Como é que as empresas “trabalham” a inovação?

As empresas para produtos de maior valor acrescentado têm de inovar e estarem ligadas entre si. A inovação colaborativa é já uma realidade no tecido empresarial nacional.

As empresas inovam diariamente mas não o fazem sozinhas. A inovação colaborativa é uma realidade no seio do tecido empresarial pelo menos a avaliar pelas empresas presentes, no 14.º Encontro Nacional de Inovação da COTEC, que teve lugar esta terça-feira, em Matosinhos.

Teresa Martins, presidente da Enermeter, a primeira empresa portuguesa a exportar sistemas automáticos de inspeção para controlo de qualidade na indústria automóvel alemã, desenvolvidos com base em tecnologias de visão artificial adianta que estão “associados e ligados aos diversos clusters e sempre ligados o mais possível às universidades”.

João Cortez da Celoplás, referência mundial na produção de peças plásticas de elevada precisão para a indústria doméstica, automóvel, militar e da saúde com a fabricação de dispositivos médicos inovadores, corrobora desta opinião. O gestor adianta que a Celoplás “inova todos os dias e está constantemente ligada a Universidades quer fora de Portugal quer no exterior”.

Já Luís Flores da Introsys, uma empresa portuguesa que atua no setor da automação, enquanto fornecedora de sistemas de controlo para a indústria automóvel admite que “muitas vezes vamos atrás do que nos é imposto pelos nossos clientes“. Flores diz, no entanto, que “ir atrás” não os limita em termos de inovação, as empresas conseguem é desenvolver caminhos comuns”.

"Muitas vezes vamos atrás do que nos é imposto pelos nossos clientes. No entanto, ir atrás”não nos limita em termos de inovação, as empresas conseguem é desenvolver caminhos comuns.”

Luís Flores

Introsys

No fundo trata-se de estarem próximo das empresas com quem trabalham, quer a montante, quer a jusante num “envolvimento muito grande e próximo com os clientes”.

Para a presidente da Enermeter não é possível falar em ciclos longos na inovação. “Acontece tudo muito rápido”, diz para acrescentar: “As grandes tendências na inovação tecnológica são a automação, a digitalização e a comunicação entre os sistemas”.

 

"As grandes tendências na inovação tecnológica são a automação, a digitalização e a comunicação entre os sistemas.”

Teresa Martins

Presidente da Enermeter

Na Vision Box, Bento Correia não tem dúvidas: “Inovamos todos os dias porque aquilo que fazemos não existe no mercado”. “Há um work in progress que nos faz evoluir”, refere.

Outro aspeto comum às empresas é o foco no cliente. “Inovar sim, mas sempre com o foco no cliente e no sentimento de que é preciso gerir o dia-a-dia da empresa, cumprir prazos, pagar salários e claro inovar”.

De resto, as empresas competem no mercado global porque como diz, o presidente da Bluepharma a empresa investe para inovar e inova para internacionalizar.

A Bluepharma, empresa que atua no setor farmacêutico, por seu turno, refere que “a dimensão do país não se compadecia com a atividade” por isso tiveram de “ir para fora, mas para isso foi necessário apostar em parcerias em áreas como o I&D, industria e comercial”:

Políticas públicas que não perturbem

Roland Kupers, o orador convidado do Encontro da COTEC já tinha posto o dedo na ferida. As redes colaborativas devem ser estimuladas por políticas públicas, até porque a inovação não é um processo isolado. Kupers frisou mesmo que podiam ser entidades públicas a “fazer o exercício de cenários futuros com as PME a partilharem essa visão do futuro”. Mas agora os empresários vão mais longe.

João Cortez, da Celoplás, adianta “sentimo-nos mais acarinhados fora do país do que pelas nossas entidades oficiais”.

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Portugal já não está em alerta por causa do vírus

O Centro Nacional de Cibersegurança já levantou o estado de alerta provocado pelo ataque informático. Há novos indícios que apontam para a Coreia do Norte. Resgates ascendem a 50.000 dólares.

