Wall Street voltou às quedas e não esqueceu mini-crash

Bolsas norte-americanas continuam a ressentir-se da volatilidade. Setor tecnológico levou índice Nasdaq a cair quase 1%.

Dia de muitas hesitações em Wall Street, com muitos investidores ainda a pensarem na última segunda-feira negra. Volatilidade continuou a dominar a negociação do outro lado do Atlântico, onde as bolsas fecharam no vermelho.

O Dow Jones, que no arranque da semana protagonizou uma queda histórica de mais de 1.000 pontos, fechou o dia em baixa de 0,01% para 24.893,35 pontos. Também o tecnológico Nasdaq encerrou abaixo da linha de água (-0,9%), assim como o S&P 500, índice de referência mundial, que perdeu 0,5%.

Estes desempenhos evidenciam que as bolsas americanas não esqueceram a correção que assustou investidores em todo o mundo. Isto depois de terem sido divulgados dados positivos sobre a maior economia do mundo (uma boa notícia), deixando antever que a Reserva Federal norte-americana vai promover mais subidas das taxas de juro do que aquelas que o mercado antecipava (a má notícia).

O setor tecnológico registou intensa pressão vendedora e levou o Nasdaq para o vermelho. Destacaram-se as perdas de empresas como a Apple e o Facebook, que caíram 2,14% e 2,77%, respetivamente.

“Vamos ter investidores que vão vender mesmo em momentos de maior força do mercado e vamos ter outros investidores mais orientados para realizar mais-valias e que irão tentar tirar partido destas descidas”, referiu Alan Lancz, presidente da Alan B. Lancz, citado pela Reuters.

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Ricciardi volta à banca na Optimal Investments de Jorge Tomé

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2018

No final de 2016 José Maria Ricciardi deixou de ser o presidente executivo do Haitong Bank (ex-BESI). O banqueiro regressa à banca na Optimal Investment, onde o ex-presidente do Banif é um dos sócios.

O ex-presidente do Haitong Bank (ex-BESI) vai ser um dos sócios da Optimal Investment, adianta o Público esta quarta-feira referindo que também Rafael Valverde, ex-administrador do BESI, também vai juntar-se.

A sociedade prestadora de serviços financeiros opera há nove meses no mercado dos serviços da banca de investimento. A empresa atual tem três sócios: Jorge Tomé, ex-presidente do Banif, Miguel Geraldes, ex-diretor da Euronext Portugal, e Luís Tenente, ex-administrador do Banif Banco de Investimento.

Desde dezembro de 2016 que José Maria Ricciardi deixou de estar na banca. A saída do Haitong Bank foi comunicada oficialmente a 9 de dezembro, apesar de não se conhecer os motivos do acionista chinês que controla o ex-BESI.

Já a Optimal Investment começou uma parceria com a espanhola Arcano no início do ano passado. Por sua vez, a Arcano representa o banco de investimento norte-americano Jefferies, com sede em Nova Iorque, segundo o diário.

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EUA: Senado aumenta teto da despesa em 300 mil milhões

  • Juliana Nogueira Santos
  • 7 Fevereiro 2018

Aumento da despesa aumenta margem de manobra para que os congressistas consigam conceber um orçamento federal para o ano de 2018.

Os líderes das duas bancadas parlamentares norte-americanas chegaram a acordo para aumentar o teto da despesa federal em 300 mil milhões de dólares, uma maneira de financiar medidas na área da defesa e do desenvolvimento nacional nos próximos dois anos.

O democrata Chuck Schumer e o republicano Mitch McConnell acertaram agulhas e comprometeram-se a canalizar estes fundos para áreas como a infraestrutura, a crise dos opioides que continua a fustigar o país. Este acordo irá ainda encontrar oposição por parte dos democratas, sendo que não resolve o problema que estes querem ver resolvido.

