Católica ajuda mulheres empreendedoras a (re)lançarem os seus negócios

No programa Women Entrepreneurs@Católica Lisbon, professores e alunos capacitam mulheres empreendedoras a lançar ou potenciar os seus negócios, com workshops e projetos e consultoria gratuitos.

A Católica Lisbon School of Business & Economics já abriu as candidaturas para a terceira edição do programa Women Entrepreneurs@Católica Lisbon (WE@Católica-Lisbon), com o objetivo de capacitar as mulheres empreendedoras e as suas empresas com ferramentas de gestão, através de workshops e projetos de consultoria estratégica gratuitos, conduzidos por professores e alunos da universidade. Além disso, a Católica ajuda a “equilibrar” valências, oportunidades de mercado, e a combater desigualdades económicas de género.

Os workshops ficam a cargo de professores de gestão da Católica-Lisbon, que se associam ao projeto voluntariamente, para ajudar as participantes a construir um plano de negócios, uma estratégia de internacionalização, planos de marketing, estratégias de comunicação digital ou lançamento de novos produtos.

Na última edição, o WE@Católica-Lisbon recebeu mais de 300 candidaturas para os workshops e para os projetos de consultoria, e este ano não prevê uma descida na procura, devido ao impacto da pandemia nos negócios.

O propósito é ajudar as participantes a “reorientar o seu negócio, a fazer um produto diferente — que pode não ser tão físico –, mas com aquilo que estão a vender, continuarem a manter a sua própria marca”, explica à Pessoas Rute Xavier, responsável pelo projeto.

A consultoria estratégica vai decorrer durante quatro meses — a duração do semestre letivo entre setembro e dezembro- e é definida pelas necessidades de negócio apresentadas por cada empresa participante. Os projetos de consultoria são conduzidos por alunos finalistas do mestrado em Gestão, que se deslocam às empresas. Esta é uma oportunidade para os alunos “se sentirem úteis”, ao mesmo tempo que têm contacto direto com a realidade do mercado de trabalho, refere a responsável.

As candidaturas ao programa estão abertas até 31 de agosto de 2020 e podem ser feitas aqui.

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Cristina Ferreira abala ações da SIC e da TVI

Empresas de media centraram atenções na sessão acionista em Lisboa. No PSI-20 arrancou o aumento de capital da EDP, com o destaque dos direitos.

As empresas de media foram abaladas na sexta-feira pela notícia de que a rainha das manhãs televisivas, Cristina Ferreira, vai voltar a mudar de estação. Na primeira sessão em bolsa após o anúncio, a SIC — que a apresentadora vai deixar — foi penalizada na reação inicial, mas no fim do dia foi a TVI — que vai ter de pagar um ordenado milionário e ainda uma indemnização — a maior castigada pelos investidores.

Após um tombo de 4% durante o dia, a Impresa, a empresa dona da SIC, acabou por fechar sem alteração de preço, a valer 0,137 euros por ação. Já a Media Capital, dona da TVI, afundou 9,4% para 2,12 euros por ação, numa sessão em que, apesar da liquidez reduzida, registou o dobro das ações negociadas face à media: trocaram de mãos mais de 4.000 títulos, quando a média diária é de 1.650 títulos.

As duas empresas estiveram em foco em Lisboa, onde o principal índice também encerrou em terreno positivo. O PSI-20 ganhou 1,20% para 4.533,49 pontos, a acompanhar o sentimento europeu. Apesar do impasse nas negociações sobre o fundo de recuperação no Conselho Europeu, o Stoxx 600 avançou 0,74%.

No PSI-20, arrancou o aumento de capital da EDP, começando pelo ajuste das ações da elétrica aos novos títulos que vai emitir para obter os cerca de mil milhões de euros necessários. Tendo em conta a cotação de fecho da sessão desta segunda-feira (cada ação valorizou 1,69% para 4,642 euros), os títulos passam a apresentar um valor teórico de 4,537 euros. Os direitos valem 10,5 cêntimos. Já a subsidiária EDP Renováveis ganhou 3,19% para 14,24 euros por ação.

Maior ganho só mesmo o da Pharol, que disparou 12,8% para 0,1128 euros por ação. Das 18 cotadas do PSI-20, 14 fecharam no verde. Os CTT subiram 2,88% para 2,335 euros, a Nos avançou 1,55% para 3,67 euros, a Sonae ganhou 1,15% para 0,658 e a Jerónimo Martins somou 1,08% para 14,955 euros. No papel, a Navigator avançou 2,47%, a Altri ganhou 1,65% e a Semapa 1,22%.

A travar o índice esteve a Galp Energia, que perdeu 0,63% para 10,335 euros por ação, apesar dos ganhos tímidos no mercado petrolífero (o brent sobe 0,12% e o crude WTI 0,09%). O BCP deslizou 0,09% para 0,1099 euros por ação.

