Fidelidade conduz Cuca Roseta em concerto itinerante pelas ruas de Lisboa

  • ECO Seguros
  • 3 Maio 2020

A voz de Cuca Roseta ecoou por diversas zonas da cidade de Lisboa: Benfica, Telheiras, Lumiar, Alvalade, Areeiro, passando pela Baixa, até Campo de Ourique.

A Fidelidade apoiou o concerto de Cuca Roseta, que decorreu ao cair da tarde de 1 de maio, num “palco sobre rodas”, um camião que passou por vários pontos da cidade de Lisboa, com a artista sempre a cantar.

A fadista acompanhada pelos seus músicos, usando “o Fado, e músicas populares portuguesas” em cada rua que passou ou no início de cada música, seguiu o lema “para que a vida não pare”, e a Fidelidade ofereceu música ao vivo “para combater os dias iguais que vivemos”, salienta um comunicado da companhia.

O projeto, no âmbito da iniciativa Portugal entra em Cena (plataforma de empresas públicas e privadas para apoiar artistas), teve a intenção dar ânimo e incentivos emocionais à cidade de Lisboa e a todos os portugueses. Contando com difusão na TVI, parceira desta iniciativa, a iniciativa transmitiu uma “mensagem de esperança e positivismo que tanto se precisa neste momento de confinamento”, prescreve a seguradora.

O itinerário foi desenhado para abranger as zonas mais residenciais de Lisboa, onde existe maior concentração de pessoas em casa, tendo como norma a utilização frequente de ruas mais largas ou avenidas e de modo a não perturbar qualquer tipo de trânsito existente.

Além da transmissão pela estação de televisão, o concerto ficou acessível através da Internet (Facebook, Instagram e YouTube) da artista e da Fidelidade.

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Simões de Almeida (Marsh) “O trabalho remoto vai ser cada vez mais bem aceite pela sociedade”

Rodrigo Simões de Almeida, CEO da corretora Marsh, acredita que o trabalho remoto vai agora ser bem aceite no meio dos negócios e que a crise melhorou a comunicação na sua multinacional em 130 países.

Com vida profissional no setor financeiro na Suíça e em Espanha, durante vinte anos, poderia dizer-se que Rodrigo Simões de Almeida, CEO da corretora Marsh em Portugal desde 2015, já tinha vivido situações difíceis, mas nunca – como quase todos – uma pandemia que parou o mundo. “Vivi situações de forte crise com enorme incerteza, em todas elas aprendi muito e acabei com maior capacidade para enfrentar os próximos desafios”, diz. Pensa que desta vez, será semelhante.

A Marsh é a maior corretora de seguros do mundo e a terceira maior em Portugal, e, apesar de consultora de risco, confrontou-se com este coronavírus que ninguém previa, pelo menos a esta escala. No entanto, já tinham recebido o impacto da Covid-19 em várias geografias, “havia avisos internos suficientes”, refere Simões de Almeida, que está a trabalhar a partir de casa. A Marsh Portugal pertence ao Grupo Marsh & McLennan Companies que se define como “global em serviços profissionais nas áreas de risco, estratégia e capital humano” e que também inclui a Guy Carpenter, a Mercer e a Oliver Wyman. No total são mais de 130 países e mais de 76 mil pessoas.

Por ser global, já a Marsh Portugal tinha um plano de contingência que incluía qualquer situação que pudesse provocar uma interrupção do negócio, reduzindo os imprevistos à “enorme dificuldade de acesso a álcool gel, muito importante para diminuir o risco de contaminação no escritório”. Por outro lado, todos os colaboradores da Marsh já tinham computador portátil, permitindo uma transição suave para o trabalho remoto.

A Marsh iniciou o trabalho a partir de casa, para toda a equipa, logo no dia 13 de março, mas antes disso, “já tínhamos em alerta e funcionamento os comités de crise e instalado todas as medidas possíveis de proteção aos nossos colaboradores”, afirma o CEO. Se a situação piorar, “teremos de manter o trabalho remoto para toda a equipa. Não será exequível qualquer outra decisão”. Tem uma ideia concreta quanto ao futuro do modelo: “Julgo que o trabalho remoto vai aumentar e a capacidade de comunicar com o exterior da organização nesse modelo vai ser cada vez melhor aceite pela sociedade”, conclui.

Neste momento, está expectante em relação ao desenvolvimento da contaminação, bem como em relação ao estado de calamidade. Considera que Portugal compara bem com a maioria dos países europeus, nomeadamente com Espanha. “A reação do Estado foi relativamente rápida e a reação dos diferentes agentes económicos ainda foi mais rápida, a tomar medidas de prevenção à contaminação”, considera Simões de Almeida, “julgo que a enorme maioria das empresas que tinha a possibilidade de passar a trabalho remoto, fê-lo antes de ser declarado o estado de emergência nacional”.

Estando, pelo seu negócio, ligado a empresas suas clientes, assistiu à preocupação destas com as condições de higiene e segurança no trabalho para protegerem os seus colaboradores. Mas diz: “Outro aspeto é se empresas e Estado em Portugal estavam ou não suficientemente preparados para uma pandemia. Aí, julgo que haviam suficientes avisos dos perigos da pandemia e poder-se-iam ter preparado melhor”.

