mota-Engil considerou ainda que foi “um dia triste para todos os empresários em Portugal.” Belmiro de Azevedo morreu esta quarta-feira no Porto, aos 79 anos, vítima de problemas de saúde.

“Era um homem polémico, por vezes, que tinha uma capacidade empresarial e instinto muito grandes e deixa todos nós tristes com a notícia”, afirmou António Mota. Sobre o trabalho desenvolvido por Belmiro de Azevedo ao longo de mais de quatro décadas na Sonae, bem como os vários episódios que protagonizou, António Mota considerou terem sido “peças importantes no desenvolvimento da economia” portuguesa.

O presidente do conselho de administração da Mota-Engil contou ainda um episódio em que Belmiro de Azevedo terá visitado a obra de um hipermercado Continente com António Mota. Terá questionado o encarregado da obra sobre demoras na pavimentação da obra, ao que o empreiteiro ter-se-á desculpado com um estaleiro que ali estaria a empatar. Belmiro de Azevedo terá respondido: “Passa-lhe por cima.” E foi exatamente o que acabou por acontecer. Mais tarde, Belmiro de Azevedo terá comentado: “Passou-lhe por cima. Foi o que lhe mandei fazer. Não fez mais do que cumprir ordens.”

É por isso que, recorda António Mota, Belmiro de Azevedo “tinha pouca paciência com a inatividade”. “Tinha pressa em andar depressa”, concluiu o líder da construtora cotada na bolsa de Lisboa, numa entrevista televisiva no mesmo dia do falecimento do seu antigo parceiro de negócios.

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Portugal, um ecossistema empreendedor em crescimento mas ainda com um ‘longo caminho’ pela frente

Ecossistema empreendedor europeu tem crescido, mas Portugal continua com um "longo caminho" por fazer, conclui o State of European Tech Report organizado pela Atomico e pela Slush.

O ecossistema empreendedor europeu está em crescimento mas Portugal continua com um “longo caminho” pela frente. Esta é uma das conclusões do State of European Tech Report, um relatório anual organizado desde 2015 pela Atomico e pela Slush e divulgado esta quinta-feira, e que analisa milhares de startups tech em toda a Europa.

O relatório identifica que se verifica na Europa uma mudança de mentalidades: se antes, as startups europeias olhavam primeiro para Silicon Valley sempre que pensavam numa estratégia de exit, verifica-se hoje que estão a olhar para os Estados Unidos como um destino de compra, para demonstrar o seu sucesso e para expandir-se internacionalmente. “Para nós, estes são sinais de uma verdadeira globalização tech. Tal como o relatório observa, à medida que a tech engole a Europa, todas as cidades estão a tornar-se tech cities“.

Segundo a análise, o Reino Unido continua a ser o maior destino de capital investido na Europa. No entanto, o capital investido desde 2012 em dez países chegou aos mil milhões de dólares, acrescenta o relatório.

“Continuamos a ver pequenos ecossistemas a desenvolver-se por toda a Europa mas que têm ainda um longo caminho a fazer — o que se apresenta como uma grande oportunidade. Enquanto países como Espanha vibram com múltiplas novas startups, bons exits e equipas ambiciosas, o seu vizinho Portugal continua a tentar aumentar a curva e Itália, ainda não conseguiu gerar um ecossistema que faça jus ao seu potencial”, defendeu Carolina Brochado, partner da Atomico. “É encorajador que mais fundos comecem a investir mais do que em casa para que os founders nascidos em tech scenes menos conhecidas possam agora ter acesso à melhor expertise e ao capital global necessário para escalar o negócio”, acrescentou.

O projeto State of European Tech Report começou em 2015 e, esta edição, revela que “o estado da tech europeia é o mais forte do que alguma vez foi”. “A Europa está a construir um ecossistema tech à sua imagem, definido pela sua experiência tecnológica, uma enorme diversidade geográfica e com uma aproximação colaborativa única à indústria tradicional”, acrescentou.

