Portugal obtém juro mais baixo de sempre por dívida a curto prazo

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP foi ao mercado para um leilão duplo de bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses. Apesar da procura menos robusta, as taxas foram mais baixas.

Portugal conseguiu juros mais negativos para emitir dívida a seis e 12 meses, tendo mesmo atingido as taxas mais baixas de sempre nestas maturidades. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP colocou um total de 1.750 milhões em bilhetes do Tesouro (BT), num leilão duplo realizado na manhã desta quarta-feira, tendo atingido o montante máximo indicativo.

No que diz respeito à maturidade mais longa, o país financiou-se em 1.250 milhões de euros em BT que atingem a maturidade em setembro de 2021, com um juro de -0,497%. O último leilão de títulos com este prazo aconteceu a 15 de julho e, na altura, Portugal tinha conseguido um juro de -0,452%.

Já nos BT com prazo em março de 2021, a emissão desta quarta-feira foi de 500 milhões de euros e a taxa situou-se em -0,52%. Também esta caiu em relação aos -0,467% registados no último leilão comparável.

Volta a ser um leilão com sucesso, com as taxas nestes leilões de curto prazo a atingiram os valores mais baixos do ano“, diz Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa. “As taxas obtidas, acabam por refletir a conjuntura global que vivemos, que vai no sentido de beneficiar os emitentes de dívida em detrimento dos investidores. No entanto, sempre com o sentido de que a prazo, a economia irá recuperar”.

A quebra nos juros aconteceu apesar do recuo no apetite dos investidores. Nas BT a 12 meses, a procura foi 1,86 vezes superior à oferta (tinha sido 2,05 vezes no último leilão comparável) e, nos títulos mais curtos, a procura excedeu a oferta em 2,36 vezes (contra 3,64 na emissão realizada em julho).

Portugal continua a melhorar as condições de financiamento, com a ajuda das sucessivas medidas monetárias e orçamentais anunciadas por bancos centrais, governos e entidades internacionais. Neste contexto, o país tem emitido dívida de curto prazo com yields persistentemente negativas e a baixos custos nos títulos de longo prazo (ainda esta semana emitiu dívida a 25 anos com uma taxa próxima de 1%).

“Os discursos dos vários banqueiros centrais têm sido claros, as taxas irão manter-se baixas ou negativas por um período longo de tempo. Urge-se em estimular a economia e conseguir que a inflação volte aos targets definidos. Missão que não estava fácil antes da Covid-19 e que ainda veio a piorar com o abrandamento económico que sofremos este ano“, acrescenta Filipe Silva.

(Notícia atualizada às 11h00)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comissão Europeia assegura que vai proteger “bazuca” europeia da fraude e corrupção

A presidente da Comissão Europeia deixou esta quarta-feira o compromisso de proteger o dinheiro europeu da fraude, corrupção e dos conflitos de interesse.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, assegurou esta quarta-feira, no discurso do Estado da União, que o braço executivo da União Europeia irá assegurar que a “bazuca” europeia, o Fundo de Recuperação europeu, apelidado Próxima Geração UE, está protegido da fraude, corrupção e dos conflitos de interesse.

Isto não é negociável“, avisou, assinalando que a Comissão dá “a maior das importâncias ao Estado de direito”. “É por isso que iremos assegurar que o dinheiro do nosso orçamento e da Próxima Geração UE está protegido contra qualquer tipo de fraude, corrupção e conflitos de interesse”, assegurou Von der Leyen.

Antes do final do mês, a Comissão Europeia irá revelar o seu primeiro relatório anual sobre o Estado de direito sobre todos os Estados-membros. Esta é uma ferramenta preventiva para a deteção antecipada de desafios e para a procura de soluções. “Temos o dever de ser sempre vigilantes para cuidar e nutrir o Estado de direito”, afirmou, avisando que “as violações do Estado de direito não podem ser toleradas“.

