5 coisas que vão marcar o dia

Como está a evoluir a dívida pública portuguesa? O Banco de Portugal responde esta segunda-feira com dados atualizados. E a Impresa apresenta resultados.

No dia em que o Banco de Portugal publica a nota de informação estatística sobre a dívida pública, a Impresa apresenta os seus resultados anuais. A OCDE divulga relatório sobre impacto do coronavírus na economia mundial e a bolsa nacional volta a negociar depois de um trambolhão causado pela epidemia.

Como está a evoluir a dívida pública?

O Banco de Portugal publica, esta segunda-feira, a nota de informação estatística sobre a dívida pública registada em janeiro. De acordo com os dados divulgados no início de fevereiro, no final do último ano, a dívida pública totalizou 249,74 mil milhões de euros, o que representou um salto de 597 milhões de euros face ao ano anterior. Face a novembro, registou-se uma quebra de 1.386 milhões e euros.

Impresa apresenta resultados

A Impresa apresenta, esta segunda-feira, os seus resultados relativos ao último ano. Entre janeiro e setembro de 2019, a dona da SIC mais do que duplicou os lucros para 2,9 milhões de euros com a ajuda das receitas geradas pelas chamadas de valor acrescentado. Estes proveitos ultrapassaram mesmo os ganhos conseguidos com a venda de títulos como o Expresso. Nos primeiros nove meses de 2019, a Impresa conseguiu 7,2 milhões de euros com a circulação de títulos enquanto as chamadas telefónicas de valor acrescentado renderam 8,89 milhões de euros.

Que impacto está a ter coronavírus na economia mundial?

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga, esta segunda-feira, o Interim Economic Outlook, relatório que inclui estimativas a curto prazo do crescimento da economia mundial. Desta vez, os especialistas da OCDE dedicaram também um capítulo ao impacto do surto de coronavírus na economia global, num momento em que a epidemia já prejudicou as operações de múltiplas empresas e continua a pressionar os mercados bolsistas de todo o mundo.

Nova semana em Lisboa, depois de queda de 12%

Depois de o surto de coronavírus ter levado a bolsa de Lisboa a ter a pior semana desde outubro de 2008, a praça nacional volta esta sexta-feira às negociações. Nas últimas cinco sessões, o PSI-20 caiu 11,55% devido à rápida propagação do coronavírus e ao receio dos impactos dessa epidemia na economia global. Em apenas uma semana, a bolsa lisboeta perdeu 7,4 mil milhões de euros em capitalização de mercado.

Os portugueses fazem muitas compras online?

A DPD apresenta, esta sexta-feira, o E-Shopper Barómetro, um relatório sobre as tendências de compras online dos portugueses. Gostaria de saber mais sobre as tendências de compras online dos portugueses? Sabe o que procura o e-shopper regular? São estas as questões que serão respondidas neste estudo que “aponta as tendências comportamentais” do comércio digital por terras lusitanas e no Velho Continente. O relatório promete ainda traçar o perfil de três e-shoppers.

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TAP cria nova empresa de logística para transporte de carga e correio

Transportadora portuguesa quer reforçar aposta no transporte de mercadorias e correio aéreo e criou uma nova empresa para dinamizar negócio: a TAP Logistics Solutions.

Há mais uma empresa a “voar” na TAP, que registou prejuízos de 105 milhões de euros em 2019. A transportadora área nacional tem crescido no número de passageiros transportados, tendo atingido um recorde no ano passado. Mas também pretende reforçar a aposta no transporte de mercadorias e correio aéreo. Para tal, criou uma nova companhia já nos primeiros dias do novo ano: a TAP Logistics Solutions.

A nova empresa foi constituída no dia 2 de janeiro, o primeiro dia útil do ano. Tem como líder Antonoaldo Neves, o presidente da TAP, com o conselho de administração a integrar mais dois administradores: Raffael Alves e David Pedrosa.

De acordo com o registo publicado no Portal da Justiça, a TAP Logistics Solutions vai dedicar-se à “prestação de serviços postais, de transporte e recolha de documentos, produtos, encomendas, carga ou outros bens, ao nível nacional e internacional, bem como a prestação de serviços de desembaraço aduaneiro, as respetivas atividades conexas, complementares ou subordinada”.

Ao ECO, a TAP confirmou a constituição da empresa. “Um dos objetivos estratégicos da TAP é desenvolver e potenciar o seu negócio de carga e correio, como forma de maximizar a capacidade das suas aeronaves e aproveitando a sua vasta rede de destinos. Na prossecução deste objetivo e por motivos regulamentares foi constituída a TAP Logistics”, indicou a transportadora aérea. Deixou mais pormenores sobre nova empresa para mais tarde.

A TAP obteve receitas de 3.298 milhões de euros em 2019. Quase toda a faturação está concentrada no segmento de transporte de passageiros: representa quase 90% das receitas da companhia aérea, cerca de 2.914 milhões (+4,7% do que no ano anterior).

Receitas da TAP por negócio

Fonte: TAP

Quanto ao segmento de cargas e correio, trata-se do terceiro maior negócio da transportadora nacional, representando 4,5% da faturação: 137,4 milhões de euros (+2,0% face a 2018). A manutenção gerou receitas de 211 milhões.

Apesar do crescimento das receitas, a companhia aérea teve prejuízos acima dos 100 milhões de euros pelo segundo ano consecutivo. Segundo a TAP, o reforço do investimento com os novos aviões, fatores externos, como as condições no aeroporto de Lisboa, explicam as perdas avultadas.

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Uber Portugal “expulsa” todos os carros com matrícula de 2013

A Uber baniu da plataforma todos os automóveis com matrícula de 2013, por já terem ou por estarem perto de completar os sete anos de idade máxima prevista na lei.

A Uber Portugal baniu todos os automóveis com matrícula de 2013, apurou o ECO. A medida entrou em vigor a 21 de fevereiro e enquadra-se nas exigências da lei que regula este tipo de plataforma. No entanto, a empresa foi um pouco mais além, banindo também muitos automóveis que ainda não alcançaram os sete anos de idade.

“A partir de dia 21 de fevereiro de 2020, qualquer viatura do ano 2013 será impossibilitada de operar pela Uber”, lê-se num email enviado pela Uber a motoristas e parceiros, a que o ECO teve acesso. Em causa estão os serviços UberX (serviço básico), Uber XL (serviço até seis passageiros), Green (serviço em automóveis elétricos) e Comfort (serviço intermédio).