Os liberais esperam que as questões relacionadas com a imigração sejam tidas em conta. Estes não vão votar em nenhum projeto-lei que não inclua fundos para proteger os imigrantes sem documentos que chegaram ao país menores de idade — os Dreamers — e que viram o DACA, o programa criado por Obama, cessado pela administração atual.

O aumento da despesa implica ainda mais margem de manobra para que os congressistas consigam conceber um orçamento federal para o ano de 2018 que encha as medidas dos republicanos e dos democratas. Este tem sido empurrado desde outubro, altura em que o orçamento de 2017 expirou.

Com pouco mais de 24 horas para que o Governo federal volte a ficar sem financiamento, o presidente dos Estados Unidos tem mantido a pressão bem forte. Esta terça-feira, Trump afirmou que iria “adorar” se o Governo entrasse outra vez em shutdown devido à imigração.

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Vieira da Silva sobre Autoeuropa: “Todos devem contribuir para não ampliar de forma artificial” o conflito

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 7 Fevereiro 2018

Ministro do Trabalho acredita que o conflito instalado na Autoeuropa vai ser resolvido internamente. E entende que não há sinais de que a situação se esteja a aproximar "de alguma convulsão".

A Autoeuropa tem sido palco de tensão mas o ministro do Trabalho mostra-se convicto de que os conflitos vão ser resolvidos internamente. E deixa a mensagem: “Todos devem contribuir para não ampliar de forma artificial um conflito que é um conflito interno”.

CGTP, UGT e Comissão de Trabalhadores já trocaram farpas e até Silva Peneda, ex-presidente do Conselho Económico e Social (CES), deixou críticas.

O ministro do Trabalho garante, porém, que não tem “nenhuma indicação concreta de dentro da Autoeuropa” de que a situação se esteja a aproximar “de alguma convulsão”. “Os trabalhadores, através dos seus representantes eleitos, e a administração continuam a negociar em vários aspetos”, afirmou Vieira da Silva, salientando que “esse caminho está a ser feito”.

À margem da reunião de concertação social, o governante frisou ainda: “Julgo que ninguém tem o direito de contestar obviamente aquilo que são os direitos dos trabalhadores e a sua legitimidade para negociar e para contestar, mas julgo que todos devem contribuir para não ampliar de forma artificial um conflito que é um conflito interno à Autoeuropa” e “é dentro dela que vai ser resolvido”. “Continuo a estar convicto, e todos os sinais são nesse sentido, que vai ser resolvido dentro da Autoeuropa”, rematou.

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? Em que carruagem vai a economia portuguesa no comboio europeu?

Portugal vai crescer ligeiramente mais do que Bruxelas estava inicialmente à espera, mas o país vai perder o comboio do crescimento económico da União Europeia nos próximos dois anos. Afinal, em que carruagem estamos a ir?

A Comissão Europeia está ligeiramente mais confiante no crescimento português, tendo revisto uma décima em alta os números para o período 2017 a 2019. A perspetiva de Bruxelas para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano vai ao encontro da do ministro das Finanças, Mário Centeno. Mas a tendência de abrandamento mantém-se e o PIB português crescerá aquém do conjunto dos países comunitários.

Os dados foram revelados esta quarta-feira, no âmbito das Previsões de Inverno da Comissão Europeia. Quando olham para Portugal, os peritos de Bruxelas veem uma economia em recuperação clara: o primeiro semestre de 2017 foi forte (com um crescimento de 2,9%) e o terceiro trimestre do ano passado ficou marcado pelo fortalecimento do consumo privado, nomeadamente de bens duradouros. Daí a revisão em alta do crescimento estimado para o ano passado, dos anteriores 2,6%, para 2,7% — um número que supera em uma décima a estimativa do Governo português.

Já para 2018 o crescimento previsto é de 2,2% (no outono Bruxelas antecipava um aumento de 2,1% do PIB) e para 2019 espera-se uma subida de 1,9% do PIB (também uma décima acima da anterior previsão).

