Finanças substituem Manuela Proença na Direção-Geral do Orçamento

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Ministério das Finanças decidiu substituir Manuela Proença na Direção-Geral do Orçamento, optando pela recomposição da liderança desse organismo. Economista ocupava cargo desde 2012.

O cargo de diretora-geral do Orçamento vai deixar de ser ocupado por Manuela Proença. O Ministério das Finanças decidiu substituir a economista (que tomou esse lugar em 2012, aquando da saída de Maria Eugénia Pires), optando por recompor a liderança da Direção-Geral do Orçamento (DGO). A notícia foi avançada, esta segunda-feira, pelo jornal Público, que cita fontes conhecedoras do processo.

Em 2014, a então ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tinha reconduzido Manuela Proença na liderança da DGO por mais cinco anos. Antes de ocupar esse cargo, a economista tinha já uma carreira longa na Administração Pública, tendo sido diretora-geral do Departamento de Prospetiva e Planeamento e Relações Internacionais do Ministério do Ambiente entre 2007 e 2011.

A DGO é o serviço do Ministério das Finanças que gere tecnicamente o andamento da execução orçamental, divulga mensalmente os dados da despesa e da receita das Administrações Públicas e prepara o relatório do défice e da dívida que o Instituto Nacional de Estatística (INE) envia para Bruxelas.

Recentemente, na sequência da discussão do OE para 2018, esta entidade viu as suas tarefas de divulgação do andamento da execução orçamental tornarem-se mais exigentes: a partir de maio, o boletim de execução orçamental passará a apresentar de forma regular os dados sobre as verbas que cativadas e aquelas que são libertadas por Centeno.

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BCP recua acima de 2%. Lisboa também cai

O PSI-20 segue no vermelho pela segunda sessão, condicionado pelo deslize de mais de 2% do BCP, numa sessão em que a Galp e o universo EDP também condiciona.

A bolsa nacional segue em queda, pressionada pelo recuo das ações do BCP, mas também da Galp Energia que divulgou os seus resultados operacionais preliminares e das cotadas do universo EDP. Trata-se do segundo dia de quedas para o PSI-20 que acompanha o sentido negativo dos pares europeus.

O PSI-20 iniciou a sessão a desvalorizar 0,56%, para os 5.486,07 pontos, com 11 títulos em queda, cinco em alta e dois inalterados: a Pharol e a Ibersol. Entretanto, a bolsa lisboeta adensou as perdas, com o índice nacional a perder já 1,5% e a generalidade dos seus títulos a seguirem no vermelho. Apenas a Ibersol segue inalterada, nos 12 euros por ação.

O rumo do índice bolsista de Lisboa está a ser condicionado pelo recuo de mais de 2% das ações do BCP e de perto de 1% da Galp Energia, que estendem as perdas do arranque da sessão.

As ações do BCP perdem 2,07%, para os 29,79 cêntimos, enquanto as da Galp Energia recuam 0,85%, para os 15,135 euros, no dia em que a petrolífera divulgou os seus resultados operacionais preliminares relativos ao último trimestre do ano passado, antes da abertura do mercado. A empresa liderada por Carlos Gomes da Silva divulgou um aumento de 17,2% na produção de petróleo, apoiada no crescimento do output no mercado brasileiro que cresceu 24%.

Nota negativa também para a EDP e a EDP Renováveis que perdem 1,26% e 0,71%, respetivamente, para os 2,742 e 7,02 euros respetivamente. Mas as quedas estão a ser encabeçadas pela Mota-Engil que vê os seus títulos recuarem 3,29%, para os 3,825 euros.

Nem as papeleiras escapam às perdas, apesar de terem visto os preços-alvo das suas ações melhorados pelo CaixaBank BPI Research. O banco de investimento elevou os preços‐alvo das três empresas nacionais deste sector, embora tenha deixado inalteradas as suas recomendações. Para a Altri, o preço‐alvo para finais de 2018 foi elevado dos 4,35 euros para os 5,30 euros, com uma recomendação de “neutral”. Para a Navigator o preço‐alvo passou dos 4,70 euros para os 5,00 euros, atribuindo uma
recomendação de “comprar”. Relativamente à Semapa, o preço‐alvo foi alterado dos 21,10 euros para os 23,45 euros, com uma recomendação de “comprar”.

As ações da Semapa recuam 3,09% para os 17,58 euros, enquanto as da Navigator e da Altri perdem 2,35% e 1,29%, respetivamente, para os 4,244 e 4,60 euros.

(Notícia atualizada às 8h30 com novas cotações e mais informação)

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Governo quer reavaliar todos os benefícios fiscais

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2018

Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais garante que sistema de atribuição de benefícios fiscais será passado a pente fino, "não numa perspetiva de ganhar receita, mas de neutralidade fiscal".

O Governo quer reavaliar todos os benefícios fiscais atribuídos nos vários impostos, criando para o efeito um grupo de trabalho que enviará depois propostas ao parlamento, noticia, esta segunda-feira, o jornal Público (acesso condicionado).

Em entrevista, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, adianta que as “alterações que vierem a ser feitas não levarão a aumento ou descida de impostos”.

“Vamos ter novidades muito em breve. Temos uma despesa associada aos benefícios fiscais muito elevada e nem sempre conseguimos refletir no relatório da despesa fiscal toda a [sua] magnitude. Faz sentido que se faça um estudo aprofundado relativamente a todos os benefícios, para que haja uma avaliação daquilo que deve ser a sua função dentro do sistema fiscal”, disse.

