Presidente da ANMP defende regionalização como resultado de processo esclarecedor

  • Lusa
  • 10 Setembro 2019

“Portugal, creio, é o único país da União Europeia que não tem regiões administrativas governadas democraticamente”, enfatizou presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses.

O presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado, defendeu a regionalização como resultado de um processo que “deve ser negocial e esclarecedor”.

Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião do conselho diretivo da ANMP, Manuel Machado afirmou que a regionalização “é manifestamente necessária para que haja um governo democrático dos territórios” que correspondem às atuais cinco regiões plano: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

“Portugal, creio, é o único país da União Europeia que não tem regiões administrativas governadas democraticamente”, enfatizou, na sede da associação, em Coimbra, para insistir na necessidade de “uma efetiva regionalização e de um modelo lógico de desenvolvimento do país”.

Neste contexto, o presidente da ANMP considerou que o relatório da Comissão Independente para a Descentralização, analisado na reunião de esta terça-feira, “é um documento muito sério, fundamentado e sustentado”.

Trata-se de “um trabalho que merece uma profunda reflexão” e a partir do qual passa a ser “altura de se abrir o processo da regionalização”.

“Não é um tabu, é um processo para a modernização da Administração Pública em Portugal”, promovendo o “exercício democrático” do poder pelos futuros governos regionais.

Para o socialista Manuel Machado, o referendo para validar esta reforma política “deve ser encarado de forma positiva, para que a regionalização se efetive”.

O também presidente da Câmara de Coimbra disse, por outro lado, que “o processo de descentralização continua em desenvolvimento”.

“No entanto, não tem tido a celeridade que nós apreciaríamos”, para que a transferência de competências para as autarquias e entidades intermunicipais se concretize “na sua plenitude” até 01 de janeiro de 2021.

Ainda nesta área, outros dos pontos discutidos na reunião do conselho diretivo da ANMP foi o projeto de diploma setorial sobre a futura descentralização de competências no domínio da ação social.

“Importa consolidar este processo com os ajustamentos que se mostrem necessário”, segundo Manuel Machado.

A ANMP entende que “só terá condições” para emitir parecer favorável ao documento “quando e desde que o Governo clarifique as dúvidas relativas ao diploma setorial e a cada uma das portarias que o integram”.

“Um parecer favorável ao diploma setorial dependerá, sempre e em absoluto, de uma apreciação positiva de todas as quatro portarias que regulamentam o referido diploma”, salientou.

Manuel Machado anunciou ainda que o XXIV Congresso da ANMP vai realizar-se em Vila Real, nos dias 29 e 30 de novembro.

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Sabe quanto valem as 100 empresas mais valiosas no mundo? 21 biliões de dólares

  • ECO
  • 10 Setembro 2019

Setor tecnológico lidera a capitalização em bolsa. Microsoft ultrapassa Apple ao fim de sete anos. Mas, empresas das áreas da saúde, serviços ao consumidor e telecomunicações ganham balanço.

As 100 empresas mais valiosas do mundo atingiram uma capitalização bolsista de 21,1 biliões de dólares (cerca de 19,1 biliões de euros) no primeiro trimestre deste ano. No topo do ranking estão a Microsoft, Apple e Amazon, revela um relatório da PwC de julho, com dados referentes a 31 de março.

Este valor representa um acréscimo de 5% relativamente ao ano anterior, de acordo com o relatório da consultora. No entanto, a PwC alerta que este crescimento é inferior ao registado no ano passado, quando a valorização em bolsa cresceu 15%, revelando, por isso, “condições de mercado mais incertas e complicadas”.

Entre as 100 empresas mais valiosas em bolsa, 54 estão sediadas nos Estados Unidos e, no seu conjunto, representam cerca de 63% da fatia global.

No pódio está a Microsoft (avaliada a 31 de março em 819,7 mil milhões de euros), seguida da Apple (811,6 mil milhões de euros) e da Amazon (792,5 mil milhões de euros). Segundo os dados da PwC, é a primeira vez em sete anos de hegemonia que a Microsoft ultrapassa a Apple.

Na quarta posição está a Alphabet, dona da Google (avaliada em 740 mil milhões de euros), seguida pela Berkshire Hathaway (447,4 mil milhões), do Facebook (431,1 mil milhões), da Alibaba (427,5 mil milhões), Tencent (396,7 mil milhões) e da Johnson & Johnson (336,9 mil milhões). Nesta lista há oito novas empresas, de países como a Arábia Saudita e Índia.

O setor tecnológico continua a dominar o topo do ranking, juntamente com o comércio eletrónico. No entanto, a área da saúde, serviços ao consumidor e o setor das telecomunicações apresentaram um maior crescimento (15%), quando comparadas com os 6% a mais do setor tecnológico. Por outro lado, o setor financeiro obteve um declínio de 3% no mercado de capitais.

China e Estados Unidos dominam o mercado de unicórnios, isto é, empresas de capital fechado avaliadas em mais de mil milhões de dólares, sendo que quase metade do total eram norte-americanas (48%) e 31% chinesas. Entre as empresas fundadas por portugueses com estatuto de unicórnio está a Outsystems , Farfetch e a Talkdesk.