Apesar da melhoria das expectativas, a economia nacional voltará a crescer abaixo da média da União Europeia e da zona euro em 2018 e 2019. É que a média do crescimento dos restantes Estados-membros também foi revista em alta, esperando-se agora uma subida de 2,3% tanto no conjunto da moeda única, como na União Europeia, e de 2% em 2019, também para ambos os agregados. Vamos em que carruagem? Na 23ª.

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Governo quer acordo laboral com parceiros e admite que possa abranger outras áreas

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 7 Fevereiro 2018

O ministro do Trabalho quer chegar a acordo com os parceiros sociais na área laboral mas admite que este integre outros temas. "É muito expectável" que haja alterações ainda este ano.

O Governo quer chegar a acordo com os parceiros sociais na área laboral mas admite que esse compromisso abranja outras áreas. A ideia também foi defendida pelo patronato, que apontou para a necessidade de incorporar outro tipo de medidas num eventual acordo. No final da reunião de concertação social, Vieira da Silva admitiu que é “muito expectável” que haja alterações ainda este ano.

“Se estamos interessados em ter um acordo específico na área laboral, sim, estamos interessados, mas também não afastamos a hipótese de esse acordo envolver outras áreas se for essa a vontade dos parceiros sociais”, afirmou esta quarta-feira o ministro do Trabalho à margem da reunião de concertação social.

Para Vieira da Silva, “o que é importante” é encontrar “as soluções que possam constituir um ponto de união e de reforço da cooperação e da concertação social”.

O encontro desta quarta-feira serviu para debater o tema da contratação coletiva, matéria que, em conjunto com o combate à segmentação do mercado de trabalho, é assumida como prioridade pelo Governo. No final da reunião, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) voltou a vincar que mudar a legislação laboral não é prioridade, mas diz que terá “outras propostas a fazer se essa discussão for aberta”.

“Caso o Governo tenha intenção de tentar promover qualquer acordo de concertação social, esse acordo terá que ser enquadrado em todo o conjunto de situações que tenham a ver com as empresas, nomeadamente fiscais e outras”, disse Vieira Lopes, deixando o aviso: “Não estamos abertos a proceder a qualquer acordo que envolva isoladamente negociação laboral”.

Já António Saraiva, líder da CIP – Confederação Empresarial de Portugal diz que “há um conjunto de matérias” que serão levadas ao debate: “continuaremos a pugnar por um acordo para tentar obter aquilo que o acordo de 2017 não cumpriu e falta cumprir”, disse.

As propostas que o Executivo vai apresentar serão “tão próximas quanto possível do programa do Governo”, vincou Vieira da Silva, acrescentando, contudo, que muito mudou desde essa altura e por isso algumas medidas terão de ser melhoradas. Por exemplo, “passou a ser um fator muito significativo um défice de capacidade de resposta do mercado de trabalho à procura de qualificações”, diz, adiantando que este era um problema “que dois anos não se falava”. De acordo com o ministro, hoje “começa a existir falta de mão-de-obra nalguns setores de atividade e nalgumas regiões” e “essa também tem que ser uma prioridade reforçada”.

O programa do Governo prevê por exemplo o fim dos bancos de horas individuais bem como alterações à contratação a prazo. Enquanto os patrões entendem que o dossiê da legislação laboral não é prioritário, os partidos mais à esquerda têm insistido no tema e já pediram medidas para este ano. Questionado sobre prazos, Vieira da Silva adiantou que “é muito expectável” que possam ter efeitos ainda este ano.

Sindicatos querem mudanças na área da contratação coletiva

A CGTP voltou hoje a defender o fim da norma da caducidade das convenções coletivas e a reposição do princípio do tratamento mais favorável. E também a UGT reivindica a regulação dos efeitos e a utilização da figura da caducidade, para que seja usada de forma fundamentada. Além disso, entende que devem ser alargadas as matérias que constituem mínimos imperativos e abaixo do qual não é possível negociar.

