Ásia, Arábia Saudita e Itália ensombram mercados. Bolsas afundam

  • ECO
  • 23 Outubro 2018

A forte queda dos mercados asiáticos, a tensão por causa da Arábia Saudita e o Dia D para o Orçamento italiano estão a pesar no sentimento dos investidores, arrasando as bolsas europeias.

Dia negro nos mercados de capitais. Registam-se quedas acentuadas nas principais praças europeias, que acompanham as fortes descidas sentidas nos índices asiáticos. Os receios em torno de Itália, naquele que é o Dia D para o orçamento de Giuseppe Conte, também pressionam numa altura em que os investidores aguardam para ver como reagirá a comunidade internacional perante a Arábia Saudita.

As quedas a Oriente fazem-se sentir com estrondo no Ocidente. A maioria dos índices asiáticos apresentou quedas de mais de 2%, sendo as praças chinesas acabaram por ser as mais castigadas pelos investidores. O CSI 300, da China, registou uma queda de 2,66% para 3.183 pontos, acompanhando as restantes bolsas da região, mas também em resultado do regresso dos receios em torno da guerra comercial com os EUA.

Numa altura em que se vive um clima de tensão internacional com a Arábia Saudita devido à morte de Jamal Khashoggi, estas quedas abruptas na Ásia aceleraram a saída dos investidores de ativos de risco, como são as ações, procurando refúgio na dívida alemã, mas também no ouro que soma 1,20% para 1.236,16 dólares por onça. Isto numa altura em que na Europa são grandes os receios em torno do confronto entre Roma e Bruxelas por causa da proposta de orçamento do executivo liderado por Giuseppe Conte.

Lisboa segue quedas da Europa

PSI20 0,00%

Apesar de haver sinais de que Conte se prepara para fazer ajustes, procurando ir de encontro às exigências da Comissão Europeia, o que até trouxe algum alívio aos juros da dívida de Itália, a dúvida mantém os mercados acionistas no vermelho. A praça italiana regista uma queda de 1,23%, sendo que o índice que agrega as maior empresas do Velho Continente desvaloriza 1,58% para os 354,12 pontos, tocando mínimos de dezembro de 2016.

As quedas fazem-se sentir em todos os setores mas as empresas petrolíferas estão a ser, claramente, as mais castigadas pelos investidores, numa altura em que os preços do petróleo registam quedas de mais de 1%. Enquanto o WTI, em Nova Iorque, está abaixo dos 70 dólares, o Brent, em Londres, recua 1,19% para 78,88 dólares, depois de ainda recentemente ter cotado acima da fasquia dos 85 dólares por barril.

A Galp Energia é uma das empresas do setor petrolífero a ser penalizada pelos investidores. A empresa portuguesa regista uma queda de mais de 2% para 15,31 euros, variação negativa que está a arrastar o PSI-20 para uma descida de 1,55%. É das cotadas que mais cede — a Altri lidera as quedas ao ceder 3,76% para os 7,16 euros — numa sessão em que nenhuma das maiores cotadas consegue valorizar, havendo apenas três títulos inalterados.

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Portugal com maior défice em 22 Estados-membros. Dívida é a terceira mais alta

  • Lusa e ECO
  • 23 Outubro 2018

No segundo trimestre do ano, Portugal apresentou o maior défice orçamental dos 22 Estados-membros para os quais há dados. Manteve-se como a terceira maior dívida da UE.

Portugal teve o maior défice orçamental (-2,7% do PIB) no segundo trimestre do ano entre os 22 Estados-membros para os quais há dados disponíveis, segundo dados divulgados, esta terça-feira, pelo Eurostat. Quanto à dívida pública, Portugal manteve a terceira maior da União Europeia (124,9% do PIB), apesar de esta ter tido o quarto maior recuo homólogo, de 5,9 pontos percentuais.

O défice português agravou-se, no segundo trimestre, face aos 1,5% homólogos e aos 0,6% dos primeiros três meses do ano, fixando-nos nos 2,7% do PIB.

Por outro lado, de acordo com o gabinete estatístico da União Europeia, o défice público da zona euro recuou entre abril e junho para os 0,1%, o valor mais baixo registado desde 2002 e que se compara com os 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do trimestre anterior e os 1,4% homólogos.

Na UE, o défice também recuou para valores mínimos desde 2002 – ano em que se iniciaram as séries cronológicas comparáveis – com um rácio de 0,3% do PIB (0,5% no primeiro trimestre e 1,4% homólogo).

