Charles Michel pede “uma União de testes e vacinas” para evitar “tragédia”

  • Lusa
  • 27 Outubro 2020

"No espaço de apenas algumas semanas, a situação escalou de preocupante para alarmante. Agora, devemos evitar uma tragédia", afirma o presidente do Conselho Europeu.

O presidente do Conselho Europeu defendeu esta terça-feira a urgência de uma estratégia europeia contra a pandemia assente na prevenção, considerando que só “uma União de testes e vacinas” prevenirá uma tragédia que começa a ganhar forma.

“A segunda vaga da Covid-19 está agora sobre nós. Uma vez mais, toda a Europa é afetada. No espaço de apenas algumas semanas, a situação escalou de preocupante para alarmante. Agora, devemos evitar uma tragédia”, começa por escrever Charles Michel, num texto hoje publicado na sua newsletter, dois dias antes de uma cimeira de líderes da UE, por videoconferência, dedicada à pandemia.

Na sua reflexão sobre a situação atual da pandemia, o presidente do Conselho Europeu lembra que, ao chegar à Europa, “este novo vírus inquietante propagou-se como um incêndio florestal, apanhando tanto cidadãos como autoridades de surpresa”. O confinamento generalizado então decidido na generalidade dos países, continua o Presidente do Conselho, ajudou a conter o vírus, à custa da paralisação da atividade económica e social, “com um impacto cuja dimensão ainda se desconhece.”

Quando a prioridade passou a ser a recuperação da vida económica, social e cultural, prossegue o dirigente europeu, a estratégia passou então por tentar evitar um recrudescimento da pandemia com recurso a testes e rastreios, pois até haver vacina e esta ser administrada a grande parte da população “a única forma de conter a pandemia mantendo a atividade é identificar as pessoas infetadas numa fase muito precoce, de forma a que possam isolar-se e não infetar outros”.

Ao nível europeu, este plano de ação não alcançou os resultados desejados. E ao retomarmos as nossas atividades diárias, o vírus começou de novo a circular, e até com maior facilidade, pois a fadiga e a falsa sensação de regresso à normalidade levaram algumas pessoas a serem menos cuidadosas”, aponta. Chegados à situação atual, em que a Europa regista ainda mais casos do que na primavera, Charles Michel adverte que “cada dia conta”.

“O que precisamos agora é de ação determinada num plano inequivocamente europeu, baseada em dois pilares: testes e rastreio de contactos, por um lado, e vacinas”, sustenta o presidente do Conselho, que exorta os Estados-membros a não cometerem os erros do passado recente, quando se verificou uma total descoordenação entre os 27, com cada qual a ditar as suas regras e a tentar vencer a “corrida às máscaras” de proteção.

Apontando que nas duas cimeiras já celebradas em outubro os chefes de Estado e de Governo da UE admitiram que é necessário cimentar a coordenação operacional entre os 27 e agir de forma célere e determinada, Charles Michel defendeu que esse é, cada vez mais, o caminho que deve ser seguido, pois todos estão “no mesmo barco”.

“E é com isto em mente que vão ter início encontros regulares dos membros do Conselho Europeu, com o primeiro a ter lugar por videoconferência na quinta-feira 29 de outubro. O senso comum ordena que, mais do que nunca, atuemos na Europa como um, através da unidade e solidariedade”, conclui o presidente do Conselho Europeu.

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Vista Alegre volta aos lucros no terceiro trimestre. Vendas online disparam

Vista Alegre registou resultados líquidos positivos de um milhão de euros no terceiro trimestre, período em que as vendas cresceram 24%.

As vendas da Vista Alegre cresceram 24% no terceiro semestre do ano, alcançando um total de 33,2 milhões de euros. Face a este aumento nas vendas, incluindo as feitas online, a empresa registou lucros de um milhão de euros. Apesar do resultado positivo neste período, no acumulado do ano apresenta perdas de 2,3 milhões de euros.

“No terceiro trimestre de 2020, num contexto ainda não estabilizado, os resultados do Grupo Vista Alegre evidenciaram uma notável capacidade de recuperação, face ao segundo trimestre, onde o efeito da pandemia teve um impacto negativo muito expressivo na atividade”, diz a empresa em comunicado enviado à CMVM.

“Os resultados consolidados referentes ao terceiro trimestre de 2020 do Grupo Vista Alegre revelaram um desempenho acima do terceiro trimestre de 2019, com o volume de negócios de 33,2 milhões de euros (24% acima face ao mesmo período de 2019), um EBITDA de 6,1 milhões de euros (12% acima face ao mesmo período de 2019) e um resultado líquido positivo de um milhão de euros“, refere.

As vendas cresceram 24% no terceiro trimestre. “Só no mês de setembro o volume de negócios foi de 11,4 milhões de euros, superando em cerca 13% o período homólogo (10,1 milhões de euros)”.

A Vista Alegre nota que “no canal de retalho, assistiu-se neste último trimestre a um aumento do consumo, que influenciou positivamente o crescimento das vendas nas lojas. De realçar a evolução muito positiva do canal online que cresceu 122% nos primeiros nove meses de 2020 face ao mesmo período do ano anterior”.

No acumulado do ano, as vendas ascenderam a 75,8 milhões de euros. Registou-se um bom desempenho das exportações, que cresceram 8,4 pontos percentuais em relação ao período homólogo. Os mercados externos representam 82,4% do volume de negócios, atingindo os 62,4 milhões de euros.

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Startup de Famalicão cria sapatilhas com borra de café e borracha reciclada

  • Lusa
  • 27 Outubro 2020

Startup cria sapatilhas sapatilhas vegan produzidas a partir de borras de café, borracha reciclada e fibras naturais de coco e de ananás.

