Pagamentos contactless estão a ganhar terreno em Portugal

Fazer pagamentos aproximando o cartão bancário dos terminais é uma prática a ganhar popularidade em Portugal. Há mais cartões a suportar a tecnologia e mais locais a aceitá-la, diz a MasterCard.

Os pagamentos digitais com recurso à tecnologia contactless estão a ganhar popularidade em Portugal. Pelo menos é isso que dizem os dados estatísticos da MasterCard MA 0,00% referentes ao terceiro trimestre do ano, avançados em exclusivo ao ECO. A tecnologia contactless permite fazer transações aproximando os cartões aos terminais de pagamento.

Segundo as variações homólogas calculadas pela empresa, os locais que aceitam pagamentos contactless aumentaram 110%. Já o valor gasto com este tipo de cartões cresceu 800%, segundo a MasterCard, enquanto o número de transações evoluiu 791%, “um crescimento muito superior ao que se verificou em 2015”, refere a companhia.

Há também um crescimento de 38% no número de cartões a suportar esta tecnologia e, além disso, o número de pagamentos por cartão MasterCard aumentou 43%, com cada transação a valer, em média, 18,49 dólares (aproximadamente 17,7 euros). É, segundo a empresa, um aumento de 7% em relação ao trimestre homólogo. De referir que, em Portugal, o valor máximo por cada pagamento contactless é de 20 euros.

Percentagens que devem ser vistas à luz do facto da novidade que é esta tecnologia. Há, por isso, probabilidade de os valores referentes ao terceiro trimestre de 2015 serem baixos e manterem-se baixos no mesmo período de 2016 — pressionada para o fazer, a MasterCard optou por não avançar os números em concreto. De qualquer forma, as variações apontam para um crescimento da popularidade deste tipo de pagamentos digitais.

Ao ECO, por email, Carlo Enrico, presidente da MasterCard para a Europa Ocidental, diz que esta evolução é explicada por “dois vetores fundamentais”. Entre eles, “a adaptação dos comerciantes” e o “crescimento do número de locais que aceitam a tecnologia”. “Portugal é um país que acolhe com facilidade inovações tecnológicas e que segue as tendências globais. É natural que esta tendência de aumento dos pagamentos eletrónicos continue a progredir de forma rápida”, estima.

O ECO também pediu dados à SIBS, a entidade que gere a rede de multibanco e de pagamentos digitais em Portugal, mas não os obteve em tempo útil.

Portugal é um país que acolhe com facilidade inovações tecnológicas e que segue as tendências globais.

Carlo Enrico

Presidente da MasterCard para a Europa Ocidental

Compras “mais simples”

Os pagamentos digitais têm vindo a ganhar terreno em relação aos pagamentos em dinheiro físico. Mas porquê? Carlo Enrico dá uma hipótese: “A evolução tecnológica está a tornar a experiência de compra mais simples e a permitir aos consumidores e ao comerciantes ganharem tempo no momento do pagamento”, indica.

Não mencionando qualquer desvantagem, limita-se a sublinhar que “os pagamentos contactless oferecem uma alternativa mais segura em relação ao numerário”. É também uma forma mais rápida de pagar: “Diminui o tempo de espera em loja, dado que quanto menos as pessoas demorarem a pagar, menos filas haverá nas caixas”, explica o executivo da MasterCard.

Mas nem tudo se resume a comodidade. É também uma questão do foro fiscal. Pagamentos eletrónicos, explica o presidente da MasterCard, “permitem reduzir a fuga e a evasão fiscal e, assim, aumentar as receitas por via dos impostos”. Reitera ser uma tendência e vai ainda mais longe: “Os decisores políticos estão cada vez mais conscientes da importância de incentivar” este tipo de transação, em detrimento das de numerário, “difíceis de rastrear e mais fáceis de esconder do fisco”.

Com a tecnologia ‘contactless’, basta aproximar o cartão do terminal para fazer um pagamento.Wikimedia Commons

Adeus, cartões físicos?

