EDP cai 2% e atira Lisboa para o vermelho. Nos trava maior queda

As cotadas da família EDP penalizaram a bolsa de Lisboa, que perdeu 1% na última sessão da semana. Os títulos da Nos impediram uma queda mais acentuada do índice.

A bolsa de Lisboa encerrou a última sessão da semana em terreno negativo, pressionada pelas cotadas da família EDP, que perderam até quase 3,5%. A impedir uma queda mais acentuada do índice esteve a Nos, um dia depois de ter revelado uma perda de 60% dos lucros até junho. Lisboa acompanhou, assim, o cenário de perdas que se viveu nas restantes praças europeias.

O PSI-20 recuou 1,02% para 4,492.30 pontos, com apenas duas cotadas no verde e três inalteradas. A maioria das 18 cotadas nacionais contribuiu para este desempenho do índice de referência nacional, sobretudo as do setor energético.

A EDP Renováveis caiu 3,44% para 14,04 euros, apresentando a maior descida desta sessão, enquanto a EDP desvalorizou 2,13% para 4,49 euros. Este comportamento das elétricas acontece numa altura em que está em marcha o aumento da capital da EDP para comprar a espanhola Viesgo. Ainda no setor energético, a Galp Energia manteve-se inalterada, enquanto a REN caiu 0,8%.

Elétrica perdeu mais de 2%

Nas perdas, destaque ainda para o BCP que recuou 1,7% para 0,1039 euros, enquanto a Jerónimo Martins perdeu 1,37% para 14,375 euros. No setor do papel, a Navigator caiu 0,27%, assim como a Semapa que desvalorizou 0,86% e a Altri que perdeu 1,69%.

A impedir uma descida mais acentuada do PSI-20 esteve a Nos, cujos títulos avançaram 1,66% para 4,036 euros, representando a maior subida da sessão. Este desempenho da operadora acontece um dia depois de ter revelado uma perda de 61% nos lucros do primeiro semestre, o que, embora seja negativo, superou as expectativas dos investidores, que esperavam resultados piores.

Destaque ainda para as ações da Sonae, que somaram 0,48% para 0,6333 euros.

Na última sessão da semana, a bolsa de Lisboa acompanhou a tendência negativa que se vive nas restantes praças europeias, num dia marcado pelas tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a China. O Stoxx 600 perdeu 1,72% para 367,21 pontos, assim como outros índices europeus, como o francês CAC-40 que caiu 1,54% e o espanhol Ibex-35 que desvalorizou 1,22%.

(Notícia atualizada às 16h55 com mais informação)

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Hidrogénio, Novo Banco e geringonça aquecem Estado da Nação

No último debate com o primeiro-ministro antes das férias, discutiu-se o Estado da Nação a olhar para estes temas: pandemia, geringonça, hidrogénio, Novo Banco e TAP.

A julgar pela forma como decorreu o debate sobre o Estado da Nação, o diagnóstico do país a 24 de junho de 2020 é este: um Governo à espera de contrair matrimónio à Esquerda para enfrentar os tempos da pandemia, uma oposição a questionar as opções económicas em relação a grandes dossiês como o hidrogénio, Novo Banco e TAP. Numa discussão morna, antes dos políticos irem de férias, o Governo deixou um ou outro anúncio mais relevante: aposta em mais médicos de saúde pública e a apresentação do plano anticorrupção no início de setembro.

Casamento à esquerda em tempos de pandemia

António Costa afastou uma crise política provocada pelo Governo em plena pandemia e desafiou os partidos à esquerda do PS a estabelecerem um “entendimento sólido e duradouro”, como o da legislatura anterior. Para o primeiro-ministro, se um acordo deste tipo, que ficou conhecido como “geringonça”, já foi “útil antes”, agora é mesmo “indispensável”.

“Ninguém espere deste Governo qualquer contributo para uma crise política que ponha em causa a estabilidade desta legislatura”, afirmou o líder do PS, assegurando que o futuro “não passa pela austeridade nem por qualquer retrocesso” face às conquistas alcançadas nos últimos anos. Costa quer um “quadro de estabilidade ao longo da legislatura”, admitindo que já o queria antes da pandemia, mas “ainda mais agora”.