Internacionalmente o grupo emitiu diretivas para que as diferentes unidades do grupo soubessem enfrentar o coronavírus. “Eram sempre sujeitas às condições e recomendações das autoridades de saúde de cada país. Não nos disseram quando é que tínhamos de atuar e também não nos impediram de tomar decisões. Julgo que o nosso caso foi muito equilibrado nesse aspeto”, refere o CEO.

Segundo conta, as medidas foram muito semelhantes em todos os países, com diferenças no tempo e na forma, em alguns casos. O fundamental era proteger a saúde dos colaboradores e manter o serviço aos clientes, mas também era fundamental fazer o melhor possível para atingir os objetivos de negócio. Ativou-se a comunicação internacional entre os líderes e entre as várias áreas de negócio, permitindo replicar as melhores práticas em diferentes geografias em simultâneo”, conta Simões de Almeida, acrescentando que “este reforço de comunicação internacional foi muito positivo e julgo que veio para ficar. Apesar de sermos uma multinacional, onde este tema sempre foi uma grande vantagem, ficou demonstrado que se podia fazer ainda melhor. Fantástico!”, diz.

Acidentes em Teletrabalho: Mais uma novidade no mundo novo

Todos os players no setor dos seguros foram bastante contactados por clientes nos primeiros dias da crise. Na Marsh “os clientes, em geral, tiveram um comportamento normal, recorrendo aos nossos accounts executives, para saber qual a resposta dos seus programas de seguros”, comenta o CEO.

Após algumas semanas de confinamento houve um abrandamento de sinistros de frequência, como sejam acidentes de trabalho ou automóvel. No entanto, Rodrigo Simões de Almeida avisa que “já apareceram também os primeiros casos de sinistros de Acidentes de Trabalho em trabalho remoto” que considera “uma área polémica, que temos tratado com o maior cuidado para proteção dos nossos clientes e dos seus colaboradores”, garante.

O CEO da Marsh vaticina que “voltar à normalidade que tínhamos antes da COVID-19, com uma economia que cresce e com uma previsão de superavit no orçamento de Estado, vai certamente demorar”. E vê o negócio com ameaças, mas, também com muitas oportunidades que pode explorar. “Vamos ter um impacto provocado pelos lay-offs, paralisação de frotas, redução de volumes de negócios” – afirma “mas também temos a possibilidade de assessorar os nossos clientes neste caminho, onde existem muitas oportunidades de manter o negócio ativo”, acrescenta. Simões de Almeida sabe que após o fim do estado de emergência, as empresas vão iniciar o seu regresso à “normalidade”, mas, “o que ainda não sabemos, é qual o impacto desta crise na economia e na vida das empresas”.

Destes tempos já guarda os benefícios do teletrabalho. “Foi uma surpresa muito positiva”, diz, peremtório. Para si próprio não distingue: “O gestor e pessoa são o mesmo. Não vou mudar, mas sim adaptar-me para lidar ainda melhor com a distância física das equipas, estando ainda mais atento à necessidade de estar próximo de todos”, conclui.

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Crise será a “pior de sempre” para o setor automóvel, mas BMW está otimista para o futuro

A crise pandémica obrigou a BMW a mudar a forma de trabalhar, tentando facilitar a vida dos clientes. O diretor-geral da marca em Portugal prevê uma crise profundo, mas está otimista para o futuro.

Poucos carros se têm vendido com o carimbo BMW, mas a marca está otimista quanto a uma recuperação do setor. Num negócio onde o contacto humano é fundamental, este tem sido feito através de um ecrã de computador. Entre muitas reuniões, os funcionários da fabricante de automóveis alemã unem esforços para manter o motor da empresa ligado. O lado bom desta crise pandémica é que todas estas “mudanças radicais” que estão a acontecer vão ter um “grande impacto” no futuro, diz Massimo Senatore, diretor-geral da BMW Portugal, na rubrica diária do ECO “Gestores em Teletrabalho“.

Massimo Senatore está, assim como todos os 59 colaboradores da BMW no país, em casa desde 13 de março. E fez questão de manter alguns hábitos. “O início do dia é tempo de organização. Gosto de acordar cedo e aproveitar as manhãs com uma corrida matinal e depois visto-me normalmente, como quando ia para o escritório, de maneira a estar o mais confortável possível”, detalha o responsável ao ECO, salientando que “é muito importante manter as rotinas”. O dia começa às 8h com a leitura dos primeiros emails e estende-se por reuniões até às 18h30. “Apesar de existir mais flexibilidade em casa, quando possível, tento terminar o dia por voltas das 19h00”, deixando uma última meia hora para a leitura de mais emails.

Mas, apesar de todos esses esforços, o italiano nota que não tem sido fácil gerir uma empresa como a BMW remotamente. Isto porque, explica, acredita “fortemente” no espírito de equipa, no contacto humano e nas relações interpessoais. Para Massimo Senatore, o teletrabalho “é um verdadeiro desafio” devido ao facto de o contacto digital “não promover um ambiente corporativo”. É por isso que acredita que “as mudanças forçadas por esta pandemia” vai alterar a forma de trabalhar das empresas no futuro. “As mudanças radicais no teletrabalho que estamos a experimentar irão ter um grande impacto no mundo laboral no futuro. Não só em Portugal, como no mundo inteiro”, completa.