Business as usual.” É assim que Pedro Veiga diz ao ECO que está a situação do ataque informático da última sexta-feira. Os ânimos acalmaram e, segundo o coordenador do Centro Nacional para a Cibersegurança (CNCS), foi “dado por terminado o estado de alerta que começou na sexta-feira depois do almoço”.

“O dia de ontem [segunda-feira] foi muito calmo e eu, aqui no centro, dei por terminado ontem o regime de alerta em que estivemos. Portanto, é business as usual. Claro que estamos sempre preparados para se houver este ou outro [ataque]”, avançou Pedro Veiga. “A Europol dizia que podia haver uma segunda vaga, mas não se justifica, até porque com os recursos que temos, temos algumas restrições”, acrescentou.

O líder do CNCS, um organismo que atua como “especialista em matéria de cibersegurança junto das entidades do Estado, operadores de serviços essenciais e prestadores de serviços digitais”, reiterou que “ontem foi um dia muito pacífico” e que o centro está agora em “regime estacionário”. “Mas estamos em stand-by, referiu Pedro Veiga.

Nova vulnerabilidade à venda

Esta terça-feira, foi notícia no Financial Times [acesso pago] que já está à venda na internet uma nova vulnerabilidade em sistemas Windows mais antigos. O exploit, o nome que se dá a estas brechas de segurança que permitem ataques, terá também sido descoberto pela NSA, a agência de segurança norte-americana, tendo caído nas mãos erradas após uma fuga de informação. Por outras palavras, os burlões poderão comprar essa informação e produzir um vírus a partir dela.

Questionado sobre se esta situação preocupa o CNCS, Pedro Veiga disse que esta, especificamente, não. “Avisa-se das boas práticas e depois o resto é especulação. Não vamos estar alerta porque há a possibilidade [de um novo ataque]. [Há que] difundir as boas práticas e mais do que isso não se pode fazer. A polícia de choque não anda todos os dias com os carros na rua. Só vai para a rua quando há um Benfica / Sporting”, ironizou.

Que boas práticas são essas? “Manter sempre o software atualizado”, “fazer cópias de segurança frequentes” e, além disso, verificar periodicamente a integridade desses backups. E conclui: “Depois, para os utilizadores finais, é nunca abrirem emails de uma origem que não conhecem.”

Avisa-se das boas práticas e depois o resto é especulação. Não vamos estar alerta porque há a possibilidade [de um novo ataque].

Pedro Veiga

Coordenador do CNCS

Resgates pagos ascendem a 50.000 dólares

Na segunda-feira, como o ECO avançou em primeira mão, 35.000 dólares em resgates já teriam sido pagos na sequência do ataque de sexta-feira. O ataque, conhecido por ransomware, usava um programa malicioso da estirpe WannaCry para bloquear os dados dos computadores infetados, solicitando o pagamento de 300 dólares em bitcoin para fornecer a chave de desbloqueio.

Agora, a Bloomberg atualiza o número: pelo menos 50.000 dólares pagos em resgates. A agência aponta ainda para um dado curioso que explica o valor aparentemente baixo: muita gente recuperou a informação que tinha recorrendo a cópias de segurança, enquanto outras optaram por não pagar por não saberem como fazer pagamentos em bitcoin. Segundo a agência, o prazo dado pelos burlões começa também a chegar agora ao fim.

Indícios apontam para a Coreia do Norte

São indícios e não provas, mas duas grandes empresas de segurança informática — a Kaspersky e a Symantec — garantem tê-los encontrado: trechos de código, associado às atividades criminosas de um coletivo de hackers conhecido por “Lazarus Group”, surgem entre as linhas do programa malicioso que provocou o ataque desta sexta-feira.

O “Lazarus Group” é como um gangue online conhecido pelas alegadas ligações ao governo da Coreia do Norte. No entanto, as empresas alertam que são apenas dados indicativos que devem ser explorados de forma mais aprofundada. É que nada garante que não tenham sido postos lá de propósito para despistar as autoridades.

Aliás, logo na sexta-feira Pedro Veiga tinha dito ao ECO que tinham sido encontradas origens do ataque tanto no Brasil como na Rússia.

