Caso do procurador: Ordem dos Advogados apresenta queixa-crime contra desconhecidos

A Ordem dos Advogados decidiu avançar com uma participação criminal ao Ministério Público para apurar responsabilidades no caso do procurador José Guerra.

A Ordem dos Advogados (OA) vai avançar com uma participação criminal contra incertos na sequência das informações reveladas do processo de nomeação do procurador europeu, José Guerra.

“O bastonário da OA, Luís Menezes Leitão, decidiu pedir ao Ministério Público que averigue a eventual responsabilidade criminal no caso dos dados falsos sobre o procurador José Guerra, considerando que este é um assunto de extrema gravidade que não pode ficar encerrado com a simples declaração de que se tratou de lapso dos serviços do ministério da Justiça, especialmente depois das posteriores afirmações do diretor-geral da Política de Justiça, que entretanto se demitiu“, refere a Ordem em comunicado.

Luís Menezes Leitão reitera que é dever da OA exigir a averiguação de eventuais responsabilidades criminais neste assunto, frisando que os indícios de irregularidades e falsas informações são de molde a eventualmente pôr em causa a regularidade da nomeação do procurador português na Procuradoria Europeia e a criar um grave desprestígio das instituições portuguesas e europeias.

“Entende por isso a Ordem dos Advogados ser de toda a conveniência o cabal esclarecimento dos factos através de uma cuidadosa investigação por parte do Ministério Público”, acrescenta.

Em comunicado a Ordem enuncia que em causa poderá estar a eventual prática de ilícitos criminais como abuso de poder e falsificação de documentos que, se fossem provados, “teriam um indiscutível impacto na visão que os cidadãos têm das entidades que os regem”.

Esta segunda-feira, o diretor da Direção Geral da Política de Justiça (DGPJ), Miguel Romão, demitiu-se do cargo e garantiu que a ministra da Justiça tinha conhecimento do conteúdo integral do currículo do procurador José Guerra. A comunicação essa acusação foi, mais tarde, apagada pelo Ministério da Justiça.

Já o lugar da ministra da Justiça não está em risco, garantiu o primeiro-ministro após se ter encontrado com Francisco Van Dunem na segunda-feira. António Costa desvalorizou o caso das informações falsas no currículo do procurador europeu, que apelidou de “lapsos sem relevância”.

Numa carta enviada para a União Europeia (UE), o executivo apresenta dados falsos sobre o magistrado preferido do Governo para procurador europeu, José Guerra, depois de um comité de peritos ter considerado Ana Carla Almeida a melhor candidata para o cargo.

Na carta, a que os dois órgãos tiveram acesso, e que o ECO também já consultou, José Guerra é identificado com a categoria de “procurador-geral-adjunto”, que não tem, sendo apenas procurador, e como tendo tido uma participação “de liderança investigatória e acusatória” no processo UGT, o que também não é verdade, porque foi o magistrado escolhido pelo Ministério Público para fazer o julgamento e não a acusação.

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Aumentos “aliviam compressão da tabela remuneratória” da Função Pública, diz ministra

A compressão da tabela remuneratória da Função Pública provocada pela subida dos salários mais baixos nos últimos anos será agora aliviada pela atualização dos ordenados até 792 euros, diz ministra.

A ministra da Administração Pública propôs, esta quarta-feira, aos sindicatos aumentar os salários dos 148 mil funcionários que ganham até 791,91 euros, medida que custará aos cofres do Estado 41 milhões de euros. Em declarações aos jornalistas, Alexandra Leitão sublinhou que as atualizações em causa “aliviam uma certa compressão da tabela remuneratória única” (TRU) da Função Pública, ainda que não eliminem a necessidade de a analisar de modo estrutural.

“Todos os trabalhadores da Administração Pública que aufiram um salário inferior a 800 euros foram contemplados nestes aumentos, o que se traduz em cerca de 148 mil trabalhadores e numa despesa de 41 milhões de euros”, frisou a governante, à saída das reuniões com os sindicatos. A ministra garantiu também que, em termos líquidos, todos estes funcionários terão aumentos, mesmo mudando eventualmente de escalão de retenção na fonte de IRS.

