Os negócios que somaram milhões. Veja aqui as principais operações dos advogados

Desde a considerada operação do mês pela TTR que envolveu a TAP, até á venda da Herdade da Comporta e das barragens da EDP, veja os principais negócios que marcaram 2020.

O ano de 2020 ficou marcado por vários importantes negócios no mercado nacional e internacional. Movimentados milhões de euros, várias foram as operações que contaram com a assessoria jurídica das principais sociedades de advogados. VdA, PLMJ, Garrigues, Morais Leitão, Uría Menéndez- Proença de Carvalho, Abreu Advogados, CMS Rui Pena & Arnaut, Cuatrecasas, Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados e Pbbr protagonizaram a assessoria jurídica dos principais negócios.

Relembre aqui esses negócios que marcaram o ano que termina agora e quais foram os advogados das principais operações.

157,5 milhões de euros pelos ativos imobiliários do fundo Herdade da Comporta

Foi uma das operações que mais deu que falar, não só pela dimensão e pelo tempo que demorou, mas pelo projeto em si. Os ativos imobiliários da Herdade da Comporta passaram a ser em 2020 propriedade do consórcio Vanguard Properties e Amorim Luxury, incluindo o francês Claude Berda numa transação fechada por 157,5 milhões de euros. No futuro Terras da Comporta, numa área com quase 1.300 hectares, vão nascer hotéis, moradias e condomínios turísticos. Mas até à assinatura da escritura, que envolveu meia centena de pessoas, muita água correu.

Herdade da comporta, futura Terras da Comporta.D.R.

Não foi um processo fácil, reconhece a Vanguard Properties, assim como os próprios advogados envolvidos — foram mais de 20, de áreas de especialidade distintas. Só em advogados e assessores, revelou José Cardoso Botelho à Advocatus, foram gastos mais de 1,5 milhões de euros.

Os advogados Pedro Pinto e Gonçalo Mendes Martins, da pbbr, assessoraram juridicamente o fundo Herdade da Comporta, enquanto a Amorim Luxury foi representada por André Luiz Gomes e Marta Pinto da Silva, da Luiz Gomes & Associados (LGPAS), Carlos Osório de Castro e Francisco Cortez da Morais Leitão e António Payan Martins da CMS Rui Pena & Arnaut. Envolvidas estiveram também as consultoras imobiliárias KPMG e Cushman & Wakefield, a S+A Green Lab e a João Líbano Monteiro & Associados.

Venda de barragens da EDP envolve dezenas de advogados

A venda de barragens da EDP era um negócio há muito ansiado, que esteve fechado entre as paredes de sociedades de advogados durante mais de seis meses. A elétrica acordou, em dezembro, a alienação das centrais no Douro, num negócio que permitirá à EDP reorganizar ativos da empresa e reduzir dívida.

Após meses de negociações com interessados internacionais, foi um consórcio de investidores franceses formado pela energética Engie (com 40%), a seguradora Crédit Agricole Assurances (com 35%) e Mirova do grupo Natixis (com 25%) a ficar com as seis centrais hídricas, que totalizam 1.689 megawatts (MW) de capacidade instalada e localizam-se na bacia hidrográfica do rio Douro. O valor da transação, de 2.210 milhões de euros, fica cerca de 200 milhões acima do esperado pelo mercado.

Do lado da EDP, foi a Morais Leitão a sociedade responsável pela assessoria jurídica do negócio, através da equipa de M&A e energia liderada pelo sócio Ricardo Andrade Amaro. No total, estiveram envolvidos cerca de 15 advogados. Já do lado do consórcio francês, a assessoria foi feita pela Cuatrecasas, tendo sido coordenada por Francisco Santos Costa, sócio da área de Societário e M&A. A equipa contou com a participação de mais de 20 advogados.

Abreu Advogados assessora venda da PT Ventures pela Africatel à Sonangol

A sociedade Abreu Advogados assessorou juridicamente o processo de venda da totalidade do capital social da PT Ventures, pela Africatel Holdings BV, holding da Holanda controlada pela brasileira OI, à angolana Sonangol. A transação envolveu o valor de mil milhões de dólares.

A venda, concluída no final de janeiro, foi coordenada por Guilherme Santos Silva, sócio da Abreu Advogados, que trabalhou em colaboração com os sócios Miguel Teixeira de Abreu e Paulo de Tarso Domingues, os sócios contratados Pedro Alves da Silva, Marta Romano de Castro e Rodrigo Formigal, e ainda os associados Mariana Duarte e António Frusoni Gonçalves, tendo abrangido diferentes áreas de prática do escritório, entre as quais M&A, arbitragem, contencioso, societário, fiscal, bancário e financeiro.

Garrigues: “Merlin poderá servir de exemplo e inspiração a outras sociedades”

Os espanhóis da Merlin Properties chegaram, em janeiro, à bolsa de Lisboa com o objetivo de reforçar o posicionamento em Portugal. Assessorada pela Garrigues, a sociedade de investimento e gestão imobiliária (SIGI em português ou SOCIMI na sigla em espanhola) realizou uma operação de dual listing, passando as ações a negociar em quatro bolsas espanholas (Madrid, Barcelona, Bilbau e Valência) e também na portuguesa.

Jorge Gonçalves e Marta Graça Rodrigues, sócios da Garrigues

Os responsáveis pela assessoria da operação foram Jorge Gonçalves, sócio responsável pelo departamento Imobiliário em Portugal, e Marta Graça Rodrigues, sócia do Departamento de Societário e Mercado de Capitais.

“A Garrigues esteve envolvida desde o primeiro dia na operação, tendo os trabalhos preparatórios da entrada da Merlin na bolsa sido intensificados no último trimestre de 2019”, explicaram. O trabalho, que foi desenvolvido pelas equipas de mercado de capitais e de imobiliário do escritório da Garrigues em Lisboa, resultou na admissão à negociação a 15 de janeiro.

