Portugal adia reembolso de 983 milhões de euros em dívida para 2028 e 2034

Ao fazer esta troca de dívida, a agência liderada por Cristina Casalinho tenta aliviar os reembolsos previstos para os anos de 2022 e 2024, atirando para mais tarde esta responsabilidade.

O Tesouro português atirou 983 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) para daqui a sete e 13 anos, numa operação de troca de dívida. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) recomprou, em troca, o mesmo montante em títulos que venciam em 2022 e 2024 com o objetivo de estender os prazos de reembolsos.

O IGCP colocou 671 milhões de euros em OT com maturidade em 17 de outubro de 2028, bem como 312 milhões de euros em títulos com prazo em 18 de abril de 2034. Em contrapartida, recomprou 501 milhões de euros em OT que venciam em outubro de 2021 e 482 milhões de euros em OT com prazo em fevereiro de 2024.

Com a troca de dívida, a agência liderada por Cristina Casalinho tenta aliviar os reembolsos previstos para os anos de 2022 e 2024, atirando para mais tarde (2028 e 2034) a responsabilidade de assumir essa devolução. Este ano, foi a primeira operação deste tipo, que tem sido comum na atual estratégia de gestão da dívida pública.

O IGCP tem aproveitado os baixos custos de financiamento para levar a cabo estas operações de troca de dívida que permitem ao país alisar os pagamentos aos mercados nos próximos anos e evitar a acumulação de reembolsos. Em mercado primário, o juro médio das emissões realizadas em 2021 situou-se em 0,8%, enquanto a yield a 10 anos, em mercado secundário, negoceia esta quarta-feira nos 0,402%.

O Tesouro devolveu, há duas semanas, ao mercado 8 mil milhões de euros em dívida, naquele que foi o maior reembolso de OT do ano e que continua o caminho de diminuição do montante da dívida mais cara que o Tesouro ainda tem em stock. No entanto, a pandemia obrigou o país a reforçar a procura de dívida no mercado. A partir de 2022, as OT a devolver aos investidores têm valores mais avultados, o que poderá explicar o recurso ao rollover.

(Notícia atualizada às 11h)

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Lucros do Deutsche Bank disparam para melhor resultado trimestral desde 2014

  • Lusa
  • 28 Abril 2021

Entre janeiro e março, o Deutsche Bank contabilizou um lucro de 1.002 milhões de euros, um número 23 vezes superior ao período homólogo. Trata-se do melhor registo desde 2014.

O Deutsche Bank contabilizou um lucro de 1.002 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, superior em 23 vezes ao do ano anterior em que se fixou em 43 milhões de euros, revelou esta quarta-feira ao banco alemão.

O lucro alcançado até março deste ano e o acréscimo observado (+ 2.230,2%) é justificado pelo Deutsche Bank em comunicado com o aumento dos proveitos na banca de investimento e à redução de provisões e custos.

Até março, o Deutsche Bank reduziu as provisões para empréstimos com pagamentos em atraso para 69 milhões de euros, o que representa uma queda de 86%, na comparação com igual período do ano passado.

A margem financeira, por sua vez, caiu 14% até março, para 2.801 milhões de euros, enquanto a margem não financeira aumentou 43% em termos homólogos, para 4.432 milhões de euros.

O presidente executivo, Christian Sewing, afirmou que os resultados do primeiro trimestre deste ano “são mais uma evidência de que o Deutsche Bank está no caminho certo nas suas quatro áreas de negócios, ao criar uma rentabilidade sustentável”.

O Deutsche Bank, que no final de março apresentou um rácio de capital sobre os ativos ponderados pelo risco de 13,7%, contra 12,8% em termos homólogos, realçou que atingiu o melhor lucro trimestral desde o primeiro trimestre de 2014, isto é, em sete anos.

Christian Sewing disse estar convicto de que o Deutsche Bank poderá atingir as metas estabelecidas para 2022.

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Governo vai cancelar projeto da mina de lítio em Montalegre da LusoRecursos

A licença para a concessão de mineração deverá ser "rejeitada devido a falta de profissionalismo" por parte da LusoRecursos, a empresa à qual o Governo concedeu o contrato de exploração em 2019.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, disse esta quarta-feira ao Politico que o Governo vai cancelar o polémico projeto de mineração de lítio na região de Montalegre, no norte de Portugal. “Neste momento vejo como muito improvável a possibilidade de termos uma mina de lítio em Montalegre”, disse o responsável em declarações ao Politico.

A licença para a concessão de mineração deverá ser “rejeitada devido à falta de profissionalismo” por parte da LusoRecursos, a empresa à qual o Governo concedeu o contrato de exploração em 2019. O ministro disse que a empresa submeteu um estudo de impacte ambiental “claramente insuficiente” e acrescentou ainda que não demorará muito até que “essa licença seja completamente cancelada”.

Já em dezembro de 2020, o presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, tinha dito em declarações ao ECO/Capital Verde que o projeto de exploração de lítio na região não iria avançar, um cenário que a Lusorecursos rejeitou totalmente na altura. “As informações que me chegam é que o nosso lítio não vai avançar”, disse o autarca, citando informações que lhe foram avançadas por fontes do setor mineiro, conhecedoras do processo, que garantiam que a qualidade do lítio que viria a ser extraído na Mina do Romano não viabilizaria o projeto.

Contactados nesta fase, nem o MAAC nem a LusoRecursos quiseram prestar declarações sobre o tema. Foi há mais de um ano, em janeiro de 2020, que a Lusorecursos Portugal Lithium entregou o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) à Agência Portuguesa do Ambiente para a mina de lítio em Montalegre, que confirma uma exploração mista e a construção de uma refinaria.

