AdC contra regra de Centeno que a afasta das resoluções de bancos

Banco de Portugal quer poder vender bancos resolvidos sem esperar pelo "ok" da Autoridade da Concorrência, mas regulador de Matos Rosa diz que isso vai contra a lei.

As novas regras da banca preveem que o Banco de Portugal possa, no contexto de uma medida de resolução, alienar total ou parcialmente um banco a outra instituição sem ter de esperar pela decisão da Autoridade da Concorrência. Contudo, o regulador liderado por Margarida Matos Rosa está contra esta disposição do novo Código da Atividade Bancária (CAB) e quer ter uma palavra a dizer em resoluções bancárias sempre que estiver em cima da mesa operações de concentração.

A Autoridade da Concorrência foi uma das muitas entidades que enviaram contributos ao Banco de Portugal a propósito do anteprojeto do CAB, que esteve em consulta pública no final do ano passado e início deste ano. E também deixou reparos e algumas recomendações.

Desde logo, pediu ao supervisor presidido por Mário Centeno para retirar uma disposição do CAB relativa a resoluções bancárias pois considera que vai contra a lei da concorrência. Mais concretamente esta: “Se com a decisão do Banco de Portugal que determina a alienação da atividade ocorre uma operação de concentração nos termos da legislação aplicável em matéria de concorrência, esta operação pode realizar-se antes de ter sido objeto de decisão de não oposição por parte da Autoridade da Concorrência, sem prejuízo das condições ou obrigações que esta posteriormente determine”.

"A obrigação de suspensão de implementação serve para assegurar o cumprimento desse propósito e evitar que uma operação que se venha a revelar suscetível de criar entraves significativos à concorrência possa provocar esses efeitos antes de decisão da Autoridade da Concorrência.”

Autoridade da Concorrência

Na prática, com esta regra, o Banco de Portugal deixa de depender da Autoridade da Concorrência para avançar para a venda total ou parcial dos ativos e passivos de uma instituição de crédito, objeto de resolução, a outra entidade autorizada, seja outro banco (como aconteceu no Banif/Santander) ou banco de transição (BES/Novo Banco). E deixa para depois de concretizada a operação a intervenção da Autoridade da Concorrência no processo.

Recomenda-se a eliminação desta disposição por ser discordante com a Lei da Concorrência, sendo passível de introduzir incerteza jurídica”, contrapõe o regulador liderado por Margarida Matos Rosa.

Para a Autoridade da Concorrência, esta proposta coloca em causa o fundamento de uma avaliação ex-ante do controlo de concentrações que passa por “avaliar o impacto que determinada operação de concentração é suscetível de vir a provocar na estrutura de determinado mercado”. “A obrigação de suspensão de implementação serve para assegurar o cumprimento desse propósito e evitar que uma operação que se venha a revelar suscetível de criar entraves significativos à concorrência possa provocar esses efeitos antes de decisão da Autoridade da Concorrência”, diz a entidade no parecer enviado ao Banco de Portugal.

Também lembra que muitas destas decisões têm de passar pela DG-Comp, a autoridade de concorrência europeia. Pelo que “o facto de o CAB prever determinadas exclusões/especificidades ao regime de controlo de concentrações será irrelevante se a competência para a análise daquela operação for da Comissão Europeia”.

Por outro lado, a Autoridade da Concorrência também não se conforma com a possibilidade dada pelo supervisor da banca de intervir posteriormente à operação. “São as autoras da notificação que oferecem compromissos à Autoridade da Concorrência que, se aceites, se convolam em condições e obrigações, constantes da própria decisão de não oposição, destinadas a garantir o cumprimento dos compromissos assumidos e com vista a assegurar a manutenção da concorrência efetiva. Ora, o mecanismo proposto no CAB não parece prever este impulso procedimental de apresentação de compromissos pelas autoras da notificação. Tal é sugerido na medida em que se refere ‘sem prejuízo das condições ou obrigações que esta [Autoridade da Concorrência] posteriormente determine’.”

O CAB refere ainda que, no contexto de uma resolução, a transferência de atividade para um banco de transição ou para um veículo de gestão de ativos “não consubstancia uma operação de concentração de empresas”, pelo que deixaria de haver qualquer notificação junto da Autoridade da Concorrência. Também estes pontos merecem observações, com a entidade de Margarida Matos Rosa a defender que deve continuar a ser informada destas decisões que resultam de resoluções de bancos.

Outra disposição que merece a atenção da Autoridade da Concorrência: o regime de autorização para constituição de instituições de crédito e sociedades financeiras com sede em Portugal. Nada se prevê caso, findo o prazo para a tomada de decisão pelo Banco de Portugal, esta não tiver ainda ocorrido. A Autoridade da Concorrência pede alterações neste ponto para “reduzir o risco de processos de decisão excessivamente longos, e de incerteza jurídica, passível de comprometer ou fragilizar as condições de entrada no mercado”.

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Os 5 finalistas e os valores EY Entrepreneur of the Year

  • ECO
  • 11 Abril 2021

Os cinco gestores finalistas da 8.ª edição do prémio EY Entrepreneur of The Year dão a sua definição de seis valores do prémio de empreendedorismo.

Do espírito empreendedor à liderança, passando pela estratégia, criação de valor, inovação e impacto nacional e global, são seis os valores que norteiam o prémio EY Entrepreneur of The Year. António Oliveira (Oli – Sistemas Sanitários), António Carlos Rodrigues (Grupo Casais), Carlos Mendes Gonçalves (Mendes Gonçalves), Guy Villax (Hovione) e Rupert Symington (Symington), os finalistas da edição deste ano definem-nos.

Espírito Empreendedor

António Oliveira, OLI – Sistemas Sanitários

“Antecipar as tendências de mercado, encontrar soluções, arriscar e implementá-las. Ter uma visão de longo prazo, antecipando ameaças e oportunidades para o negócio. Motivar as equipas de trabalho, promovendo a reflexão, o conhecimento e o espírito crítico. Fazer da empresa um lugar que inova continuamente e que criar valor para todos.”

António Carlos Rodrigues, Grupo Casais

“Um empreendedor cria oportunidades. Cruza disciplinas, pensa e testa modelos, aprende com o passado e molda e influencia o futuro”

Carlos Mendes Gonçalves, Mendes Gonçalves

“Entendo com espírito empreendedor a capacidade de conseguirmos ter esse espírito na empresa, que entendo se consegue com uma mentalidade muito clara que temos e que os nossos colegas apreendem, de termos pavor de ser mais um no mercado. Entendemos que isso é o pior que pode acontecer a qualquer empresa ou a qualquer marca, ainda pior numa área de negócio tão competitiva como é a nossa. Entendo pois que o espírito empreendedor que melhor se adapta ao nosso modelo e é uma das nossas fortalezas é esse espírito ser da empresa e não de uma pessoa. Só assim, podemos ter sempre este drive de querer estar à frente, ser os primeiros a chegar, ser melhores e podermos distinguir o que fazemos das outras empresas e das outras marcas, podendo, assim, chegar ao consumidor com uma mensagem diferenciadora a que podemos acrescentar mais valor.”