DER Touristik compra Galo Resort na Madeira

Foi uma das maiores transações hoteleiras dos últimos anos no setor hoteleiro da Madeira, que permitiu a estreia de um gigante alemão em território nacional. A empresa hoteleira DER Touristik Hotels & Resorts passou, no final de janeiro, a ser a proprietária da cadeia Galo Resort, constituída por três hotéis naquela ilha. Com esta operação, descrita como bastante complexa pelos advogados envolvidos da DLA Piper, a unidade hoteleira passará a designar-se Sentido Galo Resort, a primeira propriedade da empresa alemã no país.

Galo Resort, MadeiraD.R.

A assessoria à gigante alemã foi assegurada por Paulo Anjo e Luís Filipe Carvalho da DLA Piper. Na operação estiveram envolvidos sete advogados e ainda vários in house.

Ao todo, a operação contou com uma “equipa especializada em diversas áreas”, explicou Luís Filipe Carvalho, adiantando que estiveram envolvidos no processo sete advogados, sem contar com os advogados “in-house” dos clientes. Assessorar este gigante alemão, que conta com uma carteira de 80 hotéis em todo o mundo, não foi um processo simples.

VdA e Morais Leitão assessoram negócio que ascendeu aos 550 milhões de euros

A Cellnex Telecom, S.A. comprou um portefólio de cerca de 2.000 torres de telecomunicações, localizadas por todo o país, à NOS Towering S.A. Que ascendeu aos milhões de euros, contou com a assessoria da Vieira de Almeida (VdA), do lado da Cellnex Telecom, e da Morais Leitão, do lado da NOS Comunicações.

A equipa da VdA foi composta por 29 advogados. Maria Cunha Matos e Tiago Bessa, associados coordenadores das áreas de prática de M&A e comunicações, proteção de dados & tecnologia, ficaram com a coordenação geral da operação, e Isabel Ornelas, associada sénior da área de comunicações, proteção de dados & tecnologia, e Maria Leonor Piconez, associada sénior de M&A, também estiveram envolvidas na coordenação. O processo de due diligence ao target contou ainda com cerca de 25 advogados.

Já a equipa da Morais Leitão juntou nove advogados. A transação foi coordenada por Jorge Simões Cortez e contou com Gonçalo Machado Borges, Sofia Santos Serra, Gonçalo Fleming, Agostinho Cardoso Guedes e Vanessa Ferreira Santos na equipa.

Venda da Brisa a consórcio de investidores internacionais envolve nove sociedades

O Grupo José de Mello e a Arcus fecharam venda de 81,1% da concessionária a um consórcio formado por investidores estrangeiros, em plena pandemia. Para concretizar a venda ao grupo formado pela APG (gestora de ativos da ABP, o fundo de pensões dos funcionários públicos e do setor da educação dos Países Baixos), o NPS (serviço nacional de pensões da República da Coreia) e a SLAM (gestora de ativos da Swiss Life, a maior seguradora do ramo vida na Suíça), estiveram envolvidas nove sociedades de advogados.

O negócio começou ainda em 2018 e, apesar de o montante ter sido revisto em baixa devido à pandemia (para cerca de 2,4 mil milhões de euros), acabou por avançar, tendo sido anunciado um comprador no fim de abril.

Nove sociedades de advogados estiveram envolvidas. Entre as firmas encontram-se cinco portuguesas: Vieira de Almeida, Abreu Advogados, Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados, Morais Leitão e CMS Rui Pena & Arnaut.

M&A: Venda da Prio a cargo da Uría e PLMJ

O grupo Disa, o quarto maior operador de combustíveis em Espanha, fechou em 2020 o acordo para a compra da portuguesa Prio, ampliando assim a presença em Portugal. Esta aquisição, oficializada pelas duas empresas em comunicado, implica que o grupo e a Oxy Capital, que controla a Prio há sete anos, passa a adquirir a rede de estações de serviço, com 247 postos de venda, o terminal de armazenamento e a fábrica de biodiesel localizadas em Aveiro.

O acordo entre as duas empresas foi concluído e espera agora a análise e aprovação das autoridades portuguesas em matéria de concorrência. Porém, o montante do negócio não foi divulgado. Nem os advogados o revelaram. Esta aquisição pela Disa está inserida no plano de expansão geográfica da empresa, iniciado há três anos. Passando a ser dona da Prio, a Disa “alcança uma quota de mercado de 10%”.

Nos bastidores da operação estiveram Duarte Lino Schmidt, sócio da PLMJ, e Catarina Tavares Loureiro, sócia da Uría Menéndez – Proença de Carvalho. A PLMJ envolveu mais de 30 advogados no apoio jurídico e a Uría Menéndez-Proença de Carvalho cerca de 20 advogados.

VdA e PLMJ na “operação do mês” do TTR com o auxílio à TAP

A Vieira de Almeida assessorou o Estado Português e a Parpública, no contexto de auxílio de Estado até 1,2 milhões de euros conferidos à TAP. E ainda na aquisição, pelo Estado Português, de mais 22,5% do capital social da TAP SGPS que, juntamente com a participação de 50% já detida pela Parpública, levou o Estado português a passar a deter direta e indiretamente 72,5% na TAP SGPS. A transportadora aérea foi assessorada pela PLMJ.

Esta foi uma operação envolveu às áreas de corporate M&A, concorrência & União Europeia, mercado de capitais, bancário & financeiro e público da VdA. A assessoria contou com a intervenção dos sócios Jorge Bleck, Nuno Ruiz, Paulo Pinheiro, Ana Marta Castro, José Pedro Fazenda Martins e Hugo Moredo Santos e dos associados Leonor Bettencourt Nunes, Francisca César Machado e David Cuba Topete.

Já a equipa da PLMJ envolveu advogados das equipas de Corporate M&A – Diogo Perestrelo (sócio), Guilherme Seabra Galante (associado sénior), Ânia Cruz (associada), Rita Braga Themido (associada), de Bancário e Financeiro e Mercado de Capitais – Bruno Ferreira, Raquel Azevedo (sócios), Sara Lemos (associada sénior), e da equipa de Fiscal – Isaque Ramos (sócio) e Dinis Tracana (associado sénior).