Estar em casa acaba por ser mais desgastante, diz. “Ao final do dia, o cansaço é muito maior em comparação com um dia normal no escritório”, devido às inúmeras reuniões online, ao “esforço adicional” para manter o foco e a concentração e aos desafios de comunicação interna. Reconhecendo que “é importante demonstrar à equipa” que a empresa percebe que a “posição difícil” em que todos se encontram, e é também preciso mostrar-lhes que é possível “superar esta fase mais complexa e alcançar resultados positivos”. “Sinto-me bastante orgulhoso com o espírito de equipa demonstrado, com a motivação dos colaboradores e a qualidade de trabalho”, confidencia.

“Impacto será transversal em todo o tipo de viaturas”

Tomadas as medidas a pensar nos colaboradores, foi também preciso tomar medidas a pensar nos clientes. Massimo Senatore garante que a prioridade da BMW neste momento é “assegurar os postos de trabalho e salvaguardar a liquidez da empresa”. Na ótica do cliente, a estratégia começou, desde logo, pela “criação de medidas de contenção para evitar um impacto negativo nos volumes de entrega em todos os principais mercados” durante este ano de 2020, explicou ao ECO. “Estamos a reagir a uma situação de vendas globalmente desafiante e estamos a adotar medidas na produção dos nossos veículos”, continua.

Assim, entre as principais medidas adotadas pela marca alemã, o responsável em Portugal destaca o reforço das vendas online, a aposta no mobile costumizer, a organização de eventos online para vendas/pickup e entrega de veículos de/para as oficinas, o prolongamento dos prazos de garantia BMW e Mini. Tudo isto com o objetivo de “permitir aos clientes que permaneçam nas suas casas, enquanto a viatura vai à oficina”.

O impacto desta crise começou a ser sentido “mais significativamente” a partir de março e “irá ser transversal em todo o tipo de viaturas”, antevê o diretor-geral da BMW. E isso dificulta também a previsão de contas do Grupo BMW para este ano. “Ainda assim é expectável que, no momento da recuperação do mercado, os agentes económicos, cujas necessidades de mobilidade passam pela aquisição de uma viatura, retomem os planos que já tinham para esta área”, diz, confiante. Citando a Associação Do Comércio Automóvel De Portugal (ACAP), Massimo Senatore afirma que “esta crise será a pior de sempre para o setor automóvel”, contudo, “o Grupo BMW mantém-se positivo relativamente ao futuro”.

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PSD quer mil milhões de euros para capitalizar empresas e pede reunião com o BEI

  • Lusa
  • 3 Maio 2020

Rui Rio vai propor ao Governo um instrumento de mil milhões de euros para capitalizar empresas com dificuldades financeiras causadas pela pandemia. Vai também pedir uma reunião com o BEI.

O PSD vai propor um instrumento de mil milhões de euros para capitalizar empresas com dificuldades financeiras causadas pela pandemia de covid-19 e que pedirá uma reunião com o Banco Europeu de Investimentos (BEI). Estas duas linhas de ação constam de um comunicado divulgado pelo Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, órgão dinamizado pela direção liderada por Rui Rio e que tem como presidente o porta-voz dos sociais-democratas para as finanças públicas, Joaquim Sarmento.

No comunicado, os sociais-democratas adiantam que vão solicitar ao BEI e ao Fundo Europeu de Investimento, através da sua delegação em Lisboa, “uma reunião para esta semana”, tendo em vista discutir o programa económico e “eventuais outras soluções que sejam propostas por essa entidade”.

Em relação ao instrumento de capitalização das empresas, o CEN do PSD salienta que o modelo é “inspirado no mecanismo proposto pela Alemanha“.

“Portugal deve lançar um instrumento de mil milhões de euros para capitalização de empresas com dificuldades financeiras ou risco de falência causado pelo recente choque económico. O mecanismo deve subscrever capital de fundos geridos por equipas privadas capazes de levantar capital adicional por parte de investidores institucionais nacionais e estrangeiros”, lê-se no documento.

O PSD defende também que se avance para um aumento global dos fundos de capitalização das empresas, através da criação ou do reforço de fundos imobiliários, “em conjunto com os bancos e proprietários, de modo a que as empresas possam financiar a sua atividade através da entrega e arrendamento dos seus imóveis, com um prazo de recompra”.

Neste capítulo, os sociais-democratas dizem que se vão bater pela “criação de um fundo específico para apoio ao comércio e pequenos negócios“.

“Este fundo poderia ir até 200 mil euros de investimento e criação de postos de trabalho. Procura-se que exista uma dinâmica de recuperação de espaços e empresas que vão fechar por dificuldades dos atuais empresários”, especifica-se no comunicado.

O PSD considera ainda essencial a criação de linhas de apoio no âmbito do Portugal 2020 para o comércio e o retalho.

Nesta área, os sociais-democratas propõem a criação de “linhas de apoio parcialmente a fundo perdido direcionadas para a revitalização e sustentação das empresas de comércio e retalho, no âmbito dos fundos estruturais e comunitários para a revitalização e modernização das empresas à nova realidade e exigências impostas pela covid-19”.

No plano político, o PSD assinala que, através do CEN, nos últimos dois meses, tem vindo a preparar um conjunto de medidas dos pontos de vista económico e financeiro para responder à crise da covid-19.