Entre os 22 Estados-membros para os quais há dados disponíveis, Portugal apresentou o maior défice orçamental (-2,7%), seguindo-se França (-2,5%) a Roménia (-2,2%) e o reino Unido (-1,8%). Malta (4,9%), Letónia (2,5%), Alemanha (2,4%) e o Luxemburgo (2,3%) registaram os maiores excedentes orçamentais.

Dívida mantém-se a terceira mais alta

De abril a junho, Portugal manteve a terceira maior dívida pública da União Europeia (124,9% do PIB). Isto embora tenha registado o quarto maior recuo homólogo, de 5,9 pontos percentuais, segundo o Eurostat.

De acordo com o gabinete de estatísticas da União Europeia (UE), a dívida pública recuou, entre abril e junho, na zona euro para os 86,6% do Produto Interno Bruto (PIB), face aos 89,2% do período homólogo e aos 86,9% do primeiro trimestre do ano.

Na UE, a dívida pública baixou para os 81,0% do PIB, quer na comparação com o segundo trimestre de 2017 (83,4%), quer face ao período entre janeiro e março (81,5%).

Os maiores rádios da dívida pública em função do PIB foram registados na Grécia (179,7%), Itália (133,1%) e Portugal (124,9%) e os mais baixos na Estónia (8,3%), no Luxemburgo (22,0%) e na Bulgária (23,8%).

Em termos homólogos, os maiores recuos da dívida observaram-se na Eslovénia (-7,4 pontos percentuais), na Lituânia (-6,5), na Irlanda (-6,4), em Portugal (-5,9) e Malta (-5,5 pontos percentuais). Os maiores crescimentos homólogos da dívida, por seu lado, observaram-se na Grécia (3,5 pontos percentuais), no Reino Unido (0,3) e na Eslováquia (0,1).

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Itália preparada para ajustes no Orçamento. Juros aliviam

A imprensa italiana dá conta da possibilidade de o Governo de Itália fazer ajustamentos no Orçamento do próximo ano. Os juros da dívida italiana inverteram e já caem. A bolsa recua menos.

O Governo de Itália poderá dar o dito por não dito e recuar nas metas orçamentais do próximo ano. A hipótese é avançada pelo jornal italiano Il Mensaggero, e deverá aplicar-se no caso de os mercados reagirem negativamente e o spread entre a taxa de juro da dívida a dez anos italiana e a das bunds alemãs dispare. E o mercado já está a reagir. Os juros da dívida italiana aliviam após um arranque de sessão em alta, com o spread entre os juros de Itália e da Alemanha também a encolher.

Na segunda-feira, o Governo italiano disse que manteria os seus planos orçamentais, apesar de reconhecer que o seu orçamento — que prevê um défice orçamental de 2,4% em 2019 — não estava conforme o Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia.

Juros da dívida italiana aliviam

Fonte: Reuters

O jornal italiano nada diz se o orçamento alternativo a propor pelo executivo liderado por Giuseppe Conte reduziria o défice para menos de 2,4% do PIB, mas que essa alternativa não implicaria uma saída do euro.

O “plano B” de Itália envolveria a redefinição das medidas para as reformas e do rendimento mínimo para os pobres, dois pontos-chave do orçamento expansionista, segundo apurou o Il Mensaggero sem detalhar as fontes que disponibilizaram essa informação.

Os juros da dívida já reagiram a essa notícia. O arranque de sessão foi marcado pela subida das yields soberanas italianas, perante a expectativa de que a Comissão Europeia possa pela primeira vez, obrigar um Estado-membro a refazer a sua proposta do Orçamento do Estado. Entretanto, perante a notícia de hoje, estas inverteram de rumo beneficiando de um alívio no mercado da dívida.

A taxa de juro da dívida a dois anos cai seis pontos base, para 1,399%, depois de ter estado a subir dez pontos base. No prazo a cinco anos, recua quatro pontos base, para 2,75%.

Já o spread entre os juros da dívida a dez anos italiana e da alemã no mesmo prazo recua dez pontos base após o máximo do dia nos 303,7 pontos.

Também as perdas na bolsa de Milão são menos acentuadas face à queda de quase 1% do início da sessão: recua 0,38%.

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Emirates volta a aterrar em Portugal para reforçar equipa de tripulação de cabine

Nos próximos dias 7 e 10 de novembro, a maior companhia aérea internacional do mundo vai estar à procura de quem queira embarcar, no Funchal e em Lisboa, respetivamente.