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Seguradoras dos Emirados Árabes crescem em lucros e prémios

  • ECO Seguros
  • 10 Setembro 2019

O primeiro semestre trouxe bom desempenho no emergente centro financeiro do médio oriente. O mercado ainda é reduzido mas está em rápida expansão.

Nos primeiros seis meses do ano as seguradoras dos Emirados Árabes Unidos (EAU) aumentaram os seus lucros em 2% e o volume de prémios emitidos em 9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os lucros no primeiro semestre atingiram ultrapassaram os 1000 milhões de dirhams e os prémios emitidos totalizaram 13,7 mil milhões (3,8 mil milhões de euros), revela um relatório da Bradi Management Consultancy, citado na imprensa do Médio Oriente.

As cinco maiores seguradoras foram responsáveis por oito mil milhões de Dhr emprémios, significando 58% de quota conjunta de mercado, e o relatório revela que, das 29 companhias analisadas 21 registaram um aumento de prémios emitidos em relação ao mesmo período do ano anterior.

No topo da lista estão a Orient, Oman Insurance e a Salama e Adnic, tendo esta última registado um crescimento homólogo de 132% relativamente ao primeiro semestre de 2018.

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Elisa Ferreira: Reações da direita à esquerda, passando pelas ilhas

  • Lusa e ECO
  • 10 Setembro 2019

Entre a "honra" de ter uma comissária com a pasta dos fundos, às críticas pelo facto de até países menores terem conseguido vice-presidências, à "mulher certa no lugar certo", reações multiplicam-se.

Elisa Ferreira, comissária designada por Portugal para o futuro executivo comunitário, foi nomeada responsável pelos fundos de coesão, reformas estruturais e pela implementação do futuro instrumento orçamental para a zona euro, segundo revelou esta terça-feira a presidente eleita da Comissão Europeia.

Na “carta de missão” entregue por Von der Leyen à ex-ministra portuguesa, é detalhado que “a sua tarefa nos próximos cinco anos é assegurar que a Europa investe e apoia as regiões e as pessoas mais afetadas pela transição digital e pela transição climática, sem deixar ninguém para trás”. A nível de política de coesão, a missiva aponta ainda que a comissária designada “deve trabalhar com os colegisladores em busca de um acordo sobre o quadro legislativo para os Fundos de Coesão no próximo orçamento plurianual” (2021-2027).

“A futura política deve ser moderna, de simples utilização, e levar a um investimento com mais qualidade. Um acordo rápido é essencial para assegurar que os programas estão prontos desde o primeiro dia”, pede Leyen, acrescentando que Elisa Ferreira deve também apoiar “as regiões e as autoridades de gestão a preparar os seus programas, em linha com as suas necessidades específicas e objetivos globais da Europa”.

Conhecida a “carta de missão” entregue à comissária europeia portuguesa, tempo de olhar para as diferentes reações que a pasta escolhida para Elisa Ferreira suscitou no país, a começar pela própria Elisa Ferreira.

Elisa & António

“É com muita satisfação, e consciente da elevada responsabilidade que me é confiada, que exercerei o pelouro que me foi atribuído para os próximos cinco anos, caso venha, como espero, a ser confirmada no cargo para que fui indigitada”, referiu a comissária designada em nota enviada à agência Lusa.

Para Elisa Ferreira, “investimento, desenvolvimento económico, coesão territorial, convergência económica e social no quadro da União Económica e Monetária e transição energética são áreas prioritárias da Comissão Europeia”, nas quais disse ir colocar toda a “determinação, energia e experiência” adquirida ao longo da sua carreira profissional. “Nunca, como hoje, a União Europeia (UE) precisou tanto do empenhamento de todos contra as tendências desagregadoras que a ameaçam”, afirmou.

Já do lado do primeiro-ministro, que à imagem de Elisa Ferreira já conhecia há dias qual a “tutela” que iria recair à portuguesa, a reação foi a de puxar pela “honra” para o país ter uma comissária europeia com tal pasta. “Esta era a pasta que tínhamos acertado com a senhora Ursula Von der Leyen, penso que honra o nosso país e que, seguramente, está ao nível da qualidade da nossa comissária [Elisa Ferreira]. A pasta permitirá à comissária Elisa Ferreira – e também a Portugal – trabalhar em áreas estratégicas para o país”, sustentou o líder socialista.

António Costa sublinhou que a pasta em questão surge num formato “mais alargado do que o tradicional”, já que engloba “dois novos fundos que financiarão a transição para a sociedade digital e para o novo paradigma energético, o novo fundo que constitui o embrião da capacidade orçamental da zona euro e a dimensão do desenvolvimento da estratégia das políticas urbanas da União Europeia”, apontou.

