INE confirma inflação nula em 2020, depois de queda homóloga de 0,2% em dezembro

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2021

A variação nula de 2020 sucede a uma taxa de 0,3% registada no conjunto do ano de 2019. Instituto Nacional de Estatística explica quebra com a evolução negativa dos preços dos produtos energéticos.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta quarta-feira que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de -0,2% em dezembro, igual ao registado em novembro, e a média do ano foi nula.

A variação nula de 2020 sucede a uma taxa de 0,3% registada no conjunto do ano de 2019. Segundo o INE, excluindo do IPC a energia e os bens alimentares não transformados, a taxa de variação média também foi nula (0,5% no ano anterior).

“A diminuição da taxa de variação do IPC entre 2019 e 2020 foi influenciada pelo comportamento da inflação subjacente e pela evolução negativa dos preços dos produtos energéticos, que registaram variações médias anuais de, respetivamente, 0,0% e -5,0% (0,5% e -1,8% em 2019). Os preços dos produtos alimentares não transformados aumentaram 4,0% em 2020, acima do observado no ano anterior (0,9%)”, justifica o instituto.

Em 2020, continua, e tal como verificado em anos anteriores, observou-se ainda um crescimento médio anual mais elevado dos preços dos serviços do que o dos bens.

Com efeito, em 2020, os preços dos serviços aumentaram 0,7% (variações de 1,2% e 1,7%, respetivamente, em 2019 e 2018) enquanto a taxa de variação média dos preços dos bens foi -0,5% (-0,3% e 0,5%, em 2019 e 2018), sinaliza.

Em dezembro de 2020, o IPC registou uma variação homóloga de -0,2%, taxa idêntica à observada em novembro e excluindo do IPC a energia e os bens alimentares não transformados, a variação homóloga foi -0,1% (-0,2% no mês anterior).

Em termos mensais, o IPC apresentou uma variação de -0,1% em dezembro (-0,3% no mês anterior e -0,1% em dezembro de 2019).

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou uma taxa de variação média de -0,1% em 2020 (0,3% no ano anterior).

A taxa de variação homóloga situou-se nos -0,3% em dezembro, taxa superior em 0,1 pontos percentuais à observada em novembro de 2020 e idêntica à estimada pelo Eurostat para a área do euro.

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Andersen Global integra a firma Curado Nogueira & Associados

A Andersen Global anunciou a integração da Curado, Nogueira & Associados. A Andersen conta agora com dois escritórios em Lisboa e no Porto e com uma equipa de cerca de 30 advogados.

A Andersen Global integrou a Curado, Nogueira & Associados (CNA), como sociedade membro, na sua rede global de sociedades de advogados e consultores financeiros. A sociedade, com sede no Porto, vem assim juntar-se à Mota Soares & Associados, sedeada em Lisboa.

Fundada em 2005 por Luísa Curado, Teresa Nogueira e Carla Malhão, a CNA, que já colaborava com a rede desde 2018 como firma associada, passa agora a operar sob a marca Andersen Global. “Esta integração visa diversificar e complementar as áreas de prática das duas equipas, alargando a oferta dos serviços jurídicos às áreas de Fusões e Aquisições, Comercial, Societário, Bancário, Financeiro e Contencioso”, refere a Andersen Global em comunicado.

Reconhecidos pela sua vasta experiência e elevado nível de especialização em matérias relacionadas com direito Laboral, Contencioso e Fiscal, José Mota Soares e Gonçalo Cid iniciaram o processo de restruturação da Andersen Portugal em setembro do ano passado. “Este processo procurou não só manter a continuidade e notoriedade da marca como reforçar a vocação da sociedade em afirmar uma proposta de valor assente numa oferta de serviços integrada e de referência nas várias jurisdições onde a Andersen marca presença”, nota.

José Mota Soares, managing partner e fundador da Andersen em Portugal, encarou a integração da CNA como “fundamental para a afirmação da sociedade no mercado nacional”, referindo que “tem sido um prazer enorme trabalhar com pessoas dedicadas, que partilham os nossos valores a e com as quais temos tido sinergias muito positivas e pretendemos trabalhar no sentido construir sólidas relações com os nossos clientes locais e internacionais e prestar um serviço de excelência”.