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Farfetch investe um milhão no novo escritório de Lisboa

Empresa criada pelo português José Neves vai reforçar equipa de Lisboa. Novo escritório tem capacidade para 300 trabalhadores.

José Neves, CEO da Farfetch.Paula Nunes/ECO

A Farfetch, empresa fundada em Londres pelo português José Neves, acaba de investir um milhão de euros no novo escritório de Lisboa, inaugurado na tarde desta terça-feira.

As novas instalações, com capacidade para 300 pessoas, vai contar até ao final do ano com uma centena de trabalhadores.

“Estamos a fazer uma revolução tecnológica no retalho, sendo a Store of the Future o mais recente exemplo disso. Este novo espaço permite-nos crescer e reforçar a equipa de tecnologia em Lisboa, e continuar a responder com inovação aos desafios do cliente do futuro”, adianta José Neves, CEO da Farfetch, citado em comunicado.

O novo espaço da empresa em Lisboa, em Santos, vem substituir o escritório da Avenida da Liberdade: tem uma área aproximada de 3.000 metros quadrados.

Em Portugal, a empresa já empresa cerca de 900 pessoas.

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Decisão sobre saída do PDE deverá estar por dias

  • Margarida Peixoto
  • 16 Maio 2017

O colégio de comissários discutiu esta terça-feira as orientações sobre o Pacote de Primavera. A discussão terá sido produtiva e o anúncio das recomendações por país está para "muito, muito perto."

A decisão sobre se Portugal sairá do Procedimento por Défice Excessivo deverá estar por dias. A Comissão Europeia deverá emitir as recomendações de políticas específicas para os Estados-membros ainda antes da reunião do Eurogrupo, agendada para a próxima segunda-feira. A par destas recomendações, deverão ser anunciadas as decisões sobre o PDE. A indicação foi dada esta terça-feira, pelo porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, depois da reunião do colégio de comissários.

Esta terça-feira, o colégio de comissários fez o debate de orientação sobre o Pacote de Primavera, no âmbito do Semestre Europeu. Por outras palavras, quer dizer que os comissários debateram sobre as previsões da Comissão para cada país, publicadas na semana passada, e discutiram em que sentido devem ser dadas recomendações de políticas específicas para cada Estado-membro.

Tal como Margaritis Schinas revelou, “todas as questões em torno da problemática decisional foram abordadas”, incluindo a grelha de critérios utilizada para avaliar o esforço de ajustamento orçamental que está a ser feito por cada país. Na sequência deste debate, “vamos ver resultados em breve”, garantiu o porta-voz da Comissão.

Margaritis Schinas não quis especificar o calendário de anúncio das decisões sobre o PDE. Mas, em resposta aos jornalistas, que queriam saber se as decisões serão comunicadas antes da próxima reunião do Eurogrupo, agendada para segunda-feira 22 de maio, o responsável admitiu que “em breve” quer dizer que o anúncio está para “muito, muito perto”, sugerindo que sim.

"Todas as questões em torno da problemática decisional foram abordadas, vamos ver resultados em breve.”

Margaritis Schinas

Porta-voz da Comissão Europeia

Conforme explicou fonte oficial da Comissão ao ECO, “é provável” que a decisão sobre as eventuais saídas do PDE sejam comunicadas no mesmo dia em que são publicadas as recomendações por país, “mas não é obrigatório”.

Portugal é um dos países que está à espera de saber se sairá do Procedimento por Défice Excessivo, depois de em 2016 ter conseguido cortar o défice para 2% do PIB, um valor abaixo do limite de 3% e melhor do que a meta definida pela Comissão (que era de 2,5%). Para sair do PDE, o país precisa não só de colocar o défice abaixo de 3%, como de apresentar uma trajetória sustentável de correção do desequilíbrio das contas públicas. Nas Previsões de Primavera, a Comissão projeta o défice orçamental português sempre abaixo do limite de 3% até 2018, mas não encontra medidas de consolidação por parte do Governo. Ou seja, em termos estruturais antecipa uma degradação do saldo orçamental.

Esta terça-feira, o Conselho das Finanças Públicas divulgou a sua análise ao Programa de Estabilidade do Governo — que fixa os planos do Executivo em matéria orçamental para o horizonte de 2017 a 2021 — e deixou vários alertas.

