Ana Gomes diz “não se perceber” porque Ricardo Salgado ainda não foi preso

  • Lusa
  • 11 Novembro 2018

Eurodeputada socialista Ana Gomes afirmou esta sexta-feira "não se perceber" como a justiça portuguesa "ainda não prendeu" o ex-presidente do conselho de administração do antigo Banco Espírito Santo.

“Não podemos ficar à espera que, lá para as calendas, a justiça [portuguesa] atue. Em muitas coisas não se percebe qual é a atuação da justiça. Aliás, não se percebe porque é que, até hoje, a justiça portuguesa não prendeu Ricardo Salgado e os seus capangas, deixando que o sentimento de impunidade se instale“, afirmou.

Ana Gomes falava à agência Lusa, em Luanda, após a 3.ª Conferência sobre Transparência, Corrupção, Boa Governação e Cidadania em Angola”, organizada pela Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), em que foi oradora no painel “O Combate ao Branqueamento de Capitais com Origem em Angola por Parte da União Europeia e de Portugal – O Papel da União Europeia e de Portugal: Ações e Omissões”.

Para a eurodeputada portuguesa, “também não se percebe” que a justiça portuguesa esteja a atuar com o BES, e, em particular no caso BES/BESA (Banco Espírito Santo Angola), como agiu nos casos “Montebranco” e “Furacão”, assinando acordos de recuperação de parte dos ativos, “poupando os criminosos que entrassem nesses acordos”.

“O caso BES/BESA é demasiado grave para Portugal e Angola, para os contribuintes dos dois países, para poder ser tratado da mesma maneira. É preciso uma investigação séria. O BESA foi apresentado como um caso de falhanço, de insolvência de um banco, por causa do crédito malparado, mas afinal não tinha um assim tanto crédito malparado, porque uma boa parte dos ativos passaram para uma nova titularidade no Banco Económico. O BESA é hoje o Banco Económico”, referiu.

Ana Gomes salientou ter ouvido, em Luanda, junto de pessoas que estão a investigar o caso, “uma coisa extraordinária”.

O atual Novo Banco, o sucessor do antigo BES em Portugal, ainda tem cerca de 9% no capital do BE, que é hoje o sucessor do BESA. O BESA não foi à falência, passou foi para outra titularidade e continua aí sob o nome de Banco Económico. Isto não é aceitável”, disse, sem, porém, adiantar quem foi a fonte.

“O buraco provocado pelo BESA é um dos principais buracos que explica o colapso do BES, pelo qual nós, portugueses, estamos ainda a pagar e continuaremos a pagar. Ainda este ano foram anunciados mais 418 milhões [de euros] para a firma de abutres Lone Star que comprou o Novo Banco”, acrescentou.

Nesse sentido, Ana Gomes exige saber quais os termos do contrato entre o Novo Banco e a Lone Star e, também, quem está por trás do fundo norte-americano que adquiriu 75% dos ativos do antigo BES, já como Novo Banco, a 18 de outubro de 2017.

“Isto é importante para Portugal, para o saneamento da vida pública e económica em Portugal e é importante também para Angola. Temos todos de contribuir para que a justiça faça o seu trabalho e não esperar que seja só a justiça, no seu calendário moroso, a deslindar esta tremenda manigância que tão caro custa aos portugueses e aos angolanos”, sublinhou.

As palavras de Ana Gomes coincidem com as proferidas a 12 de setembro último pelo ex-presidente da comissão executiva do BESA Álvaro Sobrinho, que disse, numa entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), que a instituição faliu por decisão política, tendo em conta as pessoas envolvidas, e não por insolvência (a 14 de outubro de 2014, na altura com 34 agências).

Álvaro Sobrinho questionou se o BESA faliu mesmo, porque, no seu entender, do ponto de vista formal, o banco existe com outra denominação (Banco Económico) e, do ponto de vista prático, não houve nenhum organismo internacional, independente, estatal e nem auditor que declarasse a falência da instituição.

“O BESA foi alvo de uma auditoria, em 2011, que não viu falência”, referiu o empresário, salientando que a narrativa da insolvência nasceu dos acionistas e que a situação de bancarrota não foi declarada pelo Banco Nacional de Angola (BNA), auditores da KPMG, conselho fiscal ou outros reguladores internacionais.

No dia seguinte, os acionistas do extinto BESA refutaram as acusações de Álvaro Sobrinho, considerando-as “falsas e caluniosas” e acusaram-no, por sua vez, de “mentir” por “não apresentar os factos tal como eles ocorreram”.

No documento, em que são citados dois comunicados, um do BNA e outro do Banco de Portugal (BdP), os acionistas referem que “não houve qualquer decisão política para decretar a falência do BESA”, tal como foi referido por Álvaro Sobrinho. “[A falência do BESA decorreu, sim, dos erros da sua [de Álvaro Sobrinho] gestão e dos seus dinheiros que para si retirou, sendo esta uma questão da sua exclusiva responsabilidade”, lê-se no comunicado. A falência do BESA foi oficialmente declarada a 14 de outubro de 2014. Na altura, tinha 34 agências.

No mesmo dia, o Banco Nacional de Angola (BNA) referiu que o processo que levou à declaração de falência do BESA foi “absolutamente transparente” e “visou salvaguardar” o sistema financeiro angolano.