Teresa Nogueira e Luísa Curado, novas sócias da Andersen e managing partners, afirmam estar muito entusiasmadas com a adoção da marca Andersen, “uma vez que isso significa o reforço da nossas capacidades ao nível global e demonstra ainda o nosso compromisso em apoiar os nossos clientes a encontrarem as melhores soluções”.

Mark Vorsatz, chairman e CEO da Andersen Global, realçou a estreita colaboração entre os escritórios do Porto e Lisboa, destacando o compromisso da Andersen em “prestar ao cliente serviços completos de excelência ao nível global”.

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Portugal deve arrecadar 58,3 milhões de euros da União Europeia para atenuar saída do Reino Unido

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2021

Numa publicação realizada através da sua conta no Twitter, Elisa Ferreira fala numa reserva de adaptação de cerca de cinco mil milhões de euros para o total dos 27 Estados-membros.

Portugal deverá receber pelo menos 58,3 milhões de euros da reserva criada pela União Europeia (UE) para apoiar os setores económicos mais afetadas pela saída do Reino Unido do mercado único, anunciou esta quarta-feira a Comissão Europeia.

Este valor (a preços correntes) diz respeito à primeira prestação desta reserva pós-Brexit, cuja distribuição ainda tem de ser aprovada pelos Estados-membros e pelo Parlamento Europeu.

Após o anúncio da criação desta reserva em dezembro passado, a comissária europeia da Coesão e Reformas, a portuguesa Elisa Ferreira, vem esta quarta-feira precisar os valores alocados a cada país.

Numa publicação na rede social Twitter, a comissária europeia fala numa reserva de adaptação de cerca de cinco mil milhões de euros para o total dos 27 Estados-membros, que visa “apoiar países, regiões, setores mais afetados”.

Segundo o documento, está previsto que cerca de 4,245 mil milhões de euros a preços correntes (quatro mil milhões de euros a preços constantes) sejam pagos este ano e que os restantes 1,1 mil milhões de euros (mil milhões de euros a preços constantes) sejam distribuídos em 2024.

Ainda com base nesta tabela publicada na internet, a Irlanda e a Holanda devem ser os principais beneficiários da reserva de adaptação, numa lista que também é liderada pela Alemanha, França e Bélgica.

Tal como Portugal, nesta primeira prestação, a Irlanda deverá receber 1,052 mil milhões de euros, a Holanda 757,4 milhões, a Alemanha 455,4 milhões, a França 420,8 milhões e a Bélgica 324,1 milhões.

Esta reserva de adaptação consta da ordem de trabalhos de uma reunião dos embaixadores da UE-27 a decorrer esta quarta-feira em Bruxelas.

Na proposta apresentada no final de dezembro, a Comissão Europeia afirmou que a atribuição das verbas iria ter em conta “a importância do comércio com o Reino Unido e a importância da pesca na zona económica exclusiva do Reino Unido”.

“Mantivemo-nos unidos durante as negociações, mantemo-nos unidos no dia seguinte”, argumentou Elisa Ferreira na publicação feita esta quarta-feira no Twitter.

O acordo pós-Brexit entre a UE e o Reino Unido, que entrou em vigor a 1 de janeiro de 2021, permite que ambas as partes continuem a negociar sem quotas ou tarifas.

Porém, este acordo não evita novos custos e burocracia para as empresas europeias que fazem negócios com o Reino Unido.

Este acordo sobre nova parceria entre Londres e Bruxelas, alcançado após tensas negociações, prevê ainda uma redução de 25% nas quantidades de peixe que os pescadores europeus poderão capturar nas águas britânicas dentro de cinco anos, tendo a área das pescas sido um dos principais pontos de bloqueio nas discussões comerciais.

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Pandemia atirou um em cada cinco trabalhadores de todo o mundo para o teletrabalho

Antes da pandemia, menos de 8% dos trabalhadores de todo o mundo exerciam funções a partir de casa. A Covid-19 mudou esse cenário, tendo subida para 20% a fatia do emprego global nessa modalidade.

A pandemia de coronavírus abanou o mercado laboral e provocou um boom do trabalho remoto. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), nos primeiros meses da crise sanitária, um em cada cinco trabalhadores exerceu as suas funções a partir de casa. Isto quando antes da Covid-19 menos de 8% dos empregados de todo o mundo recorriam a esta modalidade de trabalho. Os dados relativos ao conjunto do ano de 2020 ainda não estão disponíveis, mas “espera-se um salto substancial” face ao período homólogo.