Guy Villax, Hovione

“É aquilo que nos permite ver as oportunidades que mais ninguém vê, e nos dá uma fé e força para vencer e chegar ao fim.”

Rupert Symington, Symington

“Capacidade de identificar uma nova oportunidade, criar um plano de negócio e executá-lo com êxito.”

Estratégia

António Oliveira, OLI – Sistemas Sanitários

“O processo de melhoria e de aprendizagem nunca termina, é permanente. A OLI prioriza a adoção de práticas de referência e a melhoria contínua do desempenho em busca da excelência operacional, determinante para a sua competitividade e para a criação de valor para todos.”

António Carlos Rodrigues, Grupo Casais

“Boa Estratégia + Execução mediana é pior que Estratégia mediana + Boa Execução.”

Carlos Mendes Gonçalves, Mendes Gonçalves

“A estratégia tem que ser clara, a longo prazo e facilmente entendível por todos. Temos que ter também a capacidade de a passar e explicar de forma sucinta e clara, para todos os colegas a entendam e a possam executar. Aliás nos últimos tempos a definição da estratégia tem sido estabelecida em comunhão com os vários colegas da empresa e de várias áreas. Não só o ajuste da estratégia que vem sendo seguida, a análise da mesma, como principalmente a definição para os próximos anos, com metas, uma vez mais, claras, mediveis e com passos concretos escritos. Entendemos cada vez mais fazê-lo assim, agora e no futuro, pois temos a certeza que assim temos uma estratégia mais robusta, mais escrutinada e principalmente mais participada e comprometida com todos, pois é a nossa estratégia conjunta, que debatemos e todos participamos na sua elaboração e não uma estratégia passada para se seguir. Também do ponto de vista de propósito e retenção de talentos achamos que é a maneira mais correcta de envolver a nossa gente, sentindo e fazendo na prática com que a empresa e os seus sucessos sejam de cada um.”

Guy Villax, Hovione

“A estratégia é o ligar o conhecimento do mercado às oportunidades que os outros não veem, e fazer um plano – e essa é a parte fácil, o difícil é implementar o plano.

Rupert Symington, Symington

“Ter uma visão de longo prazo do sucesso das unidades do core business da nossa empresa e um caminho traçado para alimentar o seu desenvolvimento.”

Criação de Valor

António Oliveira, OLI – Sistemas Sanitários

“O desenvolvimento sustentável e a criação de valor direcionam a nossa estratégia de negócios, ao longo de toda a cadeia de valor, que desenvolvemos através de relações éticas, íntegras e transparentes com todos os parceiros.”

António Carlos Rodrigues, Grupo Casais

“É quem cria mais para o todo, independentemente da fatia que retém para si.”

Carlos Mendes Gonçalves, Mendes Gonçalves

“Numa empresa que produz só commodities é o que procuramos fazer desde manhã até à noite. Numa empresa que tem como concorrentes as maiores empresas e marcas alimentares do mundo, só criar valor nos pode dar a sobrevivência e melhor que isso a saúde e estabilidade para o futuro. Também aqui o fazer diferente, não ser mais um no mercado é fundamental na nossa forma de estar. Commodities, já são por natureza pouco diferenciadoras, grande escala e grande pressão sobre o preço. Estando em Portugal, não temos escala nem acesso a matérias primas a preços e em condições favoráveis, estamos num mercado pequeno e distantes dos principais mercados, portanto, estamos condenados, sempre a acrescentar valor. Fazemo-lo através da inovação, produção de uma enorme gama de produtos (mais de 1 700 SKU, referências) e adaptação às necessidades dos nossos clientes, seja no produto, embalagem ou formas de utilização. Procuramos fornecer uma solução e não um produto, tentamos passar ao mercado a ideia de nos procurarem para resolver problemas, para lhes apresentar soluções para o seu produto ou negócio. Desta maneira conseguimos produzir pequenas e grandes quantidades, sendo um parceiro e não um fornecedor.”

Guy Villax, Hovione

“Para alguns é a conta de lucros, para mim é a construção a longo prazo de algo que dá muito mais que dividendos monetários. Algo que nos dá satisfação de ver uma equipa a crescer e a vencer, de ser capaz de entregar aquilo que todos acreditavam ser impossível, de ouvirmos que somos reconhecidos como bons naquilo que fazemos.”

Rupert Symington, Symington

“Ser capaz de convencer um consumidor a pagar mais pelo nosso produto e passar uma parte desse lucro à cadeia de fornecimento.”

Impacto Nacional e global

António Oliveira, OLI – Sistemas Sanitários

“A OLI tem um compromisso de gerar retorno económico, criar relações sociais positivas e ter um comportamento ambiental responsável, com o objetivo de ser um legado económico, social e ambiental que influencia o progresso socioeconómico e o desenvolvimento sustentável a nível, local, nacional e global.”

António Carlos Rodrigues, Grupo Casais

A nossa missão no mundo é deixá-lo melhor do que o encontramos. E são vários os “mundos”, começando por nós próprios, a nossa família, a nossa cidade, o nosso país e, por fim, o nosso único habitat, o planeta.

Carlos Mendes Gonçalves, Mendes Gonçalves

“Antes de mais preocupámo-nos sempre com o nosso impacto local, regional, nacional e só depois com o global. Estamos na Golegã porque é a nossa terra. Achamos que uma empresa é muito mais que uma fonte de rendimento, para a família, para os accionistas e para os colegas de trabalho. Achamos que devemos devolver à sociedade, à nossa terra, à nossa região e ao nosso País tudo o que temos a sorte de ter recebido, que foi muito. Depois disto, e se o conseguirmos podemos ser um exemplo global, mas só acreditamos que o possamos ser se formos realmente capazes de empoderar as pessoas e consequentemente a nossa terra e a nossa região. Achamos que temos a obrigação de ser um agente aglutinador e impulsionador de bem estar, realização profissional e pessoal e consequentemente felicidade das pessoas. Para além de todas as medidas que temos de apoio aos nossos colegas, psicólogo, nutricionista, PT para quem tem problemas graves de peso a mais e se compromete a perder, livros para os filhos no início do ano lectivo, acordos com vários serviços e lojas com acordos de preços ou facilidades de acesso, etc, achamos que devemos ajudar a criar condições de forma estruturada e sustentada de acesso à cultura, formação, informação, vivendo numa comunidade sustentável nas três dimensões, económica, social e ambiental. Como temos a sorte de estar numa terra pequena com cerca de 3 000 habitantes, tendo o concelho cerca de 5 000 e a nossa empresa empregar cerca de 350 pessoas, queremos ter esse papel regenerativo a todos os níveis, Também, embora sendo uma empresa industrial, estamos hoje certos que poderemos ter a curto/médio prazo um impacto positivo no ambiente e para isso estamos a trabalhar num projecto a que chamamos Vila Feliz Cidade, onde para além de plantarmos uma agrofloresta, produzimos os nossos pimentos picantes em regime BIO que irá cada vez mais ser regenerativo, fazendo com que os nossos terrenos sejam cada vez mais ricos e produtivos, numa lógica de regenerar e não retirar. Também neste espaço queremos que seja um espaço de liberdade e educação, tendo um projecto para uma escola, espaços de ATL e de vivências com a natureza e os animais. Um espaço o mais biodiverso possível, só à custa de regenerar e colaborar com os ecosistemas.”