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Reino Unido suspende tratado de extradição com Hong Kong

  • Lusa
  • 20 Julho 2020

Semanas depois de a China ter implementado uma polémica lei de segurança em Hong Kong, o Governo britânico decidiu suspender o tratado de extradição que mantinha com a antiga colónica britânica.

O Reino Unido suspendeu esta segunda-feira o tratado de extradição com Hong Kong em retaliação à nova lei de segurança imposta no antigo território britânico pela China, anunciou o ministro dos negócios Estrangeiros, Dominic Raab.

A medida, com efeito imediato, foi anunciada no parlamento, juntamente com a extensão do embargo à venda de armas existente contra a China desde 1989, e que vai incluir outro tipo de equipamento que possa ser usado na repressão da população, como correntes ou granadas de fumo.

“Não vamos considerar repor esta provisão [do tratado de extradição] a não ser que e até existirem salvaguardas claras e sólidas que evitem que a extradição do Reino Unido [para Hong Kong] seja usada indevidamente no âmbito da nova lei de segurança”, explicou.

Segundo o ministro, “a imposição desta nova lei de segurança alterou de forma significativa expectativas importantes que suportam o tratado de extradição com Hong Kong, em particular porque permite à China assumir jurisdição sobre certos casos e julgar esses casos nos tribunais da China continental”.

A Lei de Segurança Nacional de Hong Kong aprovada em junho foi aprovada pela Assembleia Popular Nacional da China, sem passar pelo Conselho Legislativo da região semi-autónoma chinesa, e pune com prisão perpétua “atos de secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras”.

No entanto, advogados, ativistas, jornalistas e grande parte da sociedade de Hong Kong manifestaram a sua oposição, por temer que a lei acabe com as liberdades desfrutadas pela antiga colónia britânica e inexistentes na China continental.

Hong Kong regressou à soberania da China em 1997 sob um acordo que garantia ao território 50 anos de autonomia a nível executivo, legislativo e judicial e liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do princípio “Um país, dois sistemas”, também aplicado em Macau, sob administração chinesa desde 1999.

Raab reiterou também a preocupação com a violação dos direitos humanos contra os muçulmanos da minoria uigure em Xinjiang “Nós queremos uma relação positiva com a China. Pela nossa parte, o Reino Unido vai trabalhar arduamente e em boa fé”, disse.

Porém, acrescentou, as medidas anunciadas “são uma resposta razoável e proporcional ao fracasso da China em respeitar as obrigações internacionais com Hong Kong”.

Raab acrescentou que as condições do novo visto de residência e acesso à cidadania para os habitantes de Hong Kong com passaporte britânico vão ser detalhadas esta semana pela ministra do Interior, Priti Patel.

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Ações da EDP ajustam para 4,537 euros com destaque dos direitos

Depois do prospeto, o aumento de capital chega ao mercado. E está dado o primeiro passo da operação, com o destaque dos direitos. Os títulos da elétrica ajustam para um valor teórico de 4,537 euros.

Está dado mais um passo no aumento de capital que a EDP está a realizar para financiar a compra da Viesgo. Depois de publicado o prospeto, a operação chegou ao mercado, começando pelo ajuste das ações da elétrica aos novos títulos que vai emitir para obter os cerca de mil milhões de euros necessários. Tendo em conta a cotação de fecho da sessão desta segunda-feira, os títulos passam a apresentar um valor teórico de 4,537 euros. Os direitos valem 10,5 cêntimos.

As ações, que valorizaram em bolsa desde que a empresa anunciou a operação, encerraram a negociação desta segunda-feira, 20 de julho, a cotar nos 4,642 euros. Encerrada a sessão, a cotação sofre agora um ajuste para um valor que servirá de referência para o arranque da negociação na sessão desta terça-feira, dia a partir do qual os títulos já não contam com os direitos que permitem aos investidores participarem no aumento de capital.

Evolução das ações da EDP

Este valor teórico das ações da EDP no pós aumento de capital resulta da soma da capitalização bolsista no fecho desta sessão, de 16,87 mil milhões de euros, somada dos 1.020 milhões de euros que a empresa pretende captar juntos dos acionistas, dividida pelo total de ações que passarão a representar o capital social da elétrica. Este cálculo resulta nos tais 4,537 euros, a cotação ajustada da EDP.

Esta cotação ajustada permite, ao mesmo tempo, perceber qual o valor teórico dos direitos para participar no aumento de capital que está a ser realizado pela EDP. É da diferença entre a cotação no fecho desta sessão e a cotação ajustada que se encontra o preço teórico destes direitos que, neste caso, será de 10,5 cêntimos.

