Novo Governo tem maior número de ministérios desde 1976

  • Lusa
  • 15 Outubro 2019

Segundo Governo de Costa tem 19 ministérios, contando com oito mulheres. Desaparecem as relações familiares diretas conhecidas entre os ministros do anterior executivo.

O segundo executivo liderado por António Costa vai integrar 19 ministros, além do primeiro-ministro, o que o torna o maior em ministérios dos 21 Governos Constitucionais, e também o que tem mais mulheres ministras, num total de oito.

Segundo a composição de governo esta terça-feira proposta pelo primeiro-ministro e a que o Presidente da República deu assentimento, o executivo terá um total de 19 ministros, mais dois do que a primeira composição do XXI Governo de António Costa e do que a atual formação governamental. A primeira composição do XXI Governo de António Costa, que tomou posse em 26 de novembro de 2015, integrava 17 ministros, além do primeiro-ministro, o que já o tornava um dos maiores dos vinte Governos Constitucionais desde 1976, que tiveram em média 16 ministérios.

Na última grande remodelação governamental, concretizada em 18 de fevereiro deste ano, mantinha-se o número de ministros: 17, além do primeiro-ministro.

O número de mulheres ministras duplicará em relação à formação inicial do XXI Governo Constitucional – passando de quatro para oito – e terá mais três que a atual composição governamental (eram cinco): mantêm-se, nas mesmas pastas, Francisca Van Dunem (Justiça), Graça Fonseca (Cultura), Marta Temido (Saúde). Também ministra continuará Mariana Vieira da Silva, que sobe a ministra de Estado, ficando também com a área da Presidência. De atuais secretárias de Estado sobem a ministras Alexandra Leitão (Modernização do Estado e da Administração Pública), Ana Mendes Godinho (Trabalho, Solidariedade e Segurança Social) e Maria do Céu Albuquerque (Agricultura) e há uma nova ministra: Ana Abrunhosa (Coesão Territorial).

Na atual composição governamental, desapareceram as relações familiares diretas conhecidas entre os ministros do anterior executivo, com a saída de Ana Paula Vitorino (casada com Eduardo Cabrita) e de José Vieira da Silva (pai de Mariana Vieira da Silva).

Até agora, o maior executivo era o XVI Governo Constitucional, liderado por Pedro Santana Lopes, que contava com 18 ministros, além do primeiro-ministro. O segundo executivo de António Guterres (XIV) e o executivo de Durão Barroso (XV) tinham, além do primeiro-ministro, 17 pastas ministeriais.

O executivo mais pequeno da história da democracia portuguesa foi o primeiro Governo de maioria PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho que, quando tomou posse, a 21 de junho de 2011, tinha apenas 11 ministros, além com o primeiro-ministro. Contudo, no final da legislatura, o executivo já contava, no total, com 15 pastas ministeriais.

É preciso recuar aos anos 80 para encontrar dois executivos quase tão pequenos: o primeiro Governo de Cavaco Silva, em 1985, e o Governo de Francisco Sá Carneiro, em 1980. Os dois executivos liderados por sociais-democratas tinham 14 ministros, incluindo o primeiro-ministro.

Desde a primeira e única mulher a governar Portugal – Maria de Lurdes Pintasilgo, no topo da hierarquia do quinto Governo Constitucional (1979) – a equipa com maior número de membros femininos tinha sido, até agora, a escolhida pelo socialista José Sócrates no seu segundo mandato, entre 2009 e 2011. Entre os 16 ministros, havia cinco mulheres: Ana Jorge (Saúde), Helena André (Trabalho e Solidariedade Social), Isabel Alçada (Educação), Dulce Pássaro (Ambiente e Ordenamento do Território) e Gabriela Canavilhas (Cultura).

O I Governo Constitucional, liderado pelo socialista Mário Soares, tomou posse em 23 de julho de 1976, depois da vitória nas eleições legislativas de 25 de abril desse ano, tinha 16 pastas, todas atribuídas a homens, com a particularidade de o líder do executivo ter também a tutela dos Negócios Estrangeiros.

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Câmara de Lisboa terá de pagar mais 4,7 milhões para assegurar realização da Web Summit este ano. Obras na FIL só arrancam em 2022

  • Lusa
  • 15 Outubro 2019

Obras na FIL, previstas para este ano, só arrancam em 2022. Autarquia lisboeta discute alterações ao acordo para a realização do Web Summit esta quinta-feira.

A Câmara de Lisboa vai discutir na quinta-feira alterações ao acordo para a realização da Web Summit, entre as quais o pagamento de mais 4,7 milhões de euros e o adiamento da expansão da FIL para 2022.

