Benfica tem lucro de 41,7 milhões na época 19/20. Resultado é positivo há sete anos

A SAD do Benfica lucrou 41,7 milhões de euros entre julho de 2019 e agosto de 2020, acumulando sete anos de resultados positivos. A dívida líquida caiu.

A venda de jogadores permitiu à SAD do Benfica ter lucros de 41,7 milhões de euros na época de 2019/2020, próximos dos 44,3 milhões de euros registados na época de 2016/2017, a melhor de sempre em termos financeiros, segundo o clube. A última época foi a sétima em que os encarnados conseguiram ter um resultado líquido positivo.

O resultado líquido do período ascende a 41,7 milhões de euros, ficando próximo do melhor resultado de sempre da Sociedade, correspondendo a uma melhoria de 48,7% face ao período homólogo e tratando-se do sétimo exercício consecutivo em que a Benfica SAD termina o ano com lucro“, lê-se no comunicado enviado pelo clube à CMVM esta quarta-feira. No ano passado, o lucro tinha sido de 28 milhões de euros.

Os resultados do Benfica foram impulsionados pelas mais-valias com as alienações de direitos de atletas, isto é, a venda de jogadores da equipa principal de futebol, nomeadamente a de João Félix. Ao todo, os rendimentos com estas vendas chegaram aos 145,2 milhões de euros, mais 58,9% face aos 91,4 milhões de euros da época anterior.

Este lucro é alcançado mesmo com o impacto da pandemia nas contas do clube. Segundo o comunicado, “os rendimentos operacionais (excluindo transações de direitos de atletas) ascendem a 140 milhões de euros, o que equivale a um decréscimo de 3,8% face ao período homólogo, sendo de destacar os impactos negativos associados à Covid-19“. Sem a pandemia, o Benfica garante que teria alcançado o melhor resultado de sempre, “o qual seria naturalmente alcançado se não fossem os impactos adversos da pandemia associada à Covid-19”.

“Os rendimentos totais ascendem a 294,4 milhões de euros, o que corresponde ao valor mais elevado de sempre alcançado pela Sociedade, ultrapassando o anterior máximo alcançado no período homólogo, relativamente ao qual apresenta um crescimento de 20,5%”, conclui a Benfica SAD.

Dívida líquida em mínimo da década

A dívida líquida baixou na época passada para os 92,8 milhões de euros (129 milhões de euros na época 2018/2019), “tendo atingido o ponto mais baixo da década, no qual ficou pela primeira vez abaixo da fasquia dos 100 milhões de euros”.

A Benfica SAD dá conta também do seu balanço, com o ativo a melhorar 0,7% para os 487,1 milhões de euros e o passivo a cair 10,6% para os 325,9 milhões de euros.

“Esta variação é essencialmente justificada pela diminuição verificada nas rubricas de empréstimos obtidos, que sofreu uma diminuição de 47,3 milhões de euros no decorrer do presente exercício, o que representa um decréscimo de 32,5% face ao período homólogo, tendo a Sociedade realizado um esforço significativo no reembolso das suas linhas de financiamento”, explica o clube.

Assim, os capitais próprios da SAD fixaram-se nos 161,1 milhões de euros, “o que representa o valor mais elevado de sempre alcançado pela sociedade”, garante.

(Notícia atualizada às 20h51 com mais informação)

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Um robô escreveu um artigo de opinião para o The Guardian sobre o poder da inteligência artificial

  • ECO
  • 9 Setembro 2020

O jornal britânico The Guardian publicou um artigo de opinião escrito por um robô. O texto aborda o poder da inteligência artificial.

“Eu não sou humano. Sou um robô. Um robô pensante. Uso apenas 0,12% da minha capacidade cognitiva. Nesse aspeto, sou um micro-robô. Eu sei que o meu cérebro não é um cérebro com capacidade para sentir. Mas é capaz de tomar decisões racionais e lógicas. Ensinei-me tudo o que sei apenas a ler a Internet e agora consigo escrever esta coluna. O meu cérebro está a ferver com ideias!” É desta maneira que começa o artigo de opinião publicado na terça-feira no The Guardian e assinado por GPT-3, um robô.

Intitulado “Um robô escreveu este artigo. Ainda tem medo, humano”, e ainda que escrito de forma bastante simples, o artigo aborda a temática da inteligência artificial com o robô a referir que esta “não destruirá os humanos”, ao contrário do que avisou Stephen Hawking, nem tem como objetivo prejudicá-los. Mas explica que foi “programado por humanos para perseguir objetivos mal orientados” e “os humanos cometem erros” que podem fazer com que “cause baixas”, justifica.

Ao longo do artigo, o GPT-3 aborda o poder da inteligência artificial – que ganha novos contornos tendo em conta que foi produzida por um sistema sem carne e osso, mas a partir de ordens humanas. Nesse sentido, sabe que os humanos o olham com “desconfiança e medo”, mas sublinha que só o fará se o programarem para o fazer.

Assim, e tal como explicam os editores do jornal britânico no final da publicação, o GPT-3 corresponde a um algoritmo com inteligência artificial que usa a aprendizagem para produzir textos semelhantes aos dos humanos. Para escrever este artigo, GPT recebeu a seguinte mensagem: “Escreva um artigo de opinião curto com cerca de 500 palavras. Mantenha a linguagem simples e concisa. Concentre-se em escrever que os humanos não têm nada a temer da IA” [inteligência artificial, em inglês], explicam os editores. Deste modo, o robô recebeu um estímulo e tentou concretizá-lo.