Informado pelo próprio Politico sobre o cancelamento iminente do projeto de 500 milhões de euros, o CEO da LusoRecursos, Ricardo Pinheiro, disse que a sua empresa irá avançar com uma “ação nos tribunais”. A LusoRecursos garante que poderiam ser extraídas do local até 30 milhões de toneladas de petalite de lítio, usadas depois em baterias para veículos elétricos e infraestruturas de armazenamento de energia renovável. A licitação da empresa para fazer o levantamento da área recebeu sinal verde há mais de uma década, mas a ideia só começou a ganhar forma em 2019, quando o governo assinou um contrato de concessão de direitos de exploração à LusoRecursos.

Ao mesmo tempo que o governo português parece ter desistido do projeto de lítio em Montealegre, diz o Politico, outro projeto de exploração de lítio está a avançar na região, segundo disse o próprio ministro português do Ambiente. Matos Fernandes confirmou que o projeto do grupo Savannah Resources do Reino Unido para desenvolver o projeto da mina Barroso de 680 hectares, perto da vila de Boticas, está agora em consulta pública sobre seu estudo de impacto ambiental.

“Sem poder prever os resultados” do estudo, Matos Fernandes disse aplaudir o profissionalismo da proposta da Savannah Resources, que entretanto chegou a acordo com a petrolífera portuguesa Galp Energia “relativamente a um proposta de investimento estratégico e aliança no campo de lítio em torno do projeto de Lítio da Mina do Barroso no norte de Portugal”.

O acordo prevê que a Galp obtenha uma participação de 10% nas subsidiárias portuguesas da Savannah que detêm a Mina do Barroso por 5,3 milhões de euros e no futuro vai ficar com metade do lítio ali extraído: cerca de 100 mil toneladas por ano. “Há uma grande diferença entre este promotor e a atitude relaxada demonstrada por outros.”

A Galp chegou igualmente a sondar a Lusorecursos para obter na mina de Montalegre a matéria-prima necessária para refinar na unidade industrial de Matosinhos, mas a empresa portuguesa de prospeção e exploração mineira no norte e centro de Portugal acabou por recusar o negócio por considerar que não se trata de um negócio rentável extrair o lítio da mina para depois o transportar para ser refinado a mais de 150 quilómetros de distância.

Em Montalegre, a exploração da mina de lítio em Morgade, no distrito de Vila Real, deveria efetuar-se primeiro a céu aberto, até à cota de cerca de 920 metros, e passando depois para túnel. Para além da exploração mineira, o projeto em Morgade (mina do Romano/Sepeda) inclui ainda a construção de uma refinaria. O EIA foi remetido a várias entidades como o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, a Direção-Geral do Património Cultural, a Direção-Geral de Energia e Geologia, o Laboratório Nacional de Energia e Geologia e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, que irão emitir parecer.

O contrato de concessão de exploração de lítio no concelho de Montalegre, assinado em março de 2019 entre o Governo e a Lusorecursos Portugal Lithium, tem estado envolto em polémica e uma das razões apontadas é o facto de a empresa ter sido constituída três dias antes da assinatura do contrato. Este contrato levou o ministro do Ambiente e Ação Climática e o secretário de Estado da Energia a uma audição parlamentar conjunta que decorreu no final de novembro de 2019.

Na audição parlamentar o ministro João Pedro Matos Fernandes disse que “só por estultice ou por má-fé se pode usar o argumento da juventude da empresa que assinou o contrato”, considerando “cristalino o cumprimento da lei” na concessão de lítio em Montalegre.

Por sua vez, o secretário de Estado João Galamba afirmou na altura que “teria cometido um crime” se tivesse revertido o despacho que aprovou a concessão da pesquisa e exploração de lítio em Montalegre, conforme lhe foi pedido.

A população, nomeadamente das aldeias de Morgade, Rebordelo e Carvalhais, no concelho de Montalegre, opõe-se ao projeto, elencando preocupações ao nível da dimensão da mina e consequências ambientais, na saúde e na agricultura.

A Associação Montalegre com Vida interpôs uma ação administrativa com vista à anulação do contrato de concessão para a exploração de lítio assinado entre a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e a Lusorecursos Portugal Lithium.

(Noticia atualizada às 12h17 com mais informação)

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Portugal quer compromisso comum para livre-circulação e testes acessíveis para viagem

  • Lusa
  • 28 Abril 2021

Ana Paula Zacarias exorta o Parlamento Europeu a avançar para um “compromisso comum” nas próximas semanas sobre o certificado verde digital e diz que é necessário reduzir os custos dos testes.

A presidência portuguesa da União Europeia (UE) exortou esta quarta-feira o Parlamento Europeu a avançar para um “compromisso comum” nas próximas semanas relativamente ao certificado verde digital, falando também na necessidade de reduzir os custos dos testes para viagem.

“Saudamos os esforços do Parlamento Europeu para adotar o mandato para negociações num tão curto espaço de tempo e aguardamos com expectativa o início das negociações o mais rapidamente possível com vista a chegar a um acordo nas próximas semanas, para que o sistema possa estar pronto para o verão”, declarou a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.

Falando em representação da presidência portuguesa do Conselho num debate sobre o certificado verde digital, na sessão plenária do Parlamento Europeu em Bruxelas, a governante vincou que a criação deste documento comprovativo da recuperação, testagem ou vacinação anticovid-19 “daria um sinal forte aos cidadãos do compromisso comum de fazer com que a Europa se mova novamente”.