A proposta, à qual a agência Lusa teve acesso, é assinada pelo vereador Miguel Gaspar (PS), que passa a assumir os pelouros da Economia e da Inovação, até agora responsabilidade do presidente da Câmara de Lisboa, e será discutida em reunião privada do executivo, nos Paços do Concelho.

Em causa está a ratificação do acordo para a organização e realização da cimeira tecnológica Web Summit na cidade de Lisboa, entre 2019 e 2028, celebrado entre o Estado, a Câmara de Lisboa e a Connected Intelligence Limited (empresa que organiza o evento) em 5 de novembro de 2018.

Este acordo “prevê a expansão da área expositiva para 90 mil metros quadrados, no total, e um faseamento que permita o crescimento do evento enquanto isto não ocorrer”, tendo sido agora acordado com a organização “uma adenda ao contrato inicial que prevê, uma vez que ainda decorrem negociações para a expansão”, um adiamento desta expansão, inicialmente prevista para 2021, para 2022, explica fonte oficial da Câmara de Lisboa numa resposta escrita enviada à Lusa.

“Em relação ao faseamento, inicialmente previa-se 13.000 m2 para 2019 através da construção na FIL [Feira Internacional de Lisboa] dos interstícios (fecho dos espaços entre pavilhões da FIL) e 18.000 m2 em espaços provisórios (tendas). Com esta adenda, de 2019 até 2022, serão disponibilizados no máximo 31.000 m2 de áreas, sejam elas de natureza provisória (tendas) ou definitiva (pavilhões construídos)”, acrescenta a mesma fonte.

Na proposta que vai a votos na quinta-feira, a autarquia defende que o aumento de infraestruturas para atrair grandes eventos e congressos “não deverá estar circunscrito ao espaço da FIL, sendo a todos os títulos benéfico possibilitar outras soluções, como a construção de um novo equipamento, caso essa opção demonstre ser viável”.

Neste sentido, acrescenta o documento assinado por Miguel Gaspar, “decorreu um longo processo negocial com a CIL (entidade organizadora da Web Summit) tendente à alteração do acordo inicial, no sentido de flexibilizar o teor das obrigações assumidas pelo município quanto ao local da expansão, incluindo o adiamento da data de conclusão da obra de expansão (que passa para outubro de 2022)”.

Além disso, uma vez que “as obras de expansão do recinto não se encontram ainda implementadas” é “necessário disponibilizar os espaços necessários à realização do evento, ainda que de natureza temporária” para “assegurar a edição deste ano”, implicando a transferência de 4,7 milhões de euros para a Associação de Turismo de Lisboa, além dos três milhões que a autarquia tem de pagar anualmente para a realização do evento.

“Perante a necessidade de assegurar a cedência, disponibilização dos espaços necessários à realização do evento e dos serviços de Wi-Fi/ICT, a Associação Turismo de Lisboa – uma das entidades signatárias do acordo para organização do evento Web Summit supracitado – submeteu candidatura ao Fundo Desenvolvimento Turístico de Lisboa (FDTL) para este efeito, a qual foi objeto de parecer favorável pelo Comité de Investimentos”, reforça a Câmara de Lisboa na proposta.

“Os 4,7 milhões de euros são relativos ao aluguer de espaços (FIL e Altice Arena), às tendas provisórias para garantir as áreas de exposição que a organização necessita e a aquisição de logística de comunicação (‘wi-fi’ de última geração, crucial para a realização de um evento desta natureza)”, complementa a autarquia à Lusa.

O município sublinha ainda que “estes são compromissos que respondem às necessidades da Web Summit e que na candidatura de Lisboa ao evento foram também assumidas por outras cidades concorrentes”.

O acordo para a manutenção da Web Summit em Lisboa prevê um investimento público anual de, pelo menos, 11 milhões de euros pelo período de 10 anos, dos quais três milhões serão atribuídos pelo município lisboeta.

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Marcelo dá posse ao novo Governo “na próxima semana”. Costa aponta para dia 22 ou 23 de outubro

  • Lusa e ECO
  • 15 Outubro 2019

Posse do novo executivo está prevista para "a próxima semana em data a determinar", diz o Presidente da República. António Costa aponta para 22 ou 23 de outubro.

O Presidente da República vai dar posse ao novo Governo “na próxima semana”, em “data a determinar”, após a publicação do mapa oficial da eleições de 6 de outubro e da primeira reunião do parlamento.

O anúncio é feito por Marcelo Rebelo de Sousa na nota publicada na página da Internet da Presidência da República, em que é anunciado elenco do XXII Governo Constitucional, liderado por António Costa.

O Presidente da República “deu o seu assentimento à proposta que será oportunamente complementada com os restantes Secretários de Estado“, lê-se na nota.