Comissão Europeia força taxa digital

No seu discurso, Von der Leyen também defendeu a tributação justa na União Europeia, revelando que a Comissão Europeia irá em frente com uma proposta para impor um imposto digital caso não haja acordo nas negociações da OCDE e do G20.

“Mas que não haja dúvidas: caso não haja acordo para um sistema tributário justo que gere receitas sustentáveis no longo prazo, a Europa irá avançar com uma proposta no início do próximo ano“, anunciou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

É oficial. Fator de sustentabilidade acaba para profissões de desgaste rápido

O diploma que elimina o fator de sustentabilidade para os trabalhadores dos regimes espciais e atualiza a idade de acesso à pensão para o mesmo já foi publicado em Diário da República.

As pensões de velhice dos trabalhadores com profissões de desgaste rápido vão deixar de sofrer o corte de 15,2% implicado no fator de sustentabilidade. O diploma que elimina essa penalização foi publicado, esta quarta-feira, em Diário da República, mas produz efeitos automaticamente a 1 de janeiro.

Segundo já esclareceu o Ministério do Trabalho e da Segurança Social, todos pedidos de acesso à pensão dos trabalhadores dos regimes especiais que entraram desde o início de 2020 e que, entretanto, foram deferidos vão ser agora corrigidos de modo a deixar de contemplar o fator de sustentabilidade. O acerto será feito de modo automático pelas entidades que processam o pagamento das pensões, nomeadamente o Centro Nacional de Pensões (CNP).

São vários os beneficiários incluídos nesta alteração: os trabalhadores do interior das minas, lavarias de minério e dos trabalhadores da extração ou transformação primária da pedra; os trabalhadores abrangidos abrangidos por acordos internacionais nos Açores; as bordadeiras de casa na Madeira; os profissionais de bailado clássico ou contemporâneo; os trabalhadores do efetivo portuário nacional; os trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio; os controladores de tráfego aéreo; os pilotos comandantes e copilotos de aeronaves de transporte público comercial de passageiros, carga ou correio; e os pescadores e os trabalhadores marítimos da marinha de comércio de longo curso de cabotagem e costeira e das pescas.

De notar que as pensões referentes a estas profissões de desgaste rápido já não sofriam a penalização de 0,5% por cada mês antecipado face à idade legal da reforma, como está previsto para os demais beneficiários. Era apenas aplicado, nestes casos, o fator de sustentabilidade, que agora é eliminado, conforme já está determinado no Orçamento do Estado para 2019.

O diploma publicado esta quarta-feira atualiza também a idade de acesso à pensão para estes regimes especiais. A idade de acesso à pensão está atualmente fixada nos 66 anos e cinco meses, sendo mais baixa para os trabalhadores destas profissões consideradas de desgastes rápido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Norte recebeu 62 milhões de fundos para ajudar empresas na resposta à crise

  • Lusa
  • 16 Setembro 2020

Até ao fim de junho, a região Norte recebeu 62 milhões de euros de fundos comunitários para apoiar as empresas na resposta à pandemia.

A região Norte recebeu até fim de junho 62 milhões de euros de fundos comunitários para apoiar empresas na resposta à crise provocada pela Covid-19, revela um relatório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

“Entre as medidas excecionais concertadas ao nível da União Europeia [para responder à crise provocada pela Covid-19], destaca-se, no Norte, a que visa apoiar a qualificação e inovação das PME [Pequenas e Médias Empresas], que registou um volume de fundo aprovado de 49 milhões de euros. Para além desta, também o investimento empresarial em inovação de não PME e as atividades de I&D empresarial foram apoiadas, no mesmo contexto, com nove milhões de euros e quatro milhões de euros, respetivamente”, descreve o documento.

O “Portugal 2020 na Região do Norte: Dinâmica dos Programas da Política de Coesão”, que reúne informação do primeiro semestre do ano, esclarece estarem em causa nestes fundos “um conjunto de medidas excecionais, concertadas ao nível da União Europeia (UE), para minimizar alguns dos impactos socioeconómicos da pandemia e apoiar a procura de novas soluções de combate à Covid-19”.

