Forbes coloca Talkdesk na lista das 100 melhores empresas cloud do mundo

A portuguesa Talkdesk está no 66.º lugar na lista das 100 melhores empresas privadas na cloud do mundo, segundo a revista Forbes. A liderar a tabela estão a Stripe e a Snowflake.

É fundada por portugueses, tem o estatuto de unicórnio [empresas avaliadas em mais de 1.000 milhões de dólares] e está na lista das 100 melhores empresas mundiais de cloud 2019, segundo a revista Forbes. A Talkdesk, dedica-se ao desenvolvimento de soluções de software para call centers baseadas na cloud e ocupa a 66.ª posição, numa lista liderada pela Stripe.

Para o CEO da Talkdesk, Tiago Paiva, esta distinção é um motivo de orgulho e reconhecimento. “Este reconhecimento é a validação das nossas soluções cloud para contact center e da nossa liderança no mercado da experiência do consumidor,” sublinha o cofundador da empresa.

“Há quatro anos que classificamos as melhores e mais brilhantes empresas emergentes no setor da cloud,” declara Alex Konrad, editor do The Cloud 100 da Forbes. “Com tantas empresas a crescer tão rapidamente na cloud, desde a cibersegurança ao marketing ou à análise e armazenamento de dados, é mais difícil do que nunca fazer parte da lista Cloud 100″, refere.

Esta lista foi desenvolvida em parceria com a Bessener Venture Partners, um fundo de investimento norte-americano focado no setor tecnológico, e a Salesforce Ventures. O processo de análise envolveu a classificação das empresas tendo em conta quatro principais fatores: liderança de mercado (35%), avaliação estimada (30%), métricas operacionais (20%) e pessoas e cultura (15%), segundo um comunicado enviado esta quarta-feira.

A Stripe, empresa de pagamentos online, ocupa a primeira posição, seguida da Snowflake, startup de data warehousing baseada em nuvem e a UiPath, que está ligada à automação de processos robóticos.

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Ministério Público prepara-se para acusar Manuel Pinho de corrupção e branqueamento

  • ECO
  • 11 Setembro 2019

"O produto que resultou dos crimes em investigação para o arguido Manuel Pinho ascendeu ao montante global de pelo menos 4.562.527 euros", determina um dos autos do processo que envolve o ex-ministro.

Manuel Pinho será acusado pelo Ministério Público de um crime de prevaricação, dois crimes de corrupção passiva por ato ilícito, dois crimes de participação económica em negócio e um crime de branqueamento de capitais. Isto no âmbito do processo que decorre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), onde é arguido por suspeitas de ter recebido dinheiro para favorecer a EDP e o Grupo Espírito Santo.

O ex-ministro da Economia dirigiu-se ao DCIAP nesta terça-feira, mas não foi interrogado devido a uma questão técnica. Mas os procuradores que estariam encarregues de o fazer, Carlos Casimiro e Hugo Neto, já entregaram o conjunto de factos que poderão indicar práticas criminosas ao antigo governante e ao seu advogado, adianta o Expresso (acesso condicionado).

De acordo com o auto do interrogatório obtido pelo semanário, “o produto que resultou dos crimes em investigação para o arguido Manuel Pinho ascendeu ao montante global de pelo menos 4.562.527 euros“. Este montante agrega os valores recebidos, nomeadamente através da Espírito Santo Enterprises, e também na Universidade de Columbia, que era patrocinada pela EDP.

Para os procuradores, “o arguido agiu sempre de forma livre, voluntária e consciente”, sendo que “o ex-ministro conseguiu um enriquecimento ilegítimo”. Apontam ainda que Manuel Pinho terá responsabilidade por prejuízos aos consumidores de eletricidade, devido aos benefícios que alegadamente permitiu à EDP enquanto era ministro.

“Em resultado da prática de todos os factos imputados ao arguido Manuel Pinho, este terá causado aos cidadãos residentes em Portugal um prejuízo de 1,2 mil milhões de euros, bem como uma distorção da concorrência”, lê-se nos autos do processo. O valor inclui uma fatia correspondente aos CMEC (Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual), e outra que tem como base a extensão do domínio público hídrico à EDP sem concurso.

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ASF confirma: Quebra no ramo Vida trava progresso do mercado

  • ECO Seguros
  • 11 Setembro 2019

O mercado total de seguros estagnou no primeiro semestre do ano comparando igual período de 2018, confirmam os dados oficiais da ASF. Ramos Não vida e Ramo Vida evoluem em sentidos opostos.

O Relatório de Evolução da Atividade Seguradora relativo ao primeiro semestre deste ano, agora publicado pela ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, vem confirmar uma estagnação no progresso do mercado segurador em Portugal.

