UTAO vê défice de 5,8% do PIB no primeiro semestre

A UTAO estima que o défice tenha subido para 5,8% do PIB no primeiro semestre deste ano, fruto do impacto da crise pandémica nas contas públicas.

Os técnicos do Parlamento que acompanham as contas públicas estão a estimar um défice orçamental de 5,8% do PIB entre janeiro e junho deste ano, em contabilidade nacional (a que interessa para as regras europeias), o que representa uma deterioração de 4,8 pontos percentuais face ao saldo orçamento do mesmo período de 2019.

A UTAO estima que o saldo orçamental das Administrações Públicas no primeiro semestre de 2020, na ótica de contas nacionais, tenha ascendido a – 5,8% do PIB (valor central do intervalo de – 6,3% do PIB a – 5,3% do PIB)“, escreve a Unidade Técnica de Apoio Orçamental no relatório sobre a execução orçamental em contabilidade pública até julho divulgado esta quarta-feira.

Apesar de ser um número muito superior ao que se registou nos últimos anos, a boa notícia é que fica aquém da estimativa do Ministério das Finanças para o défice anual, que no Orçamento Suplementar era de 6,3%. Contudo, a previsão já estará acima dos 7%, incorporadas as mudanças orçamentais que ocorreram durante o período de discussão na Assembleia da República. “O saldo orçamental do primeiro semestre terá, assim, ficado ligeiramente acima da meta de – 6,3% do PIB para o conjunto do ano conforme revisão na segunda AOE/2020, na sequência da emergência da pandemia de Covid-19”, refere a UTAO.

Em contabilidade pública, o défice deverá situar-se nos 7%. “A diferença entre os saldos apurados nas duas óticas contabilísticas reflete os ajustamentos de passagem da conta em contabilidade pública à conta em contabilidade nacional”, esclarece a UTAO, referindo que “estima-se que estes ajustamentos em termos líquidos tenham beneficiado o saldo em contas nacionais em cerca de 1,2 p.p. do PIB”. Em causa estão principalmente os impostos adiados que virão a ser pagos, o que em contas nacionais é contabilizado como se já tivesse entrado nos cofres públicos.

A UTAO revela ainda que o impacto orçamental acumulado das medidas implementadas por causa da pandemia é de 2.386 milhões de euros, até julho. Este valor vem maioritariamente do lado da despesa, com mais 1.599 milhões de euros de gastos, mas também da receita, com menos 787 milhões de euros a entrarem nos cofres do Estado. “Pela primeira vez desde o início da implementação das medidas temporárias Covid-19, o valor reportado das medidas da despesa é superior às da receita”, notam.

Os técnicos do Parlamento revelam que já foram devolvidos 236 milhões de euros em impostos (IRS, IRC e IVA) que tinham sido adiados nos primeiros meses da pandemia. Contudo, “permanecem diferidos 502 milhões de euros, esperando-se proceder à sua cobrança no decurso do segundo semestre de 2020“, explicam. Este é um “risco descendente” para as contas públicas uma vez que pode haver incumprimento por parte dos cidadãos ou empresas.

Do bolo total de 2.386 milhões de euros, “as medidas destinadas a apoiar a saúde representaram 16,0% (383 milhões de euros) e as destinadas a apoiar a economia 84,0% (2003 milhões de euros)”. Entre as despesas, as medidas de apoio ao emprego custaram 950 milhões de euros até julho, seguindo-se as medidas de proteção do rendimento das famílias com um custo de 230 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 12h52 com mais informação)

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Como comunicar em tempos de pandemia? Veja aqui

A Lola NormaJean lançou um estudo em que analisa a resposta de agências de publicidade, comunicação e departamentos de marketing à pandemia e a forma como as marcas vão ter de reagir ao novo contexto.

http://videos.sapo.pt/6pZ5ob5LWPIFMHNz9bHQ

A agência de publicidade Lola NormaJean, em parceria com a Nielsen, lançou um estudo em que analisa a resposta de agências de publicidade, comunicação e departamentos de marketing à pandemia e de que forma as marcas e empresas vão ter que reagir perante este novo contexto.

Em entrevista exclusiva ao Ecoolhunter, Rodrigo Silva Gomes, CEO da Lola NormaJean, e Matilde Gomes que trabalha em estratégia na agência, revelam as principais conclusões e as tendências de comunicação que vão marcar os próximos meses.

Consulte o estudo aqui.

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CaixaBank e Bankia fecham acordo de princípio para a fusão

Os dois bancos espanhóis já terão alcançado um acordo de princípio com vista a uma fusão, depois de os acionistas terem dado o aval à operação, avança a Reuters.

O CaixaBank, dono do BPI, e o Bankia já terão um acordo de princípio com vista a uma fusão. Os dois bancos espanhóis marcaram para, esta quinta-feira, reuniões dos respetivos conselhos de administração para acertar os termos da operação, segundo avança a Reuters.

Duas fontes familiarizadas com as negociações adiantaram à agência noticiosa que os principais acionistas das duas instituições financeiras deram ontem à noite o aval à fusão de operações que poderá resultar na criação do maior banco em Espanha. “O negócio recebeu ‘fumo branco’ ontem à noite pelos seus principais acionistas”, disse uma dessas fontes, sem dar mais detalhes sobre o negócio.