“No seu conjunto, estas medidas enquadram-se no domínio da competitividade e internacionalização, domínio que continua a concentrar cerca de metade do investimento apoiado na região”, acrescenta o relatório.

A CCDR-N observa que, “ainda que o Norte se mantenha como a região de maior relevo na execução da Política de Coesão em Portugal, este semestre foi marcado por uma série de acontecimento relevantes”, nomeadamente devido à pandemia da Covid-19, que “tem tido implicações na operacionalização dos programas da Política de Coesão”.

De acordo com a CCDR-N, até ao final de junho de 2020 foram aprovadas 17.383 operações na Região do Norte.

Isto, “no âmbito dos diversos programas da Política de Coesão da UE 2014-2020 – a principal política de investimento da UE em Portugal”.

A estas operações “corresponde um investimento elegível de 12.404 milhões de euros, um fundo aprovado de 8.446 milhões de euros e um fundo executado de 4.189 milhões de euros”, acrescenta.

Comparando o primeiro semestre de 2020 com o fim de dezembro de 2019, a CCDR-N aponta “um incremento de 760 milhões de euros de investimento elegível (+7%)”.

Quanto ao fundo aprovado, cresceu 8%, para 590 milhões de euros.

Já o fundo executado registou uma subida de 15% na região Norte, para os 531 milhões de euros.

Olhando para a escala sub-regional, em termos absolutos a Área Metropolitana do Porto “continua a registar o maior aumento de fundo aprovado (+252 milhões de euros) face ao semestre anterior”.

A CCDR-N sublinha que, em termos relativos, nas sub-regiões do Alto Minho e do Alto Tâmega se registou uma subida de 13% nos fundos aprovados.

O documento destaca ainda que a região Norte concentra 17.383 das operações aprovadas (36%) e 12.404 milhões de euros de investimento elegível (40%) da Política de Coesão em Portugal.

Por outro lado, a região tem “uma intensidade de apoios superior à média nacional”.

O Norte apresenta, “comparativamente com as restantes regiões menos desenvolvidas de Portugal Continental, uma menor intensidade de fundo aprovado por habitante” e “uma maior intensidade de fundo aprovado por quilómetro quadrado”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Excedente da balança comercial de bens sobe para 27,9 mil milhões em julho na Zona Euro

  • Lusa
  • 16 Setembro 2020

Em julho as exportações de bens para países terceiros recuaram 10,4% para os 185,2 mil milhões de euros e as importações pela Zona Euro recuaram 14,3% para os 157,3 mil milhões de euros.

A balança comercial externa de bens da Zona Euro registou um excedente de 27,9 mil milhões de euros em julho, face aos 23,2 mil milhões de euros do mesmo mês de 2019, divulgou esta quarta-feira o Eurostat.

Segundo o gabinete estatístico da União Europeia (UE), em julho, as exportações para países terceiros recuaram 10,4% para os 185,2 mil milhões de euros e as importações pela zona euro recuaram 14,3% para os 157,3 mil milhões de euros, resultando num saldo positivo de 27,9 mil milhões de euros.

Na UE, o excedente da balança comercial de bens aumentou em julho para os 25,8 mil milhões de euros, face aos 20,2 mil milhões do mês homólogo.

As exportações de bens para fora da UE recuaram 11,3% para os 168,5 mil milhões de euros e as importações, por seu lado, baixaram 16,0%, para os 142,6 mil milhões de euros.

O comércio entre os 19 países dos países da moeda única recuou 8,6% em julho, para os 153,7 mil milhões de euros, face ao mês homólogo.

