Parlamento aprova regras para eleitores confinados votarem em 2021

  • Lusa
  • 23 Outubro 2020

A Assembleia da República aprovou regras especiais para os eleitores em confinamento devido à Covid-19 poderem votar. Medida aplica-se a todas as eleições e referendos que se realizem em 2021.

O parlamento aprovou esta sexta-feira, em votação final global, regras especiais para os eleitores em confinamento devido à pandemia de Covid-19 poderem votar, com o diploma a aplicar-se a todas as eleições e referendos que se realizem em 2021.

O texto comum alcançado na Comissão de Assuntos Constitucionais teve por base projetos-lei do PS e do PSD e mereceu a aprovação, para além destas duas bancadas, de BE, PCP, PAN, PEV, IL e das deputadas não inscritas, tendo contado apenas com votos contra do CDS-PP. O deputado único do Chega esteve ausente da votação.

A votação decorreu com recurso a votação eletrónica (o que obrigou a votação a realizar-se por duas levas, de forma a cumprir as regras de distanciamento).

O texto comum estabelece “um regime excecional e temporário de exercício de direito de voto antecipado aos eleitores a quem foi decretado confinamento obrigatório, no âmbito da epidemia SARS-CoV-2 e da doença Covid-19, no respetivo domicílio ou noutro local definido pelas autoridades de saúde que não em estabelecimento hospitalar, nas eleições e atos referendários a realizar no ano de 2021”, ano em que, além de presidenciais em janeiro, também estão previstas autárquicas para depois do verão.

O pedido de requerimento de voto antecipado por parte destes eleitores pode ser feito através de plataforma digital entre o 10.º e os 7.º dias anteriores ao da eleição ou referendo e, para pessoas sem acesso a meios eletrónicos, na junta de freguesia através de um representante, mediante procuração simples e cópia do documento de identificação do eleitor.

Este voto antecipado (a que se aplicam genericamente as regras atuais já existentes para presos e internados) pode ser pedido por eleitores em confinamento não só no concelho em que estão recenseados, como também pelos que estejam confinados em “concelho limítrofe”.

No texto de consenso, determina-se que as operações de votação (porta a porta) ficam a cargo dos presidentes de câmara, vereadores ou funcionários municipais, e acrescenta-se que, se estes também estiverem impedidos devido à pandemia, é possível recorrer a pessoal de outra autarquia ou até da administração central do Estado.

Ficou incluído no texto comum um processo de desinfeção e quarentena dos sobrescritos com os votos, que deverão respeitar recomendações a fixar pela Direção Geral de Saúde. “A presente lei tem vigência excecional e temporária, sendo aplicável aos atos eleitorais que se realizem no ano de 2021” e “entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação”.

Portugal contabiliza pelo menos 2.245 mortos associados à Covid-19 em 109.541 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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Parlamento aprova máscaras obrigatórias na rua. Medida vai aplicar-se por 70 dias

Os deputados aprovaram a proposta do PSD que dita a obrigatoriedade do uso de máscaras na via pública, quando não é possível o distanciamento físico.

O Parlamento aprovou esta sexta-feira a obrigatoriedade do uso de máscara para o acesso ou permanência nos espaços e vias públicas, “sempre que o distanciamento físico recomendado pelas autoridades de saúde se mostre impraticável”. A medida vai estar em vigor durante 70 dias, sendo que poderá ser renovada.

A medida foi inicialmente apresentada pelo Governo, mas em conjunto com a obrigatoriedade de utilizar a aplicação de rastreio de contágio de Covid-19. Como a grande maioria dos partidos discordou com a medida relativa à app, o PSD avançou com uma proposta apenas referente ao uso de máscaras obrigatório, sendo essa que foi votada esta sexta-feira. Passou, com os votos favoráveis do PSD, PS e CDS, o voto contra da Iniciativa Liberal e a abstenção do Bloco, PCP, PEV e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.

