Simplex+2018: Loja do Cidadão vai ter robô para o ajudar. É a Lola

  • Lusa
  • 6 Junho 2018

No dia em que será conhecido o novo programa, Maria Manuel Leitão Marques diz que este ano há "novidades de simplificação" que permitem "reduzir os encargos administrativos".

O Governo apresenta hoje o programa Simplex+2018, que prevê medidas como a fatura sem papel e o robô Lola, uma assistente na Loja do Cidadão, numa primeira fase no Porto, segundo o gabinete da ministra da Modernização Administrativa.

Estas são algumas das medidas que integram o programa de simplificação administrativa Simplex+2018, que serão apresentadas num evento onde o primeiro-ministro, António Costa, marca presença, com a ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, tal como também como será feito o balanço do Simplex+2017.

Em declarações à Lusa, Maria Manuel Leitão Marques fez “um balanço positivo” do programa Simplex 2017, salientando que este tinha “medidas de grande impacto”.

Em termos de taxa de execução, a ministra disse que ficou em linha com a dos anos anteriores, “entre 80% a 90%”, sem detalhar.

“Temos uma boa surpresa”, acrescentou relativamente ao Simplex 2017, apontando que foram antecipadas algumas metas.

Questionada sobre o que os portugueses podem esperar do Simplex+2018, a governante adiantou que o Governo está a “lançar medidas disruptivas”.

“Como sempre tem sido a tradição”, o programa deste ano “traz novidades de simplificação” que permitem “reduzir os encargos administrativos”, acrescentou, remetendo mais novidades para a apresentação pública do Simplex+2018.

Entre as novas medidas está a Lola, uma nova assistente pessoal nas lojas do Cidadão. Trata-se de um robô que, nesta primeira fase, vai estar disponível na Loja do Cidadão do Porto e que vai interagir com o cidadão para o reencaminhar para o serviço adequado, conduzindo-o no interior da loja ao local pretendido.

Outra das medidas é a fatura sem papel, que prevê acabar com a impressão, passando a utilizar somente um comprovativo eletrónico.

O Cartão para estrangeiros é outra das novidades do programa Simplex+2018, que vai permitir associar ao processo de autorização de residência de estrangeiros a atribuição dos números de identificação fiscal, de segurança social e de serviço nacional de saúde.

O programa também inclui Qual@Escola, que visa disponibilizar aos cidadãos uma plataforma de informação georreferenciada que permite aos país ter acesso a informação sobre as escolas públicas da zona em função das ofertas e modalidades de ensino, e a Central de Marcações do Estado, que disponibiliza agendamento ‘online’ de serviços públicos.

De acordo com o gabinete da ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, a medida “vai permitir que o utente, num mesmo portal, possa agendar as suas deslocações a diversos serviços do Estado para, por exemplo, renovar a Carta de Condução, renovar o Cartão do Cidadão ou Passaporte, ir a uma repartição de finanças ou mesmo marcar uma consulta”.

O Simplex foi lançado em 2006, ou seja há 11 anos, como um programa nacional para a simplificação administrativa e modernização dos serviços públicos.

Em 11 anos foram concretizadas mais de 1.200 medidas.

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5 coisas que vão marcar o dia

Lisboa volta a ser a cidade com mais investidores por metro quadrado, no dia em que o Governo apresenta o Simplex+2018. Esta quarta-feira, o BdP divulga avaliação dos riscos dos mercados nacionais.

No dia em que a capital portuguesa se transforma, mais uma vez, na cidade com mais investidores por metro quadrado, o Governo revela o Simplex+2018. “Parece magia, mas é Simplex” é o novo slogan deste programa de simplificação administrativa. O Banco de Portugal divulga, esta quarta-feira, a sua avaliação dos riscos que os mercados nacionais vão enfrentar. A Anacom está de visita ao Parlamento e os EUA divulgam dados sobre o seu stock de petróleo bruto.

BdP avalia riscos dos mercados

O Banco de Portugal apresenta, esta quarta-feira, o Relatório de Estabilidade Financeira, no qual avalia os riscos emergentes nos mercados e sistema financeiro nacionais. No relatório publicado em dezembro do ano passado, a instituição liderada por Carlos Costa assumia que o “contexto de baixas taxas de juros” promovia uma “menor restritividade nos critérios de concessão de crédito, aumentando a probabilidade de financiamento de mutuários com menor capacidade de pagamento”. Na semana passada, no Relatório de Estabilidade Financeira, o BCE identificou Portugal como um dos países em maior risco de cair numa nova crise “por se apoiar em demasia na expectativa de crescimento económico”.

“Parece magia, mas é SIMPLEX”

“Parece magia, mas é SIMPLEX”. É este o slogan da nova campanha de divulgação do programa nacional para a simplificação administrativa e modernização dos serviços públicos. Esta quarta-feira, o Governo vai apresentar um balanço das medidas apresentadas no ano passado e revelar o Simplex+2018. No evento, estará presente o mágico Luís de Matos, que relembrará que, em 11 anos, foram concretizadas mais de 1.200 medidas para simplificar a vida dos cidadãos e das empresas na sua relação com o Estado sem qualquer ajuda de um feitiço.