Alexandra Leitão destacou ainda que “através de um aumento que vai até à posição sete da tabela remuneratória única” é possível “aliviar uma certa compressão” da TRU, que tem resultado dos aumentos dos salários mais baixos, nomeadamente através da evolução da retribuição mínima garantida. Ainda assim, a ministra admitiu que essa pressão não é eliminada, pelo que se mantém a necessidade de analisar de forma estrutural a tabela em causa.

De notar que, antes da pandemia, o Governo tinha prometido aumentos de 1%, em 2021, a todos os funcionários públicos, compromisso que agora não será concretizado. “O mundo mudou muito neste último ano“, justificou a ministra da Administração Pública, considerando que a “pressão atual” não permite cumprir as atualizações prometidas.

Leitão lembrou, contudo, que o país vive, neste momento, um “contexto de inflação zero”, pelo que “não há perda efetiva de poder de compra”, pela não concretização dos referidos aumentos de 1%.

No que toca aos muitos níveis remuneratórios que não terão aumentos, Alexandra Leitão sublinhou que o objetivo agora é “compensar e atrair pessoas” por outras vias”, nomeadamente através da revisão do sistema de avaliação — abrindo-se a porta a “alguma aceleração das progressões –, discussão que o Governo se compromete a calendarizar. “O que me parece excessivo é a ideia da progressão em dez anos“, sublinhou Alexandra Leitão, esta quarta-feira, não tendo dado um prazo para a conclusão, nem qualquer sinal sobre as mudanças que poderão estar à espreita.

As reuniões com os sindicatos desta semana serviram também para negociar a revisão aos procedimentos dos concursos para o Estado. Sobre isto, a ministra adiantou que se estima um “encurtamento de cerca de quatro meses nos procedimentos comuns”, com a entrada da nova portaria que teve a aceitação dos sindicatos.

Alexandra Leitão não quis deixar qualquer compromisso sobre 2022.

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Marcelo em isolamento. Testa negativo à Covid-19

O Presidente da República está em isolamento profilático depois de o assessor, Paulo Magalhães ter testado positivo à Covid-19. Já fez dois testes e ambos deram resultado negativo.

Marcelo Rebelo de Sousa está em isolamento profilático depois de ter estado em contacto com um elemento infetado da Casa Civil, informou a Presidência. Entretanto, o Presidente já realizou dois testes (antigénio e PCR) e em ambos o resultado deu negativo, de acordo com a Sic Notícias (acesso livre).

“O Presidente da República, que teve contacto, na passada segunda-feira, com um elemento da Casa Civil, cujo resultado positivo ao SARS-CoV-2 foi conhecido esta manhã, encontra-se em isolamento profilático preventivo, aguardando as diligências das autoridades de saúde, que estão a proceder à análise de risco”, lê-se na nota que foi publicada esta quarta-feira no site da Presidência.

Segundo fonte de Belém, citada pela Lusa, o contacto do Presidente da República com o referido elemento da sua Casa Civil foi “muito breve, muito curto, com máscara, para dar indicações sobre determinadas questões internas, à margem das audiências aos partidos”. De acordo com a SIC Notícias, a pessoa infetada é o seu assessor, Paulo Magalhães.

O Chefe de Estado tem marcado para esta quarta-feira, às 21h na SIC, um debate televisivo com André Ventura para as eleições Presidenciais, ao qual manifestou “a esperança de poder ir”, “aguardando luz verde das autoridades sanitárias”, segundo a Lusa. Contudo, o Expresso avança que Marcelo marcará presença virtualmente.

Esta quinta-feira tem ainda um frente a frente marcado com Vitorino Silva, no sábado com Ana Gomes e na próxima terça-feira com todos os candidatos à Presidência da República.

Este isolamento de Marcelo Rebelo de Sousa — cujo normal são 14 dias — apanha parte da campanha para as eleições presidenciais, que acontecem a 24 de janeiro.