Aplica-se aos maiores de dez anos, sendo que pode haver dispensa da obrigatoriedade “em relação a pessoas que integrem o mesmo agregado familiar, quando não se encontrem na proximidade de terceiros” ou mediante a apresentação de um atestado médico de incapacidade multiusos ou declaração médica que ateste que a condição clínica ou deficiência cognitiva não permitem o uso de máscaras. Também não é obrigatório o uso de máscara quando tal “seja incompatível com a natureza das atividades que as pessoas se encontrem a realizar”.

A fiscalização “compete às forças de segurança e às polícias municipais” e o incumprimento do uso de máscara constitui contraordenação, sancionada com coima entre os 100 e os 500 euros.

A medida estava prevista ser aplicada durante 90 dias, mas o PS apresentou uma proposta de alteração para que o período fosse de 70 dias, que foi aprovada. A lei entra em vigor no dia seguinte à sua publicação.

No debate que antecipou as votações, alguns partidos notaram falta de definição ou clareza na proposta. O líder parlamentar do PCP defendeu que “é necessário uma clareza dos pressupostos dessa obrigatoriedade”, nomeadamente para depois possibilitar a fiscalização que terá de ser feita. Já o CDS sublinhou a “indeterminação do conceito de distanciamento”, bem como das exceções à utilização da máscara. O PSD esclareceu algumas questões, nomeadamente sobre o distanciamento, com a “discriminação já feita pela Direção-Geral de Saúde”.

Quanto ao PS, apontou que espera que esta medida “ajude os portugueses a cumprirem com zelo um dever que nos protege a todos”. Ainda assim, José Magalhães sublinhou que a proposta do PSD “não vai substituir as indicações da DGS”.

O Bloco reiterou que as máscaras “podem e devem ser utilizadas também em espaços públicos ao ar livre”, mas defendeu que a proposta social-democrata está “excessivamente baseado na lógica de obrigação, fiscalização e contraordenação”, tendo assim apresentado propostas de alteração para a comunicação e sensibilização da população, um papel pedagógico para as forças de segurança e a disponibilização gratuita de máscaras.

A disponibilização grátis de máscaras, também proposta pelo PAN, foi rejeitada pelos deputados. No entanto, propostas de ambos os partidos no sentido de realizar uma campanha de sensibilização foram aprovadas. Para além disso, a proposta do BE que dá prioridade à função de sensibilização e pedagogia das forças de segurança e polícias municipais foi também aprovada.

O PAN defendeu que “este é daqueles momentos em que o bem comum e individual tem que se aliar”, apontando que a “liberdade não pode ser à custa da vida do outro”.

João Cotrim Figueiredo mostrou-se contra a obrigatoriedade, que diz ser baseada em “orientações erráticas da Direção-Geral de Saúde”, e que limita as liberdades individuais. “O Governo atirou a primeira pedra e depois escondeu a mão, mas o PSD pegou no testemunho”, apontou o deputado único da Iniciativa Liberal.

(Notícia atualizada às 13h55)

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Teletrabalho sobre rodas? Já pode alugar uma autocaravana durante um ano

  • Trabalho
  • 23 Outubro 2020

A Indie Campers lançou um novo serviço a pensar nos nómadas digitais, que permite alugar autocaravanas durante um mês, até um ano. Só tem de escolher a duração e definir o ponto de partida e chegada.

Está em teletrabalho, só precisa de acesso à internet e gostava de trabalhar enquanto viaja? A empresa portuguesa de aluguer de autocaravanas Indie Campers lançou um novo plano de subscrição mensal ou anual, pensado para nómadas digitais e trabalhadores remotos que procuram uma experiência sobre rodas. Para alugar as autocaravanas só tem de escolher o país de destino e de chegada.

Deve começar por escolher a duração, o destino de partida e de chegada e o tipo de caravana que pretende para a viagem. Por exemplo, se quiser alugar uma caravana durante um ano, de Barcelona com destino a Berlim a janeiro de 2021, o valor mensal começa nos 849 euros. O veículo pode acomodar até quatro pessoas.

Em Lisboa, o plano mensal de aluguer de uma autocaravana é de 788 euros por mês e o plano anual de 699 euros mensais. Se precisar de wi-fi, pode requisitar um hotspot de internet, mas como um extra com custo adicional.