No centrão

Saindo da figura do primeiro-ministro, mas continuando entre socialistas, destaque para a reação da delegação socialista no Parlamento Europeu, que defendeu que a pasta atribuída a Elisa Ferreira, é “uma vitória” para a União Europeia (UE) e para Portugal, abrangendo os fundos estruturais e o orçamento comunitário. “A atribuição desta pasta a Elisa Ferreira constitui, em primeiro lugar, uma vitória para a UE e uma boa vitória para Portugal, tendo em conta o conteúdo da pasta e o perfil de Elisa Ferreira”, afirmou, em Bruxelas, Carlos Zorrinho.

“Verdadeiramente, a pasta da Coesão e Reformas é a pasta da convergência porque Elisa Ferreira vai ter responsabilidade sobre os fundos estruturais e de proximidade, nomeadamente os fundos de coesão e outros que permitem desenvolver os territórios, mas vai ao mesmo tempo ter responsabilidade sobre os fundos de transição, ou seja, sobre aqueles recursos que vão permitir aos países e às regiões fazer a transição digital que é necessária, o progresso necessário para a descarbonização e transição energética e fazê-lo de forma justa, mantendo a competitividade dos territórios”, detalhou Carlos Zorrinho.

Já do lado do PSD, Rui Rio reconhece que a “pasta que coube à comissária de Portugal é uma pasta que objetivamente tem relevo, vai gerir fundos comunitários e os fundos são relevantes para todos os países, particularmente para Portugal”, defendeu. Contudo, sublinhou, “uma coisa é a pasta” e outra será a forma como Elisa Ferreira “consegue ou não gerir o poder que pode ter e se consegue, pelo facto de ser portuguesa, não prejudicar Portugal” na questão dos fundos.

“Vai ter de ter muita habilidade para gerir uma pasta onde Portugal é notoriamente um país interessado”, alertou.

Apesar da advertência, Rio não assume estar “desencantado” como Paulo Rangel, eurodeputado do PSD. “Nem fiquei nem deixei de ficar, vai ser medido com a forma como vai ser exercida a pasta. Ele pode estar com uma visão mais pessimista da margem de manobra que a dra. Elisa Ferreira pode ter, eu neste momento prefiro aguardar”, disse.

Fora do centro

No Bloco de Esquerda, a reação foi mais dedicada às intenções da equipa de Ursula von der Leyen que a Elisa Ferreira a quem, todavia, reconhecem grandes capacidades. José Gusmão, eurodeputado do Bloco ouvido pela TSF, afirmou acreditar nas capacidades da ex-ministra, mas aponta que a criação desta área de influência pode servir para controlar as reformas em cada um dos Estados-membros.

Se a intenção da presidente da Comissão for começar a racionar os fundos de coesão em função do tipo de reformas que são implementadas pelos vários Governos – o que seria, aliás, consistente com o seu pensamento, mas seria um instrumento de interferência inaceitável nas competências dos Estados-membros e na sua soberania democrática -, o que esperamos de Elisa Ferreira é que se oponha a esse projeto e que se bata por uma política de coesão que respeite as escolhas que são feitas ao nível nacional.”

Quanto ao CDS, Nuno Melo, eurodeputado, preferiu criticar o facto de Elisa Ferreira não “ter sido escolhida como uma das várias vice-presidentes de vários países, inclusivamente alguns pequenos e médios da UE”. Melo reconhece, porém, que a pasta de Elisa “é muito importante para a União Europeia porque os mecanismos de coesão e as questões energéticas são fulcrais em qualquer país e projeto político”.

“Hoje, do ponto de vista energético, a UE é completamente dependente da energia a leste, nomeadamente proveniente da Rússia, […] e Portugal poderia ajudar a compensar dependência, desde que franceses e espanhóis estivessem disponíveis a ajudar que a energia que Portugal produz e não utiliza ficasse disponível para o resto dos europeus”, observou Nuno Melo como desafios para o futuro na ‘tutela’ de Elisa Ferreira.

No pós-ideológico

Francisco Guerreiro, eurodeputado do PAN, partido que se coloca num universo “pós-ideológico”, considerou “relevante” e “exigente” a pasta atribuída a Portugal na nova Comissão Europeia, realçando as questões do clima associadas à mesma.

“É uma pasta bastante relevante para Portugal e para a Europa e que é exigente, mas à qual a dra. Elisa Ferreira certamente responderá com a maior responsabilidade e eficiência, como tem mostrado ao longo dos anos, não só ao nível dos fundos regionais, de coesão, mas também sendo uma ferramenta orçamental para a transição energética, o que nos parece bastante relevante”, afirmou Guerreiro à agência Lusa, reconhecendo alguma “sensibilidade ambiental” à socialista.

Queremos ver até onde vai essa sensibilidade e tudo faremos para garantir que esses fundos são alocados do modo mais correto e que haja esse pendão de emergência climática nesta alocação dos fundos“, salientou.

Na ilhas

Para o presidente do Governo dos Açores, socialista Vasco Cordeiro, a reação não podia ser mais simples e eficaz: Elisa Ferreira é “a mulher certa no lugar certo”.