Entre os 27 Estados-membros, por seu lado, as trocas comerciais chegaram aos 239,2 mil milhões de euros, um recuo homólogo de 7,4%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa Silva: “Não podemos negociar com a natureza”

  • ECO
  • 16 Setembro 2020

António Costa Silva foi ouvido na Assembleia da República sobre a Visão Estratégica do Plano de Recuperação 2020-2030. A audiência foi pedida pelo PS.

O autor da Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020-2030 esteve esta quarta-feira de manhã na Assembleia da República para ser questionado pelos deputados, após um pedido de audição urgente por parte do Partido Socialista. Ontem, António Costa Silva apresentou o resultado dos contributos da consulta pública do documento que divulgou em julho. Pode ver a audição aqui:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Banco vai gastar todo o dinheiro do mecanismo? Máximo dos Santos já não arrisca prognósticos

"Não vou fazer prognósticos". É assim que Máximo dos Santos responde quando questionado se o Novo Banco vai pedir os 900 milhões que faltam do mecanismo de capital contingente.

Depois da audição do presidente do Novo Banco, António Ramalho, os deputados ouvem esta quarta-feira as explicações do presidente do Fundo de Resolução, Luís Máximo dos Santos, sobre as polémicas operações de venda de ativos do banco, designadamente imóveis e seguradora GNB Vida.

Outros temas deverão ser abordados, como o pedido do Fundo de Resolução para uma auditoria aos créditos da Promovalor, o grupo económico de Luís Filipe Vieira, no Novo Banco. Acompanhe aqui a audição em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

OCDE vê Zona Euro a cair menos. Só a China cresce em 2020

A OCDE melhorou as previsões para a maior parte das economias. É o caso da Zona Euro para a qual prevê agora uma recessão de 7,9% em 2020. A previsão da China melhora de tal forma que vai crescer.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) melhorou esta quarta-feira as previsões económicas para este ano e o próximo nas principais economias do mundo. O PIB mundial deverá cair 4,5% este ano (-6% nas previsões anteriores), recuperando 5% em 2021, o que resulta da melhoria das previsões para os EUA, China — a única grande economia que crescerá — e Europa, mais do que compensando a deterioração das previsões para a Índia, México e África do Sul.

É o caso da Zona Euro para a qual a OCDE prevê uma recessão de 7,9% em 2020, inferior aos 9,1% previstos anteriormente. Contudo, como a recessão vai ser menor, a recuperação também: a previsão para 2021 passa a ser um crescimento de 5,1%, abaixo dos 6,5% estimados anteriormente.

Dentro da Zona Euro há diferenças entre os Estados-membros, sendo que a OCDE revela as previsões apenas para as três maiores economias europeias. A maior diferença está nas previsões para a economia francesa, cuja recessão será de 9,5% (-11,4% nas previsões anteriores), seguindo-se uma recuperação de 4,6% (5,8% nas previsões anteriores).

Na Alemanha, o PIB vai cair 5,4% este ano (-6,6% anteriormente), recuperando 4,6% no próximo ano (5,8% anteriormente). Em Itália, as previsões também melhoram, mas pouco: a queda será de 10,5% (-11,3% previamente) e a recuperação mais fraca de 5,4% em 2021 (7,7% previamente).

Sobre a União Europeia, a OCDE considera que os estímulos que estão a ser preparados melhoraram as perspetivas de uma recuperação mais forte, nomeadamente o Plano de Recuperação Europeu que equivale a cerca de 5,5% do PIB da União Europeia de 2019. Será uma ajuda para o “investimento, ainda que principalmente depois de 2021”.

A Organização refere ainda a diferença entre as situações da Zona Euro e do Japão em que o desemprego subiu, mas menos do que poderia ser esperado, ao contrário das situações nos EUA e no Canadá em que a destruição de emprego foi mais agressiva. Os mais afetados estão a ser os “trabalhadores com salários baixos e os mais jovens”, alerta a OCDE.

A OCDE não atualizou as previsões para Portugal. Em junho, previa uma contração da economia de 9,4% em 2020 e uma recuperação de 6,3% em 2021.