“Foi um processo absolutamente transparente, dentro das margens em aquilo que a própria legislação permite ao BNA no sentido da salvaguarda e proteção do nosso sistema financeiro”, disse o governador do banco central angolano, José de Lima Massano, repetindo o que foi divulgado em 2014 pelo BNA.

“O que foi dito naquela altura prevalece válido e no essencial, a tal informação permanece válida”, disse.

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Seis distritos com avisos laranja devido à chuva persistente e forte

  • Lusa
  • 11 Novembro 2018

Os distritos da Guarda, Setúbal, Santarém, Lisboa, Castelo Branco e Portalegre vão estar hoje sob aviso laranja a partir da manhã por se preverem períodos de chuva por vezes forte e persistente.

O aviso laranja, o segundo mais grave, vai vigorar nos distritos de Setúbal, Santarém, Lisboa e Portalegre entre as 09:00 e as 18:00 e na Guarda e em Castelo Branco entre as 12:00 e as 21:00.

Ao aviso laranja corresponde a uma “situação meteorológica de risco moderado a elevado”, segundo a classificação do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) que aconselha a população, para nestes casos, “manter-se ao corrente da evolução das condições meteorológicas e seguir as orientações da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

A chuva persistente e por vezes forte levou o IPMA a colocar os restantes distritos sob aviso amarelo, o terceiro mais grave, praticamente durante todo o dia.

No sábado, a ANPC alertou para a possibilidade de cheias rápidas em meio urbano e de inundações devido ao agravamento das condições meteorológicas previsto para hoje.

A Proteção Civil refere que o estado do tempo em Portugal Continental está, desde sexta-feira, “influenciado por uma corrente zonal à qual está associada uma massa de ar tropical, muito húmida, que é responsável por precipitação persistente, e por vezes forte”.

Hoje, aproxima-se “um vale nos níveis altos da troposfera, em processo de cavamento”, que poderá originar uma atmosfera instável, essencialmente nas regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, onde poderão ocorrer eventuais trovoadas, explicava a ANPC.

A Autoridade está a acompanhar as bacias do Cavado, Douro, Vouga, Mondego, Tejo e Ribeiras do Oeste devido à chuva.

Para hoje o IPMA prevê então períodos de chuva, sendo persistente e por vezes forte, em especial no litoral Norte, região Centro e Alentejo. Haverá possibilidade de trovoada na região Sul a partir da tarde.

A queda de neve é igualmente esperada no final do dia nos pontos mais altos da Serra da Estrela.

O vento soprará mais forte no litoral Norte e Centro, até final da manhã, e no litoral Sul a partir do início da tarde.

É ainda aguardada uma pequena descida de temperatura nas regiões Norte e Centro.

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Investimento de vistos gold duplica em outubro

  • Lusa
  • 11 Novembro 2018

No mês passado foram atribuídos 125 vistos 'dourados', dos quais 118 por via do critério de compra de imóveis. Nos seis anos da medida, a China lidera a atribuição de vistos (3.981).

O investimento resultante da atribuição de vistos ‘gold’ duplicou (100%) em outubro, face a setembro, para 74 milhões de euros, de acordo com os dados estatísticos do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Em outubro, o investimento resultante da concessão de Autorização de Residência para atividade de Investimento (ARI) totalizou 74.202.048,76 euros, duplicando face aos 37.042.550,61 euros registados no mês anterior.

Em setembro, o investimento tinha recuado 19% face a agosto.

No mês passado foram atribuídos 125 vistos ‘dourados’, dos quais 118 por via do critério de compra de imóveis, num total de 66.807.218,91 euros, e sete mediante o critério de transferência de capital, que captou um investimento de 7.394.829,85 euros.

Do total de vistos ‘gold’ atribuídos por via da compra de imóveis, 19 foram atribuídos para reabilitação urbana.

Em seis anos – o programa ARI foi lançado em outubro de 2012 –, o investimento acumulado totalizou 4.078.353.443,74 euros, com a aquisição de bens imóveis a somar 3.697.685.750,26 euros.

A transferência de capital totalizou em seis anos um investimento de 380.667.693,48 euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento, foram atribuídos 6.687 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017 e 1.134 em 2018.

Até outubro, em termos acumulados, foram atribuídos 6.320 vistos ‘dourados’ por via da compra de imóveis, dos quais 215 tendo em vista a reabilitação urbana. Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 355 e foram atribuídos 12 por via da criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (3.981), seguida do Brasil (608), África do Sul (265), Turquia (264) e Rússia (232).

Desde o início dos programa foram atribuídas 11.370 autorizações de residência a familiares reagrupados, sendo 2.055 este ano.

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Canal televisivo da FPF nas operadoras Altice, NOS e Vodafone

  • Lusa
  • 11 Novembro 2018

Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, diz que o novo canal estará em casa dos portugueses a partir do próximo ano.

O canal televisivo ‘11’, da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), vai ser distribuído por Altice, NOS e Vodafone, anunciou este domingo o organismo que prevê o arranque das emissões para 2019.

“O ‘11’ estará a partir do próximo ano em casa dos portugueses e será um importante instrumento de divulgação e promoção do futebol português e dos seus principais protagonistas, que são os jogadores e os treinadores”, explicou o presidente da FPF, Fernando Gomes.