Questionado sobre a nomeação de “uma espécie de comissão para fazer o estudo” sobre a validade dos atuais benefícios fiscais, António Mendonça Mendes disse que vai acontecer “em breve”.

“Este ano, temos duas grandes áreas em que estamos a trabalhar. Uma nos benefícios fiscais, precisamente porque temos este diagnóstico – há muitos benefícios fiscais, estão muito dispersos e o sistema não é compreensível para as pessoas. É preciso saber se a despesa associada está, ou não, a realizar a sua função”, salientou.

De acordo com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, a avaliação deve ser feita “não numa perspetiva de ganhar receita, mas de neutralidade fiscal”.

Questionado sobre o fim da isenção de IMI dos edifícios do Estado, que já tinha sido assumido pelo Governo, o secretário de Estado disse que o “assunto não está fechado” e que “ainda está em curso dentro do Governo”. “Temos o princípio de que as alterações ao nível fiscal ou entram em vigor em julho ou a 1 de janeiro”, disse.

Sobre a possibilidade de mais mudanças nas deduções do IRS, António Mendonça Mendes lembrou que “houve alterações cirúrgicas [este ano] relativamente ao arrendamento de estudantes e pouco mais”. “É um assunto que iremos acompanhar, mas com este ponto: não podem introduzir regressividades”, disse.

António Mendonça Mendes adiantou também que o Governo quer criar uma solução para os contribuintes negociarem antes de entrarem em conflito com o fisco. Questionado sobre o que há para mudar na justiça tributária, o governante disse que os “meios de resolução dos litígios devem ser convocados – essa discussão não se reduz só à arbitragem”.

“Antes do conflito, há todas as áreas do pré-conflito. Temos de identificar em que pontos a cadeia pode haver, e deve ser introduzido obrigatoriamente, esse diálogo conciliatório ou mediado, se for caso disso”, disse.

Em entrevista ao Público, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais disse também que “os contribuintes podem estar descansados com a informação guardada no fisco”, depois das falhas que omitiram dados sobre 10.000 milhões de euros de transferências para ‘offshores’.

António Mendonça Mendes tranquilizou os contribuintes, salientando que a informação recebido pela Autoridade Tributária está “bem segura”, acrescentando “esperar que o apagão não venha a repetir-se”.

No que diz respeito a novas regras de acesso às contas bancárias, o secretário de Estado diz que ainda estão “em stand-by”.

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Hoje nas notícias: Finanças querem reavaliar sistema de benefícios fiscais e outras quatro notícias nos jornais do hoje

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O anúncio da reavaliação do sistema de atribuição de benefícios fiscais, pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e a maior liberdade das câmaras para escolher baixar a derrama do IRC marcam o dia. Destaque também para o insucesso da exploração petrolífera em Portugal: 175 furos depois, nem uma gota do ‘ouro negro’.

Finanças querem reavaliar sistema de benefícios fiscais

O Governo vai passar a pente fino o sistema de atribuição de benefícios fiscais nos vários impostos. Em 2016, a despesa fiscal — isto é, o montante correspondente à receita a que o Estado “renunciou” nas mais diferentes situações previstas na lei — atingiu os 9.400 milhões de euros. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais não adianta o que pode mudar, mas garante que quer avançar com um mecanismo conciliatório que permita aos contribuintes recorrer a uma espécie de arbitragem antes de entrar em conflito com a Autoridade Tributária.

Leia a notícia completa no Público (acesso livre).

Câmaras decidem derrama do IRC

A decisão sobre a isenção ou atribuição de uma taxa reduzida de derrama do IRC vai passar a estar nas mãos das autarquias. A novidade da Lei das Finanças Locais vai ainda obrigar a fixar os critérios para a atribuição desses benefícios fiscais: do setor a que as empresas pertencem, ao número de postos de trabalho criados, passando pelo volume de negócios das companhias beneficiárias.

Leia a notícia completa no Negócios (acesso livre).

Câmara de Lisboa devolve taxa de proteção civil por correio

A devolução dos valores cobrados indevidamente aos lisboetas para a taxa municipal de proteção civil, entre 2015 e 2017, vai ser feita por vale postal. Durante a segunda quinzena deste mês, a Câmara de Lisboa vai enviar as cartas, que possibilitarão a entrega de 58,6 milhões de euros aos cidadãos da capital. O levantamento da verba deverá ser feito nos correios ou por depósito bancário.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Mil milhões gastos e nem gota de petróleo

Nos últimos 80 anos, as petrolíferas investiram mais de mil milhões de euros e fizeram 175 furos em busca de petróleo em Portugal, mas até agora nenhum das concessionárias explorou uma única gota do ‘ouro negro’. Atualmente, há seis concessões ativas (quatro nos mar), mas nenhumas delas passou ainda à fase de extração. A Galp é a principal investidora, tendo gasto sozinha 81,6 milhões de euros, na bacia de Peniche.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso livre).

Câmaras do norte financiam TV do FC Porto

As do norte financiado o canal de televisão do Futebol Clube do Porto com centenas de milhares de euros, “encapotados” em contratos que determinam a “prestação de serviços” da FCP Media, SA. Só a Câmara de Matosinhos gastou com o Porto Canal mais de 400 mil euros, desde 2009. As autarquias de Terras de Santa Maria, Chaves, Póvoa de Varzim e Gondomar também “investiram”.

Leia a notícia completa no Jornal i.

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Produção da Galp sobe 20% no quarto trimestre. Brasil cresceu 24%

A produção média net entitlement da petrolífera aumentou para 99,1 mil barris diários de petróleo nos últimos três meses de 2017, revelam os seus dados operacionais preliminares.