Uma coisa é certa: os responsáveis da MasterCard estão a trabalhar em novas formas de pagar, mas não querem nem pensar num futuro onde não haja cartões físicos nas carteiras. Foi a ideia transmitida ao ECO por Alberto López, responsável de pagamentos digitais da MasterCard na Península Ibérica, no início de dezembro: “Todos temos cartões físicos e esses cartões são globalmente aceite”, disse na altura.

Questionado sobre se os cartões físicos estão a ficar obsoletos, Carlo Enrico garante que não: “Irão naturalmente continuar a fazer parte do nosso quotidiano, convivendo com outras soluções de pagamentos digitais.”

Os consumidores, sobretudo os millennials, procuram consistentemente todas as vantagens que as tecnologias lhes podem oferecer.

Carlo Enrico

Presidente da MasterCard para a Europa Ocidental

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Panama Papers volta a assombrar Governo islandês

Em abril, o ex-ministro das Finanças recusou demitir-se dada a ligação aos Panama Papers, razão que levou à queda do então primeiro-ministro. Meses depois, chegou a chefe do Governo.

O Partido da Independência, o Futuro Brilhante e o Regeneração chegaram a um acordo governamental. O próximo primeiro-ministro islandês será Bjarni Benediktsson, ex-ministro das Finanças, também ele envolvido no caso Panama Papers, justamente a razão que fez cair um Governo em abril de 2016. A notícia, que é avançada pela Reuters, revela que o novo Executivo quer fazer um referendo à entrada na União Europeia, processo ainda em stand by.

Os três partidos — que chegaram a uma coligação depois de um longo impasse desde o resultado das eleições de outubro — são de centro-direita e juntos totalizam 32 dos 63 deputados. O maior partido da coligação é o Partido da Independência, com 21 deputados, liderado por Benediktsson. O novo Governo vai levar ao Parlamento islandês a questão de se fazer ou não um referendo para a adesão à UE, até porque o principal partido é desfavorável, apesar de os outros dois serem a favor.

Estas eleições de outubro foram provocadas pela queda do primeiro-ministro, Sigmundur David Gunnlaugsson, em abril, do Partido do Progresso, por causa da sua relação com os Panama Papers. Na altura descobriu-se que o político e a sua mulher adquriram, através da Mossack Fonseca, a Wintris, fundada em 2007 e sediada nas Ilhas Virgens britânicas, empresa que detinha obrigações em três grandes bancos islandeses que colapsaram na crise financeira de 2008. Em substituição, Sig­urður Ingi Jó­hanns­son assumiu o cargo de chefe do Governo até existir novas eleições, onde sofreu uma derrota significativa: o partido foi castigado pelo escândalo e só conseguiu eleger oito deputados.

Mas o caso Panama Papers parece não querer deixar de assombrar a política islandesa. É que o novo primeiro-ministro, ex-ministro das Finanças do Governo de Gunnlaugsson, também está envolvido na investigação jornalística, tal como recordou esta terça-feira o jornalista alemão do Süddeutsche Zeitung, Frederik Obermaier, membro do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, um dos principais responsáveis pela investigação aos ficheiros Mossack Fonseca.

Em abril, Bjarni Benediktsson recusou demitir-se na sequência desse mesmo escândalo. Em causa estava uma participação detida pelo então ministro das Finanças numa empresa de investimento que era uma offshore nas Seychelles. Além disso, o Iceland Monitor reporta que o agora primeiro-ministro foi criticado pela forma como lidou com um relatório com nomes de islandeses que tinham contas offshores. Benediktsson afirmou que não teve acesso antes da dissolução do Parlamento, devido às eleições, mas houve provas em contrário e o islandês desculpou-se pela “timeline imprecisa”, afirmando que duvidava que o relatório pudesse ter impacto no resultado das eleições.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Uber suspende inscrição de novos automóveis até março

A Uber Portugal está a "repensar" os processos de inscrição e suspendeu, até dia 6 de março, o registo de novos automóveis na plataforma. Medida surge no âmbito do novo "quadro regulatório".

A Uber Portugal bloqueou a inscrição de novos automóveis na plataforma, sabe o ECO. Esta segunda-feira, a empresa de transporte comunicou aos parceiros que “o processo de inscrição na plataforma” vai estar “em revisão” e, por isso, “não será possível inscrever novos veículos até ao próximo dia 6 de março”, lê-se num e-mail a que o ECO teve acesso.