A nomeação e posse do novo executivo está prevista para “a próxima semana em data a determinar depois da publicação do mapa oficial da eleição realizada em 6 de outubro e da primeira reunião da Assembleia da República”.

António Costa aponta para 22 ou 23 de outubro.Tudo depende do apuramento do resultado e do início de funções da Assembleia da República. Se os resultados eleitorais ficarem finalmente concluídos amanhã, e os resultados eleitorais forem publicados em Diário da República no dia 17 ou no dia 18, o normal é que a Assembleia da República reúna ou a 21 ou a 22. Se reunir a 21, a tomada de posse será marcada para 22 se for a 22, o Sr. Presidente da República marcará para 23″.

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OE2019: UTAO volta a alertar para suborçamentação de impostos e sobre-orçamentação do investimento

  • Lusa
  • 15 Outubro 2019

A UTAO alerta que voltou a registar-se, em agosto, uma suborçamentação da receita fiscal e contributiva, ou seja, as metas do Governo para impostos e contribuições tendem a ficar abaixo do executado.

A UTAO alerta que voltou a registar-se, em agosto, uma suborçamentação da receita fiscal e contributiva, ou seja, as metas do Governo para impostos e contribuições tendem a ficar abaixo do executado, e o contrário ao nível do investimento.

“Voltou a observar-se, este mês, o padrão que a UTAO [Unidade Técnica de Apoio Orçamental] tem vindo a identificar nesta coleção, tanto nas execuções anuais como nas infra-anuais: sobre-execução (ou suborçamentação) nos recursos fiscais e contributivos e subexecução (sobre-orçamentação) na receita de capital e nas “outras receitas correntes”, lê-se num relatório a que a Lusa teve acesso. Isto significa que a execução tende a exceder a previsão de receitas com impostos e contribuições sociais.

No relatório relativo à “Evolução Orçamental: janeiro a agosto de 2019”, em contabilidade pública, que tem em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa, os técnicos do parlamento indicam que, “até final do mês de agosto, a receita efetiva continuou a crescer a um nível inferior ao previsto no Orçamento do Estado para 2019 (OE/2019)”, pelo facto de o “desvio positivo” da receita fiscal e contributiva não compensar a execução abaixo do previsto da receita não fiscal e não contributiva, explica o relatório.

Por seu turno, as contribuições sociais cresceram 6,8% nos primeiros oito meses do ano, “quase o dobro do objetivo anual explicitado no OE/2019”. Já as despesas de capital – nas quais o investimento representa cerca de 80% – “registaram um crescimento homólogo inferior ao ritmo orçamentado para 2019, essencialmente na componente de investimento”.

A UTAO recorda que as despesas de capital aumentaram 9,1% até agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, abaixo do crescimento previsto no OE2019, de 30,9%.

No relatório, os técnicos do parlamento apontam ainda, “como riscos ascendentes para alcançar a meta do saldo global” das Administrações Públicas, “as habituais insuficiências na dotação inicial para aquisições de bens e serviços no Programa Orçamental (PO) da Saúde e na dotação inicial para despesas com pessoal no PO da Educação”.

Ou seja, o facto de serem inscritas nos orçamentos verbas que se manifestam inferiores às necessidades verificadas ao longo do ano. Já como risco descendente a UTAO aponta “a subexecução na despesa de investimento, igualmente uma característica recorrente nas execuções orçamentais”. Isto é, o facto de a despesa efetivamente executada ficar aquém da meta definida pelo Governo.

A análise da UTAO tem como fonte principal a Síntese de Execução Orçamental, publicada pela Direção-Geral do Orçamento no dia 26 de setembro de 2019, relativa às contas das Administrações Públicas para o período entre janeiro e agosto de 2019, na ótica da contabilidade pública.

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EDP Renováveis aumenta produção de eletricidade em 6% até setembro

  • Lusa
  • 15 Outubro 2019

Empresa liderada por Manso Neto beneficiou do reforço da capacidade instalada e do recurso eólico estável.

A EDP Renováveis aumentou em 6% a produção de eletricidade até setembro para os 21,9 Terawatt-hora) (TWh), beneficiando do reforço da capacidade instalada e recurso eólico estável, anunciou em comunicado a empresa liderada por Manso Neto.

No comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP Renováveis destaca que na Europa, apesar da desconsolidação de 997 megawatt (MW) em julho, a geração aumentou 4% face ao período homólogo, dado o superior recurso eólico. Também na América do Norte, a produção aumentou 4% para 12,1 TWh, refletindo a capacidade adicional em operação.

Já no Brasil, a produção disparou 50% nos primeiros nove meses do ano para 1,3 TWh, devido à adição de nova capacidade.