“De acordo com as estimativas da OIT, antes da crise da Covid-19, havia aproximadamente 260 milhões de pessoas a trabalharem a partir de casa, representando 7,9% do emprego global”, é explicado no relatório divulgado esta quarta-feira sobre o teletrabalho.

A pandemia provocou, contudo, mudanças profundas nesse cenário e, nos primeiros meses de crise sanitária, um em cada cinco trabalhadores acabaram por exercer funções a partir de casa. Ou seja, subiu para 20% a fatia do emprego mundial em teletrabalho.

A OIT salienta que, no conjunto de 2020, é esperado um “salto substancial” do recurso ao trabalho a partir de casa, crescimento que “provavelmente vai continuar nos próximos anos”, o que reforça a urgência de solucionar os problemas hoje enfrentados pelos trabalhadores e empregadores que se decidem por esta modalidade.

Uma dessas questões problemáticas é a proteção social dos trabalhadores, que precisa de ser melhorada, diz a OIT. Por exemplo, nos países de rendimentos mais baixos e médios, quase todos os trabalhadores (90%) que exercem funções a partir de casa são considerados informais, já que esse trabalho acontece na esfera privada e é “muitas vezes ‘invisível'”.

Além disso, esses trabalhadores tendem a receber salários menos robustos — no Reino Unido, por exemplo, quem trabalha a partir de casa ganha, em média, menos 13% — e têm menos acesso a formação, o que poderia melhorar as suas perspetivas profissionais. Têm também menos ligações aos sindicatos e, portanto, têm menor probabilidade de estarem cobertos pela negociação coletiva.

E porque o trabalho a partir de casa “provavelmente verá a sua importância aumentar nos próximos anos”, a OIT deixa já recomendações aos Governos e legisladores, frisando nomeadamente a necessidade de mitigar os riscos psicossociais desse regime através do estabelecimento do “direito a desligar” para cristalizar as fronteiras entre a vida privada e profissional. Em Portugal, este direito já chegou a ser discutido, mas acabou por não ser aprovado.

“Os Governos, em cooperação com as organizações de trabalhadores e empregadores, devem trabalhar para assegurar que todos os que trabalham a partir de casa são transferidos da invisibilidade para o trabalho decente“, defende a OIT.

De notar que, em Portugal, o teletrabalho já consta da legislação laboral, sendo obrigatório aplicar igual tratamento entre os trabalhadores que exercem as suas funções em regime presencial e teletrabalho. Ainda assim, o Executivo tem a intenção de aprofundar a regulamentação do trabalho remoto, processo que terá por base o Livro Verde do Futuro do Trabalho.

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Governo suspende execuções fiscais até 31 de março

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2021

A suspensão é explicada com a “grave” e “excecional” situação vivida devido à pandemia de Covid-19 que “justifica a necessidade de aprovação de novas medidas de apoio".

Os processos de execução fiscal em curso ou que venham a ser instaurados pela Autoridade Tributária e pela Segurança Social estão suspensos desde o passado dia 01 de janeiro até 31 de março, segundo um despacho do Governo.

No despacho, assinado pelos secretários de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, e da Segurança Social, Gabriel Gameiro Rodrigues Bastos, a suspensão é explicada com a “grave” e “excecional” situação vivida devido à pandemia de Covid-19, que “justifica a necessidade de aprovação de novas medidas de apoio também em matéria de cumprimento de obrigações tributárias e contributivas”.

Nos termos do diploma, e à semelhança do que sucedeu entre março e junho de 2020, a Autoridade Tributária e Aduaneira fica também “impedida de constituir garantias, nomeadamente penhores, nos termos do artigo 195.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário (CPPT), bem como de compensar os créditos do executado resultantes de reembolso, revisão oficiosa, reclamação ou impugnação judicial de qualquer ato tributário nas suas dívidas cobradas pela administração tributária, nos termos do artigo 89.º do CPPT”.

Pelo mesmo período ficam também suspensos os prazos de prescrição e de caducidade relativos a todos os tipos de processos e procedimentos no âmbito das execuções em curso ou instauradas no período em referência, assim como os planos prestacionais em curso por dívidas à Segurança Social fora do âmbito dos processos executivos, “sem prejuízo de poderem continuar a ser pontualmente cumpridos”.