O valor dos direitos não é estanque. Os direitos são destacados a este valor, mas como serão admitidos à negociação no dia 23 de julho, poderão assumir uma cotação díspar. Havendo uma valorização ou desvalorização das ações nas próximas sessões, o valor teórico destes títulos até à entrada em bolsa irá variar.

Uma vez em bolsa, o valor dos direitos tenderá a acompanhar a cotação da EDP, já que o ativo subjacente é o mesmo: a elétrica. Contudo, mediante o interesse ou desinteresse dos investidores na operação, estes poderão, algumas vezes, entrar em situações de desequilíbrio face às ações, ora ficando mais caros que os títulos da EDP, ora ficando mais baratos. Esses momentos tendem a ser aproveitados por alguns investidores para fazerem arbitragem, operações em que tiram partido dos desequilíbrios no mercado, praticamente sem risco.

Os investidores que tinham ações da EDP em carteira até ao final da sessão desta segunda-feira vão passar a ter um direito por cada título detido, sendo que um só direito não permitirá comprar um novo título. Vão poder subscrever 0,085035375 novas ações, sendo, por isso, necessário ter 11,75 destes direitos para cada novo título. Em termos práticos, para comprar uma só ação terá de ter 12 direitos.

Estes direitos dão aos investidores a oportunidade de participarem nesta operação da empresa liderada interinamente por Miguel Stilwell d’Andrade mediante o pagamento daquele que é o preço de subscrição definido pela EDP. Neste caso, a elétrica fixou esse valor em 3,30 euros, um preço que à data do anúncio da emissão das novas ações representou um desconto de 23% face ao mercado.

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Portugal só perde 230 milhões com proposta em cima da mesa do Conselho Europeu. Garante 15,3 mil milhões

Portugal vai perder 230 milhões de euros, em termos líquidos, com a nova proposta que está em cima da mesa do Conselho Europeu em que as subvenções diminuem de 500 mil milhões para 390 mil milhões.

O primeiro-ministro garantiu esta segunda-feira que a nova proposta que está em cima da mesa do Conselho Europeu prevê um corte líquido de apenas 230 milhões de euros para Portugal face à proposta da Comissão Europeia. Em causa está a proposta de 390 mil milhões de euros em subvenções (a fundo perdido), abaixo dos 500 mil milhões propostos por Bruxelas, que os líderes europeus vão discutir esta tarde e que deverá entregar 15,3 mil milhões de euros a Portugal entre 2021 e 2026.

Em declarações transmitidas pela RTP3, antes do reinício da negociação do Fundo de Recuperação e do Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027 no Conselho Europeu marcado para as 17h (hora em Lisboa), António Costa anunciou que há um acordo geral sobre a arquitetura do Fundo de Recuperação europeu, apelidado de Next Generation EU, que prevê 700 mil milhões de euros — menos 50 mil milhões de euros do que a proposta da CE –, distribuídos por 390 mil milhões de euros de subvenções e 310 mil milhões de euros de empréstimos.

O acordo alcançado é um bom acordo“, garantiu o primeiro-ministro, sublinhando que este é um “passo histórico” para a União Europeia uma vez que haverá uma emissão de dívida por parte da Comissão Europeu, em nome dos Estados-membros, para financiar este fundo. E, apesar do corte no total do fundo e nas subvenções, Costa assegurou que o acordo — cujos pormenores ainda serão discutidos durante “longas horas” nesta segunda-feira — permitirá “proteger no essencial os envelopes nacionais”.

Em concreto para Portugal, tal significará 15,3 mil milhões de euros que terão de ser executados entre janeiro de 2021 e 2026, ou seja, durante os próximos cinco anos, tendo em vista a recuperação da economia na sequência da crise pandémica. António Costa explicou que a diferença entre a versão atual do fundo e a da Comissão é de 400 milhões de euros a menos. Contudo, a “diferença líquida” é de apenas 230 milhões de euros: tal acontece porque há mecanismos de compensação no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027 e uma menor contribuição por parte dos Estados-membros para este orçamento europeu, uma vez que a nova proposta reduz os “descontos” feitos aos contribuintes líquidos, segundo o primeiro-ministro.

Ainda assim, Costa disse que ainda há “certamente muitas horas de negociação” e avisou que “as dificuldades encontram-se muitas vezes nos pormenores” que serão discutidos neste final de tarde em Bruxelas, no edifício Europa, ao lado do edifício da Comissão Europeia, que alberga o Conselho Europeu. Independentemente das dificuldades, o chefe de Estado português garantiu que “qualquer ajustamento que haja será para cima” dado que os 390 mil milhões — um valor que foi validado também por Ursula Von der Leyen e Christine Lagarde, presidente da CE e do BCE, respetivamente — já ficam no “limiar” daquilo que é necessário.

