A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 14 Março 2018

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Portugal levantou 1.250 milhões em dívida a dez e 27 anos. Em ambos os prazos, pagou os juros mais baixos de sempre. No caso das obrigações com maturidade em 2045, o IGCP obteve um juro de 2,8%. António Costa disse esta quarta-feira, no Parlamento Europeu, que o défice de 2017 ficou “perto de 1,1%”. Os dados oficiais serão revelados a 26 de março pelo INE.

Portugal levantou 1.250 milhões de euros em dívida a dez anos e 27 anos. Em ambos os prazos, obteve os juros mais baixos de sempre. No caso das obrigações com maturidade em 2045, o prazo mais longo com que a República se financia, o IGCP conseguiu um juro de 2,8% perante um maior interesse da parte dos investidores. Analistas falam em sucesso. O ministro das Finanças também.

O défice de 2017 ficou “perto de 1,1%”, anunciou o primeiro-ministro na sessão plenária do Parlamento Europeu esta quarta-feira. António Costa defendeu a política do atual Governo, argumentando que “tem permitido ter bons resultados na consolidação das finanças públicas”.

“Parece-me uma criatividade contabilística para tapar os olhos”. É desta forma que António Bagão Félix classifica, ao ECO, a solução encontrada para permitir que as contas individuais de 2017 da Associação Mutualista Montepio apresentassem capitais próprios positivos de 500 milhões de euros. Em causa está um crédito fiscal de 800 milhões de euros que, na opinião do antigo candidato à associação mutualista, “não é uma ilegalidade”, mas “uma ficção que não tem a ver com a realidade”.

Começaram a ser abertos procedimentos concursais no âmbito do programa de integração dos trabalhadores precários da Administração Pública, conhecido como PREVPAP, revelou esta quarta-feira de manhã o ministro das Finanças, Mário Centeno, ouvido na comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social.

Uma auditoria do Tribunal de Contas (TdC) à Iniciativa Emprego Jovem entre 2014 e 2016 dá conta de má gestão dos dinheiros públicos. O relatório do TdC diz que apesar de o cargo de “curador do beneficiário” estar previsto no modelo de governação, “este encontra-se vago desde fevereiro de 2016 mantendo-se, no entanto, a estrutura de apoio técnico com dois elementos afetos, sem quaisquer consequências, por falta do órgão de decisão”. E é precisamente a manutenção dessa estrutura com custos inerentes “na ordem de milhares de euros” que revela “má gestão dos dinheiros públicos”.

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The Economist: Governo é estável, mas a banca é um desafio para os próximos três anos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Março 2018

Ainda que Costa mantenha o Governo estável, uma intervenção na banca poderá por em causa essa estabilidade. The Economist critica o abrandamento da implementação das reformas estruturais.

A situação política em Portugal é vista como “estável”, pelos analistas da The Economist Intelligence Unit. Ainda assim, este cenário de acalmia pode ser abalado pela banca, caso seja necessária uma nova intervenção estatal no setor.

Irene Mia é a responsável pelo departamento de inteligência da The Economist.Paula Nunes/ECO

No relatório “The Global Outlook: Europe and Portugal” a que o ECO teve acesso, o departamento de inteligência da revista de especialidade destaca o bom desempenho da economia nacional, que permitiu concluir o resgate financeiro em 2014 e pagar a dívida aos seus credores antes daquilo que tinha sido proposto, mas avisa que o sistema bancário vai continuar a ser um desafio nos próximos três anos.

“O Governo de minoria do Partido Socialista tem-se mantido estável, apoiado pela gestão dos apoiantes externos e das relações europeias de António Costa, e a recuperação económica”, pode ler-se no relatório. “Ainda assim, os riscos à estabilidade persistem. A promessa de ‘virar a página à austeridade’ pode ser difícil de manter se o crescimento abranda ou se são necessárias intervenções impopulares para reforçar o setor bancário”.