Guy Villax, Hovione

“Não vejo que haja diferença entre eles, para mim há só impacto – e esse tem tanto mais mérito que tivemos que vencer maiores dificuldades ou concorrentes mais capazes ou que o resultado é mais valorizado pelos doentes e pelos clientes.”

Rupert Symington, Symington

“Comercializar um produto de que as pessoas no nosso país se possam orgulhar e que também represente o pais da melhor forma nos mercados de exportação.”

Inovação

António Oliveira, OLI – Sistemas Sanitários

“Diariamente, o foco da OLI centra-se na criação de novas soluções que tornem o espaço de banho num lugar hidricamente eficiente, confortável e seguro, promovendo a produção e o consumo consciente da água, enquanto recurso natural escasso. Das torneiras de boia, que permitem o rápido e silencioso enchimento dos autoclismos, às resistentes estruturas autoportantes, que permitem ao utilizador ajustar a altura do sanitário, até às placas de comando desenhadas por arquitetos mundialmente reconhecidos, a OLI foi construindo, ao longo dos últimos cinco anos, um valioso portfolio que contribui para a preservação ambiental e o bem-estar de todos no WC.”

António Carlos Rodrigues, Grupo Casais

“Para ser uma inovação, ela deve ser valorizada e posta em uso pela sociedade.”

Carlos Mendes Gonçalves, Mendes Gonçalves

“É como digo o pilar principal, no que diz respeito ao negócio, da nossa empresa. Pelas razões que acima digo, sejam as de mercado, sejam de concorrência, sejam de motivação e atração das melhores pessoas, achamos que devemos estar sempre um passo à frente. Para isso temos um espaço de I&DI onde trabalham 10 colegas, sejam no aperfeiçoar dos nossos produtos actuais, seja fundamentalmente no criar dos produtos do amanhã. Temos, nesse espaço, uma mini fábrica, com equipamentos exactamente iguais aos que temos na fábrica, mas para produzir apenas 6 kgs. Assim, conseguimos desenvolver e prototipar tudo o que temos depois capacidade para desenvolver na nossa fábrica. Como a informação e o conhecimento é, também, uma obsessão para nós, participamos em várias organizações internacionais de conhecimento, os nossos colegas com muita frequência se deslocam ao estrangeiro, onde for necessário e haja conhecimento ou algo de novo na nossa área de negócio. Em Portugal, participamos em vários projectos com universidades, outros em co-promoção com universidades e empresas e outros ainda em colaboração com entidades nacionais e internacionais. Temos total abertura para partilhas com tudo o que sejam instituições de conhecimento, com pessoas que queiram estagiar ou colaborar connosco de alguma forma em algo inovador e temos até a pretensão de poder promover num futuro próximo doutoramentos a partir da nossa empresa, das nossas necessidades e das nossas ambições de conhecimento futuras.”

Guy Villax, Hovione

“Se a investigação é transformar dinheiro em conhecimento, a inovação é transformar conhecimento em dinheiro. E não há nada mais arriscado que apostar na inovação, mas é também a alavanca mais eficaz da produtividade e do lucro.”

Rupert Symington, Symington

“A criação de variantes subtis de produtos e serviços reconhecidos, no intuito de captar interesse público.”

Integridade pessoal e liderança

António Oliveira, OLI – Sistemas Sanitários

“A liderança nunca deve abrir mão da ética, não deve perder a humildade, deve focar-se no essencial e acreditar sempre que vale a pena ser e fazer o melhor.”

António Carlos Rodrigues, Grupo Casais

“Liderança exerce-se pelo exemplo. A integridade pessoal é demonstrada pelas nossas ações.”

Carlos Mendes Gonçalves, Mendes Gonçalves

“Integridade pessoal é um dado da nossa vida, não se apregoa, ou se é ou não se é, e isso está à vista, é a sociedade que mede todos os dias. A liderança, pretende ser despretensiosa, simples e com a máxima liberdade possível. Acreditamos muito, e procuramos que seja a nossa prática diária a máxima do Steve Jobs de não contratar pessoas inteligentes para lhes dizermos o que fazer e queremos antes que tenham toda a liberdade de criação e desenvolvimento profissional e pessoal para serem eles a dizerem-nos o que fazer. Também é assim que procuramos viver no melhor dos dois mundos entre uma empresa familiar e uma empresa profissionalizada, tirando sempre o melhor de cada um. Sendo um equilíbrio nada fácil, temos conseguido, com este espírito de família alargado a todos nós, procurando ser uma empresa familiar nas relações, porque aqui trabalham muitas famílias e não por ser propriedade de uma família. Também, com esta liderança, digamos que partilhada, temos conseguido atrair e reter talentos, desenvolver a empresa e dar-lhe uma perspectiva de futuro, saudável, firme e rentável. Por exemplo, na nossa administração estão dois colegas nossos, quadros da empresa, a minha mulher e eu, tendo ainda um administrador não executivo. Queremos uma empresa, livre, justa, com muita diversidade, muita competência e muito compromisso. Queremos ser, orgulhosamente, uma empresa familiar que vinga no mercado nacional, que se internacionaliza cada vez mais, que é uma referência de gestão, equilíbrio financeiro, desenvolvimento das suas pessoas e das suas gentes, com profissionalismo e competência, podendo assim perdurar no tempo muito para além da família. Queremos que a nossa vida e a nossa existência valha realmente a pena.”

Guy Villax, Hovione

“A integridade é um imperativo para que as pessoas acreditem em nós, a integridade é um dos ingredientes da legitimidade e a liderança exige legitimidade.”

Rupert Symington, Symington

“Ter respeito pelas pessoas ao nosso redor e respeitar as regras do jogo. A liderança passa por demonstrar uma visão clara do que a nossa empresa pretende alcançar e persuadir outros na organização a partilhar essa mesma visão.”

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Hungria bloqueia transação entre Aegon e VIG

  • ECO Seguros
  • 11 Abril 2021

A transação planeada entre Aegon e VIG ascende a 830 milhões de euros e engloba 15 companhias da seguradora holandesa em quatro países, um dos quais a Hungria, que decidiu travar o negócio.

O acordo de compra venda foi assinado em novembro de 2020, abrindo-se a perspetiva de levar a seguradora austríaca à liderança do mercado húngaro. “O mais surpreendente” é que, quando tudo corria bem no processo para a obtenção do visto regulatório pelas autoridades de Budapeste, a VIG foi informada de que a operação seria chumbada.

A compra dos negócios da Aegon, na Europa central e oriental (CEE) enfrenta agora um revés por ter sido “temporariamente bloqueada pela Hungria”, revela um comunicado do Vienna Insurance Group (VIG).

Os negócios que a companhia austríaca acordou adquirir à congénere holandesa, por cerca de 830 milhões de euros, envolvem as operações da Aegon em quatro países da região CEE (Hungria, Polónia, Roménia e Turquia), num total de 15 empresas. Do conjunto, a parte húngara (seguros, pensões, gestão de ativos e serviços) representa uma fatia importante da transação.