Uma startup de Vila Nova de Famalicão criou umas sapatilhas sapatilhas vegan produzidas a partir de borras de café, borracha reciclada e fibras naturais de coco e de ananás, anunciou esta terça-feira o município.

Em comunicado, aquela autarquia do distrito de Braga acrescenta que se trata de um produto para um público com consciência ambiental, mas que simultaneamente aprecia o design e o conforto.

As sapatilhas foram criadas pela Re-Coffee, um projeto de jovens empreendedores iniciado em Vila Nova de Famalicão a partir de uma “epifania” de Rui Monteiro, estudante de Engenharia de Materiais na Universidade do Minho.

Rui Monteiro já trabalha na direção de qualidade de uma empresa, a mesma que lhe deu a oportunidade para passar as suas ideias para a prática.

“Não foi um processo fácil. Foi preciso perceber como secar e esterilizar as borras para neutralizar a substância, mas descobri um mundo de possibilidades”, refere Rui Monteiro, citado no comunicado.

O projeto Re-Coffee foi implementado em outubro de 2019, com o lançamento da primeira linha de sapatilhas feita através do reaproveitamento da borra do café e de borracha reciclada, aliando-se a outros materiais reciclados ou recicláveis.

O revestimento da sapatilha é feito através da tal matéria-prima nova desenvolvida por Rui Monteiro e batizada de “coffee leather”, combinando 50% de borra de café e 50% de borracha reciclada.

A sola possui 30% de borra de café e 70% de borracha reciclada.

São borras de cerca de 33 cafés expressos em cada par de sapatilhas, que estão à venda no Facebook e Instagram da Re-Coffee e no site da Etsy.

O pioneirismo da marca valeu-lhe já o reconhecimento municipal, com a atribuição do selo Famalicão Visão 25, na categoria Famalicão Made IN.

O presidente da Câmara, Paulo Cunha, elogiou a iniciativa, sublinhando que aplica “de forma sublime a tese da economia circular, caminhando para o ideal de eliminação total de resíduos no processo produtivo”.

O autarca manifestou ainda orgulho por ver germinar no concelho “um projeto com este rasgo empreendedor, por gente jovem e criativa”.

A coleção Kaffa Line é unissexo e Rui Monteiro assegura que, com dois anos e “muito uso”, as sapatilhas “ainda cheiram a café”.

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Poupança: “Não deveria haver fiscalidade diferente em função do produto, mas antes em função do fim”

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  • 27 Outubro 2020

Joaquim Rodrigues Silva, diretor do Centro de Competências Jurídico Financeiro da DECO Proteste, fala dos desafios futuros das pensões de reforma e algumas das soluções alternativas ao atual sistema.

O atual sistema de pensões de reforma português baseia-se no princípio da solidariedade intergeracional, ou seja, depende da renovação da população ativa. De acordo com Joaquim Rodrigues Silva, diretor do Centro de Competências Jurídico Financeiro da DECO Proteste, há uma série de fatores que põe em causa o futuro deste modelo, nomeadamente a baixa taxa de natalidade.

Há, contudo, soluções alternativas que podem contribuir para tornar o modelo da Segurança Social mais sustentável. Este é um dos temas que estará em debate na web conference “A Evolução Demográfica Portuguesa e o Futuro das Pensões de Reforma”, que a Proteste Investe organiza, em parceria com o ECO, amanhã e quinta-feira, pelas 16h30 e a qual pode desde já acompanhar registando-se.

Em jeito de antecipação, Joaquim Rodrigues Silva, um dos oradores da conferência, explica alguns dos elementos-chave que estarão em discussão no debate.

Em 2019, o Governo de António Costa referiu que “o horizonte de sustentabilidade do sistema previdencial melhorou 11 anos desde 2015”. Ainda assim, o futuro das pensões de reforma continua em risco?

Os riscos não desaparecem, embora possam ser mitigados conjunturalmente. É sabido que o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) tem tido um bom desempenho, mas também é verdade que não é imune às crises financeiras que temos atravessado. E a que atravessamos evidenciou que mesmo uma boa “almofada” tem os seus limites. O acréscimo de sustentabilidade que o FEFSS aporta ao atual sistema de segurança social tende a ser prejudicado pela crise e por um aumento significativo do desemprego com a consequente diminuição das contribuições da população ativa.

Dito isto, todas as medidas que reduzam os riscos da sustentabilidade da segurança social são meritórias, naturalmente. Contudo, e no final, o modelo que temos ainda depende da renovação da população ativa. Ora é neste domínio que as notícias não são as melhores. Estruturalmente, temos uma taxa de natalidade baixa e, pelo menos atualmente, não conseguimos compensá-la por via da imigração.

Se a isto somarmos o aumento consistente da longevidade e a diminuição da população ativa, facilmente percebemos que haverá sempre interrogações sobre o futuro das pensões de reforma.

"De um ponto de vista estrutural, julgamos que a repartição da poupança entre o pilar do Estado (em especial para fazer frente às pensões de quem tem uma situação financeira mais desfavorável), o pilar das empresas e o dos particulares será a chave para um sistema mais equilibrado.”

Joaquim Rodrigues Silva

Diretor do Centro de Competências Jurídico Financeiro da DECO Proteste

Além dos desafios demográficos, em que medida a crise económica provocada pela pandemia afeta o nosso modelo da Segurança Social?

Para além dos efeitos quanto ao FEFSS, a crise económica atual atinge diretamente o outro fator determinante do nosso modelo de segurança social, a criação/existência de emprego. Como é sabido, são as contribuições diretas para a Segurança Social que devem alimentar em primeira linha o sistema. Menos empresas e trabalhadores a descontarem, significa uma maior pressão sobre o financiamento e os mecanismos de compensação. Aliás, é cada vez mais comum a discussão sobre que papel os impostos podem desempenhar neste desafio, assumindo que o financiamento direto não será suficiente. O que traz outros desafios, a começar por identificar que impostos devem ter esse papel.