Abreu assessora a abertura de sucursal do BiG em Espanha

A fechar o ano, a Abreu Advogados assessorou juridicamente o Banco de Investimento Global (BiG), um banco privado português, na abertura de uma sucursal em território espanhol, focada no negócio de gestão de poupanças e de investimento.

Esta operação, realizada ao abrigo do passaporte Europeu, envolveu vários serviços jurídicos, quer de âmbito regulatório, sobre produtos bancários e de investimento, sobre plataformas digitais e cibersegurança, proteção de dados, laboral, entre outros.

Diogo Pereira Duarte, sócio contratado da área de prática de direito financeiro

A equipa da Abreu Advogados foi coordenada por Diogo Pereira Duarte, sócio contratado da área de prática de direito financeiro, e por Assunção Vassalo, associada.

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Apenas 3.600 ex-precários do Estado aderiram à ADSE

O período extraordinário para os trabalhadores integrados no âmbito do PREVPAP se inscreverem na ADSE decorreu entre 8 de julho e 31 de dezembro.

Houve 3.622 ex-precários do Estado a aproveitarem o período extraordinário de adesão à ADSE. Este é o número de novas inscrições na ADSE feitas por trabalhadores que constituíram novo vínculo de emprego público no âmbito do PREVPAP entre 8 de julho e 31 de dezembro do ano passado, ou seja, no período extraordinário aberto para a regularização de inscrições no subsistema de saúde dos funcionários públicos, segundo adiantou fonte oficial da ADSE ao ECO.

Como os funcionários públicos têm um prazo de inscrição no subsistema de saúde de até seis meses após o início da relação laboral com o Estado, parte dos trabalhadores vindos do programa de regularização extraordinária dos vínculos precários na Administração Pública (PREVPAP) eram bloqueados devido à elevada burocracia e demora no processo.

Para resolver esta questão, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, anunciou, em julho, a abertura deste período excecional. Neste período extraordinário de inscrição na ADSE estavam incluídos os trabalhadores que “tenham constituído novo vínculo de emprego público, no âmbito do programa de regularização extraordinária dos vínculos precários da Administração Pública ou em casos análogos e não tenham renunciado expressamente à sua inscrição como beneficiários da ADSE”.

Incluíam-se também aqueles que “constituam um novo vínculo de emprego público, no âmbito do programa de regularização extraordinária dos vínculos precários da Administração Pública ou em casos análogos, após 8 de julho de 2020”, segundo se lia no despacho da ministra da Administração Pública.

A medida terá um impacto “positivo” para a sustentabilidade da ADSE, vindo também “rejuvenescer” e diminuir a média de idades da base de beneficiários, defendeu, na altura em que foi anunciado o período extraordinário, o presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) do subsistema de saúde, João Proença. No entanto, os números disponíveis indicam que a adesão não foi abrangente.

Os últimos dados do Governo indicam que foram regularizados mais de 21 mil postos de trabalho no âmbito do PREVPAP, lançado em 2017. Estes dados são referentes a março do ano passado e existiam ainda concursos abertos, pelo que o número deverá ser mais elevado. O ECO pediu ao Governo dados atualizados, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Estes contratos foram feitos no seguimento da entrega de cerca de 32 mil pedidos de trabalhadores precários que pretendiam regularizar a sua situação laboral e que foram alvo de análise. Os pareceres das comissões carecem depois de homologação pelo Governo e são depois abertos os concursos. Segundo a última atualização, tinham sido emitidos pareceres favoráveis a cerca de 70% dos pedidos.

Entretanto, foi também aprovado em Conselho de Ministros o alargamento da ADSE aos trabalhadores do Estado com contrato individual de trabalho. Este universo abrange cerca de 100 mil trabalhadores, aos quais se somam também aproximadamente 60 mil possíveis beneficiários não titulares, segundo adiantou Alexandra Leitão.

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Perda de olfato atinge mais os doentes ligeiros de Covid-19

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2021

Menos de metade dos doentes não conseguiu recuperar o sentido do olfato passados dois meses (15,3%) a seis meses (4,7%), segundo um estudo publicado no Journal of Internal Medicine.

Um estudo agora divulgado revela que a perda do olfato, um dos sintomas da Covid-19, prevalece mais nos doentes ligeiros.

O estudo, publicado na revista da especialidade Journal of Internal Medicine, analisou a prevalência da perda do olfato e a sua recuperação em 2.581 doentes, desde os mais ligeiros aos mais graves, em 18 hospitais europeus.

A perda do olfato é um dos sintomas mais comuns da Covid-19, uma doença respiratória causada por um novo coronavírus.

De acordo com o estudo, que se baseou em avaliações clínicas, a perda do olfato foi identificada em 54,7% dos casos de covid-19 ligeiros e em 36,6% dos casos moderados a graves.

Menos de metade dos doentes não conseguiu recuperar o sentido do olfato passados dois meses (15,3%) a seis meses (4,7%), adianta em comunicado a editora que publica a revista médica.

A Covid-19 é transmitida por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

A pandemia da Covid-19 já provocou pelo menos mais de 1,8 milhões de mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Em Portugal, morreram 7.286 pessoas dos 436.579 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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Rio votar a favor do estado de emergência, mas quer afinar medidas

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2021

Presidente do PSD aprova estados de emergência, mas "as coisas têm que afinar", nomeadamente o recolhimento a partir das 13h00 ao fim de semana.

O presidente do PSD afirma que o partido continuará a votar favoravelmente eventuais renovações do estado de emergência, mas pede o ajustamento de algumas medidas e a melhoria da resposta do Serviço Nacional de Saúde.

“Eu acho que algumas medidas deveriam ser ajustadas. Nós temos votado a favor do estado de emergência, e continuaremos a votar por uma razão muito simples”, disse Rio, na noite de terça-feira, numa sessão online sobre os desafios de 2021, organizada pela JSD.

O líder do PSD explicou que “aquilo que taticamente dava mais jeito” em termos partidários seria uma abstenção ou o voto contra, mas defende que essa não é a “forma mais honesta de estar nisto”.

Na ótica de Rio, “o país precisa da legislação do estado de emergência para o Governo poder tomar as medidas de combate à pandemia“, porque esse é “o primeiro objetivo do país neste momento”.