“Pela sua competência, pelas suas qualificações, mas também pela sua sensibilidade política e pelo conhecimento que tem, desde logo, do território de um país como Portugal, com as suas regiões ultraperiféricas dos Açores e da Madeira, a assunção desta área em concreto traz-me a fundada esperança de que a Coesão, um dos grandes desígnios do projeto europeu, possa ganhar uma relevância acrescida, uma capacidade de concretização mais determinada e uma relevância política mais consistente”, diz o chefe do executivo açoriano em nota enviada à imprensa pelo seu gabinete.

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Estas são as 15 maiores resseguradoras do Mundo

  • ECO Seguros
  • 10 Setembro 2019

A Swiss Re volta a ser líder entre as seguradoras das seguradoras. O negócio que permite as companhias crescerem dispersando os seus riscos tem empresas europeias em destaque.

São as seguradoras das seguradoras e são peças essenciais na cadeia de valor do negócio segurador, permitindo às companhias aceitarem riscos maiores do que as suas capacidades e os seus ativos ou património permitem.

Na prática, as resseguradoras aceitam parcelas de riscos contratados por seguradoras e cedem esses mesmos riscos a outras seguradoras por todo o mundo. Utilizando as resseguradoras, as seguradoras podem aceitar maiores riscos sem precisarem de capital proporcional para satisfazer as regras de solvabilidade.

Next é a designação da sede da Swiss Re, localizada no lago Zurique. Presente em 25 países, a companhia suíça tem mais de 14 mil empregados em todo o mundo.

 

“Quem manda no mercado são as resseguradoras”, diz Margarida Lima Rego, jurista especializada em seguros e de facto, em análise de riscos à escala global e local, estas super-companhias conhecem as tendências do mercado e também conhecem muito bem as seguradoras em todo o mundo.

A agência de rating A.M. Best faz um ranking a nível mundial hierarquizando as resseguradoras por volume de prémios emitidos.

A novidade agora divulgada, que respeita a dados do ano de 2018, é a ultrapassagem da Swiss Re à Munich Reinsurance Company, que desde 2010 liderava o ranking, liderança apenas perdida no ano de 2016 e logo recuperado no ano seguinte.

O ranking de 2019 da A. M. Best lista as 50 maiores resseguradoras, reproduzindo ECOseguros as 15 Maiores, aquelas que mais trabalham com o mercado nacional.

A concentração também neste setor dos seguros é visível. A Swiss Re representa 30% do total de prémios emitidos pelas 50 maiores, e o top 10 tem 68% desse volume de negócio.

No entanto, o relatório da S&P Global Ratings, recentemente publicado, denominado “2020 Reinsurance Sector Outlook: Headwinds Continue Despite Positive Price Momentum” acentua que “apesar das fusões e aquisições registadas nos últimos anos, o mercado mundial de resseguros por danos continua fragmentado e concorrencial” acrescentando que “se, por agora, os resseguradores estão otimistas quanto ao ambiente de tarifas, ainda há um caminho a percorrer para aumentar a eficiência”.

As resseguradoras, para além de todos os riscos pensados ou criados pelas seguradoras, tendem a concentrar grandes riscos catastróficos, sofrendo grandes oscilações de rentabilidade muito ligadas aos fenómenos naturais. Daí o valor do rácio combinado positivo (inferior a 100%) ser apenas verificado na Munich Re, Scor, China Reinsurance e realmente folgado na Hannover Ruck ,esta com 96,4%. Outras 9 companhias do top 15 apresentam valores deste rácio acima dos 100% o que significa prejuízo operacional já que o rácio combinado é o valor das indemnizações e dos custos sobre as receitas de prémios. Acima dos 100% significa que outros rendimentos estão a assegurar os lucros das empresas, para além dos resultados da própria operação.

As 15 maiores resseguradoras do mundo são:

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Fitch prevê recuo do crescimento mundial devido à guerra comercial e ao Brexit

  • Lusa e ECO
  • 10 Setembro 2019

"A principal causa para a deterioração das perspetivas nos próximos 12 a 18 meses é a política comercial”, aponta a Fitch.

A Fitch acredita que o impacto da guerra comercial entre a China e os EUA e os riscos de um ‘Brexit’ sem acordo levarão a uma revisão em baixa do crescimento a nível mundial, incluindo na zona euro.

Em comunicado, a agência de ‘rating’ referiu que “levou a cabo revisões em baixa significativas ao crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] da China e da zona euro para os próximos 18 meses”. Assim, a organização prevê que a economia chinesa cresça 6,1% este ano e 5,7% em 2020, face às previsões da agência em junho, que apontavam para 6,2% e 6% respetivamente.

Na mesma nota, a Fitch revela que, no caso da zona euro, a estimativas são agora de um aumento de 1,1% em 2019 e 2020, mas em junho a Fitch apontava para 1,2% este ano e 1,3% em 2020.

Os Estados Unidos não escapam a este cenário de desaceleração, com as previsões a apontarem para uma evolução do PIB de 2,3% este ano e 1,7% em 2020, em comparação com a estimativa anterior, de 2,4% e 1,8% respetivamente. A Fitch avisa ainda que a zona euro pode ainda crescer menos no caso de um ‘brexit’ sem acordo, “um risco que cresceu ainda mais no verão”, segundo o comunicado.