Que alternativas existem ao atual modelo?

Não havendo uma inversão dos problemas que mencionei anteriormente, parte da solução terá de passar por um maior investimento das empresas e dos particulares. De um ponto de vista estrutural, julgamos que a repartição da poupança entre o pilar do Estado (em especial para fazer frente às pensões de quem tem uma situação financeira mais desfavorável), o pilar das empresas e o dos particulares será a chave para um sistema mais equilibrado.

Estes dois pilares podem ajudar a compensar a quebra de rendimentos que ocorre no momento da passagem para a reforma, dado o menor valor, face ao último salário, das pensões de reforma que são atribuídas pelo sistema previdencial da segurança social. Contudo, atualmente ainda abrangem apenas uma percentagem muito reduzida da população ativa portuguesa.

Por exemplo, os fundos de pensões são ainda raros nas pequenas e médias empresas, mas são claramente uma forma de envolvimento das empresas e trabalhadores na construção de soluções complementares de reforma. É certo que representa um esforço adicional para ambos, mas também produz benefícios recíprocos. Para os cidadãos que ainda tenham alguma margem de poupança, a subscrição de um PPR é a opção mais óbvia em Portugal.

Uma das ideias que mais se defende é a mudança de mentalidade para iniciar a poupança para a reforma o mais cedo possível. Que tipo de produtos existe em Portugal para sermos bem-sucedidos nessa missão?

Os PPRs (sob a forma de seguro ou de fundo), os certificados de reforma e os fundos de pensões são os produtos que imediatamente nos surgem como opções. E tal deve-se não só às suas óbvias designações, como também ao tratamento fiscal de que são alvo. Estes produtos oferecem benefícios fiscais à entrada e uma tributação mais favorável à saída, o que não acontece com ofertas similares no mercado, como é o caso de fundos de investimento “normais” ou depósitos a prazo, por exemplo.

Aliás, a Proteste Investe tem reivindicado a revisão deste modelo. A nosso ver, não deveria haver fiscalidade diferente em função do produto, mas antes em função do fim, o que permitiria alargar o leque de opções de investimento para o consumidor. Note-se que um PPR tem uma taxa de imposto de 8% sobre o rendimento (desde que respeitadas as condições legais de resgate) contra 28% dos demais produtos financeiros como os tais fundos “normais” ou os depósitos a prazo.

Um aspeto que também apontamos como importante neste domínio é saber escolher e saber acompanhar. Existem centenas de PPRs no mercado português. Porém, as diferenças de desempenho são abissais, criando diferenças significativas na rentabilidade, o que se refletirá no montante a resgatar na altura da reforma. É importante selecionar um bom PPR e saber quando transferir se, entretanto, outras entidades gestoras apresentarem melhores resultados consistentemente.

Além disso, o tipo de PPR também deverá mudar ao longo da vida: inicialmente, um com maior risco e potencial de rendimento e, mais perto da idade de reforma, deve transferir para um de capital garantido para não correr o risco de perder o montante acumulado ao longo de anos.

"A principal batalha que vencemos está relacionada com a limitação das comissões de transferência de PPRs e fundos de pensões. Durante muito tempo, era comum as entidades gestoras cobrarem 5% ou mais sobre o montante transferido, o que se traduzia num forte obstáculo à concorrência.”

Joaquim Rodrigues Silva

Diretor do Centro de Competências Jurídico Financeiro da DECO Proteste

Com que idade devemos iniciar essa poupança?

O mais cedo possível e fazê-lo com regularidade. A duração do investimento tem um efeito tremendo na capitalização das entregas feitas. A título de curiosidade, a entrega de 100€ mensais a partir dos 30 anos para um PPR com a rentabilidade anual do fundo que elegemos como Escolha Acertada, significa potencialmente ter cerca de 250 mil euros no momento da reforma. Para quem conseguir começar aos 20, será o dobro. Isto, claro está, assumindo que as rentabilidades se mantinham.

De qualquer modo, qualquer idade é boa para começar. Apenas uma nota de atenção: quando se começa mais tarde, a menos de 10 anos da reforma, é preferível investir em produtos com capital garantido, por exemplo, num PPR sob a forma de seguro.

Quais os contributos que a Proteste Investe tem dado para se conseguir uma maior eficácia do mercado?

Diria que a principal batalha que vencemos está relacionada com a limitação das comissões de transferência de PPRs e fundos de pensões. Durante muito tempo, era comum as entidades gestoras cobrarem 5% ou mais sobre o montante transferido, o que se traduzia num forte obstáculo à concorrência.

Depois de muita insistência, conseguimos que começasse por ser limitada nos PPRs e, mais recentemente, nos fundos de pensões também. Deste modo, o consumidor passou a poder mudar livremente de produto, a selecionar de forma regular os produtos com melhor desempenho e ter a legítima expectativa de melhores rentabilidades.

Mas ainda há outros caminhos que estamos a percorrer e nos quais esperamos ter um desfecho idêntico. São disso exemplo a necessidade de uma maior transparência quanto a custos e rendimentos dos seguros PPR ou daqueles que estão sob a forma de unit linked; a uniformização das fichas técnicas dos vários produtos financeiros; ou, como já referi, um tratamento fiscal idêntico para produtos financeiros que não os mencionados, desde que orientados para a reforma.

De acordo com um recente estudo da Insurance Europe, mais de metade dos portugueses (53%) não têm capacidade financeira de poupar para a reforma. A que se deve esta situação e que soluções existem para revertê-la?