A causa para a paragem de crescimento está no Ramo Vida, apesar do crescimento dos PPR em 28%, e a maior responsabilidade parece estar na baixa das taxas de juro e as suas consequências para a rentabilidade dos produtos Vida, tornando-os menos atraentes. Por outro lado, esse fenómeno está a travar os resgates de produtos contratados em outro momento quando as taxas de juro eram mais elevadas.

Do Relatório da ASF destacam-se indicadores e comentários, importantes para descrever o momento atual do mercado. E que seguem:

  • No primeiro semestre de 2019, a produção global de seguro direto relativa à atividade em Portugal situou-se em 6,4 mil milhões de euros, um valor idêntico ao registado no período homólogo de 2018.
  • Os ramos Não Vida têm apresentado uma evolução positiva nos últimos anos (5,6%, 8,3%, 7,8% e 7,4% nos primeiros semestres de 2016, 2017, 2018 e 2019, respetivamente).
  • O ramo Vida, tipicamente mais volátil, registou um decréscimo de 4,4% (refira-se que em junho de 2018 havia apresentado um crescimento de 21,1%).
  • Em junho de 2019, o valor das carteiras de investimento das empresas de seguros sob supervisão prudencial da ASF totalizou 53 mil milhões de euros, representando um acréscimo de 5,6% face ao final do ano de 2018. No mesmo período, as provisões técnicas, cujo valor foi superior a 46,2 mil milhões de euros apresentaram um crescimento de 6,2%.
  • Os rácios de cobertura do Requisito de Capital de Solvência (SCR) e do Requisito de Capital Mínimo (MCR), em junho de 2019, situaram-se em 174% e 485%, refletindo diminuições de 6 e 28 pontos percentuais respetivamente, face ao final de 2018.
  • No primeiro semestre de 2019, o número de fundos de pensões sob gestão passou de 229 para 235, na sequência da constituição de sete fundos (dos quais quatro PPR) e extinção de apenas um fundo de pensões fechado.
  • As contribuições para os fundos de pensões apresentaram um acréscimo de 113,1%, face ao período homólogo do ano anterior, aproximando-se dos valores registados em junho de 2016 e 2017. Os benefícios pagos registaram um crescimento de 4,3%, consistente com a evolução dos últimos anos. Os montantes geridos registaram um crescimento de 5,7% em relação ao final do ano transato, totalizando 20,6 mil milhões de euros.

Vida desce 4,4%, Não vida cresce 7,4%, mercado total estagna

No primeiro semestre de 2019, a produção global do mercado de seguro direto relativa à atividade em Portugal manteve-se praticamente inalterada face ao período homólogo de 2018, situando-se acima dos 6,4 mil milhões de euros. Os ramos Não Vida apresentaram um crescimento de 7,4% ao contrário do ramo Vida que registou um decréscimo de 4,4% neste período.

Ainda assim o ramo Vida conta com 58,9% para a estrutura da carteira e Não Vida com os restantes 41,1%.

Os custos com sinistros de seguro direto apresentaram uma diminuição de 11,6% face ao semestre homólogo do ano anterior. Para este decréscimo foi determinante a diminuição observada no ramo Vida (-18%), uma vez que os custos com sinistros dos ramos Não Vida aumentaram 3,2%.

Ramo Vida: quebra no total apesar de crescimento de 28% nos PPR

A produção de seguro direto do ramo Vida diminuiu 4,4%, tendo sido relevante, para este decréscimo, a diminuição verificada nos seguros de vida não ligados a unidades de participação a fundos de investimento excluindo PPR, que viram o seu peso na carteira diminuir de 44% para 38,6%.

Os seguros de vida não ligados PPR evoluíram positivamente na ordem dos 21%.

No total do mercado, os Planos Poupança Reforma (PPR) registaram um acréscimo de 28% face ao período homólogo de 2018, aumentando o seu peso na estrutura do ramo Vida, representando cerca de 49% da produção total deste.

Os custos com sinistros de seguro direto do ramo Vida diminuíram 18% face a 2018. Esta evolução é, em parte, explicada pelo comportamento dos resgates que apresentaram uma diminuição de 7,7% face ao semestre homólogo, tendo representado 51,5% dos custos com sinistros do período em análise. Apesar da referida diminuição dos resgates, efetuando uma análise por modalidade, verifica-se que estes cresceram cerca de 15% nos seguros ligados a fundos de investimento.

Ramos Não Vida: Crescer acima do PIB e taxa de sinistralidade a baixar

No primeiro semestre de 2019, a produção dos ramos Não Vida do total do mercado ultrapassou 2 654 milhões de euros, cerca de mais 180 milhões que em igual período do ano anterior. De destacar o crescimento de 10,9% da modalidade Acidentes de Trabalho, cujo peso relativo na produção passou a ser de 17,3% no final do período.