A promessa de ‘virar a página à austeridade’ pode ser difícil de manter se o crescimento abranda ou se são necessárias intervenções impopulares para reforçar o setor bancário.

Relatório da The Economist Intelligence Unit

Para além de afetar a imagem popular do Governo de António Costa, os analistas da The Economist defendem que uma intervenção estatal num banco provocará “fragmentação política” e deteriorará “a confiança dos apoiantes externos mais radicais.A crítica é deixada ainda à desaceleração do ritmo de implementação da agenda de reformas estruturais, e a facto de ser deixado de parte tópicos como a competição no setor dos transportes e da energia, a flexibilidade do mercado de trabalho ou o excesso de funcionários no setor público.

Já no evento organizado em Cascais, o The Lisbon Summit, António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), reiterou também os problemas da banca nacional, que não é estável o suficiente para ser um parceiro de risco dos investidores, um fator indispensável para a atratividade e o desenvolvimento do tecido empresarial português.

A instabilidade do sistema financeiro foi também apontada por Daniel Traça, reitor da Nova School of Business and Economics, como um dos desafios das empresas portuguesas, que só poderá ser ultrapassado se estas olharem para outros horizontes. “É difícil que os bancos portugueses se tornem parceiros de risco”, disse. “As empresas têm de trazer de fora formas de financiamento que permitam investimentos maiores, como venture capitalists.”

Uma recessão na Zona Euro irá novamente por em questão a sustentabilidade da posição da dívida portuguesa, especialmente no contexto de um Governo visto como menos comprometido em implementar reformas mais dolorosas do que o seu predecessor.

Relatório da The Economist Intelligence Unit

Ainda na mesma análise, as previsões para o crescimento apontam para os 2,1% em 2018, menos uma décima que o calculado pelo Governo, 1,8% em 2019 e uma média de 1,5% entre 2020 e 2022. Já para a dívida pública, e após esta ter atingido o pico de 130,6% do Produto Interno Bruto em 2014, a previsão é de que será reduzida para os 114% em 2022. Mas o aviso também é deixado.

“No entanto, uma recessão na Zona Euro irá novamente por em questão a sustentabilidade da posição da dívida portuguesa, especialmente no contexto de um Governo visto como menos comprometido em implementar reformas mais dolorosas do que o seu predecessor“, conclui a análise.

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Já pode investir numa obra de arte só com 50 euros

Esta fintech espanhola oferece a possibilidade de investir numa obra de arte por um mínimo de 50 euros. O investidor vai poder lucrar com a exploração e a venda da peça.

Já pensou investir numa obra de arte e lucrar com ela? A Housers, uma fintech espanhola, tornou isso possível. Por um valor mínimo de 50 euros, o investidor pode adquirir uma espécie de participação na obra de arte, normalmente da autoria de artistas reconhecidos, e quando esta for vendida ou alugada a escritórios ou eventos, lucrar através dos juros.

A Housers nasceu na capital espanhola há dois anos e oferece a possibilidade de investimentos em “ativos reais e tangíveis”. Para aqueles investidores que gostavam de ser donos de uma obra de arte, esta pode ser uma boa oportunidade, uma vez que “este mercado está mais acessível a um número restrito de pessoas”, explica João Távora, CEO, ao ECO. O processo funciona de maneira bastante simples: na galeria online da Housers serão apresentadas várias obras de arte, entre elas quadros, da autoria de artistas conceituados na área, que poderão ser adquiridos pelos utilizadores. Através de um investimento mínimo de 50 euros, o cliente pode passar a ser dono de uma parte da obra de arte em questão, acabando por ter lucros quando esta for vendida ou até alugada para determinados eventos.