Desta forma, a Uber vai ao encontro de uma das exigências previstas na lei que veio regulamentar este tipo de transporte privado, nomeadamente a que obriga que todos os automóveis tenham menos de sete anos de idade a contar da primeira matrícula. Mas vai um pouco mais adiante, excluindo também alguns automóveis que, apesar de terem matrícula de 2013, ainda não completaram os sete anos de idade.

Por exemplo, um automóvel de 1 de fevereiro de 2013, que já tem sete anos à luz da lei, já estaria legalmente impedido de circular ao serviço da Uber a 21 de fevereiro. Mas, por exemplo, um automóvel de 1 de novembro de 2013, que ainda não completou os sete anos previstos na lei, passou, mesmo assim, a deixar de poder prestar serviços para a Uber desde essa data, como decretou a plataforma.

Quanto ao serviço premium Uber Black, a situação é diferente e os critérios são ainda mais exigentes: “Para o serviço UberBlack, o ano mínimo da viatura passará a ser 2016”, refere a mesma mensagem, enviada pela empresa aos motoristas. Em causa, o serviço de topo da Uber, que é mais caro, mas que conta apenas com automóveis “topo de gama”.

Contactada, fonte oficial da Uber Portugal não quis responder às questões do ECO. Nomeadamente, sobre o que motivou a decisão, quantos automóveis ao serviço foram abrangidos pela medida e se foi acionado algum mecanismo na plataforma para impedir a realização de serviços com carros com matrícula de 2013.

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Carlos Costa foi parcial com Salgado e condenações devem ser anuladas, diz ex-Provedor de Justiça

Parecer jurídico de ex-Provedor de Justiça Faria Costa, pedido pela defesa de Ricardo Salgado, já foi entregue no Tribunal de Santarém e critica a conduta do governador do BdP.

O Governador do Banco de Portugal (BdP) Carlos Costa não foi imparcial com Ricardo Salgado e deveria ter pedido escusa nos processos contraordenacionais julgados pelo BdP contra o ex-líder do Banco Espírito Santo (BES).

As conclusões constam de um parecer jurídico, pedido pela defesa de Salgado e assinado pelo ex-provedor de Justiça Faria Costa, que critica o comportamento do líder do BdP no que toca às declarações públicas sobre Salgado, feitas antes de qualquer acusação ou condenação em sede contraordenacional do ex-banqueiro. O parecer, a que o ECO teve acesso, já foi entregue no Tribunal de Santarém onde Ricardo Salgado está a ser julgado por atos de gestão do BES.

Contactada pelo ECO, fonte oficial do BdP admite que “a questão não é nova e tem sido colocada em todos os processos BES, sendo sempre e por várias vezes rejeitada pelos tribunais — quer por Santarém, quer pelo Tribunal da Relação de Lisboa, — que já decidiram, em particular no processo em que Ricardo Salgado foi condenado pela prática de atos dolosos de gestão ruinosa, que não existe qualquer fundamento para concluir pela parcialidade das decisões do BdP”.

“As declarações públicas do Governador do BdP suscitam a sua falta de imparcialidade na decisão condenatória do Conselho de Administração? E, se sim, qual o efeito sobre a decisão final proferida pelo BdP/quais as eventuais consequências da violação do dever de imparcialidade?”, questiona o parecer.

Faz a pergunta e dá a resposta: sim, suscitam faltam de imparcialidade e essas mesmas decisões podem ser anuladas por esse mesmo motivo. Concretizando, Faria Costa defende: “as declarações públicas do senhor Governador do BdP destroem a aparência de imparcialidade que deve ter um julgador” e “uma decisão proferida com a intervenção de um decisor que não reúne os requisitos de aparência de imparcialidade deverá ser anulada”.

José de Faria e Costa é professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, presidente da Mesa da Assembleia Geral do Instituto de Direito Penal Económico e Europeu e coordenador científico da secção de Direito Penal da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi Provedor de Justiça de Portugal entre 2013 e 2017 e Presidente da Federação Ibero-Americana de Ombudsman.

O parecer admite que, “além da eventual violação de imparcialidade do julgador, poderá, ademais, estar em causa uma violação do princípio de presunção de inocência”.

O documento evidencia o “poder especial de decisão nos processos contraordenacionais por parte do Governador do BdP”. O que implicaria “uma particular cautela no que diz respeito à sua imparcialidade enquanto elemento ‘julgador’ destes processos”. Mais ainda, quando essas declarações são sempre antecedentes a uma acusação ou a uma condenação”. Porque, se uma acusação não está na direta dependência de Carlos Costa, já a decisão condenatória, por imposição legal, está.

Por isso, será insensato, diz Faria Costa, remeter um julgador (juiz ou Governador do BdP) a um “estatuto de intocabilidade”. Ou assumir que, pelo estatuto que tem, existem julgadores que “se encontram isentos da necessidade de respeito da garantia de imparcialidade”. Por outras palavras, a circunstância de uma pessoa ser idónea para ocupar um cargo — neste caso concreto desde 2010 — não a isenta de ter de ser imparcial.

Que argumentos sustentam a violação de imparcialidade?

  • “É possível considerar que um julgador que declara publicamente — e antes da decisão contraordenacional — não confiar na gestão do arguido e lhe apontar falta de idoneidade, bem como o relacionar em esquemas fraudulentos, poderá aparentar julgá-lo por atos que se prendem com essa mesma gestão de modo imparcial, sem nenhum pré juízo ou preconceito? Não, tal não é possível. Está claramente comprometida a imparcialidade objetiva. Essas declarações destroem a aparência de imparcialidade”, lê-se no parecer.
  • “Seria insensato procurar remeter um julgador, num Estado de direito democrático, a um estatuto de intocabilidade.”
  • “Carlos Costa — que pertence ao órgão que decide sobre as contraordenações em matéria de atividade financeira emitiu, previamente, e simultaneamente à instauração e decisão de processos, declarações públicas à comunicação social sobre os atos de gestão financeira – e até mesmo sobre a idoneidade para os praticar – de Ricardo Salgado”.
  • “O mesmo não se coibiu de participar nas decisões dos processos, não pedindo escusa”.
  • “Sendo a garantia de imparcialidade um direito constitucionalmente protegido quanto ao processo, deve ser assegurado o exercício do direito à imparcialidade, por parte dos sujeitos processuais em processos sancionatórios públicos”.
  • “Face ao exposto, uma decisão sem essa garantia de imparcialidade, como no caso do senhor Governador do BdP, deverá ser anulada, por dela resultar efetivo prejuízo para a justiça do processo, nos termos do artigo 43º, número 5 do Código de Processo Penal”.