O canal vai ser dirigido por Nuno Santos e vai dedicar a sua emissão à atividade das diversas seleções masculinas e femininas de futebol, futsal e futebol de praia, mas também aos treinadores e jogadores portugueses que atuam no estrangeiro, bem como às competições nacionais dos diferentes escalões.

No mesmo comunicado divulgado pela FPF no seu sítio oficial na Internet, os responsáveis da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, NOS, Miguel Almeida, e Vodafone, Mário Vaz, assumiram a satisfação por contarem com a estação televisiva federativa nas suas grelhas.

O organismo deu ainda conta de que o líder federativo e o diretor-executivo da FPF, Tiago Craveiro, debateram com os responsáveis destas três operadoras sobre os desafios comuns ao futebol e ao setor das telecomunicações.

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Depois das trotinetas, Lime traz carros para Lisboa em 2019

Depois do "sucesso" das trotinetas, a Lime planeia trazer para Lisboa o seu recém-lançado serviço de partilha de carros elétricos, no primeiro semestre do próximo ano.

Depois das trotinetas, os automóveis. Em conversa com o ECO, o cofundador da Lime avançou que o novo serviço de partilha de carros 100% elétricos da empresa norte-americana deverá chegar a Lisboa ainda na primeira metade do próximo ano. “O nosso objetivo é criar uma plataforma multimodal em todas as cidades”, sublinhou Caen Contee, estimando que o lançamento desta novidade na capital portuguesa deverá acontecer nos primeiros meses de 2019.

Caen Contee esteve à conversa com o ECO, na terceira edição lisboeta do Web Summit.Hugo Amaral / ECO

Foi há duas semanas que o The Information revelou esta nova aposta da startup, adiantando que o serviço será testado, nos próximos meses, nas ruas de Seattle, nos Estados Unidos.

De visita à terceira edição lisboeta do Web Summit, o cofundador da empresa aproveitou para confirmar ao ECO essa informação e acrescentar que o plano é, já no início do próximo ano, começar a expansão desse serviço para as diferentes cidades europeias onde a Lime opera, incluindo Portugal. “Uma data indicativa para quando os carros chegarão a Lisboa? A primeira metade do próximo ano”, salientou.

“Estamos a focar-nos em carros elétricos, mas de um modo que não exija infraestruturas municipais”, explicou Contee. De acordo com o cofundador, o novo serviço será disponibilizado através da mesma aplicação móvel que atualmente já permite alugar trotinetas. “O objetivo é criar uma plataforma multimodal em todas as cidades”, garantiu, nesse sentido, o responsável.

Quando este novo serviço da Lime chegar a Lisboa, não encontrará, contudo, um mercado vazio de concorrentes, como aconteceu com o lançamento das suas trotinetas. Atualmente, operam na capital as elétricas rede emov (presente deste abril, 100% elétrica e com uma cobertura de 42 quilómetros quadrados da cidade) e Hertz 24/7 City, bem como a Drive Now (serviço do grupo BMW que também tem reforçado a sua frota elétrica).

A Lime chegou a Lisboa no início de outubro deste ano, com 200 a 400 scooters elétricas. Criada em janeiro de 2017, a startup foi uma das pioneiras na partilha deste tipo de veículos, tendo conquistado a atenção (e o investimento) da Uber e da Alphabet. Além de trotinetas, a Lime oferece também, em algumas cidades, serviços de partilha de bicicletas.

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Trotinetas da Lime mal estacionadas? Utilizadores podem ser suspensos e até multados

De visita ao Web Summit, o cofundador da Lime esteve à conversa com o ECO e explicou que os utilizadores que deixem as trotinetas mal estacionadas arriscam ver as suas contas suspensas e até multadas.

No último mês, as trotinetas da Lime invadiram as ruas e, sobretudo, os passeios lisboetas; mas desengane-se quem pense que o estacionamento destes veículos não tem regras. Em declarações ao ECO, o cofundador desta startup norte-americana explica que as condições em que podem ser deixadas as scooters elétricas foram previamente acordadas com a Câmara de Lisboa e acrescenta que quem não as cumprir poderá ser “suspenso” da app e até multado.

Caen Contee diz que estão previstas penalizações para quem estacionar mal as trotinetas da Lime.Hugo Amaral / ECO

“Temos um sistema que exige que seja tirada um foto para que a a viagem seja dada como finalizada, o que permite verificar se a scooter está estacionada corretamente ou não”, conta Caen Contee, à margem da terceira edição lisboeta do Web Summit.

De acordo com o responsável, caso o utilizador não cumpra as regras, receberá um primeiro aviso. No caso da repetição da falha, verá contudo a sua conta suspensa, podendo mesmo receber uma multa. “Quando as pessoas começam a ter de pagar por um comportamento que é facilmente mudado, passam a tomar a decisão certa e a melhorar o seu comportamento”, defende o cofundador.

Caen Contee esclarece ainda que os lugares onde se podem deixar as scooters — isto é, as áreas da cidade e o espaço do passeio que pode ser ocupado — foram negociados com a Câmara Municipal de Lisboa, ainda antes do lançamento do serviço. É por isso que, por exemplo, é proibido estacionar nas áreas históricas da cidade, como já tinha avançado o ECO no advento da chegada da Lime a Portugal.