Até setembro, as operações na Europa, América do Norte e Brasil geraram 39%, 55% e 6% do total da produção.

No final do terceiro trimestre, a EDPR geria um portfólio de 10,8 gigawatt (GW) em 11 países: 4,5 GW na Europa (2,1 GW em Espanha, 1,2 GW em Portugal e 1,3 GW no resto da Europa), 5,8 GW na América do Norte e 0,5 GW no Brasil.

Ao longo do ano, a empresa liderada por Manso Neto construiu 344 MW, dos quais 145 MW na Europa (29 MW em Espanha, 47 MW em Portugal, 19 MW em França e 50 MW em Itália), e 199 MW nos EUA, relativo ao parque eólico Prairie Queen.

Em contrapartida, até setembro, a subsidiária do grupo EDP pôs em marcha o processo de alienação de ativos, tendo concluído a venda da sua participação num portfolio de 997 MW na Europa (348 MW em Espanha, 191 MW em Portugal, 388 MW em França e 71 MW na Bélgica, 491 MW líquidos para a EDPR).

“Em setembro de 2019 a variação líquida consolidada do portfólio da EDPR foi de -836 MW face a dezembro de 2018”, refere.

A Energias de Portugal, S.A. (EDP) é a maior acionista da EDP Renováveis, que tem sede em Madrid e está cotada na bolsa de Lisboa.

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Governo passa a ter quatro ministros de Estado. Siza Vieira sobe a número 2

António Costa já entregou a lista de ministros ao Presidente da República. A lógica face ao atual Governo é diferente do que se passou na legislatura que agora termina.

Pedro Siza Vieira vai manter a pasta da Economia mas ganha peso político no Governo de António Costa ao surgir como número 2 na hierarquia do Executivo. Costa promove quatro ministros a ministro de Estado. Além de Siza, Mário Centeno, Augusto Santos Silva e Mariana Vieira da Silva são ministros de Estado.

No Governo atual, Costa tinha optado por ser não ter ministros de Estado. Mas no próximo, optou por ter quatro. Pedro Siza Vieira, que será ministro da Economia e da Transição Digital, assume assim um peso político reforçado — participando no núcleo duro do Governo e assumindo a condução do Conselho de Ministros na ausência de Costa.

Siza Vieira começou por ser ministro Adjunto do primeiro-ministro, tendo acumulado depois esta função com a pasta da Economia. Passa de sétimo da hierarquia para número dois. Nesta legislatura é de novo promovido, passando à frente de Augusto Santos Silva, que será de novo ministro dos Negócios Estrangeiros e que, apesar de ser o número 2 na anterior legislatura, fica agora sem esse lugar.

No entanto, também sobe a ministro da Estado. Mário Centeno, que com os resultados nas finanças públicas que foram a principal bandeira do PS nas legislativas, deu a vitória aos socialistas, é agora promovido também a ministro de Estado.

Mariana Vieira da Silva, uma das pessoas de maior confiança do primeiro-ministro, mantém a pasta da Presidência, perdendo a Modernização Administrativa que se junta à Administração Pública para formar um ministério. Mas sobe a ministra da Estado.

(Notícia atualizada às 19h26 com mais informação)

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António Costa apresenta “Governo de continuidade”. Vai ser uma “legislatura muito exigente”

"Trata-se de um Governo coeso e de continuidade natural face ao governo que ainda está em funções", disse o primeiro-ministro à saída do encontro com o Presidente da Republica.

António Costa apresentou um Governo com 19 ministérios, com cinco caras novas. “Trata-se de um Governo coeso, de continuidade natural face ao Governo que ainda está em funções”, disse o primeiro-ministro à saída do encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Vai ser uma “legislatura muito exigente“, salientou.

“Trata-se de um Governo coeso, de continuidade naturalmente face ao Governo que ainda está em funções, e no qual procuramos reforçar o centro do Governo, tendo em conta que esta legislatura terá um período muito exigente em que teremos que acumular com as funções da presidência da Comissão Europeia”, começou por dizer António Costa aos jornalistas.

O Primeiro-Ministro salientou ainda o “reforço do centro do Governo com a criação de dois ministérios de natureza transversal” — o ministério do Planeamento e o ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública — “e a autonomização do ministério da Coesão Territorial”, salientando neste âmbito “o compromisso que todos temos de manter firme quanto à valorização do território e em particular dos territórios e baixa densidade”.

No quadro do novo Governo, António Costa fala em “continuidade da governação anterior”, mas “em melhor condições e mais reforçadas politicamente tendo em conta os resultados eleitorais”.