O Estado espanhol detém 61,8% do capital do Bankia e a fundação La Caixa controla, através da sua empresa-mãe Criteria, 40% do CaixaBank. Contactados pela Reuters, os dois bancos e o Ministério da Economia de Espanha recusaram comentar.

Foi no passado dia 3 de setembro que o CaixaBank e o Bankia anunciaram estar a negociar uma fusão integral para criar um banco com cerca de 600 mil milhões de euros em ativos e uma capitalização de mercado combinada de cerca de 16,3 mil milhões de euros, de acordo com as atuais avaliações de mercado.

Este negócio surge numa altura em que os bancos em toda a Europa lutam para lidar com o nível historicamente baixo das taxas de juros e a desaceleração económica desencadeada pela pandemia de Covid-19, levando o setor a antecipar mais acordos com vista à redução dos respetivos custos.

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Fabricante de lâmpadas da Philips já é neutra em carbono em 2020 com eletricidade renovável

Desde 2010, a Signify reduziu as suas emissões em 70%. Está agora a preparar uma nova etapa de cinco anos na qual se irá concentrar em duplicar o seu impacto positivo no ambiente e na sociedade.

Depois de a Philips ter anunciado que vai eliminar gradualmente as embalagens de plástico em todos os produtos de iluminação de consumo e que a sua fabricante Signify será uma empresa plastic-free até final de 2020 em Portugal, evitando a utilização de 2.500 toneladas de plástico por ano, a empresa veio agora dizer que já alcançou a neutralidade de carbono em todas as suas operações de todo o mundo, utilizando eletricidade 100% renovável.

Além disso, está já a preparar uma nova etapa de cinco anos na qual se irá concentrar em duplicar o seu impacto positivo no ambiente e na sociedade. Desde 2010, a Signify conseguiu reduziu as suas emissões operacionais em mais de 70%: substituiu as tecnologias das suas instalações por outras mais eficientes em termos energéticos, optou por formas de transporte mais sustentáveis e planeamentos de logística otimizados e reduziu o número de viagens tornando-as também mais sustentáveis.

Soma-se ainda o consumo de eletricidade 100% renovável, proveniente de dois contratos de compra de energia, um no Texas e outro na Polónia. O balanço das reduções de emissões foi assim alcançado pela empresa através de um programa de compensação de carbono, com projetos que visam contribuir para o bem-estar das comunidades locais.

“É uma conquista muito importante e queremos que muitas outras empresas se juntem a nós”, afirmou Eric Rondolat, CEO da Signify. “No entanto, o mundo ainda enfrenta mudanças demográficas, urbanísticas, climáticas e escassez de recursos. Por isso, este não é um momento para parar, mas sim para nos tornarmos ainda mais ambiciosos e acelerar os nossos esforços para enfrentar esses desafios. O aumento da sustentabilidade e a oferta de um bom lugar para trabalhar são pilares estratégicos da nossa empresa”.

O novo programa de sustentabilidade da empresa chama-se “Brighter Lives, Better World 2025″ e tem como objetivo “duplicar o impacto positivo no ambiente e na sociedade”. Além da neutralidade de carbono, a Signify quer também reduzir as emissões de carbono em toda a cadeia de valor. “Já em 2025 será atingida a meta de 2031 estabelecida para as empresas no Acordo de Paris de limitar os aumentos de temperatura a 1,5°C durante os períodos pré-industriais. Para tal, vai aumentar a eficiência energética do seu portfólio – o que reduzirá as emissões dos seus clientes – e irá promover reduções de carbono dos fornecedores”, disse a empresa em comunicado.

A Signify compromete-se com o consumo e a produção responsáveis, com produtos que podem ser reimpressos, recondicionados, reutilizados ou reciclados, para chegar à meta de duplicar as receitas de produtos, sistemas e serviços circulares para atingir os 32% em 2025. Um exemplo disto são as luminárias impressas em 3D, tendo sido a primeira empresa de iluminação a desenvolver este processo em escala – e de iluminação pública com componentes reutilizável e peças recicláveis lançada no início deste ano. Foram também criadas nova embalagens sustentáveis, com a remoção do plástico de todas as embalagens de consumo antes do final de 2021 – e foi eliminado o envio de resíduos para aterros.

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OMT confia que recuperação do turismo comece no 4.º trimestre deste ano

  • Lusa
  • 16 Setembro 2020

A OMT aponta para o início da recuperação da procura turística no 4.º trimestre de 2020 e especialmente em 2021, com a procura interna inicialmente mais dinâmica do que as viagens internacionais.

A Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas (UNWTO) está confiante que a recuperação do setor terá início no último trimestre deste ano, e mais fortemente em 2021, foi anunciado esta quarta-feira.

Esta recuperação ocorrerá depois da pior crise da história ter colocado em risco entre 100 e 120 milhões de empregos do setor do turismo em todo o mundo.