Segundo se lê no despacho, no âmbito da emergência de saúde pública declarada pela Organização Mundial de Saúde em 30 de janeiro de 2020, o Governo tem aprovado “diversas medidas excecionais de flexibilização do cumprimento das obrigações fiscais, quer declarativas quer de pagamento, bem como de apoio às famílias e empresas”.

Esta flexibilização é justificada com a “importância de que se reveste a regularização da situação tributária, designadamente no quadro da obtenção de diversos incentivos, que, no presente contexto, podem ser essenciais à subsistência das famílias e das empresas, e o necessário apoio à promoção do cumprimento voluntário”.

Neste âmbito, refere, estão também “em curso processos legislativos relacionados com a emissão automática de planos de pagamento em prestações, bem como com a suspensão dos processos de execução fiscal”.

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Banca portuguesa tem o terceiro rácio de malparado mais alto da Zona Euro

Bancos portugueses continuam a reduzir o malparado, mas mantêm-se com o terceiro pior registo na Zona Euro. Por outro lado, são os que têm os rácios de capital mais baixos, segundo o BCE.

O crédito malparado continua a cair na banca portuguesa que, ainda assim, apresenta o terceiro rácio mais elevado na Zona Euro, segundo dados publicados esta quarta-feira pelo Banco Central Europeu.

Portugal atingiu um rácio de NPL (non performing loans) de 5,5% no final do terceiro trimestre de 2020, menos um ponto percentual face a dezembro de 2019. Apenas os bancos da Grécia e do Chipre registavam níveis mais elevados, com rácios de 28,8% e 14,3%, respetivamente.

Os dados surgem numa altura em que se antecipa uma subida do volume de NPL por causa da crise provocada pela pandemia e que os analistas consideram que poderá surgir com mais intensidade após o fim dos regimes de moratórias no crédito.

Portugal tem o 3.º rácio de NPL mais alto

Fonte: Banco Central Europeu

A nível da Zona Euro, o rácio de NPL fixou-se nos 2,8% em setembro do ano passado, apresentando já uma ligeira subida de 0,1 pontos percentuais face ao final de 2019. Com um rácio de NPL de 1,4%, os bancos luxemburgueses são quem apresenta os balanços mais “limpos” na região da moeda única.

Por outro lado, os bancos portugueses tinham os rácios de capitais mais baixos na Europa, ainda que tenha vindo a reforçar-se neste capítulo nos últimos anos. Só “ganha” à banca espanhola neste capítulo, segundo a informação prestada pelo supervisor europeu.

Apenas Espanha tem piores rácios de capital que Portugal

Fonte: Banco Central Europeu

Quanto às moratórias, Portugal tinha no final do terceiro trimestre 46 mil milhões de euros de crédito ao abrigo do regime que permite uma suspensão temporária das prestações dos empréstimos bancários, o correspondente a mais de 20% do total do stock de crédito. É um dos níveis mais elevados da região.

Na Zona Euro, o crédito sob moratória ascendia a 587 mil milhões de euros, menos 223 mil milhões face a junho.

Quanto aos empréstimos realizados às empresas através de esquemas de garantias públicas, que se destinam a apoiar a economia face ao impacto da pandemia, a banca do euro concedeu um total de 289 mil milhões de euros. Em Portugal, os bancos deram 5,8 mil milhões ao abrigo destas linhas.

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Rui Moreira sugere fundo soberano para travar falências de empresas por causa do novo confinamento

Presidente da Câmara do Porto mostra-se preocupado com o novo confinamento. Alerta que medida "vai levar à inglória de imensas empresas" e sugere ao Governo a criação de um “fundo soberano”.

Com o país prestes a entrar em lockdown, o presidente da Câmara do Porto admite “estar extremamente preocupado com o que vai acontecer” e alerta que “um novo confinamento vai levar à inglória de imensas empresas”. Para minimizar os efeitos provocados por este novo confinamento, Rui Moreira sugere a criação de um “fundo soberano” onde o “Estado participaria apenas o tempo suficiente para estimular o emprego e valorizar a indústria”.

Embora Portugal já tenha administrado 70 mil doses da vacina contra a Covid-19, o autarca evidencia que falta “um plano de vacinação” e que é necessário o Governo “mobilizar todos os recursos disponíveis para vacinar a população” no menor curto espaço de tempo, seguindo um modelo semelhante ao de Israel, explica a Câmara do Porto através do portal de notícias da autarquia.