"Trata-se de um Governo coeso, de continuidade naturalmente face ao Governo que ainda está em funções, e no qual procuramos reforçar o centro do Governo, tendo em conta que esta legislatura terá um período muito exigente em que teremos que acumular com as funções da presidência da Comissão Europeia.”

António Costa

Primeiro-ministro

Perante os jornalistas, o Primeiro-Ministro destaca os quatro desafios estratégicos do programa do Governo e a sua distribuição por quatro ministros que “terão função de coordenação” desses temas. Nomeadamente, a Ação Climática no Ministro do Ambiente e Ação Climática; a Demografia na Ministra Estado e da Presidência; as Desigualdades na Ministra Estado e da Presidência; e a Transição Digital no Ministro Estado, da Economia e da Transição Digital.

“Creio por isso que estão criadas as condições para que concluído amanhã, desejavelmente, o processo de apuramento dos resultados, a Assembleia da República possa iniciar funções, e na próxima semana o Sr. Presidência da República possa dar a posse e nomear os ministros e toda a equipa governamental“. Neste contexto, António costa antecipa que a tomada de posse do novo Governo possa acontecer a 22 ou a 23 de outubro.

(Notícia atualizada às 19h35 com mais informação)

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Estes são os 19 ministros do novo Governo de Costa

O primeiro-ministro indigitado entregou esta terça-feira ao Presidente da República a lista dos novos ministros. Vai criar dois novos Ministérios e promover três secretários de Estado a ministros.

António Costa entregou esta terça-feira a Marcelo Rebelo de Sousa a lista dos novos ministros para o Governo. Muitos transitam do anterior Executivo, mas há algumas entradas e novidades na orgânica. António Costa dá ainda o estatuto de ministro de Estado a quatro ministros, entre eles estão Siza Vieira (que será o novo número dois do Governo), Mário Centeno, Augusto Santos Silva e Mariana Vieira da Silva.

O novo elenco é formado a partir dos resultados das eleições legislativas de 6 de outubro que deu a vitória ao PS mas sem maioria absoluta. Os socialistas garantiram já 106 deputados – falta conhecer os resultados da emigração que não garantem maioria no Parlamento. Depois de tentar uma geringonça alargada, António Costa decidiu avançar para um Governo minoritário, sem acordos de legislatura.

Entre as saídas do Governo estão, por exemplo, Vieira da Silva, do ministério do Trabalho e da Segurança Social, e Ana Paula Vitorino, ministra do Mar.

Entre as novidades, está a criação de dois novos Ministérios: o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, que será liderada por Alexandra Leitão, até agora secretária de Estado da Educação; e o Ministério da Coesão Territorial, que será liderado por Ana Abrunhosa.

A composição do Governo tem ainda mais uma cara nova, André Caldas, que foi chefe de gabinete de Mário Centeno no Ministério das Finanças até ao início deste ano.

Ana Mendes Godinho, até agora secretária de Estado do Turismo, também subirá na hierarquia do Governo e vai assumir a liderança do Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, até agora liderado por Vieira da Silva.

Esta é a lista dos novos ministros:

  • Primeiro-Ministro – António Costa;
  • Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital – Pedro Siza Vieira;
  • Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros – Augusto Santos Silva;
  • Ministra de Estado e da Presidência – Mariana Vieira da Silva;
  • Ministro de Estado e das Finanças – Mário Centeno;
  • Ministro da Defesa Nacional – João Gomes Cravinho;
  • Ministro da Administração Interna – Eduardo Cabrita;
  • Ministra da Justiça – Francisca Van Dunen;
  • Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública – Alexandra Leitão;
  • Ministro do Planeamento – Nelson de Souza;
  • Ministra da Cultura – Graça Fonseca;
  • Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – Manuel Heitor;
  • Ministro da Educação – Tiago Brandão Rodrigues;
  • Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social – Ana Mendes Godinho;
  • Ministra da Saúde – Marta Temido;
  • Ministro do Ambiente e da Ação Climática – João Pedro Matos Fernandes;
  • Ministro das Infraestruturas e da Habitação – Pedro Nuno Santos;
  • Ministra da Coesão Territorial – Ana Abrunhosa;
  • Ministra da Agricultura – Maria do Céu Albuquerque;
  • Ministro do Mar- Ricardo Serrão Santos;
  • Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares – Duarte Cordeiro;
  • Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro – Tiago Antunes;
  • Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros – André Moz Caldas.

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BE e PCP criticam ida de Pedro Mota Soares para Apritel. É “exemplo de porta giratória entre política e negócios”

Os partidos da esquerda estão a criticar a subida de Pedro Mota Soares à liderança da associação que representa Meo, Nos e Vodafone. É um "exemplo de portas giratórias" entre política e negócios.