“Passado um mês da apresentação do programa, não temos ainda informação se o Governo já está a preparar medidas de fundo para apoio à capitalização das empresas. Nesse sentido, resolvemos reforçar a nossa proposta relativa a três medidas que então apresentámos e que, entretanto, continuámos a trabalhar, sendo agora apresentadas com ligeiras diferenças”, acrescenta o PSD.

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Rolls-Royce planeia cortar até 8.000 postos de trabalho

  • Lusa
  • 3 Maio 2020

Queda do tráfego aéreo provocada pela pandemia do novo coronavírus estará na base da decisão. Redução corresponde a 15% dos postos de trabalho do fabricante de motores de avião.

O grupo industrial britânico Rolls-Royce planeia suprimir até 8.000 postos de trabalho devido à queda do tráfego aéreo provocada pela pandemia do novo coronavírus, indicou este domingo fonte próxima do processo à agência France Presse.

O número representa cerca de 15% da mão-de-obra do fabricante de motores de aviões.

“O impacto da covid-19 não tem precedentes. Tomámos medidas rápidas para aumentar a nossa liquidez, reduzir drasticamente as nossas despesas (…) Mas precisamos de ir além disso”, indicou um porta-voz do grupo, precisando que decorrem negociações com os sindicatos e que as decisões sobre os empregos devem ser anunciadas até ao final de maio.

Os cortes planeados na Rolls-Royce seguem-se ao anúncio, na sexta-feira, de 3.000 despedimentos na empresa irlandesa Ryanair e de 12.000 na British Airways.

A Virgin Atlantic também diz lutar pela sua sobrevivência e pediu, até agora em vão, a ajuda do governo britânico.

A Rolls-Royce já tinha cancelado a distribuição de lucros em abril e alertado para o impacto significativo da epidemia nos seus resultados.

Desde 2018, a empresa cortou 4.600 postos de trabalho, essencialmente administrativos. O corte agora planeado deve afetar principalmente os trabalhadores na área de motores para a aviação civil.

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BPI com 57 mil moratórias de crédito no valor de 4,8 mil milhões de euros

Do número total de moratórias recebidas pelo banco liderado por Pablo Forero, 40,8 mil dizem respeito a pedidos de famílias, no valor de 2,36 mil milhões de euros.

O BPI recebeu 57,5 mil pedidos de moratórias por parte de clientes em dificuldades por causa da pandemia do novo coronavírus, cujos contratos de empréstimos equivalem a 4,8 mil milhões de euros.

Os valores anunciados este domingo pelo banco liderado por Pablo Forero, juntam-se às cerca de 210 mil moratórias, equivalentes a mais de 18,9 mil milhões de euros, que já tinham sido anunciadas pelos restantes quatro maiores bancos nacionais.

No total, somando os números do BPI aos já divulgados pela Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander e Novo Banco, significa que os portugueses já pediram perto de 270 mil moratórias que permitem suspender o pagamento das prestações de um total de quase 24 mil milhões de euros em créditos.

No caso dos números agora disponibilizados BPI, o grosso dos pedidos teve origem em famílias, cabendo uma menor fatia aos pedidos por parte das empresas.

No primeiro mês desde a sua disponibilização, as famílias pediram 40,8 mil moratórias, no valor de 2,36 mil milhões de euros. Desse total, 24,8 mil pedidos respeitaram a crédito à habitação avaliado em 2,11 mil milhões de euros. Já no crédito pessoal e financiamento automóvel, os pedidos ascenderam 15,9 mil, correspondentes a um montante de 249 milhões de euros.

Já do lado das empresas, o BPI recebeu 16,7 mil pedidos no valor total de 2,41 mil milhões de euros de crédito.

Linhas de crédito no BPI vão nos 1,12 mil milhões de euros

Nos restantes apoios destinados às empresas, o BPI dá ainda nota que recebeu, até 27 abril, candidaturas às linhas de crédito com garantia pública criadas no âmbito da Covid-19, correspondentes a 1,13 mil milhões de euros.

A este propósito, o banco liderado por Pablo Forero adianta que após a aprovação interna do pedido dos clientes, o BPI antecipa até 20% do valor da linha de crédito, sujeito a análise do banco, “ainda antes da aprovação das sociedades de garantia mútua, acelerando a resposta às necessidades mais imediatas de tesouraria e liquidez das empresas”.

Já os apoios próprios do BPI ascendem a 2,43 mil milhões de euros em linhas de crédito contratadas com empresas, para apoio de tesouraria.

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Eleven Sports adaptou-se ao vírus. E há formatos que vão ficar “depois de o Covid passar”

Sem "bola" a dar no pequeno ecrã, a Eleven Sports teve de reduzir a equipa e a adaptar as grelhas dos canais. Está a experimentar novos formatos e alguns vão manter-se "depois de o Covid passar".

Jorge Pavão de Sousa, diretor-geral da Eleven Sports Portugal.

“Passar por um momento de lock down, trabalhar remotamente sete semanas com uma organização na sua totalidade e no meio de uma pandemia global, creio que é uma história que vou ter a sorte de contar aos meus netos.” Quem o diz é Jorge Pavão de Sousa, diretor-geral da Eleven Sports Portugal, a empresa que detém os direitos televisivos da Liga dos Campeões no mercado português.