“Quanto mais rápido decorrer a vacinação, insistiu, mais rápido se relança a economia e o turismo, “porque as pessoas vão querer desesperadamente voltar a viajar”, esclarece o autarca.

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Hidrogénio verde é a solução para levar a descarbonização a todos os setores

  • Capital Verde + APREN
  • 13 Janeiro 2021

Até 2030, o preço do hidrogénio verde cairá brutalmente, ajudando a tornar este gás renovável mais competitivo no mercado a médio prazo, como explica Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN.

Por força das alterações climáticas, cada vez mais presentes no dia-a-dia de todos nós, a União Europeia decidiu reduzir, até 2030, pelo menos 55% das emissões de CO2, face a 1990. O grande objetivo é a atingir a neutralidade carbónica no ano de 2050.

O caminho para alcançar este objetivo, na maior parte dos setores da economia, é assegurado por via da eletrificação com base em energias renováveis. E no caso dos setores em que eletrificar não é técnica, económica ou ambientalmente viável? Nesses casos, a solução mais eficaz em termos de custo e impacte é a eletrificação indireta através da utilização do hidrogénio verde (que recorre à eletrólise da água com corrente elétrica obtida a partir de eletricidade renovável).

Quem também defende esta ideia é António Bento, professor catedrático de políticas públicas na University of Southern California. O economista, que participou no webinar sobre a Estratégia Nacional para o Hidrogénio organizado recentemente pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) e pela Associação Portuguesa de Promoção do Hidrogénio (AP2H2), estudou o tema e concluiu que o hidrogénio vai tornar-se competitivo no mercado a médio prazo.

"Para atingir o objetivo definido pela União Europeia teremos de reduzir substancialmente as emissões do lado da eletricidade, dos transportes e indústria, desde a cimenteira, à cerâmica passando pela indústria do vidro, o que não será possível sem o hidrogénio.”

Este cenário irá verificar-se, não só por via da evolução tecnológica, mas também pelo aumento do preço da taxa de carbono que tornará mais caro quer o gás natural, quer o hidrogénio obtido a partir do mesmo (hidrogénio cinzento) face ao hidrogénio verde. É verdade que, face à forma como hoje são contabilizados os custos de produção e a falta de economias de escala dos eletrolisadores, o hidrogénio verde não é economicamente competitivo face ao hidrogénio cinzento (utiliza um processo denominado de “conversão de vapor-gás natural”, que usa gás natural como matéria prima) ou hidrogénio azul (é produzido através do mesmo processo que o hidrogénio cinzento, mas usa técnicas de captura e armazenamento de carbono para reduzir as emissões).

Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN – Associação Portuguesa de Energias RenováveisD.R.

No entanto, entre 2020 e 2030, segundo os cálculos do economista, o preço do hidrogénio verde cairá brutalmente, enquanto subirá muito rapidamente o preço do carbono, devendo este último atingir cerca de 80 a 100 euros por tonelada. Mesmo o cenário mais pessimista aponta para que, em 2030, o hidrogénio verde seja já vantajoso, também em termos económicos, face ao cinzento.

"É preciso apostar já no hidrogénio verde dando espaço aos setores para que se ajustem. A inovação tecnológica, as economias de escala e a taxa de carbono farão o resto, viabilizando o hidrogénio verde.”

Para atingir o objetivo definido pela União Europeia teremos de reduzir substancialmente as emissões do lado da eletricidade, dos transportes e indústria, desde a cimenteira, à cerâmica passando pela indústria do vidro, o que não será possível sem o hidrogénio.

O professor António Bento defende, com propriedade, que é preciso apostar já no hidrogénio verde dando espaço aos setores para que se ajustem. A inovação tecnológica, as economias de escala e a taxa de carbono farão o resto, viabilizando o hidrogénio verde.

Fundamental para o sucesso da estratégia é que a procura por parte dos setores a descarbonizar seja estimulada, atingindo-se o grande objetivo de redução de emissões.

Esta é também uma oportunidade para que a indústria portuguesa inove, como já está a fazer, por exemplo, a Caetano Bus, que anunciou recentemente a venda do primeiro autocarro movido a Hidrogénio Verde para o projeto eFarm, um dos maiores projetos de mobilidade a hidrogénio verde na Alemanha

A aposta no hidrogénio verde pode ser uma contribuição para alavancar a indústria nacional enquanto se reforça a aposta nas energias renováveis cumprindo-se o desígnio da descarbonização.