Lisboa volta a ser a cidade com mais investidores por m2

Começa esta quarta-feira o Investment Summit, o evento promovido pela Beta-i que reúne em Lisboa mais de 200 investidores e 750 startups. Até quinta-feira, no Hub Criativo do Beato, os empreendedores nacionais vão assim poder mostrar a grandes nomes internacionais as suas ideias, tentando, é claro, pescar apoios. O foco principal do evento — o maior do género em todo o país — são as startups e investidores em early stage.

Ligações telefónicas destruídas pelos incêndios já foram repostas? Anacom responde

A pedido do PCP, a Anacom vai, esta quarta-feira, à Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas explicar em que pé está a reposição das ligações telefónicas destruídas pelos incêndios de outubro do ano passado. Na agenda, está também a apresentação do Plano de Atividades da reguladora. Recorde-se que, em maio, esta entidade tinha adiantado que a Altice era o único operador “que mantinha ligações por restabelecer”.

Como anda o stock de petróleo bruto norte-americano?

O instituto de estatística norte-americano vai divulgar, esta quarta-feira, os dados relativos ao stock de petróleo bruto. Isto um dia depois de Donald Trump ter pedido à Arábia Saudita e aos outros países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para aumentarem a produção de “ouro negro”, para que as cotações baixem. Além deste indicador, também vão ser conhecidos os dados relativos à balança comercial, aos custos de unidade de trabalho e aos pedidos de hipoteca.

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InvestEU substitui mais de 40 instrumentos financeiros e quer investir 650 mil milhões na Europa

Comissão Europeia vai concentrar cerca de 40 instrumentos financeiros num só - o InvestEU. Em causa estão 15,2 mil milhões de euros que pretendem alavancar investimentos de 650 mil milhões de euros.

A Comissão Europeia decidiu arrumar a casa no que diz respeito a instrumentos financeiros. Nas perspetivas financeiras para 2021/2027, Bruxelas decidiu condensar tudo o que estava disperso num só programa: o Fundo InvestEU que, a partir de uma dotação de 15,2 mil milhões de euros pretende alavancar um investimento de 650 mil milhões de euros. O sucessor do Plano Juncker vai ser apresentado esta quarta-feira, depois da reunião do colégio de comissários, e traz novidades. Além do reforço significativo de dotação, os Estados membros vão poder usar 5% dos seus fundos estruturais como garantia para operacionalizar os empréstimos no âmbito deste instrumento.

Este fundo funciona numa lógica puramente concorrencial, ou seja, não há quotas definidas por país o que, para os críticos da iniciativa, representa um reforço do caráter federalista da União Europeia que centraliza a gestão de parte dos fundos destinados ao investimento. Em causa está a concentração de cerca de 40 instrumentos financeiros que existem atualmente, em apenas um. A palavra de ordem é simplificação e, consequentemente, redução da burocracia e uma gestão mais forte.

O InvestEU tem diversas janelas, nomeadamente para os investimentos em infraestruturas (185 mil milhões de euros), investimento em investigação e inovação (200 mil milhões), PME (previsão de mobilização de 215 mil milhões de euros) e ainda investimentos socais (50 mil milhões).

Portugal poderia aproveitar esta última janela para financiar, por exemplo, projetos de habitação social ou residências de estudantes. Caso optasse por usar uma percentagem dos seus fundos estruturais como garantia destes projetos, bastar-lhe-ia usar a Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), mais conhecida por banco de fomento, como intermediário. As autoridades comunitárias defendem, por isso, “a necessidade de a IFD estar perfeitamente operacional para proteger o interesse nacional e financiar os projetos que o país considera fundamentais”.

Contudo, se em causa estivesse um projeto de energia ou de transportes, comuns a diversos países europeus (por exemplo, Portugal, Espanha e França), então o ideia será que os bancos de fomento dos três países (IFD, ICO espanhol e BPI France) se associem para alavancar o projeto com taxas de juro mais vantajosas. À semelhança do que que já acontece hoje com o Banco Europeu de Investimento (BEI), os países podem assim ter acesso a crédito com juros mais baixos dada a notação de risco ‘AAA’. Uma particularidade deste novo fundo, os países vizinhos, como a Argélia ou Marrocos, também são elegíveis, quando se trata de projetos de energia, por exemplo.

O novo instrumento promove também a complementaridade entre fundos, ou seja, um projeto que não possa ser financiado totalmente por fundos estruturais pode encontrar no InvestEU uma forma de complementar o investimento necessário. Claro que neste cenário, em causa estará um empréstimo e não a concessão de verbas a fundo perdido (ainda que apenas parcialmente), mas as taxas de juro são muito vantajosas dado o rating ‘AAA’. Quanto à garantia concedida pelos Estados membros — que pode ir até 5% dos seus fundos estruturais — se o projeto não tiver percalços, o dinheiro volta para o Estado membro.