O que disse Carlos Costa sobre Ricardo Salgado?

  • “O Grupo Espírito Santo, através de entidades não financeiras sujeitas a supervisão do BdP, desenvolveu um esquema de financiamento fraudulento entre as empresas do grupo”. Esta frase foi dita na conferência de imprensa de 3 de agosto de 2014, aquando da resolução do banco liderado, à data, por Ricardo Salgado.
  • “O agravamento de resultados do BES face ao que era previsível cerca de duas semanas antes é resultado da prática de um conjunto de atos de gestão gravemente prejudiciais ao interesse do BES e em clara violação das determinações emitidas pelo Banco de Portugal”, afirmou na mesma conferência de imprensa.

Um ano e dois meses depois — em outubro de 2015 — Ricardo Salgado é acusado no âmbito do processo 87/14/CO.

  • “Deixei de confiar em Ricardo Salgado em finais de maio de 2014, no dia em que recebi informações que mostraram que havia falsificação de contas” – publicado no Expresso de 27 de fevereiro de 2016.

Cinco meses depois — a julho de 2016 — o ex-banqueiro é acusado no processo 88/14/CO;

  • “Foi mão humana que fez com que o BES caísse” – publicado no Público a 8 de março de 2017.
  • “Dizer a Ricardo Salgado que não tinha idoneidade foi um ato de grande afirmação do Banco de Portugal” -publicado no Público a 8 de março de 2017.
  • “Ter comigo a família Espírito Santo, como tive uma vez, ou o Dr. Ricardo Salgado, ou todos os outros e dizer-lhes, cara a cara, ‘os senhores não têm idoneidade para continuar à frente de uma instituição’, foi uma grande novidade para os próprios e também um ato de grande afirmação de independência e da capacidade do BdP” – publicado no Público a 8 de março de 2017.

Um mês depois — em abril de 2017 — Ricardo Salgado é condenado no processo 88/14/CO;

Um ano e nove meses depois — em dezembro de 2018 — é condenado no processo 87/14/CO, correspondente a um processo judicial a decorrer em sede penal, que se encontra atualmente em fase de impugnação judicial.

Processos contra Ricardo Salgado. Quantos são?

No total, são nove os processos em que Ricardo Salgado esteve e está envolvido. Da Operação Marquês aos CMEC, passando pelas acusações do Banco de Portugal (BdP) e da Comissão de Mercados e Valores Imobiliários (CMVM), e ainda pelo caso Monte Branco. No caso do BdP, são quatro os processos.

1- Banco Espírito Santo Angola

Em outubro de 2015, o Banco de Portugal aplica uma contraordenação, desta vez sobre a gestão do BESA (Banco Espírito Santo Angola). Para além do ex-presidente do BES Ricardo Salgado, este processo acusou ainda vários antigos administradores do banco e da Espírito Santo Financial Group por falhas em matéria de ‘compliance’, auditoria interna, gestão de riscos, informação de gestão e reporte de controlo interno.

Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires e Rui Silveira foram mesmo condenados neste segundo processo de contraordenação e que visa os financiamentos concedidos pelo BES ao banco angolano.

2- Espírito Santo Internacional (ESI)

O Tribunal de Supervisão, em Santarém, deu a conhecer em abril de 2018 a sentença relativa às coimas aplicadas a Ricardo Salgado e Morais Pires pelo BdP, obrigando assim Ricardo Salgado a pagar três milhões e 700 mil de euros e Morais Pires a quantia de 350 mil euros.

Em causa o processo das contraordenações aplicadas pelo BdP, em agosto de 2016, nomeadamente por comercialização de títulos de dívida da Espírito Santo Internacional (ESI) junto de clientes do BES.

No caso de Ricardo Salgado, foi ainda aplicada a sanção acessória de inibição do exercício de cargos no setor durante oito anos. Amílcar Morais Pires ficou inibido por apenas um ano. O julgamento que se iniciou em março de 2017 no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, apreciou os pedidos de impugnação apresentados por Ricardo Salgado e Amílcar Pires no âmbito de um processo que começou por ter 18 arguidos (15 singulares e três coletivos), 13 dos quais alvo de coimas.

Ricardo Salgado foi condenado como resultado da aplicação de cinco coimas por não implementação de sistemas de informação e comunicação adequados, por não implementação de um sistema de gestão de riscos sólido, eficaz e consistente, no que concerne à atividade de colocação de produtos emitidos por terceiros, por atos dolosos de gestão ruinosa, praticados em detrimento dos depositantes, investidores e demais credores, por prestação de falsas informações ao BdP e por violação das regras sobre conflitos de interesses.

3- Branqueamento de capitais

O penúltimo processo contraordenacional interposto pelo Banco de Portugal acabou por ser anulado pelo Tribunal de Santarém. Em causa a ausência de medidas de prevenção de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo em unidades do BES no estrangeiro. Na sentença sobre o pedido de impugnação, o TCRS deu razão aos recursos que invocavam preterição do direito de defesa na fase administrativa do processo.

O processo que originou a condenação de Ricardo Salgado ao pagamento de uma coima de 350 mil euros e de Amílcar Morais Pires ao pagamento de 150 mil euros — António Souto, condenado a uma coima de 60.000 euros, não recorreu, o mesmo acontecendo com o BES (25.000 euros) — alegava que, devido à omissão dos três responsáveis, o BES não aplicava medidas de prevenção de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo nas sucursais e filiais do BES de Angola, Cabo Verde, Miami e Macau.

A acusação e todo o processo ulterior foram declarados nulos. Os arguidos alegavam que apenas tiveram 30 dias úteis para apresentar defesa depois de notificados da acusação, quando o processo contava com sete volumes (com mais de duas mil folhas), 36 anexos (com 11 mil folhas) e 32 pastas em suporte digital.

Na sentença, o juiz reconhece que “apresentar os meios de prova coligidos como fez o Banco de Portugal ou nada enunciar equivale na prática ao mesmo”.