A Galp Energia fechou o último trimestre de 2017 com a melhoria nas diferentes áreas da sua atividade, com a produção da petrolífera a ser puxada pelo negócio do Brasil. Nos três últimos meses do ano passado registou um aumento de 19,9% na produção média de petróleo e gás, revelam os dados operacionais preliminares revelados ao mercado no arranque desta segunda-feira.

A petrolífera viu a sua produção média net entitlement ascender a 99,1 mil barris diários, o que compara com os 82,7 mil que se verificou no mesmo período do ano anterior. A produção net entitlement é a mais relevante para as contas da empresa, uma vez que tem impacto integral nos resultados da Galp Energia, após o pagamento de imposto em espécie nos países onde as concessões se localizam.

Já a produção de petróleo e gás cresceu globalmente 19,1%, com a petrolífera a ultrapassar pela primeira vez a barreira dos 100 mil barris barris diários. No total, a produção ascendeu a 101,2 mil barris diários nos últimos três meses do ano passado. Este valor compara com os 84,9 mil que se verificou um ano antes.

De acordo com os resultados operacionais preliminares da petrolífera, o aumento da produção foi suportado pelo crescimento do negócio do Brasil, com a produção a aumentar 24% naquele mercado, para 93,9 mil barris por dia. Por sua vez, a produção em Angola recuou 24,2%, para 5,2 mil barris diários.

A Galp tem participações em vários blocos de produção de petróleo no pré-sal da Bacia de Santos no Brasil, sendo que o aumento da sua produção terá contado com o maior contributo da sexta unidade de produção flutuante (FPSO) do projeto Lula-Iracema, Cidade de Saquarema, que entrou em produção em julho de 2016 e se encontra atualmente a produzir à sua capacidade máxima. A sétima unidade instalada neste projeto, FPSO P-66, ligada em maio deste ano, contribuiu igualmente para este aumento da produção, bem como a FPSO Cidade de Maricá.

Apesar do aumento da produção de petróleo, o negócio da refinação registou um ligeiro decréscimo nos últimos três meses do ano passado. A petrolífera processou menos 1,5% de crude, tendência que também foi seguida por uma quebra de 1,6% nas vendas de produtos refinados.

Já no gás, a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva registou um aumento de 5,9% nas vendas.

A Galp Energia divulga os seus resultados finais relativos ao último trimestre de 2017 a 20 de fevereiro.

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Câmara de Lisboa devolve taxa de proteção civil por vale postal e sem juros

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

É já na segunda quinzena de fevereiro que os lisboetas vão começar a receber os valores cobrados indevidamente pela taxa de proteção civil. Mas não vão ter direito a juros.

O montante cobrado indevidamente pela Câmara Municipal de Lisboa, durante três anos, através da aplicação da taxa municipal de proteção civil vai começar a ser devolvida, na maior parte dos casos (92%) através de vale postal, durante a segunda quinzena de fevereiro, avança esta segunda-feira o Diário de Notícias.

No total vão ser devolvidos 58,6 milhões de euros cobrados indevidamente pela câmara entre 2015 e 2017, mas não haverá direito ao pagamento de juros. A maioria dos lisboetas vai receber cerca de 270 euros, o correspondente a 90 euros por ano, mas também haverá casos de quem receba dois vales de 2.500 euros porque está em causa um montante de cinco mil euros. A opção pela segunda quinzena do mês assenta na tentativa de esta devolução não coincidir com os vales dos pensionistas.

Os cerca de 204.941 contribuintes que vão receber por vale postal podem levantar o dinheiro nos correios ou optar por depositar o dinheiro. Já quem tem a receber valores superiores a cinco mil euros vão ser contactados pela câmara para que a devolução seja feita por transferência bancária. O mesmo processo será aplicado a quem vive no estrangeiro. Em causa estão 3.800 pessoas. Já quem tem dívidas à câmara (14.300 pessoas) também não vai receber o vale postal.

A Câmara Municipal de Lisboa foi obrigada pelo Tribunal Constitucional a devolver o dinheiro desta taxa criada para remunerar “serviços de quem garante a segurança de pessoas e bens”. Na base da decisão do Constitucional estava o facto de a taxa ser na realidade um imposto, competência da Assembleia da República.

A devolução, que a câmara cingirá aos montantes efetivamente pagos, sem lugar a juros (tem o suporte de três acórdãos do TC sobre situações idênticas), vai criar um buraco nas contas de 80 milhões de euros. Mas se em 2018 a situação financeira do município está controlada, a câmara não esconde que via ter de encontrar uma forma de equilibrar a relação entre receitas e despesas.

 

 

 

 

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5 coisas que vão marcar o dia

Isabel dos Santos estará na Maia para inaugurar uma fábrica da Efacec. Mario Draghi estará no Parlamento Europeu. Ryanair apresenta resultados depois de um verão tumultuoso.

Vai ser um dia importante nos mercados internacionais, com mais apresentações de resultados pelas empresas e uma intervenção pública do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi. Mas, em Portugal, as atenções deverão centrar-se na presença de Isabel dos Santos na inauguração de uma fábrica da Efacec na Maia.

Isabel dos Santos inaugura unidade da Efacec na Maia

A empresária angolana Isabel dos Santos deverá estar na Maia para a inauguração de uma nova unidade industrial da Efacec. A filha de José Eduardo dos Santos, ex-Presidente de Angola, é a acionista maioritária da companhia, que passa a contar agora com mais um polo industrial em Portugal, desta vez focado na mobilidade elétrica. A nova fábrica vai permitir acelerar a capacidade da Efacec de produzir carregadores rápidos para carros elétricos. O evento começa às 11h00 e é presidido pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

Mario Draghi no Parlamento Europeu

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, estará esta segunda-feira em Estrasburgo no Comité dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu. Em cima da mesa estará o relatório anual do banco central respetivo ao ano de 2016. Numa altura em que se entra na reta final do programa de estímulos monetários, as intervenções do presidente são seguidas atentamente pelos mercados na esperança de mais pistas sobre a política monetária a adotar pelo BCE no período após o programa.