O 112.º Conselho Executivo da UNWTO, que se realiza esta terça-feira na capital da Geórgia, é a primeira reunião presencial realizada pela organização desde o surto da pandemia e tem como objetivo enviar uma mensagem de confiança para recuperar o turismo, cujas perdas são oito vezes maiores do que as da crise de 2008.

O secretário-geral da organização, o georgiano Zurab Pololikashvili, recordou durante o seu discurso na reunião os números devastadores do setor: os cenários apontam para quedas entre 58% e 78% nas chegadas turísticas internacionais em 2020, um nível que revela a incerteza que o mundo está a viver, e que depende da duração das restrições de viagem e de quando as fronteiras serão reabertas.

Como resultado, entre 850 milhões e 1,1 mil milhões de pessoas deixarão de fazer viagens internacionais, provocando perdas entre 910 mil milhões e 1,2 biliões de dólares em receitas de exportação do turismo.

O setor não voltará aos níveis de crescimento pré-pandemia durante mais três a quatro anos.

No entanto, em meados de junho houve sinais positivos de uma inversão gradual, embora ainda cautelosa, da tendência, graças ao levantamento gradual das restrições de viagem em vários países do mundo, especialmente na Europa, e ao recomeço de alguns voos internacionais.

A crise terá um impacto mais notável nas economias que dependem fortemente do turismo, tais como pequenos Estados insulares em desenvolvimento e países com grandes setores turísticos, tais como Espanha.

Os peritos da UNWTO apontam para o início da recuperação da procura turística internacional no quarto trimestre de 2020 e especialmente em 2021, com a procura interna inicialmente mais dinâmica do que as viagens internacionais e o lazer do que as viagens de negócios.

Apesar dos números, Pololikashvili disse que, apesar de o setor ter sofrido uma “facada”, que é a crise mais grave da história, é possível avançar “com determinação e cooperação”, pelo que instou a unir esforços entre instituições e países.

A pandemia vai passar, disse o secretário-geral, mas temos todos de trabalhar em conjunto para dar forma a um setor sustentável e inovador. O turismo continuará a ser “uma coisa valiosa e necessária”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, enviou uma mensagem ao conselho salientando o papel fundamental do turismo na proteção do planeta e sublinhando que este é hoje mais resistente e sustentável.

O presidente do conselho executivo da UNWTO, Najib Balala, declarou que embora “não haja fim à vista” da pandemia é necessário trabalhar para que o setor “não colapse completamente”, pelo que há medida que as fronteiras se forem abrindo, é essencial seguir as diretrizes da OMC e os protocolos de saúde da OMS para garantir a segurança dos turistas, viajantes e pessoal do setor.

Cada pandemia, disse o ministro do Turismo e Vida Selvagem do Quénia, “incorpora ameaças e oportunidades, e a oportunidade atual é fazer melhor uso da inovação e tecnologia na saúde e segurança.

Os últimos números divulgados na terça-feira pela UNWTO mostram que os turistas internacionais caíram 65% no primeiro semestre de 2020 devido ao impacto da covid-19 e só em junho as chegadas foram 93% inferiores ao que no mesmo mês em 2019.

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Fundo de Resolução diz que seria “desastre total” pôr em risco o Novo Banco

  • Lusa
  • 16 Setembro 2020

Durante a audição desta quarta-feira, o presidente do Fundo de Resolução disse que seria o "desastre total" se o Novo Banco fosse colocado em risco e disse acreditar numa resolução para o problema.

O presidente do Fundo de Resolução e vice-governador do Banco de Portugal disse esta quarta-feira, no Parlamento, que seria o “desastre total” se o Novo Banco fosse colocado em risco e disse acreditar numa resolução para o problema.

O que seria mais errado era se, chegados aqui, fizéssemos qualquer coisa que pusesse em risco o Novo Banco, isso era o desastre total. Se por qualquer razão o banco sofresse agora danos tremendos era negar todo o percurso e criar instabilidade financeira em cima de uma crise que temos, acredito que os problemas serão resolvidos”, afirmou Máximo dos Santos, que está a ser esta quarta-feira ouvido como presidente do Fundo de Resolução pelos deputados da comissão de Orçamento e Finanças, mas referindo que fazia estas declarações sobretudo como vice-governador do Banco de Portugal.

O Fundo de Resolução bancário, além de ter 25% do Novo Banco, é a entidade responsável pelas injeções de capital no banco, no âmbito do acordo feito em 2017 na venda de 75% da instituição financeira ao fundo de investimento norte-americano Lone Star.

Esse acordo prevê que, através de um mecanismo contingente, o fundo cubra perdas do banco com ativos ‘tóxicos’ com que ficou do BES até 3.890 milhões de euros. Até hoje, já foram injetados 2.976 milhões de euros (dos quais 2.130 milhões de euros vieram de empréstimos do Tesouro) e poderão transferidos ser mais 900 milhões de euros nos próximos anos.

O Novo Banco tornou-se um dos temas ‘quentes’ das negociações do Orçamento do Estado para 2021.

A 4 de setembro, a coordenadora do BE deixou uma mensagem clara em Viseu, na primeira iniciativa da ‘rentrée’ do partido: “Não pode haver nem um tostão” no Orçamento de Estado para 2021 para “os desmandes do Novo Banco”, disse.