Segundo a VIG, quando tudo parecia correr bem com o dossiê de aprovação regulamentar do negócio, aconteceu o inesperado. A 6 de abril, a empresa foi notificada pelo ministério húngaro da Administração Interna de que a venda das empresas da Aegon na Hungria “a um investidor estrangeiro” seria impedida.

Ato contínuo, Elisabeth Stadler CEO da VIG, reagiu através de carta dirigida ao Governo húngaro, afirmando que, ao fim de 25 anos de atividade no mercado húngaro, a seguradora austríaca “sente-se em casa”. Em todos os países onde está presente, o grupo é reconhecido “como parceiro credível” e tem estratégia de longo prazo. “Isto é particularmente verdade no caso da Hungria”, um país que a seguradora trata como (seu) mercado doméstico e onde “não nos vemos, nós próprios, como investidor estrangeiro”, explicou.

Manifestando surpresa com o anúncio das autoridades locais, Stadler argumentou ainda: “A nossa ligação com a Hungria cresceu com o tempo, caracterizando-se pelo respeito mútuo. Durante um quarto de século, temos investido com sucesso na economia húngara”, escreveu a CEO da VIG, sublinhando que a companhia tem dado uma “valiosa contribuição para a economia húngara.” Após reafirmar compromisso e estratégia da seguradora austríaca no mercado húngaro, o comunicado termina reafirmando que o negócio com a Aegon tem conclusão “prevista para a segunda metade de 2021”.

Corroborando a ideia de que a posição do ministério do Interior constitui contradição face ao curso de conversas “construtivas” que a VIG tem tido, até à data, com o ministro das Finanças da Hungria, a Aegon emitiu uma nota afirmando, por seu lado, que a obstrução é momentânea e que continuará a trabalhar com a VIG para a concretização da transação.

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Covid-19: Fundo Solidário das Seguradoras recebeu poucos pedidos

  • ECO Seguros
  • 11 Abril 2021

O prazo para aceder ao fundo solidário das seguradoras prolonga-se até final de junho. Até lá, o Fundo continuará a apoiar todos os potenciais beneficiários que submetam os seus casos à APS.

O fundo solidário criado há cerca de um ano para prestar auxílio extraordinário às famílias dos designados “profissionais da linha da frente” que, no exercício da sua profissão (ou de missão voluntária), tenham testado positivo à doença Covid-19 e, em consequência dela, tenham falecido, registou até agora “poucos pedidos de apoio”, disse a ECOseguros a Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

No final de abril assinala-se um ano da constituição na APS, por parte das empresas de seguros que operam em Portugal, do Fundo Solidário dotado de 1,5 milhões de euros, destinado a atribuir “compensações, de natureza excecional, a familiares do conjunto de profissionais que, durante o período do Estado de Emergência e no exercício da sua profissão ou de missão voluntária”, tenham testado positivo à doença COVID-19 e, em consequência dela, tenham falecido ou viessem a falecer.

Nos últimos dias de janeiro, a Direção-Gral da Saúde afirmou ter conhecimento da morte de, pelo menos, cinco profissionais de saúde (dois médicos, um enfermeiro, um auxiliar e um bombeiro) que morreram desde o início da pandemia, na sequência de uma infeção pelo novo coronavírus com Covid-19, segundo o jornal Público. Citando dados da DGS, o diário indicava que, desde o início da pandemia, houve 23.768 profissionais infetados. Destes, 6548 são enfermeiros e 3026 são médicos.

No caso de se ter tratado de trabalho voluntário – portanto, não coberto legalmente por mecanismos de apoio garantidos aos trabalhadores – o Fundo pode atribuir uma compensação “também em caso de internamento, majorado se tiver ocorrido em situação de cuidados intensivos”, explica a APS.

A associação estabeleceu que não divulgaria “nem a identificação nem os montantes que vierem a ser, individualmente, atribuídos, fazendo apenas um balanço global quando se justificar e, naturalmente, quando o processo for encerrado”. Por ora, adianta apenas que o número de candidaturas é pequeno. “Devemos entender esta circunstância como positiva, porque se tal reflete a realidade do impacto da pandemia nestes profissionais, então houve um número reduzido de fatalidades e de vítimas”, disse a ECOseguros José Galamba de Oliveira, presidente da APS.

Os critérios de atribuição dos apoios foram definidos logo em maio de 2020. Depois, em julho, o âmbito do fundo foi alargado aos voluntários que estivessem em missão na linha da frente. Ao longo do último ano, a APS também “efetuou uma divulgação abrangente do Fundo, designadamente junto do Governo, de autoridades públicas e de organizações que prosseguem fins públicos, no sentido de fazer chegar esta informação a potenciais beneficiários”, procurando mostrar “o compromisso para com o país e com a sociedade e, sobretudo, para com os profissionais que estão na linha da frente no combate à pandemia”.

O fundo anunciado numa fase bastante inicial da pandemia, constituiu-se como “um apoio solidário extraordinário a prestar às famílias dessas vítimas, com o objetivo de as ajudar, num momento particularmente difícil, a reorganizar as suas vidas e a fazer face a necessidades mais imediatas”, nota a associação.

Depois de ter alargado o prazo inicial, de agosto para dezembro, as seguradoras decidiram depois prorrogar o âmbito temporal do Fundo Solidário até 30 de junho de 2021. Por isso, “o Fundo continuará a apoiar todos os potenciais beneficiários que submetam os seus casos” até essa data, acrescentou o presidente da APS.

Em novembro de 2020, num balanço relativo ao impacto da pandemia no setor de seguros, a APS sublinhava a responsabilidade social coletiva, recordando que a indústria “continua a assegurar a transferência de contribuições regulares, em diferentes áreas, como por exemplo a saúde, ao canalizar para o INEM um valor superior a 125 milhões de euros por ano ou para o Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil, para o qual são transferidos mais de 35 milhões de euros por ano”.

A informação sobre o Fundo Solidário das seguradoras no âmbito da crise sanitária, bem como as regras e formulários de candidatura ao apoio a preencher por familiares ou pessoas infetadas está acessível aqui.

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SEF deteta 15 comprovativos de testes à Covid-19 falsificados

  • Lusa
  • 11 Abril 2021

Os cidadãos foram constituídos arguidos e notificados para comparência no Departamento de Investigação e Ação Penal de Chaves, na segunda-feira.

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) detetou, no ponto de passagem autorizado de Vila Verde da Raia, no concelho de Chaves, 15 comprovativos de testes à covid-19 que tinham sido falsificados, foi anunciado este domingo. Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, o SEF explica que, na mesma operação, também apreendeu um documento de identificação falso e que o caso se verificou no sábado, no âmbito da reposição do controlo de fronteiras com Espanha.

“Os 15 cidadãos, de nacionalidade portuguesa e estrangeira, com idades compreendidas entre os 19 e os 63 anos, a trabalhar em vários países europeus, foram intercetados pelos inspetores do SEF depois de terem efetuado uma manobra suspeita com a viatura onde seguiam“, começa por referir o SEF.