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PS promete “cumprir compromissos” com PCP e BE nas leis laborais

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2018

O PS respondeu hoje ao desafio sobre a legislação laboral, que PCP e BE querem acelerar, prometendo que os socialistas irão “cumprir os compromissos” com os seus parceiros e o programa de Governo.

O PS respondeu esta quinta-feira ao desafio sobre a legislação laboral, que PCP e BE querem acelerar, prometendo que os socialistas irão “cumprir os compromissos” com os seus parceiros e o programa de Governo.

A resposta foi dada pelo deputado socialista Tiago Barbosa Ribeiro, na véspera do debate de atualidade, na Assembleia da República, marcado pelo PS sobre emprego, e após uma semana em que os dois parceiros do Governo pediram mais rapidez na aprovação das leis laborais.

Questionado sobre se a bancada do PS usará o debate para dar um sinal aos partidos à esquerda, Barbosa Ribeiro respondeu: “Veremos como decorrerá o debate.”

Depois, garantiu que, “neste momento, o PS tem as prioridades relativamente à legislação do trabalho devidamente estabilizadas”, as que estão previstas nas posições conjuntas com o PCP e BE, que permitiu o acordo para formar o executivo minoritário do PS e no programa de Governo.

"Neste momento, o PS tem as prioridades relativamente à legislação do trabalho devidamente estabilizadas.”

Tiago Barbosa Ribeiro

Deputado do PS

“A garantia que posso dar é que o PS irá cumprir os compromissos que ainda não estão em execução quanto à legislação do trabalho”, afirmou Tiago Barbosa Ribeiro.

Entre essas prioridades está o banco de horas, processo legislativo que pretende concluir este ano, e o alargamento da contratação coletiva, esta última uma das reivindicações de comunistas e bloquistas.

No domingo, o BE exigiu a concretização de medidas ainda este ano para reverter a legislação laboral alterada durante a intervenção da ‘troika’, sublinhando que a valorização salarial faz parte do acordo assinado com o PS para a legislatura.

“O problema não está em saber o que pensa o BE mas a escolha que o PS e o Governo têm de fazer nesta matéria. O acordo que fizemos sobre esta matéria foi claro”, afirmou a coordenadora do BE, Catarina Martins, no final da reunião da Mesa Nacional do partido, em Lisboa.

No dia seguinte, na abertura das jornadas parlamentares do PCP, em Portalegre, o líder comunista afirmou que a simples reversão das leis laborais introduzidas pelo anterior Governo é insuficiente e insistiu na eliminação de “normas gravosas do Código do Trabalho” e menos penalizações das longas carreiras contributivas.

“Não é suficiente reverter as alterações à legislação laboral introduzidas pelo Governo PSD/CDS. É necessário apontar para a eliminação das normas gravosas do Código do Trabalho. É com esse objetivo e para repor direitos e rendimentos injustamente usurpados que o grupo parlamentar do PCP apresenta um conjunto de propostas muito concretas”, afirmou Jerónimo de Sousa.

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Amazon desenvolve “pulseira eletrónica” para trabalhadores

A empresa norte-americana patenteou uma pulseira para os funcionários, com o objetivo de aumentar a produtividade. A ideia gerou polémica e Itália já disse que não será implementada no país.

A norte-americana Amazon patenteou um modelo de “pulseira eletrónica”, que será usado pelos seus trabalhadores, capaz de identificar a localização de cada um nas suas lojas. A notícia causou polémica mas a gigante do comércio eletrónico já veio explicar que o objetivo é aumentar a produtividade e o desempenho de cada um dos seus funcionários.