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Peregrinos levantaram 9.000 euros por hora na visita do Papa a Fátima

Durante a visita do Papa, os levantamentos na rede de caixas Multibanco em Fátima subiram 10%, superando um milhão de euros. Foram levantados quase 9.000 euros por hora entre 10 e 14 de maio.

Durante a visita do Papa, os levantamentos na rede de caixas Multibanco em Fátima subiram quase 10%, superando um milhão de euros, segundo os dados da SIBS. Foram levantados quase 9.000 euros por hora entre os dias 10 e 14 de maio nesta localidade, por ocasião do 100.º aniversário da aparição de Nossa Senhora de Fátima aos Pastorinhos.

Em apenas cinco dias, foram realizados cerca de 16 mil levantamentos nas 19 caixas de Multibanco disponíveis em Fátima, totalizando os 1.078 milhões de euros, um aumento de 9% face ao mesmo período do ano passado.

O pico máximo das operações foi atingido no dia 12 de maio, com uma média de 14 mil euros levantados por hora. Foi este o dia em que o Papa Francisco chegou a Fátima, atraindo mais de um milhão de pessoas àquela localidade.

Levantamentos em Fátima acima da média nacional

No concelho de Ourém, a SIBS, que gere a rede de caixas automáticas em Portugal, notou igualmente um acréscimo no número de operações e montantes envolvidos — foram levantados um total de 2,24 milhões de euros, mais 5% face ao mesmo período do ano passado.

Também ao nível de compras realizadas através dos terminais de pagamento automático se sentiu o efeito do Papa. Atingiram os 2,376 milhões de euros, um disparo de 49% comparando com os valores registados 2015.

(Notícia atualizada às 15h27)

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Wall Street mantém-se em alta após recordes

Resultados empresariais mantêm bolsas norte-americanas em alta depois dos recordes registados na sessão de ontem. Trump e a fuga de informação confidencial podem motivar correção.

Depois de terem fechado em máximos históricos na sessão de segunda-feira, as bolsas norte-americanas voltam à carga impulsionadas pelos resultados empresariais. Ainda assim, pode estar em vista uma correção em baixa à medida que vão sendo conhecidos os detalhes da fuga de informação confidencial que envolvem Donald Trump.

O índice de referência mundial S&P 500 abriu em alta de 0,09% para 2.404,03 pontos. Também o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq ganham 0,13% e 0,12%, respetivamente.

A sustentar os índices do outro lado do Atlântico estão os resultados de empresas como a Home Depot, que apresentou lucros acima do esperado no último trimestre. Com isto, as ações valorizam 1,5% para 159,7 euros.

“As novas acusações contra Trump sobre fugas de informação confidencial, se foram expandidas, poderão ser o catalisador para desencadear a tempestade perfeita nos mercados”, referiu Peter Cardillo, economista da First Standard Financial, à Reuters.

"As novas acusações contra Trump sobre fugas de informação confidencial, se foram expandidas, poderão ser o catalisador para desencadear a tempestade perfeita nos mercados.”

Peter Cardillo

First Standard Financial

De acordo com o Washington Post, o Presidente norte-americana terá revelado informações altamente confidenciais a dois oficiais russos. Trata-se da nova polémica a envolver o controverso Presidente norte-americano, já por várias vezes acusado de manter ligações com a Rússia. Alegadamente, as informações dizem respeito ao Estado Islâmico e estarão relacionadas com o uso de computadores portáteis em aviões de passageiros.

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As tentações segundo Marcelo: da realidade ao deslumbramento

Marcelo Rebelo de Sousa diz que o mérito da actual conjuntura é de todos os portugueses. E deixando recados a Passos e a Costa adiantou que não se deve negar a realidade, nem cair em deslumbramento.

O Presidente da República deixou esta terça-feira vários recados, ao primeiro-ministro António Costa e ao ex-chefe de Governo Pedro Passos Coelho, no discurso de encerramento do 14.º Encontro Nacional da COTEC.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, os tempos têm vindo a confirmar o “que Portugal já sabia”. “Conjunturalmente a nossa economia está a virar, já tínhamos essa intenção há seis meses, mas hoje temos a certeza”. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou na terça-feira que a economia portuguesa cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano passado e, comparando com o trimestre anterior, cresceu 1%.