A empresa decidiu também que vai “proceder à suspensão de todas as contas de motoristas e de todos os veículos que não tenham realizado viagens na plataforma nos últimos dois meses”. O ECO confirmou o e-mail junto da Uber Portugal, que optou por não acrescentar mais informações.

Ainda assim, continuará a permitir “a inscrição de motoristas, a inscrição de veículos de substituição e a inscrição de veículos nos quais os parceiros já tenham realizado investimentos financeiros”. Além disso, “motoristas que estejam atualmente ativos e a realizar viagens para empresas de parceiros, poderão também tornar-se parceiros e adicionar um veículo à sua nova conta de parceiro”, indica a empresa.

Segundo a empresa, são decisões que visam “apoiar” os motoristas e parceiros da plataforma “numa transição saudável para um quadro regulatório moderno e inclusivo de novas tecnologias, que esperamos que entre em vigor em breve”. “Apoiar uma transição para [um] novo quadro regulatório exige repensar e rever os nossos processos de inscrição na plataforma”, reconhece a firma.

Recorde-se que já foi aprovada em Conselho de Ministros a lei que vai regular a atividade das plataformas eletrónicas de transporte. A proposta teve luz verde no passado dia 22 de dezembro e, já nessa altura, os responsáveis do setor do táxi consideraram, em declarações ao ECO, que não era suficiente por não impor uma contingentação — isto é, por não limitar o número de veículos a operar ao serviço das plataformas, algo que acontece com os táxis.

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Portugal contrata bancos para emissão de dívida a 10 anos

Portugal já mandatou vários bancos para realizar a primeira emissão de obrigações a 10 anos de 2017. Tesouro espera angariar 3.000 milhões de euros com colocação junto de sindicato bancário.

BBVA, HSBC, JPMorgan Chase, Morgan Stanley, Novo Banco e Société Générale. São estes os bancos que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP contratou para realizar a primeira emissão de dívida a 10 anos de 2017, segundo adiantou uma fonte próxima do processo à Bloomberg.

Com esta emissão sindicada, o Tesouro português deverá angariar 3.000 milhões de euros, segundo avança o Jornal de Negócios, que indica que a taxa de juro a pagar por Portugal deverá situar-se em torno de 4,25%.

Esta era uma emissão já esperada pelo mercado. Foi esta, aliás, uma das razões que justificaram o recente agravamento do risco de Portugal nos mercados, tendência que colocou a yield implícita nas obrigações a 10 anos acima dos 4%. Mas nada que deixe o Governo preocupado. Mário Centeno, ministro das Finanças português, adiantou esta segunda-feira que espera uma descida dos juros à medida que a economia nacional vá dando sinais de melhoria.

Em 2017, o Tesouro português espera emitir entre 14 e 16 mil milhões de euros em obrigações, através de “emissões mensais”, de acordo com o programa de financiamento que o IGCP revelou esta manhã.

Depois de a Bloomberg ter avançado com a notícia, os juros da dívida nacional acentuaram a subida. A taxa das obrigações a 10 anos sobe 12,1 pontos para 4,097%, o nível mais elevado desde fevereiro de 2015.

(Notícia atualizada às 18h12 com montante da operação)

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Wall Street em baixa à espera dos resultados trimestrais

Investidores aguardam pelos primeiros dados que permitam avaliar o desempenho das empresas no último trimestre de 2016. Wall Street cede pouco, deixando Dow Jones ainda mais longe dos 20.000 pontos.

Com os investidores à espera dos resultados trimestrais para avaliar se as ações continuam suportadas pelos fundamentais das empresas, as bolsas norte-americanas abriram com pouco entusiasmo a sessão desta terça-feira.

Wall Street tem andado a namorar máximos históricos depois de Donald Trump ter sido eleito Presidente norte-americano, uma eleição que veio acompanhada da promessa de baixar os impostos às empresas e aumentar os gastos públicos em infraestruturas.