A estrutura da carteira dos seguros dos ramos Não Vida não sofreu alterações significativas face ao período homólogo de 2018.

Os custos com sinistros de seguro direto do total do mercado apresentaram um acréscimo de 3,2%, tendo a modalidade Acidentes de Trabalho e os ramos Doença e Automóvel seguido a mesma tendência (crescimentos de 11%, 6,5% e 4,5% respetivamente).

Em contrapartida, o ramo Incêndio e Outros Danos registou um decréscimo de 15,7%.

Os principais ramos de seguros Não Vida apresentaram uma tendência de baixa na suas taxas de sinistralidade. O aumento de prémios recebidos mais que compensou, embora ligeiramente, um volume maior de indemnizações pagas aos segurados. No entanto, no Ramo Incêndio e outros Danos a sinistralidade baixou significativamente.

A produção de seguro direto de Acidentes de Trabalho apresentou, em junho de 2019, um crescimento de 10,9%, inferior ao verificado no mesmo período do ano anterior (14,2%). O rácio de sinistralidade manteve-se quase inalterado, situando-se em 80,1%.

A produção de seguro direto do ramo Doença apresentou um aumento de 7,3% face ao semestre homólogo do ano anterior. O rácio de sinistralidade diminuiu ligeiramente, situando-se em cerca de 65,7%.

No primeiro semestre de 2019, a produção de seguro direto do ramo Incêndio e Outros Danos cresceu 7,2% face ao período homólogo do ano anterior. Atendendo às diversas modalidades que compõem o ramo, torna-se conveniente analisar o impacto que algumas destas têm na variação global. Assim, em termos relativos, verifica-se que a maioria das modalidades apresentou um acréscimo nos prémios brutos emitidos, em particular as modalidades de Riscos Múltiplos (6,3%), que no conjunto detêm um peso no cômputo do ramo de 85,8%. O rácio de sinistralidade registou uma diminuição significativa face ao semestre homólogo anterior, situando-se em 39,7%.

Finalmente, o ramo Automóvel registou uma variação positiva de 6,9% dos prémios brutos emitidos de seguro direto. O rácio de sinistralidade diminuiu 1,7 pontos percentuais, situando-se em torno dos 72%.

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CGTP quer aumento salarial de 90 euros por trabalhador para 2020

  • Lusa
  • 11 Setembro 2019

A estrutura sindical liderada por Arménio Carlos quer que, no próximo ano, se registem aumentos salariais de 90 euros por trabalhador.

A CGTP reivindicou, esta quarta-feira, aumentos salariais de 90 euros por trabalhador para o próximo ano, como forma de melhorar as condições de vida dos trabalhadores, dinamizar a economia interna e valorizar as competências profissionais dos portugueses.

O referencial salarial é uma das prioridades da política reivindicativa da Intersindical para 2020, aprovada pelo Conselho Nacional na primeira reunião após o período de férias. Esta é a primeira vez que esta estrutura sindical apresenta um referencial salarial nominal, sem um referencial percentual.

Em setembro de 2018 e em setembro de 2017 a CGTP reivindicou aumentos salariais de 4% e um aumento mínimo de 40 euros por trabalhador.

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Henrique Monteiro: “As lideranças fortes são muitas vezes espirituais”

  • ECO + Tema Central
  • 11 Setembro 2019

Pode a inteligência artificial aspirar a desenvolver estas competências? Henrique Monteiro acha que não, mas não põe de lado que possam desenvolver outro sistema de valores e outra ética.

Três conceitos essenciais para levar uma organização ou um conjunto de pessoas a atingir um objetivo – a liderança, o management e o carisma – radicam em palavras de origem frísia, latina e grega que, em si mesmo, remetem para a espiritualidade e transcendência, não no sentido religioso, mas por não serem mesuráveis ou complemente descritíveis.

Os livros clássicos estão repletos de ensinamentos sobre isto. Pode a inteligência artificial aspirar a desenvolver estas competências? Henrique Monteiro acha que não, mas não põe de lado que possam desenvolver outro sistema de valores e outra ética, naturalmente diferente da que trouxe os humanos até ao ponto em que se encontram. O jornalista, escritor e conferencista vai, já no próximo dia 1 de outubro, pisar o palco do Casino Estoril para dar uma palestra sobre espiritualidade e liderança, na Leadership Summit Portugal.

Será um dos principais oradores da conferência e vai falar sobre liderança e espiritualidade. Sem revelar exatamente do que vai falar, pode adiantar-nos o que podemos esperar deste tema?