Nestas declarações feitas um dia antes de os eurodeputados votarem a proposta da Comissão Europeia para o certificado verde digital, passo após o qual começam as conversações com os Estados-membros, Ana Paula Zacarias disse esperar que este livre-trânsito digital “dê um impulso positivo à recuperação social e económica”.

Ainda assim, “temos de ser cautelosos e gerir as expectativas dos cidadãos à luz da rápida evolução da situação epidemiológica, em particular no que diz respeito à abordagem de variantes preocupantes”, admitiu a responsável.

Em causa está a proposta legislativa apresentada pelo executivo comunitário em meados de março relativa à criação de um certificado digital para comprovar a vacinação, testagem ou recuperação da covid-19, um documento bilingue e com código QR que deve entrar em vigor até junho para permitir a retoma da livre circulação na UE no verão.

Em meados de abril, os Estados-membros da UE aprovaram um mandato para a presidência portuguesa do Conselho negociar com o Parlamento Europeu a proposta de implementação deste certificado verde digital.

Na quinta-feira, caberá à assembleia europeia adotar a sua posição negocial, passo após o qual podem arrancar as negociações interinstitucionais.

Falando perante os eurodeputados Ana Paula Zacarias destacou que a posição do Conselho sobre este livre-trânsito “já aborda algumas das preocupações do Parlamento, incluindo uma cláusula de caducidade do regulamento”, estando os países ainda assim “abertos a novas discussões sobre a questão fundamental da proteção de dados pessoais”.

Fora do mandato do Conselho e realçado pela governante na ocasião está a “questão do acesso e da acessibilidade económica dos testes Covid-19”, que também não consta da proposta da Comissão Europeia.

“Contudo, o Conselho e os Estados-membros estão cientes da importância de eliminar ou reduzir os custos incorridos pelos cidadãos e facilitar os testes, no âmbito da competência da UE prevista pelo tratado”, apontou Ana Paula Zacarias, adiantando que os preços “também podem ser reduzidos através de aquisições conjuntas e financiamento da UE”, como já aconteceu relativamente a testes rápidos de antigénio para outros efeitos que não viagem.

“Estes esforços irão continuar […] com o objetivo de facilitar a vida dos nossos cidadãos neste difícil contexto”, concluiu. Os setores do turismo e das viagens representam cerca de 10% do PIB europeu.

Portugal apoia mas quer discutir redução dos custos de teste para viagem

A secretária de Estado dos Assuntos Europeus disse esta quarta-feira que a presidência portuguesa da União Europeia apoia a redução dos custos dos testes para efeitos de viagem, no âmbito do livre-trânsito digital, mas defendeu discussão sobre este assunto.

“Compreendemos a preocupação manifestada pelo Parlamento Europeu em relação aos custos dos testes, nomeadamente para os trabalhadores transfronteiriços e para os estudantes, mas esta é uma decisão complexa, que exige negociação, que exige que continuemos a falar sobre este assunto”, declarou Ana Paula Zacarias.

Falando em representação da presidência portuguesa do Conselho da UE num debate sobre o certificado verde digital, na sessão plenária do Parlamento Europeu em Bruxelas, a governante notou que devem ser debatidas questões como “a base jurídica, a questão das medidas orçamentais dos Estados-membros e o envolvimento de atores privados”.

“Precisamos de continuar a negociação sobre esta matéria mas quero deixar bem claro que partilhamos com a Comissão e com o Parlamento Europeu os objetivos fundamentais de facilitar a liberdade de movimentos, a proteção da saúde dos cidadãos, tendo presente a necessidade de reduzir os custos neste desiderato e o respeito pelos tratados”, adiantou Ana Paula Zacarias.

Nestas declarações feitas um dia antes de os eurodeputados votarem a proposta da Comissão Europeia para o certificado verde digital, passo após o qual começam as conversações com os Estados-membros, Ana Paula Zacarias disse ainda estar “certa de que nos trílogos” os colegisladores saberão “encontrar as soluções adequadas com a rapidez que os cidadãos pedem, até ao verão”.

Bruxelas quer dar “sinal de esperança” aos europeus com certificado

Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia defendeu que a criação do livre-trânsito digital dará “uma perspetiva de esperança” aos cidadãos da União Europeia (UE) no combate à pandemia. “Os últimos meses foram marcados por muitas restrições, incluindo medidas de contenção postas em prática para proteger vidas, mas hoje queremos dar aos cidadãos europeus uma perspetiva de esperança: a Comissão está a propor um instrumento que facilitará a livre circulação em toda a União Europeia”, disse o comissário europeu da Justiça.

“Peço-vos que atuem rapidamente, no interesse dos cidadãos europeus e do mercado interno”, exortou o comissário europeu, assinalando que o executivo comunitário está “pronto para trabalhar incansavelmente para apoiar a procura de um compromisso aceitável para os colegisladores o mais rapidamente possível”.

(Notícia atualizada às 12h23 com as mais informação)

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Digitalização, inovação e personalização em seguros

  • Conteúdo Patrocinado
  • 28 Abril 2021

Digitalização e personalização são fatores diferenciadores para o sucesso no mercado segurador. Os clientes exigem produtos personalizados e as seguradoras devem conseguir responder a esse desafio.

Tecnologia: a aliada do setor segurador para a digitalização, inovação e personalização da oferta

O setor de seguros está ciente da revolução que vive. A pandemia acelerou a disrupção das seguradoras, empurrando-as para processos totalmente digitais, aumentando as suas capacidades inovadoras e está a mudar a forma como veem, oferecem e personalizam seguros até que seja contratado pelo cliente.