“Enquanto que a desaceleração mundial dos últimos 12 meses se deveu a várias causas – incluindo condições de crédito na China, o aperto na liquidez global do dólar em 2018 e mudanças significativas em alguns grandes mercados emergentes – a principal causa para a deterioração das perspetivas nos próximos 12 a 18 meses é a política comercial”, lê-se na nota da Fitch.

A agência recordou que os EUA intensificaram as tarifas sobre as exportações chinesas durante o verão, de 25% para 30% em bens avaliados em 250 mil milhões de dólares (226,4 mil milhões de euros à cotação atual) e criaram uma nova taxa de 15% nos restantes 300 mil milhões de dólares (271,7 mil milhões de euros), sendo que estas mudanças entrarão em vigor entre outubro e o final do ano.

A Fitch acredita que o “choque” destas medidas irá reduzir o crescimento chinês em 2020 em 0,3 pontos percentuais, face ao estimado em junho. O arrefecimento da economia chinesa, de acordo com a agência de ‘rating’ tem sido “um fator importante” no crescimento “desapontante” da zona euro.

“A evolução da zona euro foi mais fraca do que o esperado no segundo trimestre de 2019 e dados mais recentes continuam a surpreender pela negativa, particularmente na Alemanha, onde a economia se contraiu” no mesmo período, segundo a Fitch.

Um ‘Brexit’ sem acordo pode conduzir a uma “recessão significativa no Reino Unido” em 2020, sendo que um dos cenários aponta que, se o PIB britânico cair 1,4%, a zona euro pode recuar 0,4 pontos percentuais”, destacou a Fitch. A agência salientou que ao EUA têm-se mostrado mais resistentes a estes problemas, mas o setor industrial arrefeceu “significativamente” e as empresas estão mais cautelosas nos investimentos, face às incertezas das políticas comerciais.

Brexit continua rodeado de incertezas, diz Moody’s

A agência Moody’s pronunciou-se também sobre a influência do Brexit no crescimento global nesta terça-feira, no seguimento da aprovação de uma lei que obriga o primeiro-ministro britânico a pedir um adiamento caso não seja alcançado um acordo de saída até 19 de outubro.

“Com a lei de “atraso do Brexit”, as probabilidades de o Reino Unido deixar a União Europeia sem acordo no final de outubro diminuíram. No entanto, o projeto não resolve fundamentalmente as principais incertezas em torno do Brexit e, em particular, qual será o resultado final”, aponta A principal analista da Moody’s para o Reino Unido, Sarah Carlson.

“Também não está claro que uma nova eleição conseguirá resolver o Brexit”, continua a analista, referindo-se à tentativa de Boris Johnson de avançar para eleições antecipadas. “Enquanto isso, a crescente incerteza continua a pesar sobre o crescimento, os gastos e as contratações no Reino Unido, tendo impactos negativos sobre o crédito”, concluiu.

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Estado também é “apanhado” no cartel da banca. Tem de pagar coima do EuroBic

EuroBic foi condenado pela Autoridade da Concorrência a uma coima de 500 mil euros. Teixeira dos Santos, presidente do banco, diz ao ECO que é o Estado que tem de assumir esta responsabilidade.

A Autoridade da Concorrência condenou o EuroBic ao pagamento de uma coima de 500 mil euros no âmbito da investigação ao cartel da banca. Mas Teixeira dos Santos, presidente da instituição financeira, adianta ao ECO que terá de ser o Estado a assumir esta responsabilidade porque a multa diz respeito a infrações cometidas pelo então BPN, que foi adquirido em 2011. Ainda assim, diz que a decisão do regulador vai ser contestada.

Esta segunda-feira, a Autoridade da Concorrência anunciou coimas no valor de 225 milhões de euros a aplicar a 14 bancos devido a práticas anticoncorrenciais no mercado de crédito que prejudicaram os consumidores. Entre as instituições condenadas está o BIC, que hoje em dia tem a designação de EuroBic, “por factos praticados pelo então BPN”, disse o regulador.

Neste caso, como a entidade visada deixou de existir, será o adquirente a responsabilizar-se pela coima“, explicou a entidade liderada por Margarida Matos Rosa.

Esse não é o entendimento do banco. “No âmbito do acordo de compra e venda do BPN, o Estado assume esta responsabilidade e é, no final do dia, quem terá de pagar uma eventual coima”, referiu Teixeira dos Santos em declarações ao ECO.

O antigo ministro das Finanças e atual presidente do EuroBic sublinhou ainda que há intenção de contestar a coima da Autoridade da Concorrência: “Na relação que temos com o Estado, a nossa opinião é no sentido de recorrermos”, disse.

Contactada pelo ECO, o Ministério das Finanças não esteve disponível para responder até à publicação do artigo.

"No âmbito do acordo de compra e venda do BPN, o Estado assume esta responsabilidade e é, no final do dia, quem terá de pagar uma eventual coima.”

Teixeira dos Santos

Presidente do EuroBic

O BPN foi nacionalizado em 2008 e a parte boa da instituição foi vendida em 2011 ao BIC, na altura liderado por Mira Amaral, por 40 milhões de euros.