A escola dos projetos passa por vários critérios: “juntamente com um especialista internacional de arte, selecionamos e estudamos ao detalhe a rentabilidade e o potencial desta obra de arte”, diz o CEO da fintech. Atualmente, a Housers tem disponível para investir o quadro Sem Título, de Secundino Hernández, um dos artistas espanhóis mais reconhecidos na área e com bastante projeção internacional, revela em comunicado. Através desse investimento mínimo, “os investidores podem garantir uma poupança para o futuro e rentabilizar o capital investido com segurança e transparência”, lê-se. João Távora explica que “o investimento em obras de arte funciona como uma alternativa de investimento“, o que permite “oferecer aos investidores a oportunidade de diversificarem o seu portfólio e reduzirem o nível de risco”.

"O investimento em obras de arte funciona como uma alternativa de investimento, permitindo-nos oferecer aos investidores a oportunidade de diversificarem o seu portfólio e reduzirem o nível de risco.”

João Távora

CEO, Housers

Painel de investimento na obra de arte

Feito o investimento, eis a parte dos lucros. Conforme explica a empresa, a exploração da obra é feita numa primeira fase através da “exposição em grandes escritórios, consultoras e eventos“. No entanto, o objetivo final é vender a obra de arte num espaço de 24 meses. No projeto em questão, por exemplo, a rentabilidade estimada é de 11,56%, um valor que pode variar de acordo com o interesse demonstrado durante a sua “exposição”.

Conforme explica o CEO da Housers, de acordo com o último estudo realizado pela Hiscox, uma seguradora especializada em seguros de obras de arte exposições, museus, galerias e coleções particulares, o mercado online de arte atingiu em 2016 um volume de vendas de 3,4 mil milhões de euros, o que demonstra “o potencial deste mercado”. Para além disso, “uma obra de arte é um ativo relativamente seguro, com pouca volatilidade de valor, oferecendo estabilidade em períodos de crise. Ou seja, o mercado de arte é pouco influenciado por fatores macroeconómicos“.

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May suspende contactos bilaterais com Moscovo. Rússia considera decisão “hostil”

  • Lusa
  • 14 Março 2018

Após ter acusado a Rússia de ser culpada pelo envenenamento de um ex-espião em solo britânico, Reino Unido suspende contactos bilaterais com Moscovo e expulsa diplomatas russos.

A primeira-ministra do Reino Unido anunciou, esta quarta-feira, a “suspensão de contactos bilaterais” com Moscovo e a expulsão de diplomatas russos, após ter acusado a Rússia de ser a “culpada” pelo envenenamento do ex-espião Serguei Skripal em solo britânico. Entretanto, a embaixada russa em Londres já reagiu a essa decisão, classificando-a “hostil”, “inaceitável” e “injustificada”.

Numa intervenção no Parlamento, Theresa May anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do Reino Unido. Atualmente, a Rússia conta com 59 diplomatas acreditados no Reino Unido.

A embaixada russa em Londres classificou, esta quarta-feira, como “hostil”, “inaceitável” e “injustificada” a decisão britânica de suspender contactos bilaterais com Moscovo e expulsar 23 diplomatas russos após o envenenamento de um ex-espião russo no Reino Unido.

Consideramos esta ação hostil, inaceitável, injustificada e de vistas curtas. A responsabilidade pela deterioração das relações entre a Rússia e o Reino Unido é dos dirigentes britânicos atuais”, pode ler-se num comunicado da embaixada.

Na referida intervenção da primeira-ministra britânica, foi dado a Moscovo um prazo, até terça-feira à noite, para fornecer explicações à Organização para a Proibição de Armas Químicas, esclarecendo ainda que o embaixador da Rússia no Reino Unido tinha sido convocado para explicar os acontecimentos. A Rússia nega qualquer a responsabilidade no ataque que visou Serguei Skripal.

O ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes no dia 04 de março, num banco num centro comercial em Salisbury, no sul de Inglaterra.

Dias depois, o chefe da polícia antiterrorista britânica, Mark Rowley, revelou que o ex-agente duplo russo e a sua filha tinham sido vítimas de um ataque deliberado com um agente neurotóxico, um componente químico que ataca o sistema nervoso e que pode ser fatal.