A Emirates voltou a aterrar em Portugal para encontrar os candidatos ideais para reforçar a sua equipa de tripulação de cabine. E quem diz em Portugal inclui, claro, a Madeira. Nos próximos dias 7 e 10 de novembro, a maior companhia aérea internacional do mundo vai estar à procura de quem queira embarcar.

Na Madeira, as entrevistas serão no dia 7 de novembro, às 8h00, no Hotel Porto Mare, Funchal. Já no continente, as entrevistas acontecem na capital, dia 10 de novembro à mesma hora, nas instalações do Marriott Lisbon Hotel.

Os candidatos apenas precisam de comparecer no Open Day — não é necessário qualquer pré-registo — e levar um currículo atualizado em inglês, bem como uma fotografia recente.

A experiência anterior não é um fator eliminatório, contudo há critérios a ser considerados. Os candidatos devem ter, pelo menos, 21 anos no momento da inscrição e um alcance de 212 cm quando estão em ponta dos pés.

“A tripulação de cabine beneficia de uma série de vantagens que compõem o pacote salarial, desde um rendimento livre de impostos, uma casa moderna gratuita no Dubai para partilhar, transporte gratuito de ida e volta para o trabalho, cuidados de saúde assegurados, além de descontos especiais em compras e atividades de lazer na cidade”, pode ler-se no comunicado da companhia aérea.

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Reformas antecipadas? “O que está no OE não é nenhuma retirada de direitos”

  • ECO
  • 23 Outubro 2018

O ministro Vieira da Silva considera que o que está no Orçamento sobre as reformas antecipadas é a melhoria dos direitos para um grupo significativo de pessoas.

Vieira da Silva, ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, considera que o que está no Orçamento do Estado (OE) para 2019, sobre a questão das longas carreiras e reformas antecipadas, é um compromisso que o Governo assumiu para que as pessoas que, aos 60 anos, têm 40 de carreira contributiva possam aceder à reforma, com uma penalização menor do que hoje existe.

Para o ministro, “o que está no OE não é nenhuma retirada de direitos, é uma melhoria dos direitos para um grupo significativo de pessoas”.

Em entrevista ao jornal Público e à rádio Renascença (acesso pago), Viera da Silva esclarece que as pessoas que vão deixar de poder reformar-se antecipadamente — por não cumprirem o critério de aos 60 anos terem 40 anos de descontos — vão ter “um período de transição que irá garantir-lhes os seus direitos, mas não estarão na mesma situação dos outros”.

A duração desse período de transição é algo que ainda não está definido, precisa de ser discutido ainda na Concertação Social e no Parlamento. “O OE não fez a lei, apenas assumiu aquele compromisso”, afirma o ministro.

Quanto à surpresa do PCP, do BE e do PS, Vieira da Silva assegurou que o que está no Orçamento do Estado (OE) para 2019 foi negociado. “O que está no OE foi discutido e não ouvi ninguém contestá-lo. Outras questões que não estão lá escritas é outra discussão que será feita a seu tempo”, acrescenta.

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Lisboa cai 1% em dia D para Itália

PSI-20 cai pelo terceiro dia, condicionado pelo BCP, Galp Energia e Jerónimo Martins. Segue perdas europeias num dia em que se aguarda uma resposta oficial da Comissão Europeia ao orçamento de Itália.

A bolsa nacional segue no vermelho pelo terceiro dia consecutivo, com o PSI-20 a deslizar em torno de 1%. O índice português está a ser condicionado pelo BCP, Galp Energia e Jerónimo Martins. Segue perdas europeias num dia em que se aguarda uma resposta oficial da Comissão Europeia ao orçamento de Itália.

O PSI-20 abriu a perder 0,9%, para os 4.973,81 pontos, com a quase totalidade dos títulos que o compõem em terreno negativo. Acompanha o sentimento negativo que se assiste um pouco por todos os índices bolsistas europeus, que renovam mínimos. Itália volta a estar no centro das atenções num dia em que volta a estar no centro do furacão. A bolsa de Milão recua também em torno de 1%, até mínimos de fevereiro de 2017, enquanto os juros da dívida soberana voltam a agravar.

Em Lisboa, o BCP é dos pesos pesados do PSI-20 aquele que mais perdas regista. As ações do banco liderado por Miguel Maya recuam 1,6%, para os 22,15 cêntimos, condicionadas pela instabilidade política e orçamental de Itália e pelo agravamento dos juros da dívida.

Nota ainda para a Galp Energia que vê os seus títulos recuarem 1,12%, para os 15,50 euros, num dia em que as cotações do petróleo estão no vermelho. O barril de brent cai 0,7% no mercado londrino, voltando a cotar abaixo dos 80 dólares.