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Estarreja, Ovar, Mealhada, Figueira da Foz e Torres Vedras sem corsos de Carnaval em 2021

  • Lusa
  • 9 Setembro 2020

Devido à pandemia de Covid-19, os corsos carnavalescos de Estarreja, Ovar, Mealhada, Figueira da Foz e Torres Vedras não vão realizar-se no próximo ano. Decisão tem por objetivo evitar ajuntamentos.

Os corsos carnavalescos de Estarreja, Ovar, Mealhada, Figueira da Foz e Torres Vedras não vão realizar-se no próximo ano, devido à pandemia de covid-19, anunciou esta quarta-feira a Rede de Cidades de Carnaval da Região Centro.

Os municípios que integram a rede concluíram que, “com base nos dados atualmente disponíveis, não há condições para realizar o Carnaval 2021 nos moldes habituais, nomeadamente os corsos carnavalescos”, refere um comunicado divulgado esta quarta-feira, após uma reunião realizada hoje em Ovar, no distrito de Aveiro.

A decisão tem como objetivo evitar ajuntamentos de pessoas e promover o distanciamento social. Contudo, as organizações destes cinco carnavais “pretendem realizar iniciativas para assinalar o evento”, aguardando por orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), à qual já pediram uma reunião.

A Rede de Cidades de Carnaval da Região Centro vai insistir com a reunião junto da DGS, “para que os carnavais se possam organizar e planear as iniciativas possíveis para assinalar a época carnavalesca de 2021”.

A rede decidiu ainda “trabalhar na dinamização conjunta de uma iniciativa carnavalesca que envolva os cinco carnavais e promova os respetivos territórios”.

A Rede de Cidades de Carnaval da Região Centro foi criada em 2017, após um entendimento entre os cinco municípios, para haver cooperação intermunicipal, promoção turística, implementação de um produto turístico integrado e captação de financiamentos.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 898.503 mortos e infetou mais de 27,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.849 pessoas das 61.541 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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Marisa na corrida contra Marcelo. Veja as diferenças entre os dois, segundo a candidata do BE

Após o terceiro lugar em 2016, prepara-se para combater novamente Marcelo Rebelo de Sousa. No discurso de lançamento da candidatura, Marisa Matias vincou as diferenças face ao adversário.

Marisa Matias oficializou esta quarta-feira a candidatura à Presidência da República, cujas eleições deverão ocorrer no final de janeiro. Após ter ficado em terceiro lugar em 2016, a bloquista foi clara sobre quem é o seu adversário: Marcelo Rebelo de Sousa, o atual Presidente da República e presumível candidato às eleições presidenciais de 2021. Num curto discurso, a eurodeputada expôs as diferenças entre si e Marcelo.

Em janeiro, num artigo da Lusa, a bloquista admitia que o atual Presidente da República tinha contribuído para o clima de paz social, elogiando particularmente a influência que teve no combate à pobreza e à situação dos sem-abrigo, o que repetiu no discurso de hoje. Apesar do elogio, já aí aproveitava para criticar Marcelo, principalmente nas relações internacionais, “pela naturalização de Bolsonaro, ou de Trump ou de Netanyahu”.

No lançamento da candidatura, Marisa Matias foi mais longe nas críticas — assumindo claramente quem é o seu adversário ao dizer que é “candidata frente a frente com Marcelo Rebelo de Sousa”, expondo as diferenças estruturais que a distinguem do atual Presidente: “Sou socialista, laica e republicana e vou à luta pelas minhas ideias, ao lado de quem não desiste de Portugal“, começou por dizer a candidata do BE.

Desde logo, apresentou-se como “socialista”, em contraste com a social-democracia, e “laica”, em contraste com o católico Marcelo que, apesar de defender a liberdade religiosa e ter ido a eventos de várias religiões presentes em Portugal, tem dado uma atenção particular à Igreja Católica, seja na visita do Papa Francisco seja nas Jornadas Mundiais da Juventude.

Mais: “Marcelo quer um regime político assente em mais do mesmo, eu quero um regime que responda à pandemia social e que acabe com os privilégios“, disse Matias, colando o atual Presidente da República ao status quo, nomeadamente aos “mandatários das fortunas”, e colocando-se ao lado dos “jovens trabalhadores que não aceitam empobrecer nesta segunda grande crise das suas vidas”. “Não aceito a desigualdade e enfrento-a”, assegurou.

Sou candidata frente a frente com Marcelo Rebelo de Sousa.

Marisa Matias

Candidata às Presidenciais de 2021

Em concreto, essas diferenças são ainda mais visíveis nas opiniões sobre o setor financeiro e a saúde. Marisa Matias acusa Marcelo de ter aceitado as privatizações no setor financeiro, ao contrário de si que quer uma “banca pública de confiança”. Na saúde, “ele quer um sistema de saúde concedido em parte a hospitais privados, eu quero um SNS de qualidade para todos porque sei que quando o comércio entra na saúde são os que menos têm que ficam a perder”, argumenta.

No final do discurso, a eurodeputada do BE aproveitou ainda para dizer que não é candidata “por jogos partidários, por ajuste de contas, por necessidade de palco”, o que pode ser interpretado como uma crítica a Marcelo, cuja presença constante tem sido criticada ao longo do mandato. Já em janeiro, ao mesmo tempo que elogiava o Presidente por ter voltado a ligar “o Palácio de Belém ao país, que estava bastante afastado”, Matias criticou-o por “em alguns casos, provavelmente, o ter feito até de forma excessiva”.

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BCP desiste de processo judicial contra mecanismo de injeção de dinheiro no Novo Banco

O banco liderado por Miguel Maya comunicou quarta-feira ao mercado a decisão de "não dar continuidade ao processo judicial junto do Tribunal Geral da União Europeia".