Já em entrevista ao Expresso, este fim de semana, Catarina Martins fez mesmo depender a viabilização do orçamento do fim das transferências para o Novo Banco e da realização de uma auditoria por instituições públicas.

O problema é que, sem esses empréstimos públicos ou outra solução que seja encontrada (caso de um empréstimo bancário que está a ser discutido entre os principais bancos portugueses e o Governo), o Fundo de Resolução não tem receitas suficientes (cujas principais são as contribuições periódicas dos bancos) para acudir à injeção de capital no Novo Banco.

Segundo informações obtidas pela Lusa, os bancos têm estado a apreciar um eventual empréstimo ao Fundo de resolução, mas com muitas cautelas, seja sobre as condições do crédito, o impacto dessa solução nas suas contas ou quem seriam os contribuidores.

Já no ano passado, o presidente do BCP, Miguel Maya, defendia publicamente que as sucursais de instituições financeiras em Portugal também pagassem para o Fundo de Resolução, considerando que há uma grande desvantagem competitiva para os bancos portugueses.

Na semana passada, o BCP anunciou que desistiu da ação judicial no Tribunal Geral da União Europeia em que pretendia “a anulação parcial” do mecanismo contingente, mas deixou uma mensagem: “O BCP mantém a legítima expectativa de que venha a ser encontrado um modelo de financiamento do Fundo de Resolução Nacional que, sem penalizar os contribuintes portugueses, salvaguarde a equidade concorrencial e a competitividade das diversas instituições financeiras a atuar no mercado português”, disse em comunicado ao mercado.

Contudo, mesmo que o Estado não empreste dinheiro ao Fundo de Resolução, as injeções de capital no Novo Banco deverão continuar a contar para o défice, uma vez que esta entidade está dentro do perímetro das administrações públicas.

Ainda na audição desta quarta-feira, na comissão de Orçamento e Finanças, em resposta ao PSD, Máximo dos Santos considerou que as sucursais de bancos não podem fazer contribuições diretas para o financiamento do Fundo de Resolução pelo direito europeu, mas admitiu novos impostos que contribuam para financiamento do fundo.

Porque é que as sucursais não contribuem no âmbito das contribuições diretas? Não podem em termos de direito europeu, se não ficavam a pagar para o Fundo de Resolução nacional do país onde têm a sede, para o Fundo de Resolução Único a nível europeu e para o fundo onde têm a sucursal“, disse Máximo dos Santos.

Contudo, acrescentou, “é possível equacionar figuras tributárias que possam ter aqui um contributo, mas não essas contribuições diretas”.

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Banco de Espanha piora previsões de crescimento do país para 2021

  • Lusa
  • 16 Setembro 2020

Banco de Espanha afastou cenário de recuperação económica rápida do país, tendo mantido para 2020 uma previsão de contração entre 10,5 e 12,6%.

O Banco de Espanha afastou esta quarta-feira uma recuperação económica rápida do país, tendo mantido para 2020 uma previsão de contração entre 10,5 e 12,6% e revisto a de crescimento para 2021 para entre 4,1 e 7,3%.

No seu relatório económico trimestral publicado esta quarta-feira, a entidade centra as suas previsões até 2022 na hipótese de uma recuperação gradual, para a qual projeta dois cenários que dependem da evolução dos surtos da Covid-19 e das medidas de contenção, após um terceiro trimestre de 2020 para o qual calcula uma recuperação do PIB (Produto Interno Bruto) entre 13 e 16,6%.

No final de 2022, a entidade estima que o nível do PIB será cerca de dois pontos percentuais abaixo do nível de antes da crise no cenário um e ligeiramente mais, de 6 pontos abaixo, no cenário dois.

O primeiro cenário prevê o aparecimento de surtos da pandemia que exigiriam apenas medidas de contenção limitadas geográfica e setorialmente, com maior impacto no lazer e na hotelaria, enquanto o segundo assume medidas mais drásticas, que afetariam mais atividades no setor dos serviços e limitariam o dinamismo do resto dos ramos produtivos.

No primeiro cenário, o PIB cairia 10,5% em 2020 e baixaria 12,6% no segundo cenário, em linha com os 11,6% projetados pela entidade no seu cenário central das previsões feitas em junho passado.

A recuperação no segundo semestre deste ano teria um efeito positivo no crescimento do PIB em 2021, atingindo 7,3% no cenário um e 4,1% no cenário dois, ambos abaixo dos 9,1% projetados em junho.

Nenhum dos dois cenários toma em consideração o efeito positivo “potencialmente relevante” no PIB dos fundos europeus, até 140 mil milhões de euros, previstos para Espanha, porque os pormenores da magnitude, destino e distribuição temporária destes recursos são desconhecidos.

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PLMJ desvaloriza ataque informático de Rui Pinto

Na terceira sessão de julgamento, o managing partner da PLMJ Luís Pais Antunes foi ouvido. O escritório foi uma das entidades cujo sistema informático foi pirateado por Rui Pinto.

