Países de leste retomam restrições face ao agravamento da pandemia

Perante a escalada de infeções e mortes por Covid-19 no leste da Europa, da Bulgária à Letónia há já países a tomar medidas mais musculadas, voltando a impor restrições.

A pandemia está a agravar-se na Europa, com especial incidência nos países de leste que têm baixas taxas de vacinação contra a Covid. Perante a escalada de infeções e mortes por Covid-19, da Bulgária à Letónia há já países a tomar medidas mais musculadas, voltando a impor restrições.

As baixas taxas de vacinação estão a refletir-se num agravamento da pandemia no leste da Europa, com vários países a registar recordes de infeções e óbitos associados à doença. Para travar esta nova vaga, há já alguns países a apertarem nas restrições. É o caso da Ucrânia, cujas autoridades de saúde decidiram fechar as escolas em Kiev durante as próximas duas semanas e anunciou a exigência de apresentação de certificado digital Covid para os transportes públicos na capital.

A Ucrânia é um dos países da Europa com menor taxa de vacinação (apenas 16% da população está completamente imunizada) e esta decisão surge depois de o país ter batido, pelo segundo dia consecutivo, um novo recorde de infeções óbitos por Covid-19 na sexta-feira, com mais de 23 mil casos e 614 mortes nessas 24 horas.

Por outro lado, também na República Checa o certificado digital Covid vai ser obrigatório para entrar em restaurantes, bares, discotecas, bem como outros espaços fechados. Além disso, o Governo decidiu limitar o tempo de validade dos testes à Covid, segundo a AFP. Neste país, 56% da população está completamente imunizada.

O cenário é ainda mais preocupante na Roménia, numa altura em que o país luta contra uma enchente de pacientes nos hospitais, que está a colocar o sistema de saúde sob pressão. Neste contexto, a Roménia decidiu avançar com novas medidas, pelo que a partir de segunda-feira o certificado de vacinação tornou-se obrigatório para várias atividades do dia-a-dia, como para ir ao ginásio, ao cinema ou a um centro comercial.

Além disso, haverá ainda um toque de recolher obrigatório a partir das 22h, sendo que as lojas vão fechar às 21h, os bares e as discotecas vão encerrar portas e as escolas vão fechar durante este semestre. As máscaras vão ser obrigatórias em todos os locais públicos, de acordo com a Alljazeera. Neste país, apenas 30% da população está completamente vacinada.

Também a Bulgária decidiu tornar obrigatória a apresentação do certificado digital Covid para acesso a restaurantes, hotéis, cinemas, piscinas e centros comerciais. Estas medidas entraram em vigor na quinta-feira passada, numa altura em que o Governo búlgaro tenta combater o aumento de casos de infeção e as baixas taxas de vacinação. Na Bulgária só 20% da população tem a vacinação completa contra a Covid, o que a coloca como o país da UE com menor taxa de cobertura vacinal.

Mais incisivo foi o Governo da Letónia que anunciou um confinamento de um mês, tornando-se no primeiro país da Europa a retomar as restrições mais apertadas. Entre as medidas impostas está o recolher obrigatório em todo o país, entre as 20h e as 5h, o encerramento das escolas bem como do comércio não essencial, noticiou o The Guardian. Com 57% da população vacinada contra a Covid a Letónia tem atualmente a taxa de infeção mais elevada na União Europeia (UE), com 1.297 casos por milhão de habitantes.

Por outro lado, também a Eslováquia decidiu estender as restrições atualmente em vigor. Com 42% da população vacinada e uma taxa de infeção de 498 casos por milhão de habitantes, a sete dias, estas medidas incluem o encerramento de hotéis, bares e restaurantes, sendo apenas autorizada a venda ao postigo de refeições para levar, segundo a Lusa. Ginásios, piscinas e spas também foram encerrados.

Ao mesmo tempo, também na Polónia o Governo está a ponderar endurecer as medidas de contenção da Covid, numa altura em que o número de infeções está a duplicar a cada semana. “Se, no final de outubro, tivermos, em média, mais de 7.000 casos por dia, teremos de considerar tomar algumas medidas mais restritivas”, disse, Adam Niedzielski, ministro polaco da Saúde, citado pela Reuters. Este país tem 52,5% da população vacinada contra a Covid.

Infeções disparam na Rússia e no Reino Unido

Fora do leste europeu, há outros países da Europa a registarem aumento das infeções e óbitos associados à Covid. É o caso do Reino Unido, que tem vindo a registar, em média, entre 40 mil a 50 mil novos casos por dia, o que coloca o país em máximo desde meados de julho. Esta subida de infeções está a preocupar as autoridades de saúde, pelo que os responsáveis pedem ao Governo que avance para o “plano B”, voltando a implementar algumas restrições.

Por seu turno, o primeiro-ministro tem vindo a rejeitar pôr em marcha o “plano B”, contudo, a Agência de Segurança em Saúde do Reino Unido (UKHSA) já estará a contactar as autoridades de saúde locais para perceber se conseguem “implementar imediatamente o plano de inverno”, segundo o The Observer.

Já a Rússia desde há duas semanas consecutivas que tem vindo a bater novos máximos de infeções e óbitos, tendo registado na segunda-feira um novo recorde, com 37.930 casos (o número mais elevado desde o início da pandemia) e 1.079 mortes nessas 24 horas. Face ao agravamento da pandemia, Moscovo decidiu avançar com medidas mais restritivas, pelo que a partir de quinta-feira apenas estarão abertas as lojas essenciais, como supermercados e farmácias. As escolas também vão fechar portas.

Face ao crescente número de infeções, o Governo holandês admitiu voltar a impor novas restrições, numa altura em que os os hospitais estão sob pressão. Por outro lado, o governo austríaco admitiu voltar a impor restrições, mas apenas aos não vacinados.

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Diretora do FMI debaixo de fogo por suspeitas de “amaciar” relatório sobre o Brasil

  • Lusa
  • 27 Outubro 2021

Cerca de 200 funcionários do FMI exigiram que a diretora da instituição, Kristalina Georgieva, esclareça as alegações de que terá "amaciado" um alerta sobre os riscos ambientais para o Brasil.