Até agora, no âmbito do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), a garantia era integralmente prestada pelo BEI. Com o InvestEU, 3/4 da garantia é BEI, mas o restante pode ser, em alternativa, dado pelos bancos de fomento nacionais. Em qualquer caso, o novo fundo pode sempre ajudar a estruturar as candidaturas, que serão analisadas pela Comissão para avaliar se estão conformes com as políticas da União Europeia e se são “bancáveis”.

À semelhança do que já se passava com o Plano Juncker, continuará a existir um portal onde são colocados os projetos de modo a atrair outros investidores. A base deste novo fundo é contar com um efeito multiplicador de 13,5 vezes. Além disso, este fundo não pretende fazer concorrência à banca comercial — só entra em situações de falha de mercado — e, por isso, está disponível para financiar projetos um pouco mais arriscados, mas que são viáveis.

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Oficial: Jesus abandona Sporting por “mútuo acordo”

De acordo com comunicado enviado pelo Sporting à CMVM, decisão tem "efeitos imediatos".

“Formalizada a revogação”, “por mútuo acordo” e com “efeitos imediatos”. Jorge Jesus é o terceiro a abandonar o clube de Alvalade no espaço de quatro dias, comunicou o Sporting Clube de Portugal em comunicado enviado à CMVM. De acordo com o documento, Jorge Jesus sai do clube dos verdes e brancos “por mútuo acordo”.

“A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD vem, nos termos e para efeitos do cumprimento da obrigação de informação que decorre do disposto no artigo 248o, no1 al. a) do Código dos Valores Mobiliários, informar o mercado que, nesta data, foi formalizada a revogação, por mútuo acordo, do contrato de trabalho celebrado entre a Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD e o treinador da equipa principal de futebol, Jorge Jesus, revogação que produzirá efeitos imediatos”, explica o clube em comunicado enviado à CMVM.

Jorge Jesus é o terceiro nome a abandonar o clube na sequência da crise do Sporting, no espaço de quatro dias. No caso de Rui Patrício e Daniel Podence, os jogadores alegaram justa causa para a rescisão dos contratos, também divulgada através da CMVM.

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Simplex+2018. Governo quer fazer “match” entre empresas e destinos de exportação

Simplex+2018 é apresentado esta quarta-feira. Entre as oito medidas bandeira, está uma espécie de Tinder para as empresas, a simplificação das alfandegas e o engordar da contratação I&D.

O Governo quer ser o cupido das empresas. Entre as oito medidas bandeira do Simplex+2018 — que vai ser apresentado esta quarta-feira — está, por isso, a criação de uma espécie de “Tinder empresarial”, isto é, um serviço de business match making, que pretende indicar às empresas portuguesas os mercados internacionais mais adequados para os seus produtos.

“É uma ferramenta de orientação e aconselhamento para empresas que não são maioritariamente exportadoras“, explica a secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, em declarações ao ECO. Graça Fonseca adianta que se trata de uma plataforma “que funcionará à base de Inteligência Artificial” e que permitirá “fazer match entre a oferta e a procura”, estando aberta a qualquer companhia que esteja interessada em levar os seus produtos além fronteiras.

Segundo a governante, a ferramenta será desenvolvida pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e estará operacional no quarto trimestre de 2019. De resto, sublinha Graça Fonseca, o Simplex+ 2018 tem várias “medidas interessantes” que estão a ser desenvolvidas por esta entidade.

A partir do próximo ano, vai poder seguir de perto o processo de desalfandegamento e sem sair de casa.Unsplash

Compras presas na alfandega?

Quantas vezes comprou um qualquer artigo numa loja digital com armazéns fora da União Europeia e se viu a braços com o desalfandegamento da encomenda? O Governo quer facilitar este processo e, por isso, acaba de lançar a medida Alfandegas +Simples, no âmbito do programa em causa.

“Estamos a trabalhar em conjunto com a empresa postal no sentido de encurtar o procedimento em 10 a 15 dias [isto é, cortar] o período que eu demoro a receber o artigo que comprei desde que chegou a território nacional”, nota Graça Fonseca. De acordo com a secretária de Estado, além dessa redução do tempo de espera está também previsto a criação de uma área no Portal das Finanças, na qual se poderá acompanhar o estado do processo em questão.

“Encurtar prazos e promover o acesso ao conhecimento” são, assim, os objetivos desta medida, que só estará plenamente desenvolvida no segundo trimestre de 2019. Até lá, será lançado um concurso público para a construção da plataforma.

Limite máximo de contratação I&D vai subir.D.R.

Limite máximo de contratação I&D sobe

A terceira medida bandeira do Simplex+ 2018 avançada ao ECO diz respeito ao engordar do limite máximo de contratação na atividade científica e de investigação por ajuste direto. “Na prática, esta medida visa a simplificação da contratação I&D para fazer com que seja mais rápida e ágil”, explica a secretária de Estado.