(Notícia atualizada às 15h04 com mais informação)

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Ministra da Justiça vai ser ouvida quinta-feira no Parlamento

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2021

Parlamento aprovou os requerimentos de quatro partidos para ouvir a ministra Justiça “com carácter de urgência” sobre incorreções na informação curricular do procurador europeu José Guerra.

O Parlamento aprovou esta quarta-feira os requerimentos de quatro partidos para ouvir a ministra da Justiça “com caráter de urgência” sobre as incorreções na informação curricular do procurador europeu José Guerra, numa audiência agendada para quinta-feira.

Os requerimentos do PS, PSD, CDS-PP e BE foram aprovados por unanimidade na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

A audiência vai decorrer já na quinta-feira, a partir das 17:00, informou o presidente da comissão, Luís Marques Guedes, durante a reunião.

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Concorrência já foi notificada da OPA de Mário Ferreira sobre Media Capital

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2021

A Autoridade da Concorrência já foi notificada da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Pluris de Mário Ferreira sobre a Media Capital, cujo lançamento foi forçado pela CMVM.

A Autoridade da Concorrência (AdC) foi notificada no final de dezembro da operação de concentração resultante da oferta pública de aquisição (OPA) obrigatória da Pluris Investment sobre a Media Capital, na sequência da deliberação da CMVM.

Num comunicado divulgado no seu site, de 5 de janeiro, a AdC torna público que “recebeu, em 29 de dezembro de 2020, uma notificação de uma operação de concentração de empresas”, a qual “resulta da Oferta Pública geral e obrigatória de aquisição de ações representativas do capital social da sociedade grupo Media Capital por parte da Pluris Investments”.

Em 25 de novembro, a Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, presidente do Conselho de Administração da Media Capital, lançou uma OPA sobre 69,78% da dona da TVI, com uma contrapartida que nunca será inferior a 67 cêntimos por ação, de acordo com o anúncio preliminar.

O lançamento desta OPA obrigatória sobre a Media Capital decorre da decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que considerou haver concertação entre a espanhola Prisa (grupo espanhol que era dono da Media Capital através da ‘holding’ Vertix) e a Pluris Investments (que passou a ser acionista da dona da TVI em maio).

“Com esta decisão, a Pluris entende estar a agir contra a incerteza e a instabilidade que têm revestido o processo de recuperação da Media Capital”, referiu a acionista da dona da TVI, com 30,22%, num comunicado na altura.

“Esta oferta irá permitir que outros acionistas minoritários da Media Capital possam por sua livre vontade optar permanecer ou alienar as suas participações, não se sendo forçados a acompanhar a Pluris neste caminho”, acrescentou.

A AdC refere que quaisquer observações sobre a operação de concentração devem ser remetidas à autoridade no prazo de 10 dias úteis a contar da publicação do presente aviso.

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ISEG vê PIB a cair 9% no quarto trimestre e 8,4% no conjunto do ano

Os economistas do ISEG confirmam que no quarto trimestre do ano passado a recuperação foi interrompida. O PIB deverá cair 9% em termos homólogos, perfazendo uma queda anual em 2020 de 8,4%.

A economia portuguesa deverá interromper a recuperação do verão no quarto trimestre do ano passado, registando uma contração homóloga de 9%. A confirmar-se esta previsão dos economistas do ISEG, o PIB vai cair 8,4% no conjunto do ano, face a 2019, o que está em linha com o valor do Governo (-8,5%) no Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021).

A síntese de conjuntura de dezembro do ISEG, divulgada esta quarta-feira, estima uma contração de 9% no quarto trimestre de 2020, em comparação com o quarto trimestre de 2019. Face ao terceiro trimestre de 2020, a queda será de 2,9%, o que significa na prática que a recuperação parou. Esta interrupção da retoma económica é justificada pelas restrições introduzidas em novembro e mantidas em dezembro para controlar o crescimento do número de infeções.