Luís Pais Antunes — na qualidade de managing partner da PLMJ — desvalorizou o ataque informáticode Rui Pinto, sofrido pelo escritório no final de 2018. Em declarações em sede de julgamento no âmbito do processo contra o criador do Football Leaks, o advogado admitiu que a 21 de dezembro de 2018 “adquiriram a convicção que havia um acesso aos nossos sistema de informação”. Porém, insistiu que este tipo de ataque é “comum a muitas organizações”. “Não é um facto pontual, seja nos escritórios de advogados, mesmo outros, e noutras organizações”, explicou o presidente do Conselho de Administração do escritório que é assistente no processo. “Sempre houve violações de correspondência ou sistemas informáticos hackeados, a nível diário”.

A terceira sessão de julgamento do hacker Rui Pinto –que responde por um total de 90 crimes visando entidades como o Sporting, a Doyen, a PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol e a PGR — foi marcada pelos testemunhos de Luis Pais Antunes, managing partner da PLMJ , da parte da manhã. Da parte da tarde segue-se João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa, ex-advogados do mesmo escritório que foi alvo de pirataria informática por parte do arguido.

“Pelo histórico, o primeiro acesso foram mais na área de criminal/contencioso e foi mais nessa área que a intrusão se verificou”, acrescenta, referindo-se à equipa, à data, liderada por João Medeiros. Nove meses passados, este advogado acabou por sair do escritório e integrar a Vieira de Almeida, onde é hoje sócio. “Houve uma duração na permanência na caixa de correio em causa de outubro a dezembro de 2018”, referiu Luís Pais Antunes.

O managing partner da PLMJ admitiu ainda que a sociedade de advogados tinha “níveis de segurança elevados, e depois reforçamos ainda mais a segurança mas também tenho a certeza que haverá sempre alguém com margem para contornar as dificuldades”. Preocupado em passar a mensagem de que os níveis de segurança atuais são elevados e insistindo na tónica que este tipo de ataque “pode acontecer também a outros escritórios de advogados”, admite que, na altura, “houve clientes que se mostraram compreensivos e calmos outros mais preocupados”. Na altura da divulgação dos mails divulgados no blogue Mercado Benfica, apenas os mails de João Medeiros foram divulgados. Rui Patrício, da Morais Leitão e Paulo Saragoça da Matta — também advogados do Benfica — não foram alvo de pirataria.

O ataque informático ao maior escritório português resultou na divulgação ilícita de documentos confidenciais sobre vários processos judiciais, como o caso E-Toupeira, a Operação Marquês e o processo BES.

À data, os documentos e centenas de emails foram disponibilizados para download através do blogue Mercado de Benfica, que até aqui se tinha dedicado à divulgação de correspondência interna do clube da Luz.

Nessa informação divulgada estava conteúdo confidencial relativa a Manuel Pinho, António Mexia, Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro, a holding estatal Parvalorem e ao antigo espião Jorge Silva Carvalho. Já que o alvo foi João Medeiros, que representa a Benfica SAD no processo E-Toupeira.

João Medeiros, sócio da VdA, em entrevista ao ECO/Advocatus - 12NOV19

A segunda sessão deste julgamento- realizada na terça-feira — ficou marcada pelo pedido do MP de exibição dos conteúdos originais dos dispositivos informáticos apreendidos a Rui Pinto, num requerimento formalizado na segunda sessão do julgamento.

Perante esta pretensão, a presidente do coletivo de juízes, Margarida Alves, concedeu um prazo de cinco dias para os assistentes no processo se pronunciarem.

A procuradora do MP, Marta Viegas, justificou a apresentação do requerimento por entender ser “imprescindível” em “futuras sessões” do julgamento a exibição dos “originais dos objetos apreendidos”. “Nunca foram trabalhados, nem seria possível. Tudo o que foi feito, foi baseado em cópias para não adulterar o original”, argumentou.

O arguido Rui Pinto

Rui Pinto, de 31 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol e a Procuradoria-Geral da República, e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada.

O criador do Football Leaks encontra-se em liberdade desde 7 de agosto, “devido à sua colaboração” com a Polícia Judiciária e ao seu “sentido crítico”, mas está, por questões de segurança, inserido no programa de proteção de testemunhas em local não revelado e sob proteção policial.

Rui Pinto assume-se como um whistleblower, faz a apologia do interesse público para justificar a divulgação de material que envolveu altas esferas do mundo do futebol, advogados e questões relativas ao caso Luanda Leaks, que envolve Isabel dos Santos. E recusa que tenha recebido dinheiro ao divulgar estas informações.

Sob o pseudónimo ‘John’, divulgou informações a partir de Budapeste, na Hungria, país no qual foi detido em 16 de janeiro de 2019, no âmbito de um Mandado de Detenção Europeu.