Com esta iniciativa, o limite máximo de contratação através de ajuste direto sobe para os 75 mil euros, fixando, deste modo, no valor de referência na Europa.

O Simplex+ 2018 é um programa de simplificação administrativa e modernização dos serviços públicos, que nasceu em 2006. Na última década, estas medidas permitiram a redução do número de deslocações e dos tempos de espera, bem como a eliminação de obrigações, de declarações, anexos e formulários, garante o Governo.

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Simplex+2018. Governo lança “cartão de cidadão” para imigrantes

Governo vai lançar, no quadro do Simplex+2018, um novo "cartão de cidadão" para imigrantes, que agrupa identificação fiscal, de segurança social e de sistema nacional de saúde.

Satisfazer todos os requisitos necessários à residência em Portugal não é um processo fácil. Quem o diz é a secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa. Ao ECO, Graça Fonseca explica que é exatamente por isso que o Governo vai criar uma espécie de “cartão de cidadão” para estrangeiros que passem a viver em terras lusitanas. No documento lançado no âmbito do Simplex+2018, vão constar os números de identificação fiscal, de segurança social e de Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“Hoje em dia, quando alguém está a fazer o processo de autorização de residência, depois de a conseguir, tem de se deslocar aos balcões das Finanças, da Segurança Social e do Serviço Nacional de Saúde”, começa por contar a governante. De acordo com a secretária de Estado, com este novo cartão, a entrega ao cidadão estrangeiro de todos esses números acontecerá no mesmo momento e local da emissão da autorização em causa, cortando-se significativamente o tempo e esforço despendidos.

“Atualmente, o processo é relativamente complicado e implica várias deslocações”, diagnostica Graça Fonseca. O novo “cartão de cidadão” para estrangeiros passará a ser entregue no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mas a sua operacionalização burocrática não ficará a cargo apenas dessa entidade. Tratar-se-á, adianta a responsável, de um processo de “intercomunicação entre as várias” partes, das Finanças à Segurança Social.

No mês passado, mais de uma centena de imigrantes manifestaram-se, junto à Assembleia da República, contra a falta de documentos e a demora na emissão das autorizações de residência, mesmo no caso dos cidadãos que já trabalham e efetuam descontos em Portugal.

Pode o novo cartão acrescentar um grau de complexidade e atrasar esse processo? A secretária de Estado rejeita essa conclusão e adianta que a medida apresentada, esta quarta-feira, “não terá impacto no processo de autorização de residência”. Graça Fonseca salienta ainda que, no que diz respeito a essa morosidade contra a qual os estrangeiros se têm manifestado, também estão a ser preparadas medidas.

O Simplex é um programa de simplificação administrativa e modernização dos serviços públicos, que nasceu em 2006. Na última década, estas medidas permitiram a redução do número de deslocações e dos tempos de espera, bem como a eliminação de obrigações, de declarações, anexos e formulários, garante o Governo.

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Caixa volta a baixar spread da casa. Taxa cai para 1,3%

A CGD desceu a margem mínima para financiar a compra de casa. Colocou o spread mínimo nos 1,3%, deixando o BPI para trás e aproximando-se do BCP, Novo Banco e Santander. Banco CTT também baixou.

O banco liderado por Paulo Macedo não parece estar para brincadeiras. A CGD lançou um novo ataque na “guerra dos spreads“. O banco público voltou a cortar o spread mínimo que se dispõe a cobrar no crédito à habitação, desta vez para 1,3%. Deixou o BPI para trás e aproximou-se da margem mínima em vigor no BCP, Novo Banco e Santander Totta. O Banco CTT também cortou o seu spread mínimo, mas para 1,2%.

A descida do spread mínimo da Caixa para 1,3%, publicitada no preçário publicado a 5 de junho, acontece menos de quatro meses após a última revisão em baixa que levou a cabo em meados de fevereiro. Nessa ocasião, a instituição financeira liderada por Paulo Macedo colocou o seu spread mínimo nos 1,5%, sendo que há três anos que não efetuava qualquer mexida na sua margem mínima do crédito para a casa.

A CGD mostra-se assim bastante agressiva na sua estratégia de disponibilização de crédito à habitação, depois de ter começado o ano a apostar no lema da “solução rápida”. Ou seja, uma oferta de crédito à habitação em que diz ser possível assegurar a respetiva contratação em até 15 dias úteis.

Spreads mínimos da casa em dez bancos

Fonte: Preçários dos bancos

Aquando da revisão efetuada no seu leque de spreads, em fevereiro, fonte oficial do banco público disse ao ECO que “a Caixa está atenta ao mercado e ajusta o preço para que a sua oferta continue competitiva”. Algo que parece voltar a acontecer agora.

Com esta mexida, a CGD deixa de igualar o spread mínimo do BPI, que se mantém nos 1,5%, para se aproximar da restante concorrência mais direta. O BCP, o Novo Banco e o Santander Totta mantêm a sua margem mínima do crédito à habitação em 1,25%.