De acordo com o relatório, 17% dos empreendedores oriundos de países como Portugal, Itália, Grécia e Espanha mudam-se para outros ecossistemas de maneira a poderem criar os seus negócios. Mesmo assim, este valor está abaixo da média europeia (21%), com os países do centro e leste da Europa a liderarem estas movimentações (29%).

No que toca ao capital, Portugal está na segunda metade da lista de capital investido (em dólares) per capita por país. De acordo com os dados do relatório da Atomico, Israel lidera a lista com 304 dólares/per capita, seguido dos Estados Unidos (246), Suécia (123), Irlanda (111), e Reino Unido (59). Atrás de Portugal (4 dólares per capita) apenas Itália (3), Rússia (2) e Turquia (0).

A Atomico considera que o relatório é um call to action à regulação europeia. “A mudança é necessária se a Europa quer continuar os seus avanços no desenvolvimento de novas tecnologias”, alerta.

Europa, território de destaque em Inteligência Artificial

A Universidade de Lisboa é 99.ª no top 100 da comunidade de pesquisa em Inteligência Artificial (AI). A Europa aparece em destaque na tabela — com 32 referências universitárias nesta área — e com três universidades francesas a aparecerem em 4.º, 16.º e 17.º lugares. O Imperial College London aparece em 18.º, seguido em 20.º lugar pela Universidade de Oxford. Em contrapartida, o Top 100 conta com 30 universidades dos Estados Unidos e 12 na China.

O relatório reúne dados de mais de 1.800 empresas tech e de alguns dos mais conhecidos fundos e investidores de capital de risco privado, em 35 países. Veja o vídeo sobre as conclusões do estudo aqui.

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Teixeira Duarte reduz prejuízos no terceiro trimestre

  • Lusa
  • 30 Novembro 2017

No terceiro trimestre, o volume de negócios recuou 10,7%, para 739 milhões de euros, uma quebra de 88,9 milhões de euros. EBITDA caiu 18%, para 123 milhões de euros

A Teixeira Duarte registou prejuízos de 11,1 milhões de euros no terceiro trimestre do ano, uma melhoria face ao resultado líquido negativo de 26 milhões de euros obtidos no período homólogo de 2016, anunciou esta quinta-feira a construtora.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa refere que, “além do impacto normal do desenvolvimento da atividade das entidades que integram o grupo Teixeira Duarte nos seus diferentes mercados de atuação, este indicador foi também influenciado por outros fatores”, entre os quais as diferenças de câmbio e a alienação de direitos de subscrição de aumento de capital do BCP, no montante de seis milhões de euros.

No terceiro trimestre, o volume de negócios recuou 10,7%, para 739 milhões de euros, uma quebra de 88,9 milhões de euros.

De acordo com a construtora, em Portugal registou-se um aumento de 1,6 milhões de euros em termos homólogos, “o que se considera muito positivo”. Os outros mercados, que representavam 83,8% deste indicador em setembro de 2016, desceram globalmente 13,1%, passando a representar 81,6% do total do volume de negócios do grupo, refere.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 18%, para 123 milhões de euros.

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Fim do corte de 10% beneficia 91 mil desempregados em janeiro

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 30 Novembro 2017

Subsídio de desemprego pago em janeiro já não vai contar com a redução de 10% que afeta prestações atribuídas há mais de seis meses. Cerca de 91 mil desempregados são beneficiados.

O fim do corte de 10% no subsídio de desemprego terá efeitos logo no pagamento de janeiro e, nesse mês, vai abranger 91 mil pessoas, indica fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. A medida custa cerca de 40 milhões de euros em 2018.

Em causa está a redução de 10% que se aplica sobre o subsídio de desemprego ao fim de 180 dias de pagamento. A medida começou a ser aplicada em abril de 2012 — estava Portugal sob o programa de ajustamento — mas, já este ano, foi introduzido um travão para proteger prestações de valor mais baixo. Ficou então garantido que, do corte, não poderia resultar uma prestação inferior ao Indexante dos Apoios Sociais (421,32 euros em 2017). Este travão chegou ao terreno em junho e, nesse mês, abrangeu 70.636 pessoas e custou 1,8 milhões de euros, tal como noticiou o ECO.