Os dois têm permanecido hospitalizados, nos cuidados intensivos, em “estado crítico, mas estável”. O Conselho Segurança da ONU reúne-se, esta quarta-feira, de urgência para abordar este caso.

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PS nega injeção de dinheiro público na Associação Mutualista Montepio

  • Lusa
  • 14 Março 2018

O partido considera que falsa a ideia de que houve intervenção do Governo com injeção de dinheiro dos contribuintes na operação de créditos fiscais da Associação Mutualista.

O PS considerou esta quarta-feira falsa a ideia de que houve intervenção do Governo com injeção de dinheiro dos contribuintes na operação de créditos fiscais da Associação Mutualista Montepio e estranhou a surpresa manifestada pelo PSD e CDS-PP.

Posições que foram assumidas em conferência de imprensa pelo porta-voz do PS, João Galamba, depois de PSD e CDS-PP terem manifestado dúvidas sobre os contornos e objetivos da operação de créditos fiscais realizada pela Associação Mutualista Montepio, que terá atingido cerca de 800 milhões de euros.

“A Associação Mutualista Montepio fez um pedido de informação vinculativa à Autoridade Tributária e Aduaneira, que concluiu estarem verificados os pressupostos legais de uma lei que existe e que não foi alterada para esse efeito. Ou seja, não está na disponibilidade da Autoridade Tributária negar algo que a lei prevê”, declarou o vice-presidente da bancada socialista sobre o caráter legal da operação financeira em causa.

Perante os jornalistas, contudo, João Galamba disse estranhar a manifestação de surpresa transmitida pelo PSD na terça-feira, porque os sociais-democratas e CDS-PP “legislaram sobre ativos por impostos diferidos – legislação essa que tinha impactos bastante ruinosos para o Estado e que motivou mais tarde, em 2016, a sua alteração”.

“Ao contrário do que foi veiculado, não há aqui qualquer injeção de dinheiro dos contribuintes. Aliás, das duas uma: Ou os contribuintes ficam exatamente como estavam; ou ficam melhor, porque uma entidade que estava isenta de IRC vai deixar de estar”, alegou João Galamba.

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António Costa admite que renegociação da dívida “continua a não ser um tema europeu”

Mesmo depois das eleições alemãs e o acordo para um novo Governo, a União Europeia não está nem deverá vir a discutir a renegociação da dívida de países como Portugal, admitiu o primeiro-ministro.

António Costa admitiu em Estrasburgo que o tema da renegociação da dívida de países altamente endividados como Portugal continua fora das discussões europeias. Com os esforços dedicados ao aprofundamento da União Económica e Monetária, nem as eleições alemãs e o acordo para formar Governo deverá mudar o cenário.

“Eu disse que antes das eleições alemãs seguramente esse não seria um tema europeu. E verifico que continua a não ser um tema europeu“, afirmou o primeiro-ministro aos jornalistas, após ter estado no Parlamento Europeu a debater o futuro da Europa. Anteriormente, Costa tinha dito que até haver Governo alemão “a União Europeia não vai discutir nada em relação à dívida”. Ainda que a primeira parte tenha mudado, a segunda continua igual.

No final de 2016, já enquanto primeiro-ministro, António Costa admitiu que pudesse existir uma renegociação da dívida portuguesa. “A União Europeia não pode ignorar um problema que exige uma resposta europeia integrada”, disse em entrevista à RTP. A renegociação da dívida, incluindo o seu perdão parcial, é um das bandeiras dos partidos que apoiam o atual Governo, PCP e BE. Contudo, Costa também tinha dito que “seria inútil e contraproducente o Governo português iniciar essa discussão”.

Para já a estratégia passa por fazer os possíveis para diminuir essa dívida que, em 2017, ficou nos 125,6%. “Aquilo que há a fazer em relação à dívida é pagar. É o que temos estado a fazer. E termos uma gestão económica que com o crescimento da economia, a redução do desemprego e uma gestão orçamental prudente nos permita reduzir a dívida”, explicou o primeiro-ministro. Mesmo com Mário Centeno a liderar o Eurogrupo não é provável que a agenda portuguesa se imponha.