A líder do Bloco de Esquerda (BE) não ignorou o apelo de Costa, relembrando que, no final do ano passado, após as eleições, os bloquistas desafiaram o Governo para um acordo formal, escrito e duradouro para a legislatura. “O BE nunca esqueceu o nosso mandato de políticas de esquerda e o nosso horizonte sempre foi o da legislatura. Nunca colocámos o nosso mandato dentro da gaveta”, avisou Catarina Martins. Em reação, Costa notou que as “circunstâncias mudaram” com a pandemia e que há uma “nova agenda que é comum” aos dois partidos.

Pelo meio, Rui Rio meteu a colherada: “O que vi em público foi um pedido de casamento com papel assinado ali com o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda“.

Duplicar vagas para médicos de saúde pública

Face à escassez de médicos especializados em saúde pública, que tem assumido um papel de relevância nesta pandemia, a ministra da Saúde revelou que está a trabalhar com a Ordem dos Médicos para “duplicar o número de vagas para a formação médica especializada em saúde pública, de forma excecional e imediata”.

“É ainda cedo, demasiado cedo, para sabermos quando sairemos desta crise, da qual só nos libertaremos quando encontrarmos uma vacina ou um tratamento eficaz”, alertou Marta Temido, referindo que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem de estar preparado para responder quando chegar a gripe sazonal depois do verão.

Temido acrescentou que se está a trabalhar para aumentar a capacidade de testagem de Covid-19 nos laboratórios do SNS: pretende que o serviço público seja capaz de fazer 22 mil testes por dia até ao final do ano no instituto Ricardo Jorge.

Debate do Estado da Nação na Assembleia da República - 24JUL20

“Fossilização” à volta do hidrogénio

Outro dos temas que aqueceram o debate do Estado da Nação foi o hidrogénio, um projeto “extremamente perigoso” por se tratar de uma “tecnologia ainda muito atrasada”, nas palavras de Rui Rio.

“Para termos investimento privado, só com subsídios. Receio que tenhamos pela frente mais um episódio de rendas garantidas agora para o hidrogénio”, disse o líder do PSD, ao que o primeiro-ministro respondeu com a garantia de que não será assim.

Costa explicou que o hidrogénio vai ser vital para a descarbonização da indústria e dos transportes pesados. “Portugal tem condições únicas para ser o grande produtor de hidrogénio verde na Europa, porque dispõe de água abundante no mar e energia solar barata”, disse.

“Não é por acaso que estamos no coração da estratégia europeia para o hidrogénio verde. Não é uma ideia bizarra do Governo português”, atirou o primeiro-ministro, acusando o o PSD de estar “fossilizado nas energias fósseis”.

“É chocante ver como o PSD não aprendeu nada com a História. Foi contra as renováveis e chegou tarde à historia para defender as renováveis. Agora é contra o hidrogénio”, rematou.

Auditoria ao Novo Banco até final do mês, Rio quer Ministério Público a investigar vendas

Não há debate no Parlamento com o primeiro-ministro em que o tema do Novo Banco não venha à baila. Assim foi no debate sobre o Estado da Nação. Desta vez, foram Catarina Martins e Rui Rio a trazerem o assunto para o centro da discussão.

A líder do BE voltou a perguntar a António Costa pela auditoria especial que está a ser realizada pela Deloitte e abrange os atos de gestão do banco dos últimos anos. A resposta do primeiro-ministro, que foi lembrado do episódio polémico da transferência para o Novo Banco sem o seu conhecimento, não foi longa: “Relativamente ao Novo Banco, o auditor que está a elaborar a auditoria pediu uma prorrogação do prazo, e essa prorrogação do prazo foi recusada pelo ministro de Estado e das Finanças, que insistiu que até ao dia 31 de julho tem de ser entregue. Assim que for entregue será também enviada ao Parlamento.”

Catarina Martins referiu-se ainda a operações suspeitas por parte do banco, designadamente a venda de um lote de imóveis a um fundo de investimento com ligações recentes ao presidente do conselho geral de supervisão do banco, Byron Haynes, e que gerou uma perda milionária. Rui Rio aproveitou a deixa: “Ainda que esta transação possa ser vir a ser considerada formalmente legal, ela é eticamente muito questionável e carece de pormenorizado esclarecimento (…) Tudo isto que temos visto e ouvido é já suficiente para que o Ministério Público se possa debruçar sobre a forma como este contrato de venda do Novo Banco à Lone Star tem vindo a ser executado“, referiu o presidente do PSD.

Face às críticas, o deputado socialista João Paulo Correia fez a defesa do Governo: “Quem foi contratado para vender o Novo Banco foi o Dr. Sérgio Monteiro, que foi membro do Governo PSD/CDS.” Falou também em “responsabilidades” da oposição na resolução do antigo BES. “Não venderam o Novo Banco em 2015. (…) Não vale a pena, agora, sacudir responsabilidades”, disse.