Pedro Mota Soares, ex-ministro e ex-deputado do CDS-PP, foi escolhido para o cargo de secretário-geral da Apritel, a associação que representa as empresas de telecomunicações em Portugal, como Meo, Nos e Vodafone. No entanto, esta notícia, que surge três meses depois de Mota Soares ter deixado o Parlamento, está a causar polémica. Isto porque Mota Soares fez parte da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, onde se discutiu e legislou sobre temas de relevo para o mesmo setor que agora vai representar.

As primeiras reações formais à nomeação de Mota Soares surgiram da parte dos partidos da esquerda parlamentar, que há muito criticam políticos que transitam do Parlamento para empresas de setores com os quais se relacionaram. Num artigo publicado no portal oficial do Bloco de Esquerda (BE), o partido considerou que o caso de Mota Soares “é o mais recente exemplo das portas giratórias entre a política e os negócios”.

“Pedro Mota Soares foi este ano o n.º 2 da lista do CDS às eleições europeias, mas acabou por ficar de fora dos eleitos, dada a queda da votação no seu partido. Sem lugar nas listas do CDS para as legislativas, que já estavam fechadas na altura das eleições europeias, o resultado da campanha liderada por Nuno Melo ditou o seu afastamento da política”, lê-se na posição dos bloquistas.

Da parte do partido, reagiu também o deputado Jorge Costa. Partilhando o mesmo artigo, intitulado “Mota Soares vai liderar o lóbi das operadoras de telecomunicações”, acrescentou-lhe o comentário irónico: “Da importância de uma boa carta de recomendação. #portagiratória”. Num segundo comentário, minutos depois, Jorge Costa voltou ao ataque: “Continua o corrupio de ex-ministros e deputados centristas para o regaço das grandes empresas. A porta giratória do CDS só vai parar quando já não restar ninguém do lado de dentro do Caldas”, atirou.

Por sua vez, numa declaração enviada ao ECO, o gabinete de imprensa do Partido Comunista Português (PCP) considera que a escolha de Pedro Mota Soares para liderar a Apritel “é mais um exemplo da promiscuidade entre os principais responsáveis pela política de direita e os grupos económicos”.

Na mesma nota, fonte do PCP acrescenta que é “uma escolha que não pode ser desligada do papel que, ao longo de anos, quer o CDS-PP, quer o PSD e o PS, assumiram na privatização e liberalização de setores estratégicos, favorecendo o grande capital (sobretudo estrangeiro) e prejudicando o país”.

O ECO contactou ainda o deputado João Paulo Correia, do Partido Socialista (PS), que também fez parte da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas com Pedro Mota Soares. Por telefone, o deputado socialista considerou que Pedro Mota Soares “tem liberdade para escolher a sua vida profissional, desde que não colida com as incompatibilidades previstas na lei”. No entanto, não descartou a hipótese de se pronunciar sobre a passagem do Parlamento para a Apritel “quando vir alguma declaração pública do próprio em nome da associação”.

O ECO também tentou contactar o deputado Joel Sá, do PSD, que fez parte da mesma comissão parlamentar, mas que não quis comentar por estar a terminar o mandato.

Contactado, Pedro Mota Soares não quis reagir às críticas dos partidos da esquerda.

O que fez Pedro Mota Soares na AR?

Advogado, com 45 anos, Pedro Mota Soares fez parte da Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas da Assembleia da República (AR) na legislatura que agora termina. Hélder Amaral (CDS), presidente da comissão, foi simultaneamente quem no partido mais acompanhou as discussões relativas ao setor das telecomunicações. No entanto, os registos da AR consultados pelo ECO mostram que Pedro Mota Soares esteve envolvido no dossiê da avaliação aos nomes escolhidos pelo Governo para a administração da Anacom.

Em meados de 2017, o Governo envolveu-se numa polémica relativa à nomeação de três dos quatro nomes para o regulador das telecomunicações. Em causa, o de Margarida Sá Costa e de Dalila Teixeira, por terem estado ligadas à antiga Portugal Telecom, e Francisco Cal, por alegada falta de competências para o cargo.

A 14 de julho, pouco antes do chumbo destes três nomes na comissão, Pedro Mota Soares foi um dos deputados que apontaram para as dúvidas em relação à incompatibilidade das funções exercidas anteriormente por Margarida Sá Costa e Dalila Teixeira e os cargos na Anacom para os quais estavam a ser nomeadas.

Dirigindo-se a Pedro Marques, afirmou: “Lembro-me de um artigo muito recente que li sobre uma das personalidades que foi, por exemplo, secretária de Estado. E, nessa função, na altura com o senhor ministro da Administração Interna, António Costa, negociou e renegociou o contrato do SIRESP, depois saiu para trabalhadora da Portugal Telecom, que é um dos participantes nesse mesmo SIRESP com uma função muito especial e muito relevante e que agora, na Anacom, terá de se pronunciar sobre falhas da PT no âmbito do SIRESP, tendo ela própria participado nesse mesmo processo.”