Seguramente, mais interrogações e hipóteses do que respostas cabais. Embora defenda claramente que as características essenciais à liderança dependem de fatores não mesuráveis, não objetivos ou mesmo metafísicos que nos remetem para transcendências. Abordo ainda a possibilidade de a inteligência artificial abarcar este tipo de fatores, ou se, pelo contrário, o seu desenvolvimento acabará por criar um novo código de valores e de referências que, muito ou pouco, serão diferentes das que temos por adquiridas.

"A nossa ignorância é infinita e o meu sentido de espiritualidade funda-se nessa humildade que advém do reconhecimento da ignorância e que se funda na recusa do relativismo, do igualitarismo, da engenharia social, do positivismo ou do racionalismo radical, de uma forma genérica.”

Os nossos líderes poderiam desempenhar melhor as suas funções se fizessem uma abordagem mais espiritual da realidade?

Se entendermos uma abordagem espiritual como sinónimo de virtudes clássicas, por certo que sim. Se a entendermos como conhecimento do que foi acumulado pela humanidade ao longo da História, seguramente sim. Mas se verificamos que algumas correntes políticas e de liderança se entendem, elas próprias, como quase-religiões, mais vale deixá-los quietos e longe de tais abordagens.

Identifica alguns líderes que sejam metáforas de uma liderança espiritual?

Claro. O mais evidente é Gandhi. Mas poderíamos falar de Mandela – no sentido em que ele perdoou aos seus carcereiros e, se errar é humano, perdoar é divino. Também há outros, mais do tipo de Bolsonaro que se entende como um defensor da espiritualidade (O Brasil acima de todos e Deus acima de tudo) e não passa de um vulgar populista de trazer por casa, embora perigoso. O facto de se falar muito ou pouco em matérias espirituais não é, seguramente, critério. Penso que Guterres ou Obama, têm essa faceta (embora não se escudassem nela), assim como os fundadores da UE ou De Gaulle e Kohl a tinham (embora também não brandissem essa qualidade). As lideranças fortes são muitas vezes espirituais. E é bom não esquecer que, como em tudo, os excessos são condenáveis. Era o Bispo Alves Martins, figura grada de Viseu (era lá a sua diocese) que foi durante algum tempo primeiro-ministro, dizia que a religião era como o sal: nem demais, nem de menos. Toda a espiritualidade deve ter em conta a necessária tolerância e desprendimento para poder ser vivida em pleno.

É religioso?

Não no sentido corrente do termo, ou seja, não sou membro de qualquer Igreja, por muito que as respeite e saiba como elas impactam a nossa formação. Sou religioso no sentido etimológico da palavra: que é escrúpulo. E sim, sou escrupuloso, cumpro e pago religiosamente o que devo. E sou crente.

Qual a razão desta sua ligação ao tema da espiritualidade?

Penso que tem a ver com o sentido que dou à vida. Também sou espirituoso e gosto de bebidas espirituosas… As coisas colocadas de modo simples podem levar outros a pensar que sou um beato, ou um beto, ou qualquer coisa que não sou. Mas, se o ser humano é dotado de razão, também o é de emoção e de sensações e de aspetos que não sabe explicar, que o transcendem a ele e à humanidade. A nossa ignorância é infinita e o meu sentido de espiritualidade funda-se nessa humildade que advém do reconhecimento da ignorância e que se funda na recusa do relativismo, do igualitarismo, da engenharia social, do positivismo ou do racionalismo radical, de uma forma genérica. Digamos que é uma ligação platónica.

Como definiria espiritualidade?

Espírito, vem do latim spiritu e significa, em primeiro lugar, sopro. Em grego diz-se pneuma, que nos deu a excelente palavra pneumático. As pessoas podem achar que é pouco, mas é essa corrente de ar que passa entre os seres. O aroma das flores era considerado o seu spiritu ou pneuma. Nós, hoje, sabemos por que razão as flores têm um cheiro próprio e as composições químicas e partículas que no ar se conjugam para nos dar essa sensação. Mas não sabemos explicar muita coisa essencial da vida. Desde logo o amor, a paixão que nos vem do espírito; o medo da morte, a esperança, sempre a esperança, última a morrer, tudo o que ficou da caixa (era um jarro, no mito original) de Pandora. É esse sopro, a intuição, o atavismo, o que leva alguém a sacrificar-se por outro, ou um bebé a agarrar-se à mãe… Claro, que quem pensa tudo saber tem explicações para isto. Mas se as aprofundarmos, vemos que são explicações, na maioria tautológicas – ou seja descrevem o fenómeno, mas não as suas causas.

O facto de o nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ser um homem muito religioso tem contribuído para ser um dos Presidentes da História do nosso país com maior reconhecimento popular?