De acordo com a informação, ao apresentarem os documentos de identificação, as pessoas em causa mostraram também “comprovativos de teste à covid-19 com indícios grosseiros de falsificação”, o que foi posteriormente confirmado pelo laboratório. Por este motivo, os cidadãos foram constituídos arguidos e notificados para comparência no Departamento de Investigação e Ação Penal de Chaves, na segunda-feira.

O SEF também acrescenta que um dos cidadãos foi detido por ter exibido um documento de identificação falso e que será presente para primeiro interrogatório no mesmo tribunal. As fronteiras com Espanha estão fechadas desde 31 de janeiro devido à pandemia de covid-19, sendo apenas permitida a circulação entre os dois países nos 18 pontos de passagem autorizados.

No dia 6 de abril, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, afirmou que o controlo de pessoas nas fronteiras terrestres e fluviais entre Portugal e Espanha vai manter-se enquanto for “estritamente necessário”, devido à pandemia da covid-19, sem avançar datas.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.929.563 mortos no mundo, resultantes de mais de 135,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 16.916 pessoas dos 827.494 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Robert Dietrich promovido a CEO da Hiscox Europe

  • ECO Seguros
  • 11 Abril 2021

A Hiscox Europe, unidade regional de negócio que inclui Portugal e integra a divisão Retail do grupo segurador internacional, nomeou o sucessor de Stephane Flaquet.

 

Robert Dietrich, diretor-geral da Hiscox Alemanha desde 2006, acaba de ser nomeado Chief Executive Officer (CEO) da Hiscox Europe, região de negócio que engloba Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Irlanda, Países Baixos, Portugal e uma subsidiária recentemente instalada no Luxemburgo.

Roberto Dietrich está na Hiscox desde 1997, após concluir um programa de estágio na Allianz.

O novo CEO da Hiscox Europe assume funções com efeito imediato, sucedendo no cargo a Stephane Flaquet, nomeado no início ano Chief Transformation Officer, nova função na estrutura da organização internacional que tem sede na Bermuda.

Dietrich está na Hiscox desde 1997, quando concluiu um programa de estágios na Allianz e integrou-se na Hiscox, como gestor de operações. Progredindo diversos níveis na área de subscrição, alcançou o posto de diretor-geral da subsidiária germânica, levando a Alemanha a constituir-se atualmente o mercado bandeira da Hiscox Europe, refere um comunicado da companhia.

“Robert é um líder versátil, altamente experiente e um colega reconhecido. O seu vasto conhecimento da atividade será crucial para nos ajudar a concretizar a próxima fase de crescimento do nosso negócio europeu à medida que inovamos para captar as oportunidades de crescimento tanto nos canais tradicionais de corretagem como nos digitais”, afirmou Ben Walter, CEO da Hiscox Global Retail.

Assumindo que acompanhou o desempenho europeu da companhia nas últimas duas décadas, Dietrich manifestou-se entusiasmado com “a oportunidade de trabalhar com o talento que temos nos nossos escritórios europeus” e com a transformação que a tecnologia “irá proporcionar aos nossos corretores e clientes”.

A Hiscox Europe – com 14 escritórios e 600 empregados em toda a Europa – protege o recheio das casas de muitas famílias, coleções de arte e carros clássicos, e fornece seguros comerciais para pequenas e médias empresas, desenvolvendo igualmente soluções de cibersegurança, proteção de bens e responsabilidade profissional.

Incluindo restantes geografias, além da Europa, o grupo tem 35 escritórios distribuídos por 14 países, empregando cerca de 3400 pessoas.

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Líder da CSU quer suceder a Angela Merkel na Alemanha

  • Lusa
  • 11 Abril 2021

O líder da CSU, Markus Soder, disputará a corrida com o líder do partido conservador CDU, Armin Laschet, para se apresentar como candidato da coligação de poder às eleições de setembro.

O líder da CSU, Markus Soder, declarou que disputará a corrida com o líder do partido conservador CDU, Armin Laschet, para se apresentar como candidato da coligação de poder às eleições legislativas de setembro.

“Se a CDU estiver pronta para me apoiar, eu estarei pronto. Se a CDU não quiser, o trabalho conjunto continuará, sem ressentimentos”, disse o político bávaro, numa reunião à porta fechada com líderes parlamentares da coligação de poder na Alemanha, que junta a União Democrata-Cristã (CDU) e a União Social-Cristã (CSU).

Laschet já tinha apresentado a sua candidatura a sucessor de Angela Merkel (CDU) no Governo, e, embora os democratas-cristãos tenham prometido resolver esta questão até final de maio, a corrida a candidato da coligação ao posto de chanceler alemão pode agora ser acelerada. “Todos temos interesse numa decisão rápida”, tinha dito o líder do grupo parlamentar da coligação CDU/CSU, Ralph Brinkhaus, pouco antes do início da reunião estratégica que hoje decorre em Berlim.

Ao seu lado, o vice-presidente do grupo parlamentar, Alexander Dobrindt, disse esperar que os partidos decidam esta questão “dentro de duas semanas”, alegando que o clima político na CDU não é compatível com uma prolongada indecisão.

O objetivo da coligação conservadora é acelerar o processo de escolha política, considerando que o fim de mandato de Angela Merkel, após 16 anos no poder, está a criar instabilidade e que uma longa incerteza sobre o futuro do partido pode prejudicar as aspirações a uma vitória nas eleições legislativas, marcadas para 26 de setembro. Por outro lado, para além da gestão errática da pandemia de covid-19 e dos maus resultados em duas eleições regionais, a coligação conservadora tem sido atingida por escândalos que estão a provocar dano na imagem do Governo.

As recentes sondagens indicam que a coligação CDU/CSU apenas consegue entre 26% e 28,5% das intenções de voto, quase 10 pontos abaixo das indicações de fevereiro, permitindo a aproximação dos Verdes, que já sonham em conseguir uma vitória eleitoral. A reunião que decorre este domingo é uma “espécie de exame de candidaturas”, na expressão usada num artigo do jornal diário Suddeutsche Zeitung, que acrescenta que o encontro servirá para os dois candidatos apresentarem a sua visão para o futuro da Alemanha.

Markus Soder, de 50 anos, que dirige a CSU, tem as sondagens a seu favor, quando comparado com Armin Laschet, de 60 anos, mas, tradicionalmente, cabe à CDU apresentar o candidato da coligação, sendo o partido social-cristão um movimento regional da Baviera. Armin Laschet, que apenas recentemente foi eleito para a liderança da CDU, também sofreu vários contratempos, tendo sido muito criticado pela forma como se tem posicionado perante a estratégia de combate contra a pandemia.

O líder regional da Renânia defendeu uma estratégia mais moderada de luta contra o novo coronavírus, ao ponto de ter entrado em conflito com a liderança de Angela Merkel. Embora Laschet seja considerado o herdeiro natural de Angela Merkel, na verdade tem tido dificuldade em conseguir conciliar a necessidade do partido de harmonizar os sentimentos de continuidade e de renovação.