Com três canais no ar e grelhas para preencher 24 horas por dia, sete dias por semana, a Eleven Sports teve de se adaptar a um contexto em que não há futebol nem a generalidade dos desportos que transmitia habitualmente. “Estamos a utilizar muito o que é o produto de arquivo dos nossos parceiros e dos right holders [titulares dos direitos]. Estamos a trabalhar com eles intensivamente, semana após semana, para otimizar todo o catálogo e todo o arquivo que eles colocaram à nossa disposição. Muitas vezes mediante pedidos nossos”, explica.

http://videos.sapo.pt/RHCi4siACYiDcvqb0WVz

Mas nem só de conteúdo de arquivo se fazem os canais da Eleven Sports. A empresa teve de “adaptar processos de produção” e passar a “trabalhar remotamente”, dando a alguns dos colaboradores a possibilidade de fazerem locução a partir das respetivas casas. Outra parte do plano passou por “transformar o produto de estúdio” e apostar em debates com recurso a videochamadas, ou em entrevistas com os jogadores, que estão “mais disponíveis e com maior capacidade” de interagirem com os fãs nas redes sociais.

Um último fator da estratégia de adaptação em curso é a aposta nos desportos eletrónicos (e-Sports). O mercado está a ganhar expressão também em Portugal e a Eleven Sports quer tentar captar das plataformas digitais para a televisão o público mais jovem e os aficionados dos jogos de vídeo, que antes da pandemia já arrastavam milhares de entusiastas para pavilhões e muitos milhões em sites como o YouTube ou o Twitch.

Em suma: “Já fizemos algumas coisas que provavelmente não vamos arriscar voltar a fazer e fizemos muitas outras, dois formatos no digital, que depois de o Covid passar, teremos mais trabalho no nosso colo”, remata Jorge Pavão de Sousa.

Já fizemos algumas coisas que provavelmente não vamos arriscar voltar a fazer e fizemos muitas outras, dois formatos no digital, que depois de o Covid passar, teremos mais trabalho no nosso colo.

Jorge Pavão de Sousa

Diretor-geral da Eleven Sports Portugal

Corte na equipa, serviço gratuito até fim de maio

Porém, como em todas as crises, também há decisões difíceis a tomar. Sem “bola” para transmitir”, o grupo viu-se forçado a reduzir custos. Por isso, a Eleven Sports cortou a equipa em 25% de forma a poder enfrentar a pandemia, contando agora com 25 colaboradores. Num cenário mais “extremo”, em que o futebol não regresse até ao fim de maio, outras decisões terão de ser tomadas, não estando afastado o recurso ao lay-off ou aos apoios criados pelo Governo.

“Estamos a avaliar todos os cenários. Já fizemos redução de equipa em duas áreas e estamos a considerar outras hipóteses caso o período de gratuitidade tenha de ser estendido para além de maio e caso se as ligas não regressem. Num cenário extremo, de as ligas não regressarem, e até setembro não haver futebol nas televisões e os campeonatos terminarem abruptamente, como é óbvio medidas adicionais terão de ser tomadas e vamos avaliar todos os instrumentos e recursos que existam”, admite o diretor-geral, que prefere apostar num regresso do desporto-rei já no final de maio, tal como antecipou, esta quinta-feira, o Governo.

Entretanto, à semelhança dos canais concorrentes da Sport TV, os serviços da Eleven Sports Portugal estão gratuitos. Até ao final de maio, os clientes podem subscrever a oferta da Eleven Sports nas boxes de televisão paga ou na plataforma de streaming proprietária da empresa.

A decisão serviu para proteger a “base significativa de clientes” que a empresa angariou ao longo de 2019 e já lhe valeu um aumento de 25%, registado em meados de abril e comparativamente com o período homólogo, no número de utilizadores da plataforma da Eleven Sports em Portugal. Destes, 65% são pessoas que nunca tinham experimentado o serviço e que a empresa espera conseguir converter em clientes pagos depois do fim da pandemia.

http://videos.sapo.pt/dNFT9zHi9KZhFfP5Y5E9

Quando a atual situação passar, ergue-se outro tipo de trabalho no horizonte. Os contratos de direitos televisivos no portefólio da Eleven Sports “não previam situações de pandemia” e a empresa considera que estes terão de ser reajustados, diz o líder da Eleven Sports Portugal: “Não estamos a dialogar ainda a revisão porque neste momento o mais preocupante é termos a capacidade de entender em que condições de segurança [os desportos podem regressar]. Depois disso, acho que temos, de facto, todos, de avaliar impactos, e perceber como é que isto é gerido”, afirma.

Não quer isso dizer que a Eleven Sports vá procurar indemnizações, mas espera, por exemplo, uma extensão do prazo dos contratos: “Faz sentido. O acerto de condições pode ser o facto de fazer extensão de contratos”, conclui Jorge Pavão de Sousa.

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Casos de Covid-19 sobem 0,4%. Já morreram 1.043 pessoas

As autoridades de saúde identificaram 92 novos casos de infeção pelo novo coronavírus no país, que contabiliza 25. casos. Morreram 1.043 pessoas devido ao Covid-19 no último dia.

Portugal registou 92 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas. É uma subida de 0,4% face ao dia anterior, com o total de pessoas infetadas a aumentar para 25.282. Morreram mais 20 pessoas devido ao Covid-19, elevando para 1.043 o número total de vítimas mortais, de acordo com o último balanço oficial da Direção-Geral de Saúde (DGS).