A dificuldade de poupança dos portugueses é um problema transversal e não apenas quando o objetivo é a reforma. Os rendimentos baixos são, obviamente, a principal causa e, quanto a este respeito, pouco se pode fazer no curto prazo.

Note-se, contudo, que a reflexão existe, independentemente de se conseguir ou não poupar. Num inquérito que realizámos este ano, procurámos saber a principal preocupação que suscita a reforma. Com mais de 50% de respostas, apontava-se a dúvida sobre quanto é que se irá receber no momento da reforma e, com cerca de 30%, surgia em segundo lugar a preocupação de como aumentar os rendimentos na reforma. Ou seja, os portugueses estão cientes de que irão ter um rendimento menor e querem fazer algo para o evitar.

O que podemos sugerir para mitigar a situação passa por não descurar a poupança regular, ainda que em montantes pequenos.

Por fim, há já alguns anos que alertamos para a necessidade do Estado estimular a poupança dos portugueses para o longo prazo. Por cá, PPR e seguros de capitalização são os únicos produtos financeiros que beneficiam de vantagem fiscal se aplicados por prazos longos, mas, insisto, achamos que esse benefício se deveria estender a outros produtos de forma a estimular a poupança de longo prazo.

Registe-se e acompanhe a conferência online A Evolução Demográfica Portuguesa e o Futuro das Pensões de Reforma, dias 28 e 29 de outubro, pelas 16h30.

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Contra o Bloco, marchar, marchar. Os quatro recados de Costa a Catarina Martins

No primeiro dia de discussão do Orçamento do Estado para 2021, o primeiro-ministro deixou alguns recados e críticas ao Bloco de Esquerda, que já anunciou que vai votar contra a proposta do Executivo.

No primeiro dia de discussão da proposta do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), António Costa não perdeu a oportunidade de responder ao Bloco de Esquerda, defendendo-se das acusações que a esquerda tem feito ao Governo. Desde o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ao apoio social, o primeiro-ministro aproveitou a ida ao Parlamento para deixar alguns recados aos bloquistas.

Para António Costa, a proposta de OE para 2021 trata-se de um documento que “responde aos objetivos a que o Governo se propõe: combater pandemia com reforço sem precedentes do SNS, proteger solidariamente os que mais duramente foram atingidos pelas consequências economias e sociais e apoiar economia e emprego, incrementando investimento publico, com prioridade para emprego”.

E em pouco mais de uma hora de debate, deixou vários recados ao partido liderado por Catarina Martins.

Os mais de 12 mil milhões de euros para o SNS

António Costa começou o seu discurso tocando naquele que tem sido o tema mais central das negociações com o Bloco de Esquerda: o reforço do SNS. “Após o crescimento faseado do orçamento do SNS entre 2015 e 2019, depois de aumento histórico de 850 milhões de euros, logo seguido de reforço extraordinário de mais 400 milhões no suplementar, propomos um novo aumento de 805 milhões de euros no orçamento do SNS para 2021”, disse o primeiro-ministro esta terça-feira. O SNS terá um “total de 12.100 milhões de euros, ou seja quase tanto como chamada bazuca europeia”.

O primeiro-ministro adiantou que haverá “um reforço, em termos líquidos, de mais 4.200 profissionais para o SNS e a contratação de 260 para o INEM, mas também a possibilidade de se dispor dos recursos necessários para continuar a aumentar a capacidade de testagem e adquirir as ansiadas doses de vacina, que se espera poderem estar disponíveis no próximo ano”.

E acrescentou que será criado um “subsídio extraordinário de 20% do salário, até ao limite de 219 euros, para todos os médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, assistentes técnicos e operacionais e outros profissionais de saúde que estão em contacto direto com os doentes” infetados.

As medidas de proteção social

O chefe de Governo defendeu também que a proposta de OE2021 “prevê um conjunto de medidas de proteção social que o diálogo que o Executivo tem mantido com o BE, o PCP, o PAN e o PEV permitiu aprofundar”. E usou como exemplos “a dignificação estrutural da proteção no desemprego para quem ao longo da vida descontou sobre o seu salário, com o aumento do limite mínimo do subsídio de desemprego para um montante que será sempre superior ao limiar da pobreza, ou seja, 504 euros”.

Neste ponto, António Costa apontou também “a majoração do subsídio social de desemprego para o valor do limiar de pobreza, por forma a mitigar os efeitos da pobreza entre os desempregados”, assim como a “criação de uma nova prestação social extraordinária que protege do risco de pobreza os trabalhadores por conta de outrem — não cobertos pelo subsídio de desemprego ou pelo subsídio social de desemprego — trabalhadores independentes, trabalhadores do serviço doméstico, trabalhadores informais e sócios gerentes de microempresas”.

Acusa Bloco de “marchar” com a direita

“A posição do PS é clara e totalmente coerente com as opções assumidas nestes cinco anos de governação. As posições do PCP, do PAN, do PEV, das deputadas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues são também muito claras e mostram que há quem não desista de encontrar soluções para a crise que enfrentamos“, disse António Costa, numa crítica ao BE que já adiantou que vai votar contra a proposta do OE2021.

No mesmo debate, o primeiro-ministro deixou ainda fortes acusações ao Bloco, acusando o partido liderado por Catarina Martins de se aliar à direita. “Não vale a pena tenta polarizar entre nós o debate, porque a alternativa que se apresenta não é a que o OE apresenta e a que o BE vai votar contra, mas sim a que o Governo apresenta e a que a direita apresenta”, afirmou António Costa.