China será a única grande economia a crescer em 2020

A pandemia teve origem na China e foi lá que primeiro se espalhou, impactando de forma significativa a economia chinesa. Porém, perante a melhoria da crise pandémica na China, a OCDE reviu em alta (+4,4 pontos percentuais) a previsão sobre a variação do PIB em 2020, prevendo agora um crescimento de 1,8%. É a única das maiores economias do mundo com um valor positivo.

A China é o único país do G20 no qual se prevê que o PIB cresça em 2020, ajudada pelo facto de ter sido atingida mais cedo pela pandemia, pelo rápido controlo do vírus e pelas políticas implementadas para permitir que houvesse uma recuperação rápida da atividade [económica]”, explica a OCDE.

Ao contrário da maioria das restantes economias, a recuperação “foi mais forte do que o esperado”, com o nível de atividade a “recuperar rapidamente” os níveis pré-pandemia no final do segundo trimestre, “estimulado por um forte investimento em infraestruturas”.

Por comparação, os Estados Unidos deverão contrair 3,8% em 2020, melhorando 3,5 pontos percentuais face às previsões anteriores, recuperando 4% em 2021. Neste caso, a OCDE assume que haverá um novo pacote de estímulos no valor de 1,5 biliões de dólares (cerca de 8% do PIB de 2019) durante o outono.

No agregado, as previsões apontam agora que o PIB mundial chegará ao nível pré-pandemia mais cedo (linha vermelha), no final de 2021, mas continuará bastante aquém da trajetória (linha azul) que percorreria na ausência de crise.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Calçado português cria “montra digital” com milhares de produtos da fileira

  • Lusa e ECO
  • 16 Setembro 2020

Portal Portuguese Shoes vai contar com dez mil produtos de 400 empresas. Será o “maior investimento de sempre” do cluster do calçado na área digital.

O setor português do calçado lança na quinta-feira um portal online com dez mil produtos de 400 empresas, inserido no “maior investimento de sempre” feito na área digital, numa altura em que a pandemia condiciona a promoção internacional.

“É a maior montra de calçado português alguma vez criada”, assegura o presidente da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) em declarações à agência Lusa.

De acordo com Luís Onofre, trata-se de um projeto no qual a associação começou a trabalhar há vários meses, ainda antes da pandemia da Covid-19, mas que o “período de exceção” hoje vivido a nível global, “com limitações sérias em matéria de viagens e mesmo da participação em eventos promocionais no exterior”, torna ainda mais premente e atual.

O objetivo do Portal Portuguese Shoes, explica, é “oferecer aos clientes internacionais toda a informação sobre a oferta portuguesa nas áreas do calçado, componentes e artigos de pele”, pretendendo assumir-se como “o mais completo portefólio digital da fileira do calçado em Portugal”.

Com um total de 400 empresas associadas, a plataforma reunirá, até ao final do ano, mais de 10 mil produtos portugueses da fileira.

De cariz profissional, business to business, o portal permitirá aceder a informação síntese sobre as empresas, mas também aos respetivos ‘showrooms’, com “milhares de produtos, informação técnica especializada e outros dados relevantes relacionados com as empresas e as marcas”.

“Nos próximos meses, o acesso a showrooms virtuais e a fotos em 3D serão disponibilizados em grande escala”, adiantou à agência Lusa Paulo Gonçalves, diretor de comunicação da APICCAPS.

Segundo referiu, o portal vai ainda fornecer informação sobre todas as marcas portuguesas de calçado que já estão à venda online, “promovendo dessa forma uma ligação mais efetiva e sistematizada entre as marcas e os consumidores finais”.

“A comunicação e a promoção das nossas empresas é absolutamente fundamental para um setor que exporta quase toda a produção como o calçado. Em circunstâncias normais, participaríamos este ano em cerca de 60 eventos no exterior, o que não será possível, mas não vamos por isso abrandar a nossa atividade de promoção externa. Estamos é a diversificar investimentos”, explicou.