TAP: um “monstro” igual ao Novo Banco

André Silva, do PAN, atacou o Governo (fez mira no ministro Pedro Nuno Santos) por ter entregue um cheque de 1.200 milhões à TAP sem qualquer contrapartida ambiental, ao contrário do que aconteceu com a Air France, enquanto Rui Rio comparou a companhia aérea ao Novo Banco: são “dois monstros de proporções gigantescas” no que toca ao consumo de recursos financeiros.

“A TAP é uma empresa falida. Não foi capaz de apresentar um plano de negócios. Apenas pediu o dinheiro e o Governo decidiu entregar de forma temerária 1.200 milhões de euros”, acusou o líder do Rui Rio, avisando que o dinheiro vai apenas servir para pagar o lay-off, regime que decidiu manter mesmo sem ter liquidez para o fazer.

Rui Rio foi especialmente crítico da administração da TAP que “gosta de distribuir [prémios] em anos de prejuízo” e que, neste momento, pagou “o lay-off principesco”.

Pacote anticorrupção depois das férias

António Costa aproveitou a ida ao Parlamento para anunciar que, no início de setembro, será apresentado o pacote anticorrupção preparado pelo Governo.

Neste momento, o pacote de medidas encontra-se em fase de audições, seguindo-se a fase de consulta pública e, após as férias de verão, o Governo acredita já ter o plano pronto, cujo conteúdo será então anunciado publicamente.

Este plano incluiu questões como a separação de megaprocessos em processos mais curtos, tribunais (juízos) especializados em corrupção e a introdução nas leis processuais penais de um conceito mais alargado de colaboração premiada.

No final do ano passado foi criado um grupo de trabalho sobre a tutela da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, constituído por académicos e representantes do Ministério Público, do Conselho Superior da Magistratura, do Conselho de Prevenção da Corrupção e da Polícia Judiciária. Cujos trabalhos acabaram por ficar atrasados, devido à propagação da Covid-19 e consequente estado de emergência.

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Programa Portugal 2020 com taxa de execução de 50%

  • Lusa
  • 24 Julho 2020

Os 360 mil projetos já aprovados correspondem a 42 mil milhões de euros de investimento total e 25 mil milhões de apoios públicos, o que representa 95% do orçamento do Portugal 2020.

O programa de apoio comunitário Portugal 2020 apresenta atualmente uma taxa de execução de 50% e uma taxa de compromisso de 95%, tendo sido aprovados 360 mil projetos, segundo dados divulgados à Lusa pelo ministério do Planeamento.

Segundo o ministério tutelado por Nelson de Souza, os 360 mil projetos já aprovados correspondem a 42 mil milhões de euros de investimento total e 25 mil milhões de apoios públicos, o que representa 95% do orçamento do Portugal 2020. Por outro lado, já foram pagos 13,9 mil milhões de euros em apoios e encontram-se executados 13 mil milhões, o que corresponde, sublinha a tutela, a uma taxa de pagamentos de 54% e de execução de 50%.

“É uma das taxas de execução mais elevadas entre todos os estados membros da União Europeia”, sublinha fonte do ministério do Planeamento à Lusa. O ministério de Nelson de Souza referiu ainda que até ao final deste ano faltam alocar verbas na ordem dos 1,2 mil milhões de euros. “Os concursos que estão abertos e os que ainda serão abertos até ao final do ano vão esgotar integralmente essas verbas”, perspetivou, acrescentando que os promotores dos projetos têm até 2023 para executar essas verbas.

As áreas com mais investimento aprovado é a das Empresas e Economia (17 mil milhões de euros), Pessoas, Educação e Emprego (7 mil milhões de euros) e Território e Equipamentos (6 mil milhões de euros). As regiões Norte (12 mil milhões de euros) e Centro (8 mil milhões de euros) são as que têm maior investimento aprovado.

O programa Portugal 2020 engloba 16 programas operacionais, como o Programa de Desenvolvimento Rural, aos quais se juntam programas de cooperação territorial, nos quais Portugal participa a par de outros Estados-membros. Os programas operacionais 2014-2020 são financiados pelos Fundos da Política de Coesão – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundo de Coesão e Fundo Social Europeu.

Os primeiros concursos do programa Portugal 2020 foram abertos em 2015. O Portugal 2020 é um programa de apoio comunitário relativo à aplicação dos fundos comunitários em território português entre 2014 e 2020.