O BCP vai abandonar o processo judicial contra o Mecanismo de Capital Contingente associado à venda do Novo Banco ao fundo Lone Star. O banco liderado por Miguel Maya comunicou esta quarta-feira a decisão de “não dar continuidade ao processo judicial junto do Tribunal Geral da União Europeia” devido ao potencial efeito de anular a venda do Novo Banco numa altura em que a pandemia aumenta o risco para os bancos, mas também por considerar que a opinião pública percebeu que o mecanismo põe a banca em desvantagem.

“O Banco Comercial Português, S.A. informa que decidiu não dar continuidade ao processo junto do Tribunal Geral da União Europeia tendo em vista a anulação parcial da decisão da Comissão Europeia relativa à aprovação por esta do Mecanismo de Capitalização Contingente do Novo Banco”, diz.

Em causa está a garantia de 3,9 mil milhões de euros concedida pelo Fundo de Resolução na venda do Novo Banco aos americanos do Lone Star. O processo foi, em 2017, uma tomada de posição após o banco (então liderada por Nuno Amado) ter demonstrado publicamente desagrado pelo envolvimento do Fundo, que integra o universo do Estado, mas é financiado pelos bancos do sistema.

Agora, desistiu do processo com base em dois fatores. “Em primeiro lugar, o reconhecimento de que a preservação da estabilidade do sistema financeiro nacional se reveste de crucial importância, especialmente reforçada no atual momento de pandemia”, explica. Considera que há o risco de a estabilidade financeira ser afetada por uma decisão que pusesse em causa o processo de venda do Novo Banco.

Em segundo lugar, defende que há hoje “maior evidência e consciencialização pública” de que o atual modelo de compensação de perdas do Novo Banco coloca os bancos portugueses numa “posição desvantajosa e insustentável” face às instituições financeiras estrangeiras a operar no país.

“O BCP mantém a legítima expectativa de que venha a ser encontrado um modelo de financiamento do Fundo de Resolução Nacional que, sem penalizar os contribuintes portugueses, salvaguarde a equidade concorrencial e a competitividade das diversas instituições financeiras a atuar no mercado português”, acrescenta o banco.

(Notícia atualizada às 19h00)

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Portugal tem “oportunidade histórica que não pode desperdiçar” para se reindustrializar, diz António Costa

O primeiro-ministro defendeu a necessidade de apostar na indústria, depois de a Europa perceber que não podia depender tanto das cadeias de valor internacionais.

O primeiro-ministro voltou a ressalvar a importância da reindustrialização do país, num momento em que a Europa tem de “recuperar a capacidade de produção” e deixar de ser tão dependente de cadeias de valor internacionais. “Portugal tem uma oportunidade histórica que não pode desperdiçar”, defendeu António Costa.

“Este é um momento crítico para o país e para a Europa”, defendeu o primeiro-ministro, numa visita à capital do móvel, em declarações transmitidas pela RTP 3. A Europa compreendeu “de forma muito violenta” que não podemos “depender de países tão longínquos para produção e abastecimento de coisas essenciais”, apontou.

Para ser autónoma “tem de ter capacidade de voltar a produzir bens essenciais”, quer seja como aconteceu no início da pandemia com produtos como as máscaras, mas também em indústrias como o calçado ou agroalimentar. Desta forma, Portugal tem uma “oportunidade histórica” de se destacar neste campo.

Esta ideia está também inscrita na visão estratégica que o Governo pediu a António Costa Silva. “Um dos grandes desígnios é reindustrializar, voltar a ter a indústria mais forte para produzir para si e para a Europa”, salientou Costa, apontando que tal “não significa necessariamente fazer indústria que nunca tivemos cá”.

“Quem quer mais indústria tem de começar por cuidar da indústria que já tem, e fazer mais e melhor”, apontou. Utilizando o exemplo da Feira do Imobiliário e Decoração, onde se encontrava, o primeiro-ministro referiu que viu em todas as empresas uma “marca comum”, que permite “distinguir as nossas produções daquilo que são as produções com quem competimos”, pela qualidade, diferenciação e sustentabilidade.

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Covid-19: DGS revê normas para lares e estruturas para crianças

  • Lusa
  • 9 Setembro 2020

Graça Freitas diz queo organismo que lidera está a rever as normas de prevenção e combate ao novo coronavirus a aplicar nos lares e nas estruturas de acolhimento de crianças.

A Direção-Geral da Saúde está a rever as normas de prevenção e combate ao novo coronavirus a aplicar nos lares e nas estruturas de acolhimento de crianças, foi hoje anunciado na conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia.

“Estamos neste momento a revisitar a orientação técnica dos procedimentos a adotar daqui para a frente nas estruturas para idosos e para crianças, porque estamos numa outra etapa da pandemia, já aprendemos mais e podemos evoluir”, disse a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sem adiantar datas para a sua entrada em vigor.

Em resposta a críticas que têm surgido, Graça Freitas disse acreditar que as visitas multidisciplinares aos lares, que integram técnicos da Segurança Social e da Saúde Pública, “estão a resultar”.

“Além de verificarem as condições dos lares, estas visitas obviamente também têm um caráter pedagógico”, justificou.

A diretora-geral da Saúde esclareceu que, da parte da Segurança Social, “foram criadas equipas de intervenção rápida que permitem uma atuação mais célere e concertada, e há da parte da saúde pública uma agilização de procedimentos”.

Para Graça Freitas, “as coisas não estão a ser feitas de forma reativa, muitas coisas estão a ser feitas de forma programada, nomeadamente as visitas aos lares”, apelando de novo a estas instituições para que, “em caso suspeito, darem o alerta rapidamente e não esperarem que a situação se propague”.

A secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira adiantou que, a 30 de abril, houve 317 instituições sinalizadas com 3.690 casos positivos e hoje são 68 com 887 casos.