“Mesmo com a indicação qualitativa menos negativa de dezembro, o 4º trimestre confirma-se – inevitavelmente, devido às maiores restrições de atividade – como um trimestre em que se registará um decréscimo da procura interna face ao trimestre anterior e um decréscimo homólogo superior ao do 3º trimestre”, escrevem os economistas do ISEG, reconhecendo a melhoria da confiança dos consumidores e dos empresários registada no mês do Natal.

Em relação à procura externa líquida (exportações menos as importações), o contributo negativo deverá ser semelhante ao esperado. “Os dados do comércio externo em outubro continuam a mostrar uma melhoria homóloga do défice externo nos bens, com a exportação de bens a decrescer menos do que as importações”, explicam os economistas do ISEG, revelando logo de seguida que, “em simultâneo, o menor saldo positivo dos serviços, sobretudo devido à queda da procura externa turística, deverá voltar a descer no 4º trimestre“.

A confirmar-se este desempenho do PIB no quarto trimestre, o grupo de análise económica do ISEG estima que no conjunto do ano a economia portuguesa tenha contraído 8,4%. Esta previsão é praticamente igual à contração de 8,5% esperada pelo Governo, é o mesmo valor previsto pela OCDE em dezembro e é um número melhor do que as quedas previstas pelo Conselho de Finanças Públicas (-9,3%), Fundo Monetário Internacional (-10%) e Comissão Europeia (-9,3%).

O ISEG não avança, para já, com previsões para o ano de 2021.

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Um em cada 5 portugueses não tem dinheiro para aquecer a casa

Depois da Bulgária, Lituânia e Chipre, Portugal é o 4º país da UE onde há menos dinheiro para aquecer a casa. Quase 20% das pessoas não consegue pagar fatuira de energia para ter casa quente.

De acordo com dados revelados esta quarta-feira pelo Eurostat, num dia em que as temperaturas mais baixas se fazem sentir em força na Península Ibérica, e por toda a Europa, quase 20% dos portugueses revelaram num inquérito não ter como pagar a fatura de energia (eletricidade ou gás) para aquecer a casa nos meses de inverno.

Numa pesquisa realizada em toda a União Europeia e relativa ainda a 2019, 6,9% da população europeia disse não ter dinheiro para aquecer suas casas o suficiente. Essa percentagem atingiu o seu valor máximo em 2012 (10,8%), e tem caído sempre desde aí. Os números do Eurostat mostram que a situação varia, de país para país.

Bulgária (30,1%), Lituânia (26,7%), Chipre (21,0%), Portugal (18,9%), Grécia (17,9%) %) e Itália (11,1%) são os países (mais a sul, exceto a Lituânia) onde mais pessoas disseram não ter dinheiro suficiente para manter a casa adequadamente aquecida.

Em contraste, as percentagens mais baixas (cerca de apenas 2% da população) foram registadas nos países mais norte, como a Finlândia, Áustria, Suécia, Eslovénia, Luxemburgo, Estónia e Alemanha.

O Eurostat sublinha que este inquérito mostra a situação antes do início da pandemia COVID-19, o que pode afetar os dados de 2020 a serem publicados no próximo ano.

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Vacina da Moderna já tem “luz verde” da Comissão Europeia

A Agência Europeia de Medicamentos deu "luz verde" à vacina desenvolvida pela Moderna contra o novo coronavírus. Faltava apenas a autorização da Comissão Europeu, a qual já foi dada.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) deu “luz verde” à vacina desenvolvida pela Moderna contra o novo coronavírus, anunciou o regulador esta quarta-feira no Twitter. Horas depois, a Comissão Europeia deu um parecer positivo, autorizando a segunda vacina contra a Covid-19, depois da vacina da Pfizer e da BioNTech que começou a ser distribuída na semana passada.

“A EMA recomendou [à Comissão Europeia] a atribuição de uma autorização de comercialização condicional para a vacina da Moderna para prevenir a Covid-19 nas pessoas a partir dos 18 anos”, escreveu o regulador no Twitter. A meio da tarde, a Comissão Europeia anunciou que, após reconhecida a avaliação da EMA, autorizou o uso da vacina da Moderna, revelando que a empresa irá entregar 160 milhões de doses entre o primeiro e o terceiro trimestre deste ano.