Trata-se do menor número de contágios diário sinalizado desde a declaração do estado de emergência, e a taxa de crescimento do total de casos mais baixa do histórico de reportes. Os dados revelados este domingo mostram ainda que 1.689 pessoas já recuperaram do Covid-19 em Portugal.

Já os internamentos hospitalares mantiveram tendência de queda. De acordo com a DGS, há agora 856 pessoas internadas, sendo que 144 estão em unidades de cuidados intensivos. Ou seja, menos 29 e 6 casos, respetivamente, face ao dia de ontem.

A taxa de letalidade está nos 4,1%, sendo que no caso das pessoas com mais de 70 anos, essa taxa é de 14,7%, adiantou ainda a ministra da Saúde durante a apresentação do relatório de situação epidemiológica nesta tarde.

O Norte, que tem sido a região mais castigada desde o início da crise de saúde pública, contabiliza 15.021 casos confirmado e 597 mortes. Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo e a região Centro, com 6.047 e 3.447 casos, respetivamente.

Desde 1 de janeiro, as autoridades de saúde já registaram 252889 casos suspeitos de Covid-19, sendo que 223.916 casos não se confirmaram. Um total de 3.691 pessoas aguardam resultados laboratoriais e 25.324 pessoas estão sob vigilância das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com pessoas infetadas.

Menos de metade das camas dos cuidados intensivos ocupadas

Uma das questões colocada durante a conferência de imprensa prendeu-se com o número de camas disponíveis nos hospitais para acolher pessoas que necessitem de cuidados intensivos.

Marta Temido adiantou que existem diferentes tipologias, mas que relativamente àquilo que é considerada uma “resposta normal para tratamento em cuidados de saúde adultos polivalente”, a resposta ronda as 400 camas. “Essas camas têm neste momento uma taxa de ocupação de 49%”, acrescentou ainda a governante, explicando que “metade da capacidade instalada que não está a ser utilizada” neste momento.

Marta Temido considera que esse nível de ocupação “permite encetar este novo período [desconfinamento] com prudência, mas também com tranquilidade em termos da resposta do Serviço nacional de Saúde”, acrescentando que ainda há ventiladores para entrega que ainda não chegaram.

(Notícia atualizada às 15:49)

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“Estava enganado”, diz Buffett. Investidor vendeu todas as ações de companhias aéreas

  • ECO
  • 3 Maio 2020

"Estava enganado" disse o milionário norte-americano relativamente ao investimento na aviação, tendo optado por desfazer-se de todas as posições detidas nas companhias norte-americanas.

O milionário norte-americano, Warren Buffett, assume que investir na aviação foi um erro, tendo anunciado que se desfez de todos as posições que detinha nas quatro maiores companhias aéreas dos EUA, em abril. O mea culpa foi feito pelo investidor durante a reunião anual de acionistas da Berkshire Hathaway que decorreu este sábado, depois de o conglomerado ter registado prejuízos de 49,7 mil milhões de dólares (45,2 mil milhões de euros) no primeiro trimestre.

No total, o milionário desfez-se de posições acionistas de cerca de seis mil milhões de dólares no setor da aviação, procurando minimizar os efeitos negativos. Ainda assim, Warren Buffett assume que essa retirada ditou “uma perda substancial”.

O conglomerado detinha posições importantes nas companhias aéreas, incluindo uma participação de 11% na Delta Air Lines, 10% na American Airlines, 10% na Southwest Airlines e 9 % da United Airlines no final de 2019, de acordo com os registos da empresa. Tratavam-se das maiores participações detidas no setor, que foram construídas pelo milionário norte-americano desde 2016 e após vários anos sem olhar para a aviação.

Agora, face aos fortes danos que abalam o setor da aviação em resultado da quase paralisação das economias a nível global, as ações das companhias aéreas sofrem danos pesados.

“Acontece que estava enganado”, assumiu Warren Buffett, em declarações citadas pelo Financial Times. “O negócio da aviação — e posso estar errado e espero estar errado — mudou de uma forma muito importante, acredito“, acrescentou.

“Não sei se daqui a dois ou três anos se tantas pessoas vão voar tantas milhas quantas as que fizeram no ano passado”, interrogou-se ainda, acreditando, contudo, que caso o negócio encolha para entre 70% a 80%, as companhias aéreas têm capacidade de resistir.

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Portugal produz um milhão de máscaras por dia e começa a exportar

  • Lusa
  • 3 Maio 2020

Ministro da Economia, Siza Vieira, salienta que a indústria portuguesa produz diariamente um milhão de máscaras tendo como prioridade o abastecimento do mercado interno, mas está a começar a exportar.

A indústria portuguesa produz diariamente um milhão de máscaras tendo como prioridade o abastecimento do mercado interno, mas está a começar a exportar, revelou este domingo o ministro da Economia, enquanto comprava máscaras numa superfície comercial de Lisboa.

Pedro Siza Vieira foi hoje comprar máscaras disponíveis numa superfície comercial para demonstrar como será a nova realidade dos portugueses, que a partir de hoje têm a máscara como novo acessório obrigatório em espaços públicos, como comércio e transportes.

“Nós neste momento já temos em Portugal uma capacidade de produção de máscaras superior a um milhão por dia e cada vez vamos começar a produzir mais máscaras reutilizáveis, ou seja, máscaras que, em vez de se terem que usar uma única vez e deitar fora, podem ser lavadas, mantendo a sua capacidade de proteção”, afirmou.