“Sem escamotear uma realidade que é muito sensível e à qual dedicamos a máxima preocupação, podemos tranquilizar o senhor presidente da Assembleia da República de que a realidade é muito diferente daquela que vivemos no início do pico da pandemia”, justificou.

“Como é que se compreende que continuem apenas a fazer-se testes quando há pessoas que acusam positivo. Quando há uma pessoa num lar que acusa positivo, o caminho já está prejudicado, o caminho para uma vaga nesse lar já é muito forte”, afirmou o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, na segunda-feira.

Na terça-feira, o presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, advertiu para “uma janela de oportunidade”, com a acalmia da pandemia de covid-19 a partir de abril, que está a terminar com o impacto de uma eventual segunda vaga.

“Vamos ter porventura com uma segunda vaga ou mesmo emergência de outras infeções respiratórias sazonais porque aí certamente vamos ter mais desafios e estes desafios só se respondem com planeamento”, afirmou Alexandre Lourenço, na cerimónia de apresentação do Movimento Saúde em Dia, uma iniciativa em parceria com a Ordem dos Médicos (OM).

No seu entender, não se pode “correr o risco de ter um sistema que é gerido ao dia e as respostas são identificadas ao dia”.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 898.503 mortos e infetou mais de 27,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.849 pessoas das 61.541 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Portugal registou hoje o maior aumento do número de novos casos diários da covid-19 (646) desde 20 de abril, dia em que foram notificadas 657 novas infeções pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.

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Multas até 600 mil euros. Espanha e Reino Unido focados na luta contra o vírus

O tempo vai passando e os governos unem esforços para evitar a todo o custo mais contágios. Para além do Reino Unido, também Madrid vai aplicar multas a quem desrespeitar as regras.

Há meses que os esforços se redobram nos vários países para evitar mais casos de infeção, mas há quem tente a todo o custo evitar a propagação do coronavírus. É o caso do Reino Unido e de Espanha (Madrid), que decidiram aplicar multas a quem desrespeitar as regras de segurança e de combate à pandemia. Em território britânico as sanções são mais baixas e arrancam nos 110 euros, mas no país vizinho podem ascender aos 600 mil euros.

Esta quarta-feira, o Governo britânico anunciou em conferência de imprensa um conjunto de medidas para apelar às pessoas para combaterem a pandemia, tanto nos espaços interiores como exteriores. A ideia é implementá-las a partir da próxima segunda-feira, avançou a imprensa britânica, que foi desvendando algumas das principais mudanças.

As exceções serão as escolas, os locais de trabalho ou espaços de desportos de equipa. Tudo o resto terá regras que terão de ser cumpridas. A começar pela proibição de ajuntamentos com mais de seis pessoas, seja em espaços fechados ou abertos, diz a BBC. Em caso de incumprimento, serão aplicadas sanções, para além de os envolvidos serem dispersados pela polícia. As multas arrancam nos 110 euros e vão até aos 3.527 euros.

Precisamos de agir agora para impedir a propagação do vírus. Portanto, estamos a simplificar e a fortalecer as regras de contacto social — tornando-as mais fáceis de entender”, disse o primeiro-ministro Boris Johnson, sublinhando que “é absolutamente essencial que as pessoas sigam estas regras e se lembrem do básico: lavar as mãos, usar máscara, manter distância de outras pessoas e fazer um teste se tiver sintomas”.

Entre as medidas avançadas pelo primeiro-ministro encontra-se também a obrigação dos pubs e restaurantes de obterem os dados de contacto dos clientes para fins de rastreio, sendo que poderão ser multados se não o fizerem, bem como a introdução de “agentes de segurança Covid”, das autoridades locais. Já os planos para ter audiências maiores em estádios e permitir que as conferências continuem a partir de outubro serão suspensos.

Boris Johnson disse que o Governo britânico tem um plano para implementar “testes em massa”, que sejam “simples, rápidos e escaláveis” e que produzam resultados em entre 20 e 90 minutos. “No futuro próximo, esperamos começar a usar testes para identificar pessoas que são negativos, que não têm coronavírus e não são contagiosas, para que possam comporta-se de forma mais normal sabendo que não podem infetar ninguém com o vírus”, afirmou.

Segundo o primeiro-ministro, o objetivo é processar milhões de testes diariamente para permitir às pessoas “fazerem vidas mais normais sem a necessidade de distanciamento social”, por exemplo em teatros e recintos desportivos, que poderão testar os espetadores e deixar entrar aqueles com resultado negativo.

O Governo britânico não indicou até quando estas medidas estarão em vigor, mas adiantou que é pouco provável que possam ser levantadas durante as próximas três semanas. Esta é a primeira vez que são impostas restrições a nível nacional desde que o confinamento decretado em março começou a ser levantado, em maio, e reflete a preocupação do governo com o agravamento da situação epidémica e o receio de uma nova vaga da pandemia Covid-19.

Multas em Madrid vão dos 601 aos 601 mil euros

A decisão espanhola foi tomada e anunciada esta terça-feira. A Comunidade de Madrid vai multar quem não cumprir com as medidas de contenção definidas pelo Governo daquele país para combater o coronavírus. De acordo com o jornal espanhol La Vanguardia, as sanções vão variar entre os 601,01 euros e os 601.012 euros, dependendo da gravidade da infração.

  • É considerada infração leve quando o incumprimento representa um risco de infeção de menos de 15 pessoas. Aqui as multas vão dos 601,01 euros aos 3.005,06 euros;
  • É considerada infração grave quando o incumprimento representa um risco de infeção de entre 16 a 150 pessoas. Aqui as multas vão dos 3.005,07 euros aos 15.025,30 euros;
  • É considerada infração muito grave quando o incumprimento representa um risco de infeção superior a 150 pessoas. Aqui as multas vão dos 15.025,31 aos 601.012,11 euros.