Numa entrevista ao jornal Bild, publicada este domingo, Laschet tentou revelar ser capaz desse equilíbrio, lembrando que, por um lado, esteve ao lado de Merkel em questões políticas essenciais, como a da receção aos refugiados, mas, por outro lado, defendeu a inauguração de uma “nova era”, promovendo a transição digital e o combate à burocracia.

Um candidato CDU-CSU não terá sucesso sem o apoio de Angela Merkel”, defende Markus Soder, tentando tirar proveito de divergências internas entre os democratas-cristãos, cujo partido parece com pressa em esclarecer a escolha para as eleições legislativas.

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Aegon UK pagou mais 17% sinistros Vida em ano de pandemia

  • ECO Seguros
  • 11 Abril 2021

A companhia indemnizou, em média, o equivalente a 118 mil euros por morte de titulares de apólices Vida no Reino Unido. Mais de 800 famílias e empresas foram indemnizadas.

A operação britânica da Aegon, grupo holandês maioritário na parceria ibérica de seguros com o grupo Santander, gastou 139,74 milhões de libras esterlinas, ou o equivalente a 164,12 milhões de euros em indemnizações de proteção pessoal relativas a um total de 1584 sinistros Vida, um número que correspondeu a 94% de todas as reclamações de sinistro recebidas pela companhia neste ramo de seguros, em 2020.

Com mais de 100 mil falecimentos causados pela pandemia do novo coronavírus no Reino Unido, “nada poderia demonstrar melhor a importância” de uma cobertura de seguro “do que os eventos do último ano”, afirmou Simon Jacobs, Underwriting and Claims Director, citado pela Cover Magazine.

Nos seguros de Vida, a companhia indemnizou 807 famílias e empresas, por um total de 81,3 milhões de libras, registando um incremento de 17% no volume de reclamações de sinistros (Vida) face a 2019. Em média, o capital indemnizado foi de 100.751 libras (cerca de 118 mil euros), com a idade média dos reclamantes/titulares calculada em 63 anos.

O cancro continuou como a causa de morte mais comum na liquidação das coberturas, representando 40% das reclamações/indemnizações do ramo Vida, logo seguido de patologias relacionadas com o coração (21%) e das mortes causadas por doenças do foro respiratório (14%). No entanto, enquanto a proporção de falecimentos por doença oncológica e do foro cardíaco se manteve em linha com o volume de ocorrências do ano anterior, a parcela de mortes por doenças relacionadas com função respiratória duplicou face aos 7% de 2019.

Admitindo que a doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19) possa ter contribuído para um incremento dos sinistros no ramo Vida, isso não influenciou a totalidade.

De todas as reclamações que recebemos em coberturas Vida, o coronavírus constava como causa de morte em apenas 12% dos certificados de óbito” indicou Jacobs, admitindo ainda, como possível, que a Covid-19 possa, mesmo não constando como causa do falecimento na documentação do óbito, ter contribuído para um número maior de indemnizações.

A Aegon UK é uma das unidades de negócio consolidada pelo grupo Aegon NV, além da Aegon Américas e da Aegon International que, juntando Espanha e Portugal, integrava as operações (seguros pensões e gestão de ativos) em outros países europeus. Em finais de novembro de 2020, a atividade na região oriental da Europa (Polónia, Hungria, Roménia e Turquia) foi vendida à austríaca VIG, por 830 milhões de euros.

A operação em Portugal (Vida e não Vida) é desenvolvida em parceria com o grupo Santander, através de duas empresas em que a seguradora holandesa tem maioria do capital social.

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Como manter a proximidade com o seu chefe à distância?

Entre os vários desafios que pandemia tem trazido, manter uma relação próxima e uma comunicação frequente com as chefias pode ser complicado. Conheça estas três dicas que prometem ajudá-lo.

A maioria dos escritórios continuam vazios, ou praticamente vazios. As empresas já se habituaram ao teletrabalho e as equipas a comunicar à distância. Mas, entre os vários desafios que o próprio modelo de teletrabalho traz, como a “febre” das videochamadas ou o cansaço que a pandemia tem provocado, manter uma relação próxima e uma comunicação frequente com o seu chefe pode ser complicado.

Estas são as dicas dos especialistas para não perder a visibilidade, a proximidade e a comunicação regular com as chefias. Verifique se já está a aplicá-las e pondere a implementação das estratégias que ainda não utiliza. De acordo com a Fast Company (acesso livre, conteúdo em inglês), são uma forma de captar a atenção dos seus superiores.

1. Garanta que o seu chefe está a par das suas tarefas e conquistas

Este é o conselho número 1 do especialista Neen James. “Todas as sextas-feiras envie ao seu manager uma lista de cinco tópicos que descrevam as suas realizações da semana”, começa por dizer. Além disso, a sua recomendação é que, mensalmente, resuma as suas principais tarefas concluídas e conquistas do mês e explique de que forma é que apoiaram a concretização dos objetivos da equipa e da empresa. O objetivo é, além de manter o contacto, garantir que o seu chefe está a par do seu trabalho.

2. Adapte a comunicação ao perfil do seu chefe

Saber qual o estilo e forma de trabalhar do seu manager é também crucial para adaptar a sua mensagem e fazer com que a comunicação seja mais eficaz. Existem quatro tipos de chefe: o lógico, analítico e orientado para os dados; o organizado, centrado e orientado para os detalhes; o apoiante, expressivo e emocional; e o estratega, integrador e orientado para as ideias.

  • Após identificar o perfil do seu chefe será mais fácil adaptar a comunicação. Por exemplo, o chefe lógico quer dados e factos. “Seja breve, sucinto, claro e preciso”, refere a Fast Company. “Pense nas suas ideias com antecedência e apresente-as num formato lógico”.
  • Já para o gestor organizado, apresente as suas ideias de forma sequencial, organizada e com cronogramas detalhados. “Na comunicação por email utilize bullet points para definir pontos principais e indicar as próximas etapas e deadlines”.
  • O chefe expressivo e emocional quer conversas informais, abertas e sinceras. “Querem saber quem está envolvido nos projetos”, preferem relações humanas e a proximidade.
  • Já o estratega prefere um panorama geral dos projetos e ideias, bastante visual e sem muito detalhes. “Querem uma visão geral e um quadro conceptual amplo, por isso limitam os detalhes. Nos emails forneça sobretudo imagem e evite demasiados detalhes no corpo do texto”.

3. Seja compreensivo e evite suposições

“Sempre que temos uma videochamada, temos de discutir as suas preferências na Netflix ou as últimas realizações escolares dos seus três filhos. Porque não ou podemos ir diretos ao assunto? Será que o meu chefe não percebe que está a fazer-me perder tempo?”. “Porque é que o meu chefe desliga a câmara durante as reuniões?”.

Seguramente que já ouviu ou proferiu algumas destas afirmações. O stress e o excesso de trabalho podem, por vezes, contribuir para enfatizar comportamentos com os quais não concorda, o que pode interferir com o seu trabalho no dia-a-dia. “Chegou a hora de quebrar esse ciclo”, escreve a publicação, sugerindo que seja mais compreensivo e tolerante. “Lembre-se, todos somos seres humanos e termos dias menos bons. Um pouco de humor nas nossas interações é tudo o que precisamos neste momento“.