Ryanair levanta voo… ou vai aterrar?

A companhia aérea low-cost Ryanair vai apresentar resultados relativos aos três últimos meses de 2017, antes da abertura da bolsa de Londres. Estimativas citadas pelo Irish Examiner indicam que a empresa irlandesa poderá apresentar um lucro entre 98 milhões e 114 milhões de euros, uma queda nos rendimentos menor do que o antecipado há uns meses. A Ryanair cancelou milhares de voos depois do verão devido a uma má gestão nas escalas de férias. Este ano, num relatório, a companhia garante que transportou 120 milhões de passageiros em 2017 e que obteve lucros ajustados de 1,3 mil milhões de euros no exercício do ano. Hoje, estes números serão (ou não) confirmados.

Volatilidade em Wall Street preocupa os investidores

Há muito tempo que os mercados bolsistas dos Estados Unidos não assistiam a uma semana tão desanimadora. A semana fechou com quedas próximas de 4% nos índices — o Dow Jones não recuava tanto desde janeiro de 2016. A pressão vendedora ganha relevância porque surge em plena temporada de apresentação de resultados positivos por parte da maioria das empresas. Segundo a Bloomberg, os investidores estão receosos de que possa ser o começo de um fenómeno maior nos mercados e o The Wall Street Journal, que também dá conta da ansiedade dos investidores (conteúdo em inglês, acesso pago), cita preocupações com a inflação. Todos os olhos estarão postos no desempenho dos índices ao longo da sessão desta segunda-feira.

Eurostat divulga vendas no comércio a retalho

Esta segunda-feira também é dia de estatísticas. O Eurostat vai divulgar o volume de negócios no comércio a retalho no mês de dezembro. Concretamente em relação a Portugal, o INE deu conta, em dezembro, de um crescimento em cadeia do volume de vendas no mês de novembro na ordem dos 3,9%, uma variação homóloga de 4,8% e a maior taxa de crescimento desde julho. Os números que vão ser divulgados hoje, respeitantes ao conjunto dos países da Zona Euro, poderá confirmar, ou deitar por terra, esta tendência de crescimento.

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É a terceira baixa na Agência Nacional de Inovação. Sai o presidente

"Motivos de saúde". Esta é a justificação dada para a saída de José Carlos Caldeira da presidência da Agência Nacional de Inovação, um instituto público que já viu a sua equipa renovada em setembro.

A Agência Nacional de Inovação (ANI) sofreu mais uma baixa. Agora é o seu presidente, José Carlos Caldeira, que apresentou a demissão por “razões de saúde”. O responsável já não está em funções, apurou o ECO, mas os Ministérios da Economia e da Ciência, que têm tutela partilhada deste instituto público, “ainda não identificaram” um substituto.

José Carlos Caldeira saiu “por razões de saúde”, confirmou ao ECO, fonte oficial do Ministério da Economia, acrescentando que “ainda não está identificado” quem o vai substituir. Os dois ministérios “já estão a avaliar a questão, mas ainda não está fechado”, acrescentou fonte oficial, embora tenha ressalvado que o processo de “substituição terá de ocorrer rapidamente”, já que a ANI “não pode ficar sem um elemento à frente”.

A ANI tinha, no final do ano passado, 382 projetos aprovados para obter financiamento do Portugal 2020, mas há mais de 1.534 candidaturas submetidas, que representam um investimento de 1,35 mil milhões de euros, revelam os dados do Compete.

Recorde-se que a ANI já tinha sido alvo de uma remodelação no ano passado: Nuno Lúcio, o vogal apontado pelo Ministério da Economia, entrou em funções em julho de 2017, em substituição de Paulo Sá e Cunha; e Isabel Caetano, que vinha da COTEC, foi o nome escolhido em setembro pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Nesse mês saiu o vogal Miguel Botelho Barbosa. José Carlos Caldeira resistiu a todas estas mudanças, mas agora pediu para sair.

Recorde-se que a Agência Nacional de Inovação, que pretende fazer a ligação entre o conhecimento científico e as necessidades das empresas, é o instituto que resulta do “reposicionamento estratégico” da antiga Agência de Inovação, que foi extinta a 28 de dezembro de 2012, mas que acabou por ser resgatada pelo próprio Governo de Pedro Passos Coelho. “O Governo, através do Decreto‐Lei nº82/2014 de 20 de maio, veio revogar o antedito artº16 do Decreto‐Lei nº266/2012, optando assim por reverter a decisão de dissolução da AdI, decidindo reposiciona‐la estrategicamente, alterando a sua designação, e lançando a ANI — Agência Nacional de Inovação com a principal atribuição de promoção da valorização do conhecimento, nomeadamente, através de uma maior e melhor colaboração e articulação entre empresas e SCTN”, pode ler-se no plano de atividades da Agência de 2015.

Uma decisão que se pretendeu também com o facto de a Comissão Europeia ter exigido a Portugal, no âmbito da negociação do Acordo de Parceria (que antecedeu o novo quadro comunitário de apoio — o Portugal 2020), que identificasse uma organização que garantisse, na área da investigação e inovação, que Portugal iria aplicar os fundos estruturais de acordo com as prioridades definidas na Estratégia Nacional de Investigação e Inovação para uma Especialização Inteligente (ENEI). Foi à Agência Nacional de Inovação que coube presidir o conselho coordenador dessa estratégia.