Nos pacotes mensais e anuais está ainda incluída a assistência 24 horas, preparação, seguro de veículos e entrega de carrinhas, sem taxas adicionais.

O novo plano da Indie Campers é aplicável a cidadãos da UE que viajam do seu país de residência ou a cidadãos de países terceiros que viajam na Europa.

*Notícia corrigida as 14h36, por referir erradamente que todas as carrinhas tinham wi-fi gratuito.

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Madrid proíbe ajuntamentos em espaços públicos e privados entre as 00h00 e as 06h00

A partir de sábado, Madrid proíbe ajuntamentos, em espaços públicos e privados, entre pessoas que não coabitem, entre as 00h00 e as 06h00. Bares e restaurantes vão ter de encerrar à meia-noite.

Depois de Espanha ter atingido um novo máximo de novos casos de infeção por Covid-19, o primeiro-ministro espanhol admitiu esta sexta-feira que “a situação é grave”, mas reiterou que é necessário adotar medidas “causando o menor dano possível à economia”. A partir deste sábado termina o estado de alarme em Madrid e entram em vigor novas medidas na região, nomeadamente a proibição de ajuntamentos em espaços públicos e privados entre as 0h00 e as 06h00.

“A situação é grave. Devemos reduzir a mobilidade e os contactos. Não há outra solução“, alertou o primeiro-ministro espanhol citado pelo El País (acesso livre, conteúdo em espanhol), acrescentando que situação não é tão grave como em março, mas que é necessário “intensificar” as medidas de contenção.

Nesse contexto, o primeiro-ministro afirmou que devem ser tomadas medidas “causando o menor dano possível à economia e a menor restrição possível das liberdades”. Ao mesmo tempo, Pedro Sánchez explicou que o Executivo quer evitar ao máximo um novo confinamento e que continuará a procurar encontrar um equilíbrio entre a saúde pública e a garantia dos direitos e liberdades dos espanhóis.

Dado o aumento de casos nos últimos dias, a comunidade de Madrid decretou a sua versão de recolher obrigatório. A partir deste sábado, dia em que termina o estado de alarme, Madrid proíbe ajuntamentos, em espaços públicos e privados, entre pessoas que não vivam juntas entre as 00h00 e as 06h00. Além disso, há ainda restrições para os bares e restaurantes, que vão ter de encerrar à meia-noite e não poderão receber clientes a partir das 23 horas. A capacidade nestes espaços será limitada a 50% no interior e 75% nas esplanadas. Apesar do fecho dos estabelecimentos ser à meia-noite, o metro continuará a funcionar até à 01h30.

Também esta sexta-feira, o primeiro-ministro espanhol adiantou ainda que caberá às regiões autónomas declarar do estado de alarme. “Quando um território alcançar o alerta extremo poderá adotar-se o estado de alarme (…) A decisão será adotada pelas comunidades autónomas”, sinalizou.

Além disso, a partir de segunda-feira entrarão em vigor restrições específicas adicionais em 32 zonas de nove distritos da capital, bem como de outros 11 municípios da região mais afetados pelo novo coronavírus, revela o El Mundo (acesso livre, conteúdo em espanhol). Assim, ninguém poderá sair ou entrar nestas zonas nos próximos 14 dias, salvo por razões justificadas, como ir trabalhar, estudar ou ao médico.

Esta quinta-feira, o país “vizinho” registou 20.986 novas infeções, atingindo um novo máximo de casos diários. O Ministério da Saúde espanhol deu também conta de 155 óbitos causados pela doença. “Duplicámos o número de novos casos num só dia, em relação ao pior número” desde o início da pandemia, revelou esta sexta-feira o primeiro-ministro espanhol, assegurando ainda que o número total de casos “real” deverá ser superior a 3 milhões, um número bem acima do balanço das autoridades de saúde espanholas. Segundo os números oficiais, Espanha contabiliza já 1.026.281 infeções por Covid-19, sendo que mais de 34 mil pessoas morreram vítimas da doença.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h36)

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Sogrape adia lançamento de Barca-Velha 2011 devido a problema nas rolhas

Perante a dificuldade em extrair as rolhas originais das garrafas, a Sogrape adiou o lançamento do Vinho Barca-Velha colheita de 2011. É a primeira vez que há um adiamento em 70 anos de história.