O primeiro-ministro alertou que esta verba será muito importante para o país, mas também “impõe uma enorme responsabilidade” para o Governo português. “Dá uma oportunidade muito significativa ao país para responder com energia à crise económica”, disse, alertando que o fundo “não é um cheque em branco”. Portugal terá de investir este dinheiro com base num programa que terá de ser apresentado, validado e controlado pela Comissão Europeia, com o foco na reanimação imediata da economia, na aceleração da transição climática e digital assim como o reforço da autonomia estratégica da UE através da reindustrialização de certos setores.

Contudo, Costa admitiu que “há uma menor capacidade do que o desejável”, apesar de considerar que a verba é suficiente tendo em conta o impacto económico que se estima atualmente, ainda que não afaste que o cenário macroeconómica possa degradar-se nos próximos meses. Mas também assumiu que a redução dos 500 mil milhões para os 390 mil milhões “foi o preço pago para ter algo histórico que é uma significativa emissão de dívida da CE para financiar um programa de recuperação económica e que parte significativa não é empréstimos, mas transferências”.

O primeiro-ministro explicou ainda que o “travão de emergência” que será criado — uma exigência dos países apelidados de “frugais” — não permitirá que um veto de um Estado-membro bloqueia a transferência de verbas da Comissão Europeia para os países. Este travão poderá ser acionado, mas este apenas permitirá um “debate político dentro do Conselho Europeu”, cujo conteúdo terá de ser considerado pela Comissão Europeia, o braço executivo da UE, que continuará a ser quem autoriza a transferência das verbas, sem interferência direta do Conselho. “É importante para haver confiança entre todos”, disse Costa, referindo que “não pode continuar a haver desconfiança” entre os parceiros europeus.

A seguir a estas declarações, António Costa seguiu para uma reunião com a Alemanha, França, Grécia, Itália e Espanha, como mostra a foto divulgado pelo primeiro-ministro grego.

(Notícia atualizada às 16h57 com mais declarações de António Costa)

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Debate do Estado da Nação foi adiado para sexta-feira

  • ECO
  • 20 Julho 2020

O debate sobre o Estado da Nação foi adiado por dois dias, realizando-se na próxima sexta-feira às 9h30. Gabinete de Ferro Rodrigues já informou os partidos desta decisão.

O debate sobre o Estado da Nação foi adiado por dois dias, realizando-se às 9h30 da próxima sexta-feira e não na quarta, como estava agendado inicialmente. Em Bruxelas, o primeiro-ministro confirmou que pediu a Ferro Rodrigues para adiar a ida ao Parlamento para garantir que o Conselho Europeu já estaria terminado e que teria tempo para descansar.

“Pedi ao senhor presidente da Assembleia da República se podíamos adiar o debate do Estado da Nação de quarta-feira para o final da semana, não só para ter a garantia de que o Conselho Europeu está terminado como também, já agora, se podia descansar um bocadinho antes de passar para o dossiê seguinte”, afirmou António Costa à porta da Comissão Europeia, em Bruxelas. O gabinete do primeiro-ministro confirmou ao ECO o pedido que se encontra nas mãos dos partidos.

Entretanto, de acordo com o Expresso (acesso livre), que avançou inicialmente com a notícia, o gabinete do Presidente da Assembleia da República já informou ao início desta tarde os partidos com assento parlamentar desta decisão de adiar o debate sobre o Estado da Nação que se irá debruçar exatamente sobre os resultados da cimeira de líderes europeus que não fechou ainda um acordo em relação ao Fundo de Recuperação europeu.

O Conselho Europeu poderá terminar apenas esta terça-feira. Segundo o chefe do governo português, que deveria ter regressado a Lisboa este domingo, a nova proposta que está em cima da mesa prevê um corte líquido de apenas 230 milhões de euros para Portugal face à proposta da Comissão Europeia.

Em causa está a proposta de 390 mil milhões de euros em subvenções (a fundo perdido), abaixo dos 500 mil milhões propostos por Bruxelas, que os líderes europeus vão discutir esta tarde e que deverá entregar 15,3 mil milhões de euros a Portugal entre 2021 e 2026.

(Notícia atualizada às 16h23 com indicação da hora do debate sobre o Estado da Nação)

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Vacina para Covid-19 da AstraZeneca sem efeitos secundários no primeiro ensaio

A vacina experimental não gerou efeitos secundários e produziu uma resposta imunitária em ensaios clínicos em estágio inicial feitos em voluntários saudáveis.

A vacina experimental para a Covid-19 que está a ser desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca obteve resultados promissores nos primeiros testes em humanos, confirmou esta segunda-feira um estudo publicado na revista científica Lancet.