O primeiro-ministro faz também referência ao Bloco de Esquerda, apontando que é possível defender que se pode ser mais “ousado”, mas “não é possível pretender querer ir mais longe ou mais rápido por este caminho, juntando-se agora à direita que marcha em sentido oposto“.

Dirigindo-se a Catarina Martins, disse que “a alternativa é entre aqueles como o PS que vão votar favor e outros partidos à esquerda como PCP, PEV, a deputada Joacine Katar Moreira, e ambientalistas do PAN ou a deputada Cristina Rodrigues que, entendendo que é necessário avançar no sentido de superar a situação, não desertam da esquerda para se juntarem à direita, mas viabilizam o OE na especialidade“.

“Cada um é livre” de escolher se vota como a esquerda

No momento de o CDS falar, Telmo Correia questionou Costa se este já tinha percebido que o modelo político da geringonça estava a acabar. E sobre a forma como o OE será viabilizado, notou que este “está preso por uma dissidente de um partido radical e uma dissidente de um partido animalista”.

Em resposta, o primeiro-ministro defendeu que “a democracia é, por natureza ,um regime do compromisso e da negociação” e perguntou de volta: “Qual foi a vez que CDS chegou a Governo porque ganhou eleições?”, referindo que “é vantajoso para a democracia que não haja bloco central”.

Quanto à decisão do Bloco em votar contra o OE, António Costa diz que não sabe se “é mais ou menos irrevogável do que a decisão do CDS de abandonar o PSD”, referindo-se a declarações de Paulo Portas quando fez parte do Governo. E acrescentou ainda que “cada um é livre de se autodeterminar, mas a responsabilidade é de cada um”.

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Portugueses guardaram mil euros nos cofres da Revolut em ano de pandemia

Nos primeiros dez meses do ano, mais de 25 mil portugueses transferiram cerca de 27 milhões de euros para os cofres da Revolut.

Durante este ano, os portugueses guardaram, em média, mil euros nos cofres da Revolut, uma média de 100 euros por mês, revela a fintech que conta com mais de meio milhão de clientes em Portugal.

“À data de hoje, mais de 25 mil portugueses tinham cofres ativos, onde guardavam cerca de 12 milhões de euros, mas só este ano já movimentaram mais de 27 milhões de euros através dos mais de 50 mil cofres criados. O valor compara com 11,5 milhões de euros guardados em 23 mil cofres, em igual período do ano passado“, avança a Revolut em comunicado.

O euro é a moeda dominante nos cofres nacionais, mas os Portugueses estão também a guardar libras (cerca de 700 mil euros), dólares (350 mil euros) e Bitcoin (o equivalente a cerca de 150 mil euros), distribuindo-se o restante valor por mais de 30 moedas diferentes.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), devido à incerteza criada pela pandemia da Covid-19, os portugueses estão a poupar mais. Segundo os dados divulgados a taxa de poupança disparou de 10,6% nos meses de abril a junho de 2019, para 22,6% no mesmo trimestre deste ano. A poupança está a ser canalizada para vários produtos, tipicamente mais conservadores, como os depósitos. A Revolut confirma e verifica “um aumento substancial no volume de dinheiro reservado nos Cofres da Revolut”.

De acordo com a Revolut, os cofres são a “forma mais fácil de colocar de parte dinheiro e funciona como um “porquinho mealheiro” digital. A fintech londrina explica que é possível reservar dinheiro de três formas: transferência pontual, recorrente ou arredondamento de trocos. “O dinheiro que os utilizadores economizam nos seus Cofres pessoais não é mexido, independentemente da utilização do cartão Revolut, e é sempre possível resgatar instantaneamente o valor para a conta principal.

A nível global, os clientes da Revolut já criaram mais de quatro milhões de cofres, estando neste momento ativos mais de dois milhões. A análise permite ainda perceber que os clientes da fintech de maior crescimento na Europa estão a reservar este dinheiro para poupanças genéricas ou férias.

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Galp Energia tomba 4,5% e arrasta PSI-20 para mínimos de maio

Depois de terem sido conhecidos os prejuízos da petrolífera liderada por Carlos Gomes, o Credit Suisse cortou o preço-alvo das ações para 13,40 euros.

A Galp Energia continua a pesar na bolsa de Lisboa, pela segunda sessão consecutiva. A petrolífera reage ainda à apresentação de resultados e atira o PSI-20 para o valor mais baixo desde meados de maio. O índice de referência nacional caiu 1,83% para 3.977,43 pontos, num dia de perdas expressivas para a generalidade das praças europeias.

A petrolífera liderada por Carlos tombou 4,5% para 7,40 euros por ação, em mínimos de 11 anos. A queda prolonga a tendência da última sessão após ter comunicado ao mercado que registou prejuízos de 45 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que compara com lucros de 403 milhões no mesmo período de 2019.

Depois de terem sido conhecidos estes dados, o Credit Suisse cortou o preço-alvo das ações para 13,40 euros (contra o anterior target de 13,70 euros). Ainda assim, manteve o nível outperform. A petrolífera foi, assim, a cotada que mais caiu no PSI-20. A pesar no índice estiveram ainda a Altri (-4,26%), a Nos (-3,45%) ou a Navigator (-3,23%).

O BCP caiu 2,19% para 0,0728 euros, no dia em que foi tornado público que os lucros da unidade na Polónia caíram 75% nos primeiros nove meses do ano, fixando-se em 132 milhões de zlótis (29,8 milhões de euros). Em sentido contrário, só a Ibersol, Novabase e Mota-Engil fecharam no verde.

(Notícia atualizada)

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Défice atinge os 5,2 mil milhões de euros até setembro

O défice orçamental atingiu os 5.179 mil milhões de euros até setembro, de acordo com o Ministério das Finanças, melhorando face ao défice de 6,1 mil milhões de euros até agosto.