Não é usada nos tornozelos, mas sim nos pulsos. As novas patentes de pulseira da Amazon, tornadas públicas pelo site GeekWire (conteúdo em inglês), foram apresentadas em setembro do ano passado e a sua patente, registada no final de janeiro. O funcionamento é bastante simples: sempre que um utilizador fizer um pedido na empresa de comércio online, um dos funcionários receberá os dados sobre esse pedido. Deve, então, recolher o produto no armazém, empacotá-lo e colocá-lo nas caixas destinadas. E é aí que entram as pulseiras.

O novo aparelho vai emitir um alerta, através de vibrações, sempre que o funcionário fizer um trajeto diferente do que aquele que seria suposto. A intensidade das vibrações vai aumentar à medida que as mãos se afastam do produto a recolher. Este processo é possível graças a sensores ultrassónicos, capazes de identificar a localização do funcionário que estiver a usar a pulseira.

No entanto, e ainda antes de se saber se a Amazon pretende implementar este sistema, a notícia já gerou polémica por uma suposta invasão da privacidade dos funcionários. As dúvidas fizeram a empresa explicar que o objetivo destes protótipos é apenas “reduzir as tarefas que consomem mais tempo”, possibilitando aos trabalhadores “responder de forma mais rápida às encomendas“. Ainda assim, parece que as justificações da norte-americana não convenceram todos, principalmente o Governo italiano.

O Ministro do Desenvolvimento Económico, Carlo Calenda, citado pelo El País, alegou que esta ideia é totalmente ilegal e nunca será implementada no país, adiantando ainda que se reuniu com membros da Amazon, em Roma, onde explicou “que as únicas pulseiras feitas em Itália são as de joalharia. (…) Essa não é uma prática em Itália e nunca será“, de acordo com o jornal The Local Italy.

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Um projeto do mundo inspirado na tradição portuguesa

Christian e Patricia criaram a Pack Deco, um projeto em que fotografam produtos tradicionais de todo o mundo com o objetivo de não os deixar cair no esquecimento.

Este projeto nasceu inspirado na tradição portuguesa, mas foi posto em prática por um italiano e uma americana. Deslocados de casa e a viver em Portugal, o casal coleciona produtos das marcas mais tradicionais, conseguidos durante as viagens que vai fazendo, publicando-os depois numa página das redes sociais que criaram para o projeto, com o objetivo de ajudar a que não caiam no esquecimento.

Christian Vismara mudou-se para terras lusitanas há quase quatro anos, para frequentar o mestrado em Engenharia Informática. Com o curso completo, voltou a Itália mas ficou a gostar tanto de Portugal que decidiu regressar passados alguns meses. Desde que voltou, sempre houve algo que o cativou na capital: a cultura e as tradições. Certo dia, decidiu começar a colecionar produtos tradicionais portugueses, muitos deles quase em extinção. A inspiração nasceu na pasta medicinal Couto, criada em 1932, e não tardou até se juntarem mais produtos à coleção, e mais países. Chegavam produtos de todos os cantos do mundo, das viagens que ia fazendo e outros trazidos por amigos. A certa altura, surgiu a ideia.

Pasta Medicinal Couto.Pack Deco

Quando cheguei a Portugal, pela primeira vez, percebi que Lisboa era uma cidade com muita tradição e que muitas partes da cidade ainda mantinham a sua ‘forma’ original. Já estava a colecionar esse tipo de produtos só para mim. Então falei com a minha namorada e ela também gostou da ideia”, conta ao ECO o fundador da Pack Deco. “Então pensei: ‘Porque não partilhar isto com outras pessoas’?” Nasceu assim o projeto Pack Deco, onde Christian e a namorada, Patricia Keleher, bailarina na Companhia Nacional de Bailado, fotografam produtos tradicionais e publicam-nos na página do Instagram.