Num comunicado (em inglês) publicado na sua página oficial, a EMA refere que “o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da EMA avaliou exaustivamente os dados sobre a qualidade, segurança e eficácia da vacina e recomendou por consenso uma autorização de comercialização formal condicional concedida pela Comissão Europeia“.

Esta recomendação favorável “assegurará aos cidadãos da UE que a vacina cumpre as normas da UE e estabelece as salvaguardas, controlos e obrigações” no território europeu. “Esta vacina dá-nos outra ferramenta para superar a emergência atual”, diz Emer Cooke, diretor-executivo da EMA, citado em comunicado. “É uma prova dos esforços e compromisso de todos os envolvidos que temos esta segunda recomendação de vacina positiva pouco menos de um ano depois de a pandemia ter sido declarada pela OMS“.

Do seu lado, a Comissão Europeia diz que verificou todos os elementos necessários para dar esta autorização, nomeadamente as justificações científicas, a informação do produto, a rotulagem, as condições para o seu uso, entre outros aspectos, tendo dado a “luz verde” após o diálogo que manteve com os Estados-membros. Em reação, a presidente Ursula Von der Leyen assegura que a Comissão está a “proporcionar vacinas contra a Covid-19 seguras e eficazes para os europeus”, referindo que já estão garantidos dois mil milhões de doses de potenciais vacinas, no total.

O apelo vai agora para os países começarem a vacinação destas doses mal as recebam, ainda que não exista para já uma data indicativa. “Agora deve seguir-se uma vacinação célere“, avisa a comissária europeia da saúde, Stella Kyriakides, pedindo que, até lá, haja “paciência, vigilância e autodisciplina”, ingredientes que são “cruciais para nos protegermos uns dos outros”.

Ensaio clínico mostrou eficácia de 94,1% da vacina

Esta recomendação favorável da EMA teve por base também um ensaio clínico que foi feito com a vacina, envolvendo cerca de 30.000 pessoas, das quais metade recebeu a vacina e a outra metade injeções simuladas. O fármaco mostrou ser eficaz em cerca de 28.000 pessoas dos 18 aos 94 anos de idade, refere o regulador, no mesmo comunicado. Foi ainda registada uma redução de 94,1% dos casos sintomáticos nas pessoas vacinadas.

A vacina da Moderna será — tal como a da Pfizer –, administrada em duas doses, com 28 dias de intervalo. Os efeitos secundários mais frequentes “foram geralmente ligeiros ou moderados e melhoraram alguns dias após a vacinação”. Os efeitos colaterais mais comuns são dor e inchaço no local da injeção, cansaço, calafrios, febre, gânglios linfáticos inchados ou sensíveis no braço, dor de cabeça, dores musculares e articulares, náuseas e vómitos.

De acordo com a Moderna em dezembro, citada pela Bloomberg, a Comissão Europeia encomendou 160 milhões de doses da vacina. A farmacêutica norte-americana deverá começar a distribuir as primeiras doses na próxima semana, disse o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, esta quarta-feira, citado pela agência de notícias. A Alemanha espera receber mais de 50 milhões de doses, acrescentou.

Contas feitas pelo Financial Times em julho indicam que a vacina da Moderna poderá custar entre 50 a 60 dólares (entre 42,6 a 51,1 euros) por tratamento aos Governos, o equivalente a 25 a 30 dólares (21,3 a 25,6 euros) por dose. Apesar de não ser um valor definitivo, é um pouco mais elevado do que o das outras vacinas, dado que o objetivo da farmacêutica norte-americana é vender esta vacina apenas nos países mais ricos.