O Estado português registou um défice de 5.179 milhões de euros em contabilidade pública até setembro, o que representa uma melhoria face aos dados até agosto em que o défice estava nos 6,1 mil milhões de euros. Apesar da melhoria face ao mês anterior, o défice orçamental continua bastante acima face ao excedente do ano anterior, piorando em 7.767 milhões de euros em termos homólogos. Os dados foram divulgados pelas Finanças esta terça-feira em antecipação do boletim da Direção-Geral do Orçamento (DGO) que é publicado ao final da tarde.

“A execução orçamental em contabilidade pública das Administrações Públicas (AP) registou até setembro um défice de 5.179 milhões de euros, um agravamento resultante da pandemia de 7.767 milhões de euros face ao período homólogo”, revela o gabinete de João Leão. Até setembro do ano passado, o Estado registou um excedente orçamental de 2.542 milhões de euros em contabilidade pública.

Este valor até setembro representa uma diminuição relativamente aos 6.147 milhões de euros até agosto e os 8.332 milhões de euros até julho, o que sinaliza uma redução gradual do défice ao longo do ano após o impacto inicial da pandemia a partir de abril.

As Finanças revelam que o défice resulta do aumento de 5,2% da despesa pública, em virtude dos apoios públicos, e a queda de 6,9% da receita pública, principalmente por causa da quebra da atividade económica. “As medidas extraordinárias de apoio às famílias e empresas já justificam uma degradação adicional do saldo até setembro de, pelo menos, 3.005 milhões de euros“, adianta.

Lay-off simplificado custou 873 milhões de euros até setembro

Do lado da receita, a queda deve-se ao impacto da prorrogação das retenções na fonte (IRC e IRS) e pagamento do IVA, bem como da suspensão de execuções da receita e das medidas de isenção ou redução da taxa contributiva (-361 milhões de euros). No total, a receita fiscal desceu 8,3%, destacando-se a queda de 9,6% do IVA.

Além disso, há pelo menos 470 milhões de euros que foram perdidos na receita contributiva por causa da isenção de pagamento de TSU em medidas como o lay-off simplificado, apoio à retoma progressiva e o incentivo financeiro à normalização da atividade empresarial.

Do lado da despesa, o crescimento de 2.174 milhões de euros é explicada pelos 873 milhões de euros gastos com o lay-off simplificado, os 382 milhões de euros para a aquisição de equipamentos na saúde, os 410 milhões de euros para outros apoios suportados pela Segurança Social e os 170 milhões de euros para o incentivo extraordinário à normalização.

“A despesa primária cresceu 6,6%, influenciada pela significativa evolução da despesa da Segurança Social (+13,3%, +2.577 milhões de euros), dos quais cerca de 1.580 milhões de euros associados à Covid-19 que representam já 81% do orçamentado em sede de orçamento suplementar”, assinalam as Finanças.

A despesa com pessoal aumentou 3,4% até setembro, uma consequência da “conclusão do descongelamento das carreiras, destacando-se o aumento de 5,4% da despesa com salários dos professores”.

Relativamente ao Serviço Nacional de Saúde, o Ministério adianta também que registou-se uma redução de 291 milhões de euros nos pagamentos em atraso no SNS em setembro de 2020, face ao mesmo mês do ano passado, o que contribuiu para uma redução de 263 milhões de euros nos pagamentos em atraso no conjunto das administrações públicas.

Segurança Social com excedente em setembro

O Ministério do Trabalho e da Segurança Social anunciou esta terça-feira que o saldo global do subsetor da Segurança Social atingiu, em setembro, um excedente de 62,8 milhões de euros. “Este resultado representa uma variação positiva de 148,7 milhões de euros face a agosto, altura em que o saldo da Segurança Social era negativo em 85,9 milhões de euros”, assinala o gabinete de Ana Mendes Godinho em comunicado.

Contudo, face ao mesmo período do ano passado, o saldo do subsetor da Segurança Social encolheu 2.431,6 milhões de euros principalmente por causa da pandemia. Houve um aumento da despesa efetiva de 2.576,9 milhões de euros, “que se deve essencialmente às medidas extraordinárias adotadas para fazer face aos efeitos socioeconómicos da pandemia por Covid-19”, explica o Ministério.

(Notícia atualizada às 20h39 com o comunicado do Ministério do Trabalho e da Segurança Social)

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Só com orçamento aprovado não haverá “um cêntimo” público no Novo Banco, garante Costa

  • Lusa
  • 27 Outubro 2020

Primeiro-ministro garante que o Estado não emprestará “um cêntimo” ao Fundo de Resolução para Novo Banco no próximo ano.

O primeiro-ministro defendeu esta terça-feira que só a aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2021 garante que o Estado não emprestará “um cêntimo” ao Fundo de Resolução para Novo Banco no próximo ano, em resposta ao PSD.

No arranque do debate na generalidade da proposta orçamental no parlamento, o presidente do PSD, Rui Rio, optou por questionar Costa sobre dois temas não abordados pelo primeiro-ministro na sua intervenção inicial, a TAP e o Novo Banco, que considerou “nevrálgicos” para os próximos anos.

Segundo o contrato de compra e venda do Novo Banco, este pode pedir ainda 900 milhões de euros ao Estado para o compensar as perdas. Este orçamento prevê apenas 477 milhões de euros”, afirmou.

Rui Rio questionou então o primeiro-ministro como agirá se o Novo Banco chegar a meio do ano e vier a pedir os 900 milhões de euros ainda previstos no contrato.

“Paga, mesmo antes de se concluir a auditoria do Tribunal de Contas que nos vai dizer se as perdas que pagámos eram justas ou fabricadas? E se sim como faz, já que já não tem dinheiro no Orçamento do Estado?”, perguntou.