Rui Pinto arrolou 45 testemunhas para deporem no julgamento, entre as quais estão personalidades do desporto e da política. A antiga eurodeputada Ana Gomes — e agora candidata a Belem — que sempre defendeu Rui Pinto, é a primeira da lista de testemunhas, que tem outros nomes ligados à política, como o ex-coordenador do Bloco de Esquerda (BE) Francisco Louçã e o ex-ministro Miguel Poiares Maduro, ou personalidades do desporto, como o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho, o treinador do Benfica, Jorge Jesus, e Octávio Machado. O diretor nacional da PJ, Luís Neves, e Edward Snowden, antigo administrador de sistemas da Agência de Segurança Nacional (CIA) dos Estados Unidos, que revelou, em 2013, informações confidenciais e programas ilegais de espionagem, são outras das testemunhas arroladas.

Bruno de Carvalho, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e o advogado Nuno Morais Sarmento, também vice-presidente do PSD, estão entre as 71 testemunhas arroladas pelo Ministério Público na acusação contra Rui Pinto.

Rui Pinto, nas suas primeiras declarações perante o coletivo de juízes, sublinhou que está neste processo “numa estranha situação”, já que é “arguido, mas também testemunha protegido pelo Estado”. Numa curta declaração feita com papel na mão e em pé, o alegado hacker assume-se não como um pirata informático mas sim “um whistleblower” que agiu no interesse público e “nunca por dinheiro”.

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Portugal refaz plano de contingência das empresas por causa do Brexit

A ameaça de Boris Johnson de rasgar o acordo do Brexit levou Portugal a refazer o plano de contingência. A revelação foi feita por Ana Paula Zacarias.

Ana Paula Zacaria, secretária de Estado dos Assuntos Europeus, na sede da Agência Lusa em Lisboa | TIAGO PETINGA/LUSA

Depois de o Reino Unido ter publicado uma proposta sobre o comércio interno que, segundo Boris Johnson, pretende proteger o país de “interpretações extremistas ou irracionais” do Acordo de Saída da União Europeia, os alarmes soaram em várias capitais europeias.

Em Lisboa, o Governo está a atualizar e a refazer plano de contingência caso as negociações com o Reino Unido não cheguem a bom porto.

A revelação foi feita esta quarta-feira pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, numa conferência organizada pela agência Lusa e pelo Parlamento Europeu a propósito do discurso do Estado da União de Ursula Von der Leyen.

“Vamos revisitar o plano de contingência, sobretudo no que tiver a ver com as empresas”, de forma a prepara-las para um cenário de uma saída sem acordo, explicou Ana Paula Zacarias.

O Reino Unido já não está formalmente nas instituições europeias, mas continua a fazer parte do mercado único até ao final do período de transição, que termina a 31 de dezembro.

No ano passado, o Governo publicou um Plano de Preparação e Contingência com o objetivo de “proteger os direitos dos cidadãos portugueses no Reino Unido e os direitos dos cidadãos britânicos em Portugal”.

Além disso, o plano tinha uma vertente virada para “o apoio técnico e financeiro aos agentes económicos”, um foco que Ana Paula Zacarias revela agora que o Governo vai revisitar e atualizar.

Esta semana, durante o debate semanal na Câmara dos Comuns, Boris Johnson afirmou que o seu “trabalho é proteger a integridade do Reino Unido, mas também proteger o processo de paz da Irlanda do Norte”. “E para o fazer, temos de ter uma rede de segurança para proteger o nosso país contra interpretações extremistas ou irracionais do Protocolo, que pode resultar numa fronteira no Mar da Irlanda”, disse o responsável.

Esta “rede de segurança” viola o acordo que foi firmado com a União Europeia em março. No discurso do Estado da União esta quarta-feira, Ursula Von der Leyen recordou Margaret Thatcher para dizer que o Reino Unido não rasga, ou não deveria rasgar, acordos internacionais.

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Ricardo Conde é o novo presidente da Agência Espacial Portuguesa

  • Trabalho
  • 16 Setembro 2020

Ricardo Conde será o segundo presidente da Portugal Space e sucede a Chiara Manfletti, que renunciou ao cargo. A agência já abriu concurso para escolher o terceiro presidente até ao verão de 2021.

Ricardo Conde será o segundo presidente da Agência Espacial Portuguesa Portugal Space, e sucede a Chiara Manfletti.

Ricardo Conde é o novo presidente da Agência Espacial Portuguesa Portugal Space, direção que integra desde 2019. Foi nomeado por unanimidade para ser o segundo presidente da agência.

A designação de Ricardo Conde acontece após a renúncia ao cargo por parte de Chiara Manfletti, a primeira presidente da Portugal Space que antecipou, a pedido da Agência Espacial Europeia, o seu regresso àquele organismo europeu. Chiara Manfletti deu, assim, por terminada a comissão de serviço que a ligava à Portugal Space desde março de 2019, ao abrigo do acordo entre Portugal e a ESA.

O novo presidente da Agência Espacial Portuguesa “pretende reforçar as linhas de orientação traçadas na estratégia nacional Portugal Espaço 2030, promovendo na próxima década a criação de mil postos de trabalho qualificados no setor espacial em Portugal, juntamente com a multiplicação por pelo menos dez vezes do atual volume de negócios do setor espacial, de forma a atingir cerca de 500 milhões de euros em 2030”, refere a agência em comunicado.