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Johnson&Johnson pede autorização para uso da vacina em fevereiro

Será a quarta empresa com uma vacina em desenvolvimento a fazer o pedido de aprovação. União Europeia já assegurou 200 milhões de doses.

A vacina contra a Covid-19 da Johnson&Johnson fará o pedido de autorização para a comercialização já em fevereiro. A informação foi avançada esta quarta-feira pela Comissária Europeia para a Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides, numa videoconferência do Partido Popular Europeu com ministros da Saúde.

Será a quarta empresa com uma vacina em desenvolvimento a fazer o pedido de aprovação. As empresas Pfizer e Moderna fizeram os pedidos em dezembro e já foram aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês), tendo-se já iniciado a vacinação logo no final de 2020 com a vacina da Pfizer/BioNTech. Já na terça-feira, o regulador europeu recebeu o pedido de aprovação de vacina da AstraZeneca.

Ao contrário das vacinas já aprovadas, esta requer apenas a toma de uma dose. Os resultados finais deverão ser conhecidos no final deste mês depois de uma terceira fase de estudo que envolveu cerca de 45 mil pessoas.

A União Europeia negociou a compra de 200 milhões de doses da vacina da Johnson&Johnson. Cada dose terá um custo de cerca 8,50 dólares (cerca de 6,94 euros), de acordo com documento divulgado no Twitter por falha da ministra de Orçamento da Bélgica, Eva De Bleeker.

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Como podem os gestores salvaguardar o amanhã?

  • ECOSeguros + Innovarisk Underwriting
  • 13 Janeiro 2021

Ricardo Azevedo, diretor técnico da Innovarisk Underwriting, explica a importância de reduzir os riscos de quem está na tomada de decisão, num contexto tão desafiante como o que vivemos.

Se 2020 foi um ano repleto de obstáculos que trouxe um sentimento de apreensão em relação ao presente e ao futuro, 2021 será previsivelmente um ano não menos desafiante. Dos avanços na luta contra a pandemia todos esperamos, é claro, as melhores notícias, mas no entretanto parece ser prudente contar com tempos de incerteza e turbulência.

Diz-nos a história que as crises são também criadoras de oportunidades e por isso aqueles que melhor conseguirem adaptar-se às circunstâncias e antecipar tendências poderão sobressair. Mas infelizmente, para a maioria das empresas aquilo que nesta fase ganha destaque é um conjunto de riscos e desafios associados a este contexto. Falemos de alguns.

É inevitável mencionar o que se espera ser um período muito duro para a economia. Necessidade de redefinir prioridades com quebras no consumo e adiamento de decisões de investimento, aumento do desemprego, crescentes problemas de tesouraria em setores mais afetados, entre outras questões. Os gestores, chamados a mostrar as suas capacidades de resiliência e obrigados a resistir ou a procurar novas oportunidades, terão em alguns casos que reinventar o seu modelo de negócio ou encarar o cenário de investir em contraciclo, algo que muitas empresas em diversos setores têm procurado fazer na adaptação da sua estrutura tecnológica. Mas para além das questões financeiras envolvidas, a volatilidade desta era traduz-se também numa enorme incerteza legislativa que aumenta muito o risco da tomada de decisão. Podem os decisores das empresas estar seguros que um investimento feito hoje não será afetado por uma qualquer necessidade de alterar a lei dentro de pouco tempo?

"Este é o momento em que os gestores estão – e irão com probabilidade continuar – a ser postos à prova, tanto na sua capacidade de navegar pelas águas agitadas da pandemia, como também pelo teste extremamente exigente que irá avaliar a solidez das estruturas construídas no período pré-pandemia.”

Ricardo Azevedo

Diretor Técnico Innovarisk Underwriting

A dita transformação digital que o setor empresarial tem procurado levar a cabo continuará a ser, aliás, um dos aspetos-chave a encarar pela gestão, não só porque a evolução dos padrões de consumo assim o exige – uma tendência anterior a 2020 mas que a pandemia acelerou – como por ser na atualidade um garante da continuidade na distribuição de vários produtos e serviços. Para além disso, o advento do teletrabalho força a gestão a disponibilizar melhores meios tecnológicos que permitam aos colaboradores continuar a desempenhar o seu trabalho e dando de preferência um salto em termos de eficiência relativamente a 2020 que representou para muitas empresas um ano de mera adaptação ao meio. Mas é necessário levar em linha de conta que a aposta na tecnologia, sobretudo quando realizada em contrarrelógio, não está isenta de riscos, quer pelo investimento que acarreta, que pelas questões da fiabilidade e da segurança num mundo hoje ameaçado pelo crime cibernético.