As alterações vão agora mais longe, já que o objetivo é retirar da legislação este corte, abrangendo assim todos os subsídios de desemprego independentemente do valor. A norma consta do Orçamento do Estado para 2018 e resulta das propostas apresentadas pelo PCP e Bloco de Esquerda.

“O número de beneficiários abrangidos pelo fim do corte de 10% no subsídio de desemprego será de 91.000 no mês de janeiro”, indicou fonte do Ministério de Vieira da Silva, acrescentando que “o processamento do pagamento do subsídio de desemprego no mês de janeiro já será feito sem o corte”. A medida vai custar cerca de 40 milhões de euros no próximo ano.

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Trabalhadores da Autoeuropa voltam a chumbar acordo

Foram 63% dos trabalhadores que votaram contra o pré-acordo para os novos horários de trabalho na Autoeuropa. Mantém-se o impasse.

Os trabalhadores da Autoeuropa voltaram a chumbar o pré-acordo que visava estabelecer os novos horários de trabalho na fábrica de Palmela. De acordo com os dados da votação avançados pela RTP3, 63% dos trabalhadores rejeitaram o acordo com novos termos para trabalhar ao sábado e da laboração contínua.

Os trabalhadores da Autoeuropa iam pronunciar-se esta quarta-feira em referendo sobre o pré-acordo para os novos horários laborais negociados entre a administração e a Comissão de Trabalhadores para responder à produção do modelo T-Roc. Sendo que o pré-acordo, assinado em 20 de novembro, estabelece os termos do trabalho ao sábado e da laboração contínua (três turnos diários), que deverá ter início depois das férias de agosto de 2018.

Mas a consulta aos trabalhadores determinou um novo impasse, já que a proposta foi rejeitada tal como se antecipava, uma vez que muitos trabalhadores consideravam insuficientes as alterações negociadas pela atual Comissão de Trabalhadores, eleita em outubro. Os sindicatos já davam conta de que este novo acordo era pior do que o anterior pré-acordo.

No passado mês de julho, 74% dos trabalhadores da Autoeuropa rejeitaram um outro pré-acordo sobre os novos horários que tinha sido negociado pela anterior Comissão de Trabalhadores, a que se seguiu uma greve histórica, em 30 de agosto, a primeira por razões laborais na fábrica de automóveis de Palmela do grupo Volkswagen. A anterior Comissão de Trabalhadores apresentou a demissão face à rejeição do pré-acordo no referendo realizado em 29 de julho.

Este novo pré-acordo estabelece ainda que entre a semana 5 (fevereiro) e a semana 33 (agosto) haverá um período transitório, que irá permitir a adaptação da fábrica ao modelo de laboração contínua. Durante este período transitório, a distribuição do horário semanal será de segunda-feira a sexta-feira e haverá um plano extraordinário de trabalho a prestar ao sábado.

O trabalho ao sábado (e a remuneração dos sábados, que deixam de ser pagos como trabalho extraordinário), a par da laboração contínua a partir de agosto de 2018, têm sido os principais motivos de contestação por parte dos trabalhadores da Autoeuropa.

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O percurso de Belmiro de Azevedo na Sonae

Belmiro foi contratado para a Sonae em 1965. Pôs um ponto final na sua carreira de gestor em 2015. Deixou o filho Paulo Azevedo aos comandos, numa transição suave de poder.

Foram 50 anos de vida dedicados, de corpo e alma à Sonae. Belmiro de Azevedo entrou com apenas 26 anos, para assumir a função de diretor de Investigação e Desenvolvimento, mas começou logo a impor o seu cunho, dando início a um conjunto de reformas na empresa. Até ao momento em que decide abandonar a empresa pelo seu próprio pé, Belmiro não parou de fazer crescer o grupo, não só em dimensão, mas também em áreas de atividade. Conheça as várias etapas pelas quais o grupo passou.