Apenas duas instituições financeiras, num universo total de dez, apresentam valores mais baixos. Especificamente, o Bankinter que tem a oferta mais competitiva, com spreads a partir de 1,15%, e também o Banco CTT. A instituição financeira que integra o grupo CTT atualizou também, em junho, o seu preçário de taxas do crédito à habitação, passando a colocar a sua margem mínima nos 1,2%, abaixo dos 1,3% que apresentava até agora.

A banca nacional mantém assim a luta “taco a taco” no sentido de impulsionar os seus níveis de disponibilização de crédito, que a par das comissões é um dos principais motores da rentabilidade do seu negócio.

Os últimos dados disponíveis mostram que, nos primeiros três meses deste ano, os bancos nacionais disponibilizaram mais de dois mil milhões de euros em crédito à habitação. Ou seja, o valor mais elevado dos últimos oito anos e que representou ainda um crescimento de 21% face ao mesmo período do ano passado.

Os elevados níveis de concessão de crédito à habitação já motivou meso a preocupação do Banco de Portugal que disse estar atento a esta realidade e entretanto decidiu recomendar aos bancos a aplicação de alguns limites na hora de dar crédito.

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Wall Street avança. Nasdaq atinge novo recorde

O Nasdaq encerrou num novo máximo de sempre num dia muito positivo para o setor tecnológico. Apple, Amazon e Twitter brilharam em bolsa.

As ações norte-americanas registaram mais uma sessão positiva, com o Nasdaq a destacar-se com um novo máximo histórico, em mais um dia de ganhos para as tecnológicas.

O S&P 500 valorizou uns ligeiros 0,07%, para os 2.748,8 pontos, enquanto o Dow Jones destoou ao sofrer uma quebra também muito ligeira. O índice industrial recuou 0,06%, para os 24.799,89 pontos. Mas coube ao Nasdaq ser a estrela do dia, com o índice tecnológico a encerrar a sessão num novo valor recorde. Fechou a somar 0,41%, para os 7.637,93 pontos, num dia marcado pela subida da Amazon e da Apple.

As ações da Amazon subiram perto de 2%, ficando no topo dos ganhos do S&P 500, enquanto as da Apple valorizaram quase 1%, sendo a principal responsável pela subida do Nasdaq. A Apple atingiu um valor de mercado de 442,9 mil milhões de euros, depois de na segunda-feira ter apresentado o seu novo sistema iOS 12.

Também o Twitter se destacou pela positiva, no dia em que se estreou no S&P 500. As suas ações somaram em torno de 5%.

O rumo positivo de Wall Street só não foi mais acentuado perante os receios que persistem em torno da “guerra comercial”.Em específico, a possível negociação separada de acordos comerciais com o Canadá e México, no sentido de chegar a um acordo individual com os dois países, revelou o conselheiro económico norte-americano Larry Kudlow.

“Temos tido alguns dias fortes no seguimento dos dados do emprego, onde o mercado se focou nos fundamentais económicos mais do que nas forças negativas tal como as tarifas e o comércio. Hoje é uma pequena pausa”, afirmou Liz Ann Sonders, diretora de investimentos da Charles Schwab Corp, citada pela Reuters.

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Débitos diretos? Sete dicas a ter em conta

  • ECO
  • 5 Junho 2018

Os débitos diretos permitem poupar tempo e evitar eventuais contratempos. Contudo, há características desta funcionalidade das contas bancárias que pode desconhecer. O Banco de Portugal ajuda.

Já se deparou com a desagradável surpresa de abrir a torneira e não sair qualquer gota de água ou ligar o interruptor e a luz não acender, para depois se aperceber que se esqueceu de pagar a conta da água ou da eletricidade? É para prevenir este tipo de contratempos, ou poupar tempo, que os débitos diretos podem ser preciosos aliados. Contudo, para além deste tipo de vantagens, há um conjunto de aspetos que deve ter em conta antes de associar os débitos diretos à conta bancária.

Por exemplo, sabia que pode pedir a rejeição de um débito direto antes de este lhe ser cobrado ou que pode cancelar ou inativar autorizações de débito em conta em qualquer momento? Para ajudar os portugueses a utilizar da melhor forma esta funcionalidade, o Banco de Portugal compilou um conjunto de sete informações que devem ser tidas em conta. Essas informações podem ser consultadas num descodificador que está disponível no site do Banco de Portugal e no Portal do Cliente Bancário. Abaixo também pode ficar a conhecê-las.

1 – Tem de autorizar o credor para que uma cobrança seja feita por débito direto

Para fazer um pagamento por débito direito, tem, antes de mais, de ter celebrado com o seu prestador de serviços de pagamento (por exemplo, um banco) um contrato de prestação de serviços de pagamento que permita a execução de débitos diretos na sua conta. O prestador de serviços de pagamento não está impedido de cobrar comissões pela realização de débitos diretos, embora atualmente, em grande parte dos casos, não sejam cobrados quaisquer encargos.