Tem mais que ver com o facto de ele ter tido anos de “missa” na televisão. E de ser simpático, mas lá está a simpatia (sympátheia, em grego, ou participação no sofrimento ou em quaisquer sensações de outrem, que é o que Marcelo faz) é do domínio do espírito. Do mesmo modo que sempre que digo que sou crente, pensam que sou católico, sempre que falo em espiritualidade, remete-se para a religião. O espírito das Luzes, ou o espírito da Liberdade não são espíritos religiosos, são civis. A simpatia (reparem que o prefixo sin em palavras que vêm do grego querem sempre dizer junção, como em sincretismo, sinfonia, sintético) requer que uma junção de pathos, que começa em grego por significar paixão e sofrimento (que aliás são na raiz a mesma palavra, repare-se como a Paixão de Cristo é o seu sofrimento e como isso em português deu Senhor dos Passos, ou Senhor da Passionis). Mas digamos que além do Pathos, Marcelo tem um Ethos interessante.

As lideranças fortes são muitas vezes espirituais. E é bom não esquecer que, como em tudo, os excessos são condenáveis.

A ideia de representatividade política pode ter na sua génese alguma nuance de espiritualidade? Refiro-me ao sentido existencial da representação, assim entendida por Eric Voegelin.

Bem, não conheço bem a obra de Voegelin, mas salvo erro ele considerava o comunismo e o fascismo como espécie de religiões. Nesse aspeto, não deixa de ter razão. Veja-se o comunismo em comparação com o judaísmo ou cristianismo. Um povo eleito – o proletariado; uma terra prometida, a sociedade sem classes; um homem sem pecado, o homem novo; uma igreja, o partido; uma Bíblia – livros que explicam tudo, como as obras completas de Marx e Lenine; santos, como Lenine Marx e Engels, mártires, etc. Talvez por Marx ser judeu, muito do que há no judaísmo anda por lá. O nazismo tem também estas características – partido, homem novo, império de mil anos, povo eleito (o ariano). Enfim, na essência eles representam uma parte que é substancial na religião: o necessário sacrifício atual para um futuro radioso, um paraíso, um éden. Por isso, defendo que a política, quando começa a falar muito de moral, deve calar-se. Não só por causa dos telhados de vidro, mas também porque as ideias de ética coletiva são, no geral, de evitar ou mesmo de fugir.

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Fidelidade quer 80 milhões pela sede no Calhariz. E fica como inquilina

Um dos cinco imóveis que a Fidelidade está a tentar vender é a sede do Calhariz, no Chiado. Contudo, se a venda acontecer, a seguradora vai lá continuar como arrendatária.

Apesar de estar à procura de comprador para a sede no Calhariz — e para outros quatro imóveis — a Fidelidade não pretende abandonar o edifício, pelo menos durante quatro ou cinco anos. O objetivo da seguradora é alienar o imóvel por um preço mínimo de 80 milhões de euros, e continuar como arrendatária até se mudar definitivamente para os antigos terrenos da Feira Popular, comprados no final do ano passado por 273,9 milhões de euros.

O edifício cor-de-rosa no número 30 do Largo Calhariz, no Chiado, em Lisboa, com 19.835 metros quadrados acima do solo, está no mercado à procura de um novo dono. É uma das sedes que a Fidelidade tem, dado que tem vários serviços dispersos pela capital. A ideia é, então, vendê-lo, mas através de uma operação de sale & leaseback, ou seja, continuar com arrendatária, sabe o ECO.

Fidelidade, Calhariz

O imóvel tem potencial uso turístico, para escritórios, residencial e até retalho, refere o prospeto a que o ECO teve acesso. Além da própria Fidelidade, há ainda a Caixa Geral de Depósitos como inquilino. Dado o valor do metro quadrado naquela zona, que ronda os 4.000 euros, as propostas mínimas deverão rondar os 80 milhões de euros, de acordo com estimativas de fontes do mercado.

Este é um dos cinco imóveis que a seguradora tem à venda neste momento, num portefólio chamado ARYA, e que pretende alienar até ao final do ano por cerca de 130 milhões de euros.

À sede do Calhariz juntam-se o Terminal K, em Santa Apolónia (6.630 metros quadrados e potencial uso hoteleiro), o Marechal Saldanha (2.334 metros quadrados), o Malhoa 13 (com 5.924 metros quadrados, na Praça de Espanha) e a Galeria de Paris (com 12.882 metros quadrados, no Porto, próximo à Torre dos Clérigos). Contudo, o negócio apenas acontecerá se as propostas recebidas forem aliciantes.

Em dezembro do ano passado, a seguradora adquiriu os antigos terrenos da Feira Popular, em Entrecampos, por 273,9 milhões de euros, um valor bastante superior ao que estava a ser pedido. Naquele espaço, que conta com um projeto inicial definido pela Câmara de Lisboa, vão nascer espaços de comércio, habitação, parques de estacionamento e zonas verdes. Será também aqui que vai ser construída a nova sede da Fidelidade.