Atualmente o tema dominante na Comissão Europeia, Conselho Europeu e Eurogrupo é o aprofundamento da União Económica e Monetária, o que envolve uma série de partilha de riscos entre os Estados-membros. “O que é essencial para a zona euro é termos uma capacidade orçamental que permita corrigir as assimetrias“, defendeu António Costa, colocando a tónica na necessidade de Bruxelas apoiar a implementação de reformas nos países e proteger o investimento público.

O jornalista viajou para Estrasburgo a convite do Parlamento Europeu

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Inditex produz em Portugal 20% do que vende

  • Lusa
  • 14 Março 2018

O setor têxtil português é responsável pelo fabrico de 20% dos produtos que o líder mundial de comércio de roupa a retalho vende em todo o mundo.

As empresas portuguesas do setor têxtil são responsáveis pelo fabrico de 20% dos produtos que o grupo espanhol Inditex, dono da Zara e Maximo Dutti e líder mundial de comércio de roupa a retalho vende em todo o mundo.

Portugal representa, em termos de compras de produto, praticamente 20% das compras totais” da Inditex, revelou esta quarta-feira o presidente da empresa, Pablo Isla, durante a apresentação dos resultados anuais do grupo.

Segundo informação enviada pela empresa galega à CNMV (Comissão Nacional do Mercado de Valores espanhola), no exercício fiscal de 1 de fevereiro de 2017 até 31 de janeiro de 2018, as vendas aumentaram 8,7%, para 25.336 milhões de euros e o grupo tinha 7.475 lojas em todo o mundo.

“Na nossa perspetiva, Portugal tem e vai continuar a ter um papel chave entre os mercados mais relevantes de todo o nosso abastecimento”, sublinhou Pablo Isla.

Depois de anos a comprar e fabricar principalmente na Ásia, a Inditex adquire agora 60% dos produtos que vende em todo o mundo naquilo que chama “mercados de proximidade”: Espanha, Portugal, Marrocos e Turquia.

Segundo fonte da empresa, por razões “estratégicas”, e para não desvendar qual a sua margem comercial, a empresa não revela o valor das compras feitas em cada mercado.

“Esta produção de proximidade é uma das grandes chaves do sucesso da nossa empresa e claro que vai continuar a ser nos próximos anos”, realçou o presidente da Inditex.

Pablo Isla explicou que a “produção de proximidade” permite, por exemplo, à empresa ter uma “capacidade de reagir” e poder oferecer outros produtos em todo o mundo ainda durante uma campanha em curso.

Isso dá-nos “a possibilidade de estar a meio de março e poder ainda tomar decisões, que são significativas, para a campanha primavera/verão” que já começou, disse Pablo Isla.

A Inditex anunciou hoje lucros de 3.368 milhões de euros no exercício anual terminado em janeiro, mais 6,7% do que em 2016.

A empresa sublinhou que as vendas online aumentaram 41% e são agora responsáveis por 10% das vendas totais do grupo em 2017.

“Cada vez é mais importante a venda online” e fazemos isso “com um enfoque integrado com as lojas físicas”, disse Pablo Isla.

Os resultados operacionais (EBIT) cresceram para 4.314 milhões de euros, um aumento de 7% (+12% a taxa de câmbio constante), e a margem bruta foi de 14.260 milhões de euros, 7% superior ao exercício anterior, o que representa 56,3% das vendas.

As vendas comparáveis (lojas existentes nos dois últimos exercícios) aumentaram 5% no exercício que terminou a 31 de janeiro último, quando no anterior tinham subido 10%.

O resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA) foi de 5.277 milhões de euros, um aumento de 4% em relação a 2016 (+8% a taxa de câmbio constante).