A EMA arrancou na segunda-feira com as discussões sobre a vacina da Moderna, conforme anunciou no Twitter, mas estas não ficaram concluídas nesse dia e foram retomadas esta quarta-feira, por volta das 9h, hora de Lisboa. “A reunião do Comité de Medicamentos para Uso Humano da EMA para discutir a vacina Covid-19 da Moderna já começou”, escreveu o regulador europeu esta manhã.

Vacina AstraZeneca-Oxford em linha de espera

A vacina da Moderna passará a ser, assim, a segunda a ser administrada aos cidadãos europeus. O primeiro fármaco a receber “luz verde” da Europa foi o da Pfizer e da BioNTech, a 21 de dezembro. Até ao momento já foram vacinadas 32.000 pessoas em Portugal, como adiantou esta terça-feira Graça Freitas, salientando que é sempre necessária uma segunda dose da vacina.

O fármaco da empresa norte-americana já tinha sido aprovado nos Estados Unidos a 19 de dezembro, uma semana depois de o Food and Drug Administration (FDA) ter aprovado a vacina da Pfizer.

Por aprovar está ainda a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, num processo que demorará ainda algumas semanas, diz a Bloomberg. Isto porque, na semana passada, a EMA referiu que ainda não tinha recebido informações suficientes para avaliar a vacina Astra-Oxford, tendo pedido informação adicionais aos responsáveis. Esta vacina começou esta segunda-feira a ser administrada no Reino Unido.

(Notícia atualizada às 15h58 com a autorização dada pela Comissão Europeia)

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Comissão Europeia tem 178 milhões de euros para investir em startups e PME

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2021

É a primeira vez que a Comissão Europeia investe em startups e PME, num programa que arranca esta quarta-feira com 178 milhões de euros para 42 empresas em troca de participações acionistas de 10%.

A Comissão Europeia vai investir pela primeira vez em startups e pequenas e médias empresas (PME), num programa que arranca esta quarta-feira com 178 milhões de euros para 42 companhias em troca de participações acionistas de pelo menos 10%.

Em causa está a primeira ronda de investimento direto de capital próprio no âmbito do novo fundo do Conselho Europeu de Inovação (EIC), que arranca com um financiamento de 178 milhões de euros para 42 empresas com elevado potencial de crescimento (startups) e de pequena e média dimensão.

Em nota de imprensa, Bruxelas destaca que “esta é a primeira vez que a Comissão faz investimentos diretos de capital próprio ou financiamento misto – nomeadamente investimentos de capital próprio misturados com uma subvenção – em startups, com participações que se espera que variem entre 10% e 25%”.

O objetivo é apoiar estas empresas a “desenvolver e ampliar inovações revolucionárias na saúde, economia circular, produção avançada e outras áreas”, explica o executivo comunitário no comunicado.

Os investimentos vão variar de 500 mil euros a 15 milhões de euros por beneficiário, em alguns casos complementando o financiamento com uma subvenção (espécie de bolsa) concedida ao abrigo do programa de aceleração do EIC.

Nesta primeira ronda de investimento serão, então, abrangidas 42 startups ou PME escolhidas por um painel de peritos externos em cinco períodos (entre 2019 e 2020) para apresentação de candidaturas, de um total de 10 mil propostas, explicou fonte comunitária ligada ao processo.

A mesma fonte assinalou que “um terço das propostas superaram os requisitos” de candidatura, o que revela que “um número importante de projetos era de grande qualidade”.

Com este programa de financiamento, a Comissão Europeia entra no capital destas empresas de pequena dimensão (têm quase todas menos de cinco anos e menos de 20 funcionários), mas apenas temporariamente, pretendendo sair a curto prazo e com algum lucro face ao investimento inicial.

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Ainda assim, a maximização do lucro não é o grande objetivo, mas antes “atrair investidores privados ao assumir parte do risco”, adiantou o mesmo especialista da Comissão Europeia em declarações a vários meios de comunicação social europeus, entre os quais a agência Lusa.

Na prática, está em causa um empréstimo do Banco Europeu de Investimento (BEI), que durante o tempo em que é concedido permite à Comissão Europeia ter uma participação nestas empresas.