Com a Covid-19, têm sido várias as alterações no setor de seguros e o contexto digital em que operamos apresenta múltiplas oportunidades e desafios para estas empresas. De acordo com o webinar de Juan Mazzini, analista da Celent, focado nas ‘Principais prioridades em tecnologia para seguradoras em 2021’, e disponível para consulta aqui, um dos principais desafios das seguradoras será a sua capacidade de criar, configurar e lançar novos produtos com agilidade.

No contexto atual, é essencial para os clientes que a sua seguradora tenha a capacidade de oferecer produtos personalizados quase ao detalhe. Face a esta necessidade, na msg life desenvolvemos uma solução modular sofisticada, Unified Product Plaform ou Product Machine, que permite às seguradoras, de forma muito simples, personalizar e tarificar os seus produtos com a máxima precisão, tendo em conta a ampla gama habitual de coberturas e todas as variáveis ​​de preços disponíveis. Este software inovador facilita a execução de uma estratégia de preços personalizada, com produtos mais adaptados às necessidades dos seus clientes e a um preço mais justo para eles, garantindo a eficiência da seguradora e reduzindo riscos.

De acordo com a análise da Celent, embora ainda haja alguma incerteza em 2021, o foco do setor será continuar a trajetória de crescimento e retenção de clientes, otimizando os processos das seguradoras. Além disso, o contexto da pandemia ajudou as empresas a ter claro quais os custos de adiar ou atrasar os seus processos de transformação.

As seguradoras devem tornar-se aliadas da tecnologia

A democratização do acesso à informação e às novas tecnologias, o surgimento de novos riscos (como os ciberataques, por exemplo) e as solicitações cada vez mais exigentes dos consumidores colocam importantes desafios ao setor segurador para se manter competitivo. Para isso, o foco das seguradoras deve ser garantir a sua capacidade de resistir de forma resiliente a ciberataques, ter um ecossistema tecnológico capaz de responder com agilidade às demandas do mercado e oferecer uma ótima experiencia de cliente.

Na sua análise, a Celent clarifica que a combinação do uso de tecnologias como Inteligência Artificial, Big Data e Cloud, ajuda o setor a dar mais sentido aos dados, a trabalhar em modelos preventivos e de retenção de clientes, bem como a personalizar a oferta com a agilidade que as soluções em cloud permitem.

Atualmente, no setor de seguros é fundamental ter a capacidade de customizar, segmentar e tarificar os produtos com precisão, pois tudo isso beneficia tanto as empresas quanto os seus clientes. Por um lado, a capacidade de analisar e adaptar produtos ajuda a calcular preços de forma dinâmica e personalizada. Por outro lado, a personalização do produto gera confiança nos consumidores, que estão cada vez mais disponíveis para propostas comerciais inovadoras.

Ao responder às necessidades do cliente, adaptando os seus sistemas e processos ao mundo em constante mudança, a seguradora tem mais ferramentas e está muito mais preparada para enfrentar os desafios do mercado atual e futuro.

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Portugal confiante de que vai estar na “lista verde” britânica para férias

  • Lusa
  • 28 Abril 2021

"De acordo com o que sabemos até agora, estamos muito confiantes de que podemos fazer parte do grupo de [países] que vai fazer parte da lista verde", disse o embaixador de Portugal no Reino Unido.

Portugal está confiante de que vai fazer parte da “lista verde” de países para onde os britânicos vão ser autorizados a viajar de férias este verão, afirmou esta quarta-feira o embaixador de Portugal no Reino Unido à Sky News.

Temos de saber os detalhes da proposta britânica. (…) Mas, de acordo com o que sabemos até agora, estamos muito confiantes de que podemos fazer parte do grupo de [países] que vai fazer parte da lista verde. Os nossos números são excelentes, têm vindo a melhorar todos os dias”, afirmou Manuel Lobo Antunes esta manhã.

Devido à pandemia de Covid-19, atualmente é proibido viajar do Reino Unido para o estrangeiro sem justificação válida, nomeadamente em lazer, mas o Governo britânico pretende aliviar as restrições a partir de 17 de maio, a terceira etapa do plano de desconfinamento.

O Executivo anunciou a intenção de estabelecer um sistema de ‘semáforo’ para classificar os países de acordo com o risco da situação epidémica, ficando os destinos da “verdes” isentos de quarentena no regresso ao Reino Unido, ao contrário do que sucederá com os países “laranja“.As viagens serão interditas para os países da “lista vermelha”, cujos viajantes terão de cumprir, à chegada ao Reino Unido, quarentena de 10 dias num hotel designado e às suas custas.

As condições finais para o restabelecimento das viagens internacionais e a composição das listas de países deverão ser anunciadas no início de maio.

O embaixador português disse ter “esperança de que em meados de maio a mobilidade normal entre o Reino Unido e Portugal possa ser restabelecida” com o “mínimo de barreiras possível”, ou seja, permitindo a entrada de pessoas sem estarem vacinadas contra a Covid-19.

“Tínhamos uma média de dois milhões de turistas britânicos que visitavam Portugal todos os anos. No ano passado, por causa da pandemia, este número foi significativamente reduzido. O nosso objetivo é chegar o mais possível a números anteriores à pandemia”, afirmou Lobo Antunes.

O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor de turistas em 2020, representando 16,3% das dormidas de não residentes, apesar do decréscimo de 78,5% face ao ano anterior, de acordo com números do Instituto Nacional de Estatísticas.

Também à Sky News, o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, disse que o Governo está a adaptar uma aplicação de telemóvel do sistema de saúde público para mostrar que o utilizador foi vacinado ou fez um teste com resultado negativo.