Temos tido uma “experiência exemplar” em Lisboa

Caen Contee, cofundador da Lime, esteve na terceira edição do Web Summit.Hugo Amaral / ECO

As trotinetas da Lime chegaram às ruas da capital lusa no início de outubro, depois de terem conquistado algumas das principais capitais europeias: de Paris a Berlim, passando por Madrid.

Nessa altura, a relação desta empresa norte-americana com a Câmara Municipal de Lisboa tinha já algumas raízes. É que, antes de lançar o seu serviço por cá, a Lime fez questão, diz Contee, de discutir ponto a ponto a sua nova operação.

Um mês depois, que balanço faz o cofundador? “Esta tem sido uma das nossas melhores cidades, do ponto de vista da relação construída com o município”, responde, referindo que a experiência registada por terras lusitanas tem sido “um bom exemplo” de parceria.

Segundo Caen Contee, a Câmara de Fernando Medina mostrou-se disposta a “trabalhar lado a lado” com a Lime, ainda que tenha traçado algumas linhas vermelhas, nomeadamente ao nível da qualidade e manutenção dos veículos, da equipa que manteriam em Portugal e das áreas onde seriam disponibilizados os veículos.

Quanto aos planos de expansão em Portugal, o responsável adianta que estão a decorrer negociações com várias outras cidades lusitanas, esperando-se que “nos próximos meses” o serviço lá chegue.

Recorde-se que, em conversa com o ECO, o diretor-geral da Lime para Portugal tinha adiantado que a chegada destas scooters a Sintra, Porto, Aveiro e Braga deveria acontecer “ainda este ano”.

O futuro é multimodal

Contee chegou ao palco central do Web Summit de, claro, scooter.Hugo Amaral / ECO

Na opinião de Caen Contee, o futuro da mobilidade urbana passa pela “criação de um plataforma multimodal”. Por isso, a Lime não quer apenas oferecer um serviço de partilha de trotinetas e bicicletas, mas também ser uma solução que permita ao utilizador chegar onde quiser, independentemente do modo de transporte que escolha para lá chegar. Quer ser, em suma, uma espécie de agregador.

“A partilha vai ser um valor chave e a propriedade vai diminuir. Acho que as políticas e a regulação vão desincentivá-la”, nota o cofundador. “Vemo-nos a trabalhar lado a lado com os transportes públicos de modo a criar o sistema multimodal de que precisamos”, acrescenta.

De notar que, no painel do Web Summit sobre a regulação dos novos serviços de transportes partilhados, o vereador para a Mobilidade da Câmara de Lisboa já se tinha mostrado aberto à criação de uma plataforma desse género, isto é, que unisse os diferentes modos disponíveis, incluindo os transportes coletivos.

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Sport TV: “A Nowo não pode querer usufruir de um serviço que não paga”

A Sport TV impôs um aumento do preço de acesso à Nowo na ordem dos 15%, mas fê-lo porque os conteúdos desportivos estão mais caros, garante a empresa ao ECO.

O contrato que a Sport TV impôs à Nowo, e que era 15% mais caro do que o anterior, é justificado pela estação desportiva com “a subida de custo dos conteúdos desportivos”, disse ao ECO fonte oficial da empresa liderada por Nuno Ferreira Pires. A Nowo não aceitou esta nova condição e a falta de acordo, bem como a “elevada dívida” que terá contraído junto da empresa, levaram ao desfecho conhecido no final desta semana: a Sport TV cortou o sinal à operadora.

A Nowo denunciou esta sexta-feira que a Sport TV optou por sair da sua grelha de televisão, depois de a estação ter proposto novas condições no último dia de vigência do contrato que a telecom portuguesa não quis aceitar. Entre elas estava um aumento do custo de acesso na ordem dos 15% (trata-se do preço que as operadoras pagam aos canais de televisão para os poderem distribuir nas suas plataformas). O corte da Sport TV foi visto pela Nowo como “uma decisão sem precedentes no mercado português” e a empresa chegou a admitir avançar para tribunal.

No entanto, em reação ao comunicado da Nowo, a Sport TV deu um novo contexto: acusou a Nowo de lhe dever muito dinheiro — concretamente, segundo o Público, cerca de quatro milhões de euros. Ainda assim, o ECO colocou algumas questões à Sport TV acerca de algumas das alegações da Nowo, perguntas essas que mereceram resposta da estação televisiva.

Acerca da acusação da Nowo de que a Sport TV propôs as novas condições só na véspera do último dia de vigência do contrato, a empresa garante que essa afirmação “é falsa”. “A proposta da Sport TV, como em qualquer processo negocial, foi evoluindo, desde fevereiro até julho, mais precisamente no sentido de tentar acomodar todas as sugestões que nos foram sendo efetuadas”, diz fonte oficial.

Quanto à subida do custo de acesso em 15%, a Sport TV é perentória e justifica o aumento do preço com “a subida de custo dos conteúdos desportivos”. “É uma realidade conhecida por todo o mercado e a Nowo está em posse dessa mesma informação”. Em contrapartida, a Nowo tinha considerado essas condições “desleais, desadequadas e desajustadas face à realidade do mercado”.

A Sport TV vai mais longe e diz que, “no que aos conteúdos de futebol nacional diz respeito, e que é o core business da Sport TV, nomeadamente nos novos contratos efetuados com os maiores clubes portugueses, verificou-se uma subida muito acentuada nesta época desportiva. Trata-se, de resto, de uma informação que foi amplamente noticiada desde 2016 e cujo impacto se inicia agora na época desportiva de 2018/2019″, refere fonte oficial da empresa.