Entre 2002 e 2013, vários bancos trocaram informações sensíveis entre si sobre spreads praticados nos empréstimos, num esquema anticoncorrencial que prejudicou famílias e empresas. Foi com base nesta conclusão que a Autoridade da Concorrência anunciou coimas de 225 milhões de euros a 14 instituições. O Barclays viu a sua multa perdoada por ter denunciado as práticas ilegais, enquanto a Caixa Geral de Depósitos foi alvo da maior coima, no valor de 82 milhões — por esta via o Estado também é “afetado”, uma vez que a multa impactará nas contas do banco público e daí resultando, em teoria, menos dividendos para os cofres públicos.

“Cada banco sabia, com particular detalhe, rigor e atualidade, as características da oferta dos outros bancos, o que desencorajava os bancos visados de oferecerem melhores condições aos clientes, eliminando a pressão concorrencial, benéfica para os consumidores”, explicou o regulador que tem por missão garantir a concorrência na economia.

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Filial da CGD em Espanha muda de dono a 14 de outubro

  • Lusa
  • 10 Setembro 2019

A filial da CGD em Espanha passa a ser propriedade do espanhol Abanca a 14 de outubro, dia em que decorre a assembleia-geral extraordinária de acionistas para aprovar nova administração.

A filial da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em Espanha passa a ser propriedade do espanhol Abanca a 14 de outubro, dia em que decorre a assembleia-geral extraordinária de acionistas para aprovar uma nova administração.

Os acionistas da instituição foram convocados para uma reunião, em Vigo, na Galiza, no dia 14 de outubro para, entre outros pontos, fazer a “aceitação da demissão e/ou cessação de administradores” e “nomeação de [novos] conselheiros”, lê-se no comunicado publicado na página do Banco Caixa Geral (filial em Espanha da CGD). A transferência da propriedade da empresa culmina um processo iniciado em novembro de 2018, quando o Governo português escolheu o Abanca para a venda da filial da CGD.

A assembleia-geral extraordinária é convocada depois de, na última segunda-feira, o Abanca ter recebido “luz verde” do Banco Central Europeu (BCE) para finalizar a compra da filial do banco português. Segundo o banco espanhol, a “autorização [do BCE] permitirá acelerar a fusão entre as duas entidades”.

De acordo com o calendário previsto, a integração informática, jurídica e financeira das duas entidades deverá ser realizada “no primeiro trimestre de 2020”. A entidade bancária espanhola revelou que, através da integração do Banco Caixa Geral, o Abanca irá adicionar um volume de negócios de 7.000 milhões de euros e 131.000 clientes. A instituição vai pagar 364 milhões de euros pela aquisição do Banco Caixa Geral à CGD.

Já a venda do Banco Caixa Geral, em Espanha, irá ter um impacto positivo de 135 milhões nos resultados do primeiro semestre e nos capitais consolidados da Caixa Geral de Depósitos (CGD), revelou na segunda-feira o banco português. “Deste modo, o resultado líquido com referência a 30 de junho de 2019 será de 417,5 milhões de euros. Neste cenário, o rácio CET1 passa de 14,8% para 15,1%”, indicou o banco público.

O banco adiantou que a aprovação do BCE da venda de 99,79% da filial espanhola ao Abanca “conclui o processo de aprovação, por parte das autoridades competentes, da venda daquela subsidiária, do qual tinha sido dado nota na comunicação ao mercado efetuada pela CGD em novembro de 2018”.

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Declaração final de impacte ambiental do aeroporto do Montijo emitida no final de outubro, diz APA

  • Lusa
  • 10 Setembro 2019

Já foi recolhida “toda a informação necessária e suficiente” para a avaliação do Estudo de Impacte Ambiental do aeroporto do Montijo, adiantou o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente.

O presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Nuno Lacasta, disse esta terça-feira no parlamento já ter “toda a informação necessária” para a avaliação de impacte ambiental do aeroporto do Montijo, cuja decisão é conhecida no final de outubro.

Numa audição na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas, Nuno Lacasta esclareceu estar restringido nos comentários, ao abrigo da preservação da autonomia técnica da instituição, mas garantiu haver neste momento “toda a informação necessária e suficiente” para a avaliação do Estudo de Impacte Ambiental (EIA).

O presidente da APA destacou que a consulta pública do EIA, a decorrer até 19 de setembro, está a ser das mais participadas, tendo até agora mais de 1.000 contribuições diretas.

Antes, na mesma ocasião, tinham sido ouvidos representantes das associações ambientalistas Quercus e Zero, que entre várias preocupações, destacaram o ruído para as populações e as fracas acessibilidades como as mais prementes.

“O estudo e seguramente a avaliação terão em conta considerações associadas a efeitos de mitigação e compensação, adiantou Nuno Lacasta, revelando existirem já medidas apresentadas nesse sentido. “O impacto da infraestrutura aeroportuária nos habitats e nas aves” é o “core da avaliação do impacte ambiental”, acrescentou.