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Tecnologia pressiona Wall Street. Bolsas fecham mistas

As bolsas norte-americanas encerraram mistas, numa sessão em que o setor tecnológico esteve sob especial pressão. Investidores receiam barreiras que a nova reforma fiscal possa, eventualmente, trazer.

As bolsas norte-americanas fecharam mistas esta quarta-feira, num dia em que as ações tecnológicas estiveram sob pressão e arrastaram o Nasdaq. Empresas como a Apple e a Amazon registaram perdas na ordem dos 2%, num dia que ficou ainda marcado pelas afirmações de Janet Yellen, líder da Fed, que considerou que “a expansão económica é cada vez mais geral”.

Neste contexto, o S&P 500 recuou 0,04% para 2.626.07, enquanto o tecnológico Nasdaq derrapou 1,27% para 6.824,34 pontos. Já o industrial Dow Jones fechou no verde com um pulo de 0,44%, encerrando nos 23.940,68 pontos. Em Nova Iorque, o preço do petróleo desvalorizava 1,03% para 57,40 dólares o barril à hora de fecho da sessão.

Esta quinta-feira, deverá ser votada a reforma fiscal da Administração Trump, que deverá trazer menos impostos para as empresas. A pressão sobre as tecnológicas é explicada, em parte, por receios de que uma eventual reforma fiscal possa, contudo, levantar novas barreiras às empresas do setor.

À Bloomberg, Michael O’Rourke, chief market strategist da JonesTrading Institutional Services, disse: “As grandes companhias tecnológicas já têm impostos pouco eficazes porque têm conseguido enganar o sistema. Qualquer reforma terá de corrigir essas fugas, que é o que se está a tentar fazer, pelo que elas não irão sair beneficiadas.”

A mexer com os mercados esteve também um discurso da ainda líder da Reserva Federal, Janet Yellen, que disse: “A expansão económica é cada vez mais geral em todos os setores, assim como em grande parte da economia global.” E reiterou que são “apropriadas subidas graduais das taxas de juro”.

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Reestruturação do negócio da Altice em França vai durar um ano, pelo menos

A reestruturação da operadora francesa SFR, que é o maior negócio do grupo Altice, só deverá começar a ter efeitos dentro de 18 meses e deverá durar pelo menos um ano, refere a Bloomberg.

A reestruturação da operadora francesa SFR, que é o maior negócio do grupo Altice, vai durar pelo menos um ano e um impacto positivo nas receitas e no lucro da empresa só deverá tornar-se evidente dentro de 18 meses. A informação foi avançada esta quarta-feira pela Bloomberg, que cita “pessoas familiarizadas com o assunto”.

Já eram conhecidos os planos da Altice de cortar até 5.000 postos de trabalho na operadora até meados de 2019, uma decisão que, de acordo com fontes da agência, estará a pesar no ânimo dos trabalhadores. No mercado, o consenso é o de que não existe uma solução rápida para os problemas do grupo, que também detém a PT e a marca Meo em Portugal.

No curto prazo, a SFR deverá apostar em campanhas de natal com preços das comunicações mais baixos, assim como outros pacotes focados na captação de novos clientes. O objetivo é voltar a crescer em número de subscritores e ganhar quota de mercado, dois dos indicadores que mais deixaram a desejar nas contas do terceiro trimestre e que provocaram um terramoto no seio do grupo.

Os resultados foram apresentados no início deste mês e, desde aí, a Altice já afundou em bolsa mais de 55%, mudou a estrutura da gestão e anunciou uma alteração na estratégia, com a possibilidade de vender alguns ativos no ano que vem. Tudo para reconquistar a confiança dos investidores, que têm dúvidas quanto à capacidade do grupo de Patrick Drahi de pagar os mais de 50 mil milhões de euros de dívida que acumula.

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Rui Rio pede “novo 25 de Abril” para revitalizar a democracia

  • Lusa
  • 29 Novembro 2017

O candidato à liderança do PSD, Rui Rio, pediu esta quarta-feira um "novo 25 de abril" para "dar à democracia a vitalidade que ela precisa".