Assim, até ao final de 2021 o setor pretende investir três milhões de euros no universo digital, no âmbito do projeto “Valorização da Oferta na Fileira do Calçado”, apoiado pelo Compete 2020, “o maior investimento de sempre” feito nesta área e que prevê apoios às empresas na criação dos respetivos ‘sites’ e lojas ‘online’, elaboração de campanhas de ‘marketing’ digital e reforço da presença nas redes sociais.

“São novos tempos, novas abordagens, e nós queremos agarrar esta oportunidade. Isto não quer dizer que vamos retirar a importância às feiras, que para nós são absolutamente fundamentais, porque nos permitem contactar diretamente com os clientes, testar novos produtos e aumentar as exportações. As feiras continuam a ser importantes e queremos rapidamente voltar aos grandes palcos internacionais, quando for possível. Mas, simultaneamente, estamos a fazer este conjunto de investimentos para que o setor não abrande a sua atividade de promoção”, salientou Paulo Gonçalves.

Há muito a fazer para melhorar presença online do calçado português

Cerca de três quartos das empresas portuguesas que integram o cluster português do calçado e artigos de pele tem presença online, mas a associação do setor considera que há “ainda muito trabalho a fazer” na digitalização da fileira.

“Consideramos que o ponto de partida é interessante, mas também que há muito ainda para fazer. Há um caminho longo a percorrer em matéria de promoção das nossas empresas online e é isso que estamos a estimular, porque entendemos que o futuro também passará por aqui”, afirmou o diretor de comunicação da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) em declarações à agência Lusa.

Segundo as conclusões do estudo “O cluster português de calçado na Internet”, elaborado para a APICCAPS pelo Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica do Porto e que inquiriu 328 empresas e 362 marcas, no segmento de calçado 75% das empresas têm presença online, consubstanciada num site, subindo esta percentagem para os 78% no caso das empresas de componentes para calçado e de artigos de pele e marroquinaria.

O trabalho evidencia que “a percentagem de empresas com site é ligeiramente crescente com a dimensão”, mas revela que 4% dos sites “consistem apenas numa página a dizer “site em construção”, facto que a APICCAPS encara com “preocupação”.

O inglês é a língua mais comum, utilizada em 90% dos sites, enquanto o português surge em apenas 75% dos casos, o que se considera “fazer sentido para uma fileira altamente exportadora como a do calçado”.

O estudo revela ainda que quase 71% das empresas com site apresenta um catálogo de produtos, cerca de 27% permite ao consumidor comprar online e apenas 9% das empresas permite a personalização dos seus produtos.

Evidenciando que “a presença nas redes sociais começa a ser importante para as empresas” do ‘cluster’ do calçado, o trabalho aponta que quase 60% tem presença no Facebook, 37% no Instagram e 21% no Linkedin, sendo que “a presença nas redes sociais não tem relação com a dimensão” das companhias e “as empresas mais ativas do ‘cluster’ são as de marroquinaria”.

Das apenas 27% das empresas que dispõem de loja online, 66% aceitam encomendas de todo o mundo, 14% vendem os seus produtos apenas no mercado europeu e 9% exportam para alguns destinos fora da União Europeia, ainda que não para todo o mundo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nas notícias lá fora: Zara, Yoshihide Suga e Snowflake

Zara volta aos lucros no segundo trimestre e alcança 214 milhões de euros. Yoshihide Suga é oficialmente o novo primeiro-ministro do Japão. Snowflake conclui o maior IPO de sempre na área do software.