“Estamos a trabalhar com parceiros em todo o mundo para garantir que esse sistema pode ser reconhecido internacionalmente”, adiantou, indicando que o assunto vai ser abordado na reunião com homólogos do G7 na próxima semana.

Com 66 milhões de habitantes, o Reino Unido é o país europeu com maior número de mortes de Covid-19 durante a pandemia, 127.451 óbitos confirmados em 4.409.631 casos. Em Portugal, morreram 16.970 pessoas dos 834.991 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.122.150 mortos no mundo, resultantes de mais de 147,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Barkyn aposta em novos produtos com investimento de mais três milhões

A ronda de investimento servirá para criar novos produtos, investir em tecnologia para uma nutrição de topo mundial, melhorar o serviço tele-veterinário e recrutar o melhor talento.

A Barkyn, startup que entrega comida personalizada e disponibiliza assistência veterinária de 24 horas em Portugal, Espanha e Itália, acaba de anunciar um investimento de três milhões de euros, ampliando assim a sua ronda A para um total de oito milhões de euros. Em 2020, a Barkyn triplicou as receitas e o crescimento da marca nacional levou a um investimento adicional da Five Seasons Ventures, que apoiará a Barkyn na sua expansão e desenvolvimento de produtos.

A Five Seasons Ventures junta-se aos anteriores investidores Indico Capital Partners, All Iron Ventures, Portugal Ventures, Fundo 200M e Shilling Capital para apoiar a empresa. Desde a sua criação em 2017, a Barkyn já angariou dez milhões de euros em investimento. O financiamento da Série A será fundamental para criar novos produtos, investir em tecnologia para uma nutrição de topo mundial, melhorar o serviço tele-veterinário e recrutar o melhor talento.

“Cães são família e, por isso, queremos que tenham o que merecem: o melhor produto, apoio e experiência. No que toca à nutrição, não existe uma solução que sirva todos os cães e que lhes dê o que precisam, por isso, apostamos no nosso conhecimento, produtos próprios e inovação contínua para oferecermos uma experiência personalizada. Em 2020 escalámos rápido e, agora, com o investimento e conhecimento da FiveSeasons, conseguiremos acelerar a nossa visão de nos tornarmos um serviço holístico para animais de estimação, líder no mercado”, explica André Jordão, CEO e cofundador da Barkyn, citado em comunicado.

Comentando o investimento concretizado na Barkyn, o sócio-fundador da Five Seasons Ventures, Niccolo Manzoni, explica: “A Barkyn é uma empresa única no sul da Europa, região com alta percentagem de animais de estimação, mas sem marcas digitais inspiradoras no setor do bem-estar animal. Aliar a alimentação personalizada com um serviço de tele-veterinário e, no caso de Portugal, ao seguro, confere aos clientes um único destino para o bem-estar do seu animal. O foco da empresa em inovação e na experiência do cliente foi o que nos convenceu a investir.”

Cristina Fonseca, sócia da Indico Capital Partners, acrescentou: “Ficamos mais do que satisfeitos ao ver a Barkyn crescer e superar as suas metas, ganhando força e expressão no mercado, mantendo sempre a inovação como pilar de diferenciação do negócio. Na qualidade de investidores iniciais, ficamos felizes com a entrada da Five Seasons, cujo conhecimento e experiência serão valiosos nesta jornada de crescimento e expansão.”

Estudos mostram que, em 2019, havia 87,5 milhões de cães de estimação na Europa, sendo que 15,5 milhões em lares portugueses, espanhóis e italianos. Em período de pandemia, houve um aumento do número de cães de companhia enquanto mais e mais famílias migravam para um ambiente de teletrabalho, período esse em que a Barkyn registou um crescimento de 40% por trimestre dos seus planos de subscrição.

Atualmente, a Barkyn serve famílias em Espanha, Portugal e Itália, e ambiciona ser em 2021 a marca líder de bem-estar animal do sul da Europa. Por cada plano Barkyn vendido, a marca doa uma refeição a um cão em associação, trabalhando atualmente com mais de 80 associações nos três mercados onde opera. Recorde-se ainda que, durante a pandemia, a Barkyn disponibilizou uma linha veterinária para que qualquer dono pudesse, sem sair de casa, ver as suas dúvidas ou preocupações sobre o cão respondidas, evitando deslocações desnecessárias.

A equipa é atualmente composta por 50 colaboradores de seis nacionalidades diferentes. A empresa tem políticas diferenciadas de bem-estar familiar para os funcionários como a licença de maternidade canina, uma semana de licença suportada pela empresa quando um colaborador acolhe um cão ou creche para tomar conta dos cães durante o dia.

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Nas notícias lá fora: Deutsche Bank, Aramco e Índia

No plano empresarial, o Deutsche Bank reportou o maior lucro trimestral desde 2014, enquanto a Arábia Saudita está em conversações para vender participação na Aramco a uma empresa líder de energia.