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Menos de 2.400 famílias numerosas pediram bónus IVA da luz

  • ECO
  • 11 Abril 2021

Para ter acesso ao benefício as famílias têm de fazer prova junto do comercializador de energia. A Deco defende que o processo seja automático.

Apenas 2.400 famílias numerosas pediram a redução adicional da taxa de IVA de 13%, um mês depois da entrada em vigor da medida, segunda avança o Dinheiro Vivo (acesso pago). A Associação de Defesa do Consumidor (Deco) pede que o processo passe a ser automático, enquanto a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas considera benéfico que seja tido em conta o consumo per capita e potências contratadas mais elevadas.

A 1 de março, três meses depois de beneficiarem do IVA reduzido a 13% para os primeiros 100 kWh consumidos em cada mês, as mais de 154 mil famílias numerosas que existem em Portugal (segundo os Censos 2011), passaram a ver este apoio majorado em 50%, para os 150 kWh de energia elétrica gasta mensalmente. Para ter acesso as famílias têm, no entanto, de fazer prova junto do comercializador de energia.

O Dinheiro Vivo fez um levantamento junto da EDP, da Endesa, da Iberdrola, da Galp e da Goldenergy, que em conjunto representam 93,4% do mercado residencial, e concluiu que foram recebidos 2.371 pedidos, ou seja, menos de 2% das famílias numerosas. A principal empresa, a EDP Comercial, recebeu 1.500 pedidos. A baixa adesão não surpreende a DECO pois “os pressupostos de proatividade dos consumidores, disponibilidade de informação e adequação dos procedimentos burocráticos já demonstraram não funcionar neste tipo de apoios”, defende o técnico da associação Pedro Silva, ao jornal.

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Dos atrasos nas entregas às reações adversas, a vida atribulada da vacina da AstraZeneca

Nas últimas semanas são sucessivas as polémicas a envolver a AstraZeneca. Dos atrasos, passando pelas reações adversas e pela eficácia, e até à mudança de nome, o que se passa com esta vacina?

A vacina da AstraZeneca é considerada uma das vacinas contra a Covid-19 mais práticas em termos de armazenamento e distribuição. Contudo, nas últimas semanas têm sido sucessivas as polémicas a envolverem a farmacêutica anglo-sueca. Dos atrasos nas entregas, passando pelas reações adversas e pela eficácia, e até à mudança de nome, o que tem levado a que a vacina da AstraZeneca esteja nas “bocas do mundo”?

A vacina desenvolvida pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca, em conjunto com a Universidade de Oxford, contra o novo coronavírus foi aprovada pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) a 29 de janeiro deste ano, tornando-se, assim, na terceira vacina a ter “luz verde” do regulador europeu. No entanto, ainda antes disso, já era evidente o “braço de ferro” entre a empresa e a União Europeia (UE).

Tudo começou quando, na semana anterior à aprovação, a empresa avisou a Comissão Europeia que iria cortar em 60% as entregas de vacinas aos 27 estados-membros, para 31 milhões de doses, no primeiro trimestre de 2021, devido a problemas na sua linha de produção. Tratava-se de uma redução considerável, já que o compromisso eram 80 milhões de doses até março.

A partir daí, a troca de acusações entre os responsáveis da empresa e Bruxelas acentuou-se, sendo que no centro da polémica esteve o facto de a AstraZeneca dar prioridade ao Reino Unido na entrega de vacinas, justificando que o acordo com o país britânico “foi assinado três meses antes do negócio europeu”. A crispação foi de tal modo evidente que levou a Comissão Europeia a exigir que o contrato assinado, no valor de 336 milhões de euros, fosse divulgado fosse divulgado na íntegra — situação que veio a verificar-se, apesar de as partes confidenciais estarem rasuradas — e a ameaçar avançar com ações judiciais contra e farmacêutica caso o contrato não fosse cumprido.

A ação judicial contra a AstraZeneca não chegou a avançar, mas dado o corte significativo nas doses previstas (não apenas desta empresa, mas em grande parte por ela), que podem colocar em causa as metas estipuladas por Bruxelas para alcançar a imunização da população, a UE decidiu avançar em janeiro com um mecanismo de bloqueio de exportações de vacinas para fora do espaço comunitário. Contudo, dado que os atrasos continuam a surgir, a Comissão Europeia anunciou um reforço deste mecanismo de transparência e de autorização para exportações de vacinas, através da introdução dos princípios de reciprocidade e proporcionalidade. De sublinhar que este mecanismo já foi utilizado pelo menos uma vez, tendo Itália bloqueado a exportação de 250.000 doses de vacina AstraZeneca para a Austrália.

A AstraZeneca deverá entregar 70 milhões de doses da sua vacina contra a Covid-19 no segundo trimestre deste ano, muito menos do que os 180 milhões prometidos no contrato assinado com a União Europeia. Não obstante e apesar de se continuarem a somar atrasos e dos constantes avisos de Bruxelas, este não é o único problema que está a abalar a farmacêutica anglo-sueca.

De suspensão …. em suspensão

No início de fevereiro, vários países europeus, incluindo Espanha, Áustria a Alemanha, e até Portugal, desaconselharam a administração da vacina da Pfizer a pessoas maiores de 65 anos, justificando que não havia dados científicos robustos sobre a eficácia desta vacina na faixa etária da população mais velha (mais precisamente a partir dos 55 anos). No caso português, por exemplo, a DGS sublinhava, que, apesar desta recomendação, em nenhum momento a vacinação deste grupo etário devia ser atrasada. Não obstante, poucos dias depois, a decisão foi revertida pela generalidade dos países, com base em novos estudos.

Não obstante, a polémica voltou a estalar no início de março, após terem sido reportados casos de aparecimento de coágulos sanguíneos em adultos inoculados com esta vacina. Em causa estava um lote distribuído a 17 países da UE (Áustria, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Estónia, França, Grécia, Islândia, Irlanda, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polónia, Espanha e Suécia), que terão causado efeitos secundários graves e que levaram vários países, incluindo Portugal, a suspenderem preventivamente a sua administração.

Este foi, portanto, um “novo golpe” para a vacina da AstraZeneca, mas foi, entretanto, suavizado com a garantia dado pelo regulador europeu de que a vacina é “segura e eficaz” e de que não havia evidências suficientes (até àquela altura) que revelassem que a vacina está “associada ao aumento do risco geral de evento de tromboembolismo ou coágulos“. Ainda assim e apesar de sublinhar que os benefícios são maiores que os riscos, a EMA sinalizou que continuaria a investigar os casos.

Perante estas garantias os países respiraram de alívio e a grande maioria retomou a administração desta vacina. Contudo, mais recentemente foram novamente reportados novos casos de tromboses após a toma da vacina, que fizeram soar os alarmes das autoridades de saúde. Mas a situação agravou-se quando, na quarta-feira, o regulador europeu veio admitir que, afinal, há uma “possível ligação” entre a administração da vacina da AstraZeneca e casos raros de tromboembolismo associado ao baixo teor de plaquetas.