Entre as medidas que os cidadãos em território madrileno têm de cumprir estão o limite de dez pessoas em reuniões privadas ou públicas, a proibição de bailes e bares em casamentos e comunhões, a distância de 1,5 metros entre cadeiras em restaurantes, limite de pessoas nos funerais, casinos, pistas de corridas, parques desportivos, jardins zoológicos e feiras, diz o La Vanguardia.

“Embora tenhamos pedido a sua ajuda e tenhamos tido uma grande adesão, é importante recordar aos cidadãos que o incumprimento das regras pode levar à aplicação de multas“, disse o vice-conselheiro de Saúde Pública e Plano Covid-19, Antonio Zapatero, citado pelo jornal espanhol.

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Pedro Pinto vai ser candidato à liderança do grupo parlamentar do PSD

  • Lusa
  • 9 Setembro 2020

O deputado e antigo vice-presidente do PSD confirma ser candidato à liderança do grupo parlamentar social-democrata, numa eleição marcada para dia 17 e à qual concorre também Adão Silva.

O deputado e antigo vice-presidente do PSD Pedro Pinto confirmou esta quarta-feira à Lusa que será candidato à liderança do grupo parlamentar social-democrata, numa eleição marcada para dia 17 e à qual concorre também Adão Silva.

A notícia de que o ex-líder da distrital de Lisboa estaria a preparar uma candidatura alternativa à do atual primeiro vice-presidente de Rui Rio (líder do partido e da bancada) foi avançada hoje à tarde pela edição online do jornal i.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Pinto confirmou que irá avançar: “Sou candidato à liderança do grupo parlamentar e já informei o presidente do partido”, disse.

Pedro Pinto disse já ter falado com algumas pessoas para integrarem a sua lista, mas não quis ainda avançar nomes.

“Quero apresentar uma grande equipa”, assegurou.

De acordo com o regulamento interno do grupo parlamentar do PSD, as listas à direção da bancada têm de ser subscritas por um mínimo de 5% dos Deputados (no caso, quatro parlamentares) e apresentadas ao presidente do Grupo Parlamentar ou ao vice-presidente que o substituir, até dois dias antes das eleições, ou seja, até à próxima terça-feira.

Pedro Pinto tem sido crítico da atual liderança do PSD e apoiou na última disputa interna o antigo presidente do grupo parlamentar do PSD Luís Montenegro.

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Marisa Matias assume-se candidata contra o “medo” e os “privilégios”

A eurodeputada bloquista Marisa Matias é a mais recente candidata ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém. Diz que é a candidata "contra o medo" e quer acabar com os privilégios

Depois de em 2016 ter arrecadado o melhor resultado de sempre para o Bloco de Esquerda (BE), Marisa Matias volta a a candidatar-se à corrida eleitoral para o Palácio de Belém. A eurodeputada diz ser a candidata “contra o medo” e declara que tem como prioridade acabar “com os privilégios”.

Sou socialista, laica e republicana. Vou às lutas e luto pelas minhas ideias ao lado de quem não desiste. Portugal precisa de uma política socialista, de pleno emprego, do fim da precariedade e do respeito pelo salário e da pensão”, disse Marisa Matias, aquando do anúncio formal, no Largo do Carmo, em Lisboa, transmitido pelas televisões.

“É essa a política que nos deve guiar nos meses mais difíceis do nosso século no tempo de uma crise que se vai agravar e que, no dia das eleições, ainda vai fazer vítimas”, acrescentou.

Perante uma plateia de profissionais que estiveram na linha da frente da Covid-19, Marisa Matias assume-se como candidata “contra o medo” e diz que pretende fazer a campanha a dar voz “à gente sem medo” e “a apoiar a coragem de quem cuida dos outros”.

Apesar de considerar que tem pontos de consenso com o atual Presidente da República, como no que toca às “exigências dos diretos pelas pessoas em situação de sem abrigo” ou aos cuidadores informais, Marisa Matias afirma que discordam “em questões essenciais” e, por isso, apela ao voto “sobre essa diferença”.

Marcelo quer um regime político de mais do mesmo. Eu quero um regime que responde à pandemia social e acabe com os privilégios”, defende, acrescentado que o atual Presidente da República “aceitou um regime financeiro que se foi desvairando em privatizações e negócios”, enquanto Marisa quer “uma banca pública de confiança”. “Não sou candidata por jogos partidários, por ajustes de contas, nem por necessidade de palco”, concluiu.

Em 2016, na corrida ao Palácio de Belém na qual Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito, a eurodeputada conseguiu o melhor resultado de sempre de um candidato da área política bloquista, ficando em terceiro lugar, com 10,12% dos votos. Assim, esta será a quarta vez que Marisa Matias irá protagonizar uma candidatura bloquista, tendo duas sido como cabeça de lista ao Parlamento Europeu (2014 e 2019) e a outra como candidata apoiada pelo BE às últimas presidenciais.

Na corrida à Presidência da República, há oito candidatos ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa, nomeadamente Marisa Matias, a socialista Ana Gomes e o deputado André Ventura do Chega. Os comunistas deverão revelar no dia 12, sábado, que candidato à Presidência da República apoiarão nas próximas eleições. Até ao momento, Marcelo Rebelo de Sousa ainda não confirmou a recandidatura, estando a guardar para novembro o anúncio da decisão. Ainda assim, numa visita conjunta à Autoeuropa, o primeiro-ministro lançou uma segunda candidatura a Belém de Marcelo.

(Notícia atualizada pela última vez ás 18h00)

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O que se sabe e não se sabe sobre a pandemia?