“Uma coisa é estarmos ou não estarmos de acordo com as medidas todas do Governo, isso é uma coisa, outra coisa é nós não darmos ao Governo os instrumentos que um Governo, seja ele qual for, precisa para combater a pandemia, que é o nosso inimigo comum”, acrescentou.

“Aqui não há abstenções, é um voto a favor. Comprometo-me com uma coisa que o país precisa, não ando cá a esconder-me para depois dizer [que] concordo com isto e discordo daquilo”, afirmou igualmente, na véspera da votação de uma nova renovação do estado de emergência, proposta pelo Presidente da República.

Ainda assim, o presidente do PSD considerou que “as coisas têm que afinar”, nomeadamente o recolhimento a partir das 13h00 ao fim de semana, o que tem provocado “aglomerados brutais de pessoas” de manhã, por exemplo, nos estabelecimentos comerciais.

“Essa afinação tem de ser feita, não para as pessoas ficarem menos saturadas, infelizmente não pode ser esse o objetivo, tomáramos nós, mas para não haver é tantas aglomerações, para conseguirmos aquilo que se pretende conseguir”, ressalvou.

Outro dos aspetos que “o Governo tem de melhorar”, prosseguiu o social-democrata, “é a resposta do Serviço Nacional de Saúde”, alertando que “a taxa de mortalidade em Portugal subiu brutalmente” em 2020.

No que toca às mortes que não estão associadas à Covid-19, Rui Rio apontou que “derivam muito da fraca resposta do Serviço Nacional de Saúde” e lamentou que não tenham sido realizadas nos hospitais públicos “milhões de consultas e milhares de cirurgias”, salientando que este é um assunto “do mais sério que pode haver”.

Além do combate à pandemia, o presidente do PSD elegeu a retoma da economia como outro dos grandes desafios do país este ano, o que passa “em primeira linha pelas empresas”, além de reformas estruturais, da TAP e do Novo Banco.

No que toca à presidência portuguesa da União Europeia, Rui Rio defendeu que o caso da morte do cidadão ucraniano nas instalações do SEF e a polémica em torno da nomeação de José Guerra para procurador europeu “abalam a credibilidade de Portugal” e “fragilizam o Governo”.

Para Rio, a presidência portuguesa será também marcada pelo combate à pandemia e relançamento económico, que passa pelos fundos, mas destacou igualmente a cimeira com a Índia e as relações com África, tendo considerado que esta é uma oportunidade para manifestar solidariedade para com Moçambique, que tem sido alvo de ataques terroristas.

O presidente do PSD adiantou igualmente que um deputado social-democrata esteve recentemente no norte daquele país, a região mais afetada, para recolher informações.

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Estado paga entre 10 mil e 50 mil euros por ventiladores no espaço de um mês

O Tribunal de Contas nota que existem discrepâncias na aquisição de material de combate à pandemia, nomeadamente no preço de máscaras cirúrgicas e FPP2, bem como na compra de ventiladores.

O Tribunal de Contas (TdC) aponta que existem discrepâncias na aquisição de material de combate à pandemia, nomeadamente no preço de máscaras cirúrgicas e FPP2, bem como na compra de ventiladores por parte do Estado. No espaço de um mês, as máscaras cirúrgicas chegaram a custar o dobro aos cofres do Estado, ao passo que os ventiladores quase cinco vezes mais.

“Alguns contratos têm um objeto semelhante, mas apresentam preços diversos para produtos similares (e.g. aquisição de “máscaras cirúrgicas” entre 0,65 e 1,58 euros, de “máscaras FFP2” entre 2,20 e 3,49 euros e de “ventiladores” entre 10 mil e 49 mil euros)”, nota o Tribunal no segundo relatório intercalar sobre os contratos abrangidos pelo regime de exceção, que analisou as adjudicações e os contratos outorgados por entidades sedeadas em todo o território nacional, publicitados no portal BASE e comunicados ao tribunal presidido por José Tavares entre junho e setembro de 2020.

Assim, de acordo com a análise deste organismo é possível constatar que há “preços diversificados para produtos similares”. No que toca às máscaras cirúrgicas, e entre os exemplos selecionados pelo TdC, há casos em que máscaras compradas a 16 de julho do ano passado custaram 0,65 euros cada aos cofres do Estado. E, menos de um mês depois, a 7 de agosto, custaram mais do dobro, isto é, 1,58 euros. O tribunal sublinha, contudo, que no trimestre anterior os preços destes equipamentos de proteção individual “tinham oscilado entre os 0,49 euros e os 2,5 euros”.

A oscilação repete-se nas máscaras FFP2, ainda que seja menos significativa. Assim, “o preço unitário variou entre os 2,20 euros e os 3,49 euros”, sendo que estas discrepâncias acontecem em diferentes contratos celebrados no mesmo dia — 18 de setembro. Contas feitas, são 1,29 euros de diferença. Com a chegada do surto a Portugal, o frenesim pela procura de máscaras, geles desinfetantes e álcool levou a que os stocks começassem a ficar escassos e os preços a dispararem. Por isso, o Executivo decidiu limitar a margem de lucro destes produtos em 15%, por forma a evitar preços inflacionados. Posteriormente, o presidente do PSD, Rui Rio, decidiu propor a redução do IVA nas máscaras de proteção e gel desinfetante para a taxa mínima, de 6%, que foi aceite pelo Governo.

Mas é nos ventiladores, um dos equipamentos fundamentais para o tratamento de pacientes em cuidados intensivos, que se registaram as maiores oscilações. Entre junho e setembro, o Estado adquiriu 424 ventiladores, sendo que o preço de cada um destes equipamentos variou entre dez mil euros (no caso do contrato celebrado a 7 de junho de 2020) e 49.477.74 euros (no caso do contrato de 21 de julho de 2020). No espaço de pouco mais de um mês, os equipamentos chegaram a custar quase cinco vezes mais ao Estado.

