Inverno seco e primavera fria atrasam colheitas. Produção vinícola vai cair 5%
As vinhas apresentam um ciclo vegetativo muito atrasado, fruto das condições climatéricas, o que faz prever que a produtividade desça 5%.
As vinhas apresentam um ciclo vegetativo muito atrasado, que varia consoante as regiões, entre as duas e as três semanas. Este atraso faz prever que a produção decresça 5% face ao ano anterior. As previsões de 31 de julho foram divulgadas durante a manhã desta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
As condições climatéricas, nomeadamente o inverno seco e a primavera fria e chuvosa, têm influenciado determinantemente o decorrer da atual campanha vitícola. A floração e o desbaste decorrem com tempo húmido, o que origina o desavinho, um acidente que ocorre na videira e que desencadeia o abortamento de flores, ficando o cacho com poucos bagos.
Além do desavinho, o tempo húmido tem originado, também, a bagoinha, que consiste na formação de cachos pequenos, simultaneamente ou não com bagos normais, muitas vezes sem grainha e de maturação difícil.
O atraso no ciclo da videira confere, assim, às condições climatéricas dos meses de agosto e setembro um caráter especialmente relevante no que toca à qualidade e quantidade de vindima deste ano.
Boas notícias para a produção de cereais
Mas, se por um lado as condições climatéricas não abonaram a favor da vindima, por outro, favoreceram a produção de cereais durante o passado outono e inverno, que cresceu 8% face a 2017. Nas culturas de primavera/verão, o INE perspetiva que haja um aumento da área de milho para grão, mais 5%, o que fará com que se fixe nos 90 mil hectares.
No arroz, a produção deverá manter-se semelhante à do ano anterior. Já na batata doce, as colheitas que já foram realizadas apontam para uma produtividade a rondar as 21 toneladas por hectare, um valor cerca de 10% inferior à produtividade registada em 2017.
Os pomares, tal como as vinhas, estão com atrasos no ciclo vegetativo. No caso da maçã e da pera, as previsões são para reduções do rendimento unitário, menos 5% e menos 10%, respetivamente. No pêssego, pelo contrário, estima-se um aumento da produtividade em 5%.
Na amêndoa, o INE prevê que haja uma diminuição de 20% face à campanha anterior, fruto das dificuldades da floração do fruto.
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