Vista como a candidata na liderança da “corrida” à descoberta de uma cura e prevenção para o novo coronavírus, esta vacina, que foi administrada em voluntários saudáveis, produziu uma resposta imunitária nos ensaios clínicos em estágio inicial, ao mesmo tempo que não espoletou efeitos secundários adversos.

A vacina experimental, chamada de AZD1222, está a ser desenvolvida pela AstraZeneca e por cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O facto de não ter provocado efeitos colaterais graves e de ter originado anticorpos e respostas imunes das chamadas “células T” é um sinal promissor, de acordo com os resultados do estudo publicado na Lancet e citado pela Reuters. A resposta imunitária foi ainda maior em quem recebeu duas doses.

Esperamos que isso signifique que o sistema imunológico se lembre do vírus, para que a nossa vacina proteja as pessoas por um longo período”, disse o autor principal do estudo, Andrew Pollard, da Universidade de Oxford. “No entanto, precisamos de mais pesquisas antes de confirmarmos que a vacina protege efetivamente contra a infeção por SARS-CoV-2 (Covid-19) e por quanto tempo dura a proteção”, acrescentou o mesmo responsável.

A atual pandemia já matou mais de 600 mil pessoas em todo o mundo. Na corrida à vacina estão ainda muitas outras farmacêuticas, como as chinesas Sinovac Biotech e Sinopharm e a biotecnológica americana Moderna. Contudo, a AstraZeneca já assinou acordos com governos de todo o mundo com vista ao fornecimento da vacina, caso esta se mostre eficaz e obtenha aprovação regulatória.

Entretanto, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, já aplaudiu os resultados destes testes iniciais em humanos da nova vacina da AstraZeneca. “Esta é uma notícia muito positiva. Um enorme sucesso para os nossos brilhantes cientistas e pesquisadores na Universidade de Oxford”, disse Johnson no Twitter, com um link para a notícia da BBC. “Não há garantias, ainda não estamos lá e mais testes serão necessários – mas este é um passo importante na direção certa”, rematou.

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BE exige fim de gestão do aeroporto do Porto como “apeadeiro” do de Lisboa

  • Lusa
  • 20 Julho 2020

O BE defende que a participação pública na TAP deve valorizar o aeroporto do Porto e inverter a sua transformação “num apeadeiro” do de Lisboa, devolvendo-lhe a “centralidade” no Noroeste Peninsular.

O Bloco de Esquerda exigiu esta segunda-feira que o aumento da participação pública na TAP deve inverter a “desvalorização” do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e a sua transformação “num apeadeiro” do de Lisboa, devolvendo ao equipamento a sua “centralidade” no Noroeste Peninsular.

O Bloco de Esquerda defende que a participação pública na TAP deve valorizar o aeroporto do Porto e a sua transformação “num apeadeiro” do de Lisboa, devolvendo a sua “centralidade” no noroeste peninsular.

“A nossa exigência é que, com o controlo público, a TAP inverta a estrutural desvalorização do aeroporto Francisco Sá Carneiro, que o transformou num apeadeiro a caminho de Lisboa, cancelando rotas e voos intercontinentais, quando o aeroporto do Porto pode e tem de ser uma plataforma do Noroeste Peninsular”, defendeu José Soeiro, deputado do BE, em declarações à Lusa após uma reunião com o Sitava – Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos.

O deputado observou que, de acordo com informações do sindicato, o aeroporto do Porto retomou a atividade parada devido à covid-19 em “15 a 20%” e que a TAP o fez entre “5 a 10%”.

“A TAP está a retomar a atividade mais lentamente do que outras companhias e pode perder clientes para essas companhias. Dos 44 voos programados esta manhã para sair do aeroporto do Porto, só três eram da TAP”, alertou José Soeiro.

Para o deputado, “a TAP está a remar de forma muito mais lenta do que outras companhias”.

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A “expetativa”, explicou, é que o aumento do capital público na companhia leve a uma “gestão mais equilibrada” do território, lembrando que voos intercontinentais, retirados do Porto ainda antes da pandemia, “têm a capacidade de atrair a população da Galiza”.

“É preciso retomar rotas e voos e a centralidade do aeroporto”, defendeu.

Soeiro observou ainda que a crise no setor tem tido “consequências laborais profundas”, manifestando-se preocupado que “empresas que recebam apoios públicos para manter postos de trabalho estejam a descartar-se de trabalhadores precários”.

Um decreto-lei aprovado na quinta-feira autoriza “a aquisição pelo Estado das participações sociais, dos direitos económicos e das prestações acessórias” da atual acionista da TAP SGPS Atlantic Gateway.

Com esta operação, estabelece-se “a transmissão de participações sociais representativas de 22,5% do capital social e dos direitos de voto na TAP SGPS, passando o Estado a deter uma participação social total de 72,5%, e os correspondentes direitos económicos, pelo montante de 55 milhões de euros”.