“Com vista ao cumprimento efetivo do direito de defesa, o BdP haveria de apresentar a prova de forma sistemática, coerente e organizada, tudo de molde a que a consulta dos autos pelos arguidos se processasse com suficiente e cabal compreensão dos elementos probatórios existentes”, acrescenta.

4- Eurofin

Entre 2009 e 2014, com recurso a apenas um esquema centralizado numa sociedade suíça, a Eurofin, Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires, na altura presidente e administrador financeiro do BES, conseguiram alegadamente extrair três mil milhões de euros do banco, abrindo um buraco nas contas na ordem dos 1.249 milhões de euros, segundo a acusação do Banco de Portugal conhecida em julho de 2018.

A acusação alega que o esquema financeiro montado em torno da Eurofin servia para “financiar investimentos e pessoas próximas do GES” e que “um dos principais beneficiários deste esquema foi a Ongoing de Nuno Vasconcelos e Rafael Mora”.

“O empresário Patrick Monteiro de Barros também está na lista, financiado através da empresa Telexpress”. A Eurofin, através do fundo Zyrcan, que controlava, alegadamente também metia dinheiro no mediático “saco azul”, a “Espírito Santo Entreprises”.

Segundo avançou na altura o Expresso, “a empresa suíça era usada para o “pagamento de salários, bónus e comissões a um vasto conjunto de pessoas relacionadas com o GES ou o BES”, mas de acordo com a acusação da Operação Marquês foi este fundo que alimentou o ‘saco azul’ do GES com pelo menos 165 milhões de euros”. “Desta forma foi possível ao GES pagar prémios não declarados a colaboradores do BES e do GES, incluindo o antigo ministro da Economia, Manuel Pinho. A Eurofin era, assim, central na forma como o GES arranjava fundos que acabaram por servir para realizar pagamentos alegadamente corruptos de 70 milhões de euros a José Sócrates, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava”, escrevia o Expresso.

Foi a 3 de agosto de 2014 que o Banco Espírito Santo foi resolvido, dias depois de Ricardo Salgado, a “cara” da instituição, ser constituído arguido e ouvido no Tribunal Central de Instrução Criminal, depois de ter sido detido em casa. Sai sob fiança de três milhões de euros. Dia 30 de julho, o BES anuncia publicamente prejuízos recorde na banca portuguesa, de 3,6 milhões de euros no primeiro semestre. O BES fica com os ativos tóxicos e nasce o Novo Banco, que recebe uma injeção de 4,9 mil milhões de euros do Fundo de Resolução.

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Quantas toneladas de CO2 emite a energia consumida na sua casa? A ERSE tem a resposta

O novo simulador de rotulagem de energia "vai ao encontro das preocupações crescentes da sociedade em matéria de sustentabilidade ambiental". Os portugueses querem energia mais barata e mais verde.

Depois do simulador de preços de energia e do simulador de potência contratada, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) lançou agora uma nova ferramenta no seu portal que permite aos consumidores conhecer ao pormenor as fontes de energia (fósseis ou renováveis) usadas na produção da eletricidade consumida lá em casa, e os respetivos impactos ambientais de todas as ofertas comerciais do mercado elétrico (livre e regulado) em Portugal.

Garante o regulador que este recém-estreado simulador de rotulagem de energia vai ao encontro das preocupações crescentes da sociedade em matéria de sustentabilidade ambiental. Ou seja, os portugueses não só querem optar pela energia mais barata, mas também pela mais verde possível. Mas serão estes dois objetivos compatíveis?

Começando pelo preço da eletricidade, para um consumidor residencial tipo II — casal com dois filhos –, com uma potência contratada de 6,9 kVA, contagem bi-horária e um consumo de 5000 kWh (3000 kWh fora de vazio e 2000 kWh vazio), a oferta mais barata é o Plano Muon Top, da comercializadora Muon Electric, por 1023,31 euros por ano, o que equivale a 85,28 euros por mês.

Apesar da poupança monetária no orçamento familiar, será esta também a oferta menos poluente? Consultando o simulador de rotulagem de energia para o mesmo consumidor-tipo, a mesma comercializadora e a mesma oferta, descobrimos que a energia elétrica fornecida a esta família foi produzida a partir das seguintes fontes de energia primária: 14% eólica, 13% hídrica, 45% outras renováveis (energia solar, das ondas, das marés, biomassa e biogás); 11% gás natural, 8% carvão, 4% cogeração fóssil e 1% cogeração renovável.

Isto equivale, num ano, a emissões poluentes de 677 kg de dióxido de carbono (56 kg por mês), o equivalente a andar 5419 Km de carro, 1992 Km de avião e 11291 Km de comboio, ao longo de 12 meses.

Comparando com a “oferta mais verde do mercado” apurada pela ERSE — o Plano Negócios Pré-Pago 12 meses, também da Muon Electric — a diferença é brutal, já que neste caso as emissões anuais de CO2 não ultrapassam os 22kg e a eletricidade provém em 82,53% de outras renováveis (solar, entre outras), 15,14% de energia hídrica, 1,47% de energia eólica, 0,38% de gás natural, 0,26% de carvão e 0,14% de cogeração fóssil.

no caso da tarifa regulada, apenas disponível no comercializador de último recurso SU Eletricidade (antiga EDP Serviço Universal), para a mesma família da simulação anterior o preço da energia por ano sobe para os 1124,41 euros (93,70 euros/mês) e a pegada carbónica também aumenta.

Aliás, quase que duplica, para mais de uma tonelada: 1256 Kg de CO2 emitidos (105 kg por mês). Olhando ao pormenor, a eletricidade da tarifa regulada provém em 25% da energia eólica, 17% da hídrica, 3% cogeração renovável, 8% outras renováveis, 8% cogeração fóssil, 21% gás natural e 14% carvão.

Além de dar a conhecer as fontes de energia usadas na produção da eletricidade consumida, adicionalmente o novo simulador permite também comparar as ofertas comerciais pelas suas emissões totais associadas ao consumo faturado (com a oferta mais verde do mercado, com a oferta base do mercado, com a oferta mais verde do mesmo comercializador ou ainda com o mix do comercializador).

O objetivo é que o consumidor possa verificar quais as ofertas menos impactantes em termos de emissão de dióxido de carbono (CO2), refere ainda o regulador.