A Sogrape, liderada por Luís Sottomayor, decidiu adiar a comercialização de 33 mil garrafas de 75 centilitros de Barca-Velha 2011, após detetar “dificuldade em extrair as rolhas originais das garrafas”. A empresa vai adiar para depois de 2020 a entrada desta edição no circuito comercial.

“A Sogrape decidiu rearrolhar toda a produção de 75 cl de Barca-Velha 2011, perante a dificuldade em extrair as rolhas originais das garrafas. Procura com isso preservar a longevidade do vinho e proteger a sua notoriedade e qualidade irrepreensível, entretanto já avaliada com nota máxima pela crítica nacional”, explica o grupo em comunicado.

Em 70 anos de história é a primeira vez que o lançamento é adiado. Este “falha” exigiu à empresa a coragem de voltar a “rearrolhar toda a produção”. A empresa justifica a sua decisão como uma “medida de precaução e como recomendam as boas práticas enológicas, este processo exigiu à empresa a coragem de adiar para depois de 2020 a entrada de Barca-Velha 2011 no circuito comercial, por forma a garantir que o vinho expresse em pleno o seu tradicional bouquet“, lê-se em comunicado.

Segundo o grupo localizado em Vila Nova de Gaia, o Barca Velha é “um vinho que ao longo de quase 70 anos desafia o Homem na arte de saber esperar”. Luís Sottomayor sempre defendeu “que o vinho é que manda”, uma crença que hoje se confirma.

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Indicadores coincidentes de economia e consumo privado recuperaram em setembro

  • Lusa
  • 23 Outubro 2020

Indicadores coincidentes para a atividade económica e para o consumo privado recuperaram em setembro, em relação a agosto, divulga o Banco de Portugal.

Os indicadores coincidentes para a atividade económica e para o consumo privado recuperaram em setembro, face a agosto, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Em setembro, a taxa de variação homóloga do indicador para a atividade económica foi de -10,7%, acima dos -11,0% de agosto e a variação homóloga do indicador para o consumo privado passou de -9,7% para -9,1%.

Na informação divulgada esta sexta-feira, o BdP considera que estes indicadores, em setembro, “registaram uma melhoria”.

Os indicadores coincidentes são indicadores compósitos que procuram captar a evolução subjacente da variação homóloga do respetivo agregado macroeconómico.

De acordo com o BdP, na atual conjuntura, “face às variações bruscas e significativas nas séries usadas no cálculo dos indicadores coincidentes, é expectável que se verifiquem revisões mensais nestes indicadores superiores às habituais. Adicionalmente, o perfil alisado subjacente à metodologia de cálculo dos indicadores pode implicar revisões mensais com um sentido que difere ao longo do tempo”.

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Dependência energética nacional diminui para 73,5% em 2018

  • Lusa
  • 23 Outubro 2020

Também as exportações de fluxos energéticos registaram uma diminuição de 14,4%, em 2018, após três anos consecutivos de crescimento.

A dependência energética nacional foi de 73,5% em 2018, o que representa uma descida de 2,2 pontos percentuais face ao ano anterior, divulgou esta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a Conta de Fluxos Físicos de Energia 2018, divulgada esta sexta-feira pelo INE, Portugal diminuiu em 2,2 pontos percentuais a sua dependência energética – rácio entre as importações líquidas de energia e a utilização interna de energia-, que foi de 73,5% no ano em análise. Também as exportações de fluxos energéticos registaram uma diminuição de 14,4%, em 2018, após três anos consecutivos de crescimento.

Segundo o INE, esta evolução reflete a diminuição das exportações de produtos petrolíferos, que caiu 16,8% naquele ano, designadamente o gasóleo rodoviário, que sofreu uma quebra de 36,7%. Por outro lado, registou-se um aumento das exportações de energia elétrica.