Quase 200 funcionários do Fundo Monetário Internacional (FMI) exigiram que a diretora da instituição, Kristalina Georgieva, esclarecesse as alegações de que teria “amaciado” um alerta sobre os riscos ambientais para a economia brasileira.

Os esclarecimentos foram reclamados​​​​​​​ por 194 funcionários (7% do total) do FMI, em petição enviada para o provedor da instituição, conforme um e-mail consultado pela Bloomberg.

Este tipo de iniciativa é raro na história do Fundo e ocorreu depois de a Bloomberg ter noticiado que a análise da economia brasileira pelo FMI, ao abrigo do conhecido artigo IV, tinha sido “temperada”, depois de o governo de Bolsonaro ter questionado a linguagem.

Também em email consultado pela Bloomberg, dirigido na segunda-feira ao staff do FMI, Georgieva garantiu que neste caso todas as regras e todos os procedimentos tinham sido respeitados.

Georgieva foi recentemente visada numa auditoria que revelou pressões impróprias do Banco Mundial, quando a economista búlgara trabalhava na instituição, para favorecer a China num relatório sobre o clima de negócios.

A questão da manutenção de Kristalina Georgieva, de 68 anos, à frente do FMI, surgiu após a publicação, em 16 de setembro, das conclusões de uma investigação conduzida pelo escritório de advogados WilmerHale. Os autores do documento apontaram irregularidades na elaboração das edições de 2018 e 2020 do relatório “Doing Business” do Banco Mundial, acusando Georgieva de ter pressionado as suas equipas, quando era dirigente daquela instituição, para dar à China uma classificação mais favorável.

A investigação foi realizada a pedido do comité de ética do Banco Mundial, depois de o relatório, que classifica os países de acordo com a facilidade em fazer negócios, se ter tornado objeto de muita controvérsia e ter levado à demissão do antigo economista-chefe Paul Romer.

O FMI manifestou “plena confiança” em Georgieva após uma análise “exaustiva” das acusações que a visavam devido a estas pressões quanto estava no BM.​​​​​​​

“Não há dúvida sobre a credibilidade do FMI, dos nossos dados, das nossas pesquisas. Então, o problema está do outro lado da rua”, afirmou Georgieva a 13 de outubro, numa referência à sede do BM, situada em frente à do FMI no centro de Washington.

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Estas são as expectativas dos investidores para a COP26, diz análise da Schroders

  • Capital Verde
  • 27 Outubro 2021

Para os investidores, é sem dúvida, uma conferência para observar, digerir e calcular o impacto nas suas carteiras de investimento, diz a análise da gestora global de investimentos.

Esta análise espelha as expectativas da Schroders, gestora global de investimentos, face à COP26 e dos especialistas Vicki Owen, Senior Content Strategist, e Andrew Oxlade, Head of Editorial Content, em torno da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática COP26.

“[A COP26] Foi apontada como a última oportunidade da humanidade para salvar o planeta. Mesmo que desconfie da hipérbole, é difícil negar que a COP26 assinala um momento importante nos esforços encetados para reduzir as emissões de carbono e para mitigar as alterações climáticas.

Para os investidores, é sem dúvida, uma conferência para observar, digerir e calcular o impacto nas suas carteiras de investimento.

Como o nosso chefe executivo, Peter Harrison, sugeriu anteriormente, as mudanças que devem acontecer para enfrentar as alterações climáticas são semelhantes a um “momento de 1929”. Mudanças radicais foram feitas na contabilidade após o colapso de Wall Street Crash. Tal como a mudança sísmica, está agora em curso uma mudança com impacto nas operações das empresas que em breve se tornarão evidentes.

Nesta análise reunimos as opiniões de pessoas chave dentro da nossa organização, tais como os nossos especialistas em sustentabilidade, mas também os gestores de fundos que investem nas tendências das alterações climáticas. Estes respondem a questões centrais e realçam algumas nuances a ter em conta pelos investidores.

Vale também a pena ler o nosso guia para a COP26. Em resumo, foi alcançado um acordo na COP de Paris (Conferência das Partes) de 2015 para limitar as temperaturas a longo prazo “bem abaixo dos dois graus”, nos níveis da era pré-industrial. Mais de 120 líderes mundiais reunir-se-ão em Glasgow durante os primeiros dias antes de entregarem o testemunho aos ministros do ambiente e outros altos funcionários. Espera-se a presença de cerca de 25.000 pessoas na sexta-feira, dia 12 de novembro, mas a experiência passada das COP mostra-nos que é provável que se estendam até sábado e talvez até domingo.

Qual é o significado da COP26 e a emergência do conceito de uma “transição justa”?

Andy Howard, Global Head of Sustainable Investment comenta:

“As políticas individuais dos governos ficaram e continuam a ficar muito aquém dos compromissos globais assumidos em Paris, e continuam.”

“Esta conferência proporciona um “posto de reabastecimento”. Espera-se que os líderes nacionais regressem ao fórum com compromissos mais firmes, colmatando a lacuna entre a ambição partilhada e as suas ações individuais.”

“Pode revelar-se um momento de “make-or-break” para a diplomacia climática global. A pressão tem vindo a intensificar-se e na reunião deste ano pudemos assistir a uma verdadeira mudança na política climática.

“O princípio de uma “transição justa” – que assegura a transição para uma economia global de baixo carbono, não prejudica indevidamente as economias mais fracas ou partes das sociedades – também tem vindo a ganhar ritmo. Como desafio global, as alterações climáticas exigem uma ação coordenada. Através dessa lente, a transição justa é simultaneamente um objetivo e uma exigência: não será possível um acordo global entre os decisores políticos que representam cada parte da economia global, a menos que todos considerem o plano justo.”