O ministro destacou que a indústria nacional mobilizou-se muito para aumentar a produção e isso deverá nos “próximos tempos baixar os preços” destes equipamentos, para o que também contribuirá a baixa do IVA para 6%, já aprovada na Assembleia da República.

“Neste momento, as empresas portuguesas não só produzem para o mercado nacional como já começam a produzir também para exportação e, portanto, estou convencido que, à medida que vamos tendo mais oferta, o preço vai tornar-se mais acessível”, acrescentou, quando confrontado com os preços atuais.

Siza Vieira destacou que esta exportação acontece já “essencialmente para países europeus e ainda em quantidades relativamente reduzidas”.

“A prioridade das empresas portuguesas obviamente continua a ser o abastecimento do mercado nacional, mas, à medida que vamos tendo a capacidade de produzir – e como sabem Portugal é um grande produtor de produtos têxteis e de vestuário -, vamos começar a exportar, porque este vai ser um produto que, nos próximos tempos, vai ser muito necessário na Europa, nos Estados Unidos, e não podemos estar dependentes apenas da China, que era tradicionalmente o grande produtor deste tipo de equipamentos”, sublinhou.

O ministro referiu ainda a mobilização de um conjunto de produtores da indústria para cumprir normas e especificações de qualidade e de segurança definidas pelo Infarmed, que passam no crivo da certificação do Centro Tecnológico da Indústria Têxtil e do Vestuário.

“Neste momento já temos 135 equipamentos já certificados e as empresas estão a começar a produzir”, disse, salientando: “o mais importante para termos abundantemente estes equipamentos disponíveis a um preço acessível é aumentar o mais possível a produção”.

Siza Vieira realçou que estão previstos muitos canais de distribuição destes materiais além das farmácias, como a distribuição alimentar, supermercados e máquinas de venda automática, para que estes bens estejam disponíveis como outros produtos de uso regular e comum.​​​​​​​

“Aquilo que estamos a tentar assegurar é que, no acesso às escolas, o pessoal docente, o pessoal não docente e os alunos tenham acesso a máscaras disponibilizadas pelo Estado. A mesma coisa sucede obviamente para aqueles que são funcionários que carecem destes tipos de equipamentos de proteção na sua atividade quotidiana: pessoal de saúde das forças de segurança etc.”, disse.

Já a população em geral, passará a ter mais um equipamento, ou um produto de vestuário disponível nos supermercados para uso diário, acrescentou.

Em relação aos produtos de higiene à base de álcool, o ministro realçou que também produtores de bebidas alcoólicas e de vários tipos de materiais de desinfeção reorientaram a sua produção para estes produtos.

“Julgo que, também por isso, começaremos a ver este tipo de produtos não apenas em abundância mas também a preço mais acessível”, acrescentou.

Em Portugal, morreram 1.023 pessoas das 25.190 confirmadas como infetadas, e há 1.671 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 243 mil mortos e infetou mais de 3,4 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.

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Guterres afirma que jornalismo de factos é “antídoto” à pandemia da desinformação

  • Lusa
  • 3 Maio 2020

Secretário-geral da ONU, diz que os jornalistas e os profissionais de órgãos de comunicação social "são cruciais" para que se possam tomar decisões informadas.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou neste sábado, véspera do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que o jornalismo baseado em notícias e análises verificadas, científicas e factuais é um antídoto à pandemia da desinformação.

“À medida que a pandemia [da covid-19] se espalha, ela também deu origem a uma segunda pandemia de desinformação, de conselhos prejudiciais à saúde, de teorias da conspiração selvagem. A imprensa fornece o antídoto: notícias e análises verificadas, científicas e baseadas em factos”, escreveu António Guterres, numa nota publicada no site das Nações Unidas.

Para o secretário-geral da ONU, os jornalistas e os profissionais de órgãos de comunicação social “são cruciais” para que se possam tomar decisões informadas e, quando o mundo luta contra o covid-19, “essas decisões podem fazer a diferença entre a vida e a morte”.

Por isso, apelou “aos Governos – e outros — que assegurem que os jornalistas possam fazer o seu trabalho em relação à pandemia da covid-19”.

Apelamos aos Governos que protejam os trabalhadores da comunicação social e fortaleçam e mantenham a liberdade de imprensa, essencial para um futuro de paz, justiça e direitos humanos para todos”, sublinhou.

O responsável alertou que, desde o início da pandemia, muitos jornalistas estão a ser submetidos a maiores restrições e punições simplesmente por fazerem o seu trabalho.

“Restrições temporárias à liberdade de movimento são essenciais para superar o covid-19. Mas elas não devem ser utilizadas? Como uma desculpa para impedir a idoneidade de os jornalistas fazerem o seu trabalho”, sublinhou.

António Guterres agradeceu à comunicação social “por fornecer fatos e análises, por responsabilizar os líderes – em todos os setores – e por falar a verdade ao poder”, sobretudo àquela comunicação que está a “desempenhar um papel que salva vidas, ao informar sobre saúde pública”.

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Quase 20% do PIB passou por Belém em mês e meio. Marcelo recebeu banqueiros, gestores e empresários

A agenda do presidente da República contou com mais de 40 encontros com empresários e representantes de empresas, em pouco mais de um mês. Ouviu-os falar da crise, mas também fez pedidos.