A TAP revelou na sexta-feira que foi alcançado o acordo definitivo entre todas as partes para o contrato de financiamento com o Estado, que prevê um empréstimo até 946 milhões de euros, aos quais podem acrescer outros 254 milhões.

Os trabalhadores da TAP deverão regressar ao trabalho em agosto, mas com horários reduzidos, em 70%, 50% ou 20%, segundo uma comunicação interna da direção de recursos humanos do grupo.

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Charles Michel intensifica conversações bilaterais antes do plenário

  • Lusa
  • 20 Julho 2020

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, está a intensificar as conversações bilaterais com os líderes europeus antes da retoma do plenário às 16h00, hora de Lisboa.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, está a intensificar as conversações bilaterais com os líderes europeus sobre o relançamento comunitário após a crise, esperando angariar consensos para o plenário, que retoma às 16h00 de Lisboa, anunciou o seu porta-voz.

Num momento em que permanece o impasse nas negociações entre os líderes dos 27, no Conselho Europeu iniciado na sexta-feira em Bruxelas e consagrado ao plano de relançamento europeu após a crise gerada pela pandemia, Charles Michel tenta, horas antes da retoma da sessão plenária, ultimar as consultas aos chefes de Governo e de Estado da União (UE).

“No quarto dia do Conselho Europeu sobre o Quadro Financeiro Plurianual e o Fundo de Recuperação, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, está a preparar a reunião dos 27”, indica o seu porta-voz, Barend Leyts, através da rede social Twitter.

E, para isso, estão a ser realizados “briefings técnicos e telefonemas com os líderes antes do plenário, que começará agora às 17h00”, menos uma hora em Lisboa, precisa o porta-voz na publicação, que é acompanhada de uma fotografia de Charles Michel a falar ao telefone num terraço do Conselho Europeu, local em que tem promovido várias conversações à margem.

A retoma dos trabalhos formais, na tarde desta segunda-feira, estava inicialmente prevista para as 14h00 de Bruxelas (13h00 em Lisboa), tendo sido depois adiada para as 16h00 e, agora, com a hora estimada a ser 17h00 locais.

O Conselho Europeu, que decorre em Bruxelas desde sexta-feira de manhã em busca de um acordo para o relançamento europeu após a crise da Covid-19, encontra-se já no seu quarto dia, não tendo os líderes chegado ainda a uma plataforma de entendimento em torno do Quadro Financeiro Plurianual para 2021-2027 e o Fundo de Recuperação.

Depois de um jantar de trabalho no domingo, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, interrompeu a reunião plenária para consultas, que se prolongaram até perto das 06:00 locais da madrugada de hoje (05h00 em Lisboa). Os trabalhos serão retomados esta segunda-feira à tarde.

Segundo fontes europeias, Charles Michel deverá começar por colocar sobre a mesa uma proposta formal que mantém o montante global do Fundo de Recuperação em 750 mil milhões de euros — como propunha a Comissão —, mas com os subsídios a fundo perdido a pesarem 390 mil milhões de euros, montante que já terá tido “luz verde” dos 27.

Tanto o plano franco-alemão como a proposta da Comissão Europeia defendiam subvenções num montante de 500 mil milhões de euros, algo rejeitado pelos chamados países ‘frugais’ (Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca), que exigiam que as subvenções ficassem abaixo dos 400 mil milhões de euros.

Fontes europeias dizem esperar que Charles Michel apresente também aos 27 uma proposta ligeiramente revista do Quadro Financeiro Plurianual para os próximos sete anos. Esta é já uma das cimeiras mais longas da história da UE, aproximando-se a passos largos daquela que fixou o recorde, a cimeira de Nice em 2000, que se prolongou por cinco dias.

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Volatilidade em Wall Street com subida nos contágios e sinais promissores na busca por uma vacina

Principais índices bolsistas dos EUA iniciaram a semana entre ganhos e perdas, com a evolução dos contágios a levar vários estados a colocar um travão na reabertura das economias.

As ações norte-americanas arrancaram divididas entre ganhos e perdas ligeiras, com os investidores esperançosos face aos progressos obtidos rumo à obtenção de uma vacina contra o novo coronavírus mas ao mesmo tempo a acusarem os receios face ao elevado número de contágios nos EUA.

Na abertura, o S&P 500 somava 0,02%, para os 3.225,41 pontos, enquanto o Nasdaq valorizava 0,24%, para os 10.528,14 pontos. Em contraciclo, seguia o Dow Jones, com um deslize de 0,11%, para os 26.641,36 pontos.

Wall Street revela assim estar sobre forte volatilidade perante a evolução desfavorável no número de contágios por coronavírus, que está a levar vários estados a colocarem um travão nos planos de desconfinamento, enquanto está previsto que esta semana o Congresso debata um novo pacote de ajuda financeira.