Mas Marcelo deixou uma alerta: estes números são de todos. “Os portugueses são os grandes ganhadores deste ciclo”. E frisou: há três tentações que devemos evitar.

Para Marcelo Rebelo de Sousa não faz sentido “perder tempo a perceber quem teve o mérito do quê”. Já a segunda grande tentação, segundo o Presidente da República, “é negar a realidade. A vida é assim. E a realidade é boa para todos”.

Já sobre a última tentação, Marcelo avisou que é bom que se evitem os deslumbramentos. “Evitar o deslumbramento, um pequeno pecadilho nacional”. O Presidente da República avisou mesmo que “esse deslumbramento acaba por travar a inovação e a disposição de encarar o futuro”.

Para o Presidente da República mais do que cair em tentação, é importante perguntar como é que possível “transformar problemas conjunturais em estruturais”.

Entre os problemas estruturais, Marcelo falava em problemas como o da natalidade, Justiça, sustentabilidade da Segurança Social e da saúde. “São problemas estruturais que têm a ver com a nossa história, obviamente que existem pelo meio ciclos eleitorais, mas estes passam e as questões estruturais permanecem”.

O Presidente da República congratulou-se também com o facto de existir hoje um consenso nacional à volta da necessidade das finanças públicas sãs, tendo adiantado que essa matéria “já não depende dos estados de espírito de ninguém”.

E a finalizar enalteceu o facto de estar a crescer entre os portugueses um “sentimento de amor próprio”. “Afirmar a autoestima nacional” é um dos papéis do Presidente da República assim como o de colocar “um pequeno travão quando estamos perto do céu, mas sempre sem tirar os pés do chão”.

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Nokia 3310 chega a Portugal na próxima semana. Mas mais caro

O telemóvel-sensação deste ano, o Nokia 3310, chega a Portugal a 24 de maio. Vai custar quase 15 euros mais do que o esperado. Tem câmara e o jogo da cobra.

O novo Nokia 3310 chega a Portugal na próxima semana.Flávio Nunes/ECO

A nova versão do Nokia 3310, o telemóvel clássico lançado há 17 anos e que vendeu 126 milhões de unidades, chega a Portugal a 24 de maio. As pré-encomendas já começaram em algumas das principais lojas. “A HMD Global confirma hoje a disponibilidade do Nokia 3310 no mercado português a partir do dia 24 de maio nos principais pontos de venda”, indica a empresa finlandesa responsável agora pelos aparelhos da Nokia.

O preço é superior ao PVP recomendado: em vez de 49, custará 64,99 euros e tem versões em vermelho, amarelo, preto e cinzento. Além do mais, apesar do nome, é um aparelho bastante diferente do 3310 original, pois tem uma câmara de dois megapixels e permite dois cartões SIM. Nas semelhanças, e como o ECO já aqui escreveu, inclui o jogo da cobra, o Snake, e a bateria pode durar 30 dias. A navegação e a disposição das teclas também são semelhantes.

Em Portugal, a Worten garante comercializar “em exclusivo” a versão cinzenta. O telemóvel foi apresentado no início do ano, no Mobile World Congress (reveja aqui a análise do ECO), e tem recebido bastante atenção. Não é, no entanto, um telemóvel adaptado ao uso diário para quem precisa de aplicações e, ainda que seja mais leve, é bastante mais frágil do que a versão lançada em setembro de 2000.

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Interessados no Popular? Banco aceita propostas até hoje

Santander, CaixaBank, BBVA... há vários interessados em negociar com o Popular uma eventual fusão de negócios que criaria o líder em Espanha. Saracho só aceita propostas até hoje.

Quem quiser entrar, ponha o dedo no ar. É isto que o Banco Popular está a dizer aos potenciais interessados no problemático banco espanhol. Mas quem quiser entrar tem de ser rápido a manifestar-se. É que as instituições têm até final do dia de hoje para manifestar esse desejo ao JPMorgan Chase e à Lazard, que estão a assessorar o presidente Emilio Saracho na resolução dos problemas do Popular.