“A Nowo não pode querer usufruir de um serviço que não paga. E cobrar esse serviço aos clientes”

Este caso pode ser visto à luz do atual contexto do mercado: a Eleven Sports entrou este ano em Portugal e arrebatou os direitos de transmissão da Liga dos Campeões à Sport TV, tendo firmado com a Nowo um contrato para a distribuição destes novos canais na sua grelha. O novo player do mercado dos conteúdos desportivos premium atribuiu também à Nowo a responsabilidade de negociar a distribuição destes canais nas plataformas de televisão das operadoras concorrentes: a Meo, a Nos e a Vodafone, que são acionistas da Sport TV.

Esta situação tem vindo a polarizar os setores de media e telecomunicações: de um lado, as três principais operadoras, aliadas à Sport TV; do outro, a Nowo, aliada à Eleven Sports. As várias partes têm tentado negociar tréguas, que se traduziriam no acesso das outras operadora à Eleven Sports, mas não só não foi fechado qualquer acordo como, a partir de agora, a Nowo fica sem acesso à Sport TV.

Questionada sobre se o corte do serviço da Sport TV à Nowo está, de alguma forma, relacionado com as negociações para a inclusão dos canais da concorrente Eleven Sports nas grelhas dos acionistas da Sport TV (Meo, Nos e Vodafone), fonte oficial da empresa aponta para uma “situação insustentável” e endurece o discurso: “A Nowo não pode querer usufruir de um serviço que não paga, com a agravante de estar a cobrar esse mesmo serviço aos clientes”, indica.

A Nowo não pode querer usufruir de um serviço que não paga, com a agravante de estar a cobrar esse mesmo serviço aos clientes.

Fonte oficial da Sport TV

Mas a dívida da Nowo também não pode ser esquecida. A Sport TV alega que, já em julho de 2018, a Nowo tinha para com a estação uma “elevada dívida vencida” que “continua por liquidar”. Como a Sport TV terá aceitado continuar a prestar o serviço desde julho até esta sexta-feira passada, há ainda um valor a pagar por este serviço. Tudo somado, rondará os quatro milhões de euros, de acordo com o Público. O ECO contactou a Nowo depois das acusações de dívida por parte da Sport TV, mas fonte oficial da empresa disse que não vai, para já, fazer quaisquer comentários.

Contudo, esta não é a única dívida mediática da Nowo. Em meados de setembro, o ECO avançou que a Altice Portugal, dona da Meo, instaurou um pedido de insolvência contra a Oni/Nowo, as duas do mesmo grupo, alegando incumprimento por parte da operadora liderada por Miguel Venâncio. Só esta semana que passou é que houve um entendimento: o grupo Nowo pagou mais de metade da dívida à dona da Meo e desenhou um plano de pagamentos, enquanto a Altice Portugal aceitou retirar o pedido de insolvência contra o grupo concorrente. Em causa, apurou o ECO, estará uma dívida que era de cerca de oito milhões de euros.

Nuno Ferreira Pires, presidente executivo da Sport TV.MIGUEL A. LOPES/LUSA

Contratos milionários com clubes inflacionaram preço dos conteúdos no mercado

A subida do preço grossista da Sport TV — aquele que é pago pelas operadoras pelo acesso aos conteúdos — também tem de ser vista à luz do que aconteceu no verão quente de 2016, em que as principais operadoras de telecomunicações decidiram assinar um acordo de partilha de direitos televisivos depois de a Meo e a Nos terem gastado centenas de milhões em contratos de exclusividade com os principais clubes nacionais: Benfica, Porto, Sporting e até Sporting Clube de Braga.

Na verdade, a história começa um pouco antes, em dezembro de 2015, quando a Nos adquiriu os direitos de transmissão televisiva dos jogos do Benfica na Luz, um contrato válido por três anos e com possibilidade de se estender por mais sete. O valor pago foi de 400 milhões de euros. Dias depois, a Meo chegava-se à frente, assinando um vínculo com o FC Porto para transmissão exclusiva dos jogos a partir de 2018 e por um período de dez épocas, por 457,5 milhões de euros. Já perto do final do ano, a Nos voltou à ribalta, assinando dois contratos: um de 446 milhões de euros com o Sporting a partir de 2018 e também por dez anos, e outro de 100 milhões de euros com o Sporting de Braga. Embora os valores não sejam diretamente comparáveis — cada contrato tem cláusulas próprias –, foram suficientes para pôr o setor a mexer. E a mexer muito.

Já em 2016, durante o verão, as hostilidades acalmaram-se: Meo, Nos e Vodafone anunciavam um acordo de partilha de direitos desportivos, que deitou por terra a ideia da exclusividade com os clubes (estes, na verdade, foram quem ficou a ganhar com aquela que foi apelidada de ‘guerra dos conteúdos’). Em fevereiro de 2017, a a Meo entrou no capital da Sport TV e a estrutura acionista da estação passou a incluir, para além da Olivedesportos, de Joaquim Oliveira, as três principais operadoras de telecomunicações portuguesas. A fatura dos contratos milionários tem vindo a ser (gradualmente e indiretamente) passada aos clientes.