No final, o banco da União Europeia é ressarcido do que alocou e o executivo comunitário sai da estrutura acionista. O BEI é, assim, o gestor das participações da Comissão Europeia, sendo também o conselheiro deste fundo do EIC.

O programa em causa foi criado em meados do ano passado para colmatar uma lacuna em termos de financiamento relatada por empresas inovadoras da UE e do Espaço Económico Europeu.

A primeira empresa da UE a receber este tipo de investimento será a francesa CorWave, de dispositivos médicos, que desenvolveu bombas de assistência cardíaca para apoiar pacientes com insuficiência cardíaca.

A CorWave receberá um investimento de 15 milhões de euros, o que já mobilizou outros investidores privados a juntarem-se à iniciativa, num total de 35 milhões de euros.

A lista completa das 42 empresas que compõem a primeira ronda de investimento ainda não foi divulgada, mas a Comissão Europeia já revelou que à CorWave vão juntar-se companhias como a holandesa Hiber (de satélite e comunicações), a francesa Xsun (de drones independentes de energia), a irlandesa Geowox (de dados abertos e aprendizagem de máquinas) e a islandesa EpiEndo Pharma (de tratamentos para doenças respiratórias).

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Aumentos na Função Pública custam 41 milhões de euros

O Governo anunciou que os funcionários públicos com aumentos até 792 euros vão ter aumentos em 2021, o que deverá custar 41 milhões aos cofres do Estado.

Os aumentos da Função Pública vão custar 41 milhões de euros aos cofres do Estado, segundo disse o Executivo à Frente Comum. De acordo com a proposta apresentada, esta quarta-feira, aos sindicatos, o “salário mínimo” da Administração Pública sobe, em 2021, 20 euros para 665 euros e as remunerações até 791,91 euros beneficiam de uma atualização de dez euros. As demais ficam “congeladas”.

Inicialmente, o Governo tinha proposto aumentos apenas para os funcionários públicos que ganham até 693,13 euros, mas decidiu, entretanto, alargar o universo de beneficiários. Assim, esta quarta-feira, o Executivo apresentou aos sindicatos uma proposta revista, que prevê que também os funcionários com salários até 791,91 euros tenham atualizações, este ano.

Ou seja, este ano, o quarto nível da Tabela Remuneratória Única (o “salário mínimo” da Função Pública) passará dos atuais 645,07 euros para 665 euros, igualando o salário mínimo nacional. Já o quinto nível subirá dez euros para 703,13 euros; E também o sexto e o sétimo nível beneficiarão de aumentos de dez euros para 750,26 euros e 801,91 euros, respetivamente. As demais remunerações não terão qualquer atualização.

Segundo disse aos sindicatos o Governo, estes aumentos abrangerão 148 mil trabalhadores, ficando, então, mais de meio milhão de funcionários públicos sem subidas remuneratórias. No total, esta medida custará aos cofres do Estado cerca de 41 milhões de euros, indicou o líder da Frente Comum, aos jornalistas. “No mundo do Orçamento do Estado, isto é uma gota de água que não resolve os problemas“, disse Sebastião Santana.

Estes aumentos têm sido considerados insuficientes pelas estruturas sindicais, que reclamam atualizações para todos os trabalhadores e a não aplicação do salário mínimo à Administração Pública. A Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP) já adiantou que irá requerer uma reunião suplementar sobre este assunto e a Frente Comum admitiu também estar a ponderar essa possibilidade.

A ministra Alexandra Leitão está reunida agora com o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado.

(Notícia atualizada às 12h13)

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Juro da dívida dos EUA acima de 1% pela primeira vez desde a pandemia

O partido de Joe Biden está próximo de reforçar o poder no país, caso se confirme o controlo do Senado num novo revés para Trump. Enquanto os juros da dívida agravam e o dólar recua.

Os democratas nos EUA estão próximos de reforçar o poder, ganhando margem para mais estímulos no país. A perspetiva — alimentada pela eleição de um dos dois lugares a votação para o Senado dos EUA — está a ser recebida com cautela em Wall Street. Os juros da dívida e o dólar refletem receios sobre o aumento do défice orçamental.