De acordo com o jornal Expansión (conteúdo em espanhol / acesso livre), esta é uma primeira fase do processo que visa sondar o apetite do mercado na compra do Popular, segundo fontes próximas do processo. E há interessados, desde logo os três grandes grupos financeiros espanhóis, Santander (dono do Totta), CaixaBank (dono do BPI) e BBVA. Quem ficasse com o Popular conseguiria a liderança no mercado em Espanha.

Também o Sabadell mostrou algum interesse em estudar um eventual negócio com o Popular, mas com pouco entusiasmo, segundo fontes do setor financeiro. Além disso, um grupo financeiro estrangeiro também terá deixado indicações de que poderá avaliar o dossiê Popular. Na semana passada, a imprensa espanhola deu conta de que também o Bankia poderia estar na corrida.

Em reação oficial, o Popular informou o regulador do mercado espanhol que registou várias manifestações de interesse numa eventual operação de fusão de negócios, sem revelar de onde vieram essas propostas. “Procedeu-se a uma primeira troca de informação com diversas entidades e solicitou-se uma manifestação de interesse preliminar para o dia de hoje para continuar a análise de uma possível operação”, indica o banco liderado por Saracho.

"Procedeu-se a uma primeira troca de informação com diversas entidades e solicitou-se uma manifestação de interesse preliminar para o dia de hoje para continuar a análise de uma possível operação.”

Banco Popular

CNVM

“O Banco Popular continua a desenvolver os seus planos, negociando a venda de ativos não estratégicos, preparando o reforço do seu capital e recursos próprios e fazendo uma prospeção de possíveis combinações de negócios com outras entidades. Até ao momento, não adotou nenhuma decisão definitiva sobre as diferentes alternativas”, acrescenta ainda.

Ações do Popular continuam em queda

O banco espanhol está a passar por dificuldades com o elevado volume de ativos tóxicos, sobretudo relacionado com o imobiliário. Na última intervenção junto dos acionistas, Saracho sublinhou que o Popular “está condenado a aumentar o capital” ou então a fundir-se com outro banco. Isto acontece depois de ter apresentado prejuízos históricos de 3,5 mil milhões de euros em 2016.

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Portugal foi o mercado da easyJet que mais cresceu

A companhia aérea britânica transportou 2,3 milhões de passageiros de e para Portugal entre outubro de 2016 e março deste ano. Lisboa respondeu por metade destes números.

Portugal foi o mercado onde a easyJet mais cresceu no que toca ao aumento de capacidade. No semestre terminado em março deste ano, período em que a companhia aérea britânica reportou prejuízos próximos de 250 milhões de euros, a easyJet aumentou a capacidade em 17% no mercado português. Ao todo, transportou 2,3 milhões de passageiros de e para Portugal, um aumento homólogo de 16%, que fica muito acima do crescimento médio da companhia aérea. Nesse semestre, a easyJet transportou, a nível global, 33,8 milhões de passageiros, mais 9% do que no ano anterior.

“Tivemos um crescimento bastante forte em Portugal, também fruto do investimento que a easyJet tem feito neste mercado”, diz ao ECO José Lopes, diretor comercial da companhia lowcost para Portugal.

O responsável detalha que Lisboa respondeu por praticamente metade da operação em Portugal, com o aeroporto da Portela a movimentar 1,1 milhões de passageiros. Segue-se o Porto, com cerca de 720 mil passageiros. Em Faro e no Funchal, o crescimento do número de passageiros ultrapassou os 20%.

No próximo ano, a operação da easyJet em Portugal — e a nível global — deverá melhorar também graças à aquisição de novos aviões da Airbus, que permitem um aumento de capacidade significativo. “É uma ótima notícia. Vivemos tempos em que, cada vez mais, na Europa, existem aeroportos extremamente congestionados a nível de slots. Esta flexibilidade do acordo com a Airbus vai permitir-nos, com um voo apenas, ter um aumento de capacidade bastante forte. Poderá ser útil, por exemplo, para aeroportos como Lisboa, onde existe cada vez maior restrição do número de slots disponíveis”, reconhece José Lopes.