Em Portugal, o grupo Inditex tinha no final do ano passado 342 lojas com as marcas de Zara (70), Zara Kids (16), Pull&Bear (51), Massimo Dutti(42), Bershka (49), Stradivarius (44), Oysho (36), Zara Home (28) e Uterque (6).

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Trump aperta cerco à China. Tarifas podem chegar aos 60 mil milhões

Fontes próximas da Casa Branca adiantam que as tarifas aduaneiras impostas à China podem chegar aos 60 mil milhões de dólares. Setores da tecnologia e telecomunicações são os principais alvos.

A guerra comercial lançada por Donald Trump continua a ganhar intensidade. Esta quarta-feira, duas fontes próximas da Casa Branca revelaram à Reuters que as tarifas aduaneiras que serão aplicadas à China podem mesmo chegar aos 60 mil milhões de dólares (48,5 mil milhões de euros).

Segundo a agência, as medidas afetarão as importações nos setores da tecnologia, das telecomunicações e da eletrónica de consumo. Apesar da Casa Branca continuar a recusar avançar detalhes sobre o âmbito destas medidas, a informação já conhecida faz crer que a lista pode chegar a incluir, no total, 100 produtos.

A escolha das grandes empresas tecnológicas chinesas como alvos desta guerra comercial serve para punir o país liderado por Xi Jinping pelas restrições que têm sido aplicadas às companhias norte-americanas. As políticas de investimento chinesas têm forçado as gigantes do EUA a revelar os seus segredos tecnológicos em troca de permissão para operarem na China.

Em reação a mais este avanço na guerra comercial, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês sublinhou a necessidade de se utilizarem “meios construtivos” para gerir a tensão entre as duas potências. Em Pequim, o representante reforçou que as relações comerciais sino-americanas não devem ser um jogo de soma zero, isto é, a vitória de um não deve ser necessariamente a derrota do outro.

“Temos dito diversas vezes que a China se opõe resolutamente a quaisquer medidas unilaterais de protecionismo comercial”, disse o porta-voz. Apesar da sua posição mais prudente, a China já fez saber que — caso as medidas de Trump se concretizem — serão tomados passos para salvaguardar os seus interesses. “Se os Estados Unidos tomarem medidas prejudiciais aos interesses chineses, a China terá de tomar medidas para proteger firmemente os nossos interesses legítimos“, enfatizou a representante.

Trump também ataca investimento

Além de atacar as importações americanas de produtos chineses, Donald Trump quer também impor limitações ao investimento e aos vistos concedidos a visitantes dessa nacionalidade, avança a CNBC.

Recorde-se que o Presidente norte-americano tinha recusado a proposta de impor à China tarifas de 30 mil milhões de dólares (pouco mais de 44,2 mil milhões de euros), exigindo um aumento ainda mais significativo dos impostos em causa.

Durante a visita do principal conselheiro económico de Xi Jinping aos Estados Unidos, a administração liderada pelo empresário nova-iorquino reforçou mesmo que a China precisa de encontrar uma forma de reduzir o superávite comercial mantido com os Estados Unidos.

Esta não é a primeira vez que Donald Trump revela uma agenda profundamente protecionista. Aliás, essa era uma das linhas mestras do seu programa eleitoral, tendo o empresário escolhido como primeira ação à frente dos EUA a saída do Acordo Transpacífico.

Além da Ásia, também a União Europeia já foi nomeada como alvo desta medidas norte-americanas. Donald Trump anunciou o aumento dos encargos aduaneiros sobre o aço e ferro europeus, ao que o bloco respondeu com à ameaça de iguais restrições a uma alargada lista de produtos. O Presidente norte-americano acabou, por isso, por recuar no ataque. “Se eles abandonarem os seus horríveis obstáculos e os seus direitos aduaneiros sobre produtos norte-americanos, nós abandonaremos os nossos”.

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EDP não desiste da Renováveis. Quer 100% da empresa até 2020

O administrador financeiro da elétrica destaca a relevância do negócio das renováveis, dizendo que o objetivo é assumir o controlo da EDP Renováveis até 2020. No curto prazo, nada está previsto.