Com a nomeação de Ricardo Conde, a direção da Agência mantém a restante composição: além de Ricardo Conde, fazem parte deste órgão Luís Santos como vice-presidente, e Hugo André Costa como membro da direção.

“O trabalho desenvolvido ao longo do último ano e meio permitiu que Portugal avançasse com novos projetos concretos integrados em quatro grandes desafios, incluindo: i) o desenvolvimento de uma constelação de microssatélites orientada para a Observação da Terra (i.e., “Atlantic Constellation”), que será lançada em estreita colaboração com o Centro Internacional de Investigação do Atlântico, AIR Centre, num contexto internacional e deverá estar operacional a partir de 2025; ii) o desenvolvimento e operação de uma plataforma de Observação da Terra que integrará múltiplas fontes de dados (i.e., “Planeta Digital”); iii) a criação de um ecossistema de comunicações 5G para o desenvolvimento e aproveitamento do Atlântico e das regiões ultraperiféricas de Portugal; e iv) o programa Internacional de Lançamento de Satélites dos Açores (i.e., “Azores ISLP”), incluindo a construção e promoção de um porto espacial na ilha açoriana de Santa Maria”, acrescenta ainda Ricardo Conde.

Ricardo Conde é licenciado em engenharia eletrotécnica e de computadores pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa e tem uma pós-graduação em tecnologias espaciais. Está ligado ao setor aeronáutico e espacial desde 1993, tendo participado em vários programas nacionais e internacionais nesta área, em particular nos segmentos Espaço e Terra. Foi responsável pelo desenvolvimento de negócios de “Ground Segment” da Edisoft, SA (Grupo Thales).

Os termos do concurso público para a escolha do terceiro presidente da Agência Espacial Portuguesa até ao verão de 2021 serão publicados nos próximos dias no site oficial da Portugal Space. As candidaturas poderão ser submetidas até ao final de janeiro de 2021.

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Oito em cada dez portugueses usam o carro em viagens dentro da UE

Em 2018, o carro representava 82,9% das viagens realizadas dentro da União Europeia. Depois da Lituânia, são os portugueses que mais utilizam este meio de transporte. Autocarro e comboio em 2º plano.

O carro é o meio de transporte dominante nas viagens entre o espaço comunitário, apesar de as questões ambientais e a preocupação para reduzir os níveis de dióxido de carbono no planeta estarem a ganhar cada vez mais importância. Apesar de os lituanos serem os cidadãos europeus que mais usam este meio de transporte para viagens, os portugueses surgem logo em segundo lugar.

Em 2018, o carro representava 82,9% das viagens realizadas dentro da União Europeia (UE), segundo os dados divulgados pelo Eurostat. Ou seja, mais de oito em cada 10 europeus optaram por este meio de transporte, ao invés do autocarro (9,3%) ou do comboio (7,9%).

Entre os 27 Estados-membros da UE é na Lituânia que o carro é mais utilizado para estas deslocações, com 90,4% dos cidadãos a fazê-lo. Logo atrás, em segundo lugar, surge Portugal com quase nove (88,4%) em cada dez portugueses a optarem pelo carro como meio de transporte, ou seja, 2,2 pontos percentuais acima da média europeia.

Ainda no pódio dos países europeus que mais são dependentes do carro para estas viagens consta a Eslovénia, com 86,4%. No polo oposto, são os húngaros que menos utilizam este meio de transporte (70,6%), seguidos pelos turcos (71%) e pelos checos (73,3%.

Húngaros preferem autocarro. Austríacos são os “reis” do comboio

Mais “amigos do ambiente” são, naturalmente, os autocarros e o comboio, já que se trata de transportes coletivos. E se, em média, apenas 9,3% dos europeus utilizam o autocarro, do conjunto comunitário são os húngaros que mais o utilizam (20,8%). Seguidos pelo Chipre (18,9%) e Malta (17,5%).

Em contraciclo, os holandeses, britânicos e os noruegueses são os que menos utilizavam o autocarro em 2018 para viagens entre o espaço Schengen. E se em Portugal o meio “preferido” era o carro, certo é que os portugueses estão ligeiramente abaixo da média da UE, com apenas sete em cada dez portugueses a usarem o autocarro (7,3%).

No que respeita ao comboio, utilizado por 7,9% dos europeus, é na Áustria que é mais utilizado (12,9%), seguido pela Holanda (11,2%) e por França (10,3%). No polo oposto, surgem os gregos (0,9%), lituanos (1,1%) e os eslovenos (1,8%).

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Segurança Social reforçada com 150 trabalhadores esta semana

A ministra da Segurança Social anunciou que a Segurança Social será reforçada ainda esta semana com 150 trabalhadores.

Ana Mendes Godinho anunciou, esta quarta-feira, que a Segurança Social será reforçada ainda esta semana com 150 trabalhadores, depois de ter conseguido recuperar cerca de 900 profissionais em 2019. A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social está a ser ouvida e questionada na Assembleia da República sobre os surtos de Covid-19 nos lares.

Após ter sublinhado que a Segurança Social foi “descapitalizada entre 2012 e 2015”, Ana Mendes Godinho salientou que já foi possível recuperar 900 trabalhadores em 2019 e acrescentou que esta semana entram 150 profissionais “para reforçar a capacidade dos meios”.