Quando questionado sobre se o EIA prevê a construção de uma terceira travessia sobre o Tejo, o presidente da APA explicou que o estudo foi feito no sentido de garantir que este projeto não põe em causa a eventualidade de um dia se construir outra ponte.

A ANA e o Estado assinaram em 8 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa (Humberto Delgado) e transformar a base aérea do Montijo no novo aeroporto de Lisboa.

O EIA, em consulta pública até 19 de setembro, apontou diversas ameaças para a avifauna e efeitos negativos sobre a saúde da população por causa do ruído, o que se fará sentir sobretudo “nos recetores sensíveis localizados no concelho da Moita e Barreiro”.

As Câmaras do Barreiro e Montijo já deram parecer favorável ao EIA do novo aeroporto do Montijo, considerando que o projeto tem uma “capacidade única” para dinamizar a Margem Sul. Na segunda-feira, o secretário-geral do PS, António Costa, advertiu que “não há plano B” para o aeroporto do Montijo e que a suspensão deste projeto coloca seriamente em causa o crescimento económico.

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Receios de uma recessão global fazem tremer Wall Street

Dados desanimadores da economia chinesa fazer aumentar os receios de uma recessão global. Os investidores aguardam também o anúncio de estímulos monetários. Os índices de referência abrem em baixa.

Wall Street arranca a segunda sessão da semana em baixa, depois de dados desanimadores da economia chinesa fazerem aumentar os receios de uma recessão global. O setor tecnológico é dos mais penalizados nesta sessão, bem como as fabricantes de chips, muito expostas ao comércio com a China.

Depois de na segunda-feira ser conhecido que as exportações chinesas caíram, é revelado que o índice de preços no produtor desceu também. Com os dados a apontar para um abrandamento da economia, os investidores aguardam também para que os bancos centrais anunciem pacotes de estímulos monetários.

Tendo em conta esta situação, o S&P 500 abriu a sessão a descer 0,25% para os 2.970,90 pontos. O industrial Dow Jones seguiu também a tendência, caindo 0,08% para os 26.813,38 pontos. E o tecnológico Nasdaq não foi exceção, sendo o mais penalizado, ao recuar 0,44% para os 8.052,23 pontos.

Os pesos pesados do setor tecnológico encontram-se em “terreno” negativo. A Apple recua 0,80% para os 212,46 dólares e a Amazon cai 0,97% para os 1.813,65 dólares. A Alphabet, dona da Google também cai, 0,44% para os 1.199,98, no dia em que é conhecido que Margrethe Vestager, conhecida por aplicar multas avultadas às tecnológicas, mantém a pasta da Concorrência na Comissão Europeia.

Entre as quedas destaque ainda para a Ford, que derrapa 4,92% neste arranque de sessão para os 9,08 dólares, depois da agência de rating Moody’s baixar a classificação da fabricante de automóveis, que está a passar por uma reestruturação, para a categoria “lixo”.

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Rio diz ter “olhar muito, muito crítico” da atuação do Banco de Portugal ao longo do tempo

  • Lusa
  • 10 Setembro 2019

Se BdP estivesse atento e fosse mais independente do próprio sistema, "nunca teríamos chegado à situação que chegámos nos mais diversos bancos, para não falar só no BES", diz líder do PSD.

O líder do PSD afirmou ter um olhar “muito, muito crítico” sobre a atuação do Banco de Portugal ao longo do tempo, considerando que se tivesse sido “mais independente” do sistema teria evitado alguns problemas no sistema financeiro.

Num almoço-debate da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa, Rui Rio fez uma intervenção inicial onde reiterou algumas prioridades do programa eleitoral do PSD, como a economia, ambiente, saúde e reformas estruturais, com um dos ‘vices’ desta instituição, o antigo líder do CDS-PP Paulo Portas, na assistência e ao seu lado na mesa de honra.

Na fase das perguntas, foi questionado por Miguel Horta e Costa, outro ‘vice’ da Câmara de Comércio, sobre a atuação do Banco de Portugal (BdP).

Obviamente que nenhum português pode ver a atuação do Banco de Portugal nos últimos anos – num sentido muito alargado, não é nos últimos dois ou três anos – com bons olhos como é evidente. Se o BdP tivesse estado atento, se tivesse intervindo, se o BdP tivesse sido mais independente do próprio sistema, nunca teríamos chegado à situação que chegámos nos mais diversos bancos, para não falar só no BES”, referiu Rio.

O líder social-democrata recordou a resolução feita em 2014 pelo BdP – quando era primeiro-ministro o antigo líder do PSD Pedro Passos Coelho e governador Carlos Costa, ainda em funções – e que resultou na separação entre o Grupo Espírito Santo e o Banco Espírito Santo em 2014.

Afirmações feitas sobre o GES e o BES demonstram que o BdP não estava bem ciente do problema, quando diz que o GES estava mal e o BES estava bem – levaram na altura o próprio Presidente da República [Cavaco Silva] a fazer essa afirmação -, demonstra falta de conhecimento”, considerou Rio.

“Tinha de ter muita prudência (…) sob pena de enganar as pessoas, como enganou muitas, que perderam ainda mais dinheiro”, afirmou, justificando o seu olhar “muito, muito crítico” sobre a atuação das “várias administrações” do banco central.