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Contratos a prazo: que mudanças podem estar a caminho?

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 5 Fevereiro 2018

O Governo já deixou algumas pistas quanto ao que pode vir a mudar. A diferenciação da TSU consoante o tipo de contrato é uma das medidas na mesa, mas há outras.

O Governo já disse que é preciso reduzir a segmentação do mercado de trabalho. E “entre este mês e o próximo”, é de esperar que sejam apresentadas iniciativas legislativas, nomeadamente a diferenciação da TSU consoante o tipo de contrato, avançou entretanto o primeiro-ministro.

O debate já foi lançado na concertação social. Ainda no final do ano passado, o Executivo deixou um conjunto de perguntas aos parceiros sociais sobre o tema. Mais recentemente, o assunto voltou à ordem do dia, com a discussão da atualização de alguns conteúdos do Livro Verde sobre as Relações Laborais.

Vieira da Silva já frisou que o objetivo não é acabar com os contratos a prazo, mas sim combater a utilização abusiva desta figura. Os detalhes estão por conhecer e o ministro do Trabalho não se compromete com datas de entrada em vigor. Contudo, há pistas quanto ao que pode vir a mudar.

Diferenciação da TSU consoante o tipo de contrato

O programa do Governo já admite “agravar a contribuição para a Segurança Social das empresas que revelem excesso de rotatividade dos seus quadros em consequência da excessiva precarização das relações laborais”. E recentemente, foi o próprio Ministério do Trabalho a perguntar aos parceiros sociais se estes admitiam “uma alteração na taxa contributiva”, mas neste caso “dos contratos sem termo e a termo”.

Não é a primeira vez que o Executivo aborda a questão. Aliás, o atual ministro do Trabalho já tinha desenhado, no Governo de José Sócrates, uma medida neste sentido quando avançou com o Código Contributivo, diploma que só acabou por entrar em vigor em 2011. Prevê então esta lei que as empresas tenham de descontar mais três pontos percentuais (26,75%) para a Segurança Social quando estão em causa contratos a termo resolutivo, excluindo, porém, situações de substituição de trabalhador em licença parental ou em situação de doença há 90 ou mais dias. Em contrapartida, no caso de contratos por tempo indeterminado, as empresas descontam menos um ponto (22,75%). Mas a medida nunca chegou ao terreno porque a regulamentação — que a lei admitia que poderia ocorrer a partir de 2014 — nunca aconteceu. De fora desta regra ficariam trabalhadores em funções públicas e ainda outras situações concretas que beneficiam de taxas diferenciadas.

Mas é esta a medida a adotar? Já no final de 2016, no ECO Talks, o ministro do Trabalho indicou que não afastava aquela solução, mas notava que tinha de ser novamente discutida. “É uma solução que não afasto mas também não digo que aquela que está prevista no Código Contributivo se possa reproduzir passados estes anos sem que seja rediscutida”, afirmou Vieira da Silva.

Limitar contratação a prazo

O Governo admite ainda mexer na legislação laboral para apertar as regras deste tipo de vínculo. Uma das medidas na mesa passa pela revogação da norma do Código do Trabalho que admite como motivo justificativo para a contratação a termo certo o facto de estar em causa um desempregado de longa duração ou um trabalhador à procura de primeiro emprego. A medida está prevista no relatório do Orçamento do Estado para 2018, mas já tinha sido apontada em anos anteriores.

Nas perguntas deixadas em novembro, o Ministério do Trabalho quis saber se os parceiros “consideram vantajosa uma alteração legislativa que envolva a limitação dos fundamentos para a contratação a termo”. E o programa do Governo também defende que se limite “fortemente a sua utilização”.

Reduzir a duração máxima?

Ainda no final de 2016, o ministro Vieira da Silva admitiu limitar a duração dos contratos a prazo. Quase um ano depois, voltou a dizer, desta vez à margem da reunião de concertação social, que as razões que podem originar um contrato a termo não justificam a atual duração máxima prevista na lei.

De acordo com o Código do Trabalho, os contratos a termo certo podem ser renovados até três vezes e não podem exceder três anos na generalidade das situações. No caso de pessoa à procura do primeiro emprego, estão limitados a 18 meses. Já se estiver em causa desempregado de longa duração (ou outra situação prevista em legislação especial), lançamento de atividade de duração incerta ou início de atividade de empresa com menos de 750 trabalhadores — outros casos em que pode existir um contrato a termo certo –, a duração máxima é de dois anos. Já os contratos a termo incerto estão limitados a seis anos.

Diferenciação setorial e trabalho temporário

Além destas matérias, o Ministério do Trabalho também já deixou outras perguntas aos parceiros sociais, que podem indiciar mais alterações a caminho. Uma delas aborda a possibilidade de diferenciação setorial: “Consideram útil a introdução de uma diferenciação setorial em matéria de condições para a contratação a termo?”

O regime de trabalho temporário também é alvo de reflexão: “Consideram benéfica a alteração do regime legal do trabalho temporário, de forma a alterar a regra que permite a renovação ilimitada dos contratos de trabalho temporário?”, pergunta o Governo.

As mudanças na legislação laboral podem não ficar por aqui. O Governo também já defendeu a revogação do banco de horas individual, remetendo a figura de banco de horas apenas para o âmbito da negociação coletiva ou acordos de grupo.