António Costa remeteu a resposta para a decisão do parlamento sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2021.

“Se o OE para 2021 for aprovado, há duas garantias: o Estado não emprestará um cêntimo ao Fundo de Resolução. Segundo, o Fundo de Resolução não pode injetar mais do que esses 400 e tal milhões de euros no Novo Banco”, defendeu Costa.

Por outro lado, acrescentou, se o documento for rejeitado manter-se-á um regime de duodécimos do Orçamento do Estado de 2020, “quer permite que o Estado empreste ao fundo de resolução 800 milhões de euros”.

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Costa afirma que SNS vai dispor de mais de 12 mil milhões

  • Lusa
  • 27 Outubro 2020

Primeiro-ministro afirmou que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a proposta de Orçamento para 2021, vai dispor de um total de 12,1 mil milhões de euros.

O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com a proposta de Orçamento para 2021, vai dispor de um total de 12,1 mil milhões de euros, defendendo ainda que serão reforçados os apoios sociais.

A saúde foi o primeiro tema do discurso proferido por António Costa na abertura do debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2021 – área que, no plano político, constituiu um dos principais focos de divergência entre o Governo e o Bloco de Esquerda nas negociações para a viabilização da proposta orçamental do executivo.

Apesar de os bloquistas já terem anunciado o voto contra na generalidade, o líder do executivo falou de avanços alcançados nestas negociações com o PCP, PAN, PEV e também com o Bloco de Esquerda.

“Após um crescimento faseado de 1,4 mil milhões de euros do Orçamento do SNS entre 2015 e 2019, depois de um aumento histórico de 850 milhões de euros da dotação inicial de 2020, logo seguido de um reforço extraordinário de mais 400 milhões no Orçamento Suplementar aprovado em julho, propomos agora um novo aumento de mais de 805 milhões de euros do orçamento do SNS para 2021, que assim disporá de um total de 12,1 mil milhões de euros”, referiu.

António Costa disse que haverá “um reforço, em termos líquidos, de mais 4.200 profissionais para o SNS e a contratação de 260 para o INEM, mas também a possibilidade de se dispor dos recursos necessários para continuar a aumentar a capacidade de testagem e adquirir as ansiadas doses de vacina, que se espera poderem estar disponíveis no próximo ano”.

“O Governo vai criar um subsídio extraordinário de 20% do salário, até ao limite de 219 euros, para todos os médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, assistentes técnicos e operacionais e outros profissionais de saúde que estão em contacto direto com os doentes Covid-19. Por outro lado, temos de reforçar a proteção social de todos os que, como efeito direto da pandemia ou das medidas de combate à sua propagação, perderam o emprego, sofrem quebras abruptas da sua atividade ou são vítimas das múltiplas formas de desregulação das relações de trabalho que minam a nossa coesão social, de modo a garantir que não deixamos ninguém para trás”, disse, aqui numa alusão ao novo apoio social – outra medida que está na base das divergências entre Governo e Bloco de Esquerda..

O primeiro-ministro defendeu mesmo que a proposta de Orçamento “prevê um conjunto de medidas de proteção social que o diálogo que o executivo tem mantido com o BE, o PCP, o PAN e o PEV permitiu aprofundar”, dando como exemplos “a dignificação estrutural da proteção no desemprego para quem ao longo da vida descontou sobre o seu salário, com o aumento do limite mínimo do subsídio de desemprego para um montante que será sempre superior ao limiar da pobreza, ou seja, 504 euros”.

Neste ponto, o líder do executivo, apontou também “a majoração do subsídio social de desemprego para o valor do limiar de pobreza, por forma a mitigar os efeitos da pobreza entre os desempregados”, assim como a “criação de uma nova prestação social extraordinária que protege do risco de pobreza os trabalhadores por conta de outrem – não cobertos pelo subsídio de desemprego ou pelo subsídio social de desemprego – trabalhadores independentes, trabalhadores do serviço doméstico, trabalhadores informais e sócios gerentes de micro empresas”.

Já em resposta às críticas do PSD, o primeiro-ministro contrapôs que o Governo prossegue “a estratégia de apoio às empresas, desde logo, na manutenção dos postos de trabalho, através das medidas de apoio ao emprego e à retoma, com um custo estimado superior a 900 milhões de euros no próximo ano”.

“Apoio às empresas, também, na eliminação do agravamento das tributações autónomas para as pequenos e médias empresas que em 2020 tenham prejuízos, bem como no prolongamento do crédito fiscal ao investimento, para que as empresas não tenham de adiar os seus projetos de modernização ou expansão. E ainda na extensão da moratória sobre os créditos bancários e na promoção de novas linhas de crédito com garantias de Estado até ao montante de seis mil milhões de euros”, acrescentou.

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Rio acusa Governo de “enterrar” dinheiro na TAP. “TAP não pode falir”, diz Costa

"TAP não pode falir, é essencial ao desenvolvimento económico do país, tem de servir país todo", diz o primeiro-ministro.

António Costa rejeita as críticas do líder da oposição, Rui Rio de que a TAP é um buraco onde está a ser enterrado dinheiro dos contribuintes. Na sessão parlamentar que arranca o debate sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2021, o primeiro ministro diz que o país não pode deixar cair a companhia aérea.

A questão da TAP é “política”, segundo Costa, que respondia ao presidente dos social-democratas. “A TAP não pode falir, é essencial ao desenvolvimento económico do país, tem de servir país todo“, sublinhou o primeiro-ministro.

O Executivo espera que a companhia aérea venha a precisar da totalidade do apoio público previsto, de 1.200 milhões de euros, ainda este ano, mas admitiu no OE 2021 que há incerteza sobre as necessidades no próximo ano. Por isso, pôs de lado mais 500 milhões de euros para garantias de Estado.