Num almoço perante algumas dezenas de empresários – do PSD estiveram presentes o secretário-geral, José Silvano, e o vogal da direção Maló de Abreu –, Rio foi questionado se admitia fazer uma ‘geringonça’ à direita e repetiu o que já disse sobre o tema, rejeitando o termo, mas admitindo um entendimento com o CDS-PP.

“Uma geringonça é algo mal amanhado que, no caso da esquerda, foi concertado apenas para haver uma maioria parlamentar e não tinha um programa estratégico para Portugal, daí que lhe chamaram geringonça (…) À direita, nunca pode haver uma geringonça em que eu seja o líder, porque à direita tem de ser uma ligação consistente e com sentido estratégico”, disse.

Feita a ressalva, Rio disse não só admitir, como apoiar, a ideia de um eventual entendimento à direita, desde que seja para “somar 116 deputados com sentido estratégico”.

Perante uma plateia de empresários, Rio defendeu que para conseguir cumprir a promessa do PSD de “melhores empregos e melhores salários”, é preciso “fazer o contrário” do que aconteceu nos últimos quatro anos” de Governo PS apoiado numa maioria de esquerda, apostando mais nas exportações do que no consumo privado.

Na saúde, reiterou a ideia de que “gerir um hospital é como gerir uma empresa” – com a diferença que os hospitais ‘produzem’ serviços de saúde – e prometeu prioridade ao ambiente, “mesmo que não dê grandes votos”.

Sobre reformas estruturais, reiterou que estas têm de ser feitas “num consenso o mais alargado possível”.

“Se queremos efetivamente mudar o sistema político ou reformar a justiça não há nenhum partido, nem que tenha maioria absoluta, que um dia o consiga fazer”, defendeu, garantindo que o PSD irá sempre “liderar” este movimento a favor de reformas, seja qual for o resultado das legislativas de 06 de outubro.

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Alemanha mantém défice zero, mas vai investir mais

  • Lusa
  • 10 Setembro 2019

O ministro das Finanças planeia gastos de quase 360.000 milhões de euros com um défice nulo. Alemanha investe no trabalho e assuntos sociais, nomeadamente na habitação e saúde.

O ministro das Finanças alemão apresentou esta terça-feira no Bundestag (câmara baixa do Parlamento) o projeto de Orçamento do Estado para 2020 e o plano financeiro para o período 2019-2023, que aposta no aumento do investimento mantendo um défice nulo.

De novo é um orçamento financiado de maneira sólida, sem novas dívidas, o que nos dá a força que precisamos para a nossa sustentabilidade futura, para numerosos investimentos para o futuro, para uma sociedade coesa”, afirmou o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz durante a intervenção.

O ministro também assegurou que este projeto de orçamento apresentado confere à Alemanha a capacidade de enfrentar, “caso ocorra, um desenvolvimento da economia na Europa e na Alemanha pior que o esperado”, e nesse sentido sublinhou que apesar de um abrandamento da economia, ainda não se pode falar de crise.

Scholz planeia para 2020 gastos de quase 360.000 milhões de euros sem que haja défice, com investimentos principalmente em trabalho e assuntos sociais e para aliviar as famílias com baixos rendimentos.

Segundo o ministro, “trata-se de criar uma vida economicamente acessível para as famílias neste país, algo que também tem a ver com coesão”, sublinhou.

A coesão social num mundo cada vez mais difícil é a primeira grande tarefa do Governo, sublinhou, adiantando que só uma sociedade que se mantém unida está salva do populismo de direita. “É bom que seja um orçamento expansivo o que apresentamos aqui”, afirmou o ministro, acrescentando que o Governo soube aproveitar a margem que lhe dão as suas reservas.

Trata-se, sublinhou de levar a cabo uma política ativa em matéria de investimentos com o objetivo de estabilizar a economia alemã.

Classificou como um “grande logro” o facto deste orçamento incluir a soma mais elevada em investimento “em muito, muito tempo”, algo que deve na sua opinião manter-se.

Neste sentido, se atualmente os investimentos ascendem a 40.000 milhões de euros ao ano, nos próximos dez anos estes deverão chegar pelo menos a 400.000 milhões de euros, sublinhou.

O ministro adiantou que o Governo vai trabalhar para que as profissões relacionadas com o cuidado de pessoas necessitadas de assistência sejam mais bem pagas, bem como para melhorar a situação dos pensionistas.

O responsável também sublinhou a necessidade de investir na construção de habitação social – 80.000 casas ao ano – que o Governo quer apoiar com “muitos milhares de milhões” de euros.

Em relação às descidas de impostos, Scholz defendeu de novo a eliminação para 90% dos contribuintes do imposto de solidariedade introduzido em 1991 para suportar os custos da reunificação do país e que supõe 5,5% do imposto sobre o rendimento e do imposto das sociedades.

Scholz também se referiu ao principal desafio da economia na atualidade – a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos -, sublinhando que as tarifas são “uma tendência errónea” e apelando para um regresso ao “livre comércio regulado”.

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