“A incapacidade de chegar a tal acordo tem sido o principal vento de proa para uma ação mais rápida em conferências globais passadas. Como resultado, esperamos que a necessidade de coordenação e apoio global às economias menos desenvolvidas seja uma componente importante das negociações até, e durante, a COP26”.

Quais são os objetivos da COP26 e o que devem os investidores ter em atenção?

Kate Rogers, Head of Sustainability, Wealth comenta:

“Esta é uma oportunidade, um momento no tempo, em que espero olhar para trás e dizer que foi tomada uma ação coordenada.”

“O relatório de referência do IPCC (Painel Internacional sobre as Alterações Climáticas) publicado em agosto, continha quase 4.000 páginas de ciência que expunham as implicações da inação. Nomeadamente, que só é possível manter o aquecimento abaixo dos dois graus através de “reduções profundas nas emissões de CO2 e outros gases com efeito de estufa nas próximas décadas. O Acordo de Paris de 2015 foi agora ratificado por 191 países, sendo a Turquia, o Irão e o Iraque os únicos grandes emissores ainda por assinar”.

“Segundo este acordo, cada país deve estabelecer as suas próprias metas de redução de emissões, conhecidas como Contribuições Determinadas a Nível Nacional (CND). Atualmente, a soma destas CND não é suficiente para cumprir a meta de 1,5 graus de aquecimento, pelo que precisamos urgentemente de ver os países estabelecerem metas mais ambiciosas para a redução de emissões.”

“O objetivo global do Reino Unido para a conferência é ‘manter vivos 1,5 graus’ e como primeiro-ministro da nação anfitriã, Boris Johnson apelou à ação sobre carvão, carros, dinheiro e árvores:

  • Carvão: eliminação progressiva do carvão até 2030 (países desenvolvidos) e 2040 (países em desenvolvimento)
  • Carros: Abandonar carros com motores de combustível fóssil
  • Dinheiro: Para as nações mais ricas, reassegurar o compromisso de 100 mil milhões de dólares para ajudar as nações mais pobres na sua transição
  • Árvores: Comprometer-se a proteger e restaurar a natureza e plantar mais árvores do que aquelas que estamos a perder

“Uma conferência bem-sucedida assistiria tanto a compromissos significativos como à colaboração internacional. Uma forma poderosa de incentivar as empresas a descarbonizarem seria um preço de carbono acordado. Isto cobraria aos emissores com base na quantidade libertada para a atmosfera, alcançando o objetivo de colocar o custo novamente na fonte.

“Muitos países já têm alguma forma de fixação do preço do carbono, mas para sermos eficazes precisaríamos de uma adoção universal. Poderá a COP26 ser a oportunidade para tal? Embora seja um grande ponto positivo na luta contra as alterações climáticas, as implicações para os mercados de investimento poderiam ser significativas. O nosso modelo de Valor de Carbono em Risco aplica um preço de carbono de 100 dólares por tonelada métrica (o nível sugerido pelo UN Global Compact em 2016) e encontra 14% dos ganhos do MSCI World’s em risco”.

Como é que a dinâmica China/EUA irá afetar as negociações?

Simon Webber, Lead Portfolio Manager, que investiu nas tendências das alterações climáticas nos últimos 15 anos comenta:

“Algumas conferências podem ser uma formalidade, mas a COP26 é indiscutivelmente a conferência climática mais importante de uma década e há uma série de importantes fatores desconhecidos pela frente, sendo o eixo China/EUA o mais importante.

“Estamos todos conscientes da fricção comercial entre as duas nações, e de certa forma a administração Biden tem sido mais dura com a China do que a administração Trump foi. Podemos ver que essa batalha tecnológica comercial ainda está em curso, mas ainda há muitas negociações sobre as alterações climáticas que têm vindo a acontecer nos bastidores.

“O clima é uma questão em que ambos os países parecem querer cooperar. A questão é se a relação é suficientemente boa para ter um conjunto de anúncios de apoio sobre alterações climáticas na COP26.

“Precisamos de ver detalhes reais sobre a posição política da China, dado que no ano passado se comprometeram a atingir o zero líquido até 2060.

“Mas a posição dos EUA também precisa de ser firmada e apoiada por políticas detalhadas para implementar a mudança. Nas próximas semanas precisamos de ver compromissos reais e legislação que possa passar no Congresso para dar credibilidade aos planos dos EUA para descarbonizar. Isso será um catalisador fundamental para o investimento na mudança climática.

“Para além dos benefícios a longo prazo da prevenção de alterações climáticas perigosas, a preocupação pública aumentou consideravelmente em ambos os países, criando um incentivo político mais forte para que ambos trabalhem em conjunto na ação climática.”

“Um dos motores das recentes mudanças regulamentares da China é que as pessoas estão descontentes com a poluição e a desigualdade. A China tornou-se, recentemente, muito mais dura com uma série de indústrias poluidoras e há sinais claros de que a poluição ambiental e as normas estão a ser priorizadas de uma forma que não eram há três ou cinco anos.”

“Há um alinhamento de interesses entre a China e a administração Biden sobre este assunto. A questão é se as questões comerciais se interpõem ou não no seu caminho”.

Qual é a prioridade imediata?

Saida Eggerstedt, Head of Sustainable Credit, European and Sustainable Credit e especialista em investimento em neutralidadde carbono comenta:

“Gostaria de compromissos muito mais acionáveis por parte de todos os governos no sentido da neutralidade carbónica. É absolutamente bem-vindo que muitos países tenham autoestabelecido metas para atingirem o zero líquido. Mas para cumprir o caminho baseado na ciência de limitar o aumento global da temperatura, é necessário agir a curto e médio prazo. A divulgação e a governação sobre como os países irão atingir a neutralidade carbónica, e incluir o setor privado para se comprometerem, são fundamentais.

“Além disso, gostaria também de ver a atribuição de recursos financeiros e ajuda técnica aos países em desenvolvimento e zonas em perigo, imediata e urgentemente.

“Seria ótimo se a conferência abordasse a questão da divulgação de informações relacionadas com o clima por parte das empresas, com mais progressos no sentido de orientações. A partilha de tecnologias de captura e reciclagem de gases com efeito de estufa também precisa de ser priorizada”.