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Noruega repõe restrições a viagens para Espanha e mantém para Portugal

  • Lusa
  • 24 Julho 2020

A decisão significa que as pessoas vindas de Espanha terão de cumprir uma quarentena de dez dias ao entrarem na Noruega. O mesmo se aplica aos viajantes que partam de Portugal.

A Noruega voltou esta sexta-feira a repor as restrições à entrada no país de passageiros provenientes de Espanha e Andorra, devido a pandemia da coronavírus, tendo decidido manter tais medidas em relação a Portugal.

A decisão do país nórdico significa que as pessoas vindas de Espanha ou de regresso do território espanhol, um destino turístico muito popular entre os noruegueses, terão agora de cumprir obrigatoriamente, a partir das 00h00 (hora local) de sábado, uma quarentena de dez dias ao entrarem em território norueguês.

Nos últimos dias, Espanha tem vindo a verificar um forte aparecimento de novos focos de infeção do novo coronavírus, o que já obrigou, em certas regiões específicas, a recuar na estratégica de desconfinamento. As restrições norueguesas também foram repostas em relação a Andorra, pequeno território situado entre França e Espanha.

Portugal, Luxemburgo, Croácia, Roménia e Bulgária permanecem como destinos com restrições de viagens. As autoridades de Oslo decidiram retirar a Hungria desta lista.

O Governo norueguês também aumentou para sete o número de regiões da Suécia, incluindo o condado fronteiriço de Värmland, para as quais as viagens deixam de ser desaconselhadas oficialmente, levantando assim a obrigatoriedade de quarentena. A capital sueca, Estocolmo, é a exceção, mantendo-se como um destino com restrições.

A Noruega registou, até à data, um total de 9.085 casos de infeção pelo novo coronavírus, incluindo 255 mortes. O país nórdico dá sinais de estar a controlar a evolução da pandemia, tendo anunciado hoje que apenas três doentes se encontram hospitalizados, incluindo um que está internado numa unidade de cuidados intensivos.

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Mais sete mortes e 313 novos casos de Covid-19. 81% na região de Lisboa

Nas últimas 24 horas, foram identificados 313 novos casos do novo coronavírus em Portugal, com o número total de infetados a subir para 49.692.

A Direção-Geral de Saúde (DGS) identificou 313 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 49.692 o número total de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma subida de 0,63% face ao dia anterior. Nas últimas 24 horas morreram mais sete pessoas com a doença, de acordo com a última atualização das autoridades de saúde.

No seguimento do que se tem vindo a observar desde meados de maio, a maioria das novas infeções foi registada na região de Lisboa e Vale do Tejo. Foram identificados 253 novos casos nesta região, o que representa 80,83% do total. Ou seja, oito em cada dez novas infeções foram detetadas nesta região.

Lisboa é, assim, a região com mais casos registados até ao momento (25.110 casos de infeção e 582 mortes), à frente do Norte (18.441 casos e 828 mortes), do Centro (4.392 casos e 252 mortes), do Algarve (817 casos e 15 mortes) e do Alentejo (667 casos e 20 mortes). Nas regiões autónomas, os Açores registam 160 casos e 15 mortos, enquanto a Madeira tem 105 pessoas infetadas.

Boletim epidemiológico de 24 de julho

Quanto à caracterização clínica, a maioria dos infetados está a recuperar em casa, sendo que 420 estão internados (menos 11 face ao dia anterior), dos quais 52 em unidades de cuidados intensivos (menos 7). Há 1.544 pessoas a aguardar resultados laboratoriais, enquanto mais de 35 mil pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde.

Desde que a pandemia chegou a Portugal, a 2 de março, já morreram 1.712 pessoas vítimas da doença, mais sete nas últimas 24 horas. Quanto ao número de pessoas dadas como recuperadas, são agora 34.687, ou seja, mais 318.

Há quase 200 surtos de Covid-19 em Portugal

Há 13.305 casos ativos de Covid-19 em Portugal, sendo que “a maioria deles estão concentrados em Lisboa”, adiantou a ministra da Saúde, na conferência de imprensa transmitida pela RTP3. Quanto ao número de surtos existentes no país, há atualmente 198 surtos. “São 40 na região norte, 13 na região Centro, 127 na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), cinco na região do Alentejo e 13 no Algarve”, acrescentou Marta Temido.