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Calçado português vai a Milão “bater o pé” à concorrência italiana

  • Lusa
  • 11 Setembro 2019

Em 2018, as exportações portuguesas de calçado para Itália somaram 54 milhões de euros, superando os 50 milhões de euros de importações. Conhecida feira de acessórios arranca domingo.

O calçado português promete “bater o pé” ao italiano na maior feira internacional do setor, que arranca domingo em Milão, Itália, afirmando-se decidido a reforçar o recente saldo comercial positivo com o maior produtor europeu de calçado.

Segundo adiantou à agência Lusa fonte da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) — que organiza a participação portuguesa na feira Micam –, em 2018, as exportações portuguesas de calçado para Itália somaram 54 milhões de euros, superando os 50 milhões de euros de importações feitas aquele país.

“A balança comercial favorece, assim, o nosso país”, destaca a associação, recordando que esta é, contudo, uma realidade recente, que “começou a alterar-se nos últimos anos”, traduzindo-se num aumento de 64% desde 2010 das exportações portuguesas de calçado para Itália, enquanto as importações cresceram apenas 14%.

Na 88.ª edição da Micam e da Mipel (feira de acessórios), que decorre de domingo a quarta-feira em Milão, Portugal promete apresentar-se “em força”, com uma comitiva de 81 empresas responsáveis por mais de oito mil postos de trabalho e cerca de 550 milhões de euros de exportação.

Segundo refere a APICCAPS, a presença portuguesa na Micam insere-se na estratégia promocional definida pela associação e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), com o apoio do Programa Compete 2020, com vista a “consolidar a posição relativa do calçado português nos mercados externos”.

“A promoção comercial externa é a primeira das prioridades para a indústria portuguesa de calçado, que coloca no exterior mais de 95% da sua produção”, sustenta a associação, recordando que “sensivelmente 180 empresas da fileira do calçado estão a participar, desde o início do ano, num megaprograma de promoção à escala internacional” que prevê a presença “em mais de 60 dos mais prestigiados fóruns internacionais da especialidade”.

Considerando “da maior importância” a presença nacional “na maior e mais prestigiada feira de calçado do mundo”, estarão, ao todo, em Milão mais de 1.400 expositores de aproximadamente 50 países, sendo esperados mais de 40 mil visitantes profissionais e voltando Portugal a destacar-se como “a segunda maior delegação estrangeira na feira, apenas superado pela Espanha”.

Nesta edição da Micam a principal novidade é a criação da área “Players District”, que reunirá no pavilhão sete propostas de calçado desportivo sob o mote Where outdoor and sportsshoes come into play e cujo objetivo é “acrescentar mais uma tipologia de calçado à oferta de produtos da feira”, respondendo à crescente procura neste segmento.

Em 2018 as exportações da indústria portuguesa de calçado aumentaram 1,54% (para 84 milhões de pares), mas recuaram 2,65% em valor (para 1.904 milhões de euros), interrompendo um ciclo de oito anos consecutivos de crescimento.

Segundo a APICCAPS, o abrandamento das principais economias mundiais, para onde a indústria portuguesa de calçado exporta mais de 95% da sua produção, “terá afetado o setor e contribuído para o desempenho final”, mas o desempenho da última década evidencia um crescimento acumulado de 47% das exportações de calçado português.

O ano 2019 foi apontado pelo setor como “um ano de afirmação nos mercados externos”, durante o qual pretende investir, com o apoio do Programa Compete, mais de 18 milhões de euros em atividades promocionais no âmbito das “grandes prioridades” de “aumentar as vendas no exterior, diversificar os mercados de destino e o leque de empresas exportadoras”.

Neste contexto, a APICCAPS tem vindo a destacar a importância do aprofundamento da estratégia de diversificação de mercados que vem desenvolvendo há alguns anos no sentido de diminuir a dependência do setor dos mercados europeus, para onde canaliza atualmente cerca de 85% das vendas, mas cujo peso quer reduzir para 80% dentro de “três ou quatro anos”. Com mais de 39.600 trabalhadores no final de 2018, a indústria portuguesa de calçado exporta para 163 países dos cinco continentes e chegou, na última década, a 43 novos mercados.

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Banca leva Europa a máximos de julho. Lisboa sobe

A China decidiu eliminar algumas tarifas sobre produtos dos EUA, o que aliviou as tensões comerciais e ajudou as ações europeias. Antes da reunião do BCE, a banca subiu, mas o BCP caiu.

As bolsas europeias recuperaram para máximos de dois meses, isto depois de a China ter eliminado uma série de impostos sobre importações de produtos norte-americanos. A medida aliviou as tensões comerciais na véspera de uma importante reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que poderá resultar numa descida das taxas de juro, o que puxou pelas ações das empresas europeias.