Já as ações da retalhista Jerónimo Martins perdem 1,15%, para os 11,185 euros. Por sua vez, o título mais, penalizado é a Altr. As ações da papeleira recuam 2,55%, para os 7,25 euros.

Em terreno positivo destaque apenas para um título: a Sonae Capital. Na abertura da sessão subia uns ligeiros 0,14%, para os 73,40 cêntimos.

(Notícia atualizada às 8h22 com mais informação)

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Hoje nas notícias: rendas, alojamento local e farmácias

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os contratos de arrendamento vão passar a ter uma duração mínima de três anos. Os inquilinos podem, no entanto, não renovar contrato ao final de um ano. No Parlamento, a discussão sobre o pacote das rendas não está fácil. O Governo e o PS não convenceram o PCP e também não juntaram apoios à direita. Sobre o alojamento local, as medidas de contenção continuam. Agora serão as grandes avenidas da cidade a verem um travão. Nas farmácias, a crise do setor está a comprometer milhões de medicamentos de doentes.

Novos contratos vão ter duração mínima de três anos

Os contratos de arrendamento urbano para fins habitacionais vão voltar a ter duração mínima fixada por lei. A duração passa, assim, a ter um mínimo de um ano e um máximo de 30, sendo que a renovação passa a ser automática por períodos de igual duração, durante um “mínimo de três anos”. Isto, na prática, significa que, e salvo estipulado em contrário, mesmo que estabeleça um contrato com a duração de um ano, um senhorio não poderá opor-se à sua renovação durante, pelo menos, três anos. Já o inquilino poderá não renovar o contrato, bastando-lhe para tal dar conhecimento ao senhorio.

Leia a notícia completa em Público (acesso pago).

PSD junta-se à esquerda e inviabiliza pacote das rendas no Parlamento

A falta de entendimento no Parlamento pode comprometer o novo regime de renda acessível e a redução de impostos para contratos de arrendamento acima dos cinco anos. O Governo e o PS, os autores destas propostas, não conseguiram convencer o Partido Comunista Português (PCP) e, da mesma maneira, foram incapazes de juntar apoios à direita, entre o Partido Social Democrata (PSD) e o CDS – Partido Popular. A votação do pacote, agendada para esta terça-feira, está, para já, condenada a um não.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Alojamento local vai ser suspenso nas grandes avenidas

À semelhança do que já aconteceu em cinco bairros de Lisboa — Bairro Alto, Madragoa, Castelo, Alfama e Mouraria — o alojamento local vai também ser suspenso nas grandes avenidas da cidade. Avenida da Liberdade, Avenida da República, Avenida Almirante Reis, Graça, Colina de Santana, Ajuda e Lapa/Estrela são zonas onde há ainda uma “maior necessidade de monitorização” e que já foram apontadas anteriormente como os possíveis próximos alvos de medidas de contenção do alojamento local.

Leia a notícia completa em Jornal de Negócios (acesso pago).

Reformas antecipadas? “O que está no OE não é nenhuma retirada de direitos”

Vieira da Silva, atual ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, afirma que o fim da aplicação do fator de sustentabilidade nas reformas antecipadas vai beneficiar um grupo significativo de pessoas. De acordo com o ministro, será definido um período transitório para salvaguardar as expectativas de quem que não cumpre o critério de aos 60 anos ter 40 de descontos. Em entrevista ao Público e à Renascença, Vieira da Silva assume que não é viável deixar os trabalhadores sair do mercado de trabalho para a reforma antecipada com as penalizações todas, porque a Segurança Social em Portugal “não é um sistema de cada um por si”. Quanto à surpresa do PCP, do BE e do PS, o ministro assegura que o que está no Orçamento do Estado (OE) para 2019 foi negociado.

Leia a notícia completa em Público (acesso pago).

Falhas deixam 45 milhões de medicamentos por aviar

O número de fármacos em falta disparou 28%, só nos primeiros nove meses deste ano. Neste momento, devido às falhas, já ficaram cerca de 45 milhões de medicamento por aviar. Os doentes são agora obrigados, muitas vezes, a proceder à substituição da medicação. A crise no setor das farmácias e a rutura de stocks está a afetar, sobretudo, as zonas do interior do país.

Leia a notícia completa em Jornal de Notícias (acesso pago).

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Tomás Correia diz que Mutualista precisa de alguém jovem mas admite recandidatar-se

  • Lusa
  • 23 Outubro 2018

O presidente da Associação Mutualista Montepio mantém o tabu sobre a sua recandidatura à liderança, admitindo fazê-lo “no limite”, se não encontrar alguém mais jovem para o substituir.