Nesta altura, estávamos longe de saber que a Eleven Sports se preparava para entrar no mercado. Ou mesmo que iria conseguir fazer uma proposta suficientemente aliciante à UEFA para ficar com a Liga dos Campeões, um dos conteúdos desportivos premium mais caros do mercado.

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Proteção Civil alerta para possibilidade de cheias rápidas no domingo

  • Lusa
  • 10 Novembro 2018

Proteção Civil deixa um conjunto de medidas de prevenção para enfrentar as possíveis inundações de domingo e apela a uma condução defensiva nas estradas.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) alertou este sábado para a possibilidade de cheias rápidas em meio urbano e de inundações devido ao agravamento das condições meteorológicas previsto para domingo, com chuva persistente.

O alerta da Proteção Civil surge após o contacto realizado sábado entre o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e o Comando Nacional de Operações de Socorro da ANPC, que prevê um agravamento das condições meteorológicas para domingo, onde ao longo de todo o dia ocorrerá precipitação persistente.

A Proteção Civil refere que o estado do tempo em Portugal Continental está, desde sexta-feira, “influenciado por uma corrente zonal à qual está associada uma massa de ar tropical, muito húmida, que é responsável por precipitação persistente, e por vezes forte”.

No entanto, sublinha, que no domingo vai aproximar-se “um vale nos níveis altos da troposfera, em processo de cavamento”, que poderá originar uma atmosfera instável, essencialmente nas regiões a sul do sistema montanhoso Montejunto-Estrela, onde poderão ocorrer eventuais trovoadas.

A ANPC adianta que está acompanhar, através dos comandos distritais de Operações e Socorro, as bacias do Cavado, Douro, Vouga, Mondego, Tejo e Ribeiras do Oeste devido à chuva.

Tendo em conta estas condições meteorológicas, a Proteção Civil alerta para o piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água, possibilidade de cheias rápidas em meio urbano, por acumulação de águas pluviais ou insuficiências dos sistemas de drenagem, e inundação por transbordo de linhas de água nas zonas historicamente mais vulneráveis.

A ANPC prevê também inundações de estruturas urbanas subterrâneas com deficiências de drenagem, dificuldades de drenagem em sistemas urbanos, nomeadamente as verificadas em períodos de preia-mar, podendo causar cheias nos locais historicamente mais vulneráveis, possíveis acidentes em zonas historicamente inundáveis, bem como a obstrução de vias de circulação por queda de árvores, deslizamento ou desabamento de terras, pedras ou outras estruturas.

Como medidas preventivas, a ANPC apela à população para garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas e para não atravessarem zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas.

A adoção de uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias, a retirada das zonas confinantes, normalmente inundáveis, equipamentos agrícolas, industriais, viaturas e outros bens e a colocação de animais em locais seguros, retirando os rebanhos que se encontram nas zonas que serão provavelmente inundáveis são outros conselhos da Proteção Civil.

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Costa diz que Governo “devolveu a confiança às pessoas e aos agentes económicos”

  • Lusa
  • 10 Novembro 2018

O primeiro-ministro destacou, em Berlim, a solução de Governo constituída há três anos e que passou por uma "alternativa à austeridade".

O secretário-geral do PS, António Costa, sublinhou esta tarde, em Berlim, que o governo português, apoiado pelas esquerdas, “apresentou uma alternativa à austeridade, devolvendo a confiança às pessoas e aos agentes económicos.”

António Costa participou num debate promovido pelo Partido Social Democrata Alemão (SPD), e relembrou os acordos com PCP, BE e PEV, que formaram uma solução política inédita.

“Há três anos, quando chegámos ao governo com o compromisso de virar a página da austeridade, muitos disseram que isso nos conduziria à irresponsabilidade orçamental. O que fizemos foi apresentar uma alternativa à austeridade, que devolveu a confiança às pessoas e aos agentes económicos”, realçou o secretário-geral do PS numa sala completamente cheia.

“O crescimento aumentou – em 2017 tivemos o maior crescimento do PIB deste século – 2,8% – e pela primeira vez desde a adesão ao Euro voltámos a convergir com a União Europeia. O investimento privado aumentou 9%, as exportações aumentaram 8%, o desemprego baixou para 6,8% e reduzimos o défice de 3,1% (2015) para 0,7%, o valor mais baixo da história da nossa democracia. E é esse o caminho que vamos seguir, com saldos primários positivos que nos têm permitido reduzir o elevado endividamento que herdámos”, enfatizou António Costa, num discurso proferido em inglês, mas com algumas palavras em alemão.

Nesta iniciativa de dois dias, levada a cabo pelo SPD, António Costa salientou ainda que o governo provou que “esta combinação virtuosa entre crescimento económico e criação de emprego é essencial” para a obtenção de “contas públicas saudáveis”.

“Metade do défice foi reduzido graças à redução do que pagávamos em subsídios de desemprego e ao aumento das contribuições para a Segurança Social dos novos empregados”, justificou António Costa.

“É graças à redução do défice e da dívida que temos conseguido reduzir o diferencial de financiamento que permite às empresas portuguesas investir, aumentar a sua competitividade, tornando-se mais inovadoras e criando mais e melhores empregos”, salientou o secretário-geral do PS.

António Costa aproveitou a oportunidade para agradecer a confiança das empresas alemãs que investem em Portugal.