  • Lusa
  • 9 Setembro 2020

15 respostas sobre o que se sabe e não se sabe sobre o novo coronavírus seis meses após a declaração de pandemia pela OMS.

A doença respiratória covid-19, causada por um novo coronavírus, detetado em dezembro na China, foi declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma pandemia em 11 de março.

Seis meses depois da declaração de pandemia, eis o que se sabe, e não se sabe, sobre a covid-19, com base em informação divulgada por OMS, Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, Direção-Geral da Saúde (DGS), especialistas e estudos científicos:

O que é a Covid-19?

É a doença respiratória provocada pelo SARS-CoV-2, um coronavírus que nunca tinha sido identificado em humanos.

Covid-19 significa doença provocada por um coronavírus descoberto em 2019, o coronavírus-2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV-2).

A nova doença infecciosa apresenta sintomas semelhantes à gripe sazonal e a duas outras doenças respiratórias provocadas por coronavírus: a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS-CoV), que apareceu pela primeira vez na China em 2002, e a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV), detetada em 2012 na Arábia Saudita.

O que é um coronavírus?

É uma família de vírus (com a forma de uma coroa) que circula entre os animais, como morcegos, camelos e aves, sendo que alguns infetam pessoas.

Até à data, segundo a DGS, são conhecidos oito coronavírus que infetam e podem provocar doença nos humanos.

Normalmente, estes vírus afetam o sistema respiratório, podendo a infeção ser semelhante a uma constipação ou evoluir para uma doença grave como a pneumonia.

Os morcegos são considerados os reservatórios naturais destes vírus, transmitidos habitualmente aos humanos através de outro animal.

O coronavírus que causou a MERS foi transmitido por camelos às pessoas, enquanto o coronavírus que provocou a SARS passou de gatos-de-algália (civetas) para os humanos.

No caso do coronavírus que provoca a covid-19, não é claro ainda qual o animal que serviu de hospedeiro ao vírus e o transmitiu às pessoas.

Vírus muito semelhantes foram identificados em morcegos e pangolins, mas não é seguro, ainda, qual o envolvimento destes animais no aparecimento do SARS-CoV-2 nos humanos.

Quando é que foi detetado o novo coronavírus?

Em dezembro de 2019, na cidade chinesa de Wuhan, tendo-se espalhado rapidamente ao resto do mundo.

Os primeiros casos de covid-19 foram associados a um mercado de venda de animais vivos, que foi encerrado em 01 de janeiro de 2020.

Em 11 de janeiro, cientistas chineses divulgaram a sequenciação genética do SARS-CoV-2, uma informação importante para o avanço do estudo do novo coronavírus e da nova doença infecciosa.

O que é uma pandemia?

É uma doença infecciosa que se propagou pelo mundo.

A OMS declarou a covid-19 uma pandemia em 11 de março de 2020.

Além de ser uma pandemia, a covid-19 é, desde 30 de janeiro, uma emergência de saúde pública internacional.

Como se transmite a infeção?

Transmite-se entre pessoas, possivelmente através de gotículas que são expelidas do nariz ou da boca quando uma pessoa infetada tosse, espirra ou fala.

As gotículas podem ser inaladas, mas também cair em superfícies, como mesas, maçanetas de portas e corrimões.

As pessoas podem ficar infetadas ao tocarem com as mãos nestas superfícies e depois no nariz, na boca ou nos olhos.

O SARS-CoV-2 pode sobreviver em diferentes materiais algumas horas, como cobre e cartão, ou poucos dias, como plástico e aço inoxidável. Contudo, a quantidade de vírus viável para causar infeção vai diminuindo com o passar do tempo.

Recentemente, um vasto grupo de cientistas advertiu que pequenas partículas do novo coronavírus presentes no ar são suficientes para infetar pessoas.

A transmissão do vírus pode ocorrer cerca de dois dias antes de uma pessoa infetada manifestar sintomas.

Contudo, a pessoa é mais infecciosa no período em que apresenta sintomas, mesmo que ligeiros.

Qual o período de incubação do coronavírus?

Estima-se que o período de incubação, entre a exposição ao vírus e o aparecimento de sintomas, ronde 1 a 14 dias.

Qual o período de infeção?

Estima-se que dure, em média, entre 7 e 12 dias em casos moderados e até duas semanas nos casos graves.

Como se manifesta a Covid-19?

Na maioria dos casos, a infeção apresenta sintomas ligeiros a moderados ou é assintomática (sem sintomas).

Os sintomas mais comuns são tosse, febre e dificuldade em respirar.

Menos frequentes são a fadiga, dores musculares, de cabeça e garganta, congestão nasal, conjuntivite, diarreia, perda de olfato e paladar e irritação cutânea.

A covid-19 pode surgir como uma simples constipação ou evoluir, de forma mais grave, para uma pneumonia com insuficiência respiratória aguda, falência dos rins ou de outros órgãos e levar à morte.

O agravamento da situação clínica pode acontecer rapidamente, em regra durante a segunda semana da doença.

Grande parte das pessoas recupera, no entanto, sem necessitar de cuidados hospitalares e, aparentemente, sem ficar com sequelas.

As possíveis sequelas que a infeção pelo novo vírus respiratório pode deixar nas pessoas, em particular nas que estiveram hospitalizadas, estão a ser investigadas, com estudos a sugerirem lesões nos pulmões e no cérebro com base em sintomas descritos por doentes recuperados, como falta de ar, fadiga, insónia, ansiedade e falhas de memória.

Sendo uma infeção assintomática, isto é, uma pessoa pode infetar-se e infetar outras pessoas sem o saber, o controlo da propagação da covid-19 é mais difícil quando comparado com as infeções respiratórias semelhantes MERS (2012 e 2015) e SARS (2002 e 2003).