Por fim, as relações laborais. Ao mesmo tempo que as empresas e colaboradores descobrem novas formas de trabalho assentes em ferramentas digitais e na conectividade à distância, as quais têm conduzido em muitos a casos a aumentos na produtividade e nos índices de satisfação, é importante considerar também alguns dos novos problemas que nos são trazidos pelo crescimento repentino do teletrabalho e que estão a ser vividos também por muitas empresas. Baixa socialização, dificuldades na integração de novos colaboradores, entraves ao desenvolvimento do espírito de equipa e à transmissão entre pares da cultura de empresa ou desafios acrescidos para os líderes em termos de motivação, coordenação e deteção de problemas nas suas equipas.

"A exigência do presente fará que herdaremos desta crise melhores gestores, mas importa que façamos também por reduzir os riscos de quem tem no dia-a-dia de tomar decisões importantes e por vezes difíceis, para que no futuro não tenhamos menos gestores e menos empreendedores.”

Ricardo Azevedo

Diretor Técnico Innovarisk Underwriting

Este é o momento em que os gestores estão – e irão com probabilidade continuar – a ser postos à prova, tanto na sua capacidade de navegar pelas águas agitadas da pandemia, como também pelo teste extremamente exigente que irá avaliar a solidez das estruturas construídas no período pré-pandemia. Ora, no meio de tantos desafios, o erro acaba por ser um cenário ao qual o gestor nunca está imune, mas cuja probabilidade acaba por ser mais elevada do que em alturas de maior estabilidade. De entre as consequências do erro na gestão, o insucesso ocupa naturalmente o lugar cimeiro das preocupações e dos receios de quem trabalha todos os dias, tantas vezes com enorme sacrifício, para alcançar os objetivos da empresa.

Mas, acrescente-se, para além do insucesso há outras consequências dos erros de gestão que importa levar em linha de conta, nomeadamente as responsabilidades legais a que diretores e administradores estão sujeitos pelas funções que exercem. Aqui, fica em risco o património pessoal do gestor que responderia perante uma reclamação de terceiros que viesse exigir a satisfação de uma indemnização pecuniária.

A exigência do presente fará que herdaremos desta crise melhores gestores, mas importa que façamos também por reduzir os riscos de quem tem no dia-a-dia de tomar decisões importantes e por vezes difíceis, para que no futuro não tenhamos menos gestores e menos empreendedores. Salvaguardemos o amanhã.

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Central de Sines chegou a abastecer um terço da eletricidade consumida em Portugal

  • Lusa
  • 13 Janeiro 2021

Para produzir, a central recebia 24 a 25 navios de carvão por ano, segundo fonte oficial da EDP adiantou à Lusa. Assim, ao longo da sua vida, foram consumidos o equivalente a 699 navios de carvão.

A central termoelétrica de Sines chegou a abastecer um terço da eletricidade consumida em Portugal, nos anos 90, e foi perdendo peso, tendo assegurado apenas 4% do consumo elétrico em 2020, segundo dados da REN.

De acordo com dados da gestora da rede elétrica, a que a Lusa teve acesso, a central a carvão da EDP, no distrito de Setúbal, em atividade desde 1985, estreou-se com uma produção de 0,8 Terawatt-hora (TWh), o equivalente a cerca de 4% do consumo elétrico (19 TWh).

Nos anos seguintes, o peso da central no sistema elétrico aumentou, e em 1991 e 1992 respondeu por mais de um terço do consumo de eletricidade em Portugal (34%), tendo-se mantido acima dos 25% nos anos seguintes.

Segundo os dados da REN, as quedas mais acentuadas na produção aconteceram em 2010 – na sequência de uma paragem programada -, e em 2019 devido a condições de mercado desfavoráveis, fruto dos elevados custos (como o preço do carvão, as licenças de CO2 e outras taxas) e a uma crescente produção de energia com origem em fontes renováveis, com prioridade no sistema elétrico.

Nestes anos, o contributo para o sistema elétrico caiu para metade, representando 9% e 8% do consumo, respetivamente.