O candidato à liderança do PSD Rui Rio defendeu que Portugal precisa de “um novo 25 de Abril”, não militar mas civil, para “dar à democracia a vitalidade que precisa” e que considera ter perdido.

Na apresentação da sua Comissão de Honra, perante uma sala cheia num hotel de Lisboa, o antigo autarca do Porto voltou a defender como um dos pilares do seu programa político uma reforma do regime, lembrando que este tem 41 anos (referindo-se à aprovação da Constituição em 1976), os mesmos que o Estado Novo quando ruiu “com um encontrãozito”.

“Acho que nós precisamos de um novo 25 de Abril, não um 25 de Abril militar, mas um 25 de Abril civil e reformista. Estamos em hora de revisitar o 25 de Abril para dar à democracia a vitalidade que ela precisa”, defendeu. Para Rui Rio, era impossível que o atual regime mantivesse a mesma vitalidade numa sociedade que mudou muito nas últimas quatro décadas e salientou que o que está em crise é mais a substância da democracia que os seus formalismos.

Acho que nós precisamos de um novo 25 de Abril, não um 25 de Abril militar, mas um 25 de Abril civil e reformista. Estamos em hora de revisitar o 25 de Abril para dar à democracia a vitalidade que ela precisa.

Rui Rio

Candidato à liderança do PSD

“Se não ajustarmos o regime a esta sociedade só por milagre teremos as pessoas de braço dado com o regime e não afastadas como estão”, afirmou, dizendo que este afastamento se sente não só na política, mas também na justiça ou nas relações de poder.

Chega, diz Sarmento

O mandatário nacional de Rui Rio à liderança do PSD defendeu que Portugal tem de “ultrapassar a escolha curta” entre o “vem aí o diabo” e o “chapa ganha, chapa distribuída”, numa referência a Passos Coelho e António Costa.

“Só vale a pena fazer política se prosseguir um sonho e uma visão para Portugal que ultrapasse a escolha curta entre o ‘vem aí o diabo’ e o ‘chapa ganha, chapa distribuída’, que seja razão de motivação dos portugueses e um caminho de verdadeira mudança para o país”, defendeu o ex-ministro Nuno Morais Sarmento, na sessão de apresentação da Comissão de Honra de Rui Rio.

Só vale a pena fazer política se prosseguir um sonho e uma visão para Portugal que ultrapasse a escolha curta entre o ‘vem aí o diabo’ e o ‘chapa ganha, chapa distribuída’, que seja razão de motivação dos portugueses e um caminho de verdadeira mudança para o país.

Nuno Morais Sarmento

Mandatário nacional de Rui Rio à liderança do PSD

Sarmento disse que, nestas diretas, não teve dúvidas em escolher Rui Rio, sobretudo pelas suas qualidades humanas: “É um homem a quem reconheço honestidade, integridade, a coragem, o sentido de missão e de serviço público que considero indispensável para que, na liderança do PSD, o nosso partido recupere a confiança, a credibilidade e uma visão de futuro”.

Ano novo, vida nova: não podemos mais limitar o nosso futuro à decisão de um Governo que metade dos dias funciona como um cata-vento e a outra metade como um doente bipolar e ainda acredita que Portugal pode avançar segundo um modelo ultrapassado de luta de classes”, criticou.

Sarmento defendeu que o PSD é um partido do centro, onde o primado está nas pessoas, e que respeita a iniciativa privada mas garante a igualdade de oportunidades e a defesa dos mais vulneráveis. “Um país em que haja a coragem não de reformar o Estado mas de repensar o que são as funções do Estado, centrando-o apenas nas funções essenciais, que são as funções de soberania e as funções sociais”, defendeu, pedindo uma aposta no mar e na língua, que considera as únicas dimensões que tornam Portugal maior que o seu território.