Já as utilizações energéticas mais relevantes para as emissões associadas à produção e distribuição de eletricidade apresentaram, em 2018, uma diminuição de 13,4%, que se justifica pelo aumento da produção de energia através de fontes renováveis e o consequente menor recurso a combustíveis fósseis para a produção de eletricidade (diminuição de 17,1% e 13,9% nas utilizações de carvão e de gás natural, respetivamente).

Em 2018, acrescenta o INE, observou-se uma diminuição de 5,1% no total daquelas emissões, face ao ano anterior, que foi superior à diminuição da utilização interna de energia (-3,5%). O aumento de 11,8% da produção de energia renovável em 2018 deveu-se ao aumento de 110,2% da energia de origem hídrica.

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Repsol vai reciclar óleos alimentares para duplicar a produção de biocombustíveis

A empresa acaba de anunciar o investimento de 188 milhões de euros na construção da primeira unidade de biocombustíveis avançados "com capacidade para produzir 250.000 toneladas por ano".

A petrolífera espanhola Repsol quer ser neutra em carbono até 2050 e para isso tem como objetivo duplicar a produção de biocombustíveis fabricados a partir de óleos vegetais alimentares para 600.000 toneladas por ano já em 2030, das quais cerca de metade serão provenientes de resíduos a partir de 2025.

A empresa acaba de anunciar o investimento de 188 milhões de euros na construção, na sua refinaria de Cartagena, na região espanhola de Murcia, da primeira unidade de biocombustíveis avançados de baixa emissão em Espanha, “com capacidade para produzir 250.000 toneladas por ano de hidrobiodiesel, biojet, bionafta e biopropano“.

Com estreia prevista para 2023, esta unidade produzirá, a partir de matéria-prima reciclada (óleos alimentares), biocombustíveis de nova geração que podem ser utilizados ​​em aviões, camiões ou carros, o que permitirá reduzir 900 mil toneladas de CO2 por ano — o que equivale a aproximadamente à absorção de CO2 de uma floresta com área semelhante a 180 mil campos de futebol, promete a Repsol em comunicado.

O projeto inclui ainda uma central de hidrogénio que irá alimentar uma “nova unidade de hidrotratamento equipada com tecnologia de ponta”.

“Com esta iniciativa, estamos a impulsionar, de forma decisiva, uma nova rota tecnológica que será fundamental no nosso caminho para a neutralidade carbónica e que se junta aos projetos já implementados em eficiência energética, produção de eletricidade com baixas emissões, hidrogénio renovável, economia circular, combustíveis sintéticos e captura, uso e armazenamento de CO2, entre outros”, afirmou o CEO da Repsol, Josu Jon Imaz, citado no mesmo comunicado. A petrolífera prevê criar cerca de 1.000 empregos diretos e indiretos em diversas áreas com a construção e o arranque da nova refinaria.

Em 2020 a Repsol prevê reduzir o seu Indicador de Intensidade de Carbono em 3% em relação à base de 2016 e irá aumentar significativamente a capacidade de geração renovável para atingir zero emissões líquidas em 2050.

A empresa anunciou em junho o início de dois outros grandes projetos de descarbonização industrial na refinaria da Petronor. Além disso, com o objetivo de evoluir para um modelo energético de baixas emissões, a Repsol produziu em julho na sua refinaria de Puertollano o primeiro lote de biojet para aviação do mercado espanhol.

Na sua “orientação multi-energética”, a empresa também aumentou seu portfólio de ativos renováveis. Atualmente tem em Espanha 2.952 MW de capacidade instalada total de baixa emissão e desenvolve projetos renováveis ​​de 2.300 MW. Em julho iniciou a construção do seu maior parque fotovoltaico, Valdesolar (Badajoz), que terá uma potência instalada total de 264 MW. Este foi o terceiro projeto renovável da empresa a iniciar as obras em Espanha.