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Bancos “preocupados” com a concorrência europeia nas emissões de dívida

Os bancos têm de emitir dívida para responderem às exigências dos reguladores. Apesar de estarem "preparadas", as instituições estão "preocupadas" com a concorrência europeia, diz Faria de Oliveira.

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira.Paula Nunes/ECO

Os bancos portugueses vão ter de emitir dívida altamente subordinada para responderem aos requisitos de capital impostos pelos reguladores. Apesar de as instituições financeiras estarem “preparadas”, Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), afirma que estas emissões são motivo de preocupação. Isto porque estas operações vão atingir volumes significativos no mercado europeu. Ou seja, as instituições nacionais vão ter de concorrer com muitos outros bancos do Velho Continente que têm ratings mais elevados, garantindo maior interesse dos investidores, logo custos mais baixos.

“Os bancos estão preparados, mas também preocupados” com as emissões de dívida exigidas para que as instituições cumpram com as metas definidas no âmbito do Minimum Requirement for own funds and Eligible Liabilities (MREL, na sigla em inglês), afirma Faria de Oliveira em entrevista ao ECO. “A nossa preocupação reside no facto de a emissão deste tipo de dívida [de elevada subordinação, ou seja, com risco elevado de perdas para os investidores] vir a atingir volumes enormes em termos europeus”, explica o presidente da associação que representa os bancos portugueses numa conversa em antecipação ao Banking Summit, promovido pela APB e SIBS, onde será debatida a revolução digital do setor.

A nossa preocupação reside no facto de a emissão de dívida vir a atingir volumes enormes em termos europeus.

Fernando Faria de Oliveira

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos

O Banco Central Europeu já tinha alertado que Portugal, Grécia, Itália e Espanha são os países que deverão ter mais dificuldades em encontrar interessados para esta dívida de alto risco, tendo em conta a elevada dependência de investidores domésticos. Esta realidade “pode sinalizar que há limites na capacidade de absorção” da dívida que é emitida para satisfazer os requisitos europeus, conhecidos como MREL, que exigem que as instituições tenham instrumentos financeiros que possam sofrer perdas antes ser necessário recorrer ao Fundo Único de Resolução.

Ou seja, é uma espécie de salva-vidas para os contribuintes, evitando, assim, que estes voltem a pagar milhares de milhões de euros no resgate a instituições financeiras como aconteceu no período mais critico da crise financeira que espoletou com o colapso do Lehman Brothers. Em Portugal, BPN, BES e Banif, por ordem cronológica, provocaram enormes rombos nas contas públicas com os respetivos resgates, dinheiro do Estado que saiu do bolso dos portugueses.

Portugal saiu de lixo e isso é “extraordinariamente positivo”

Faria de Oliveira está preocupado com a capacidade de os bancos nacionais conseguirem encontrar investidores para estes títulos de dívida num contexto de forte concorrência europeia. Mas também com a qualidade, ou falta dela, dos instrumentos que as instituições financeiras portuguesas têm para apresentar ao mercado. É que o nível do rating do soberano, mas também das próprias instituições financeiras, vai pesar. Apesar de estar melhor, ainda não está no mesmo patamar dos pares europeus.

Após a decisão da Standard & Poor’s, também a Fitch decidiu melhorar o rating da República portuguesa para nível de investimento. O rating português deixou de ser considerado “lixo” (BB+) e passou a ter um grau de investimento de qualidade (BBB). “Isso é extraordinariamente positivo, como se vê pelo valor das yields da dívida pública”, salienta o presidente da APB. Os juros da dívida portuguesa têm vindo a cair de forma expressiva, tocando mínimos de 2015. A taxa a dez anos está nos 1,949%, sendo que o risco de Portugal está abaixo do de Itália.

“Naturalmente, o rating dos diferentes Estados-membros e dos bancos vão penalizar mais uns do que os outros. Nesta matéria, não há dúvida de que vamos estar com alguma desvantagem competitiva“, nota Faria de Oliveira. Por exemplo, a Fitch atribui um rating de BB- (lixo) à CGD, enquanto ao italiano Unicredit é atribuída uma notação de BBB (investimento). A título de exemplo, o UniCredit, o maior banco de Itália, emitiu no ano passado mil milhões de euros de dívida AT1 (Additional Tier 1, ou seja, dívida subordinada que conta como capital), com um cupão de 5,375%, enquanto a CGD concordou pagar um cupão de 10,75% numa emissão idêntica no valor de 500 milhões.

Malparado é o culpado. Redução “vai continuar”

A melhoria do rating de Portugal por parte da Fitch, por exemplo, não se refletiu da mesma forma em todos os bancos. A Fitch melhorou a avaliação do Montepio e Santander Totta, reafirmando BCP, BPI e CGD e subindo o outlook do banco liderado por Pablo Forero e da instituição financeira liderada por Paulo Macedo para positivo. Já antes, a S&P tinha tirado Portugal de “lixo”, mas no caso da banca apenas premiou as instituições controladas por bancos espanhóis (BPI e Totta), mantendo a classificação da dívida em nível especulativo no caso dos restantes.

" Já foi feito trabalho muito importante nesse domínio. A redução do malparado este ano foi muito significativa, ultrapassando mesmo os objetivos que os bancos tinham definido. E vai continuar esse caminho.”

Fernando Faria de Oliveira

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos

“Estes bancos ainda têm alguns desafios”, afirmou Josu Fabo, o responsável da Fitch pelo rating das instituições financeiras, em entrevista ao ECO. Um destes desafios é o peso que o malparado ainda tem na rentabilidade. Os chamados Non Performing Loans (NPL) ainda representam, segundo o Director of Financial Institutions Ratings. “Penso que os NPL são um grande problema para o sistema bancário e para o país. Correspondem a cerca de 25% do Produto Interno Bruto, o que é bastante elevado”, referiu.