“A Alemanha é o maior investidor industrial em Portugal. Só nesta última semana duas grandes empresas alemãs, a Siemens e a Volkswagen, anunciaram novos investimentos em Portugal e para emprego altamente qualificado, nas áreas da digitalização e do desenvolvimento de software”, adiantou o líder do Partido Socialista.

“Mas, o mais importante”, prosseguiu António Costa, foi devolver aos cidadãos “a confiança nas instituições democráticas e a sua crença na União Europeia”.

“O nível de satisfação dos portugueses com as instituições democráticas aumentou de 15%, há cinco anos, para 70% atualmente.”

O que significa que a melhor forma de combater o populismo é garantir que há sempre uma alternativa democrática, que apresente resultados”, rematou o secretário-geral socialista.

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“Espetacular”, “estimulante” e “inspirador”. Em quantas línguas se diz Web Summit?

A maior conferência de tecnologia do mundo trouxe a Lisboa quase 70 mil pessoas, de 159 nacionalidades. O ECO ando por lá a ouvir como os participantes definem o evento, no seu próprio idioma.

Uns dizem que é “espetacular”, “mentalmente estimulante” ou sinónimo de “oportunidades”. Certo é que o Web Summit se torna muito mais do que pode parecer. No meio dos palcos, das conferências e dos stands, a palavra espalha-se em milhares de vozes e dezenas de idiomas.

O ECO andou pelos corredores da FIL a falar com participantes, que usaram a sua própria voz para descrever o evento… em apenas uma palavra.

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A frase, o número de cafés bebidos e outras coisas que marcaram este Web Summit

Reunimos dez coisas que marcaram a edição deste ano do Web Summit. Desde a frase que fez mais eco, ao número de cafés bebidos, ao gráfico em forma de um falo.

Concluída mais uma edição do Web Summit, que foi a terceira em Lisboa, reunimos numa lista com emojis as dez coisas que marcaram o evento. Desde a frase que fez mais eco, o número de cafés bebidos, o gráfico em forma de um falo, a foto que mereceu críticas e a robô que não falou.

? A frase

“A minha mulher disse-me ontem à noite que nos vamos mudar para Lisboa. Acho que a decisão já foi tomada.”

Quem a disse? Paddy Cosgrave, CEO e cofundador do Web Summit. E o ECO estava lá. Numa conferência de imprensa, no último dia do evento, o criador da maior conferência de empreendedorismo da Europa anunciou que vai mudar-se de Dublin para Lisboa. Isto depois de ter conseguido fechar com o Governo português e com a Câmara Municipal de Lisboa um contrato que garante a realização do evento em Portugal por mais dez anos e um financiamento anual de 11 milhões de euros.

Paddy Cosgrave, criador da conferência Web Summit.Web Summit/Flickr

? A falha

Robô Sophia ficou sem internet

Sophia voltou a marcar presença no Web Summit este ano, mas não conseguiu ligar-se bem à internet. A robô está mais evoluída e tem novas expressões faciais — mas, na conferência de imprensa, não falou quase nada aos jornalistas. Sophia foi a cara de uma das mais recentes campanhas publicitárias da Altice Portugal, dona da Meo, que também foi a responsável pelo acesso à internet neste Web Summit. Depois de se saber que a Sophia não falou porque estava com “problemas técnicos” na ligação à internet, a Altice Portugal apressou-se a garantir que o problema era do cabo. A robô, afinal, precisa de “internet fixa” e de um “computador portátil” para poder funcionar.

A robô Sophia voltou a marcar presença este ano no Web Summit.Web Summit/Flickr

☕ A curiosidade

Os participantes do Web Summit beberam 363.846 cafés

Num comunicado de balanço dos quatro dias de evento, a organização refere que os quase 70.000 participantes beberam 363.846 cafés. Não é certo como é que a empresa chegou ao número mas a curiosidade mostra que, de facto, o pessoal ligado à tecnologia é ávido consumidor de cafeína.

Não é certo como chegaram ao número, mas o Web Summit diz que os participantes beberam 363.846 cafés.Web Summit/Flickr

? O vencedor

Wayve vence batalha dos pitch, mas o público queria outra

A Wayve foi a grande vencedora da batalha dos pitch, integrada no Web Summit 2018. A empresa criada por Alex Kendall desenvolveu uma tecnologia para “ensinar” os carros autónomos a conduzir e foi escolhida pelos investidores que subiram ao palco. Na fase final do concurso, estavam na corrida outras duas startups: a lvl5, que criou uma alternativa barata ao equipamento (o sensor LIDAR) que faz funcionar os carros autónomos, e a FactMata, que fez um algoritmo para categorizar a credibilidade das notícias na web. A escolha do público foi diferente: na opinião da maioria dos participantes que votaram, o prémio deveria ter sido dado à lvl5.

Alex Kendall, fundador da Wayve.Web Summit/Flickr

? O anúncio

Pai da web lança campanha pelo acesso à internet

Tim Berners-Lee, o criador do protocolo World Wide Web, que permite aceder a páginas na internet como o ECO, aproveitou o palco do Web Summit para defender a criação de um novo contrato que salvaguarde os direitos dos cidadãos e as características da internet aberta. O inventor dos “sites” na internet anunciou ainda o lançamento de uma campanha, #ForTheWeb, um contrato para tentar garantir que todos os cidadãos possam ter o direito de aceder à internet, numa altura em que apenas metade da população tem acesso à rede.