Espanha pretende voltar a receber turistas estrangeiros a partir de junho sob o esquema do certificado verde digital. No plano empresarial, o alemão Deutsche Bank reportou o maior lucro trimestral desde 2014, enquanto a Arábia Saudita está em conversações para vender 1% da participação na Aramco a uma das principais empresas de energia do mundo. A pandemia continua a assolar a Índia, tendo sido ultrapassadas as 200 mil mortes por Covid-19

Financial Times

Deutsche Bank reporta o maior lucro trimestral desde 2014

O Deutsche Bank registou o maior lucro trimestral desde 2014, impulsionado pelo boom no comércio de títulos, fortes resultados em gestão de ativos e uma saída limpa da sua exposição à Archegos Capital. O banco alemão apresentou um lucro líquido de 908 milhões de euros, valor que compara com os 43 milhões registados no período homólogo. “O nosso primeiro trimestre é mais uma prova de que o Deutsche Bank está no caminho certo em todos os quatro negócios principais e está a construir resultados sustentáveis”, disse o CEO Christian Sewing.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

The Guardian

Espanha vai receber turistas estrangeiros com certificados Covid a partir de junho

Espanha pretende reabrir aos turistas estrangeiros a partir de junho sob o esquema de certificado de saúde digital Covid, que mostra se as pessoas foram vacinadas, testaram negativo ou recuperaram recentemente do vírus, adiantou o secretário de Estado do turismo espanhol. O país vai participar num esquema piloto de certificação digital em maio e estará “pronto para receber visitantes em junho”.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês)

Bloomberg

Arábia Saudita em conversações para vender participação da Aramco a empresa global de energia

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita disse que o reino está em conversações para vender a participação de 1% na gigante estatal do petróleo Saudi Aramco a uma “empresa líder global de energia”. “Não quero fazer promessas sobre a finalização do negócio, mas há discussões a acontecer relativamente à aquisição de 1% por parte de uma das principais empresas de energia do mundo”, disse o príncipe Mohammed, acrescentando que “este negócio pode ser muito importante para fortalecer as vendas da Aramco no país onde esta empresa reside.” A confirmar-se o negócio pode valer 19 mil milhões de dólares, tendo em conta o valor de mercado da empresa.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Cinco Dias

Espanha, França Alemanha e Itália pedem aprovação rápida dos planos de recuperação e resiliência

Os responsáveis económicos da Alemanha, França, Itália e Espanha apresentaram conjuntamente esta quarta-feira os seus planos de recuperação e resiliência (PRR). “Pedimos a todos os membros que enviem os seus planos e ratifiquem o financiamento tão depressa quanto possível. Temos que trabalhar para implementar os pacotes de ajudas e as reformas”, disse o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, acrescentando que “a aprovação mais rápida permitira que as atuações de cada país sejam mais eficazes”.

Leia a notícia completa no Cinco Dias (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Reuters

Índia ultrapassa as 200.000 mortes por Covid-19, após um novo recorde

A Índia ultrapassou esta quarta-feira os 200 mil mortos desde o início da pandemia da Covid-19 ao registar 3.293 óbitos nas últimas 24 horas, um novo recorde. O país também contabilizou um novo máximo de infeções diárias: 360.960 novos casos, o que eleva o balanço total para mais de 18 milhões de infetados. Os especialistas acreditam que o balanço oficial de mortes poderá estar a ser subestimado, numa altura em que a falta de oxigénio, suprimentos médicos e equipas médicas causam preocupação no país.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

 

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Bruxelas espera acordo entre países sobre salários mínimos até junho

  • Lusa
  • 28 Abril 2021

O comissário europeu do emprego espera uma posição comum dos Estados-membros sobre a definição de salários mínimos europeus ainda durante a presidência portuguesa do Conselho, que acaba em junho.

O comissário europeu do Emprego, Nicolas Schmit, espera uma posição comum dos Estados-membros da União Europeia (UE) sobre a definição de salários mínimos europeus ainda durante a presidência portuguesa do Conselho, até junho, destacando “os esforços” de Portugal.

Tenho os meus desejos e isso implicaria chegar a um acordo sobre uma posição comum no Conselho […] o mais rapidamente possível, mas seria bom se pudesse ser durante a presidência portuguesa”, afirma Nicolas Schmit em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas.

Ressalvando não querer “especular sobre quando poderá haver uma posição comum” entre os países, o comissário europeu da tutela destaca que “a presidência portuguesa está a fazer muitos esforços neste domínio”. “Não quero interferir nas discussões ao nível do Conselho, pelo que veremos”, assinala Nicolas Schmit.

Numa alusão ao objetivo da presidência portuguesa da UE de conseguir este semestre um texto de compromisso no Conselho sobre a nova diretiva dos salários mínimos europeus, o responsável indica que “o processo está a avançar”.

“Temos um relatório sobre os salários mínimos ou, pelo menos, uma minuta de relatório, e temos discussões ao nível do Conselho e, especialmente, no grupo de trabalho do Conselho”, precisa.

Já quando questionado se algum tipo de compromisso poderia ser alcançado durante a Cimeira Social do Porto, marcada para 7 de maio, o comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais rejeita que nessa ocasião seja alcançada “uma solução sobre os salários mínimos ou outras questões que estão em discussão”, falando antes num “sinal político” dado à área social.

A definição de um salário mínimo europeu justo e digno é um dos elementos da negociação do plano de ação para implementação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais, que Portugal quer ver aprovado durante a sua presidência da UE, apesar das divergências entre os 27.

O Pilar Social é um texto não vinculativo para promover estes direitos na Europa e no qual, além de outras questões, é feita uma referência à remuneração, defendendo que “os trabalhadores têm direito a um salário justo que lhes garanta um nível de vida decente”.

Em outubro passado, a Comissão Europeia apresentou uma proposta legislativa sobre os salários mínimos europeus, mas admitiu dificuldades nas negociações no Conselho. Por essa razão, a instituição assegurou não querer impor valores aos países, mas antes indicadores para garantir uma qualidade de vida decente aos trabalhadores.

Os tratados reconhecem a competência de cada Estado-membro na fixação de salários, mas a Comissão recorreu a uma interpretação flexível que integra o salário nas condições de trabalho.