Qual será o impacto nos mercados emergentes?

Jonathan Fletcher, Emerging Markets Fund Manager and Head of EM Sustainability Research comenta:

“Estou realmente otimista em relação à COP26, e à oportunidade que isto traz de enfrentar os desafios climáticos do mundo. Como investidor em mercados emergentes, estou demasiado consciente do impacto das alterações climáticas.

Das dez principais cidades mais vulneráveis às alterações climáticas, nove encontram-se em países de mercados emergentes. A qualidade do ar é uma preocupação em muitos países emergentes. Das 50 principais cidades classificadas por maior poluição atmosférica, 45 estão no EM. A necessidade de ação coordenada, e de apoio financeiro para ajudar estes países, é absolutamente fundamental.

“Muitas das empresas em que investimos nos mercados emergentes são facilitadoras de um impacto ambiental positivo. É um dos cinco temas-chave do nosso processo de investimento. E embora os investidores, juntamente com as empresas públicas em que investem, possam ter um papel crítico, a coordenação com o governo, bem como a coordenação entre governos, é também essencial”.

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Portugal tem cerca de três meses para evitar ser último da UE no 5G

Ainda é possível que Portugal seja o último da UE a lançar o 5G, mas agora é mais improvável. A Lituânia anunciou esta semana um primeiro leilão de frequências, mas não avança antes do fim de janeiro.

Portugal ganhou um pouco de tempo na liga dos últimos do 5G europeu. A Lituânia anunciou na segunda-feira o seu primeiro leilão de frequências 5G, mas a venda não deverá arrancar antes do final de janeiro do próximo ano. Deste modo, o setor português ganha mais cerca de três meses para evitar ser o último da União Europeia (UE) a ter ofertas comerciais de quinta geração.

Os desenvolvimentos do 5G na Lituânia ganharam relevância em Portugal depois de o ECO ter noticiado em junho que os dois países são os únicos que ainda não têm 5G em toda a União Europeia. A informação acabou por ser confirmada em julho pelo Observatório Europeu do 5G, um organismo da esfera da Comissão Europeia.

Ora, como era esperado, na segunda-feira, a Autoridade Reguladora das Comunicações da Lituânia (RRT) anunciou o lançamento de um leilão de frequências 5G na faixa dos 700 MHz: “Usando estas frequências, uma nova geração de redes móveis de comunicação 5G será instalada no território da República da Lituânia e serviços de comunicações eletrónicas 5G serão fornecidos”, indicou a RRT.

Trata-se de um desenvolvimento de grande relevância, na medida em que, até ao momento, não se conheciam passos concretos da Lituânia no caminho em direção ao 5G. Mas se em Portugal se temia que o país pudesse ser o último a ter 5G na UE, o calendário do leilão lituano deixa implícito que aquele país não terá ofertas comerciais de quinta geração até ao fim deste ano: a RRT aceita candidaturas de entidades interessadas em comprar espetro até 25 de janeiro de 2022 e toma uma decisão “o mais tardar” até 8 de fevereiro.

Ou seja, Portugal ainda tem uma chance real de não ser o último Estado-membro da UE a ter 5G. Mas, para isso, o leilão de frequências da Anacom teria de acelerar e acabar de vez com a maior brevidade possível, o que não é certo que aconteça, na medida em que a fase principal que está em curso arrancou em janeiro e atingiu na terça-feira 200 dias de licitações por parte das operadoras.

O leilão português é muito mais abrangente do que o leilão lituano na quantidade e faixas do espetro disponibilizadas ao mercado. Além disso, uma série de outros países só têm 5G comercial porque alguma operadora decidiu lançar rede móvel de quinta geração em frequências de quarta geração, o que condiciona o desempenho da tecnologia, ou porque foi decidido dar licenças temporárias às operadoras, como aconteceu na Bélgica.

No caso da Lituânia, o país enfrenta dificuldades por causa de interferências na zona da fronteira, uma vez que a Rússia recorre a frequências na faixa dos 3,5 GHz — harmonizada na UE para o 5G — para fins militares. “Negociações difíceis com os países vizinhos, preparação responsável do espetro, como a libertação de parte das frequências de televisão, auscultação do mercado e expectativas dos consumidores — todos estes processos foram elementos essenciais para prepararmos apropriadamente este leilão”, comentou o diretor do regulador lituano, Feliksas Dobrovolskis.

O país vai vender em leilão três blocos de frequências, um de 2×10 MHz e dois de 2 x 5 MHz nas faixas 713-733 MHz e 768-788 MHz. O primeiro tem um preço de reserva de cinco milhões de euros e os segundos têm um custo inicial de três milhões cada. As licenças serão válidas por duas décadas e estão previstas obrigações de cobertura.

Para comparação, Portugal leiloou três lotes na faixa dos 1.800 MHz e um lote na faixa dos 900 MHz na primeira fase do leilão, exclusiva para novos entrantes — o espetro começou por valer 42 milhões, mas as licitações fizeram o encaixe alcançar os 84 milhões de euros. A fase principal, que decorre atualmente, caminha a passos largos em direção aos 500 milhões de euros e inclui lotes na faixa dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz.

Assim como em Portugal, o setor das telecomunicações da Lituânia está pronto a ligar o 5G para os consumidores assim que as operadoras tenham as licenças nas mãos.

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Galp tira energia ao PSI-20 com alívio nos preços do petróleo

Lisboa segue a caminho da terceira sessão consecutiva de perdas, em linha com a tendência europeia. Setor energético pressiona índice.

A bolsa de Lisboa está a perder valor, com a maioria das cotadas no vermelho, acompanhando a tendência negativa das congéneres europeias. Em destaque estão as cotadas do setor da energia, que contribuem para uma descida mais acentuada do índice português.