A rondar os 20.000 pontos, o índice industrial Dow Jones tem sido um dos protagonistas. Volta a ceder hoje 0,22% para os 19.843,99 pontos. Também o índice de referência S&P 500 perde 0,01%. Já o tecnológico Nasdaq soma 0,15%.

“É a subida da avaliação do mercado que poderá estar a causar menor entusiasmo em 2017. O dólar vai ser um fator muito importante para a temporada de resultados”, referiu Stephen Wood, estratego da Russell Investments, à Reuters. “Esperamos um mercado bastante agitado assim que tivermos maior claridade em torno dos resultados”, acrescentou.

De acordo com uma estimativa da Reuters, as empresas do S&P 500 deverão apresentar os melhores resultados em três anos, com os lucros a subirem 5,8% no quarto trimestre de 2016. Os grandes bancos de investimento como o JPMorgan Chase, Bank of America e Wells Fargos vão fornecer os primeiros dados sobre a temporada de resultados no final da semana.

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Morar no paraíso por 6,6 milhões de euros

  • Leonor Rodrigues
  • 10 Janeiro 2017

Uma das ilhas privadas do arquipélago Florida Keys, nos EUA, a Melody Keys, está à venda. A ilha é autossuficiente e conta com tecnologia de ponta. O preço é que não é para qualquer um.

Se o seu sonho é viver numa ilha paradisíaca, com total privacidade e no meio da natureza, a agência imobiliária de luxo Engel & Völkers tem boas notícias para si. A ilha Melody Key, na Florida (EUA) está à venda. O preço é que não é para qualquer um mas, se tiver 6,9 milhões de dólares (6,6 milhões de euros), é possível que o seu sonho se realize.

A Melody Key é uma ilha privada norte-americana com 2,4 hectares que se localiza em pleno Golfo do México e que é acessível apenas de barco. No local existe uma mansão de luxo com quatro casas de banho, três quartos e várias varandas. Além da piscina e da tecnologia de ponta, o ex-líbris da residência é uma plataforma 360 no telhado para o Oceano Atlântico.

Fonte: Engel & Völkers Key West
Fonte: Engel & Völkers Key WestEngel & Völkers Key West

Mas há mais. A ilha é “completamente autossuficiente na geração de eletricidade através do recurso a um moderno sistema de energia solar, assim como também dispõe de um sistema de dessalinização”, de acordo com o comunicado da agência.

O arquipélago Florida Keys, onde se localiza a ilha à venda, tem cerca de 1.700 ilhas, que são conhecidas pela sua beleza natural e está a cerca de 11 horas de distância de Lisboa.

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Novo crédito à habitação em máximos de cinco meses

Em novembro, foram concedidos 535 milhões de euros para a compra de casa, com este segmento a ser o que mais beneficia da abertura da torneira do crédito por parte dos bancos.

O crédito à habitação continua a sobressair como uma das poucas modalidade que beneficia da abertura da banca para conceder empréstimos. Segundo dados divulgados hoje pelo Banco de Portugal, em novembro, a nova concessão de crédito para a compra de casa atingiu o valor mais elevado dos últimos cinco meses, ficando bem próxima de máximos de seis anos.

Nesse mês, os bancos concederam um total de 535 milhões de euros em empréstimos para a aquisição de casa. Este valor representa um crescimento de 79 milhões face aos 456 milhões disponibilizados em outubro, e é também o mais elevado desde junho, mês em que foram concedidos 587 milhões de euros em crédito à habitação. A concessão verificada em novembro fica bem próxima do nível registado em março de 2011, período que antecedeu o pedido de assistência financeira de Portugal e o travão a fundo no crédito.

O valor concedido em novembro, eleva para um total de 5.164 milhões de euros os novos empréstimos à habitação disponibilizados nos primeiros 11 meses de 2016, o que corresponde a um crescimento de 46%, face ao montante concedido em igual período do ano anterior. O crédito à habitação continua assim a ser das poucas modalidades que beneficia da abertura da torneira do crédito por parte dos bancos nacionais.