Passado menos de um ano do falhanço da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da EDP Renováveis, a EDP ainda não desistiu de assumir o controlo do negócio da sua participada para o setor das energias renováveis. A empresa liderada por António Mexia, reconhece a intenção de assumir o controlo de 100% da EDP Renováveis até 2020, apesar de colocar de parte uma decisão nesse sentido de curto prazo.

A pretensão da EDP foi admitida pelo seu diretor financeiro, Nuno Alves, numa entrevista telefónica concedida à Bloomberg. Tornou-se um negócio tão importante que queremos ter a maioria, se não mesmo 100%, dessas empresas”, afirmou Nuno Alves, salientando a relevância de dar cartas nessa área de negócio no atual contexto. “Essa é a área de crescimento. Hoje em dia, é um negócio tão importante no universo das utilities que as empresas querem-no todo”, disse a esse propósito o administrador financeiro da EDP.

"Essa é a área de crescimento. Hoje em dia, é um negócio tão importante no universo das utilities que as empresas querem-no todo.”

Nuno Alves

EDP

Estas declarações surgem dez anos depois de a EDP ter colocado 22,5% da EDP Renováveis em bolsa e menos de um ano depois de ter falhado uma OPA sobre a empresa liderada por Manso Neto. Em agosto, a elétrica apenas conseguiu comprar 5% dos cerca de 22,5% de capital que ainda não detinha da EDP Renováveis, passando a deter 82,56% do capital. Valor, contudo, insuficiente para permitir uma aquisição potestativa das ações que ainda não detinha e, em resultado disso, viu-se impossibilitada do objetivo de retirar a EDP Renováveis de bolsa.

Nuno Alves identifica na área um forte potencial de crescimento para o setor “É o crescimento, o crescimento nas empresas do setor das utilities “, frisou o responsável da EDP. “São as renováveis, a distribuição de ativos e a sua oferta. Todas as empresas estão a falar da mesma coisa”, acrescentou.

Enquanto há dez anos, quando a EDP alienou uma posição de 22,5% na Renováveis, aquele segmento representava 4% dos resultados operacionais da EDP, no ano passado contribuiu com 40%. De acordo com Nuno Alves, essa percentagem deverá continuar a crescer até aos 50%, ou para além desse valor.

Apesar de o objetivo da EDP de assumir o controlo total da EDP Renováveis, a empresa liderada por António Mexia não está a planear outra ação nesse sentido no curto prazo, admitiu contudo Nuno Alves.

As pretensões da EDP de recuperar o controlo da área das renováveis acontece num período de mudanças no setor. A mais recente é o negócio entre a E.On e a RWE. A E.On vai comprar a Innogy, empresa de energia renovável da RWE, numa operação avaliada em 22 mil milhões de euros. O objetivo é que a E.On fique com as unidades de retalho e de transporte de energia das duas empresas, enquanto a RWE fica com o negócio de renováveis assim como parte da E.On.

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Portuguesa BIND participa no seminário “Investir au Portugal”

A sociedade de advogados portuguesa BIND, especialista em direito imobiliário e parceira da Câmara de Comércio e Indústria Luso Francesa (CCILF), vai participar no seminário “Investir au Portugal”.

A sociedade de advogados portuguesa BIND, especialista em direito imobiliário e parceira da Câmara de Comércio e Indústria Luso Francesa (CCILF), vai participar no seminário “Investir au Portugal”, que vai decorrer em Paris, no dia 15 de março.

Este seminário, organizado pela CCILF e a CCI Paris Ile-de-France, visa esclarecer investidores de nacionalidade francesa interessados em entrar no mercado Português, sobre temas jurídicos e financeiros, fruto do dinamismo do mercado imobiliário nacional e da forte atratividade económico-social do país.