Neste contexto, o PSI-20 perde 0,21%, para 5.704,27 pontos, caminhando para a terceira sessão consecutiva de perdas. Das 18 cotadas nacionais, apenas quatro estão a subir, enquanto quatro estão inalteradas. As restantes estão a cair.

A contribuir para este desempenho negativo do índice de referência nacional estão as ações da Galp Energia, que recuam 1,26%, para 9,236 euros, no dia em que o preço do barril de petróleo desvaloriza nos mercados internacionais, embora continue em máximos de 2018.

Ainda no setor energético, destaque para a EDP Renováveis, que recua 0,25%, para 23,62 euros, enquanto a EDP cai 0,04%, para 4,84 euros. Por sua vez, a REN perde 0,19%, para 2,625 euros.

Nas restantes cotadas, a Altri recua 0,89%, para 5,585 euros, acompanhada pela Sonae, que desce 0,48%, para 0,9315 euros.

No lado oposto, a travar uma descida mais acentuada do PSI-20 estão os títulos do BCP, que sobem 0,13%, para 0,1569 euros, acompanhados pela Jerónimo Martins, que avança 0,05%, para 19,34 euros, no dia em que apresenta resultados trimestrais. Destaque ainda para a GreenVolt, que ganha 0,71%, para 7,08 euros.

Lisboa acompanha deste modo a tendência de perdas do resto da Europa, no dia em que o índice de referência europeu, Stoxx 600, recua 0,09%, para 475,32 pontos. O mesmo sentimento observa-se nos índices espanhol e italiano, que desvalorizam 0,36% e 0,18%, respetivamente.

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Lucro do Santander cai 32% até setembro, para 172,2 milhões de euros

Banco viu o resultado líquido cair quase um terço nos primeiros nove meses do ano, com a margem financeira a continuar a descer, condicionada pelas taxas de juro.

O lucro do Santander Portugal recuou 32% entre janeiro e setembro, em termos homólogos, para 172,2 milhões de euros, um período que foi marcado pela contínua redução das margens financeiras, devido às baixas taxas de juro. As receitas recorrentes de natureza comercial continuaram afetadas por um “contexto adverso, fruto da conjuntura económica incerta decorrente da pandemia”, informou a instituição esta quarta-feira.

No mesmo período, o total de crédito concedido a clientes situou-se em 43,5 mil milhões de euros, um aumento de 2,2% face ao ano passado, destacando-se o crescimento do crédito à habitação, em 5,9%. As quotas de mercado de novos empréstimos de crédito a empresas e habitação (valores acumulados a agosto) situaram-se em 22,1% e 21,3%, respetivamente.

No que toca a linhas com garantia do Estado, foram apoiados mais de 15 mil clientes, num montante global de 1,8 mil milhões de euros. Os recursos de clientes ascenderam a 46,2 mil milhões de euros, um aumento de 6,7% “determinado pelo aumento de 4,5% em depósitos e de 18,3% em recursos fora de balanço”, refere o Santander.

O número de clientes digitais aumentou 8,6%, representando 58% do total de clientes de banco principal. “Os nossos clientes digitais são quase um milhão e têm contribuído todos os dias para que as vendas em canais digitais, feitas com toda a segurança, superem os 60% do total”, diz Pedro Castro e Almeida, presidente executivo do Santander Portugal, citado em comunicado.

O rácio de eficiência foi de 41,1% (3,4 pontos percentuais abaixo do valor alcançado em setembro de 2020), enquanto o rácio CET1 (fully implemented) foi de 23,9%, registando um acréscimo de 3,5 pontos percentuais em relação a setembro do ano passado.

A instituição destaca que, entre janeiro e setembro, participou em duas emissões — de 750 milhões de euros e de 1.250 milhões de euros — de dívida híbrida verde da EDP e também na emissão de 300 milhões de euros de green bonds da REN.

Pedro Castro e Almeida nota que, “apesar do ano desafiante” que está a ser 2021, a evolução destes indicadores do banco traz otimismo em relação ao futuro e “reflete a confiança” dos clientes. “2022 está à porta. O Santander está preparado para um novo ano — e para um novo ciclo. O banco é hoje uma instituição mais forte, melhor estruturada e dotada dos meios necessários para continuar a ser o parceiro das famílias e das empresas portuguesas.

(Notícia atualizada às 8h52 com mais informação)

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“Ronaldo” de Viseu oferece 10 milhões pela Dielmar

  • ECO
  • 27 Outubro 2021

Empresário propôs a transferência, sem contrapartidas, de dois milhões para massa insolvente, para pagar salários de outubro, e mais oito milhões no dia seguinte. Reunião de credores acabou adiada.

Cláudio Monteiro, empresário de Viseu, apresentou uma proposta de dez milhões de euros para ficar com a insolvente Dielmar. A proposta do empresário é 25 vezes superior à proposta do proprietário da Outfit21, empresa de Leiria, avança o Jornal de Notícias (ligação indisponível).

“Entrou ali um Ronaldo.” Foi desta forma que a dirigente sindical Anabela Leitão avançou a informação às dezenas de trabalhadores da Dielmar que aguardavam em frente ao Tribunal do Fundão por novidades sobre o futuro da empresa de vestuário, conta o JN, que explica que a oferta foi recebida por alguns com alguma desconfiança.

A versão final da proposta de Cláudio Nunes foi entregue às duas da manhã de terça-feira ao administrador de insolvência, João Maurício Gonçalves, horas antes da assembleia de credores. O empresário de Viseu propôs a transferir no dia seguinte, sem contrapartidas, dois milhões de euros para a massa insolvente, dinheiro destinado a pagar salários de outubro, e mais oito milhões no dia seguinte. Face a esta oferta, a assembleia de credores voltou a ser suspensa até dia 10 de novembro, como avançou o ECO.

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Justiça faz mira a contratos de Luís Filipe Vieira no Benfica

  • ECO
  • 27 Outubro 2021

Ministério Público e Autoridade Tributária pediram ao Benfica documentação sobre negócios envolvendo mais 16 atletas, dias depois da detenção de Luís Filipe Vieira.