Tim Berners-Lee, o homem que criou a world wide web.Web Summit/Flickr

? O gráfico

Costumers penetration in Europe…

Durante um painel, onde foram partilhadas dicas para os empreendedores que têm de apresentar ideias, David Schneider, cofundador da That Lot, apresentou um slide a exemplificar o que não se deve fazer. Chamou-lhe “Penetração de Clientes na Europa” e juntou ao “bolo” termos como “Satisfação” e “Produção”. O diagrama tinha uma forma fálica… e o resto não vale a pena explicar. A foto foi partilhada no Twitter por Rui Oliveira Marques, diretor-adjunto da Meios e Publicidade.

Exemplo do que não fazer numa apresentação.Rui Oliveira Marques/Twitter

? O número

44,5% de mulheres entre os participantes

A organização do Web Summit está mais perto da paridade. Este ano, as mulheres representaram 44,5% dos quase 70.000 participantes, de acordo com os números avançados por Paddy Cosgrave aos jornalistas.

O Web Summit está mais perto da paridade: as mulheres representaram 44,5% dos participantes este ano.Web Summit/Flickr

? A foto

Web Summit, more like… Man Summit

O Web Summit tem-se empenhado em esforços para trazer mais mulheres para o setor da tecnologia, nomeadamente através do programa Women in Tech. Mas não foi essa a imagem que passou na cerimónia de abertura. O momento terminou com um palco cheio, em que a presença de mulheres era mínima, pelo que o evento foi alvo de várias críticas. Na quinta-feira, Paddy Cosgrave ainda tentou limpar a imagem do evento: chamou todas as mulheres que estavam na Altice Arena para tirar uma foto. O palco foi pequeno para tanta gente.

A cerimónia de abertura terminou com o palco cheio… de homens. A organização foi criticada por isso.Web Summit/Flickr

 

Na quinta-feira, as mulheres foram chamadas ao palco para uma fotografia.Web Summit/Flickr

? A polémica

Chuva de criptomoedas grátis teimou em cair

O cofundador da Blockchain, uma das maiores carteiras online de criptomoedas, disse no Web Summit que ia doar 25 dólares em moeda virtual a cada participante do evento. O código exclusivo de cada participante chegou por e-mail, onde a organização do evento anunciava “criptomoedas grátis” para todos. Mas, durante meia hora, foi aumentando a perceção de que tudo não passaria de uma triste manobra de marketing: quem tentava reclamar o prémio, recebia uma mensagem de erro em troca.

Algum tempo depois do anúncio, que ficou marcado por tweets publicados e apagados pelo Web Summit, a Blockchain assumiu o erro e disse que o problema estava resolvido. Os códigos passaram a poder ser usados e os participantes lá foram reclamando o dinheiro grátis que estava a ser oferecido. O ECO contou a polémica aqui. (Ainda assim, até hoje, ninguém recebeu as moedas. Os participantes estão todos em fila de espera).

Peter Smith, cofundador da carteira de criptomoedas Blockchain.Web Summit/Flickr

? O investimento

A empresa promotora do Web Summit provou que uma conferência pode ser um bom negócio. E aproveitou esta edição para lançar o fundo Amaranthine, que conta com 50 milhões de dólares para investir em startups. O fundo vai ser gerido por um ex-gestor do banco Goldman Sachs e pretende apoiar as startups “nos outros 362 dias” do ano.

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Louçã diz que “não se pode negociar um próximo Governo como se tratou o OE deste ano”

  • Lusa
  • 10 Novembro 2018

À chegada à XI Convenção bloquista, em Lisboa, o fundador do BE considerou que "o modelo do contrato que foi feito há três anos não se pode repetir", pedindo um "muito melhor".

O fundador do BE Francisco Louçã considerou hoje irrepetível a posição conjunta com o PS que viabilizou o Governo minoritário socialista e pediu um “contrato muito melhor”, à chegada à XI Convenção bloquista, em Lisboa.

“O modelo do contrato que foi feito há três anos… não se pode repetir. Tem de haver outro, e muito melhor, para responder muito melhor a problemas mais importantes do país. Há três anos, tratava-se de impedir que PSD e CDS continuassem a empobrecer Portugal”, lembrou o antigo líder do BE.

Louçã disse que “o BE fez muitíssimo bem em responder aos seus eleitores e ao país dizendo ‘parou, virou a página’ e ‘agora recuperam-se salários e pensões e as pessoas são respeitadas'”, referindo-se ao acordo celebrado há precisamente três anos, no parlamento.

Daqui a um ano não é para correr com a direita que se vai votar. Vota-se para responder aos problemas de fundo do país. Continuamos a ser um país pobre: com muitos precários, em que os idosos – mais de um milhão – têm pensões abaixo dos 400 euros. Há muita pobreza e sofrimento no país, que é um dos mais desiguais da Europa se não o mais desigual”, continuou, relativamente às eleições legislativas de 2019.

Para o antigo deputado bloquista, “não se pode negociar um próximo Governo como se tratou o Orçamento do Estado deste ano“.

“Não é às 02:00 da manhã da véspera do dia que se decide como se vai governar os próximos quatro anos. É preciso trabalhar em profundidade e se um partido como o BE mostrar que quer fazer esse trabalho concreto, pensado, trabalhoso, então merece o voto das pessoas”, concluiu.

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