Escolher um candidato para primeiro-ministro

Já o presidente da Comissão de Honra, o antigo vice-presidente do partido Paulo Mota Pinto fez questão de sublinhar também a matriz social-democrata do PSD e reiterou o apelo que tem sido feito pelo candidato à liderança Rui Rio. “Temos o dever de tudo fazer para que o nosso partido se apresente aos portugueses com o candidato a primeiro-ministro que não só seja quem traduz a sua identidade social-democrata de sempre como quem melhores possibilidades tem de conquistar o poder”, afirmou, considerando que é Rui Rio quem reúne estas duas condições.

E reforçou o alerta: “De nada adianta ganhar eleições internas para contentar quadros e aparelhos, se isso de nada servir para ganhar eleições nacionais, perante o voto de todos os portugueses”.

De nada adianta ganhar eleições internas para contentar quadros e aparelhos, se isso de nada servir para ganhar eleições nacionais, perante o voto de todos os portugueses.

Paulo Mota Pinto

Presidente da Comissão de Honra

O PSD escolherá o seu próximo presidente em 13 de janeiro em eleições diretas, com Congresso em Lisboa entre 16 e 18 de fevereiro.

Até agora, anunciaram-se como candidatos à liderança do PSD o antigo presidente da Câmara do Porto Rui Rio e o antigo primeiro-ministro Pedro Santana Lopes.

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Colaboradores da Sonae homenageiam Belmiro

São mais de 40 mil os colaboradores do grupo Sonae. No site deixam a promessa de tudo fazer para perpetuar o legado de Belmiro de Azevedo.

Numa pequena e singela homenagem os colaboradores da Sonae prestaram tributo a Belmiro de Azevedo, o “homem que dedicou a vida a criar um legado histórico ímpar no panorama empresarial em Portugal”.

São mais de 40 mil os colaboradores do grupo e nas parcas linhas publicadas no site oficial da empresa assumem o compromisso “de tudo fazer para o perpetuar, empenhados em contribuir para que a Sonae continue a levar os benefícios do progresso e da inovação a um número crescente de pessoas, tal como o Engenheiro Belmiro sempre nos ensinou”.

Belmiro de Azevedo é ainda recordado como o homem que liderou a Sonae durante 50 anos. Um período, defendem, em que “transformou [o grupo] num dos mais importantes e respeitados grupos empresariais portugueses com o seu caráter empreendedor único”.

Belmiro de Azevedo o homem que defendia as carreiras em ziguezague, morreu na tarde desta quarta-feira, 29 de novembro. O patrão da Sonae, que já se tinha retirado de todos os órgãos sociais do grupo deixa um grupo empresarial que faturou, em 2016, mais de 5,3 mil milhões de euros e que continua a crescer.

A Sonae está presente em mais de 90 países e tem investimentos em diversas áreas que vão desde o retalho (alimentar e não alimentar), imobiliário e telecomunicações.

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Precários do Estado entregaram 2.885 requerimentos na segunda fase do programa

  • Lusa
  • 29 Novembro 2017

Programa de Regularização de Vínculos Precários do Estado recebeu 2.885 requerimentos na segunda fase. O número ainda não é definitivo, pois falta contabilizar os que foram entregues em papel.

O Ministério das Finanças anunciou esta quarta-feira que, na segunda fase do Programa de Regularização de Vínculos Precários do Estado (PREVPAP), deram entrada, por via eletrónica, 2.885 requerimentos de trabalhadores. O número consta de um comunicado das Finanças sobre as reuniões que decorreram à tarde entre a secretária de Estado do Emprego Público, Fátima Fonseca, e os sindicatos, sobre admissões na Administração Pública.

No documento, as Finanças referem que os dados relativos à segunda fase do PREVPAP (que ocorreu entre 6 e 17 de novembro) não são definitivos porque houve requerimentos em papel que ainda não foram contabilizados, existem requerimentos que repetem os da primeira fase e porque decorre até 9 de dezembro o prazo para as comunicações adicionais dos serviços.