Para além da habitação, o crédito ao consumo é a única categoria de empréstimos que continua a alimentar o crédito à economia. Em novembro, os bancos concederam um total de 343 milhões de euros em empréstimos ao consumo, acima dos 323 milhões disponibilizados em outubro. Este montante eleva para 3.447 milhões de euros, o total de empréstimos com essa finalidade concedidos nos 11 meses de 2016. Face ao mesmo período de 2015, este montante representa um aumento de 21% na concessão.

Já a finalidade de outros empréstimos aos particulares viu o montante da concessão fixar-se, em novembro, nos 147 milhões de euros, o que supera os 138 milhões concedidos em outubro.

Crédito à economia em queda

De forma global, aquilo que os dados da entidade liderado por Carlos Costa revelam é que, apesar da palavra de ordem do BCE para os bancos inundarem o mercado com crédito, este não está a chegar à economia. No acumulado do ano, até novembro, os novos empréstimos à economia totalizaram 37.204 milhões de euros, menos 3% face ao montante disponibilizado em igual período de 2015.

Essa quebra resulta, em grande medida, da persistente quebra do financiamento às empresas. Em novembro, este segmento recebeu 2.132 milhões de euros em empréstimos, o que representa um mínimo de junho de 2016. Foi dado assim seguimento à tendência de quebra verificada ao longo do ano, período em que as empresas viram encolher, em 11% o total da nova concessão.

De forma desagregada, são as empresas de maior dimensão que mais viram encolher a concessão de crédito ao longo dos primeiros meses do ano passado. Entre janeiro e novembro, os empréstimos às empresas de maior dimensão encolheram 17%, enquanto no caso das pequenas e médias empresas a quebra foi de 6%.

Essa quebra tem sido atribuída, em grande medida, a uma escassez de oferta de financiamento, mas sim à falta de procura.

Malparado recua nas empresas e particulares

O crédito de cobrança duvidosa continua a recuar tanto para as empresas como as famílias. Em novembro, o incumprimento entre as famílias recuou pelo sexto mês consecutivo, apoiado pelo alívio verificado no segmento de crédito à habitação. Os dados do Banco de Portugal mostram que dos 94.745 milhões de euros do total de crédito à habitação, 2.367 milhões de euros eram crédito vencido, o que equivale a uma taxa de incumprimento de 2,5%. Esta percentagem é inferior aos 2,52% fixados em outubro. No consumo, pelo contrário foi observado um agravamento dos níveis de incumprimento, sendo que este atingiu 1.099 milhões de euros, acima dos 1.066 milhões registados o mês precedente. Face ao total do crédito ao consumo disponível, o grau de incumprimento representava 7,9%, em novembro, acima dos 7,7% registados em outubro.

Entre as empresas ocorreu um decréscimo do incumprimento, com o malparado nas empresas a atingiu 12.802 milhões de euros, abaixo dos 12.880 milhões fixados em outubro. Este valor corresponde a uma taxa de incumprimento de 16,4% face ao total de empréstimos ao segmento empresarial.

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Os três mitos sobre o Novo Banco, segundo o PSD

Num artigo no site do partido, o PSD alerta que uma eventual nacionalização do Novo Banco terá custos para os contribuintes e garante ser falso que o banco de transição já seja do Estado.

O Partido Social Democrata (PSD) considera um “mito” a ideia de que os custos de uma “eventual operação de nacionalização” do Novo Banco já foram assumidos. É uma das três teses que o partido tenta desmistificar num artigo publicado esta segunda-feira. Sobre os alegados custos da nacionalização, o PSD cita um comunicado do Ministério das Finanças datado de setembro de 2016, onde “o atual Governo confirma que as instituições de crédito terão de pagar o empréstimo de 3,9 mil milhões de euros ao Estado incluindo os respetivos juros”.

Além disso, diz o PSD, “o Ministério das Finanças refere ainda que prolongou a maturidade do empréstimo e, simultaneamente, indexou a sua taxa de juro ao custo de financiamento da República. Assim a resolução do BES não teve até à presente data qualquer encargo para os contribuintes”, garantem os social-democratas. Porém, se o Governo optar pela nacionalização do Novo Banco, “o Estado ficará responsável não só pelos encargos e riscos inerentes à situação do banco, como ainda por completar todas as necessidades de capital futuras. Coisa que atualmente não sucede”, lê-se.