No relatório o Tribunal de Contas não avança com uma explicação para esta discrepância de preços — se tem a ver com as diferenças entre oferta e procura ou, por exemplo, com a qualidade dos ventiladores. Ao contrário de outros documentos do TdC, neste não existe a figura do contraditório e por isso não é conhecida a posição do Governo. O ECO contactou o Ministério da Saúde para obter uma explicação sobre esta discrepância, mas o gabinete de Marta Temido optou por não fazer qualquer comentário.

Saúde responsável por mais de 80% do montante dos contratos assinados

As várias entidades públicas portuguesas (Estado, empresas públicas, institutos, municípios, regiões, etc.) adjudicaram 375 milhões de euros ao abrigo dos regimes de exceção que aceleraram a compra de bens e serviços urgentes a fornecedores por causa da pandemia. Dos 7.881 negócios celebrados entre junho e setembro, 224 (2,8%) representam contratos isentos de fiscalização prévia — isto é, não tiveram de passar pelo “crivo” do TdC e são, por isso, uma forma mais expedita, embora temporária, para poder munir os serviços públicos de meios de resposta à crise pandémica –, que “com cerca de 290 milhões de euros, representaram 77,4% do total”.

Neste sentido, a Administração Central representa o montante mais elevado da contratação pública, sendo que a saúde representa a maior fatia, seguida da Administração Local, Justiça e Defesa. Assim, o Ministério da Saúde foi responsável por 84,1% (315 milhões de euros) do montante gasto nos contratos públicos e “por 30,6% do número de contratos (2.409), incluindo a maioria dos contratos isentos de fiscalização prévia (207)”.

Numa análise mais final, a instituição liderada por José Tavares revela ainda que o setor público empresarial e a administração central continuam a destacar-se no que toca às entidades adjudicantes, com 237 milhões e euros e 99 milhões dos montantes contratados, respetivamente. Além disso, estes dois setores são também responsáveis por 71,4% e 25% dos contratos isentos de fiscalização prévia, respetivamente. “Aliás, os 25 contratos de montante mais elevado são todos contratos IFP (isentos de fiscalização préviaL), dos quais 23 celebrados por entidades da área da saúde”, sinaliza o TdC.

Não obstante, a Embeiral e Guangdon foram as duas empresas que adjudicaram os maiores montantes, contudo, não contam no grupo das 25 com o maior número de contratos, ao passo que “apenas duas (Gilead Sciences e Werfen Portugal, Lda) integram, simultaneamente, os grupos de maior montante e de maior número de contratos”, assinala o relatório.

Além disso, do grupo das 25 empresas com o maior número de contratos celebrados, os maiores montantes são relativos do setor das farmacêuticas (70 milhões), seguidas pela construção civil (33 milhões), do comércio de equipamentos médicos (31,8 milhões de euros) e da limpeza (17,5 milhões).

A par desta análise, o TdC sinaliza que “permanecem as insuficiências” na publicitação e na comunicação dos contratos (publicitados no Portal Base, mas não comunicados ao Tribunal e vice-versa), que já tinham sido detetados no primeiro relatório intercalar. O Ministério da Saúde comprometeu-se, em julho, na sequência do primeiro relatório, a elaborar e publicitar, no site dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, “um relatório conjunto sobre as aquisições efetuadas ao abrigo deste regime especial e o respetivo circunstancialismo, justificando a impossibilidade ou grave inconveniência do recurso a outro tipo de procedimento, no prazo de 60 dias após o período de vigência deste regime excecional”.

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Juiz excluído avança para tribunal para anular processo de seleção de procurador europeu

  • ECO
  • 5 Janeiro 2021

José Rodrigues da Cunha candidatou-se ao cargo de procurador europeu mas foi excluído da corrida. Agora avançou com ação para anular processo alegando existência de vícios.

O juiz José Rodrigues da Cunha candidatou-se ao cargo de procurador europeu mas foi excluído da corrida. Agora este magistrado judicial avançou com uma ação em tribunal para anular o processo de seleção do procurador europeu, invocando a existência de vários vícios, avança o jornal Público (acesso condicionado).

A ação de impugnação corre no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto, o mesmo tribunal onde este juiz deu entrada com um outro processo para obrigar o Ministério da Justiça a entregar a decisão que determinou a sua exclusão do processo de seleção, culminando com a indicação de três nomes pelo Governo ao Conselho da União Europeia.

O processo de seleção do procurador europeu colocou a ministra da Justiça no centro da polémica, depois dos dados falsos sobre o currículo de José Guerra enviados para a UE. Perante a pressão, o primeiro-ministro reiterou a confiança em Francisca Van Dunem.

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PSD Madeira diz que proposta do Governo para a Zona Franca é um “atentado” e apresenta alternativa

Os deputados do PSD Madeira entregaram uma proposta alternativa à do Governo para a Zona Franca da Madeira, a qual apelidam de "atentado" que "desvirtua" e "prejudica" o centro de negócios.

É com duras críticas que os deputados do PSD Madeira entregam um projeto de lei alternativo à proposta entregue pelo Governo ao Parlamento para prolongar a vigência da Zona Franca da Madeira (ZFM), introduzindo alterações significativas ao funcionamento do regime. “Esta proposta do Governo é um ataque e um atentado sem precedentes” à ZFM, diz Sara Madrugada da Costa ao ECO. Em alternativa, os social-democratas avançam com uma outra proposta que se foca nos critérios da contabilização dos postos de trabalho.

A proposta deu entrada esta terça-feira na Assembleia da República e tem várias diferenças face à que foi entregue pelo Governo. Desde logo, os deputados do PSD Madeira querem prorrogar o regime da ZFM por três anos — período a que se referia a autorização dada pela União Europeia em julho — em vez de um ano, como pretende o Executivo, que quer aproveitar esse período para fazer um estudo de custo-benefício à ZFM para depois decidir o que fazer.

“Importa, assim, clarificar as dúvidas relacionadas com os postos de trabalho no âmbito do atual regime do Centro Internacional de Negócios da Madeira ou Zona Franca da Madeira, passando a prever-se, para tal, critérios objetivos relativamente à natureza dos contratos de trabalho e à necessidade de comprovação anual da sua manutenção pelas entidades licenciadas“, escreve o PSD na sua proposta, acrescentando que “também clarificados os critérios para determinar a efetiva ligação dos postos de trabalho – bem como da atividade desenvolvida pelas empresas beneficiárias – à Região Autónoma da Madeira”.