O presidente da Associação Mutualista Montepio, Tomás Correia, mantém o tabu sobre a sua recandidatura à liderança, admitindo fazê-lo “no limite”, se não encontrar alguém mais jovem para o substituir.

“Gostava de ter uma pessoa da geração anterior à minha que assumisse as rédeas do Montepio, imbuída nos seus valores, que não renegasse a sua história e que tivesse condições para acrescentar mais património ao grande património que esta casa tem. E tem de ser alguém que pudesse cá estar 15 anos”, disse em entrevista à agência Lusa o presidente da Associação Mutualista desde 2008 e que, até 2015, acumulou com a presidência do banco Caixa Económica Montepio Geral.

Vincando que “há aqui uma oportunidade e um novo ciclo de reinvenção”, o responsável considerou que “não haverá quem, no país e no Montepio, esteja em melhores condições” do que o próprio para enfrentar desafios como os novos estatutos da associação e o plano de transição, mas reconheceu que “o novo ciclo é muito mais do que isso”.

“É desejável termos uma equipa que o inicia e que o fecha e a minha dúvida é porque sei que nunca terei condições para cumprir com esse ciclo” devido à idade, acrescentou Tomás Correia.

A seu ver, “o ideal era ter alguém jovem que pudesse ter uma visão coincidente” com a sua, “alguém na casa dos 50, 50 e picos anos”, uma “pessoa do Montepio” que não tem de fazer parte dos órgãos sociais, precisou.

“Uma das coisas que tentei nas últimas eleições [de 2016] foi desafiar pessoas a quem reconheço qualidade para poderem assumir esta responsabilidade”, porém essas pessoas “concluíram que eu queria passar a ‘batata quente’ e eu acabei por concluir que tinha de continuar cá”, explicou.

Hoje em dia “admito que possa haver alguém que já não olhe para as coisas como ‘tu queres é passar-me a batata quente’ e, portanto, só no limite é que eu digo que afinal não consigo ultrapassar o problema”, adiantou Tomás Correia, numa entrevista de balanço do mandato.

Para 7 de dezembro estão marcadas as eleições para escolher a nova administração da Associação Mutualista Montepio Geral dos próximos três anos.

Lista de Tomás Correia: “faltam detalhes”

Tomás Correia garantiu que nada o “impede de candidatar nem põe em causa uma candidatura”, isto apesar de existirem “algumas vozes que levantam questões em torno disso”, nomeadamente devido aos processos no Ministério Público e no Banco de Portugal que o envolvem.

Ainda assim, reconheceu que “essa discussão” sobre a lista ainda não está terminada. “Está muito adiantada, praticamente só faltam detalhes, nomeadamente o detalhe relativamente a mim próprio”, notou.

Decidido está que a ex-ministra da Saúde e antiga candidata à Presidência da República Maria de Belém irá encabeçar a lista ao Conselho Geral, enquanto o padre Vítor Melícias será novamente o candidato à Mesa da Assembleia-Geral.

Manuela Ramalho Eanes, mulher do antigo Presidente da República Ramalho Eanes, será líder da Comissão de Honra, revelou, falando em “muitas figuras de relevo”.

Já questionado se ficará na lista se não se recandidatar à presidência do Conselho de Administração, Tomás Correia rejeitou essa possibilidade, alegando não ter “o direito de participar em órgãos sociais que, de algum modo, condicionem quem vier a assumir esta responsabilidade”.

O objetivo é, assim, encontrar um substituto até final de outubro, quando termina o prazo das candidaturas.

“Isso dava-me uma tranquilidade que não imagina, porque entretanto tenho mais do que fazer”, adiantou Tomás Correia, referindo o gosto pela escrita.

Às eleições de dezembro deverão candidatar-se outras duas listas: uma liderada por Ribeiro Mendes, atual administrador da Associação Mutualista que já se afastou publicamente da gestão de Tomás Correia, e outra liderada pelo empresário António Godinho, que integra pessoas que no passado já concorreram contra Tomás Correia.

A oposição a Tomás Correia tentou, ao longo dos últimos meses, unir-se numa lista única, mas essa solução não vingou.

A Associação Mutualista Montepio Geral, com mais de 600 mil associados, é o topo do grupo Montepio e tem como principal empresa subsidiária a Caixa Económica Montepio Geral, que desenvolve o negócio bancário.