A impedir um desempenho mais negativo dos principais índices norte-americanos estão os progressos obtidos na busca por uma vacina que permita combater o novo coronavírus. A empresa de biotecnologia alemã BioNTech e a farmacêutica norte-americana Pfizer relataram dados adicionais de sua vacina experimental contra o coronavírus que mostraram que a vacina era segura e induziu uma resposta imune por parte dos pacientes.

Além disso, foram publicados os resultados da vacina que está a ser desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca. O paper publicado na revista científica Lancet mostra que os voluntários vacinados produziram uma resposta imunitária sem efeitos secundários, outro sinal promissor na “corrida” à vacina para a Covid-19.

A nível empresarial, destaque para as ações da Halliburton que valorizam 6%, depois de a petrolífera ter reportado um lucro ajustado que superou o previsto e que foi apoiado por um corte abrupto nos custos.

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Filipa Cotta sai da PLMJ para a Vieira de Almeida

A sócia na área de resolução de litígios estava no escritório desde 1999.

Filipa Cotta, sócia da PLMJ até agora, vai transitar para a Vieira de Almeida. A informação foi confirmada à Advocatus por fonte oficial do escritório liderado por Luis Pais Antunes e Bruno Ferreira, a quem deseja “as maiores felicidades” e agradece a “dedicação”. A advogada dedicou-se, sobretudo, a reestruturações e insolvências, “tendo igualmente experiência significativa em litígios societários e direito comercial”, segundo o site do escritório.

Esta saída acontece depois da entrada de Joaquim Sherman de Macedo, o mais recente sócio. O advogado, que veio da CMS, Rui Pena & Arnaut, passou a ser um dos coordenadores da área de resolução de litígios, em conjunto com Rita Samoreno Gomes e Pedro Metello de Nápoles.

Da parte da VdA, a notícia é confirmada em comunicado. “Esta é a primeira, e única, área de prática das sociedades de advogados do mercado português liderada por um sócio exclusivamente dedicado a assessoria em reestruturações e insolvência. Trata-se, assim, de uma aposta estratégica, que consolida o conhecimento e expertise da VdA à afirmação de uma equipa dedicada e de vasta experiência, liderada por Filipa Cotta”, diz o comunicado.

Com um track record reconhecido em processos transnacionais, nomeadamente na Suíça, Luxemburgo e Brasil, Filipa Cotta tem estado envolvida em alguns dos casos mais mediáticos nos últimos anos. Licenciada pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, e com um General Masters in Law pela Faculdade de Direito da Virgínia, EUA, foi sócia da área de Contencioso da PLMJ.

Na área de Insolvências e Reestruturações, a PLMJ conta com Nuno Líbano Monteiro, Manuela Tavares Morais, Joaquim Shearman de Macedo e João Tiago Morais Antunes, contratado em outubro de 2019, após mais de vinte anos na Serra Lopes, Cortes Martins.

Desde outubro de 2018, entraram na PLMJ cinco novos sócios e foram promovidos dois advogados a sócios. Esta saída insere-se, ao que a Advocatus apurou, na política de reorganização do escritório e numa aposta cada vez mais na advocacia de negócios e grandes operações e menos virada para os clientes privados.

Em contrapartida, desde finais de 2018 que vários advogados ‘históricos’ PLMJ saíram do escritório. Dez sócios desde outubro de 2018 – entre eles João Medeiros, advogado de António Mexia. E a Advocaus sabe que as saídas não ficam por aqui. Até final do ano, espera-se ainda a saída de sócios e a entrada de uma nova (prevista para setembro).

 

 

 

 

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Momentos tensos e dramáticos no Conselho Europeu. Líderes trocam acusações

Os líderes europeus continuam as negociações sobre o Fundo de Recuperação da UE pelo quarto dia consecutivo numa reunião marcada por acusações e frases ásperas.

Desde sexta-feira que os chefes de Estado da União Europeia estão a negociar um acordo sobre o Fundo de Recuperação e o Quadro Financeiro Plurianual (QFP) 2021-2027 com base na proposta da Comissão Europeia e, posteriormente, uma adaptação feita pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para tentar aproximar posições. Contudo, ainda não não há acordo e a imprensa europeia relata várias intervenções com acusações e emoções. Os trabalhos prolongam-se assim para o quarto dia ao arrancarem esta segunda-feira às 16h.

A discussão decorre à porta fechada, mas não é raro saírem para fora relatos do que os líderes defenderam. Neste momento em que continua a haver discordância após longas horas de negociação, e num momento de emergência em particular para a União Europeia, os nervos estão à flor da pele e isso refletiu-se nas palavras dos líderes dos Estados-membros que vieram a ser conhecidas ao longo do fim de semana. O holandês Mark Rutte, o húngaro Viktor Órban, o francês Emmanuel Macron e o italiano Giuseppe Conte protagonizaram os momentos mais tensos, entre os que se tornaram públicos.