Mas, na prática, quais são as diferenças face ao Governo? No caso da tributação dos lucros, a proposta do Governo deixa expresso que os limites aos benefícios fiscais passam a ser relativos apenas à atividade exercida dentro da Madeira. Já a proposta do PSD não tem essas restrições, argumentando que tal retiraria a dimensão “internacional” do centro de negócios, “desvirtuando” o seu objetivo de apoio especial a esta região ultraperiférica.

Ainda assim, a proposta dos social-democratas clarifica a ligação que tem de existir entre as empresas que beneficiam da ZFM e a Madeira: a entidade tem de dispor do número de postos de trabalho elegíveis referidos na lei, de ter instalações na Madeira “adequadas ao exercício da sua atividade principal” e tem de tomar as “principais decisões de direção e gestão sejam adotadas nas instalações localizadas na Região Autónoma da Madeira”.

As maiores divergências estão na contabilização dos postos de trabalho. O Governo quer que os trabalhadores só contem para o cumprimento das regras (e assim obter o benefício fiscal de IRC a 5%) se residirem efetivamente na Madeira “para efeitos fiscais”. Já o PSD propõe que estes possam residir noutros países, mas que “sejam sujeitos passivos de IRS na Região Autónoma da Madeira”, ou seja, que paguem os impostos sobre o rendimento (IRS) à Autoridade Tributária madeirense (o que já acontece, segundo Sara Madruga da Costa). Mais: a deputada considera que a alteração proposta pelo Governo pode “eventualmente” violar o princípio da liberdade de circulação de trabalhadores entre Estados-membros previsto no direito comunitário. Assim, a proposta do PSD prevê também a contabilização dos trabalhadores em teletrabalho.

Quanto aos trabalhadores sazonais ou em part-time, ambos parecem ter soluções semelhante: o Governo quer que contem proporcionalmente às horas trabalhadas num ano enquanto o PSD remete para a legislação nacional existente — a metodologia “unidade de trabalho anual” –, o que deverá dar um resultado parecido. Em comum têm a exclusão dos trabalhadores contratados a empresas de trabalho temporário. A proposta do PSD acrescenta ainda que os trabalhadores que estão em várias empresas da ZFM só podem ser contabilizados uma vez.

PSD Madeira diz que proposta do Governo “provocará desemprego” e tira receita fiscal à Madeira

Tal como fez o Governo Regional da Madeira em reação à proposta do Governo, Sara Madruga da Costa é dura nas palavras para com o Executivo socialista: “Consideramos que esta proposta do Governo constitui um ataque e um atentado sem precedentes ao Centro Internacional de Negócios da Madeira”, nome oficial da ZFM, diz ao ECO, argumentando que se este diploma for aprovado “provocará desemprego e tirará à Madeira uma importante receita fiscal” numa altura de crise económica.

Além disso, na opinião da deputada do PSD esta proposta do PS “vai muito mais além do que foi pedido pela Comissão Europeia, introduzindo alterações que desvirtuam e prejudicam o regime que já vigora há mais de 30 anos, transformando um centro internacional num mero centro regional com prejuízo para a Madeira“. A madeirense queixa-se do “grande desconhecimento em especial de Portugal continental em relação ao CINM”, referindo números dados pelo Governo Regional: a ZFM gera seis mil postos de trabalho diretos e indiretos e uma receita fiscal anual superior a 100 milhões de euros.

“Há outras praças financeiras dentro da UE e os respetivos Governos nacionais defendem com unhas e dentes essas praças financeiras”, diz Sara Madruga da Costa, lamentando “que o Governo da República não faça o mesmo com o CINM”.

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Wall Street avança à espera dos resultados das eleições na Geórgia

Investidores tiraram partido das quedas significativas da última sessão, enquanto aguardavam pelo resultado da segunda volta no estado da Geórgia para o Senado.

Os principais índices de Wall Street avançaram nesta terça-feira, com os investidores a tirarem partido das quedas significativas na sessão anterior, isto enquanto aguardam pelo resultado da segunda volta das eleições no estado da Geórgia para o Senado, que deverá determinar o equilíbrio de poderes em Washington.

As últimas sondagens citadas pela Reuters davam uma ligeira vantagem aos dois democratas que precisam de vencer as duas disputas para que os democratas obtenham o controlo do Senado aos republicanos.

Com a maioria na Câmara dos Representantes, um maior poder dos democratas no Congresso poderá permitir um maior pacote de estímulos para ajudar a economia fragilizada pela pandemia, mas os investidores temem também que Biden tenha maior margem para apertar a regulação e aumentar dos impostos às empresas, o que penalizaria alguns setores.

“Há uma parte dos investidores que se preocupa se Geórgia votar nos democratas, com uma subida dos impostos e uma polarização política. Mas essa é uma minoria dos investidores”, referiu Robert Pavlik, da Dakota Wealth, citado pela Reuters.

“A maioria da comunidade dos investidores ainda acredita que não é o fim do mundo, acrescentou.

Neste cenário, o S&P 500 somou 0,71% e o industrial Dow Jones ganhou 0,55%, depois das quedas superiores a 1% registadas naquela que foi a primeira sessão do ano. Também o Nasdaq subiu 0,95%.

Nota ainda para o petróleo: a cotação do barril de crude avança 4,91% para 49,96 dólares em Nova Iorque e o preço do Brent dispara 5% para 53,6% depois de a OPEP+ ter chegado a acordo.

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OMS recomenda atrasar “algumas semanas” segunda dose da vacina Pfizer

  • Lusa
  • 5 Janeiro 2021

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou esta terça-feira que a administração da segunda dose da vacina da Pfizer seja “atrasada algumas semanas” em situações excecionais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou esta terça-feira que a administração da segunda dose da vacina da Pfizer-BioNTech seja “atrasada algumas semanas” em situações excecionais, para permitir que mais pessoas possam ter acesso à primeira dose.