Ou seja, para saber qual é a pegada carbónica da atual oferta de eletricidade que tem contratada para a sua casa basta aceder ao novo simulador da ERSE, indicar o período de faturação (mensal, bimestral ou anual), escolher um agregado de família “tipo” ou inserir o consumo da sua fatura, indicar a região de atuação do comercializador e, por fim, selecionar o seu comercializador de energia elétrica (ordenados de A a Z). Apuradas as emissões da sua atual fatura de energia, poderá então compará-la com a oferta menos poluente em Portugal.

O simulador de rotulagem de energia elétrica contribui ainda para a promoção da concorrência entre comercializadores, através da criação de estratégias comerciais baseadas na diferenciação das ofertas em função dos impactos ambientais da eletricidade que comercializam, de modo mais transparente”, refere a ERSE em comunicado, sublinhando que esta ferramenta contará com “todas as ofertas comerciais existentes no mercado, incluindo os comercializadores de último recurso que atuam no mercado regulado e as concessionárias de transporte e distribuição das regiões autónomas dos Açores e da Madeira”.

No caso da Goldenergy, por exemplo, a comercializadora informou recentemente a criação de um “rótulo verde”, a incluir nas faturas, com a indicação de qual a origem da energia que os consumidores estão a contratar. “Neste primeiro trimestre de 2020, a eletricidade comercializada pela Goldenergy é 100% de origem eólica, pelo que as faturas irão incluir rotulagem verde com essa indicação”, informou a empresa em comunicado.

Até à data, o simulador de preços de energia da ERSE já foi utilizado por 156 mil consumidores, tendo sido realizadas 3 milhões de simulações. A ERSE alerta ainda para a necessidade de os consumidores utilizarem, pelo menos uma vez por ano, o simulador de preços da ERSE, sugerindo-se o final do mês de janeiro, para a eletricidade, e o final de outubro, para o gás natural, em linha com o calendário de aprovação de tarifas do regulador.

Outra ferramenta útil ao consumidor é o simulador de potência contratada que permite ajustar a potência contratada ao seu consumo específico. Relembra-se que a redução de potência pode traduzir-se em poupanças a partir de 22 euros anuais por cada escalão de potência contratada. Até ao momento, esta ferramenta atingiu um total de 28 mil utilizadores e de 100 mil simulações.

O novo simulador da ERSE foi cofinanciado por fundos do Compete 2020, Portugal 2020 e do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia.

Infografia: ERSE

O que é a rotulagem de energia elétrica?

Explica a ERSE que a rotulagem de energia elétrica, consiste na apresentação de informação aos consumidores sobre as ofertas comerciais de fornecimento de energia ativas, através das contribuições percentuais (mix) dos recursos energéticos primários utilizados na produção de energia elétrica que consomem e respetivos impactes ambientais e tem os seguintes objetivos: diferenciação dos comercializadores e das suas ofertas comerciais; responsabilização dos consumidores pelas suas escolhas de consumo.

Quais são as origens da energia elétrica?

Eólica – produção de energia elétrica utilizando o recurso eólico, designadamente através de aerogeradores;

Hídrica – produção de energia elétrica utilizando o caudal ou a diferença de nível em cursos de água, independente da dimensão e do regime de remuneração;

Cogeração renovável – produção combinada de energia térmica e elétrica, nos termos da legislação em vigor, utilizando recursos não fósseis como combustível;

Geotermia – produção de energia elétrica recorrendo a recursos geotérmicos;

Outras renováveis – produção de electricidade baseada em fontes de energia renováveis, com exceção da eólica, hídrica e cogeração renovável. Inclui a energia solar, das ondas, das marés, biomassa e biogás;

Resíduos sólidos e urbanos – produção de energia elétrica tendo resíduos sólidos urbanos como combustível, nos termos da legislação em vigor;

Cogeração fóssil – produção combinada de energia térmica e elétrica, nos termos da legislação em vigor, utilizando recursos fósseis como combustível;

Gás natural – produção de energia elétrica utilizando gás natural como combustível em centrais de ciclos combinados (turbinas a vapor e turbinas a gás);

Carvão – produção de energia elétrica utilizando carvão como combustível em centrais de ciclo a vapor;

Diesel – produção de energia elétrica utilizando gasóleo ou fuelóleo como combustível em motores de ciclo diesel;

Fuelóleo – produção de energia elétrica utilizando fuelóleo como combustível em centrais de ciclo a vapor;

Nuclear – produção de energia elétrica recorrendo a fissão nuclear.

Onde posso encontrar informação sobre a rotulagem da eletricidade que consumo?

Os comercializadores devem informar os consumidores sobre a rotulagem de energia elétrica utilizando os seguintes suportes:

  • Fatura enviada ao cliente;
  • Página na internet do comercializador com uma área sobre rotulagem;
  • Ficha contratual padronizada respeitante a cada oferta comercial enviada ao cliente;
  • Folheto anual enviado ao cliente.

Quem está obrigado a apresentar informação sobre rotulagem de energia elétrica?

A informação deve ser apresentada por cada comercializador aos seus clientes e potenciais clientes.

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“Otimista, determinado e afetuoso”. O que diz Marcelo dos líderes partidários

  • ECO
  • 1 Março 2020

O que pensa Marcelo dos oito líderes partidários? Na estreia do programa de Ricardo Araújo Pereira na SIC, o Presidente atira um "otimista", mas "irritante, outro "determinado", mas "teimoso".

O que pensa Marcelo Rebelo de Sousa dos líderes partidários? Na estreia do programa de Ricardo Araújo Pereira “Isto aqui é gozar com quem trabalha”, na SIC, o Presidente da República aceitou o desafio de fazer uma avaliação pessoal de cada um dos líderes dos partidos. De António Costa a Rui Rio, mas também de Catarina Martins, de Jerónimo de Sousa, de Francisco Rodrigo de Carvalho e de André Silva. Otimista, determinado ou afetuoso, Marcelo também vê o outro lado da moeda, a irritação, a teimosia, a rispidez ou a preocupação.