O PSD considera também “falso” que o Novo Banco já seja do Estado. “O Novo Banco é detido pelo Fundo de Resolução. Todos os encargos do Fundo de Resolução são assumidos coletivamente pelo sistema financeiro nacional e não pelos contribuintes”, frisa o partido liderado por Pedro Passos Coelho.

Por fim, quanto deve o fundo ao Estado? Explica o PSD que, com, a resolução do antigo Banco Espírito (BES), o Estado emprestou ao Fundo de Resolução 3,9 mil milhões de euros, valor “ao qual acresce o pagamento de juros”, frisa o partido. “Este valor será pago ao Estado com a alienação do Novo Banco e através de contribuições periódicas das instituições de crédito”, indica o artigo.

O processo de venda do Novo Banco entrou na fase final, com o fundo de private equity Lone Star a ser o mais bem posicionado para ficar com o banco que resultou da queda do Grupo Espírito Santo e consequente resolução do BES. No entanto, o fundo estará a pedir uma garantia estatal para avançar a compra, ultrapassando as linhas vermelhas estipuladas pelo Governo. Neste contexto, têm sido várias as vozes que defendem a nacionalização da instituição, da esquerda à direita do espetro político.

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Cartão refeição: novo limite de isenção gera poupança adicional

  • ECO
  • 10 Janeiro 2017

Uma microempresa que utilize o cartão refeição no limite máximo de 7,23 euros por dia pode reduzir encargos até 4.155 euros por ano, mais 229 euros face a 2016.

Os novos limites de isenção aplicados aos cartões de refeição podem traduzir-se em poupança para empregadores e trabalhadores. Uma empresa com dez trabalhadores, por exemplo, vai poder reduzir os encargos com pessoal em mais de quatro mil euros por ano se utilizar o valor máximo. O dado é da SODEXO, que opera na área de benefícios e incentivos e disponibiliza um cartão refeição.

“De acordo com uma simulação da SODEXO, multinacional especializada em serviços de qualidade de vida, uma empresa com dez trabalhadores pode reduzir os seus encargos, com a utilização do cartão refeição no limite máximo de 7,23 euros por dia, até 4.155 euros por ano, um aumento de 229 euros anuais em relação ao regime em vigor até 2016“, indica um comunicado enviado às redações. O dado tem por base 22 dias úteis (em 11 meses) e uma taxa média de IRS de 23%.

“No mesmo cenário, os colaboradores, através da isenção total de TSU e IRS, beneficiam de um acréscimo de poder de compra que em 2017 pode chegar, com cartão refeição, aos 595 euros por colaborador“, avança ainda. A SODEXO disponibiliza um simulador que permite calcular a poupança fiscal para empresas e trabalhadores.

O subsídio de refeição está isento de impostos e contribuições até um limite de 4,52 euros se for pago em dinheiro (acima dos 4,27 euros que vigoravam em 2016). Mas se o pagamento for feito em cartão, a isenção sobe para 7,23 euros (6,83 euros em 2016).

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Fosun quer reforçar negócio do BCP na China

A Fosun quer passar a deter 30% do BCP e está disposta a investir até 531 milhões de euros no aumento de capital.

A Fosun quer ajudar o BCP a reforçar o negócio na China, bem como melhorar a rentabilidade do banco. Ao mesmo tempo, a instituição liderada por Nuno Amado vai servir como plataforma para a Fosun expandir o negócio na Europa e em África.

Estas são algumas das vantagens enumeradas pela Fosun para justificar a participação no aumento de capital de 1.300 milhões de euros que o BCP vai realizar, notícia avançada na segunda-feira pelo ECO. O grupo chinês, que atualmente detém uma participação de 16,67% no capital do banco português, quer subscrever um número de ações suficientes para passar a deter 30% do BCP e está disposto a investir entre 400 milhões e 531 milhões de euros.

“Após a conclusão das transações, o BCP deverá tornar-se um importante investimento do grupo e uma plataforma financeira abrangente para ajudar o grupo a expandir o negócio na Europa e em África. O grupo acredita que os serviços financeiros internacionais do BCP vão criar sinergias com a capacidade do grupo de combinar o crescimento atual da China com recursos globais”, refere o comunicado da Fosun.