Dias depois da detenção de Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, o Ministério Público e o Fisco solicitaram ao clube elementos sobre venda ou compra de mais 16 jogadores, num total de 19 negócios a serem investigados, noticia esta quarta-feira o Correio da Manhã (acesso pago).

Nos mandados, o Ministério Público defende que o clube terá sido lesado e que o inflacionar das comissões serviu para fazer circular dinheiro no universo do então presidente dos “encarnados”. Estão em causa negócios com craques como Jonas, Lucas Veríssimo ou Darwin Núñez.

No caso do negócio com Darwin Núñez, está em causa a contratação mais cara alguma vez feita pelas “águias” (ou mesmo por um clube português), que custou 25,02 milhões de euros, de acordo com o CM. O jornal garante ainda que os negócios envolvem também o empresário Bruno Macedo, que tem boas relações no Brasil.

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Adicional ao ISP e contribuições da banca e energia caem com chumbo do Orçamento

  • ECO
  • 27 Outubro 2021

Se proposta de Orçamento for mesmo chumbada, o adicional ao ISP e as contribuições sobre a banca e sobre o setor energético também deverão cair.

Se o Orçamento do Estado (OE) para 2022 for mesmo chumbado esta quarta-feira no Parlamento, como é agora expectável, algumas medidas atualmente em vigor deverão cair por terra. É o caso do adicional ao ISP — o imposto que incide sobre os combustíveis –, da contribuição sobre o setor bancário e da contribuição sobre o setor energético, disseram especialistas ao Público (acesso condicionado).

Em causa estão taxas e contribuições que foram implementadas há algum tempo, mas que, para permanecerem em vigor, são sucessivamente renovadas por via do Orçamento pelo prazo de um ano. Assim, se a proposta atual for chumbada, o Governo passa a ter de gerir o país a duodécimos a partir de 1 de janeiro, com base no Orçamento do Estado deste ano, mas sem a aplicação deste adicional ao imposto e das duas contribuições.

A Lei de Enquadramento Orçamental diz que não são aplicadas as normas do OE do ano anterior que contenham uma “autorização para a cobrança de receitas cujos regimes se destinavam a vigorar apenas até ao final do ano económico a que respeitava a lei”. Esta exceção não afeta impostos como o IRS, IRC ou IVA, mas afeta outros como o adicional ao ISP e as contribuições sobre os setores bancário e energético. Ou seja, estas taxas precisam que um novo OE as reafirme para que continuem em vigor no ano seguinte, de acordo com o jornal.

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Hoje nas notícias: Adicional ao ISP, Benfica e pneumonia

  • ECO
  • 27 Outubro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O eventual chumbo da proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2022 continua a preencher as manchetes dos jornais, com o Presidente da República a tentar evitar um cenário de eleições antecipadas. Ora, se acontecer, o adicional ao ISP deixará de estar em vigor. Além desta notícia, destaque para o Ministério Público, que continua a apertar o cerco a Luís Filipe Vieira.

Adicional ao ISP, contribuição da banca e CESE caem com chumbo ao OE

O adicional ao ISP, a contribuição sobre o setor bancário e a contribuição extraordinária sobre o setor energético (CESE) são algumas das medidas que deixam automaticamente de estar em vigor caso a proposta do Governo para o Orçamento do Estado (OE) para 2022 acabe por ser chumbada no Parlamento esta quarta-feira. Estas medidas já têm algum tempo, mas só porque o Governo as renova sucessivamente através do Orçamento.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Ministros querem eleições antecipadas, mas Marcelo resiste

Os ministros querem eleições antecipadas, assegura o Correio da Manhã, mas o Presidente da República está a fazer “diligências complementares” para evitar uma crise política, como anunciou na terça-feira à noite. Marcelo Rebelo de Sousa terá telefonado ao presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, e a alguns deputados do PSD do Norte, para os tentar convencer a mudarem o sentido de voto para abstenção ou mesmo a favor. Contudo, no Governo, o cenário que já está em cima da mesa é mesmo o de eleições.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Orçamento do Estado pode sobreviver sem ser votado

Existe uma forma alternativa de a proposta de OE apresentada pelo Governo sobreviver esta quarta-feira ao crivo do Parlamento: baixar à comissão sem votação, algo que acontece inúmeras vezes no Parlamento. Para que isso funcione, neste caso, é preciso que um partido apresente um requerimento nesse sentido, no caso com autorização do Governo (porque é o Governo o autor da proposta de lei). E, para que o requerimento seja tornado eficaz, evitando-se a votação na generalidade do diploma, é preciso que seja aprovado por maioria simples. Mas o cenário já foi considerado um “não-assunto” por uma fonte ao DN.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso livre).

Justiça aperta o cerco a contratos de Vieira no Benfica

Dias depois da detenção de Luís Filipe Vieira, o Ministério Público e a Autoridade Tributária pediram ao Benfica elementos sobre a compra ou venda de mais 16 jogadores, num total de 19 negócios a serem investigados. Nos mandados, o Ministério Público defende que o clube terá sido lesado e que o inflacionar das comissões serviu para fazer circular dinheiro no universo do então presidente dos “encarnados”. Estão em causa negócios com craques como Jonas, Lucas Veríssimo ou Darwin Núñez.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Mais do que duplica venda de vacinas contra pneumonia

Em 2019, foram vendidas 118.944 unidades de vacinas contra a pneumonia. Em 2020, o número mais do que duplicou, tendo-se registado 290.293 unidades vendidas. Até agosto deste ano, já se venderam 47.024 unidades, mas espera-se que, até ao final do ano, esse número dispare, de acordo com dados da Associação Nacional das Farmácias (ANF).

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (ligação indisponível).