O nome para o projeto — Pack Deco –, deriva de “packaging” (nomes atribuídos aos produtos) e “deco”, com um “sabor mais vintage”. A ideia, explicam os fundadores, tem como base dois pontos: o “gosto pelo design e pela estética dos produtos“, que dizem poder servir como objetos de decoração, e o facto de acreditarem “na história por trás desses produtos“. “A pasta Couto foi a inspiração do projeto, nós tentamos ajudar esse tipo de marcas ao dar o nosso contributo para as ajudar a sobreviver no mercado de hoje, controlado maioritariamente pelas multinacionais. Como se torna mais difícil para essas marcas apostarem no marketing, tentamos ajudar com isso“, conta Christian.

Christian Vismara e Patricia Keleher, fundadores do projeto.Bruno Simão

Olhando para as fotos tiradas pelo casal de namorados e empreendedores, a ideia que fica é a de um trabalho profissional, realizado num estúdio. No entanto, ambos desmitificam. “É tudo feito no meu quarto. Colocamos um papel colorido atrás do produto e as fotos são tiradas com o iPhone, tudo muito simples. No final damos uns toques da edição, mas nada profissional. Tudo o que sabemos, fomos aprendendo com a prática“, revelam. E, apesar de não ser nada profissional, o projeto já conta com algum investimento. Dos cerca de 150 produtos comprados por Christian e Patricia, foram investidos “à volta de 600 euros, sendo que, em média, cada um custa cinco euros”.

Mas os projetos não ficam por aqui. Em breve, a equipa da Pack Deco pretende tornar as fotos em posters e vendê-los, dado os vários pedidos que têm recebido. “Muitas pessoas têm-nos perguntado se podíamos partilhar as imagens em alta resolução, para depois imprimirem. Foi aí que pensámos: ‘Porque não as imprimirmos nós e vendemo-las?‘”, lembra. Ao mesmo tempo, diz, “acaba por funcionar com publicidade para o projeto”. Para além disso, está também em cima da mesa a ideia de revender os produtos, uma vez que “são quase impossíveis de encontrar na Internet“. Por último, mas não menos importante, o jovem casal conta que um dos desafios que tem pairado sobre ambos é o de escrever um livro com a história de cada produto.

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Mais um ativo do GES vai ser “dissolvido”. Deloitte é a gestora do processo

A empresa do Universo Espírito Santo que gere barragens no Brasil vai ser dissolvida. O processo vai ser gerido pela Deloitte.

mais um ativo do Grupo Espírito Santo (GES) a ser liquidado: a Euroamerican Finance, uma subsidiária detida pela Rioforte que gere barragens de pequena dimensão no Brasil. A consultora Deloitte foi nomeada para gerir este processo.

A Euroamerican Finance era totalmente detida pela Rioforte, a holding do ramo não financeiro do GES. Por sua vez, a Euroamerican detinha 97,77% da Luzboa, a gestora de barragens no Brasil. Num relatório datado de 31 de dezembro, os gestores de insolvência das empresas do GES que tinham sede no Luxemburgo referiram que o processo de venda da Luzboa continuava a avançar. Já esta quarta-feira, os mesmos responsáveis publicaram uma nova nota no site de insolvências do universo Espírito Santo, dando conta de que a empresa dona da Luzboa será dissolvida e que a Deloitte foi nomeada gestora deste processo.

“Os curadores informam que foi dado mais um passo na liquidação dos ativos da Rioforte, com a dissolução da Euroamerican Finance, subsidiária detida a 100% pela Rioforte, e a nomeação da Deloitte Tax & Consulting como liquidatária”, pode ler-se na nota emitida esta quarta-feira.

O ECO já tinha apurado que a Deloitte foi a entidade escolhida para gerir os ativos do GES que estão à venda. Isto depois de a Back in Line ter sido afastada desse processo. A Back In Line foi criada por Caetano Beirão da veiga e Ana Paula Alves, antigos gestores da Rioforte, e chegaram a negociar a venda da Herdade da Comporta, que esteve quase a ser vendida. Contudo, o Ministério Público travou o processo, ao não levantar o arresto que mantém sobre a herdade, por considerar que o processo de venda não era transparente.