Segundo a ministra, a evolução tem sido ” francamente positiva”, embora ainda careça de acompanhamento. “O país teve uma taxa de incidência nos últimos sete dias de 15,7 novos casos por 100 mil habitantes e uma taxa de incidência nos últimos 14 dias de 37,1 novos casos por 100 mil habitantes“, referiu. Também na Área Metropolitana de Lisboa (AML) a “incidência da doença nos últimos 14 dias mantém a tendência decrescente em todos os concelhos, registando valores entre 90 e 120 novos casos por 100 mil habitantes”, conclui.

Depois de ter sido criticada esta sexta-feira no Parlamento pelo deputado do PSD Ricardo Batista Leite pelo facto de o Governo não ter feito contratos de vacinas para a Covid-19, Marta Temido retoma o assunto, referindo que as autoridades de saúde estão a acompanhar o desenvolvimento das vacinas, sendo Portugal representado pelo Infarmed, mas sublinha que é “precoce avançar com números sobre o numero de doses, eventuais preços ou datas efetivas para a sua disponibilização”.

(Notícia atualizada às 16h43)

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Schindler pondera cortar 2.000 postos de trabalho devido à pandemia

A fabricante suíça de elevadores sofreu uma queda na procura provocada pela Covid-19, por isso está a ponder cortar cerca de 3% da força de trabalho global, principalmente em cargos de administração.

A empresa suíça Schindler, está a ponderar cortar dois mil postos de trabalho na empresa, principalmente nos cargos administrativos, o que corresponde a cerca de 3% da força de trabalho da empresa a nível global, avança a Bloomberg (conteúdo em inglês, acesso pago).

De acordo com a empresa, esta decisão vai permitir manter fazer face às perdas e manter a competitividade de negócio.

“A pandemia da Covid-19 teve um impacto negativo em todos os mercados, a nível global, afetando gravemente o setor da construção“, refere a empresa, citada em comunicado. Os lucros da empresa –em francos suíços — caíram 8.7% na primeira metade do ano.

Contactada pelo ECO, a empresa em Portugal diz desconhecer se terá impacto nos trabalhadores a nível nacional. “É uma decisão a nível mundial cujo impacto a nível local ainda desconhecemos”, sublinha a Schindler Portugal, no comunicado enviado à Pessoas/ECO.

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F1 regressa a Portugal. Portimão recebe prova a 25 de outubro

É oficial. Portugal vai receber a Fórmula 1 de 23 a 25 de outubro. Prova vai realizar-se no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.

Depois de muita espera, a Fórmula 1 revelou que a prova rainha do desporto automóvel vai mesmo passar por Portugal, nomeadamente pelo Autódromo de Portimão. Evento vai ter lugar entre 23 e 25 de outubro, contando com público nas bancadas.

O Grande Prémio irá regressar a Portugal pela primeira vez desde 1996 depois de a Fórmula 1 ter adicionado as corridas em Portimão, bem como aos circuitos de Imola (Itália) e Nurburgring (Alemanha) ao calendário de 2020″, refere o site oficial da prova.

O Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, “será palco do Grande Prémio de Portugal — a sua primeira corrida de F1 de sempre — entre 23 e 25 de outubro, duas semanas depois do Grande Prémio de Eifel, em Nurburgring”.

“Estamos muito felizes por continuarmos a fazer fortes progressos na conclusão dos nosso planos para a temporada de 2020 e entusiasmados por darmos as boas-vindas a Nurburgring, Portimão e Imola ao calendário revisto” das provas, disse Chase Carey, chairman e CEO da Formula 1.

Ni Amorim, presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, diz que a prova portuguesa contará com público nas bancadas, ao contrário do que vai acontecer com a fase final da Liga dos Campeões, que se realizará em agosto. “Vamos ter uma prova uma público, a menos que haja uma catástrofe”, disse, citado pela Tribuna Expresso.

A organização está a trabalhar com “vários cenários, com diferentes cargas de público”, disse a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques. Ou seja, mediante a evolução da pandemia no país, poderá haver maiores ou menos restrições para assistir ao vivo à prova. Mesmo que haja poucos lugares, a corrida será transmitida em direto pela Eleven Sports.

Um regresso… 24 anos depois

A prova portuguesa decorre depois do Grande Prémio realizados na Alemanha e antes do de Itália, sendo que esta vaga surge num ano marcado por uma série de cancelamentos por causa da pandemia de Covid-19.