Esta recomendação resulta da reunião de hoje do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (SAGE), que reúne 26 especialistas de várias áreas e diversos países e que, nos últimos meses, tem analisado a informação sobre as vacinas contra a covid-19.

Em conferência de imprensa, o responsável do SAGE, o mexicano Alejandro Cravioto, adiantou que os especialistas recomendaram que, em circunstâncias excecionais de fornecimento, a vacina da Pfizer-BioNTech seja administrada “entre 21 e 28 dias”.

A recomendação de atrasar a segunda dose “em algumas semanas” permitiria “maximizar o número de pessoas que podem beneficiar da primeira dose” desta vacina, referiu Alejandro Cravioto.

Também hoje a Agência Europeia de Medicamentos desaconselhou adiar a segunda dose da vacina Pfizer-BioNTech além dos 42 dias, numa altura em que Alemanha e Bélgica admitem administrar a primeira dose a mais pessoas e adiar a segunda além dos 21 dias prescritos.

Aquele organismo, que trata da avaliação técnica das vacinas na União Europeia (UE), destaca que “os vacinados podem não estar totalmente protegidos até sete dias após a segunda dose”, como indicou a Pfizer após os ensaios clínicos, disse à agência espanhola EFE a porta-voz da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), Sophie Labbe.

No entanto, a EMA não proíbe estender a administração da segunda dose da vacina da Pfizer contra a covid-19 até aos 42 dias.

Em 31 dezembro, a OMS concedeu a sua primeira aprovação de emergência desde o início da pandemia de Covid-19 à vacina Pfizer-BioNTech, tornando mais fácil, aos países que o desejarem, usar a vacina rapidamente.

Este procedimento, que a OMS pode usar em caso de emergência de saúde, permite que países que não têm meios para determinar rapidamente e por conta própria a eficácia e segurança de um medicamento, possam ter acesso rápido à terapia.

Na reunião de hoje, os especialistas da OMS reconheceram ainda a importância da vacinação de grávidas contra a covid-19, tendo em conta que uma larga percentagem de profissionais de saúde são mulheres, adiantou o responsável do SAGE.

“Ainda assim, à luz da informação limitada existente, o SAGE não está em condições de recomendar a vacinação durante a gravidez, até que dados mais seguros estejam disponíveis”, referiu Alejandro Cravioto.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 7.286 pessoas dos 436.579 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Amazon, Berkshire e JP Morgan falham a seguradora de sonho

  • ECO Seguros
  • 5 Janeiro 2021

A seguradora Haven que juntava Amazon, Berkshire Hathaway e JP Morgan & Chase para revolucionar a Saúde nos Estados Unidos fechou agora, ao fim de três anos.

A Haven, seguradora de saúde resultante de joint venture entre a Amazon, a seguradora Berkshire Hathaway e o banco J.P. Morgan & Chase, anunciou que vai encerrar suas operações em fevereiro. Parte dos 57 funcionários da companhia, sediada em Boston, deve ser realocada em cada uma das empresas por trás da joint venture e um comunicado publicado no site da seguradora afirma que “nos últimos três anos, a Haven explorou uma ampla gama de soluções de saúde”, acrescentando que a “Amazon, Berkshire Hathaway e JP Morgan vão aproveitar esses insights e continuarão a colaborar informalmente para projetar programas que atendam necessidades específicas de seus próprios funcionários”.

Jeff Bezos (Amazon), Warren Buffett (Berkshire Hathaway) e Jamie Dimon (JP Morgan & Chase), não conseguiram mudar o sistema de saúde dos Estados Unidos.

As dúvidas agora expostas são os motivos que levaram a este falhanço de insuspeitos homens de negócios como Jeff Bezos, na área tecnológica e comercial, Warren Buffett com a experiência de uma das maiores seguradoras do mundo e Jamie Dimon, CEO de um dos maiores grupos financeiros do planeta.

Os três tinham partido para o projeto Haven com a promessa de democratizar o acesso e transformar o sistema de saúde nos Estados Unidos e, no comunicado de fecho, fala-se em algumas conquistas. O Sistema é caracterizado, por um analista, como um complicado e sistema de trincheiras com médicos, seguradores, farmacêuticas e intermediários a disputarem um mercado de 3,5 biliões de dólares. Mudar o sistema de saúde americano revela-se um desafio que nem três estrelas dos negócios com retaguardas poderosas conseguiram ultrapassar.

As ideias de Bezos, Buffett e Dimon partiam de base sólida. Os seguros de saúde com co-pagamento pelas empresas empregadoras abrange 157 milhões de pessoas, metade da população do EUA, segundo a Kaiser Family Foundation, organização especialista em saúde. E esta é a parte mais sistematizada num mercado de saúde muito pulverizado.

A empresa criaria novas soluções e trabalharia para mudar sistemas, tecnologias, contratos, políticas e “qualquer coisa” que estivesse no caminho de um melhor atendimento. Essencialmente tratava-se de cortar custos. Uma fonte da empresa afirmou que a Haven já tinha identificado áreas de abordagem aos custos com medicamentos prescritos, preparando-se para enfrentar “fraude, desperdício e abuso”.

Outro dado fundamental é que nos Estados Unidos os custos com cuidados de saúde há muito subiam acima da inflação e dos salários, sendo um motivo de preocupação para famílias e empresas. Depois, só os três grupos, Amazon, Bershire Hathaway e JP Morgan permitiam arrancar com uma base, direta e indireta de empregados,de um milhão de clientes.

Este foi um um dos principais erros de análise. Enquanto a empresa desenvolvia as suas ideias, o trio de companhias fundadoras executava seus próprios projetos separadamente, com seus próprios funcionários. A empresa de Bezos já tinha a Amazon Care em andamento antes do lançamento da Haven e terá sido relutante em abandonar o seu projeto por outro.

A falta de liderança é outro dos problemas apontados à Haven. Atul Gawande, um cirurgião famoso, professor em Harvard e escritor foi nomeado CEO. O perfil deste cargo exigia um profundo conhecimento sobre o funcionamento de seguradoras, ser desembaraçado quanto à burocracia da gestão e dedicar-se totalmente à tarefa. Segundo fontes citadas na imprensa americana, Gawande não preenchia nenhuma destas necessidades e, em maio passado, passou de CEO a Chairman para se preocupar com a Covid-19.