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Comissões cobradas pela ASF levantam dúvidas de legalidade

O regulador do seguros mudou a forma como cobra pela gestão dos fundos de acidentes de trabalho e de garantia automóvel. Fiscalização da ASF alega falta de sustentação jurídica.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) mudou, em 2020, a forma como passou a cobrar pela gestão do Fundo de Acidentes de Trabalho (FAT) e do Fundo de Garantia Automóvel (FGA). A nova metodologia fez soar os alarmes da Comissão de Fiscalização do próprio regulador que, além de assinalar que o cálculo da cobrança pela ASF não tem sustentação jurídica, também sugeriu ilegalidade financeira. A Inspeção Geral de Finanças terá concordado com esta comissão.

O regulador, liderado por Margarida Corrêa de Aguiar desde junho de 2019, identificava os custos diretamente imputados a estes dois fundos, FAT e FGA, nomeadamente despesas de pessoal e fornecimentos e serviços de terceiros, e acrescia um encargo variável comum difícil de individualizar. No final desse ano, a ASF alterou a metodologia e passou a calcular o seu fee de gestão através de um valor de comissão calculado sobre valor líquido da carteira de investimentos de cada um dos fundos.

Na prática essa mudança significou uma receita para a ASF de cerca de seis milhões de euros em 2020 com a gestão dos dois fundos públicos responsáveis pelas indemnizações aos lesados quando os responsáveis por um acidente de carro ou de trabalho não têm seguro. Em 2019, os montantes cobrados aos fundos totalizaram cerca de 1,2 milhões de euros, sendo no entanto de sinalizar que existe um “constrangimento de efetiva comparabilidade de realidades diferentes”, como sublinhou a Comissão de Fiscalização no parecer que consta no Relatório de Atividade e Contas Anuais de 2020.

Já para 2021, a entidade previa um valor de comissões de gestão do FAT e do FGA de 10,1 milhões, um aumento de 70,2% face ao ano anterior. Ao contrário, a estimativa para as taxas de supervisão, que são pagas pelas empresas seguradoras, é de uma redução de 13,8%.

Previsão de receita anual inscrita no Plano Anual de Atividades e Orçamento da ASF para 2021

“A ASF limita-se a ser ressarcida pelas despesas incorridas com a gestão dos dois fundos, FGA e FAT, não beneficiando de qualquer ganho adicional”, afirmou a ECO fonte da administração da ASF, acrescentando que “no âmbito da gestão dos referidos fundos, foi adotada uma nova metodologia baseada na imputação, direta e indireta, dos custos incorridos com administração dos mesmos, não se configurando a existência de qualquer ilegalidade, tendo os fundos sido sempre objeto da cobrança de comissões”.

A BDO & Associados, sociedade auditora das contas da ASF, refere-se a este tema no seu relato sobre a auditoria das demonstrações financeiras de 2020, salientando que “a comissão de gestão calculada com base no valor dos fundos é o modelo comummente utilizado pela maioria dos fundos (mobiliários, imobiliários, de pensões, de capital de risco, etc…), que habitualmente consta dos respetivos regulamentos de gestão desses fundos”, conclui.

Quando a comparação é com os outros supervisores financeiros, Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a prática é diferente, em particular nos valores que cobram. O BdP, por exemplo, não cobra qualquer comissão por gerir o Fundo de Garantia de Depósitos e o valor que a CMVM recebe pela gestão do Sistema de Indemnização aos Investidores é simbólico, muito longe dos dez milhões de euros que a ASF pretende cobrar ao FAT e ao FGA.

A decisão está agora nas Finanças que, em janeiro de 2020, no despacho em que aprovou o plano de atividades e propostas de orçamentos, “enfatizava” a questão da ilegalidade financeira e de falta de sustentação jurídica levantada pela Comissão de Fiscalização.

A Comissão de Fiscalização, num parecer de 18 de novembro de 2019 que é reproduzido no relatório de 2020, sinalizou que “os planos e orçamentos apresentados contemplam uma nova metodologia aparentemente não baseada na agregação de custos suportados pela ASF, mas em comissões de gestão a cobrar pela ASF ao FGA e ao FAT. Atendendo à novidade desta solução e aos princípios aplicáveis neste domínio, de tipicidade de receitas e despesas (…), considera-se que a eventual implementação carecerá de uma adequada clarificação sobre a sustentabilidade jurídica da solução e de uma explicitação dos parâmetros ou critérios utilizados para calcular as comissões”.

Já nas conclusões do parecer sobre o relatório, a Comissão de Fiscalização acaba por aprovar o documento, apesar de salientar as observações e recomendações relativamente a estes pontos, nomeadamente colocando “significativa ênfase sobre esse problema de legalidade financeira a merecer devida atenção e seguimento”.

O Relatório de Atividade e Contas Anuais foi acompanhado de uma nota técnica da ASF sobre a cobrança das comissões de gestão, com a sustentação para a prática. Nesta nota, o supervisor faz um enquadramento onde recorda que as comissões têm sido cobradas “ao longo de mais de duas décadas”, sempre tendo sido considerado que têm “enquadramento legal”. No entanto, o modelo de cálculo “carecia de aperfeiçoamento”, defendem, pelo que foi instituído um diferente.

O Conselho de Administração vê a nova metodologia como “legítima”, mas decidiu consultar dois “reputados professores de Direito”, Tiago Duarte e Eduardo Paz Ferreira, sendo que ambos defendem a legalidade financeira da prática. A ASF admite, ainda assim, que nada impede a administração de ajustar as comissões orçamentadas ao “concreto desenvolvimento da despesa”.

Ao que ECO apurou, toda a fundamentação para a nova metodologia de cobrança foi entregue pela ASF às Finanças e já existe um parecer final da parte do ministério depois do entendimento da Inspeção Geral de Finanças (IGF). O parecer da IGF, segundo soube o ECO, indica que não existe base legal para a cobrança destas comissões de gestão. Com este entendimento, o plano de atividades da ASF não deverá ter “luz verde” das Finanças, pelo que poderá ter de ser revisto.

O ECO questionou o Ministério das Finanças sobre a situação, mas não obteve resposta até à publicação do artigo.

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Grupo eDreams instala hub tecnológico no centro do Porto

A gigante das viagens online acaba de abrir o primeiro escritório em Portugal, iniciando a operação com 25 pessoas na Baixa do Porto e uma centena de vagas em aberto na área de tecnologia e produto.