Estes apoios, aprovados pela Comissão Europeia, serão acompanhados de um plano de reestruturação — incluindo despedimentos de 1.600 trabalhadores –, que ainda terá de ser entregue em Bruxelas.

Rio questionou Costa sobre a TAP já ter recebido parte do dinheiro antes de se conhecer este plano. “O Governo está de acordo com isto?”, perguntou, afirmando que o Executivo vai por este custo às “costas dos contribuintes”. “Para quando é que temos plano de reestruturação da TAP?”, questionou ainda. Costa respondeu que o plano de reestruturação da TAP estará em dezembro e desafiou o líder do PSD a decidir o que quer para a companhia aérea: se quer “deixar cair ou não a TAP”?

(Notícia atualizada às 16h10)

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Portugueses esperam transformações positivas no pós-pandemia

Os portugueses estão moderadamente otimistas e esperam que o impacto da pandemia, na proteção da saúde ou na sustentabilidade, se transformem em mudanças positivas no futuro, revela estudo.

O “Observatório de Tendências”, um estudo desenvolvido pelo Grupo Ageas Portugal e a Eurogroup Consulting Portugal, revela que os portugueses têm um nível de otimismo moderado face ao momento que estamos a viver e demonstram vontade de ver efeitos positivos nas transformações geradas pela pandemia, nomeadamente na proteção da saúde, na alimentação mais saudável, no consumo mais sustentável e no uso da tecnologia.

Numa perspetiva, essa confiança aumenta, principalmente para os homens, revela o inquérito. O estudo teve como ponto de partida a resposta à pergunta “Como é que a crise sanitária e económica que enfrentamos influenciará o consumo, hábitos de vida e de trabalho de cada um de nós?”, e reuniu respostas de 1.744 pessoas inquiridas entre 9 e 23 de setembro de 2020.

Portugueses querem mudanças no pós-pandemia

De acordo com as respostas dos inquiridos, o estudo revela oito grandes tendências: o desejo de sonhar, uma maior consciência e solidariedade, receio e antecipação de transformações positivas, solidariedade, preocupação com a saúde, transformação no mundo do trabalho e, por fim, o aparecimento do novo conceito de casa como o centro do mundo.

Estudos revelam que os portugueses entre os mais pessimistas da União Europeia relativamente à recuperação económica no pós-pandemia, mas o Observatório de Tendências refere-se a um “otimismo moderado” dos portugueses face ao contexto atual. Numa escala de 0 a 10, os portugueses demonstram um nível de otimismo moderado — com uma média de 6,11 — face ao momento que estamos a viver.

Numa perspetiva futura, o otimismo aumenta (uma média de 6,30 pontos), com os homens a verem um futuro com mais confiança do que as mulheres. Ainda assim, este nível de otimismo fica aquém da média dos países da América do Sul (6,43) e da Europa do Norte (6,78).

Cerca de metade (52%) dos inquiridos portugueses responde também que está adaptado ao contexto da pandemia, contra os 42% que referem “estar desconfortáveis” e os 25% que dizem “ter muitas dúvidas”.

No que diz respeito ao pós-pandemia, o inquérito revela que 32% dos inquiridos admite que a saúde passou a estar no topo das suas preocupações para os próximos meses, a par da redução de rendimentos (21%) e o risco de violência/conflitos sociais (19%). A incerteza laboral (12%) e a educação das crianças (10%) encontram-se logo a seguir. Neste contexto, apenas 4% dos inquiridos referiu não ter qualquer receio.

Saúde e sustentabilidade no topo das prioridades

De acordo com o “Observatório de Tendências”, as principais transformações positivas que os inquiridos esperam ver evoluir no futuro são a proteção na área da saúde, uma alimentação mais saudável e o consumo de produtos locais e ainda o apoio da tecnologia. Metade dos inquiridos defende que o Governo deve focar-se na saúde em primeiro lugar, seguindo-se a equidade e justiça, o crescimento e o ambiente.

“Em resumo, e apesar de ser um momento de muitas dúvidas, no qual as pessoas se encontram num estado de adaptação ainda parcial, o momento de crise pandémica que estamos a atravessar desperta uma série de aspirações para transformações positivas, que tocam dois níveis. O primeiro, da camada mais profunda dos indivíduos, nomeadamente os seus valores, as suas prioridades e necessidades (…)”

“O segundo da camada dos comportamentos sociais, essencialmente, a casa como centro das nossas vidas, o consumo mais racional e mais consciente, a relação com o ambiente e uma prática mais sistemática de gestos para a sustentabilidade e a transformação duradoura do trabalho, apoiada na tecnologia e no desenvolvimento de competências”, lê-se no comunicado.

O confinamento parece estar a abrir caminho para um comportamento mais sustentável, já que 50% dos inquiridos afirma ter feito alterações estruturais no que diz respeito à reciclagem, reutilização e redução do consumo e do uso de plástico. A compra de carro foi a decisão mais frequentemente adiada, tal como como a compra de casa, refere o estudo.

Questionados sobre o comportamento coletivo durante este período, dois terços dos inquiridos consideram que o tempo de confinamento gerou um movimento positivo de responsabilidade e de ajuda mútua. Por outro lado, 34% da camada mais jovem considera que houve irresponsabilidade e mais comportamentos individualistas.

Ao longo do período de confinamento, os inquiridos revelam ter sentido falta de encontros com a família e amigos (26%), de viagens (15%) e atividades culturais (13%). Cuidar da família é o fator mais importante para 26% dos inquiridos, assim como a melhoria do estilo de vida (20%) e os encontros sociais (19%).

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