A agenda de Marcelo Rebelo de Sousa nunca foi calma, mas o coronavírus deixou-a numa roda-viva. Depois de ter afirmado vezes sem conta que a economia não pode morrer, o presidente da República anda num périplo, a receber empresários (grandes e pequenos), confederações e sindicatos.

A pandemia de Covid-19 “está a ser e vai ser um desafio enorme para a nossa maneira de viver e para a nossa economia”, dizia Marcelo Rebelo de Sousa no dia em que anunciou o primeiro decreto do estado de emergência no país. Mais tarde, viria a acrescentar: “A economia não fechou portas. Há que produzir, há que exportar e há que trabalhar“.

O repto era feito junto a um alerta: a economia não pode morrer à custa do combate à pandemia. Para garantir que não acontece, Marcelo já realizou quatro dezenas de encontros em mês e meio. Só contando as cotadas, recebeu (fisicamente ou por videoconferência) representantes de quase 20% do PIB nacional.

Logo após o fim da quarentena a que Marcelo se sujeitou, a lista de encontros arrancou com as confederações: os Agricultores, o Comércio e Serviços, o Turismo e as Empresas foram expressar as preocupações que tinham no fim do mês de março, quando começou a enchente de pedidos de lay-off. Do lado dos sindicatos, o mesmo fizeram a CGTP-IN e a UGT.

Banca garante a Marcelo que vai ajudar a economia

Com as empresas obrigadas a readaptar a atividade ou mesmo paralisadas devido à pandemia, o setor que mais tem estado em cheque é o da banca. Não têm faltado avisos para que os bancos se lembrem que na última crise foram ajudados pelos contribuintes pelo que devem agora retribuir. Assim, não é de estranhar que os banqueiros tenham sido chamados a Belém.

Marcelo reuniu-se com os presidentes dos cinco maiores bancos em Portugal — Caixa Geral de Depósitos, BCP, Novo Banco, Santander Totta e BPI –, bem como com o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Fernando Faria de Oliveira, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

O objetivo era saber como os bancos estão a reagir à crise e o presidente pediu dados sobre as principais medidas, nomeadamente as moratórias e as linhas de crédito com garantias do Estado. No fim, revelou as garantias dadas pela banca de que está a pôr no terreno medidas para ajudar a economia.

Encontrei um estado de espírito de grande mobilização no sentido de ajudar a economia portuguesa a enfrentar um período que sabemos que vai ser difícil“, dizia então o presidente. Mais tarde, numa ronda de audições parlamentares, defendiam que os apoios do Governo para famílias e empresas não são suficientes e pediam ajustamentos, nomeadamente através de um reforço das linhas de crédito e de um prolongamento das moratórias dos empréstimos.

Marcelo não se ficou pela banca e quis falar também com a presidente da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, Maria Celeste Hagatong, bem como a presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Gabriela Figueiredo Dias. Foi depois de ouvir a representante do supervisor dos mercados financeiros que o presidente convocou as grandes cotadas.

Cotadas na sombra dos dividendos

Há duas semanas, os encontros intensificaram-se. O presidente decidiu chamar as maiores empresas da bolsa de Lisboa, a começar por um setor crítico no momento que se vive: o retalho. O CEO da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, e a CEO da Sonae, Cláudia Azevedo, foram recebidos a 15 de abril e ambos deixaram garantias de que o abastecimento dos supermercados não está em risco.

Desde então, o presidente da República já se reuniu com um total de 13 das 18 cotadas do PSI-20, avaliadas em conjunto em 39,2 mil milhões de euros (o equivalente a 18% do PIB português no ano passado). As conversas eram sobre o impacto da pandemia na economia, mas houve um tema a ensombrar os encontros: os dividendos.

Marcelo nunca se pronunciou diretamente sobre o tema — apesar de ter sinalizado agrado com a hipótese de a banca adotar uma política prudente — e nenhum dos gestores disse se foi ou não questionado sobre o assunto durante o encontro com o presidente, mas todos foram questionados pelos jornalistas sobre a remuneração dos acionistas.

Com o Bloco de Esquerda e o PSD a pedirem que as empresas não distribuam dividendos e a CMVM a pedir prudência na avaliação da sustentabilidade financeira, há nove empresas que já anunciaram a suspensão do pagamento de mais de mil milhões de euros em dividendos. Empresas como a Corticeira Amorim decidiram deixar a decisão para mais tarde, enquanto há quem diga que tem robustez para manter o plano: como a Jerónimo Martins, a Galp ou a Altri.

"A Altri vai fazer distribuição de dividendos, porque teve um ano, o ano passado, muitíssimo bom, os preços estavam muito altos.”

Paulo Fernandes

CEO da Altri

A par das cotadas, o chefe de Estado ainda recebeu pelo meio a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), tal como representantes da imprensa e media. Também os livreiros, empresas cinematográficas, artistas e promotores de espetáculos.

Até ao fim do decreto de estado de emergência, Marcelo ainda vai continuar o périplo pelas empresas até porque o próximo grande desafio será o relançamento da economia pós-Covid-19. Tanto o presidente da República como o primeiro-ministro António Costa já sinalizaram que o estado de emergência não deverá ser renovado e as autoridades estão a estudar como reabrir as atividades, de forma gradual, a partir da próxima semana.

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