Este encerramento foi especialmente significativo para três companhias: A United Health, a maior seguradora do mundo, a Humana e a CVS, também seguradoras gigantes nos Estados Unidos via área da saúde. Se há três anos tinha sido uma preocupação, agora foi um alívio.

Das intenções dos três grandes empresários que lançaram a Haven ficou uma amizade, vão cooperar no futuro, aproveitar o trabalho que se fez. O mudar o sistema fica para depois, Buffett já tinha avisado numa entrevista durante 2020: “Não estou certo de que a Haven vai resultar”. Tinha razão.

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CTP apela a que se “deixe de discutir na praça pública” reestruturação da TAP

  • Lusa
  • 5 Janeiro 2021

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal criticou a forma como está a ser conduzido o processo de reestruturação da TAP. "Há seis meses que está para entrar o novo presidente", relembrou.

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, pediu, esta terça-feira, que se “deixe de discutir na praça pública” a reestruturação da TAP e que seja escolhida rapidamente a nova gestão da empresa.

Num discurso na tomada de posse dos novos órgãos sociais da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), liderados por Pedro Costa Ferreira, Calheiros criticou a forma como está a ser conduzido o processo.

“Parem de discutir a TAP na praça pública e decidam”, apelou, recordando que “há seis meses que está para entrar o novo presidente” e a comissão executiva da companhia e lamentando que se esteja também há seis meses “a fazer uma reestruturação que não é com esta equipa”.

Também Pedro Costa Ferreira apontou problemas no processo de reestruturação, lamentando que “o diálogo político não vá mais além do que a banalidade do soundbite”.

Francisco Calheiros sublinhou ainda que, no que diz respeito ao novo aeroporto de Lisboa, previsto para o Montijo, passaram dez meses e está tudo igual, referindo que, se não fosse a pandemia, este ano o aeroporto Humberto Delgado seria uma “bagunça”.

O presidente da CTP disse ainda que, dez meses depois do início da pandemia, “as empresas estão em modo sobrevivência”, apelando à sua capitalização.

Da mesma forma, Pedro Costa Ferreira alertou para um “enorme problema de tesouraria” nas empresas do turismo “construído de uma forma tão simples como inevitável – o pagamento de custos fixos, não apenas ao longo de nove meses sem faturar, como, inevitavelmente, também nos primeiros meses do ano que agora começa”.

“Problema de tesouraria, aliás, agravado por duas circunstâncias que devemos relevar. Desde logo, um acrescido esforço de reembolso a clientes, conhecido de todos”, indicou, salientado por outro lado “uma capacidade de financiamento reduzida, tanto por balanços destruídos e consequentes dificuldades de diálogo com a banca, como por dificuldade de acesso aos esquemas de recapitalização previstos”.

Da mesma forma, o presidente da APAVT apelou a “mais linhas de crédito”, bem como a “apoios estruturantes a fundo perdido” e a “um modelo de recapitalização que anteceda o fim das moratórias bancárias”.

Para Pedro Costa Ferreira é importante sobretudo “um sistema de apoios integrado, que seja possível e permita o planeamento” e que não “tire pela janela, em impostos e prestações da segurança social” o que “entrega pela porta da frente, em apoios”.

Na cerimónia da tomada de posse, em que marcou também presença a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, e o presidente da ECTAA (associação europeia do setor do turismo), Pawel Niewiadomski, o presidente da APAVT, que foi reeleito, garantiu que, apesar do contexto, esta foi “a maior votação de sempre, em setenta anos de história” da associação.

Os órgãos sociais foram eleitos para o mandato 2021-2023.

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Audições do inquérito ao Novo Banco só deverão arrancar dentro de três semanas

Mesa da comissão de inquérito reuniu-se esta terça-feira. Deputados decidiram avançar com audições apenas depois de receberem documentação. Entidades terão 10 dias para enviar documentos.

A mesa da comissão de inquérito ao Novo Banco reuniu-se esta terça-feira e ficou acordado entre os deputados que as audições às diversas personalidades só vão realizar-se depois de recebida toda a documentação solicitada. As entidades terão dez dias para enviar ao Parlamento os documentos pedidos, pelo que as primeiras audições só acontecerão, muito provavelmente, dentro de três a quatro semanas, adiantaram várias fontes parlamentares ao ECO.

Em relação à lista de pessoas a ouvir, nenhum dos nomes requeridos pelos partidos foi rejeitado. Tal como não foi vetado qualquer documentação solicitada. Já esta semana deverão seguir os pedidos às instituições para que enviem os documentos no prazo máximo de dez dias úteis (duas semanas).

Também já ficou alinhavado os dias em que as audições terão lugar: às terças-feiras durante todo o dia (abrindo-se a porta a duas audições) e nas tardes de quinta e sexta-feira. Isto sem prejuízo de alguma flexibilização para não prejudicar os trabalhos parlamentares dos deputados.

As decisões tomadas esta terça-feira deverão ser retificadas pelos 17 membros efetivos da comissão de inquérito ao Novo Banco numa reunião que terá lugar esta quinta-feira, após o plenário.

A comissão de inquérito ao Novo Banco, presidida por Fernando Negrão, visa apurar as perdas registadas pelo banco e que foram imputadas ao Fundo de Resolução. Os trabalhos vão prolongar-se durante quatro meses e as conclusões deverão ser conhecidas até abril, antes de o Fundo de Resolução ser chamado a fazer nova transferência para o Novo Banco.

Entre os nomes mais consensuais que constam nos pedidos dos partidos estão, entre outros, os de Carlos Costa (ex-governador do Banco de Portugal), Mário Centeno (ex-ministro das Finanças), António Ramalho (CEO do Novo Banco), Maria Luís Albuquerque (ex-ministra das Finanças de Passos Coelho), Luís Máximo dos Santos (presidente do Fundo de Resolução), e Vítor Bento (CEO do BES aquando da resolução e primeiro presidente do Novo Banco).

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