  1. O que penso do primeiro-ministro António Costa? O que impressiona favoravelmente é o otimismo. É otimista, e isso é bom. E tem uma grande capacidade de resistência. E qual é a outra face da moeda? Maximiza os cenários favoráveis e minimiza os cenários desfavoráveis”.
  2. O que acho do dr. Rui Rio? É de uma grande determinação. Ele tem certas ideias que considera fundamentais. É assim, conheci-o sempre assim, será sempre assim. Quem entender que pode alterá-lo, engana-se. Qual é a outra face? A determinação levada ao extremo pode ser uma teimosia, não digo uma obstinação, mas uma teimosia”.
  3. “Aquilo que impressiona mais em Catarina Martins, quer em conversa privada, quer em público, é a eficácia da comunicação. É muito clara, muito incisiva, a mensagem passa, e passa de forma muito clara. Qual é a outra face da moeda? Essa facilidade de comunicação muitas vezes pode dar a imagem de frieza, dureza e rispidez”.
  4. “Talvez a característica pessoal mais positiva de Jerónimo de Sousa seja o seu afeto. Jerónimo de Sousa é afetuoso em tudo, e está muito ligado à forma simples de ser, não é simplista, é simples de ser. O que me impressiona a falar com Jerónimo de Sousa, que conheço desde o tempo da Constituinte? É muito preocupado. Vive preocupadamente, e vê-se isso na maneira de ser, de agir. Parece que tem o peso do mundo em cima dos ombros”.
  5. E o presidente do CDS-PP? Conheci-o ainda líder da Juventude Popular e a sensação que colhi desse primeiro conhecimento, e das conversas que tive, foi a de que é uma pessoa bem intencionada, bons propósitos, voluntariosa, e isso é positivo. O problema que tem é a inexperiência, está no início do seu mandato”.
  6. Pela maneira de viver, e de ver o mundo, André Silva tem um núcleo duro de problemas que não são construídos, mas que são monotemáticos.
  7. “Em relação aos três novos deputados [André Ventura, Joacine Katar-Moreira e João Cotrim Figueiredo], não tenho os dados suficientes para apontar características pessoais”.

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“Presidente do Tribunal da Relação de Lisboa tem de se demitir”, diz Marques Mendes

Marques Mendes diz que o "Conselho Superior da Magistratura tem de tranquilizar as pessoas", sob pena de se perder a confiança na justiça.

Luís Marques Mendes defende que o atual presidente da Relação de Lisboa, Orlando Nascimento, que sucedeu ao ex-presidente daquele tribunal, Luís Vaz das Neves, “tem de se demitir” perante as suspeitas de corrupção na distribuição dos processos.

“A distribuição de processos num tribunal é feita por sorteio”, começou por lembrar o comentador, na SIC. “Num processo em que o juiz Rui Rangel até tinha interesse, houve combinação entre o anterior presidente do Tribunal da Relação de Lisboa e o atual presidente“, salientou Marques Mendes, apontando para as notícias dadas pelo Expresso e o Público.

Marques Mendes diz que “há aqui suspeita de corrupção”, uma vez que se havia interesse em que o juiz sorteado fosse um, também haveria interesse no resultado desse julgamento.

Neste sentido, depois de lembrar que Vaz das Neves já foi constituído arguido, o comentador diz que o “atual presidente [da Relação de Lisboa] tem de demitir-se. Não pode dirigir um Tribunal alguém que dá um exemplo deplorável”, atira.

Mendes alerta que perante este caso, o “Conselho Superior da Magistratura tem de tranquilizar as pessoas”, alertando há o risco de as pessoas deixarem de acreditar na justiça. “Há já quem diga que há mais casos em mais tribunais”, alertou.

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Grande Prémio do Qatar de MotoGP cancelado devido ao vírus

  • Lusa
  • 1 Março 2020

Decisão afeta apenas a categoria rainha no Grande Prémio do Qatar,

A corrida de abertura do Mundial de MotoGP, prevista para o Qatar, foi cancelada devido à epidemia de Covid-19, anunciou a organização do Campeonato do Mundo de motociclismo de velocidade, em que participa o português Miguel Oliveira.

A decisão afeta apenas a categoria rainha no Grande Prémio do Qatar, explicou a Dorna, empresa promotora do campeonato, em comunicado, assinado também pela Federação Internacional de Motociclismo e pela associação de equipas.

As provas das categorias inferiores, de Moto2 e Moto3, deverão decorrer como previsto, pois as equipas já estavam naquele país do Médio Oriente, devido aos testes de pré-temporada que ali se realizaram durante o fim de semana.

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Supervisor britânico expôs dados de reclamantes durante meses

  • ECO Seguros
  • 1 Março 2020

A falha, uma violação das regras da privacidade no portal de queixas do regulador do sistema financeiro, obrigou a FCA a assumir o erro junto do organismo britânico de Proteção de Dados.

Nomes, endereços e números de telefone de pessoas e entidades reclamantes junto da Financial Conduct Authority (FCA) estiveram acessíveis ao público entre novembro do ano passado e fevereiro de 2020. A própria FCA admitiu tratar-se de uma violação de dados, explicando que, acidentalmente, “informação confidencial” ficou publicamente disponível quando respondeu a um pedido de informação sobre a Lei da Liberdade de Informação.

Apercebendo-se do erro que expôs, através do portal público, dados pessoais que estavam à sua guarda, a FCA encaminhou a ocorrência para o Information Commissioner´s Office (ICO), um organismo público independente do governo e cuja função é equiparável à da portuguesa Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD).

De acordo com a FCA, num comunicado sobre o assunto, a falha envolveu um conjunto de ficheiros relativos a “reclamações feitas contra o organismo e tratadas pelos serviços [da FCA] entre 02 de janeiro de 2018 e 17 de julho de 2019. A exposição desta informação constitui um erro da FCA”, assume o supervisor do setor financeiro. No entanto, a entidade explica que, em muitos casos, os dados expostos continham apenas os nomes de reclamantes. Mas em outros, havia dados confidenciais incluídos, como endereços e números de telefone dos queixosos.

Nenhuma outra informação de identificação, como passaporte, pagamentos ou dados financeiros constava entre os dados que ficaram acessíveis ao público, assegura a Financial Conduct Authority.

A imprensa britânica sugere que a falha informática foi assumida depois de notícias referindo-se a uma alegada venda de dados vertidos da FCA, num fórum online, em janeiro deste ano.