Contactada pelo ECO, a Deloitte não quis confirmar se vai gerir os ativos do GES que estão para venda.

Comporta é a próxima?

Em risco de ser liquidada está, também, a Herdade da Comporta. Em julho do ano passado, o empresário Pedro Almeida anunciou que tinha fechado um contrato para comprar 59,09% do Herdade da Comporta FEIIF, o fundo de investimento que gere os projetos turísticos e imobiliários daquela zona. O valor da operação nunca foi revelado e, na altura, Pedro Almeida, que controla a holding de investimentos Ardma, disse que pretendia transformar a Comporta num “resort exclusivo e altamente atrativo para o mercado internacional”. O objetivo do empresário passava por comprar também a Herdade da Comporta — Atividades Agrosilvícolas e Turísticas, a empresa que gere os arrozais da zona.

Mas a operação acabou por não merecer o aval do Ministério Público, que tinha até 7 de novembro para autorizar o levantamento do arresto, o que não aconteceu.

“O Ministério Público analisou a forma como foi conduzido o processo de venda, e detetou, no decurso das suas várias fases, procedimentos, envolvendo vários participantes, que indicavam terem sido preteridas as condições de isenção, transparência e objetividade“, justificou então o DCIAP. “Entendendo, assim, que não estavam reunidos os pressupostos judicialmente estabelecidos para alienação de ativos sob tutela judicial, o Ministério Público opôs-se, em 19 de outubro, ao requerido levantamento do arresto”, acrescentou.

Acontece que, se não for vendida, a Herdade da Comporta arrisca entrar em insolvência, como já avisaram os curadores da Rioforte nos últimos relatórios que divulgaram. O ECO já questionou, por várias vezes, o Ministério Público sobre se foi lançado um novo processo de venda, mas não obteve qualquer resposta.

Ao ECO, o empresário Pedro Almeida diz manter o interesse nesta operação, ainda que com reticências. “Interessado estou. Depende de como o processo decorrer. Se não houver clareza, não vou arriscar outra vez, depois de ter gastado tanto dinheiro e de ter perdido tanto tempo, para assinar um contrato de compra que depois não foi considerado pelo procurador, sem uma razão clara e válida”, afirma.

Não se conhecem, para já, outros interessados em ficar com a Comporta, para além de Pedro Almeida. Mas mesmo o empresário admite que não quererá voltar a arriscar. “Fiquei desanimado com a maneira como aquilo acabou. A razão que foi dada não tem qualquer fundamento jurídico. A falta de concorrência resume-se ao facto de mais ninguém ter tido interesse pela herdade nas condições que eram oferecidas”, refere ao ECO.

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Dezembro foi o mês com maior execução de sempre no Portugal 2020

Dezembro foi o mês com maior execução de fundos, mas também dos piores em termos de aprovação de candidaturas. Dotação global do Sistema de Incentivos está a chegar a fim.

Dezembro pôs um presente no sapatinho do Portugal 2020. Foi o mês que registou a maior execução de sempre dos fundos destinados às empresas no atual quadro comunitário de apoio — foram 87 milhões de euros de despesas pagas e certificadas por Bruxelas. Isto significa que, no total, as autoridades de gestão dos Sistemas de Incentivos já validaram junto da Comissão Europeia mil milhões de euros, o que coloca a taxa de execução em 28%.

Mas, em contrapartida, dezembro também foi o terceiro mês com mais baixo nível de aprovação de novos investimentos (oito milhões de euros). É preciso recuar a julho de 2015, o primeiro mês de que há registos de candidaturas aprovadas, para ter um nível inferior, em apenas um milhão de euros. De acordo com a série histórica, só em dezembro de 2015 houve um nível de aprovações igualmente baixo (oito milhões).

Recorde-se, contudo, que em outubro, tal como o ECO noticiou foi o único mês em que o nível de aprovações foi negativo, ou seja, as anulações foram superiores às aprovações.