Neste contexto, há quatro vantagens em participar no aumento de capital do BCP:

  1. “O grupo planeia aplicar as suas capacidades de investimento e outros recursos para ajudar o banco a alargar os negócios relacionados com a região da Grande China e para melhorar a rentabilidade do banco”;
  2. O aumento de capital “deverá reforçar a capacidade do grupo de prestar serviços financeiros internacionais, incluindo banca comercial e banca de investimento”;
  3. O aumento de capital deverá ainda “reforçar a presença do grupo no mercado português”.
  4. Por fim, vai ajudar a expandir a rede internacional da Fosun, ajudando-a a “entrar rapidamente nos mercados financeiros da Polónia, Moçambique, Angola e Suíça”.

Os responsáveis da Fosun sublinham ainda — e apesar de, no início do comunicado, referirem que o preço de 9,4 cêntimos por ação do aumento de capital representa um desconto de 38,6% — que “os temos da operação são normais, justos e razoáveis e no interesse da empresa e dos acionistas como um todo”.

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Ideias com energia? EDP vai acelerá-las

Empresa juntou-se a consórcio internacional para promover o primeiro programa global de aceleração de startups ligadas à energia.

Chama-se Free Electrons e é um programa de aceleração onde cabem apenas startups ligadas à energia. A EDP, em consórcio com sete utilities de países como a Austrália, Singapura, Alemanha, Estados Unidos e Emiratos Árabes Unidos acaba de promover um programa de aceleração para startups ligadas à energia para impulsionarem “a próxima geração de ideias em energia limpa, eficiência energética, mobilidade elétrica, digitalização e serviços de apoio ao cliente a pedido”, avança a EDP em comunicado.

As candidaturas para o programa de três módulos separados com a duração de uma semana — que decorrem em Sillicon Valley, Lisboa/Dublin e Singapura arrancaram a 9 de janeiro e prolongam-se até 28 de fevereiro. A seleção das startups participantes decorre durante o mês de março e as 12 selecionadas serão conhecidas no início do mês seguinte.

“Na EDP procuramos trabalhar com startups que possam fazer de nós uma empresa mais competitiva e acrescentar valor aos nossos clientes; para isso, temos de desenvolver instrumentos que façam estas empresas vir até nós e lhes deem condições para serem bem-sucedidas”, diz Luís Manuel, administrador da EDP Inovação.

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Unicre: Imposto de Selo “é da responsabilidade dos clientes”

A Redunicre começou a cobrar aos comerciantes, em dezembro, o imposto de selo sobre os pagamentos com cartões.

A Unicre respondeu à notícia, avançada pelo Público, de que os bancos começaram a repercutir nos comerciantes o pagamento de imposto de selo sobre os pagamentos com cartões. Diz que o imposto é “da responsabilidade dos clientes das instituições financeiras”.

A incidência económica do imposto decorrente de operações baseadas em cartão é da responsabilidade dos clientes das instituições financeiras“, refere a instituição de crédito detida pelos principais bancos do sistema nacional, em comunicado enviado às redações. Em causa, aponta ainda a Unicre, está “a alteração à verba 17.3.4 da Tabela Geral do Imposto de Selo, aprovado pela Lei n.º 7-A/2016 de 30 de março”. Leia-se, o Orçamento do Estado para 2016.

A Unicre cita ainda o Código do Imposto de Selo, que determina que “o imposto constitui encargo dos titulares do interesse económico” que sejam clientes das instituições bancárias.

A alteração entrou em vigor a 30 de março, mas só começou a ser aplicada em dezembro pela Redunicre, marca da Unicre que tem a maior rede de aceitação de cartões do país. Uma decisão que, segundo o Público, deixou os comerciantes surpreendidos.

“Estamos a estudar a urgente interpretação legal desta decisão unilateral que, além de injusta e prepotente, é ilegal. A breve trecho daremos notícia sobre a posição oficial. Perante este conhecimento, não aceitamos”, referiu ao mesmo jornal José Manuel Esteves, diretor-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

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