Apesar de a maioria dos casos reportados terem sido detetados “em mulheres com menos de 60 anos de idade nas duas semanas seguintes à vacinação”, a EMA não conseguiu encontrar com 100% de certeza uma relação com o género ou a faixa etária, segundo explicou Emer Cooke, já que não é, para já, claro se isto é um efeito desta doença ou está relacionado com o facto de mais mulheres jovens estarem a ser vacinadas com a vacina da AstraZeneca.

Até ao passado domingo, o regulador tinha conhecimento de 169 episódios de tromboses, em 34 milhões de vacinados. Assim, o regulador “serviu-se” destes dados para demonstrar que os benefícios na administração da vacina continuam a superar os riscos, deixando ao critério de cada Estado-membro a decisão de restringir ou não a administração do fármaco.

Certo é que se no início a maioria dos países europeus desaconselhavam a toma desta vacina para pessoas acima dos 65 anos, devido à falta de estudos sobre a eficácia desta substância nesta faixa etária, agora está a suceder exatamente o inverso. E se ainda antes de a EMA ter comunicado oficialmente esta possível ligação entre a toma da vacina da AsstraZeneca e a formulação de coágulos sanguíneos já havia países a restringirem a administração desta vacina a determinadas faixas etárias (como aconteceu no Canadá e em França, por exemplo), a lista aumentou substancialmente após o anúncio e nem os apelos deixados pelas instituições europeias e até de Portugal — no âmbito da Presidência Portuguesa da UE – para os Estados-membros tomarem uma posição coordenada sobre o tema surtiram efeito.

Até ao momento, há já pelo menos 14 países que já restringiram o uso de vacina uma camada mais velha da população, dos quais 11 dentro do bloco comunitário. Contudo, se dentro da UE não há uma posição coordenada sobre esta vacina, a verdade é que até nas faixas etárias, as decisões divergem. Tal como Portugal, a maiorias dos governos europeus decidiu apenas aplicar a vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 60 anos, são eles: Alemanha, Espanha, Estónia e Itália.

Não obstante, há quem tenha sido ainda mais cauteloso. Na Finlândia e na Suécia a vacina da AstraZeneca é administrada apenas a pessoas com mais de 65 anos. Ao mesmo tempo, há também quem não queira arriscar — apesar de o regulador sublinhar que os benefícios superam os riscos — tendo suspendido a vacina da AstraZeneca em todas as faixas etárias: é o caso da Dinamarca, Noruega e Letónia, segundo o The Guardian.

Mais benevolentes, foram por exemplo, França e o Canadá, que restringiram o uso da vacina a pessoas de 55 anos, ao passo que na Bélgica a recomendação é só para aplicar a vacina a maiores de 56 anos. Mais longe foi a Austrália, que recomendou na quinta-feira o uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19, em vez da produzida pela AstraZeneca, para pessoas com menos de 50 anos. De sublinhar que dado que o país baseava o seu plano de vacinação em grande parte nas vacinas da AstraZeneca, dada esta limitação decidiu duplicar as encomendas feitas à Pfizer.

Já Reino Unido, abre a possibilidade de administrar uma vacina alternativa à da AstraZeneca a menores de 30 anos. Em comunicado, o Comité Conjunto de Vacinação e Imunização sugere que para as pessoas entre os 18 e 29 anos, “sem condições de saúde subjacentes”, é preferível que lhes seja administrada uma vacina alternativa à da AstraZeneca. Esta recomendação surge depois de o país ter reportado 79 casos de coágulos sanguíneos, 19 dos quais foram fatais, em 21 milhões de doses administradas.

Dados de eficácia levantam dúvidas

Mas os atrasos nas entregas e as reações adversas não foram os únicos temas que colocaram a farmacêutica “debaixo de fogo”. As autoridades de saúde norte-americanas levantaram dúvidas sobre os resultados do ensaio clínico da vacina da AstraZeneca, anunciados pela empresa na segunda quinzena de março e que mostravam que a vacina tinha uma eficácia de 79% num ensaio clínico nos EUA que envolveu 30 mil voluntários.

Em comunicado, os responsáveis de saúde norte-americanos indicavam que a farmacêutica terá recorrido a “informação desatualizada” que “pode ter dado uma perspetiva incompleta sobre a eficácia dos dados”. Nesse sentido, a farmacêutica comprometeu-se a apresentar novos dados no prazo de 48 horas, tendo, posteriormente baixado a eficácia da sua vacina de 79% para 76%.

Perante todos estes reveses, a vacina da AstraZeneca começou a ser olhada com desconfiança por parte de alguns europeus. Um estudo de opinião realizado pela empresa britânica YouGov em sete países europeus, entre 12 e 18 de março, citado pela SIC revela que os receios sobre a segurança e a possibilidade de formação de coágulos noticiados nas últimas semanas vieram danificar ainda mais a perceção pública da vacina produzida pela AstraZeneca em conjunto com a Universidade de Oxford, ao passo que não houve qualquer alteração quanto às vacinas da Pfizer e da Moderna, face ao inquérito anterior.

Face a todas estas polémicas e num aparente esforço para tentar dissociar estes problemas com a segurança da vacina, a empresa decidiu mudar o nome da sua vacina para Vaxzevria. A alteração foi aprovada na semana passada pelo regulador europeu, a pedido da farmacêutica anglo-sueca.

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Há mais seis mortos e 566 casos de Covid-19 em Portugal

Desde o início da pandemia, o país soma 827.494 casos de Covid-19. Após um dia em que o Norte ultrapassou Lisboa e Vale do Tejo, esta região volta a concentrar o maior número de infeções.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 566 novos infetados com SARS-CoV-2, elevando o número total de casos para 827.494. O boletim epidemiológico deste domingo dá também conta de um total de 16.916 óbitos, seis dos quais nas últimas 24 horas. O Rt nacional mantém-se acima de 1: em 1,02.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que 466 estão internados em unidades hospitalares (o mesmo número do que no sábado). Do total, 113 (-6) nos cuidados intensivos. O número de pessoas sob vigilância das autoridades de saúde aumentou em 335 para um total de 17.742.

O número de recuperados está atualmente nos 784.618, mais 410 pessoas face ao balanço anterior. Portugal regista assim 25.960 casos ativos de infeção (mais 150 do que no sábado).

Em termos regionais, Lisboa e Vale do Tejo volta a concentrar o maior número de novas infeções — 200, ou seja, 35% do total do país — e contabiliza quatro mortos. Segue-se o Norte (que no sábado foi a região com mais infeções) com 183 novos casos e dois óbitos. No Centro, houve 62 infeções, no Algarve 33 no Alentejo 16, nos Açores 41 e na Madeira 31, sendo que em nenhuma destas regiões houve mortes.

Os dados da DGS mostram que o valor do Rt mantém-se em 1,02 tanto a nível nacional como no continente, o que significa que cada pessoa infetada contagia, em média, uma pessoa. Relativamente à incidência da doença, a média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias em Portugal está em 65,7. No continente, o valor é mais reduzido (63,8 casos por 100 mil habitantes).

(Notícia atualizada às 14h15)

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