A Inditex, proprietária da Zara, está a recuperar da pandemia ao conseguir alcançar um lucro de 214 milhões de euros no segundo trimestre. Por outro lado, o maior banco da Suécia, Svenska Handelsbanken, anunciou que vai reformular o plano de negócios e despedir cerca de mil colaboradores. No Japão, Yoshihide Suga é oficialmente o novo primeiro-ministro do país. A Snowflake concretizou a maior oferta pública inicial (IPO na sigla inglesa) de sempre nos EUA para uma empresa de software, num sinal da forte procura de Wall Street por empresas de serviços de computação em nuvem. Em Angola, o Governo deu ordem ao Ministério das Finanças para apurar os débitos e créditos existentes entre as empresas públicas Sonangol, TAAG e PRODE e regularizar as dívidas, com vista a proceder ao saneamento das empresas.

Expansión

Zara volta aos lucros no segundo trimestre e alcança 214 milhões de euros

A Inditex, proprietária da Zara, reportou um lucro líquido de 214 milhões de euros no segundo trimestre, superando a previsão média de 96 milhões de euros da Refinitiv. Apesar do lucro líquido, face ao ano anterior, a empresa presidida por Pablo Isla teve uma quebra de 31% no volume de negócios, para 4,73 mil milhões de euros. “Acreditamos que estes resultados são muito positivos e que o segundo trimestre marca um ponto de viragem no desempenho das vendas em 2020, após o impacto negativo da Covid-19”, diz Marcos López, diretor de mercados de capitais da Inditex. O grupo espanhol registou um lucro operacional bruto de 1.002 milhões entre maio e julho, muito acima da previsão e mais do dobro do primeiro trimestre do ano, quando o seu EBITDA foi de 484 milhões.

Leia a notícia completa na Expansión (acesso livre, conteúdo em espanhol).

CNBC

Yoshihide Suga é oficialmente o novo primeiro-ministro do Japão

O parlamento do Japão elegeu oficialmente, esta quarta-feira, Yoshihide Suga como novo primeiro-ministro. Yoshihide Suga vai substituir Shinzo Abe, que apresentou a demissão por questões de saúde, após quase oito anos como líder do Governo. Suga, de 71 anos, que foi chefe de Gabinete e ministro porta-voz do Governo de Abe, obteve 314 dos 462 votos, numa sessão extraordinária do parlamento japonês (Dieta), convocada para ratificar a escolha, na sequência da proposta do partido no poder. O novo primeiro-ministro vai herdar uma série de desafios, incluindo as relações diplomáticas e económicas com a China e os Estados Unidos, bem como o que fazer com os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para o próximo verão devido à pandemia.

Leia a notícia completa na CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês).

Financial Times

Snowflake conclui o maior IPO de sempre na área do software

A Snowflake concretizou a maior oferta pública inicial (IPO na sigla inglesa) de sempre nos EUA para uma empresa de software, num sinal da forte procura de Wall Street por empresas de serviços de computação em nuvem. Os investidores concordaram em comprar 28 milhões de ações da empresa avaliadas em 120 dólares cada, segundo fontes próximas da oferta, angariando cerca de 3,4 mil milhões de dólares para a empresa de software. Esse preço atribui uma capitalização bolsista de mais de 33 mil milhões de dólares à empresa, tendo em conta o número de ações em circulação. A oferta é a maior do ano e a maior nos EUA desde a dispersão de 8,1 mil milhões de dólares da Uber em maio do ano passado, apontam dados da Refinitiv.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

Bloomberg

Maior banco da Suécia vai despedir mil colaboradores

O Svenska Handelsbanken, o maior banco da Suécia, revelou que vai proceder a uma série de cortes, entre eles o despedimento de mil colaboradores. O banco sueco pretende reduzir quase para metade a sua rede de agências, de acordo com uma declaração feita esta quarta-feira. Ao mesmo tempo, a direção pretende investir cerca de 114 milhões de dólares (96 milhões de euros) em tecnologia. “Estas mudanças vão ajudar-nos a baixar os nossos custos”, disse o banco. O Handelsbanken diz esperar que a mudança para um serviço mais digital traga a sua “oferta ao cliente a um nível inteiramente novo”.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso pago, conteúdo em inglês).