Para Faria de Oliveira, “já foi feito trabalho muito importante nesse domínio. A redução do malparado este ano foi muito significativa, ultrapassando mesmo os objetivos que os bancos tinham definido. E vai continuar esse caminho“. O Banco de Portugal deu conta de uma redução do rácio de NPL de 17,9% para 15,5% — em concreto, oito mil milhões de euros –, em junho de 2017, “refletindo os progressos no segmento de crédito às sociedades não-financeiras”, embora alertando que o total de malparado “ainda permanece elevado”.

Depois de anos em que se falou na criação de um bad bank, a ideia caiu por terra. No ano passado, nasceu uma plataforma entre CGD, Novo Banco e BCP para ajudar a resolver este problema. Esta iniciativa vai ajudar? “Para certo tipo de situações de dívida, vai ajudar”, remata Faria de Oliveira. O objetivo é sentar à mesma mesa os diferentes bancos para tentar encontrar, num prazo de seis meses, uma solução para os créditos em incumprimento.

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APB diz que estrangeiros estão à caça de crédito em Portugal

O aumento do crédito à habitação em Portugal deve-se, em grande medida, à procura de empréstimos por parte dos estrangeiros, diz Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos.

O presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Faria de Oliveira, não está preocupado com o facto de o crédito às famílias estar em máximos.Paula Nunes/ECO

O crédito às famílias está em máximos da década, com mais de 13 mil milhões de euros disponibilizados pela banca nos primeiros 11 meses do ano passado. Contudo, esse nível de concessão não preocupa Fernando Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), que identifica na habitação e nos estrangeiros grande parte da responsabilidade por esse crescimento.

Os empréstimos para a compra de casa estão em máximos de 2010, tendo representado cerca de 60% do total do crédito disponibilizado às famílias nos primeiros 11 meses do ano passado. No total foram mais de 7,4 mil milhões de euros que os bancos concederam em crédito com esse fim naquele período, 29% acima do registado no ano anterior.

“É preciso entender por que é que o crédito à habitação tem vindo a ter um aumento significativo”, começa por dizer Fernando Faria de oliveira, em entrevista ao ECO, para logo de seguida atribuir ao crédito concedido a não residentes em Portugal a responsabilidade por essa evolução. “Em grande parte, esse crédito à habitação é concedido a estrangeiros“, especifica o presidente da associação que representa os bancos portugueses, numa conversa em antecipação ao Banking Summit, promovido pela APB e SIBS, onde será debatida a revolução digital do setor.

É preciso entender por que é que o crédito à habitação tem vindo a ter algum aumento significativo. Em grande parte esse crédito à habitação é concedido a estrangeiros.

Fernando Faria de Oliveira

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos

Associar os estrangeiros à aceleração da concessão de crédito à habitação poderá surpreender à partida, já que o mais imediato seria atribuir esse crescimento à procura de crédito por parte dos portugueses. Mas tal, não parece ser assim. “Não há dúvida de que o mercado de aquisição de habitação, designadamente nos grandes centros Lisboa, Porto e Algarve, passou a ser extremamente apetecido por parte de não residentes do nosso país”, diz Faria de Oliveira.

De facto, cada vez mais estrangeiros procuram Portugal não só como turistas, mas também para comprar casa. Há quem venha tentado pelos vistos gold que lhes dão livre trânsito para entrar na Europa. Outros decidem investir no imobiliário português ou escolhem vir viver para Portugal após a reforma.

De acordo com a APEMIP, no ano passado foram vendidas 152 mil casas em Portugal. Desse total, cerca de 25% foram parar às mãos de estrangeiros, revelou recentemente Luís Lima, presidente da APEMIP, ao Diário de Notícias (acesso pago). Segundo o representante das imobiliárias, os maiores compradores foram cidadãos brasileiros e franceses.

Nível do crédito não preocupa

É perante este contexto que Faria de Oliveira diz não haver razões de preocupação em relação ao rumo da concessão de crédito, suportando-o ainda no rigor, na sua avaliação, com que os bancos estão a disponibilizar esses empréstimos. “Hoje em dia são aplicados pelos bancos rigorosos critérios de avaliação da capacidade do seu cliente satisfazer os compromissos que assume quando contrata um crédito à habitação. Nesta matéria, estou seguro que as instituições bancárias nacionais estão a seguir práticas rigorosas de avaliação desse risco”, salienta o representante dos bancos, antecipando “uma era de rigor” neste âmbito.

Hoje em dia são aplicados pelos bancos rigorosos critérios de avaliação da capacidade do seu cliente satisfazer os compromissos que assume quando contrata um crédito à habitação. Nesta matéria, estou seguro que as instituições bancárias nacionais estão a seguir práticas rigorosas de avaliação desse risco.

Fernando Faria de Oliveira

Presidente da Associação Portuguesa de Bancos

Essa expectativa vem ser agora reforçada, depois o Banco de Portugal ter decidido recomendar aos bancos a limitação de alguns critérios tidos em conta na atribuição de crédito às famílias, visando prevenir algum facilitismo que possa surgir no futuro. Especificamente, decidiu recomendar a criação de limites para o rácio entre o montante do financiamento face ao valor do imóvel que serve de garantia (LTV), o estabelecimento de um teto máximo para o rácio entre os encargos com créditos e o rendimento familiar, bem como uma limitação à maturidade dos empréstimos.