Ao todo, já foram canceladas ou adiadas 13 das 22 corridas da temporada, mas os responsáveis do campeonato esperam ter um calendário com 15 a 18 corridas até ao fim deste ano. Foram estes cancelamentos que abriram a porta à utilização de novos circuitos na segunda metade da temporada do Mundial de Fórmula 1, como o de Portimão.

A última prova de Fórmula 1 realizada em Portugal foi há 24 anos. Foi em 1996, no Estoril, a última vez que se ouviram os monolugares em território nacional, num Grande Prémio que contou com nomes históricos da modalidade.

O canadiano Jacques Villeneuve (Williams) foi o último vencedor da prova, deixando o seu companheiro de equipa, o britânico Damon Hill, na segunda posição. O alemão Michael Schumacher, em Benetton, completou o pódio, mas viria a perder o título nesse ano para Hill.

(Notícia atualizada às 15h24 com mais informação)

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Covid-19 e tensão com a China pesa em Wall Street. Intel derrapa 16%

Cotadas do setor tecnológico entre as mais penalizadas, com destaque para o trambolhão de 16% das ações da Intel. Amazon, Apple e Microsoft também estão sob pressão.

Wall Street abriu em baixa a última sessão da semana, com as tensões entre EUA e China, bem como o aumento dos casos de Covid-19 na maior economia do mundo a pesar no sentimento dos investidores.

Pelo terceiro dia consecutivo, os Estados Unidos registaram mais de 1.100 mortes relacionadas com o novo coronavírus, que já infetou cerca de 4 milhões de pessoas no país. Os números do mercado de trabalho revelados na quinta-feira apontam ainda para uma subida inesperada nos pedidos de subsídio de desemprego na semana passada, enquanto em Washington se mantém o impasse nas negociações com vista à implementação de novos estímulos económicos.

A acrescer à falta de notícias positivas no campo interno, também nas relações externas não há razões para grande otimismo. Depois de os EUA terem forçado o fecho do consulado chinês em Houston, a China já retaliou e ordenou o encerramento do consulado norte-americano em Chengdu.

As decisões representam mais um acentuar na degradação das relações diplomáticas entre as duas potências, numa divisão que já é bem visível nas relações comerciais e também na tecnologia.

O setor é, por isso, o mais penalizado. O Dow Jones cai 0,45% para 26.533,41 pontos, o S&P 500 perde 0,53% para 3.218,58 pontos, enquanto o Nasdaq sofre as perdas mais dilatadas: 1,60%, para 10.294,41 pontos.

O índice tecnológico reflete a pressão exercida por alguns títulos de peso do setor, nomeadamente a Intel que dá um trambolhão de 16%. Quebra acontece depois de a empresa ter anunciado que está atrasada em seis meses no desenvolvimento da nova geração de processadores. No mesmo sentido seguem também as gigantes tecnológicas Amazon, Apple e Microsoft, que sofrem perdas de 1,2%, 1,9% e 0,95%, respetivamente.

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Câmara de Lisboa investe 14 milhões nas primeiras 128 casas de renda acessível na antiga Feira Popular

A autarquia vai dar início à construção do primeiro de cinco lotes de habitações de renda acessível nos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa. Investimento total ascende a 90 milhões.

A Câmara de Lisboa (CML) vai dar início à construção das primeiras 128 casas de renda acessível em Entrecampos, nos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa. Nesta primeira fase o investimento é de 14 milhões de euros, mas a meta da autarquia é construir 476 habitações a preços abaixo do mercado, num investimento total de 90 milhões de euros.

É na Avenida das Forças Armadas, paralela à estação de comboios de Entrecampos, que vão nascer habitações de renda acessível para jovens e famílias de classe média, inseridas numa obra que vai mudar o centro da cidade de Lisboa. A primeira pedra foi lançada esta sexta-feira, por Fernando Medina, dando, assim, o pontapé de partida para a construção das primeiras 128 habitações, cujo prazo de execução é de 16 meses.

Mas as casas não ficam por aqui. O objetivo da autarquia é construir mais quatro lotes, num total de 476 habitações e vários equipamentos sociais, que deverão começar a ser construídos até ao final do ano, elevando o investimento total para cerca 80 milhões de euros, refere a autarquia.

Estas habitações serão inscritas no Programa de Renda Acessível, lançado pela Câmara de Lisboa no ano passado, e que garante rendas 30% abaixo do rendimento mensal líquido das famílias e dos jovens de classe média.