O primeiro foi o parque eólico Delta, localizado entre as províncias de Zaragoza e Teruel, que iniciou a produção de energia elétrica em outubro e que terá 335 MW. O segundo, o Kappa fotovoltaico (Ciudad Real), cujas obras começaram em abril, terá uma potência instalada total de 126 MW. O portfólio de energias renováveis ​​da Repsol inclui também o Delta 2, um projeto composto por 26 parques eólicos espalhados pelas três províncias aragonesas, com 860 MW.

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Cortes de pessoal e balcões serão “chave” para Montepio regressar aos lucros, diz a Fitch

Montepio tem em curso reestruturação que passa pela saída até 900 trabalhadores e o fecho de 80 agências. Fitch diz que cumprir plano será "chave" para o banco voltar aos lucros não antes de 2021.

A Fitch considera que a execução do plano de reestruturação, que passa pelo fecho de 80 balcões e a saída de 600 a 900 trabalhadores nos próximos anos, será “chave” para o Banco Montepio regressar aos lucros.

“A capacidade da gestão de cumprir o plano de eficiência operacional (fecho de balcões e redução do quadro) será chave para restaurar a rentabilidade através de uma redução do rácio cost-to-income“, sublinha a agência de notação financeira numa nota publicada esta sexta-feira e onde dá conta da manutenção do rating do banco em “B-“.

O Banco Montepio registou prejuízos de 50 milhões de euros no primeiro semestre face aumento das provisões para responder à crise da pandemia e não deverá voltar a ter lucros nem este ano nem no próximo, tendo em conta as condições económicas adversas do país e as próprias limitações do banco que não lhe dão outra alternativa senão reestruturar, diz a Fitch.

“Além dos baixos buffers de capital, o banco tem uma capacidade limitada para gerar capital organicamente tendo em conta o seu elevado nível de ativos problemáticos (…) e a baixa rentabilidade operação. O banco, portanto, entrou na crise numa posição fraca, deixando-o com opções estratégicas muito limitadas, uma vez que terá de dar prioridade a medidas de remediação de capital e uma profunda reestruturação da sua rede comercial para melhorar a eficiência operacional“, dizem os analistas.

A Fitch antecipa uma deterioração da qualidade do crédito devido à “severa contração económica em 2020 e ao aumento material do desemprego”. Ainda assim, o aumento dos créditos em incumprimento deverá ser “mitigado” no curto prazo por causa da “generosa” moratória do Governo que permite uma suspensão do pagamento dos empréstimos até final de 2021.

“Também esperamos que o Banco Montepio venha a agir no sentido de mitigar o impacto do aumento do malparado nos próximos 18-24 meses, o que, se for bem executado, poderá evitar um aumento acentuado do rácio de malparado”, frisa a agência. “Não esperamos que o rácio de malparado suba materialmente para níveis acima dos 15% no final de 2021”, estima a Fitch.

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Comissão autoriza que Portugal redirecione mil milhões de fundos para a recuperação

A Comissão Europeia deu autorização a Portugal para redirecionar mil milhões dos fundos da coesão para a recuperação económica.

A Comissão Europeia deu esta sexta-feira luz verde a Portugal para o redirecionamento de mil milhões de euros dos fundos da Política de Coesão da União Europeia para a recuperação económica, após o choque da crise pandémica. Além disso, haverá um aumento temporário da taxa de cofinanciamento para 100%. Com esta flexibilidade, Portugal privilegiou, essencialmente os apoios às empresas para resposta à crise pandémica, com 340 milhões de euros.

“A Comissão Europeia aprovou a alteração de 10 programas operacionais em Portugal, redirecionando um valor total de mais de 1.000 milhões de euros de fundos da política de coesão da UE, nomeadamente o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, o Fundo de Coesão e o Fundo Social Europeu”, anuncia o braço executivo da União Europeia esta sexta-feira.

Acresce que, em vez de ter de avançar com uma parte de dinheiro nacional, Portugal poderá agora utilizar integralmente o dinheiro europeu para projetos de Política de Coesão desde que estes tenham como objetivo o combate à crise pandémica. Tanto o redirecionamento como o aumento da taxa de cofinanciamento são possíveis ao abrigo da flexibilidade introduzida pela Comissão Europeia na sequência da pandemia.