Antes de liderar a instituição, Tomás Correia foi presidente dos bancos espanhóis de Extremadura, Luso Español e o Simeón, tendo ainda sido administrador dos bancos Itaú, Franco-Portugaise, BNU, CGD e Montepio.

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Costa recusa eleitoralismo e diz que trabalha para década de convergência com UE

  • Lusa
  • 23 Outubro 2018

O secretário-geral do PS rejeitou que a proposta de Orçamento vise somente o amanhã, contrapondo que responde às questões de futuro para uma década de convergência com a Europa.

O secretário-geral do PS rejeitou esta segunda-feira à noite que a proposta de Orçamento vise somente o amanhã, numa alusão às críticas de eleitoralismo, contrapondo que responde às questões de futuro para uma década de convergência com a Europa.

Esta foi a posição central assumida no discurso que António Costa fez perante os militantes da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do PS, numa sessão destinada a apresentar as linhas gerais da proposta de Orçamento do Estado para 2019.

Sem nunca se referir diretamente à crítica da oposição de que este Orçamento (o último da legislatura) tem objetivos eleitoralistas, o líder socialista e primeiro-ministro insistiu que a proposta do Governo “é de continuidade” em relação às anteriores de 2016, 2017 e de 2018, mantendo a meta de assegurar “contas certas”, mas apostando num conjunto de políticas de futuro “para que Portugal tenha uma década de convergência com a União Europeia”.

“Este Orçamento dá continuidade às boas políticas que seguimos, mas não o faz com os olhos postos no dia de amanhã. Temos os olhos postos no futuro e, por isso, ao mesmo tempo que damos continuidade às políticas, também lançamos as bases de novas políticas para preparar o futuro, atraindo recursos humanos, dando melhores condições às novas gerações para viverem em Portugal e dando melhores condições para quem cria na cultura ou para quem investiga na ciência”, disse.

Perante os militantes socialistas, António Costa acentuou que essa estratégia de valorização dos recursos humanos é mesmo central, “porque só assim Portugal pode continuar a atrair novas empresas”.

“Esta proposta de Orçamento para 2019 lança desde já as bases daquilo que pretendemos continuar a fazer nos próximos anos. Como dissemos desde o princípio, temos um objetivo muito claro: uma década de convergência com a União Europeia. E é para essa década de convergência que estamos a trabalhar”, disse.

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Facebook encerra 68 páginas e 43 contas ligadas a Bolsonaro

  • Lusa
  • 23 Outubro 2018

O Facebook anunciou ter encerrado 68 páginas e 43 contas ligadas a Jair Bolsonaro, candidato favorito a vencer as eleições presidenciais de domingo, devido a violações de política de autenticação.

O Facebook anunciou ter encerrado 68 páginas e 43 contas ligadas ao ultraconservador Jair Bolsonaro, candidato favorito a vencer as eleições presidenciais de domingo, devido a violações da política de autenticação.

“Como parte dos nossos esforços contínuos para proteger a nossa comunidade e a plataforma contra o abuso, o Facebook removeu 68 páginas e 43 contas associadas ao grupo brasileiro Raposo Fernandes Associados (FRG), devido a violações da nossa política de autenticação e de emails indesejados “, esclareceu a rede social num comunicado divulgado na segunda-feira.

“As pessoas da RFA criaram páginas usando contas falsas ou várias contas com os mesmos nomes” para publicar “uma grande quantidade de artigos” onde redirecionaram os conteúdos para páginas fora do Facebook.

O jornal Folha de São Paulo revelou há dez dias que as páginas e contas controladas pela RFA formaram uma enorme rede de apoio a Jair Bolsonaro.

Segundo a pesquisa do jornal paulista, essas páginas geraram 12,6 milhões de interações – reações, comentários e partilhas, nos 30 dias anteriores à publicação do artigo no jornal, muito mais do que as interações observadas no mesmo período nas contas de celebridades como o jogador de futebol Neymar ou as cantoras pop Anitta e Madonna.

As redes sociais desempenharam um papel fundamental na ascensão de Bolsonaro na corrida presidencial, que se encontra bem colocado para vencer Fernando Haddad. Jair Bolsonaro fez quase toda a sua campanha através do Facebook, Twitter e Instagram, onde tem 14 milhões de seguidores, contra 2,8 milhões de Haddad.

O final da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais de 28 de outubro no Brasil tem registado a abertura de várias investigações contra empresas que supostamente criaram ilegalmente mensagens difamatórias que foram disseminadas pela plataforma Whatsapp.

O objetivo da divulgação de milhões de mensagens tem como objetivo propagar conteúdos falsos contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e o candidato, Fernando Haddad, para favorecer o líder da extrema-direita Jair Bolsonaro.