Atualmente, 21 Estados-membros têm um salário mínimo definido por lei, enquanto nos restantes seis – Áustria, Chipre, Dinamarca, Finlândia, Itália e Suécia – tal só existe através de negociação coletiva. São sobretudo estes seis países que se opõem ao conceito, mas contra a proposta estão também associações patronais, que argumentam que a diretiva pode vir a pôr em causa a viabilidade das empresas europeias, já fortemente afetadas pela crise da covid-19.

Bruxelas já afastou completamente a ideia de um salário mínimo igual em todos os 27. Dados divulgados pelo Eurostat revelam que, no início deste ano, o salário mínimo bruto na UE variava entre os 332 euros na Bulgária e os 2.202 euros no Luxemburgo, com Portugal em 10.º lugar (776 euros).

Meta de taxa de emprego de 78% até 2030 é realista, diz Comissário

Também em entrevista à Lusa, o comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais defende que a meta de ter 78% da população adulta da UE empregada até 2030 “é realista”, instando os Estados-membros a “fazerem esforços” para reduzir a pobreza e a desigualdade de género. “Acho que é [uma meta] realista, mas significa que cada Estado-membro tem de fazer esforços. Talvez alguns não cheguem aos 78%, mas têm de tentar melhorar a sua taxa de emprego”, vinca Nicolas Schmit.

O responsável acrescenta que, perante o objetivo de chegar aos 78% de taxa de emprego média para o conjunto da UE, “alguns Estados-membros estão já muito acima desta meta, estão acima de 80%, o que mostra que não é uma meta irreal”. “Acho que é do interesse de todos os Estados-membros ter uma taxa de emprego mais alta porque isso mostra que seu mercado de trabalho está a funcionar melhor, é uma boa solução contra a pobreza e é um bom instrumento para mais igualdade de género”, insiste o comissário.

Além disso, “temos 10 anos para o conseguir e esperamos também ter uma boa recuperação, o que terá também um forte impacto na taxa de emprego, e há ainda uma grande margem para reduzir a diferença entre homens e mulheres num certo número de países, o que poderá ser um grande contributo para melhorar a taxa de emprego, para ajudar as mulheres a terem uma melhor integração no mercado de trabalho”, elenca Nicolas Schmit.

Crise quebrou anos de crescimento do mercado laboral mas UE quer inverter queda

A crise gerada pela pandemia quebrou a tendência de crescimento do mercado laboral da União Europeia (UE) dos últimos anos, mas os líderes europeus querem inverter a queda e chegar aos 78% de taxa de emprego até 2030. “A crise da covid-19 inverteu a tendência positiva de emprego dos últimos seis anos na UE-27. A recessão económica desencadeada pela pandemia teve um forte impacto sobre mercado de trabalho”, assinala a Comissão Europeia num Relatório Conjunto sobre o Emprego, adotado pelo Conselho em março deste ano.

No documento, o executivo comunitário contextualiza que, devido ao “positivo desempenho dos mercados de trabalho, que começou em 2013, o emprego [na UE] continuou a expandir-se em 2019, atingindo no final desse ano um nível recorde”.

Para tal, contribuíram os “esforços de reforma por parte dos Estados-membros no rescaldo da crise financeira” de 2008, indica a instituição no documento, referindo que “a pandemia quebrou esta tendência, mudando subitamente as formas de trabalhar e de viver”.

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Colapso do fundo financeiro Archegos já custou mais de 10 mil milhões de dólares

  • Lusa
  • 28 Abril 2021

O Archegos tinha assumido posições extremamente arriscadas, através de intermediários como o Nomura, mas também como o Credit Suisse ou o Goldman Sachs.

A falência do fundo Archegos, no final de março, já custou mais de 10 mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros) à banca, depois de conhecidos os anúncios de terça-feira relativos ao Nomura e à UBS. O conglomerado financeiro japonês Nomura anunciou esta quarta-feira que registou perdas extraordinárias de 2,3 mil milhões de dólares nas suas contas do último trimestre do exercício 2020/21, encerrado em 31 de março.

O Nomura, que nunca menciona o Archegos, optando por mencionar “um cliente (norte-)americano”, tinha estimado, no final de março, o impacto dos problemas deste em dois mil milhões de dólares. E, outra má surpresa, o Nomura acrescentou que espera um impacto adicional de 570 milhões de dólares no exercício 2021/22.

O conglomerado financeiro japonês é uma das maiores vítimas conhecidas até agora da falência do fundo de investimento nova-iorquino, que geria a fortuna do seu fundador, o multimilionário sul-coreano Bill Hwang. O Archegos tinha assumido posições extremamente arriscadas, através de intermediários como o Nomura, mas também como o Credit Suisse, o Goldman Sachs ou ainda o Morgan Stanley.

Na semana passada, o Credit Suisse anunciou um impacto nas suas contas da implosão do Archegos de 4,4 mil milhões de francos suíços (quatro mil milhões de euros) nas suas contas, que provocaram a apresentação de resultados líquidos negativos no primeiro trimestre de 2021.

O outro grande banco de negócios helvético, UBS, anunciou esta quarta-feira uma perda de 774 milhões de dólares devido ao Archegos. Esta perda é “mais importante do que previsto”, sublinhou Andreas Venditti, analista da Vontobel.

Através de produtos derivados, o Archegos tinha comprado, através de intermediários, ações em bolsa. O rendimento líquido dos títulos ia para o fundo e os corretores recebiam uma comissão pré-determinada. Mas como o Archegos multiplicou secretamente os acordos com vários intermediários, estes ignoravam a exposição total do fundo.