Fundos

Fonte: Compete

Este fraco desempenho está relacionado com o facto de a dotação do Sistema de Incentivos — as verbas destinadas às empresas do Compete e dos vários programas operacionais regionais — já estar muito próximo da sua dotação global (96%). As empresas apresentam-se como um forte candidato para receber verbas adicionais no âmbito do exercício de reprogramação financeira do Portugal 2020.

Os dados divulgados pelo Compete, referentes a 31 de dezembro, revelam ainda que já foram pagos às empresas 1,3 mil milhões de euros em incentivos, sendo que, só em dezembro foram pagos 90 milhões, o segundo valor mais elevado de sempre e que permitiu ao Governo ultrapassar a meta definida de pagamentos às empresas. Só em março de 2017 se pagou mais (97 milhões de euros) e em setembro de 2017 os mesmos 90 milhões de euros.

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Galamba, Agualusa e mais 200 figuras da cultura e media questionam saída de Nuno Artur Silva da RTP

  • Lusa
  • 7 Fevereiro 2018

O documento que questiona a saída do ex-administrador da RTP é assinado por mais de 200 pessoas, incluindo o deputado João Galamba, o escritor José Eduardo Agualusa e o cantor Salvador Sobral.

Mais de duzentas pessoas ligadas à cultura e aos ‘media’ portugueses, entre atores, músicos, programadores, jornalistas, críticos e encenadores, assinaram uma carta aberta a repudiar a saída de Nuno Artur Silva do conselho de administração da RTP. O abaixo-assinado, a que a agência Lusa teve acesso, foi enviado ao primeiro-ministro, ao ministro da Cultura, ao presidente do Conselho de Administração da RTP e ao presidente do Conselho Geral Independente da empresa pública de rádio e televisão.

“Enquanto cidadãos interessados na coisa pública, enquanto profissionais e espectadores, pedimos explicações. A que se deve esta decisão? A explicação dada no comunicado [de 25 de janeiro] não nos esclarece. Queremos entender o porquê e perceber a razão. Conhecem alguém mais competente para este cargo do que Nuno Artur Silva? Nós, não“, lê-se na carta aberta.

O documento é assinado por mais de 200 pessoas, entre as quais Aida Tavares, diretora artística do Teatro Municipal São Luiz, o encenador Jorge Silva Melo, a historiadora Irene Flunsel Pimentel, o fadista Camané, o músico José Mário Branco, o cantor Salvador Sobral, a atriz Lia Gama, o escritor José Eduardo Agualusa, o dramaturgo José Maria Vieira Mendes, a artista plástica Fernanda Fragateiro, o argumentista Nuno Markl, o realizador Marco Martins.

Consideramos este processo muito estranho e fazemos aqui um pedido de esclarecimento ao Conselho Geral Independente. Queremos saber o que se passou”, afirmou Aida Tavares à agência Lusa. O abaixo-assinado inclui ainda, entre outros, o deputado do PS João Galamba, o advogado e antigo ministro da Cultura José António Pinto Ribeiro, Pilar del Rio, presidente da Fundação José Saramago, o historiador e comentador Rui Tavares e o advogado Ricardo Sá Fernandes.

Em causa está a decisão do Conselho Geral Independente (CGI) da RTP, de 25 de janeiro, de não recondução de Nuno Artur Silva e Cristina Vaz Tomé do conselho de administração da RTP. O CGI, órgão que supervisiona a administração da estação pública, apenas reconduziu Gonçalo Reis na presidência da RTP, para o triénio 2018-2020.

Em comunicado, o CGI afirmou que a continuidade de Nuno Artur Silva na RTP era “incompatível com a irresolução do conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados, cuja manutenção não é aceitável”. Apesar desse conflito de interesses, o CGI, “no âmbito das suas funções de supervisão e fiscalização”, não verificou “que isso tenha sido lesivo da empresa, no decurso do seu mandato”.

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