Os A321 NEO que a companhia adquiriu têm uma capacidade de 235 lugares.

Nova casa só depois do verão

O mercado esperava que a easyJet anunciasse, esta terça-feira, qual o país onde pretende criar uma subsidiária para fugir ao Brexit. Contudo, esse anúncio só deverá ser feito no verão. “A easyJet mantém-se bem encaminhada para confirmar a posse de um Certificado Europeu de Operação Aérea até ao verão, consequentemente, assegurar as suas operações futuras dentro da União Europeia”, pode ler-se no relatório de resultados trimestrais, publicado esta terça-feira.

A companhia aérea decidiu pedir um novo Certificado de Operação Aérea depois de o referendo no Reino Unido ter ditado a saída do país da União Europeia. A empresa britânica quer manter-se na UE para fugir aos entraves à livre circulação de pessoas que poderão resultar do Brexit, e o facto de contar com 40% de capital cipriota permite-lhe cumprir com a legislação a que a aviação europeia está sujeita.

Portugal poderá ser opção para a companhia aérea, mas, para já, não há pistas sobre qual será a sua nova casa.

“Quando começámos este projeto, todos os países eram uma possibilidade. O facto de a easyJet ser uma empresa de sucesso, ser um dos maiores operadores europeus, faz com que seja normal que todos os países comunitários tenham interesse em nós”, disse José Lopes ao ECO, em abril.

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Francisco Lacerda: “Só com inovação teremos uma economia mais próspera”

O presidente da COTEC alertou durante o 14.º Encontro da Associação que o fosso que separa as empresas nacionais em termos de investimento na inovação pode agravar-se nos próximos anos.

Francisco Lacerda, presidente da COTEC, defendeu esta terça-feira na sessão de enceramento do 14.º Encontro Anual da COTEC que “só através da inovação” o país conseguirá ter “uma economia mais próspera e mais sustentável”.

Para corroborar a afirmação, Francisco Lacerda, socorreu-se das conclusões do estudo da COTEC, feito em parceria com a Deloitte, e adianta que as empresas inovadoras apresentam um desempenho económico e financeiro superior às restantes.

As conclusões do estudo, intitulado “Destino: Crescimento e Inovação — O impacto da inovação na performance económica-financeira das PME e no seu crescimento” elencam as características que uma empresa inovadora deve apresentar:

  • maiores taxas de crescimento;
  • ter maior presença internacional;
  • ter melhor saúde financeira;
  • ser mais eficiente e mais rentável;
  • ser maior empregadora e pagar melhores salários.

Francisco Lacerda diz que “são conclusões muito fortes”, mas deixa um alerta: “Os próximos anos vão exigir ainda mais esforços que vão além dos recursos internos das empresas”.

Inovação colaborativa

Tal como defendeu o orador convidado do encontro, Roland Kupers, Lacerda pôs também o enfoque do seu discurso no “conceito de inovação colaborativa”, até porque frisou esta matéria “é hoje uma competência crítica para a competitividade e sobrevivência, já que nenhuma empresa isoladamente tem os recursos suficientes para responder aos desafios colocados no mercado global”.

Francisco Lacerda diz no entanto que “é possível olhar para o futuro como uma oportunidade, porque a experimentação e exploração conjunta de novas ideias com tecnologia permite alargar o leque de possibilidades de trazer com sucesso uma ideia para o mercado“.

Mas as políticas públicas terão também que fazer o seu papel. Para o presidente da COTEC “é indispensável uma avaliação permanente da eficácia das políticas públicas”. Nesse sentido Lacerda apelou a que os decisores políticos “removam os fatores de constrangimento e implementem medidas focadas, coerentes e abrangentes”.

Lacerda referiu ainda que “apesar dos efeitos do ambiente macroeconómico nos anos recentes, o país tem logrado manter a posição relativa nos principais indicadores de inovação”. Porém, sublinhou: “Esta distância poderá alargar-se nos próximos anos”.