O Stoxx 600 avançou 0,77%, fechando no nível mais elevado desde 29 de julho, e mesmo o índice europeu do setor bancário ganhou 0,41%, apesar das expectativas dos investidores em torno do corte nos juros pelo BCE. A expectativa dos investidores é de que mesmo que Mario Draghi corte juros, nomeadamente a taxa de depósitos, apresente uma contrapartida para o setor, procurando mitigar o efeito nas margens do negócio bancário.

Enquanto isso, o britânico FTSE ganhou 1%, num dia marcado pela oferta inesperada de compra da gestora da Bolsa de Londres por parte da gestora da Bolsa de Hong Kong, um negócio avaliado em 36,6 mil milhões de dólares.

Se a banca brilhou na Europa, o mesmo não aconteceu no mercado nacional, com o BCP a ceder 1,61% para 20,23 cêntimos. Esta queda não impediu, contudo, a praça portuguesa de avançar 0,22%, para 5.005,8 pontos, beneficiando do desempenho positivo da EDP Renováveis. A empresa de “energia limpa” valorizou 2,63%, para 10,16 euros, mas não foi a única a puxar pela praça nacional. Os CTT viram o preço da ação da empresa subir 2,29%, enquanto a retalhista Jerónimo Martins ganhou 1,32%.

Em sentido inverso, destaque negativo para as ações da Galp Energia e da EDP, que impediram um maior brilho na bolsa de Lisboa. Estes dois “pesos pesados” desvalorizaram, respetivamente, 1,35% e 1,01% na sessão desta quarta-feira.

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Quando chamar um Bolt dá direito a troca de livros

Os utilizadores deixam um livro no carro durante a viagem e, no final do trajeto, levam consigo outro.

Durante o mês de setembro, os automóveis da Bolt (antiga Taxify) vão transformar-se numa espécie de biblioteca ambulante. Nesta campanha de troca de livros dentro dos carros, a única regra é “entrar com um livro e terminar a viagem com outro”, lê-se em comunicado.

Para participar nesta troca, os utilizadores apenas precisam recorrer à app para chamar um Bolt e entrar no automóvel com um livro na mão. Durante a viagem, depositam o livro numa caixa destinada para o efeito e escolhem o livro que vão levar consigo. “Será possível trocar livros de qualquer género (…) do drama ao terror, do romance à fantasia”, explica a empresa.

“No mês em que muitos regressam à rotina agitada, a Bolt pretende proporcionar um momento de pausa e de partilha entre utilizadores, bem como incentivar o bichinho da leitura, independentemente de o destino da viagem ser o escritório, a praia ou a escola”, refere David Ferreira da Silva, responsável pela Bolt em Portugal, citado em comunicado.

Para iniciar a campanha, a Cabine de Leitura da Praça de Londres doou os primeiros livros disponíveis nos carros da Bolt. No final, os livros que não forem levados pelos utilizadores serão, novamente, doados à Cabine.

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Corretora familiar francesa comprada pela Verlingue

  • ECO Seguros
  • 11 Setembro 2019

É uma concentração entre empresas familiares especialistas em transporte marítimo, a Verlinge do grupo Adelaide comprou a Eyssautier corretora com estatuto de broker na Lloyd's.

O broker de seguros francês Eyssautier, fundado em 1935 e gerido pela mesma família há três gerações, foi adquirido pela consultora francesa de seguros Verlingue, que pertence ao grupo Adelaïde, liderada por Jacques Verlinge e que em 2018 negociou 2,6 mil milhões de euros em prémios, através de 1900 colaboradores para 1,9 milhões de segurados.

Este negócio permitirá à Verlingue reforçar as suas competências na área dos transportes marítimos. Com escritórios em Paris, Marselha e Londres, a Eyssautier está presente em 10 países, com mais de metade dos clientes em França e Suíça. O broker continuará a ser gerido pela equipa executiva que está à frente do negócio.

Citado na imprensa especializada no sector marítimo, Jacques Verlingue, chairman da Verlingue e do grupo Adelaïde, considerou que esta aquisição “está integrada no plano estratégico para 2022 e ilustra as ambições do grupo em França e no estrangeiro”.

A Verlingue tem 1100 colaboradores e quer duplicar a sua dimensão a cada cinco anos. O grupo Adelaïde, holding familiar com 85 anos, é especializado no aconselhamento, distribuição e serviços de seguros.

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Valor das rendas de estudantes sobe em Lisboa para 399 euros. No Porto aumenta para 299 euros

  • Lusa
  • 11 Setembro 2019

Na capital, o preço das rendas subiu para 399,56 euros, enquanto na invicta escalou para 299,16 euros. As cidades registaram, respetivamente, subidas de 7,6% e de 5,6%.