Segundo Rui Esperança, sócio da BIND e orador na conferência: “Este seminário mais do que se justifica, pois o interesse por Portugal é tão grande e a todos os níveis, que iremos abordar a vertente jurídica do investimento com algumas das respetivas implicações, não só na perspetiva do estatuto de Residente Não Habitual, como também ao nível societário e laboral.”

A BIND (Tenreiro Martins, Esperança, Vaz Osório & Associados – Sociedade de Advogados), resultou da recente união da TMA (Tenreiro Martins, Tomás & Associados) com grande parte da equipa que integrava a ACE (Alvim Cortes, Esperança, Vaz Osório, J.P. Menezes Falcão & Associados), ambas a atuar no mercado há mais de dez anos.

 

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Who’s Who Legal distingue quatro portugueses

O diretório Who’s Who Legal – na área de "Restructuring & Insolvency - distinguiu três advogados portugueses e um administrador de insolvência.

O diretório Who’s Who Legal – na área de “Restructuring & Insolvency 2018 – distinguiu três advogados portugueses e um administrador de insolvência.

Jorge Calvete (administrador de insolvência da Causa & Feito), Duarte Garin (da Uría Menéndez – Proença de Carvalho), Bruno Ferreira (da PLMJ) e Joaquim Shearman de Macedo (da CMS Rui Pena & Arnaut) foram os profissionais referenciados no diretório.

O reconhecimento no diretório Who’s Who Legal – Restructuring & Insolvency resultou das pesquisas e recolha de opiniões junto de clientes e pares levada a cabo por esta publicação.

A edição de 2018 distingue 589 advogados em 44 jurisdições distintas, dos quais apenas quatro em Portugal.

 

 

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Bruxelas vai penalizar rácios de bancos que não limpem malparado

O malparado continua a pressionar os resultados dos bancos, levando a uma deterioração dos rácios. É por isso que Bruxelas quer acelerar a limpeza, admitindo vir a penalizar quem não o fizer.

O crédito malparado continua a ser um problema para a banca europeia. Estes créditos em incumprimento têm pressionado os resultados das instituições financeiras, levando a uma deterioração dos rácios de capital. É por isso que a Comissão Europeia quer que acelerem a limpeza destes ativos tóxicos dos seus balanços. Se não o fizerem, Bruxelas admite mesmo vir a penalizar os rácios.

As autoridades europeias propuseram esta quarta-feira novas medidas para forçarem os bancos a colocarem de parte dinheiro para novos empréstimos que entrem em incumprimento e para facilitar a diminuição do malparado existente. Segundo as propostas, as instituições terão dois anos para cobrirem totalmente as perdas potenciais de novos empréstimos que não estejam garantidos por um colateral. Para empréstimos com garantia, como por exemplo os da habitação, os bancos terão oito anos.

"No caso de um banco não alcançar o nível mínimo aplicável, serão aplicadas deduções aos rácios.”

Comissão Europeia

No caso destes empréstimos com garantia, a proposta de Bruxelas é que a cobertura destas perdas seja gradual ao longo dos anos. No primeiro ano, a cobertura mínima deverá ser de 5%, passando depois a 27,4% no quarto ano e para 75% no sétimo ano. No oitavo ano terão de ter todos os créditos em incumprimento totalmente provisionados.

Se um banco não cumprir estes requisitos, será penalizado. “No caso de um banco não alcançar o nível mínimo exigido [de cobertas destes créditos de cobrança duvidosa], serão aplicadas deduções aos rácios” de capital, de acordo com o documento da Comissão Europeia, citado pela Reuters.

Acelerar a limpeza do malparado

Além das penalizações, Bruxelas também prevê medidas para facilitar a redução do stock existente de créditos em incumprimento. Apesar de estar a diminuir, o malparado ainda totaliza 910 mil milhões de euros nos bancos da União Europeia, de acordo com dados da Comissão Europeia.

As autoridades europeias consideram ainda propor o desenvolvimento do mercado secundário para o malparado ao criar-se um mercado único europeu numa tentativa de aumentar o número de compradores destes ativos.

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