O democrata Raphael Warnock venceu as eleições especiais para o Senado dos Estados Unidos na Geórgia. O outro democrata em liça, Jon Ossoff, também está à frente na contagem face ao concorrente republicano. A confirmar-se a eleição de ambos, o partido de Joe Biden reforçaria a vitória, podendo obter o controlo do Senado já que cada partido ficaria com os mesmos 50 lugares e o presidente tem poder de desempate.

Essa “onda azul” significaria que Biden fica com maior margem de manobra para implementar estímulos orçamentais, mas também para mudanças políticas como maior regulação empresarial, subida de impostos ou maior investimento nas energias renováveis.

“É esperado que um governo liderado pelos democratas aumente os estímulos, essencialmente gaste mais, para ajudar a mitigar a crise do vírus”, explica Paul Sandhu, analista da BNP Paribas Asset Management em Hong Kong, citado pela Reuters. “Isso significa que haverá um dólar mais fraco”.

De forma geral, a expectativa é que um Senado democrata seja positivo para o crescimento económico global (beneficiando ativos de risco), mas negativo para a dívida e dólar devido ao aumento ainda maior do défice orçamental.

A yield das Treasuries a 10 anos negoceia nos 1,03%, tendo ultrapassado a barreira de 1% pela primeira vez desde o início da pandemia. O euro sobe para máximos de abril de 2018 contra a par norte-americana, nos 1,2344 dólares, enquanto o iene japonês está no valor mais alto em 10 meses, nos 102,57 dólares. O moeda norte-americana negoceia em mínimos de seis anos contra o franco suíço.

Mesmo nas ações, o sentimento é de cautela mais do que otimismo. É que, apesar da perspetiva de crescimento económico que possa impulsionar os resultados, a possibilidade de aperto regulatório para setores como banca, saúde, big tech ou petrolíferas, assusta Wall Street. Os futuros do Nasdaq caem 1,3% e os do S&P 500 cedem 0,5%.

Juro das obrigações dos EUA no valor mais alto desde 19 de março

Fonte: Reuters

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Alemanha obriga grandes empresas a terem mais mulheres na administração

  • Trabalho
  • 6 Janeiro 2021

Foi aprovada esta quarta-feira a lei das quotas na Alemanha, que exige que as grandes empresas cotadas tenham pelo menos uma mulher no respetivo conselho de administração.

O Governo da Alemanha aprovou legislação para obrigar as grandes empresas cotadas a terem pelo menos uma mulher nos respetivos conselhos de administração. A notícia foi avançada pela Reuters.

A partir do momento em que a empresa tenha mais de três membros no conselho de administração, um deles terá de ser uma mulher. No caso de empresas com conselhos de administração maiores, estas passam a ser obrigadas a ter pelo menos uma mulher na composição.

Estas medidas tinham sido propostas pelo partido Social Democrata (SPD) e foram debatidas durante vários anos, merecendo oposição do partido da chanceler Angela Merkel (União Democrata-Cristã, CDU). Contudo, os partidos alemães chegaram a um acordo em novembro do ano passado.

Esta lei é um marco para as mulheres em cargos de liderança”, sublinhou Franziska Giffey, ministra federal dos Assuntos da Família, que já tinha demonstrado o descontentamento pela lentidão do progresso nesta legislação.

Há também novas regras para o setor público. De acordo com a Reuters, a lei prevê ainda que 30% dos membros dos conselhos de administração nas empresas detidas pelo Estado tenham de ser mulheres.

A aprovação de quotas pode ajudar a Alemanha a subir nas classificações de diversidade em cargos de gestão nas empresas. Segundo um estudo da Boston Consulting Group, citado pelo Jornal de Negócios, a nova lei poderá elevar a participação de mulheres executivas para cerca de 15%, elevando a classificação da Alemanha do 24.º lugar para perto do 17.º entre os países da União Europeia.

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