Na base deste alerta do presidente da COTEC está o facto das empresas portuguesas investirem em conhecimento “metade que a média europeia e três vezes menos que as empresas das economias líderes em inovação”. Lacerda disse mesmo que “este fosso pode ser fatal para a nossa competitividade”.

Ainda durante o encontro, Francisco Lacerda confirmou que em dezembro Portugal vai acolher um novo encontro da COTEC Europa com a habitual presença dos três chefes de Estado dos países COTEC.

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Governo lança operação de charme à Embraer

Depois da Bosch, a Embraer poderá ser a empresa que se segue a liderar mais um clube de fornecedores, desta vez em torno do cluster aeronáutico.

O Executivo está a desafiar a Embraer a constituir o próximo clube de fornecedores, de modo a promover o cluster aeronáutico. A ideia é replicar o modelo que já foi seguido com a Bosch, e que visa gerar um investimento de 100 milhões de euros e criar 300 postos de trabalho qualificados.

“O Governo já teve uma reunião com dirigentes da Embraer para os desafiar a constituir o Clube de fornecedores e desenvolver o cluster aeronáutico“, disse ao ECO fonte do Ministério do Planeamento e Infraestruturas. A mesma fonte garante que a empresa se mostrou “interessada”.

"O Governo já teve uma reunião com dirigentes da Embraer para os desafiar a constituir o Clube de fornecedores e desenvolver o cluster aeronáutico.”

Fonte do Ministério do Planeamento

E um sinal desse interesse é a reunião que está agendada para esta quarta-feira entre a direção da Embraer e o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, e o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza.

Mas a operação de charme já começou antes. Pedro Marques esteve reunido com a administração da construtora aeronáutica brasileira e, São José Dos Campos, quando se deslocou ao Brasil, o ano passado.

Com esta iniciativa o Governo espera conseguir integrar mais PME portuguesas na cadeia produtiva deste setor que está em franca expansão. Recorde-se que, desde o ano passado, a Embraer tem em curso dois novos projetos de investimento nas fábricas de Évora, num valor global de 93,6 milhões de euros e com apoios comunitários.

Pertencer ao clube

O Clube de fornecedores é uma das iniciativas desenvolvidas no âmbito do Programa Interface, lançado em fevereiro deste ano. A medida começou com a Bosch Car Multimedia, líder da rede, Universidade do Minho, cinco instituições de interface e 36 PME. Com este projeto específico, o Executivo espera que se verifique um aumento de 80 milhões de euros de compras da Bosch a PME portuguesas, a realização de 100 milhões de euros de investimento e a criação de 300 postos de trabalho qualificados.

As empresas nucleares — neste caso será a Embraer — têm de cumprir, cumulativamente, uma série de requisitos como trabalhar em setores com “procuras dinâmicas e inseridas em cadeias internacionais”; ter um volume de negócios anual de 75 milhões de euros (aferido na média dos últimos três anos) e um volume de compras a fornecedores de componentes, materiais e matéria-prima não inferior a 30 milhões de euros; apresentar uma intensidade exportadora superior a 50%. Além disso, as regras do concurso exigem a apresentação de uma estratégia de desenvolvimento que dê particular importância à integração de fornecedores nacionais de componentes e matéria-prima e ainda de um programa de parceria com os fornecedores.

Depois de identificadas as empresas nucleares, um número representativo de empresas fornecedoras assim como as entidades de interface que integram a rede; definidos os objetivos estratégicos e feita uma estimativa dos valores envolvidos passa-se à fase seguinte. Ou seja, são abertos concursos no âmbito do Sistema de Incentivos do Portugal 2020 para apoiar investimentos a realizar nas empresas fornecedoras.

Já as PME que vão integrar o Clube de fornecedores podem assim participar “em cadeias de valor internacionais, através da cooperação com empresas relevantes, que lhes assegurem melhores condições de acesso a mercados, tecnologias e competências”, explica uma nota do Ministério do Planeamento. “Pretende-se ganhar escala em atividades que tenham procura internacional dinâmica, empreguem recursos humanos qualificados e permitam a Portugal posicionar-se nas respetivas cadeias de valor de modo a poder ascender gradualmente nas mesmas”, acrescenta a mesma nota.

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