Desculpando-se pelo erro, a entidade afirma que removeu dados relevantes do site e implementou medidas para determinar a extensão da falha. Em complemento, nos casos em que a informação vertida incluía dados adicionais de identificação, a FCA procedeu a contactos personalizados com os afetados, para se desculpar e aconselhar sobre eventuais procedimentos decorrentes do evento.

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Ranking: VidaCaixa reforça liderança em seguradoras ibéricas

  • ECO Seguros
  • 1 Março 2020

Na lista das maiores da península ibérica, a seguradora espanhola do Caixabank que em Portugal controla a BPI VeP, reforça a liderança. Nove grupos portugueses continuam no top 40.

A VidaCaixa, seguradora do grupo Caixabank, reforçou a liderança no ranking ibérico das seguradoras, elaborado por ECOseguros, com base em dados da APS para Portugal e da ICEA para Espanha. A lista dos maiores grupos seguradores sofreu alterações de 2018 para 2019 devido à menor ou maior exposição dos grupos à quebra de vendas dos produtos financeiros do ramo Vida em consequência do clima continuado de baixas taxas de juro.

Analisando o top 40 das seguradoras ibéricas, 31 são empresas espanholas e 9 portuguesas, tal como em 2018. Em relação às que operam sob supervisão da ASF, a Fidelidade baixou ao 5º lugar do ranking ibérico por troca com a Allianz Espanha. A Ageas (na Iberia só está em Portugal) manteve o 11º lugar, as seguradoras do grupo Santander em Portugal baixaram do 18º para o 23º lugar, Seguradoras Unidas ganharam um lugar para 21º e o BPI Vidas e Pensões deu um salto de 30º para 22º lugar, devido ao seu crescimento contraciclo de 61% na produção que já representa quase 10% do valor obtido pela sua empresa-mãe, a CaixaVida, do grupo espanhol Caixa, líder do ranking ibérico.

A Zurich Portugal também protagoniza uma subida de 34º para 25º lugar das ibéricas e conseguiu um quarto da produção da sua irmã espanhola que perdeu um lugar no ranking geral após uma quebra de 16,6% nas suas vendas. A GNB, neste último ano em que se apresenta assim (no próximo ano serão entidades separadas: Gamalife, da APAX, e GNB Seguros do Crédit Agricole), ganhou três lugares para 30º, enquanto a Allianz Portugal desceu do 24º para o 31º lugar. A Lusitania manteve o 37º lugar apesar de uma subida significativa de 13% na produção durante o ano passado.

No topo da tabela também se deu uma troca entre a Zurich Espanha e a Catalana Occidente que, em 2019, subiu ao 6º lugar do ranking ibérico.

Em termos nominais a produção de prémios de seguro direto em Espanha praticamente estagnou em 62,47 mil milhões de euros, enquanto em Portugal existiu uma redução para 12,2 mil milhões. Nos habituais rácios utilizados para medir a securitização de um país, no índice de penetração, que compara a produção de seguros com o PIB, Portugal baixou de 6,5% em 2018 para 5,9%, enquanto Espanha apenas baixou de 5,2% para 5%. Para o índice de densidade, outro indicador utilizado à escala de um país para efeitos comparativos e que divide a produção pela população, Portugal apresenta agora o valor 1.188 euros per capita (em 2018 eram 1279 euros), enquanto Espanha se mantém em cerca de 1.331 euros per capita.

Dado significativo para o mercado e para a concorrência, continua a ser a concentração de seguradoras e a diferença entre Portugal e Espanha é bastante acentuada: os 3 maiores grupos de Portugal concentram 50% (33% em Espanha), os 5 maiores têm 64% das vendas (43% em Espanha) e os 10 maiores 86% em Portugal e apenas 63% em Espanha. Também o número de incumbentes é bastante diferente: A ICEA, organismo estatístico espanhol, identifica em Espanha 101 grupos proprietários de 152 seguradoras. Já em Portugal, ECOseguros identifica 42 grupos com 68 seguradoras ativas em 2019, entendendo-se por grupos as entidades que, mesmo com apenas uma seguradora, dispõe teoricamente de governo e poder de decisão autónomo.

Como a VidaCaixa cresceu 4,4% em cenário de baixas taxas de juro

No ranking ibérico a VidaCaixa reforçou a sua liderança aumentando a sua liderança para a Mapfre, segundo maior grupo que apenas cresceu 0,6% apesar de ter acrescentado a Caja Granada Vida y Caja Murcia Vida que antes pertenciam ao Grupo Aviva.

Escritórios da VidaCaixa em Barcelona: A seguradora tem 5,2 milhões de clientes em Espanha e Portugal, sendo a maioria particulares, conta com um milhão de clientes entre grandes empresas e 300 mil entre PME’s e profissionais liberais.

A VidaCaixa é a companhia de seguros do ramo vida detida a 100% pelo Caixabank e centra a sua atividade no negócio de seguros de vida e fundos de pensões em Espanha tendo obtido prémios no valor de 8.582 milhões de euros em 2019, o que representou 4,4% mais. Em Portugal controla 100% da BPI Vida e Pensões desde dezembro de 2017, quando o Banco BPI vendeu a totalidade da participação, após integração do banco português no grupo espanhol Caixabank. Em Espanha ainda controla 49,92% do capital da SegurCaixa Adeslas, cujo controle é assegurado pela Mutua Madrilena (3ª no ranling ibérico), que no ano passado integrou a Antares e assegura a exploração dos ramos Não Vida.

Durante o ano passado VidaCaixa cresceu acima do mercado e obteve lucros líquidos de 795 milhões de euros, um valor superior em 20% ao registado em 2018.

Os dados do grupo espanhol foram salientados por Javier Valle, conselheiro diretor geral da VidaCaixa: “Conseguimos uma extraordinária rentabilidade, ao mesmo tempo que melhorámos a nossa ação em investimento responsável”, concluiu.