É nos terrenos da antiga Feira Popular que vão nascer todas estas casas, assim como centenas de escritórios e serviços. Estes terrenos foram comprados em hasta pública pela Fidelidade em dezembro de 2018, que pagou 273,9 milhões de euros. O projeto para as três parcelas alienadas, com uma área total de 27 hectares, dos quais 2,5 hectares serão zonas verdes, já está minimamente idealizado, tendo sido apresentado à autarquia na semana passada, tal como o ECO noticiou.

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Governo vai propor alterações conjuntas ao teletrabalho no público e privado

O Governo anunciou que irá preparar uma proposta conjunta de alteração ao enquadramento do teletrabalho tanto no público, como no privado.

O Ministério da Administração Pública e o Ministério do Trabalho vão preparar em conjunto a proposta de alteração ao enquadramento legal do teletrabalho, já que “há questões comuns” aos setores público e privado, “que devem ser trabalhadas conjuntamente”. Esta explicação foi dada pelo Governo, esta sexta-feira, após a terceira reunião com os sindicatos que representam os trabalhadores do Estado.

“O Governo vai agora preparar um documento, que será articulado entre as áreas governativas da Modernização do Estado e da Administração Pública e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, tendo em conta que, apesar das especificidades de cada um, há questões inerentes ao teletrabalho que são comuns aos setores público e privado, que devem ser trabalhadas conjuntamente”, anunciou o Ministério de Alexandra Leitão, em comunicado.

Os sindicatos que representam os funcionários públicos estiveram reunidos, esta sexta-feira, com o secretário de Estado da Administração Pública, num encontro cujo propósito foi “recolher os contributos sobre a eventual necessidade de robustecer o atual enquadramento do teletrabalho”. Esta foi a terceira reunião com esse objetivo, não tendo sido avançada qualquer proposta por parte do Governo, em nenhum desses encontros.

A primeira reunião sobre esta matéria aconteceu entre os sindicatos e a equipa técnica do Ministério da Administração Pública, tendo os representantes dos funcionários exigido a presença do secretário de Estado responsável pela pasta em causa, o que acabou por se confirmar nas duas reuniões seguintes.

Apesar da mudança de interlocutor, os sindicatos continuaram sem ter da parte do Governo qualquer proposta, pelo que, durante este processo, fizeram apenas o retrato da experiência de teletrabalho vivida nos últimos meses e não conseguiram avançar na negociação das alterações ao enquadramento hoje em vigor.

No Programa de Estabilização Económica e Social, o Governo garante que irá investir 4,4 milhões de euros para colocar 25% da Função Pública em teletrabalho. No Parlamento, Alexandra Leitão disse mesmo que o trabalho remoto veio para ficar. Os sindicatos têm, contudo, alertado para uma série de problemas identificados nos últimos meses, como a fraca conciliação entre a vida familiar, pessoal e profissional.

Do lado do Ministério do Trabalho, Ana Mendes Godinho tem remetido a questão para o Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho. Na nota divulgada esta sexta-feira o Governo não esclarece, por outro lado, quando será apresentada a referida proposta conjunta.

(Notícia atualizada às 14h34)

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Temido quer capacidade do SNS para 22 mil testes por dia até ao final do ano

A ministra da Saúde, Marta Temido, prometeu esta sexta-feira que Portugal vai ter capacidade para fazer 22 mil testes por dia até ao final do ano.

A ministra da Saúde comprometeu-se a aumentar a capacidade dos laboratórios do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para que este seja capaz de fazer 22 mil testes por dia até ao final do ano. O compromisso foi feito na intervenção de Marta Temido no debate do Estado da Nação esta sexta-feira no Parlamento.

Portugal é dos países europeus com maior número de testes por densidade populacional, disse a ministra, referindo que o país já fez mais de um milhão e meio de testes desde o início da pandemia. Além disso, a ministra da Saúde anunciou que o Ministério da Saúde está a trabalhar com a Ordem dos Médicos para “duplicar o número de vagas para a formação médica especializada em saúde pública, de forma excecional e imediata”.

“É ainda cedo, demasiado cedo, para sabermos quando sairemos desta crise, da qual só nos libertaremos quando encontrarmos uma vacina ou um tratamento eficaz”, alertou, referindo que o SNS tem de estar preparado para responder quando chegar a gripe sazonal depois do verão.

Marta Temido elencou ainda três lições da pandemia para a saúde: é preciso ter autonomia nos medicamentos e dispositivos médicos, sendo importante apostar na indústria nacional; é preciso intervir de forma multifatorial; e é preciso recorrer à teletriagem e à teleconsulta para melhorar o acesso aos serviços de saúde.