Tem também de dar autorização expressa ao credor (a entidade a quem está a pagar o bem ou o serviço) para que a cobrança seja feita por débito direto. A autorização (a chamada “autorização de débito em conta”) tem de ser dada diretamente ao credor, geralmente através do preenchimento de um formulário próprio que lhe é fornecido por este.

E lembre-se: não é obrigado a fazer pagamentos por débito direto e o credor também não é obrigado a aceitar pagamentos por essa via. A utilização de débitos diretos requer sempre o acordo de ambas as partes.

2 – Pode limitar ou bloquear os débitos diretos

Se é consumidor, pode definir limites à cobrança por débito direto:

  • Validade: Pode decidir até quando autoriza a cobrança por débito direto (ou seja, a validade de cada autorização de débito em conta);
  • Periodicidade: Pode definir a periodicidade de cada autorização, ou seja, pode determinar que uma cobrança seja feita, por exemplo, apenas uma vez por dia/semana/mês/trimestre/semana/ano;
  • Valor: Pode fixar o montante máximo cobrado por cada débito direto.

Também pode bloquear totalmente os débitos diretos na sua conta, se não pretender que nela seja feita qualquer cobrança, ou pode bloquear débitos diretos de determinadas entidades, indicando-as expressamente ao seu prestador de serviços de pagamento (“lista negativa de credores”).

Pode ainda indicar ao seu prestador de serviços de pagamento quais os credores que autoriza a fazer cobranças por débito direto na sua conta (criando uma “lista positiva de credores”).

Os limites e bloqueios podem ser definidos, presencialmente, junto do seu prestador de serviços de pagamento. A definição de datas-limite e de montantes máximos por cobrança também pode, por norma, ser feita no homebankinge na rede Multibanco.

O seu prestador de serviços de pagamento pode cobrar-lhe comissões pela definição de limites às cobranças por débito direto, exceto nos casos em que esses limites forem definidos através do Multibanco.

3 – Pode pedir a rejeição de um débito direto antes de este lhe ser cobrado

Se verificar, pela notificação prévia do credor, que o valor que lhe vai ser cobrado está incorreto, pode solicitar ao seu prestador de serviços de pagamento a rejeição (isto é, o não pagamento) daquele débito direto. O pedido de rejeição tem de ser feito até ao final do dia útil anterior à data que lhe foi indicada pelo credor como data de cobrança.

4 – Pode pedir o reembolso de um débito direto já pago

Pode solicitar ao seu prestador de serviços de pagamento o reembolso de uma cobrança por si autorizada até oito semanas após ter sido efetuada.

Caso a cobrança não tenha sido autorizada (a autorização de débito em conta não foi concedida ao credor em causa), tem um prazo de 13 meses para solicitar ao seu prestador de serviços de pagamento a retificação do débito. Findo esse prazo, o ressarcimento do valor reclamado terá de ser solicitado ao credor ou requerido por recurso a meios judiciais ou meios de resolução extrajudicial de litígios.

5 – Pode alterar a conta a debitar a qualquer momento

Se pretende que a cobrança passe a ser efetuada numa conta sedeada em outro prestador de serviços de pagamento deve, em primeiro lugar, garantir que também com este dispõe de um contrato de prestação de serviços de pagamento que permita a execução de débitos diretos.

Para autorizar o credor a fazer cobranças por débito direto na nova conta, deve solicitar-lhe a alteração do IBAN associado à autorização de débito.

6- Pode cancelar ou inativar autorizações de débito em conta a qualquer momento

Se é consumidor e pretende cancelar uma autorização de débito em conta, tem de o fazer junto do credor.

Também pode inativar, a qualquer momento, a autorização de débito em conta junto do seu prestador de serviços de pagamento ou na rede Multibanco. A inativação não cancela a autorização: por essa razão, deve comunicar esse facto ao credor, sob pena de incumprir o contrato estabelecido entre ambos.

7 – Pode reclamar junto do Banco de Portugal, se considerar que o seu prestador de serviços de pagamento não agiu de forma adequada na disponibilização e execução dos débitos diretos

Se considerar que o seu prestador de serviços de pagamento não agiu de forma adequada na disponibilização e execução dos débitos diretos, pode apresentar uma reclamação ao Banco de Portugal.

Nos casos em que são detetadas irregularidades, o Banco de Portugal pode solicitar aos prestadores de serviços de pagamento que corrijam os seus procedimentos e pode sancionar faltas mais graves.

Nas situações em que o cliente bancário tiver sofrido danos, o ressarcimento desses danos terá sempre de ser exigido pelo próprio junto dos tribunais ou com recurso a meios de resolução extrajudicial de litígios.