Sobre os lares, a ministra adiantou que há, neste momento, 35 surtos ativos e lembrou que, até agora, foram realizados cerca de 117 mil testes a trabalhadores nestas instituições e foram distribuídos um milhão e 300 mil equipamentos de proteção.

A governante frisou também que foi criada, logo em março, uma task force para acompanhar estas situações e que será agora criada uma linha telefónica só de apoio aos lares, que funcionará 24 horas por dia e sete dias por semana.

Ana Mendes Godinho salientou, além disso, que serão criadas 18 brigadas de intervenção rápida para os surtos nos lares, tal como adiantou o ECO no final de agosto. Isto para reforçar temporariamente os recursos humanos nos lares, particularmente naqueles onde ocorram surtos de Covid-19.

A propósito, a ministra revelou que, em Reguengos de Monsaraz, a Segurança Social começou a mobilizar recursos humanos excecionais logo que teve conhecimento da situação, tendo contactado 670 pessoas para o efeito. “Conseguiu mobilizar 35 pessoas”, frisou a governante.

Neste lar, acabaram por morrer 18 pessoas, tendo Mendes Godinho já admitido falta de recursos humanos nesta instituição. “No caso de Reguengos, a grande dificuldade foi encontrar funcionários quando muitos ficaram doentes. É preciso aumentar a aposta nos recursos humanos do setor social”, disse, em entrevista ao Expresso.

Também sobre o lar de Reguengos de Monsaraz, a ministra do Trabalho garantiu, esta quarta-feira, que a instituição foi visitada antes do surto pela Segurança Social, altura em que foram testados 125 trabalhadores e em que foi verificado o plano de contingência. E durante o surto, o lar foi visitado 16 vezes, acrescentou Ana Mendes Godinho, pela Segurança Social.

A governante reconheceu, contudo, que os vários relatórios sobre esse surto têm “versões não coincidentes”, até porque partem de verificações diferentes, daí que o Executivo tenha considerado importante que a Segurança Social inspecionasse a situação.

Já sobre o reforço dos recursos humanos nos lares, Ana Mendes Godinho disse que este está a ser um “desafio enorme”, com trabalhadores a desistirem no dia em que deviam começar a prestar funções. “A nossa preocupação tem sido garantir que temos mecanismos extraordinários para este reforço“, afirmou a ministra, referindo que se está a criar um “estigma enorme” que está a dificultar a mobilização de profissionais.

No que diz respeito aos lares ilegais, a ministra do Trabalho avançou, esta quarta-feira, que nos últimos três anos foram encerradas mais de quatro centenas de instituições nessas condições. “Só no ano passado, foram encerrados 140 lares ilegais”, disse. A Segurança Social tem, além disso, um concurso interno aberto para reforçar com 30 trabalhadores a fiscalização destas situações.

Por sua vez, a ministra da Saúde, que também está a ser ouvida esta quarta-feira no Parlamento, destacou o reforço de profissionais de saúde no SNS, tendo lembrado que, em 2019, havia 135 mil profissionais, número que compara com o universo de 119 mil profissionais registado em 2015. Ainda assim, e em particular sobre o lar de Reguengos de Monsaraz, Marta Temido disse: “Acreditamos que há sempre possibilidade” de ir mais além e fazer melhor.

A responsável pela pasta da Saúde frisou, por outro lado, que alguns “amargos de boca” que se têm verificado em específico nos lares decorrem de “muitas vezes os planos de contingência terem sido pouco cuidados, não terem sido feitos de uma forma cuidadosa, ponderada e sobretudo prática, tendo sido feitos muitas vezes só como um dever de ofício e não como exercício de reflexão”.

Sobre esse ponto, a ministra do Trabalho adiantou que o Instituto de Segurança Social está agora a pedir aos lares que verifiquem os seus planos de contingência e que façam uma verificação dos recursos humanos. Ana Mendes Godinho sublinou ainda “claramente as instituições não estavam preparadas” para uma crise pandémica como a atual.

“Não podemos garantir que surtos deste tipo não se voltam a repetir”

Na sua intervenção final, a ministra da Saúde deixou a garantia: “Planeámos, articulámos, procurámos soluções adaptativas e faremos a evolução que retirarmos de todas estas lições”.

Ainda assim, Marta Temido reconheceu que não pode assegurar que não se repetirão surtos como o que se verificou no lar de Reguengos de Monsaraz. “O que podemos garantir é que aprenderemos com o que não correu tão bem com este caso”, disse.

A ministra acrescentou ainda: “A mobilização célere de meios é absolutamente essencial e isso exige disponibilidade de todos. Tempos de pandemia não são tempos de ficarmos nas nossas fronteiras tradicionais de respostas e nas nossas habituais limitações de intervenção”.

A governante sublinhou também que os recursos têm de ter estabilidade e de sentir que são recompensados, mas avisou: “É necessário responsabilidade de todos, particularmente profissões com responsabilidade ética deontológica e profissional acrescida”.

(Notícia atualizada às 13h00 com mais informação)

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