Este tipo de medidas, tendencialmente mais restritivas, poderão levar algumas famílias a recuar na decisão de recorrer ao crédito, ajudando a travar o aumento da concessão. Uma má notícia para os bancos. “O sistema bancário português está preparado para fornecer o crédito necessário à economia“, contextualiza Fernando Faria de Oliveira. “Queixamo-nos é de procura insuficiente“, remata.

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Super Bowl. É o anúncio mais caro do mundo? Quero 67

  • Juliana Nogueira Santos
  • 4 Fevereiro 2018

O Super Bowl é o grande dia dos Eagles e dos Patriots, mas nem por isso é menos importante para as marcas. Cada spot publicitário de 30 segundos este ano custa mais de 5 milhões. E são 67.

Este domingo, os Philadelphia Eagles e os New England Patriots vão a jogo para disputar o primeiro lugar da Liga Nacional de Futebol, nos Estados Unidos. Haverá uma legião de fãs a acompanhar o evento, conhecido por Super Bowl, um pouco por todo o mundo, mas haverá ainda mais milhões a estarem entusiasmados pelo intervalo — e não é para fazerem uma pequena pausa.

Como acontece em todas as edições desta final, o intervalo vai trazer ao campo estrelas maiores que aquelas que aí costumam jogar. Justin Timberlake foi o escolhido para atuar no famoso espetáculo que já contou com nomes como Beyoncé, Michael Jackson ou Diana Ross. Meio jogo antes, Pink terá também cantado o hino norte-americano.

E se os momentos de publicidade são habitualmente aproveitados pelos espetadores fora do estádio para fazer uma pausa, isto não é o que acontece no Super Bowl. A dedicação que as marcas põem nestes 30 segundos — cujo valor está, este ano, acima dos cinco milhões de dólares — leva a que todos fiquem colados ao ecrã. E traz um retorno como poucos investimentos trazem.

Na edição número 51 desta final, em 2017, o jogo contou com uma audiência de 111,3 milhões de pessoas e ficou entre uma das finais menos vista de sempre — em comparação, uma cerimónia dos Óscares têm, habitualmente, um público que ronda os 35 milhões. Contas feitas, cada dólar que uma empresa tenha investido em publicidade este ano vai trazer 22 pares de olhos postos na marca.

Os 67 anúncios mais preciosos da televisão mundial

Criatividade, inovação e … muito dinheiro. É destas três coisas que as marcas necessitam para garantir uma das 67 slots de publicidade disponibilizadas pela NBC, o canal que vai transmitir o jogo em território norte-americano. Foi o que aconteceu com a Pepsi, a Coca-Cola, a Kia ou até a Altice.

Os próprios publicitários respondem à pergunta que deve estar na sua cabeça: porquê? “A razão pela qual se pagam cinco milhões de dólares é para fazer parte de um evento ao vivo com uma audiência muito difícil de igualar”, justificou Carolyn Hadlock, diretora criativa da agência de publicidade Young & Laramore, à Quartz.

"A razão pela qual se pagam cinco milhões de dólares é para fazer parte de um evento ao vivo com uma audiência muito difícil de igualar.”

Carolyn Hadlock

Diretora criativa da Young & Laramore

Para além disto, não é o tipo de programa que os espetadores possam gravar e ver depois, ou seja, não há possibilidade de avançar nos momentos publicitários. É raro haver um momento em que se consiga reunir tantos norte-americanos focados no mesmo programa ao mesmo tempo.

Depois vem a internet. As marcas preparam com antecedência o público, lançando versões mais curtas daquilo que este vai poder ver no dia do jogo, ou mesmo teasers pequenos para despertar curiosidades. O caso mais entusiasmante deste ano é o da Skittles, que anunciou que a publicidade verdadeira só vai ser vista por um adolescente de Canoga Park chamado Marcos Menendez.

Os restantes 323 milhões de cidadãos norte-americanos — e todos nós pelo mundo fora — só vão poder ver no dia do jogo a reação de Marcos ao verdadeiro anúncio. A marca de guloseimas da Wrigley tem deixado, entretanto, algumas versões prováveis daquele que é o anúncio verdadeiro e que contará com a presença de David Schwimmer.

E por entre milhões de dólares e ideias criativas, este também vai ser o dia da NBC. Os administradores do canal esperam que a edição deste ano do Super Bowl permita à empresa um encaixe de, pelo menos, 500 milhões de dólares. Sem falar do espaço publicitário que o próprio canal tem para os seus programas.

E os portugueses podem ver?

Ainda que a NBC esteja disponível em sinal aberto nos Estados Unidos e permita assistir em streaming através das suas plataformas digitais, o acesso em Portugal é negado. Assim, os direitos desta final milionária estão nas mãos da Sport TV, que vai transmitir o evento no Sport TV 1, a partir das 23h30.

Se está por Lisboa e não tem Sport TV — ou prefere assistir a esta grande final entre copos e grandes ecrãs — há várias opções a ter em conta. O The Couch, no Cais do Sodré, vai transmitir o jogo e sortear camisolas oficiais da liga, enquanto o Hard Rock Lisboa, na Avenida da Liberdade, vai juntar a transmissão a promoções especiais.

Os bares dos hotéis também vão passar o jogo, sendo que o CR7 Corner Bar & Bistro, no Pestana CR7, vai desviar-se da origem do jogador que lhe dá nome e passar futebol americano nessa noite. Também o Fontana Bar & Lounge, no hotel lisboeta DoubleTree by Hilton, vai estar aberto a noite inteira com um menu de inspiração americana: cachorros quentes, hambúrgueres e uma promoção especial de cinco cervejas pelo preço de quatro.

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