O grupo eDreams Odigeo, um dos maiores do mundo no setor das viagens online, arrendou um escritório com 845 metros quadrados no quarto piso do Trindade Domus, um empreendimento imobiliário que combina retalho e escritórios, para instalar o centro de desenvolvimento tecnológico no centro do Porto.

De portas abertas desde o início de outubro, o hub de engenharia em Portugal arranca com uma equipa de 25 pessoas. Em entrevista ao ECO, o presidente executivo, Dana Philip Dunne, referiu que a empresa tem “à volta de cem posições em aberto para preencher na Europa” – tem centros também em Barcelona, Madrid e Milão – e espera “colocar uma grande porção delas” na cidade Invicta.

Estas vagas para os departamentos de tecnologia e de inovação de produto “vão estar em aberto até serem preenchidas”, mas o líder do grupo de origem espanhola esperar “abrir muitas mais” no futuro próximo. “Temos espaço para ter significativamente mais pessoas aqui. No entanto, se houver um crescimento dramático [de funcionários no Porto], iremos expandir para outros locais na cidade”, assegurou.

 

Neste edifício com sete pisos acima do solo e três em cave, situado nas traseiras da Câmara do Porto, a eDreams tem como vizinhas outras empresas de referência, como a multinacional francesa Armatis. Inaugurado em 2008, o Trindade Domus esteve vários anos ao abandono até ser reconvertido em centro de negócios, tendo sido comprado em agosto de 2020 pela Finangeste –- o primeiro “bad bank” português — e por um investidor institucional sediado no Reino Unido, por 40,5 milhões de euros.

Sem quantificar o investimento realizado em Portugal – “não somos proprietários de hotéis, rent-a-cars ou aviões; somos uma tecnológica que investe em pessoas para construir produtos, serviços e experiências para os consumidores”, frisou –, o gestor nascido em Nova Iorque, que até 2011 foi diretor comercial da Easyjet, explicou que, “com o tempo”, a equipa portuguesa vai “gravitar para certas áreas de especialidade – e isso vai depender do desejo individual e das necessidades da empresa”.

Não posso dizer nunca, mas não temos planos, por agora, para trazer as outras marcas do grupo [além da eDreams] para o mercado português.

Dana Philip Dunne

CEO da eDreams Odigeo

Cotada na bolsa de Madrid e com origens que remontam a 1999, a eDreams Odigeo resultou de uma operação de fusão com a Go Voyages e de aquisição da Opodo, concretizada em junho de 2011. Somadas à agência de viagens Travellink e ao motor de pesquisa Liligo, estas marcas contabilizam mais de 17 milhões de clientes por ano e a presença em 45 mercados, disponibilizando ofertas de voos, hotéis, cruzeiros, rent-a-car, pacotes de férias e seguros.

A eDreams é a única plataforma online do grupo que está presente no mercado português. Não pensam trazer as outras para Portugal? “Não posso dizer nunca, mas não temos planos, por agora, para fazê-lo. A marca eDreams é tão conhecida neste país. Se formos para outros países, por razões históricas, outras marcas são mais fortes e por isso é que as mantemos”, respondeu Dana Philip Dunne.

Buzz na tecnologia e atraente para estrangeiros

Apesar de só agora apostar num espaço próprio e constituir uma equipa maior em Portugal, há um ano e meio que o grupo sediado em Barcelona tem pessoas a trabalhar a partir de cá. É que a decisão de abrir um hub tecnológico em Portugal foi tomada no início de 2020, chegou a ter um espaço de coworking reservado no Centro Empresarial Lionesa, em Matosinhos, mas a chegada da pandemia acabou por travar o ritmo da expansão.

No cargo de CEO desde 2015, Dana Philip Dunne falou ao ECO de “uma combinação de razões” para ter escolhido o Porto. A começar pelo facto de ser “um sítio verdadeiramente atrativo” para conseguir acolher quadros estrangeiros – são 5 dos 25 da equipa inicial – e “com buzz na área da tecnologia, com uma boa comunidade tech e boas infraestruturas tecnológicas”. “É uma cidade vibrante e cool, alinhada com os nossos valores”, completou.

E recusa estar a sentir dificuldades na contratação deste tipo de perfis, apesar da forte concorrência. “Somos uma empresa única. Estamos realmente a quebrar o paradigma das viagens, reinventamo-lo para o consumidor. As pessoas querem estar associadas aos melhores”, justificou o gestor. Ao contrário da “maioria das empresas de viagens”, a eDreams Odigeo “não [foi] pedir dinheiro aos bancos nem aos acionistas” e garante também que não fez despedimentos durante a pandemia.

Os resultados até ao final de agosto mostram que estamos 27% acima do nível anterior à pandemia [face a 2019]. Diga-me outra empresa do setor das viagens que esteja já nestes valores.

Dana Philip Dunne

CEO da eDreams Odigeo

“Isto é muito raro. Somos muito diferentes das restantes empresas deste setor. Focamo-nos em continuar a construir bons produtos e experiências para os consumidores durante a pandemia, para tentar cumprir as suas expectativas, preparando esta fase de retoma das viagens. Os resultados até ao final de agosto mostram que estamos 27% acima do nível anterior à pandemia [face a 2019]. Diga-me outra empresa do setor das viagens que esteja já nestes valores”, desafiou Dunne.

Com perto de mil funcionários de 46 nacionalidades nos escritórios de Barcelona, Madrid, Porto, Paris, Milão, Hamburgo, Budapeste e Londres, o CEO sustenta até que duas das tendências que resultaram da pandemia de Covid-19 “encaixam exatamente no negócio” da eDreams. Por um lado, com 40% das viagens ainda a serem marcadas offline, “muitas pessoas ficaram mais confortáveis com as compras na Internet”. Por outro, também foi “acelerado o mobile”, o que está em linha com a performance do grupo, que já tem metade das reservas feitas através de dispositivos móveis.

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