En24 News

Governo angolano autoriza acertos de contas com Sonangol, TAAG e PRODEL

O Governo angolano deu ordem ao Ministério das Finanças para apurar os débitos e créditos existentes entre as empresas públicas Sonangol, TAAG e PRODEL e regularizar as dívidas, com vista a proceder ao saneamento das empresas. Segundo um despacho presidencial, a decisão deve-se à necessidade de proceder ao saneamento de algumas empresas do setor empresarial público, “através da regularização das dívidas registadas no período compreendido entre os exercícios económicos de 2001 a 2019, visando a sua reestruturação e relançamento”. O setor empresarial público “tem verificado a existência de créditos e débitos entre a Sonangol [petrolífera estatal] e o Estado”, uma situação que leva a que as empresas possam “em determinadas circunstâncias ver-se condicionadas na realização do seu objeto”, acrescenta o diploma.

Leia a notícia completa na En24 News (acesso livre, conteúdo em inglês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Temido e Mendes Godinho questionadas sobre lares. Siga em direto

  • ECO
  • 16 Setembro 2020

A ministra do Trabalho e a ministra da Saúde estão a ser ouvidas esta manhã no Parlamento sobre os surtos de Covid-19 nos lares.

A Ministra da Saúde e a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social estão, esta quarta-feira, na Assembleia da República a serem ouvidas sobre os vários surtos de Covid-19 registados nos lares, nomeadamente o de Reguengos de Monsaraz, onde morreram 18 pessoas.

Esta audição acontece depois de Mendes Godinho ter admitido não ter lido o relatório da Ordem dos Médicos sobre o surto no lar de Reguengos de Monsaraz e ter sublinhado que, em proporção, a dimensão dos surtos nos lares “não é demasiado grande”.

Acompanhe aqui a audição das ministras em direto.

(A transmissão foi interrompida para dar lugar à transmissão da audição de António Costa Silva sobre o Plano de Recuperação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

30% do Fundo de Recuperação europeu será financiado com green bonds

A Comissão Europeia irá aos mercados para financiar o Fundo de Recuperação europeu. 30% da dívida será emitida através de green bonds, tornando a UE um dos maiores emissores de dívida verde.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, anunciou esta quarta-feira, no discurso do Estado da União, que 30% da emissão de dívida para financiar o Fundo de Recuperação europeu será feita através de green bonds. Essa hipótese tinha sido noticiada no fim de semana pelo Financial Times, tornando-se agora oficial.

Ao todo, serão emitidos 225 mil milhões de euros em dívida verde, tornando a União Europeia, através da Comissão Europeia, um dos maiores emissores de green bonds — segundo o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, será mesmo o maior. Esta será a primeira vez que a UE vai emitir dívida verde.

Dos 750 mil milhões de euros do Fundo de Recuperação europeu — conhecido como o Next Generation EU (Próxima Geração UE) –, 37% (277,5 mil milhões de euros) serão gastos nos projetos previstos no European Green Deal (Pacto Verde Europeu). No acordo de julho do Conselho Europeu estava previsto que “pelo menos 30%” das verbas tinham de ser gastas nos objetivos da ação climática.

A presidente da Comissão Europeia anunciou também que irá propor uma redução maior das emissões de 55% até 2030. “Temos de ser os líderes” na transição climática, disse Von der Leyen, admitindo que este valor é “muito para alguns e insuficiente para outros”. Este objetivo é “ambicioso, mas alcançável”, assegura.

A emissão de dívida verde, cuja emissão tem subido significativamente nos últimos anos, é uma das formas de financiamento possíveis quando o dinheiro emprestado é direcionado para projetos ligados ao ambiente, como se pretende que aconteça no fundo de recuperação europeu. Assim, a utilização das green bonds poderá ajudar a Europa a fazer a transição climática, uma das prioridades da União Europeia nesta recuperação, uma vez que estimulará este segmento dos mercados financeiros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.