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António Vitorino acumula presidência da AG da EDP com consultoria ao banco que ajuda os chineses na OPA

O Bank of America Merrill Lynch está a assessorar financeiramente a China Three Gorges na OPA à EDP. O banco tem como consultor António Vitorino que é também presidente da mesa da AG da elétrica.

O advogado e ex-ministro socialista, António Vitorino, acumula o cargo de senior advisor do Bank of America Merrill Lynch — assessor financeiro da China Three Gorges, que lançou uma OPA à EDP — com o de presidente da assembleia geral da elétrica.

Numa altura em que a maior elétrica nacional está a ser alvo de uma OPA por parte dos chineses, esta acumulação de cargos poderá levantar algumas questões de potenciais conflito de interesse, já que António Vitorino aparece ligado ao banco que está a dar assessoria financeira à China Three Gorges e, por outro lado, preside à assembleia geral da EDP que poderá ter um papel determinante para o sucesso ou não desta operação.

O ECO confrontou António Vitorino com esta ligação ao banco de investimento norte-americano e questionou o advogado da Cuatrecasas sobre a existência de um possível conflito de interesses ao acumular essas duas funções. António Vitorino respondeu que “a consultadoria ao Bank of America Merrill Lynch se refere a temas em concreto e não envolve nenhuma participação referente à China Three Gorges e à OPA daquela empresa em relação à EDP”.

Mas a ligação ao Bank of America Merrill Lynch é um tema sensível, já que caberá a António Vitorino presidir à assembleia geral da EDP que vai votar a desblindagem dos estatutos e o presidente da mesa poderá ter um papel determinante no desfecho. Os chineses, direta e indiretamente, controlam 28,25% do capital da elétrica, mas os estatutos limitam a contagem de votos a apenas 25%.

Será nessa assembleia [que ainda não tem data marcada] que os acionistas vão decidir se levantam ou não essa limitação, mas ainda não é claro no atual enquadramento jurídico se os chineses poderão votar nessa reunião com 25% ou com 28,25%. Em último caso, a decisão e a interpretação jurídica a prevalecer poderá ser a do presidente da AG, que é António Vitorino. O Expresso do dia 26 de maio dizia que “qualquer que seja a decisão do presidente da mesa da AG, haverá contestação jurídica do lado vencido”. E, ao aparecer na reunião de acionistas como árbitro e, simultaneamente, como consultor do banco que está a ajudar os chineses na OPA, poderá agravar ainda mais este ambiente de guerrilha jurídica.

A CTG, a maior acionista da EDP com uma participação de 23,27%, apresentou a 11 de maio uma OPA sobre a totalidade do capital da elétrica, avaliando-a em 11,9 mil milhões de euros. A proposta chinesa tinha implícito um prémio de 4,8% face à última cotação antes da OPA, de 3,11 euros, mas os títulos rapidamente superaram o valor oferecido. Esta terça-feira, as ações da EDP fecharam a valer 3,42 euros, o que, segundo analistas, quer dizer que os investidores continuam a acreditar numa oferta concorrente ou numa revisão em alta do preço da OPA de 3,26 euros.

Entretanto, na sexta-feira, a China Three Gorges entregou o pedido de registo da OPA sobre a EDP e EDP Renováveis junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), mas não mexeu no preço da oferta. No caso da EDP Renováveis, os chineses estão dispostos a pagar 7,33 euros por título, abaixo dos 8,18 euros de valor de mercado.

A assessoria financeira da CTG é assegurada, não só pelo Bank of America Merril Lynch como também pelo BCP, que é intermediário financeiro da oferta. O banco, através do seu fundo de pensões, também é acionista da elétrica, com uma participação de 2,44%. Da parte da EDP, é o suíço UBS e também o Morgan Stanley que estão assessorar António Mexia que deverá, no final deste semana, pronunciar-se oficialmente sobre a contrapartida oferecida pelos chineses. O presidente da EDP já veio dizer que o preço em cima da mesa “é baixo e não reflete o valor da empresa”, e que prémio oferecido aos investidores fica aquém do que tem sido a prática no setor.

Ao nível da assessoria jurídica António Soares, managing partner da Linklaters, é o advogado responsável pela assessoria ao consórcio chinês bem como Luís Cortes Martins, managing partner da Serra Lopes, Cortes Martins & Associados. O escritório da EDP mantém-se a Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados.

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Ministros da Agricultura da UE prudentes sobre reforma da PAC

  • ECO
  • 5 Junho 2018

"A falta de consenso foi principalmente sobre as questões do dinheiro", admitiu o comissário europeu da Agricultura, após a reunião dos ministros da agricultura da UE.

Os ministros da Agricultura da União Europeia (UE), reunidos esta terça-feira em Sófia numa reunião informal, mostraram-se muito prudentes sobre as propostas de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) divulgadas recentemente pela Comissão Europeia.

O lançamento da reforma da PAC coincide com o debate de um novo quadro plurianual financeiro (2021-2027), igualmente em fase de negociação com os Estados membros.