Na primeira fase (que decorreu em maio e junho), o total de requerimentos foi de 30.806 que estão neste momento a ser avaliados pelas comissões de avaliação bipartida (CAB). Nessa altura foram entregues 25.606 requerimentos por via eletrónica e 2.958 em papel. Deduzidos os que foram apresentados em duplicado (1.159), foi apurado um total de 27.405 requerimentos. A estes requerimentos acresce o levantamento de Contratos Emprego Inserção, num total de 2.206 e ainda 1.195 outras situações comunicadas pelos serviços, avança o Ministério.

De acordo com a mesma fonte, as CAB com maior volume de requerimentos estão a ser reforçadas para agilização da análise dos pedidos e “deverão finalizar os trabalhos de avaliação por forma a permitir a abertura dos procedimentos concursais o mais cedo possível no ano de 2018”.

Sobre a política de admissões, o tema da reunião com os sindicatos, o Ministério afirma que ainda em 2018, além das admissões na Saúde e na Educação, “deverá decorrer o recrutamento de trabalhadores nas instituições de ensino superior e o reforço de meios humanos para a conservação da natureza”.

O Ministério sublinha, contudo, que “estas áreas não esgotam necessariamente todo o recrutamento a realizar na Administração Pública” e que o Governo, “está neste momento a compilar os planos anuais de recrutamento apresentados pelos serviços para poder avaliar, atentos os recursos disponíveis, as áreas e os calendários para as admissões”.

Sobre as carreiras, um dos pontos mais contestados pelos sindicatos, “o Ministério das Finanças irá preparar notas técnicas nas próximas semanas para apoiar os serviços na interpretação e aplicação uniforme das regras do descongelamento, permitindo que os sistemas de processamento salarial sejam atempadamente parametrizados e garantam o pagamento das progressões logo a partir de Janeiro”.

A próxima reunião com os sindicatos, marcada para dia 18, terá na agenda o tema Saúde e Segurança no Trabalho, prevendo-se “a celebração de um novo compromisso negocial para o ano de 2018”, lê-se no comunicado das Finanças.

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Nasdaq quer negociar futuros da bitcoin

  • Juliana Nogueira Santos
  • 29 Novembro 2017

A bitcoin continua a quebrar recordes e a Nasdaq não quer perder a oportunidade. A acontecer, a negociação começará no segundo trimestre de 2018.

Com a bitcoin a acelerar dos dez mil para os 11 mil dólares em apenas um dia, a corrida por uma fatia do sucesso continua a ficar mais renhida. A empresa Nasdaq irá incluir os futuros da moeda virtual na sua plataforma de negociação, como avança esta quarta-feira a agência Bloomberg.

A plataforma de negociação de ativos, que tradicionalmente acolhe as tecnológicas, já traçou os planos para começar a negociar os futuros da bitcoin no próximo ano, no máximo até ao segundo trimestre. A Nasdaq é assim o terceiro operador de bolsa a mostrar interesse pelos futuros da moeda virtual, juntando-se à CME Group e à Cboe Global Markets.

Comparando com os seus concorrentes, a Nasdaq é uma plataforma significativamente mais pequena, no que diz respeito aos futuros, pelo que esta tem de se diferenciar através de outros fatores, como a quantidade de fontes através das quais obtém as informações para fixar os preços.

Reguladores já estão alerta

Ao ver o aumento da procura, a Commodity Futures Trading Commission (CFTC), a agência que regula a negociação de futuros nos Estados Unidos, diz estar já em contacto com as empresas para “abordar várias questões e mudar alguns aspetos nos contratos”. Em declarações à Bloomberg, Erica Elliott Richardson da CFTC afirmou ainda “esperar que as questões pendentes fiquem resolvidas num futuro próximo”.

“Assim que os contratos forem assinados, a equipa da comissão vão iniciar várias atividades de monitorização de risco e de supervisão”, apontou ainda a porta-voz. “Estas atividades incluem monitorização e testes de stress e observação e análise dos contratos, os requerimentos para as margens iniciais e a variação das margens de pagamento.”

A bitcoin negoceia em mercados virtuais não regulados, pelo que a entrada em mercados inteiramente regulados poderá ajudar os investidores a colocar o seu dinheiro neste ativo de uma forma mais segura.

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