Esta sexta-feira, em entrevista à TSF, Temido admitiu que o Orçamento do Estado para 2021 poderá ser “o mais difícil” de todos até agora por causa das dificuldades da negociação entre ministérios e partidos.

PSD critica que dinheiro da TAP vá para a Vinci

Ricardo Baptista Leite, deputado do PSD, questionou a ministra sobre o destino do dinheiro das multas que os passageiros de certos países, como EUA e Brasil, sem teste à Covid-19 têm de pagar ou que as transportadoras aéreas, como a TAP, têm de pagar. “Não acha que os impostos [multas] que estão a ser pagos pela TAP não deviam ser investidos no SNS, pela saúde das pessoas?”, questionou o deputado social-democrata, criticando que o dinheiro seja entregue à ANAC e, posteriormente, à ANA, cuja gestão é feita pela empresa francesa Vinci.

Além disso, Baptista Leite criticou o Governo por ainda não ter feito contratos de aquisição de vacinas para a Covid-19 nos casos em que venham a revelar-se eficazes.

Em resposta, Marta Temido atacou o PSD, afirmando que não foi o PS quem privatizou a ANA, e explicou que já há dinheiro no SNS pelo que não é necessário recorrer a esse dinheiro. Quanto às vacinas, a ministra da Saúde responde que o “individualismo não nos conduzirá a lado nenhum” pelo que Portugal tratará desse assunto no seio da União Europeia.

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Câmara de Lisboa chumba torre da Portugália. Exige incluir casas de renda acessível

A autarquia chumbou o projeto para a construção de uma torre na Avenida Almirante Reis, em Lisboa. Um dos critérios exigidos é que o projeto inclua habitações de renda acessível.

Muitas vozes contra se levantaram e o projeto acabou mesmo chumbado. A construção da torre no quarteirão da Portugália, em Lisboa, foi indeferida pela Câmara de Lisboa (CML), que considerou que o projeto não reúne certos requisitos. Uma das exigências é que sejam construídas habitações de renda acessível, que terão de ser cedidas à autarquia. Os promotores têm agora dez dias para contestar ou reformular o projeto.

É nos terrenos do quarteirão da Cervejaria Portugália, na Avenida Almirante Reis, em Lisboa, que um fundo de investimento alemão quer construir uma torre com 49 metros de altura (inicialmente eram 60), num investimento total de 40 milhões de euros. O projeto “Portugália Plaza” já tinha o parecer positivo do departamento de urbanismo da Câmara de Lisboa, mas não agradava a especialistas do setor nem à população lisboeta.

Portugália PlazaD.R.

Esta quinta-feira, cerca de um ano e meio depois de ter dado entrada na CML o pedido de licenciamento, este acabou chumbado pela autarquia. “Percorrido este processo de análise (…) e a ponderação dos contributos dos que participaram no debate público, bem como as opiniões de especialistas independentes (…) os serviços de Urbanismo entendem que o projeto deve ser indeferido“, lê-se no site da autarquia.

Entre os incumprimentos apontados pela CML está o facto de que “o edifício não constitui efetivamente um remate de quarteirão”. Ainda assim, o projeto ainda pode ser viabilizado, desde que seja reformulado e cumpra algumas condições. Uma delas é que “as cedências obrigatórias para compensação ao município deverão ser em habitações para renda acessível, a transmitir em propriedade plena à CML”.

Os promotores já foram notificados e têm agora dez dias “para se pronunciar”, tendo três hipóteses: solicitar a prorrogação de prazo, contestar a decisão ou reformular o projeto “de modo a que assim se corrijam os incumprimentos de que foram notificados”. “Após a resposta do requerente à notificação, o Executivo deverá deliberar”, refere a CML.

O Portugália Plaza prevê a construção de 85 apartamentos: cinco T0, 44 T1, 17 T2, 17 T3 e dois T4. Além disso, terá ainda 16 escritórios e espaços de cowork, uma zona comercial no rés-do-chão e será possível atravessar o quarteirão entre a Almirante Reis e a Rua António Pedro, algo que não acontece atualmente.

Responsável por este projeto está a Essentia, empresa que coordena os projetos do Fundo Imobiliário Fechado Sete Colinas, diz o Diário de Notícias. O Sete Colinas, criado em 2006, pertence a um grupo de investimento alemão com uma carteira de investimentos imobiliários em Lisboa a rondar os 550 milhões de euros.

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