Dito isto, pediu ao então ministro “garantias da isenção e independência” dos novos membros do regulador. “Isso é algo que nos preocupa. Percebi que preocupa muitos setores da sociedade portuguesa”, reiterou. O CDS acabou por votar favoravelmente aos pareceres que ditaram o chumbo dos três nomes, a 27 de julho de 2017. Deste dossiê, só escapou João Cadete de Matos, que saiu do Banco de Portugal para integrar o mais alto cargo na entidade reguladora das comunicações.

Mota Soares vai tentar “reforçar diálogo” no setor

Perante isto, Pedro Mota Soares está longe de ser desconhecido no setor das telecomunicações em Portugal. Na nota enviada à imprensa, o novo secretário-geral da Apritel mostra-se entusiasmado com o novo desafio profissional. E assume, desde logo, o papel “fundamental” de “reforçar o diálogo com todos os stakeholders do setor e elevar a associação ao patamar de interlocutor indispensável em todas as matérias relativas às comunicações eletrónicas”.

Já para a Apritel, Pedro Mota Soares vai ter pela frente o desafio de “criar valor, esclarecer os consumidores, promover as boas práticas regulatórias e apoiar a sustentabilidade” do setor.

É fundamental reforçar o diálogo com todos os stakeholders do setor e elevar a associação ao patamar de interlocutor indispensável em todas as matérias relativas às comunicações eletrónicas.

Pedro Mota Soares

Secretário-geral da Apritel e ex-deputado do CDS

Estas declarações devem ser vista à luz do atual contexto do setor. As empresas de telecomunicações têm mantido um braço de ferro com o regulador setorial, liderado por João Cadete de Matos, acusando-o de manter uma postura de confronto com as operadoras. Ainda esta terça-feira, Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal, sugeriu a demissão do presidente da Anacom, depois de ter anunciado que vai avançar para tribunal contra o calendário definido pela entidade reguladora para a libertação de uma faixa do espetro que vai ser usada para o 5G.

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Acordo entre FPF e TVI prevê transmissão de 22 jogos da Taça de Portugal

  • Lusa
  • 15 Outubro 2019

O acordo entre a federação Portuguesa de Futebol e a TVI prevê, assim, a emissão de 11 jogos de cada uma das duas épocas da Taça de Portugal.

A TVI e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciaram esta terça-feira ter chegado a acordo para a transmissão da Taça de Portugal, assegurando a emissão em sinal aberto de 22 dos jogos das épocas 2020/2021 e 2021/2022.

Segundo o comunicado das duas entidades, a TVI vai transmitir dois encontros das 3.ª, 4.ª, 5.ª e 6.ª eliminatórias — correspondendo a 5.ª aos oitavos de final e a 6.ª aos quartos de final –, além das duas partidas das meias finais e o jogo da final da Taça de Portugal. O acordo prevê, assim, a emissão de 11 jogos de cada uma das duas épocas da Taça de Portugal.

Acordada ficou também a transmissão da Supertaça Cândido de Oliveira em 2021 e 2022. Citado no comunicado, o presidente da FPF, Fernando Gomes, sublinhou que a “TVI oferece garantias de excecional qualidade do serviço prestado”, bem como “a possibilidade de milhões de portugueses poderem assistir a duas das principais provas do calendário desportivo nacional em canal aberto”.

Já o presidente executivo da Media Capital, Luís Cabral, salientou o “carinho especial” que os portugueses têm pela Taça de Portugal e que, com este acordo, terão a possibilidade de “apoiarem a sua equipa favorita”. O gestor aproveitou ainda para sublinhar que este acordo com a FPF “reforça a forte aposta da TVI no desporto-rei em Portugal”.

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Governo destinou 93% da dotação provisional até agosto, sobretudo com pessoal

  • Lusa
  • 15 Outubro 2019

O Governo destinou, até agosto, 93% da dotação provisional que tinha inscrito no OE para 2019 para fazer face a despesas imprevistas, nomeadamente com pessoal. Foram reafetados 307 milhões de euros.

O Governo destinou, até agosto, 93% da dotação provisional que tinha inscrito no Orçamento do Estado para 2019 para fazer face a despesas imprevistas, sobretudo com pessoal, indica a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

O montante de dotação provisional orçamentado para 2019 foi de 330 milhões de euros, sendo que, até agosto, foram reafetados 307 milhões de euros”, indicam os técnicos da UTAO num relatório a que a Lusa teve acesso.