De acordo com a imprensa europeia, a negociação durante estes três dias levou à redução das subvenções (a fundo perdido) para 390 mil milhões de euros, face aos iniciais 500 mil milhões de euros, o que deverá agradar mais aos cinco “frugais” (Holanda, Dinamarca, Áustria, Finlândia e Suécia), mas pouco a França e aos países do sul da Europa, como é o caso de Portugal. Mas ainda haverá muitos pormenores por acertar uma vez que uma mudança nos números globais tem implicação na distribuições dos vários envelopes.

Orbán ataca Rutte: “Se não houver acordo é por causa dele”

Mark Rutte, como líder informal do grupo dos “frugais”, é um dos primeiros-ministros mais visados nestas discussões. Desta vez foi o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, a acusá-lo em público de ser o responsável pelo impasse deste Conselho Europeu: “Se o acordo está bloqueado não é por minha causa, é por causa do tipo holandês porque ele iniciou uma questão ao querer juntar a regulação do Estado de direito” ao orçamento europeu.

Ao contrário do que defende António Costa, Rutte considera que a questão do Estado de direito deve estar à mesa das negociações do próximo orçamento europeu. Orbán referiu que não sabe qual é a “razão pessoal” para o “odiar”, e à Hungria, ao querer penalizar o país financeiramente por achar que não respeita o Estado de direito. Contudo, para o primeiro-ministro húngaro, a posição de Rutte “não é aceitável porque não há nenhuma decisão [final] sobre qual é a situação do Estado de direito na Hungria“. Também Mateusz Morawiecki, chefe de Estado da Polónia, outro país acusado de não respeitar o Estado de direito, colocou-se ao lado de Orbán.

Macron acusa Kurz de ter uma “má atitude”

Num discurso ao jantar, o presidente francês — que alegadamente também ameaçou entrar num helicóptero e abandonar a reunião — protagonizou um dos “momentos mais elétricos” do Conselho Europeu, como descreve o Politico, quando se dirigiu a Sebastian Kurz, chanceler austríaco, que logo a seguir abandonou o encontro para atender uma chamada.

Ele não quer saber. Ele não ouve os outros e tem uma má atitude“, disse Macron, dirigindo-se a Kurz, um dos membros do grupo dos “frugais”. Emmanuel Macron chegou mesmo a acusar estes países de assumirem o lugar do Reino Unido, país que abandonou este ano a União Europeia: “Vocês estão a ocupar o lugar do Reino Unido nesta mesa“, exclamou, referindo que até a chanceler alemã, Angela Merkel, está do seu lado nesta ocasião. Merkel e Macron anunciaram, ainda antes da Comissão Europeia, uma proposta para o Fundo de Recuperação no valor de 500 mil milhões de euros de subvenções.

Rutte diz que não veio para a “festa de anos” de ninguém

Mark Rutte continua a tradição holandesa dos últimos anos de proferir declarações que antagonizam os parceiros europeus, como foi o caso de Jeroen Dijsselbloem, ex-presidente do Eurogrupo, e de Wopke Hoekstra, o atual ministro das Finanças holandês. Desta vez, o primeiro-ministro holandês afrontou António Costa e Angela Merkel: “Não estamos aqui para festas de anos de ninguém. Todos estão aqui para defender os interesses dos seus países. Todos somos profissionais e todos nos respeitamos mutuamente”.

Em causa está a passada sexta-feira, dia de início deste Conselho Europeu, em que tanto António Costa como Angela Merkel fizeram anos. O primeiro-ministro português levou prendas para todos os líderes, as quais foram divulgadas nas redes sociais, e a chanceler alemã retribuiu com uma prenda a Costa.

Giuseppe Conte diz que a “Europa está a ser chantageada” por Rutte

Sem surpresa, mais um embate em que Rutte é o protagonista. Desta vez, foi o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, a acusar Rutte de chantagear a Europa com as suas linhas vermelhas, segundo o Politico. Conte terá dito ao homólogo holandês que até pode ser classificado como um “herói” no seu país, mas no futuro será o “responsável” pelo bloqueio europeu a uma resposta firme à crise.

“Eu tenho uma boa relação pessoal” com o primeiro-ministro holandês, disse o italiano, para depois admitir que atualmente “estão a colidir de forma muito agressiva”. Um dos pontos de maior discórdia entre a Holanda e a Itália é o princípio de unanimidade na aprovação em Conselho Europeu das verbas que serão distribuídas aos Estados-membros, o que para Conte não é compatível com os tratados europeus. E este é um ponto que, para si, não é negociável.

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