A falta de consenso foi principalmente sobre as questões do dinheiro“, admitiu o comissário europeu da Agricultura, após a reunião. Segundo Phil Hogan, a Comissão quer obter um acordo sobre o quadro financeiro plurianual global “antes de março de 2019”, data prevista para a saída do Reino Unido da UE.

O corte apresentado para a PAC, na ordem dos 15% para todos os Estados-membros nas políticas de Desenvolvimento Rural (segundo pilar da PAC), foi uma vez mais contestado.

O ministro da Agricultura português, Luís Capoulas Santos, manifestou preocupação com a contribuição nacional necessária para compensar as perdas, segundo a AFP. “Isso vai representar um esforço para o orçamento nacional duas vezes maior do que o atual”, afirmou em declarações aos jornalistas.

Recorde-se que logo depois de conhecida a proposta da Comissão, Capoulas Santos emitiu um comunicado onde defendia que a proposta “era boa para os agricultores, mas má para o Orçamento do Estado”. “No que respeita à contrapartida nacional, a taxa de cofinanciamento obrigatória para as medidas do II Pilar [desenvolvimento rural] passa de 15% para 30%, traduzindo-se num esforço adicional de 763 milhões de euros ao longo dos sete anos de implementação do novo programa, razão pela qual o Governo considera a proposta má para o Orçamento do Estado”, explicava o comunicado enviado às redações a 1 de junho.

Os ministros de Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda e Portugal tinham-se reunido no dia anterior em Madrid para constituírem uma posição negocial conjunta no Conselho de Ministros Europeus da Agricultura, tendo em vista melhorar as propostas financeiras de Comissão. Uma reunião que levou o comissário Phil Hogan, no momento da apresentação da sua proposta sublinhar de forma irónica: “Se sentirem que a agricultura é a sua grande prioridade, tal como disseram ontem [dia 31 de maio] em Madrid, ficarei muito contente por ver mais dinheiro na agricultura e poderemos eliminar alguns dos cortes que fizemos ao nível do desenvolvimento rural”.

Mas não são apenas Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda e Portugal que estão preocupados. “Estamos um pouco céticos em relação ao orçamento, porque para uma reforma mais ambiciosa é necessário mais dinheiro”, resumiu a eslovena Tanja Strnisa. Também o ministro irlandês, Michael Creed, se manifestou “muito preocupado” e disse que “não é razoável pedir aos agricultores para continuarem a fazer cada vez mais com cada vez menos dinheiro”.

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A tarde num minuto

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

Cerca de 14 mil milhões de euros em obrigações portuguesas deixaram de negociar com juros negativos em maio, na sequência da escalada do risco na Zona Euro. Os trabalhadores da Autoeuropa decidiram entregar esta terça-feira, à administração, um abaixo-assinado pedindo a reabertura das negociações relativas às compensações pelo novo regime de laboração contínua.

É um dos reflexos da crise política que atingiu Espanha e Itália: já só um quinto da dívida portuguesa no mercado apresenta taxas de juro negativas, totalizando os 25 mil milhões de euros no final de maio, de acordo com os dados da Tradeweb fornecidos ao ECO. Em abril, a dívida pública portuguesa com juros negativos ascendia a 39 mil milhões de euros, mais de 30% do total.

Os trabalhadores da Autoeuropa decidiram, em plenário realizado esta terça-feira, remeter à administração um abaixo-assinado com vista à reabertura das negociações sobre o regime de laboração contínua, proposto “unilateralmente” pelos gestores da fábrica de Palmela. Os trabalhadores exigem uma maior compensação por este novo regime, que deverá ser imposto a partir de agosto, estando em causa a criação de 19 turnos semanais na Autoeuropa. A notícia foi avançada pela SIC Notícias.

As operadoras de telecomunicações só vão poder cobrar aos clientes pelo envio das faturas se estes exigirem um nível de detalhe superior. A decisão foi anunciada esta terça-feira pela Anacom, que optou ainda por aumentar o conjunto de informações que as empresas vão ser obrigadas a incluir nas faturas. Na prática, a medida impede a Meo de cobrar um euro pela emissão das faturas em papel, apurou o ECO junto de fonte próxima do regulador.

António Costa esteve esta tarde no Parlamento para o debate quinzenal com os deputados. O tema escolhido pelo PS, a quem coube arrancar com o debate, foi assuntos económicos e sociais. Porém, a semana começou marcada pela polémica com os professores — o ministro da Educação interrompeu as negociações com os docentes por causa da contagem do tempo de serviço — e o PSD pôs em cima da mesa novas propostas para incentivar a natalidade.

Uma operação de diplomacia e charme levou esta semana o Presidente angolano a Bruxelas num esforço para convencer empresários do país a investir em Angola, a quem prometeu condições iguais para todos no processo de privatizações que o Governo pretende lançar brevemente e que vai incluir empresas públicas do setor petrolífero. Mas se convenceu os presentes, João Lourenço não convenceu Isabel dos Santos, que voltou a atacar o chefe do Governo de Angola.

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