No domingo, o governo brasileiro alertou que “não existe anonimato na internet” para os responsáveis pelas “notícias falsas” que têm como intenção provocar dúvidas sobre a credibilidade do sistema eleitoral ou para difamar os candidatos presidenciais.

“Não há anonimato na internet, não existe, não há possibilidade. Aqueles que tenham a intenção de cometer crimes contra a credibilidade do sistema eleitoral”, disse o ministro da Segurança, Raul Jungmann.

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5 coisas que vão marcar o dia

Orçamento, défice, BPI, crédito e arrendamento. São estas as palavras que vão marcar esta terça-feira, dia em que Centeno vai ao Parlamento e o banco de Pablo Forero apresenta resultados.

Esta terça-feira, Mário Centeno vai ao Parlamento apresentar o Orçamento do Estado para o próximo ano. O dia será ainda marcado pela divulgação pelo Eurostat dos dados do défice e da dívida pública no espaço europeu, agora numa base trimestral. É também dia de conhecer as conclusões do inquérito do Banco de Portugal sobre o mercado de crédito, ao mesmo tempo que continuam as votações indiciárias do pacote legislativo do Arrendamento Urbano. E há ainda contas do BPI.

Centeno vai à COFMA apresentar Orçamento

Mário Centeno vai, esta terça-feira, à Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) apresentar a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano. O encontro desta tarde marca o início da discussão na generalidade do documento, que cruzou as portas de São Bento, no dia 15 de outubro. O prazo para apresentar propostas de alteração ao Orçamento termina, depois, a 16 de novembro, estando marcada a votação final global do documento para dia 29 desse mês.

Como anda o défice? E a dívida?

Depois de ter revelado os dados anuais, o Gabinete de Estatísticas da União Europeia avança, esta terça-feira, os números trimestrais relativos ao défice orçamental e à dívida pública na Zona Euro, na Euro a 28 e nos seus Estados-membros. No último ano, o défice orçamental no espaço da moeda única e na União Europeia recuou para 1,0%. Por sua vez, Portugal apresentou o segundo maior défice da Europa (3%) devido ao impacto da capitalização da Caixa Geral de Depósitos. Além disso, em 2017, Portugal manteve a terceira maior dívida pública da União Europeia.

Como se comportou o BPI até setembro?

O BPI apresentou um lucro de 366,1 milhões de euros na primeira metade do ano, valor que compara com um resultado negativo de 102 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior. Segundo o BPI, “para este resultado contribuiu o lucro líquido da atividade registada em Portugal, que alcançou os 222,5 milhões de euros”, além de ganhos não recorrentes. Agora, é a vez de conhecer as contas do terceiro trimestre, ou seja, até setembro.

Como vai evoluir o mercado de crédito?

O Banco de Portugal apresenta, esta terça-feira, as conclusões do Inquérito aos Bancos sobre a Evolução do Mercado de Crédito. Recorde-se que, no último inquérito deste tipo, as cinco instituições inquiridas admitiram que, perante as novas regras aplicadas pela entidade liderada por Carlos Costa, estavam a ponderar aplicar critérios “mais restritivos” na concessão de crédito a particulares.

Para evitar que a banca se exponha demasiado e as famílias se endividem em excesso, o Banco de Portugal decidiu recomendar (não estão em causa ordens vinculativas), às instituições em causa que adotem restrições à concessão de novos créditos à habitação e ao consumo, nomeadamente através da colocação de limites à taxa de esforço, ao valor do crédito face ao imóvel dado como garantia e à maturidade dos empréstimos.

Prosseguem votações de regras para o arrendamento

Está marcada para esta terça-feira a continuação das votações indiciárias relativas ao pacote legislativo sobre Arrendamento Urbano. Isto no âmbito do grupo de trabalho de Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades. Recorde-se que, neste quadro, já recebeu “luz verde” a proposta do PS que estipula que os contratos de arrendamento têm de ter, no mínimo, um ano e são renovados automaticamente por três anos, caso o senhorio não expresse vontade contrária. Além disso, nos primeiros três anos do contrato, o senhorio não se pode opor à renovação do mesmo, a menos que precise da casa para si ou para os seus filhos.

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Três dúvidas, uma quase certeza e um número para onde olham esquerda e direita

Mário Centeno vai esta terça-feira ao Parlamento apresentar o OE2019. O documento é conhecido desde 15 de outubro, mas há dúvidas ainda por esclarecer. E um número quase certo: o do défice.