“Como acontece com muitos outros países da Europa, graças a estas alterações, Portugal e as suas regiões ultraperiféricas irão reforçar a sua recuperação socioeconómica e sanitária. A resposta rápida e global da Comissão à crise do coronavírus mostra que, quando cooperamos e estamos unidos, somos mais fortes e capazes de fazer face a desafios inesperados”, afirma Elisa Ferreira, a comissária europeia da Coesão e Reformas, em comunicado.

De acordo com a Comissão Europeia, este dinheiro irá agora em Portugal para três áreas: investimentos públicos em áreas sociais, apoio à digitalização das escolas e apoio à economia. “Estas são as primeiras alterações aos programas operacionais para Portugal, referentes a sete regiões (Algarve, Açores, Centro, Lisboa, Madeira, Norte e Alentejo) e a três programas nacionais (Compete, SEUR, Assistência Técnica)”, esclarece ainda fonte comunitária.

Com a reprogramação, o Governo decidiu criar o programa Adaptar que “financiou a adaptação das pequenas e médias empresas às novas regras sanitárias”. “No total, foram mobilizados 340 milhões de euros para apoiar a economia nacional, incluindo a produção inovadora de equipamentos, bens e serviços, incluindo Equipamentos de Proteção Individual (EPI), destinados ao combate à Covid-19”, explica o Ministério do Planeamento em comunicado enviado às redações.

Por outro lado, a opção foi também reforçar o financiamento da Escola Digital com 185 milhões de euros para equipar os alunos com computadores e a assegurar a capacitação do pessoal docente, tendo em vista a universalização da educação digital.

tabela reprogramação do Portugal 202023 outubro, 2020

As áreas sociais também foram reforçadas com um aumento do investimento público em educação e saúde, na mobilidade sustentável e no setor de Apoio Social, “financiando o trabalho socialmente necessário nos lares, por exemplo”. “É neste capítulo das áreas sociais que serão aplicados 135 milhões de euros no melhoramento das infraestruturas escolares, dos quais 60 milhões de euros são destinados à remoção de estruturas com amianto ainda existentes em escolas públicas”, explica ainda o mesmo comunicado.

A reprogramação do PT2020 permite ainda apoiar programas de estágios e de contratação, bem como medidas extraordinárias de manutenção de emprego e de apoio a trabalhadores independentes, opções que têm reservados 190 milhões de euros.

O ECO questionou o Ministério do Planeamento sobre quais os programas operacionais que “perderam” dotação para reforçar estas medidas para responder à pandemia de Covid-19, mas não obteve resposta.

(Notícia atualizada com as opções de reprogramação por parte do Governo)

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Preço do gasóleo em setembro com valor mais baixo dos últimos três meses

  • Lusa
  • 23 Outubro 2020

Preço médio do gasóleo em setembro foi de 1,247 euros por litro, o valor mais baixo dos últimos três meses, diz a ERSE. Beja e Bragança registaram os preços de gasóleo e gasolina mais caros.

O preço médio do gasóleo em setembro foi de 1,247 euros por litro, o valor mais baixo dos últimos três meses, de acordo com dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), divulgados esta sexta-feira.

De acordo com o Boletim dos Combustíveis e GPL relativo a setembro, o preço de venda ao público (PVP) do gasóleo “atingiu o valor mais baixo dos últimos três meses, 1,247 euros/litro, correspondendo a uma variação de -1,7% face ao mês anterior”, uma tendência em linha com o mercado europeu.

Os hipermercados continuam a ser os operadores com preços de gasóleo mais competitivos, em média 11 cêntimos abaixo do preço médio nacional.

Os operadores com ofertas low cost (preço reduzido) disponibilizaram gasóleo simples a um preço médio de 1,176 euros por litro, ou seja, 2,9% acima do preço dos hipermercados.

Já as companhias petrolíferas de bandeira reportaram preços de 1,272 euros por litro, cerca de 2,5 cêntimos acima do preço médio nacional.

No mês de setembro, comprar gasóleo aditivado representou um acréscimo de 5,5 cêntimos por litro face ao gasóleo simples.