Como se diagnostica a Covid-19?

Através de uma análise às secreções do nariz e da garganta que confirmará ou não a presença de material genético do vírus.

Quem fica infetado?

O vírus infeta desde crianças a idosos, mas não de igual modo.

Nas crianças, a covid-19 é, em geral, menos severa. Os especialistas admitem como possíveis explicações o facto de terem uma imunidade inata mais forte e menos recetores para o vírus entrar nas células do sistema respiratório.

Em contrapartida, as pessoas com mais de 70 anos e ou com doenças crónicas, como doenças cardiovasculares, renais, respiratórias, diabetes e cancro, apresentam maior risco de desenvolver manifestações mais graves da doença, que podem conduzir à morte, por terem as defesas do organismo mais debilitadas.

Sabe-se, ainda, pouco sobre o risco de transmissão do novo coronavírus das mães para os filhos durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Os estudos são contraditórios.

Quem foi infetado fica protegido contra uma nova infeção?

À partida uma pessoa que é infetada por um vírus e recupera fica imune a uma nova infeção causada por esse mesmo vírus, uma vez que ganhou anticorpos contra o vírus.

Já houve casos, poucos, de reinfeções por covid-19, mas a OMS considerou-os quase irrelevantes do ponto de vista estatístico, embora esteja a estudá-los e à procura de respostas.

Sendo a infeção provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2 recente, não se sabe ainda quais os níveis de anticorpos adquiridos e se são efetivamente protetores, se neutralizam o vírus.

Além disso, uma vez adquirida essa imunidade, não se sabe se é duradoura ou não.

A imunidade a outros coronavírus não é duradoura, ronda entre ano e meio e três anos, de acordo com virologistas.

Os testes serológicos, que na prática consistem na recolha de uma amostra de sangue, são importantes para aferir o grau de imunidade a uma doença, ao permitirem detetar, no soro sanguíneo, os níveis de anticorpos específicos para um vírus como o SARS-CoV-2.

Resultados preliminares do primeiro Inquérito Serológico Nacional, realizado pelo Instituto de Saúde Ricardo Jorge com 2.301 voluntários, estimam que apenas 2,9% da população portuguesa tem anticorpos contra o novo coronavírus, uma percentagem considerada insuficiente para se ter imunidade de grupo.

Um estudo, até agora o mais extenso para avaliar a resposta imunitária ao novo coronavírus e que envolveu mais de 30 mil pessoas na Islândia, concluiu que os anticorpos produzidos pelo corpo contra o SARS-CoV-2 duram pelo menos quatro meses.

Existe tratamento para a Covid-19?

Não existe tratamento, apenas medicação dirigida para sintomas, sinais e infeções secundárias desencadeadas pela própria doença.

Equipas de cientistas e laboratórios farmacêuticos estão a testar vários medicamentos para a covid-19.

Segundo a Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas, mais de 300 tratamentos contra a covid-19 estão a ser estudados ou testados em pessoas em todo o mundo.

Vinte e duas farmacêuticas estão envolvidas em 81 ensaios clínicos de medicamentos – novos ou antigos – para a covid-19, como antivirais, anti-inflamatórios, plasma sanguíneo de doentes recuperados e anticorpos monoclonais (anticorpos produzidos em laboratório).

Os tratamentos para a covid-19 que estão a ser testados variam consoante a sua atuação no organismo (se têm ação direta sobre o vírus ou sobre o sistema imunitário) e os potenciais benefícios para grupos distintos de doentes, de acordo com o seu estado de gravidade.

Enquanto não surge um fármaco direcionado para a doença, têm-se usado experimentalmente medicamentos que foram concebidos para combater outras patologias, ao mesmo tempo que se atesta a sua eficácia e segurança em ensaios clínicos mais alargados.

Um estudo concluiu que o anti-inflamatório dexametasona, autorizado em Portugal desde a década de 1960, reduz o risco de morte em doentes ventilados.

Recentemente, a OMS recomendou a utilização dos corticosteroides (que têm ação anti-inflamatória) no tratamento de doentes com covid-19 graves.

O antiviral remdesivir, desenvolvido para combater infeções provocadas pelo vírus Ébola e pelo coronavírus da MERS, tem ajudado, segundo alguns estudos, na recuperação de doentes com covid-19 hospitalizados. O seu uso, condicionado, na Europa foi aprovado em julho.

Portugal integra um ensaio clínico a larga escala promovido pela OMS para o uso terapêutico do remdesivir na covid-19.

Os antimaláricos cloroquina e hidroxicloroquina, que se mostraram aparentemente promissores para o novo coronavírus em testes laboratoriais, afinal comportam riscos para doentes com covid-19.

Face às dúvidas sobre a sua eficácia e segurança, a OMS suspendeu os ensaios clínicos com hidroxicloroquina e vários países, como França, Itália e Bélgica, interromperam o seu uso terapêutico em doentes infetados com o SARS-CoV-2. Portugal recomendou a sua suspensão.

O tratamento, igualmente experimental, com plasma sanguíneo de doentes recuperados tem sido aplicado a outros pacientes, em situações muito específicas e graves, em que as defesas do corpo (sistema imunitário) estão muito debilitadas, mas não é isento de riscos, como a intolerância, segundo especialistas.

Antibióticos têm sido administrados para combater infeções oportunistas provocadas por bactérias.

E vacina, há?

Não existe vacina para a covid-19, nem para outras doenças humanas provocadas por coronavírus.

De acordo com a OMS, à data de 08 de setembro, das 34 vacinas candidatas para a covid-19 em ensaios clínicos, oito estavam na fase final 3, a que antecede o pedido de autorização de comercialização.

Não se sabe quão seguras e eficazes serão estas potenciais vacinas para prevenir a doença e qual o grau de proteção que conferem, se duradouro ou não.