Os principais indicadores fornecidos pela Vida Caixa indicam:

  • Que foram realizados novos avanços em investimento sustentável, tendo a seguradora repetido a obtenção da nota A+ em Estratégia e Bom Governo, segundo os Princípios de Investimento Responsável preconizados pela ONU;
  • O negócio de risco caiu 3,3% devido a um crescimento extraordinário de 2018, mas ficou acima dos mil milhões de euros registados nessa altura;
  • Os recursos sob gestão ascenderam a 93 mil milhões de euros, mais 10% que no ano anterior. Uma gestão ativa dos investimentos proporcionou uma revalorização do património que se refletiu nos resultados;
  • Do total de recursos, 54,7 mil milhões de euros correspondem a seguros (+8,4% em relação a 2018), cerca de 30,6 mil milhões a fundos de pensões e similares (+15,2%) e 7,648 mil milhões ao BPI Vida e Pensões (+10,4%);
  • A seguradora transferiu para os seus clientes 3,9 mil milhões de euros em prestações relativas a pensões, reformas e seguros de risco;
  • O grupo VidaCaixa tem 5,2 milhões de clientes em Espanha e Portugal, sendo a maioria particulares, conta com um milhão de clientes entre grandes empresas e 300 mil entre PME’s e profissionais liberais;
  • Lidera em Vida em Espanha com 28% de quota de mercado e 25% em planos de pensões;
  • Em Portugal o BPI Vida e Pensões é a terceira maior em seguros de Vida e planos de pensões com uma quota de mercado de 14,2% e 11,9%, respetivamente.
  • O rácio de solvência II, no final do ano de 2019, é de 169% sobre o capital requerido;
  • A explicação para o crescimento da produção está no incremento de produtos de renda vitalícia, dos produtos com investimento unit linked, dos planos de pensões individuais e dos negócios de empresas cujos prémios cresceram 83%.

Com base em Espanha ou em Portugal, são estes os 40 maiores grupos a atuar na península ibérica, de acordo com dados relativos à produção de seguro direto no ano de 2019, fornecidos pela APS para Portugal e pelo ICEA para Espanha e compilados por ECOseguros.

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EIOPA recomenda cuidado na distribuição de dividendos

  • Lusa
  • 1 Março 2020

Supervisor europeu avisa seguradoras de vida que oferecem rendimentos garantidos e Não Vida que usam retornos de investimento para compensar resultados técnicos para o risco das baixas taxas de juro.

A Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA, na sigla em inglês) alertou em comunicado para o impacto do ambiente das taxas de juro muito baixas e negativas.

“A EIOPA considera que o atual ambiente de taxas de juro ultra-baixas constitui uma das mais importantes fontes de riscos sistémicos para os seguradores nos próximos anos”, pode ler-se num documento disponível no site da internet da autoridade.

Assim, a entidade “encoraja as autoridades supervisoras nacionais e as empresas a continuar a tomar ações para mitigar o impacto no setor segurador da União Europeia”.

O organismo europeu recomenda às empresas que no curto prazo “desafiem modelos de negócio que são identificados como sendo insustentáveis“, particularmente “seguradoras de vida que oferecem produtos garantidos insustentáveis” e “seguradoras de Não Vida que perseguem um modelo de negócio onde os retornos de investimento são usados para compensar fracos resultados”.

As empresas devem também equacionar “medidas que estimulem a posição de capital”, podendo “limitar as alocações de remuneração e bónus ou restringir a distribuição de dividendos, que podem ser só as únicas soluções para os negócios existentes”.

A EIOPA sugere ainda que as companhias façam planos preemptivos, e recomenda às autoridades de supervisão nacional que os requeiram às empresas, o mesmo acontecendo às autoridades responsáveis por resoluções.

“As autoridades de supervisão nacionais devem também analisar o potencial crescimento de risco sistémico”, defende a EIOPA, considerando que, “de um ponto de vista macroprudencial, um período prolongado de taxas de juro baixas põe pressão em três dos objetivos operacionais identificados” pela entidade europeia.

Estes objetivos compreendem “a necessidade de assegurar que o setor segurador tem suficiente capacidade de absorção de perdas como um todo, identificar comportamentos arriscados e potenciais preocupações pró-cíclicas”.

A portuguesa Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) afirma que, “como membro da EIOPA, tem vindo a acompanhar os trabalhos neste contexto”, estando “integradas nas suas atividades de supervisão” as recomendações do organismo europeu.

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Deco reclama contra cláusulas de seguro que excluem indemnização por sinistros em desporto amador

  • ECO Seguros
  • 1 Março 2020

A associação de defesa do consumidor sustenta que em sinistros de desportos como ciclismo, corridas e outros semelhantes as cláusulas de exclusão devem desaparecer das apólices.

A Deco faz um apelo às seguradoras para eliminarem cláusulas em seguros que excluem o pagamento de indemnizações por sinistros ocorridos durante a prática de desporto amador.

Em declarações à agência Lusa, Tito Rodrigues, jurista da Deco, explicou que a associação já fez uma exposição sobre este assunto à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) para pedir uma “intervenção pedagógica” junto das seguradoras que ainda mantêm estas cláusulas.

Na sua revista Dinheiro & Direitos (edição de março), a associação denuncia o caso de um consumidor que morreu num atropelamento, durante a participação num treino de ciclismo, tendo os herdeiros visto o pagamento da compensação negado pela seguradora, com base nesta cláusula.

A Deco contactou a Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e concluiu que, em grande parte, “isto é uma situação de resseguros, que acontece quando uma empresa compra posições de outras seguradoras, assumindo os contratos segurados. Nesse sentido, o que nos disseram é que esta exclusão poderia ter fundamentos históricos”, indicou Tito Rodrigues.

“No passado, a prática desportiva estava associada mais à juventude e este tipo de exclusão faria sentido, numa lógica em que seriam cobertos pelos seguros das federações. Mas hoje, como cada vez mais pessoas praticam desporto, não há aqui razão” para se manter esta situação, sustenta o jurista.

Ressalvando que “há sete seguradoras que não o fazem”, a Deco quer apelar a “algum bom senso e pedagogia junto do setor”.

“Vamos mais longe e para que não haja mais casos como este, para que a prática de desporto não seja exclusão de uma expectativa de uma compensação financeira”, garantiu Tito Rodrigues.

“Queremos sensibilizar as seguradoras que ainda incluem a exclusão para que, a nível de autorregulação, alterem isto” e “veremos como é que o setor nos responde a este apelo para pensar em novas formas de protesto, se não for acolhido”, acrescentou.

“Não queremos ser fundamentalistas e entendemos que há desportos perigosos”, referiu Tito Rodrigues, realçando que nestes casos poderá haver exclusões ou prémios mais caros.

Mas, em casos de desportos como ciclismo, corridas e outros semelhantes estas cláusulas devem desaparecer, defende a Deco.

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