O montante destinado até agosto corresponde a 93% do total previsto para o conjunto do ano para fazer face a gastos imprevistos, nomeadamente com despesas com pessoal.

No relatório relativo à “Evolução Orçamental: janeiro a agosto de 2019”, em contabilidade pública, que tem em conta o registo da entrada e saída de fluxos de caixa, a UTAO indica que a dotação provisional utilizada até agosto destinou-se, “essencialmente, para o reforço do Ministério da Educação para despesas com pessoal (230 milhões de euros) e para encargos com a medida de implementação progressiva de manuais gratuitos no ensino público (60 milhões de euros)”.

A dotação provisional corresponde a uma verba que é inscrita no orçamento de despesa do Ministério das Finanças e que se destina a fazer face a despesas imprevistas e inadiáveis.

A utilização das dotações iniciais aprovadas no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) depende de autorização do ministro das Finanças, uma centralização que “representa um instrumento de controlo da despesa”, recorda a UTAO.

No relatório, os técnicos do parlamento indicam também que, “até agosto de 2019, a taxa de crescimento das despesas com pessoal ficou acima do ritmo implícito no OE/2019 para o total do ano”, especificando que, no final dos primeiros oito meses do ano, o aumento situou-se em 4,8%, acima dos 2,1% previstos no OE2019.

A UTAO refere que os encargos com pessoal orçamentados para o conjunto do ano de 2019 ascendem a 21.039 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 429 milhões de euros, ou 2,1% em comparação com a Conta Geral do Estado de 2018.

Os técnicos adiantam que “os programas orçamentais que apresentaram os principais contributos para o elevado grau de execução na Administração Central face ao padrão de execução do período homólogo” são os relativos ao Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar (69,5%) e da Saúde (66,7%), “um traço estrutural das finanças públicas”, aponta.

A UTAO indica ainda que, “em ambos os programas orçamentais, são taxas de execução acima das registadas no período homólogo” e salienta que, no caso do programa orçamental relativo ao Ensino Básico e Secundário e Administração Escolar, “o orçamento inicial para despesas com pessoal em anos anteriores tem sido insuficiente para a despesa executada”.

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CGA perdeu quase 32 mil subscritores nos últimos três anos, alerta UTAO

  • Lusa
  • 15 Outubro 2019

A Caixa Geral de Aposentações perdeu 31,8 mil subscritores nos últimos três anos e o número de pensionistas estabilizou devido ao corte do fator de sustentabilidade, indica a UTAO.

A Caixa Geral de Aposentações (CGA) perdeu 31,8 mil subscritores nos últimos três anos e o número de pensionistas estabilizou devido ao corte do fator de sustentabilidade, que fez abrandar o ritmo de saídas do Estado, revela a UTAO.

“Entre agosto de 2016 e agosto de 2019, o número total de subscritores reduziu-se em 31.793, com taxas de variação homóloga de -2,1%, -2,3% e -2,5% referentes a agosto de 2017, 2018 e 2019, respetivamente”, indica a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) no relatório sobre a execução orçamental relativo aos primeiros oito meses deste ano.

A redução do número de subscritores, que em agosto totalizavam 435.837, “é natural”, explica a UTAO, pois a CGA é um sistema fechado a novas inscrições desde 2006, altura em que os novos trabalhadores da administração pública passaram a inscrever-se no regime da Segurança Social.

Porém, o ritmo de redução de subscritores da CGA nos três anos “é superior ao verificado em períodos homólogos, em contrapartida com a estabilização no número de pensionistas”.

Segundo a UTAO, o número de pensionistas da CGA, que em agosto ascendia a 642.689, tem registado “uma relativa estabilidade”, devido ao fator de sustentabilidade, que tem vindo a “atrasar a passagem de utentes ao estado de pensionista”.

O fator de sustentabilidade significa um corte de quase 15% no valor das reformas antecipadas, que pode acumular com uma redução de 0,5% por cada mês de antecipação face à idade ‘normal’ de aposentação.

“Com este enquadramento e sem variações assinaláveis no valor médio de pensão, a CGA necessitará de aumentos sucessivos de comparticipação financeira do OE [Orçamento do Estado] para fazer face aos seus compromissos”, afirmam os técnicos.

A CGA apresentou, até agosto, um saldo positivo de 147 milhões de euros, acima do registado no período homólogo, de 119 milhões de euros “e com sinal contrário” à previsão do Governo inscrita no OE2019, de um défice de 60 milhões de euros.

O crescimento da despesa com pensões e abonos foi ligeiramente abaixo do previsto, tendo atingido em agosto 6.199 milhões de euros, um aumento de 1,5% face ao ano anterior.

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