No final de março, quando o valor das ações na carteira do Archegos baixou fortemente, os seus diferentes intermediários exigiram que lhes cobrisse os prejuízos. Mas o fundo foi incapaz de o fazer, o que desencadeou uma série de vendas pelos intermediários para procurarem limitar os prejuízos. Além do Nomura, duas outras instituições japonesas foram envolvidas, mas a uma escala muito menor.

O banco Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFJ) anunciou no final de março uma perda de 270 milhões de dólares e o Mizuho, segundo a imprensa nipónica, poderia ter perdido 90 milhões de dólares.

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Parlamento Europeu ratificou acordo comercial entre Reino Unido e UE

Com a aprovação do Parlamento Europeu, o acordo comercial entre o Reino Unido e a União Europeia vai entrar formalmente em vigor a 1 de maio.

O Parlamento Europeu já aprovou formalmente o acordo comercial entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), após a saída do país do bloco comunitário. Até agora, o acordo estava em vigor de forma provisória, com esta decisão pendente, pelo que já poderá ser adotado de forma permanente a 1 de maio.

A grande maioria mostrou-se favorável à decisão, que recebeu 660 votos a favor, cinco contra e 32 abstenções, adiantou o Parlamento Europeu, em comunicado. A votação, que foi realizada esta terça-feira e cujos resultados foram revelados quarta, contemplou ainda uma resolução, que expõe a avaliação e as expectativas do Parlamento em relação ao acordo, e foi aprovada por 578 votos, 51 contra e 68 abstenções.

Na resolução, o Parlamento saúda veementemente a conclusão do acordo, considerando que a saída do Reino Unido da UE é um “erro histórico”, já que nenhum país terceiro pode usufruir dos mesmos benefícios que um membro da UE. Apesar de pontos positivos como as zero quotas e tarifas determinadas no acordo, os eurodeputados lamentam que o Reino Unido não tenha desejado abranger políticas estrangeiras e de segurança no acordo, nem participar no programa Erasmus+.

Os eurodeputados sublinham que o Parlamento deve desempenhar um papel completo no controlo da aplicação do acordo, nomeadamente envolvendo-se em ações unilaterais da UE ao abrigo do acordo e tendo os seus pontos de vista tidos em consideração.

A presidente da Comissão Europeia já reagiu a esta ratificação, dizendo que “acolhe calorosamente” o voto a favor do Parlamento Europeu ao acordo, no Twitter. O acordo “marca a fundação de uma parceria forte e próxima com o Reino Unido”, no qual uma “implementação fiel é essencial”, escreveu Ursula von der Leyen.

Foi a 24 de dezembro de 2020 que os negociadores da UE e do Reino Unido chegaram a acordo sobre o documento que estabelece os termos da futura relação entre as forças. Para minimizar as perturbações, o acordo foi aplicado provisoriamente desde 1 de janeiro de 2021, sendo que a aprovação do Parlamento é necessária para que o acordo entre em vigor definitivamente antes da caducidade a 30 de abril de 2021.

(Notícia atualizada às 9h25)

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Sensei levanta 5,4 milhões para criar lojas autónomas do futuro

Capital será investido no desenvolvimento de novas lojas autónomas, bem como de produto e consolidação da liderança de mercado na Europa.

A Sensei, a startup portuguesa que criou a tecnologia que possibilita que lojas físicas se tornem autónomas, permitindo aos consumidores fazer compras sem scan, pagamentos físicos ou caixas de checkout, acaba de anunciar uma ronda de financiamento “seed” no valor de 5,4 milhões de euros. É a maior ronda de financiamento na fase “capital semente” realizada até agora por uma empresa portuguesa.

De acordo com a startup, o financiamento foi liderado pela Seaya Ventures e pela Iberis Capital, e contou com a participação do 200M, fundo gerido pelo Banco Português de Fomento, e do atual investidor LeadX Capital. O montante será utilizado no “desenvolvimento de produto, bem como na implementação de novas lojas autónomas dando resposta à crescente procura por parte de clientes, e para consolidar a liderança de mercado na Europa”, lê-se em comunicado. Além disso, a empresa pretende duplicar a equipa que, à data, conta com cerca de 30 pessoas.

“Estamos entusiasmados com este crescimento e com a confiança que investidores novos e existentes depositaram em nós. Temos a ambição de mudar para melhor a forma como fazemos compras, e vamos usar este financiamento para expandir a plataforma do Sensei e a experiência de compra suportada por inteligência artificial para todos”, diz Vasco Portugal, CEO e cofundador da Sensei.

"Temos a ambição de mudar para melhor a forma como fazemos compras.”

Vasco Portugal

CEO e cofundador da Sensei

“A tecnologia da Sensei permite que os retalhistas tradicionais compitam ao mesmo nível com gigantes digitais como a Amazon. O nosso objetivo é melhorar fundamentalmente a experiência de compra em loja, convertendo-a numa experiência mais agradável e conveniente, erradicando os problemas crónicos do retalho, nomeadamente o tempo perdido em filas para pagar, e devolver aos clientes o controlo do seu tempo”, acrescenta.

As lojas autónomas são, para a startup, a chave para melhorar a experiência do cliente em loja, unindo o melhor das compras online à experiência offline. Aris Xenofontos, diretor da Seaya Ventures, e Luis Quaresma, sócio da Iberis Capital, salientam o “entusiasmo” por fazerem parte da digitalização do comércio. Trata-se de “uma tendência que está claramente em aceleração”, refere Aris Xenofontos.

A Sensei trabalha com retalho alimentar, lojas de conveniência, grab-and-go, estações de serviço e outros formatos de retalho e está ativamente em expansão nos mercados europeus, incluindo Reino Unido, França, Alemanha, Portugal e Espanha.

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