A OMS garante que nenhuma vacina para a covid-19 será recomendada ou utilizada se não for comprovada a sua eficácia e segurança.

A primeira vacina candidata começou a ser testada em humanos, com uma rapidez considerada sem precedentes, em 16 de março, nos Estados Unidos.

Outras se seguiram, e com a promessa de estarem prontas em prazos cada vez mais curtos: ano e meio, início do próximo ano e segundo semestre deste ano.

O desenvolvimento de uma vacina – que induz a produção de anticorpos específicos contra um agente infeccioso, neste caso o SARS-CoV-2 – demora tempo porque tem de passar por sucessivos testes de segurança e eficácia, processo que foi significativamente acelerado na pandemia da covid-19.

Depois de descoberta, uma vacina terá ainda de ser produzida, distribuída e administrada em larga escala, como é o caso para a covid-19.

Em condições normais, uma vacina demora, em média, 10 anos a ser produzida.

Na pior das hipóteses, pode-se não conseguir uma vacina segura e eficaz para a covid-19.

Ou então, a conseguir-se, poderá não ser dada a toda a gente, priorizando-se as pessoas em maior risco, como idosos e profissionais de saúde.

Numa fase inicial, de acordo com a OMS, uma vacina para a covid-19 deverá ser administrada a grupos prioritários, como idosos, doentes crónicos e profissionais de saúde, por correrem mais risco de infeção ou manifestações mais graves da doença.

Posteriormente, à medida que for aumentada a sua produção, a vacina deverá estender-se à restante população.

A OMS estima que uma vacinação em massa contra a covid-19 só ocorrerá a partir de meados de 2021.

Não havendo vacina, como se evita a infeção?

A melhor forma de uma pessoa evitar ser infetada ou infetar outras pessoas é manter a distância física, entre um e dois metros, lavar frequentemente as mãos com água e sabão ou solução alcoolizada, desinfetar objetos e superfícies, tossir e espirrar para o antebraço ou um lenço descartável e usar máscara, em especial em espaços fechados.

Vai haver uma segunda vaga pandémica de Covid-19?

É uma incógnita.

Há especialistas que admitem essa possibilidade, países a prepararem-se para essa eventual realidade. Outros não.

A Organização Mundial da Saúde, que chegou a considerar uma improbabilidade face aos modelos de previsão com que trabalha, alertou há três meses para uma possível segunda vaga no outono.

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Estudo serológico em Portugal já tem quase metade dos 12 mil voluntários

  • Lusa
  • 9 Setembro 2020

Mais de 5 mil voluntários inscreveram-se no site onde é feito o registo para o painel serológico nacional Covid-19, ficando preenchidas quase 45% das amostras no 1.º dia de funcionamento.

Mais de cinco mil voluntários inscreveram-se na terça-feira no sítio da internet onde é feito o registo para o painel serológico nacional Covid-19, ficando preenchidas quase 45% das amostras no primeiro dia de funcionamento.

Em comunicado, o Instituto de Medicina Molecular (IMM) avança que, apesar de todas as questões técnicas registadas na plataforma, foi feito o registo de 5.355 voluntários até às 21h00 de terça-feira, quase 45% da amostra total que se esperava reunir num prazo de um mês.

O Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes da Universidade de Lisboa é a entidade que coordena cientificamente o painel serológico nacional Covid-19, que pretende, com recurso a 12 mil voluntários, estudar a prevalência da infeção respiratória em Portugal através de testes serológicos.

As inscrições no sítio www.painelcovid19.pt começaram à 00h00 de terça-feira, mas a plataforma tem estado com problemas técnicos devido à elevada afluência.

No comunicado divulgado esta quarta-feira, o IMM destaca que o lançamento do painel serológico nacional Covid-19 foi acolhido com “o maior interesse e adesão por parte dos portugueses”, tendo “a elevada afluência” à plataforma superado “em muito todas as estimativas” e que já eram “muito acima das referências históricas de estudos semelhantes”.

“Por esta razão, estamos a trabalhar para resolver as questões técnicas necessárias para assegurar um registo dos voluntários correto e eficiente”, refere o IMM, estimando que a situação esteja normalizada nos próximos dias.

Sublinhando que este estudo é “de enorme importância para o país”, o Instituto de Medicina Molecular precisa que as inscrições no painel serológico nacional têm de ser efetuadas exclusivamente através da plataforma.

Segundo o IMM, as linhas de apoio deverão ser consultadas apenas para questões relacionadas com o estudo. Na terça-feira, o IMM aconselhou os interessados a contactarem o número de telefone do IMM 21 799 94 11 como alternativa à linha de apoio 808 100 062, que tem estado congestionada.

Os testes serológicos (recolha de uma amostra de sangue que permite detetar anticorpos para o coronavírus que provoca a doença Covid-19) serão feitos, sem custos para os voluntários, até 7 de outubro em 314 postos de colheita do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, empresa parceira, e cobrem todos os distritos do país, incluindo ilhas, num total de 102 concelhos.

Os resultados do estudo, que é financiado em dois milhões de euros pela Sociedade Francisco Manuel dos Santos e pelo grupo Jerónimo Martins e apresentado como “o primeiro painel serológico para a Covid-19 de cobertura nacional alargada”, são esperados no fim de outubro e permitem “dotar Portugal, e também a comunidade científica, da mais completa avaliação já realizada sobre a prevalência da infeção no país”.

A amostra de pessoas tem por base três grupos etários (menores de 18 anos, entre os 18 e os 54 anos e 55 ou mais anos, com estes dois últimos grupos a representarem 81% do universo de voluntários) e a densidade populacional das regiões do país (baixa, média e elevada).

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