O valor médio de arrendamento para estudantes universitários aumentou, tanto em Lisboa como no Porto. Na capital, o preço subiu para os 399,56 euros, enquanto na invicta escalou para os 299,16 euros, verificando-se subidas de 7,6% e de 5,6%, respetivamente, em comparação a 2018.

De acordo com dados da Uniplaces — apurados até agosto, mês que antecipa o regresso às aulas –, as zonas mais procuradas pelos estudantes universitários de Lisboa são Arroios, Alameda e Entrecampos. Na cidade do Porto, por sua vez, destacam-se Paranhos, Cedofeita e Bonfim.

Como zona mais procurada na cidade de Lisboa, “por estudantes portugueses e de outras nacionalidades”, Arroios registou um valor médio da renda de quarto privado em casa partilhada de 379,31 euros, o que representa um aumento de 6,8% face a 2018. “Seguem-se Alameda e Entrecampos, com rendas médias de 416,1 e 422,9 euros, respetivamente”, avançou a plataforma de arrendamento a universitários, indicando que as zonas de Lisboa menos procuradas são Alcântara, Sete Rios e São Sebastião, com uma renda média mais elevada no valor de 416,54 euros.

Na cidade do Porto, Paranhos foi a zona mais procurada pelos estudantes nacionais e internacionais, registando “uma renda média de 296,57 euros, valor que sofreu um aumento de 4% face ao ano anterior”. Depois de Paranhos, Cedofeita e Bonfim são as zonas onde a procura é mais elevada, com “uma renda média de 311 e 312 euros, respetivamente”. Ainda na cidade invicta, a zona de Rio Tinto surge como a “mais cara para se estudar, com uma renda média de 338,94 euros”, apurou a Uniplaces.

Destacando o crescimento do número de estudantes internacionais, a representante da Uniplaces em Portugal, Carolina Almeida, afirma que é “muito importante a continuação da aposta no mercado de alojamento para estudantes, para que o leque de opções aumente e se torne mais diversificado para quem procura casa ou quarto para arrendar”.

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Taxa máxima dos cartões de crédito vai descer para 15,7% no último trimestre do ano

A taxa máxima que os bancos podem cobrar nos cartões de crédito vai baixar para 15,7% no último trimestre do ano. Juros no crédito automóvel também descem, tanto para novos como usados.

A taxa máxima que os bancos podem cobrar aos clientes nos cartões de crédito vai recuar no último trimestre do ano. De acordo com o Banco de Portugal, de outubro a dezembro, a taxa máxima estará fixada nos 15,7%. No crédito automóvel, a taxa também vai baixar. Só no crédito pessoal com finalidade para a educação, saúde, energias renováveis e locação financeira é que a taxa máxima a cobrar pelos bancos vai subir.

Nos últimos três meses do ano, a taxa máxima dos cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidade de descoberto vai recuar 0,4 pontos percentuais (p.p) de 16,1% para 15,7%. No terceiro trimestre tinha ficado no mesmo nível dos três meses anteriores, isto depois do agravamento sentido no arranque do ano (para 16,6%) face aos 15,3% registados no último trimestre do ano passado.

No mesmo sentido, no crédito automóvel as taxas máximas também vão baixar, tanto para viaturas novas como para viaturas usadas. No caso do crédito com reserva de propriedade para carros novos, a taxa vai diminuir para 9,5%, o que representa um recuo de 0,1 p.p; E no caso do crédito com reserva de propriedade para carros usados, a taxa estará fixada nos 12,3%, o que equivale a um recuo também de 0,1 p.p. Na locação financeira ou ALD para automóveis novos, a taxa máxima passa de 4,7% para 4,5% e, na locação financeira ou ALD para automóveis usados, a taxa máxima recua de 6% para 5,9%.

A quebrar esta tendência, está a taxa máxima aplicável ao crédito ao consumo (educação, saúde, energia renováveis e locação financeira de equipamentos), que vai sofrer uma ligeira subida, passando de 6,2% no terceiro trimestre para 6,5% no quarto e último trimestre do ano. No crédito ao consumo para outros fins, a taxa desce duas décimas para 13,4%.

Foi para combater práticas de usura que o Banco de Portugal passou a estabelecer as taxas de juro máxima aplicáveis aos contratos de crédito ao consumo. “Estas taxas máximas são determinadas com base nas Taxas Anuais de Encargos Efetivas Globais (TAEG) médias praticadas no mercado pelas instituições de crédito no trimestre anterior, acrescidas de um quarto, não podendo exceder a TAEG média da totalidade dos contratos de crédito aos consumidores acrescida de 50%”.

(Notícia atualizada às 16h27)

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