O Parlamento dá esta terça-feira o pontapé de saída no debate do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) com a ida do ministro das Finanças ao Parlamento. Mário Centeno conta já com os votos contra de PSD e CDS e o voto a favor do Bloco de Esquerda. O documento chegou às mãos dos deputados a 15 de outubro mas ainda subsistem dúvidas (e não só) sobre algumas das medidas ali previstas.

As três dúvidas:

  • A Função Pública. O Governo inscreveu no OE2019 uma verba de 50 milhões de euros para atualizações salariais para os funcionários públicos, mas deixou em aberto a forma como o montante será distribuído. O Executivo tem defendido que os aumentos deviam ser para os trabalhadores com remunerações mais baixas ao mesmo tempo que Bloco e PCP têm sinalizado que preferem que aquele montante seja distribuído por todos os trabalhadores. O tira-teimas sairá das negociações entre o Governo e os sindicatos. Até esta segunda-feira à tarde não estavam marcadas novas reuniões com os sindicatos da Função Pública, que já têm uma greve marcada para a próxima sexta-feira.
  • Bruxelas. O ministro das Finanças apresentou o Orçamento do Estado com um défice quase zero (0,2% mais precisamente), mas numa primeira fase não convenceu Bruxelas do esforço de consolidação orçamental de Portugal. A Comissão Europeia recebeu os planos orçamentais portugueses e enviou uma carta para Lisboa falando em “risco de desvio significativo”. O Executivo comunitário suportava a sua posição em dois indicadores: Portugal respondeu e reiterou a redução o défice estrutural em 0,3% do PIB. Os técnicos da Comissão refizeram as contas e defendem que o esforço de consolidação orçamental estrutural previsto no OE2019 é de 0,2%, quando as regras europeias determinam que Portugal tem de reduzir o défice estrutural em 0,6% do PIB. Bruxelas assinalou ainda que o crescimento nominal da despesa líquida primária é de 3,4% no OE, “o que excede o crescimento máximo recomendado de 0,7%”. Centeno terá de convencer a Comissão Europeia que não há risco de desvio significativo. A estas juntam-se as dúvidas dos técnicos do Parlamento que não acreditam sequer no défice nominal de 0,2% e apontam para 0,5%.
  • Dividendos incertos. Se a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) não aceitarem que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) entregue dividendos ao Estado, as contas para o próximo ano ficam com um buraco avaliado em cerca de 200 milhões de euros. O número foi avançado pelo secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, em entrevista ao Jornal Económico. Esta é uma das receitas que ajuda a pagar algumas medidas do OE. Mas para conseguir este encaixe, as autoridades nacionais têm de convencer Bruxelas e Frankfurt que não vão colocar o banco público em risco. Até porque, a instituição liderada por Paulo Macedo não pode voltar a pedir ajuda, depois da recapitalização pública de quase 4.000 milhões de euros em 2017.

Uma quase certeza:

Se Mário Centeno mantiver o mesmo comportamento que em anos anteriores, o Governo aceitará incluir mais medidas no Orçamento durante o debate na especialidade, mas sem abdicar da meta do défice. Com exceção do ano passado — quando os incêndios que mataram mais de 100 pessoas obrigaram o Governo e incluir medidas de apoio já depois de o Orçamento entrar no Parlamento, elevando o défice de 1% para 1,1% –, o ministro das Finanças não abriu mão do défice. No ano passado, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental calculou em 200 milhões de euros o impacto das 217 medidas aprovadas na fase de especialidade, apesar de durante o debate o impacto não ter sido quantificado.

Um número com que esquerda e direita andam às voltas:

O Governo prevê que o PIB cresça no próximo ano 2,2%, o que significa um abrandamento de uma décima face ao crescimento previsto para este ano. Mas uma previsão mais otimista do que a de outras instituições como Banco de Portugal, FMI ou agências de rating. À esquerda e à direita o número é visto com olhos diferentes. Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda, já avisou que a folga gerada pelo crescimento tem de se transformar em mais medidas para as pessoas. “É o crescimento económico passado que sustenta novas medidas de crescimento económico”, diz Catarina Martins, citada pela Lusa, acrescentando que “é possível utilizar a folga orçamental existente para reforçar os serviços públicos e aumentar os apoios sociais”, comprometendo-se a apresentar medidas neste sentido na discussão orçamental na especialidade.

À direita, PSD e CDS olham para este número com desconfiança, lembram que Portugal está a crescer abaixo dos restantes parceiros e que o Orçamento não tem medidas suficientes dirigidas às empresas.

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