Pelo contrário, o PVP da gasolina simples 95 registou um ligeiro aumento de 0,1% face a agosto.

Também neste caso foram os hipermercados a a apresentar as ofertas mais competitivas, 2,5% abaixo dos operadores do segmento low cost e 9,1% inferiores aos dos postos de abastecimento que operam sob a insígnia de uma companhia petrolífera, representando uma poupança de 13 cêntimos por litro, refere a ERSE.

A gasolina 95 aditivada custou em média mais 2,3% do que gasolina simples 95, em setembro, e tendo este acréscimo sido mais pronunciado na gasolina 98 (cerca de 6%).

Quanto aos consumos, observou-se, em setembro, um aumento de 3,1%, que se deve, sobretudo ao GPL e ao gasóleo, cujo consumo aumentou 2,4 quilotoneladas (kton), e 25,2 kton, respetivamente, face a agosto.

No sentido oposto, o consumo de ‘jet fuel’ e de gasolina caiu 4,1 kton e 6,3 kton em setembro, face ao mês anterior.

Numa análise por território, Braga e Santarém registaram os preços de gasóleo e gasolina mais baixos e Beja e Bragança, os mais caros.

Quanto ao GPL, Viana do Castelo, Vila Real e Portalegre registaram, para Portugal continental, a garrafa de GPL (butano e propano) com o menor custo, enquanto Setúbal, Beja e Faro apresentam os preços mais elevados.

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Receitas da Renault afundam 26,8% com fatura da pandemia

  • Lusa
  • 23 Outubro 2020

Só no terceiro trimestre é que o volume de negócios da Renault começou a melhorar, apesar de ainda ter registado uma queda de 8,2%, para 10,37 mil milhões de euros.

A faturação do grupo francês Renault caiu 26,8% nos primeiros nove meses deste ano, para 28,8 mil milhões de euros, face mesmo período do ano anterior, foi anunciado esta sexta-feira em comunicado.

O fabricante automóvel explicou que só no terceiro trimestre é que o volume de negócios da Renault começou a melhorar, apesar de ainda ter registado uma queda de 8,2%, para 10,37 mil milhões de euros, em termos homólogos. Nos primeiros três meses deste ano, a faturação do construtor automóvel registou uma queda de 19,2%, para 10,1 mil milhões de euros, enquanto no segundo trimestre o volume de negócios caiu 46,5%, para 8,3 mil milhões de euros, em relação ao período homólogo.

Em número, as vendas mundiais do grupo caíram 26% nos primeiros nove meses face a idêntico período do ano anterior, para 2,06 milhões de unidades, e no terceiro trimestre houve um abrandamento no ritmo da queda para 6,1%, correspondendo a um total de 806.320 unidades. No mercado francês, tradicionalmente o principal mercado da Renault, as vendas caíram 25,8% (382.916 unidades) nos primeiros nove meses do ano, mas aumentaram 2,7% de julho a setembro (140.382 unidades).

Na Eurásia, por seu lado, observou-se uma queda nas vendas de 5,8% até setembro (504.776 unidades), mas registou-se um crescimento de 9,2% no terceiro trimestre (207.309), o mais acentuado de todas as regiões. Uma das melhorias mais assinaláveis ocorreu no conjunto da Europa, onde depois de uma queda das vendas de 30,9% nos primeiros nove meses (1,02 milhões de unidades), a queda foi atenuada, de 2,9% (405.223 unidades).

A presidente executiva interina, Clotilde Delbos, explicou numa conferência de apresentação dos resultados aos analistas que “na Europa houve uma forte recuperação do volume, após o impacto desastroso dos efeitos do confinamento”. O fabricante explicou também que a carteira de encomendas aumentou 60% no final de setembro, em termos homólogos, e que possui um volume elevado, além de adiantar que os stocks caíram 22% na comparação com 30 de setembro do ano passado.

A presidente executiva interina realçou que o grupo mantém o plano de redução de sua estrutura de custos e evitou fazer previsões para o final deste ano devido à incerteza em torno do avanço da pandemia.

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