O recorde de produção da central de carvão foi alcançado em 2015, o que segundo a EDP se deveu “a uma elevada taxa de utilização (93,9%) motivada pela baixa pluviosidade e condições de mercado favoráveis ao funcionamento da central”.

Três anos mais tarde, o então presidente executivo da EDP, António Mexia, admitiu antecipar o fecho da Central de Sines, para “bastante antes de 2025”, devido ao aumento da carga fiscal aplicada às centrais a carvão, referindo-se ao fim da isenção do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) e à introdução de uma taxa de carbono através do Orçamento do Estado daquele ano.

Naquela altura, Mexia alertava para o impacto que o encerramento da Central de Sines teria na economia da região, nomeadamente ao nível do emprego, no preço grossista de eletricidade, admitindo também colocar questões na segurança do abastecimento em Portugal.

No discurso de tomada de posse em outubro de 2019, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o seu novo Governo estava preparado para encerrar a central de Sines em setembro de 2023, antecipando o calendário previsto para o encerramento que era “entre 2025 e 2030”.

Em 2020, ano em que a central termoelétrica de Sines teve uma produção de 1,9 TWh, o equivalente a apenas 4% do consumo elétrico nacional, a EDP decidiu antecipar o encerramento das suas centrais a carvão na Península Ibérica (em Sines e nas Astúrias, Espanha), tendo em conta “a continuada deterioração das condições de mercado para estas centrais durante o primeiro semestre”.

No final do ano, a energética recebeu as autorizações necessárias para encerrar a atividade na central a carvão de Sines a partir de 15 de janeiro.

Durante quase 35 anos, a central esteve sempre disponível e em operação, cumprindo assim o seu principal objetivo: assegurar um nível de potência instalada no país necessária à satisfação dos consumos nacionais e permitir a diversificação das fontes de energia primária no seguimento das crises petrolíferas da década de 70”, adiantou à Lusa fonte oficial da EDP.

Ao longo da sua vida, prossegue a EDP, a central produziu 294 TWh, tendo emitido para a rede nacional 274 TWh (5,5 vezes o consumo nacional do ano de 2019), o que equivale a abastecer uma população de 60 milhões de pessoas durante um ano.

A central a carvão tem quatro grupos geradores, somando um total de potência instalada de 1.256 MW e de produção (potência disponível/ emissão para a rede nacional) de 1.180 MWh.

Para produzir, a central recebia 24 a 25 navios de carvão por ano, segundo fonte oficial da EDP adiantou à Lusa. Assim, ao longo da sua vida, foram consumidos o equivalente a 699 navios de carvão.

A matéria-prima era maioritariamente da Colômbia (60/70%) e dos EUA (5/10%), sendo que ultimamente chegou aos 20%, após o impacto do ‘shale gas’ (gás de xisto) que permitiu aos EUA comercializar carvão de melhor equilíbrio técnico/ambiental/económico, referiu.

Em resposta à Lusa, a EDP destaca que “a central cumpriu sempre os seus compromissos de sustentabilidade e, após vários investimentos em tecnologia e sistemas de proteção ambiental, que somaram mais de 400 milhões de euros ao longo dos anos, tornou-se numa das mais eficientes centrais a carvão na Europa”.

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Portugal consegue pela primeira vez juro negativo em emissão de dívida a dez anos

Este é um marco histórico para o país que nunca se tinha financiado neste prazo com juros negativos. Em mercado secundário, este marco já tinha sido alcançado, com a ajuda da bazuca do BCE.

Portugal conseguiu pela primeira vez emitir dívida a dez anos com juros negativos. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP realizou esta quarta-feira a primeira colocação de Obrigações do Tesouro deste ano — tendo dispensado o sindicato de bancos e avançado com um leilão — e emitiu um total de 1.250 milhões de euros.

“O risco de Portugal, bem como dos países da periferia europeia, têm vindo a descer para mínimos, movimento que foi mais acentuado no último trimestre de 2020. Este movimento tornou possível voltar a baixar as taxas nas emissões realizadas”, explica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

No caso das obrigações que atingem a maturidade a 18 de outubro de 2030, a agência liderada por Cristina Casalinho emitiu 500 milhões de euros, com uma taxa de juro de -0,012%. Este é um marco histórico para o país que nunca se tinha financiado nesta maturidade (que é o benchmark nacional) com juros negativos.

A última colocação desta linha aconteceu em setembro do ano passado e, na altura, os investidores pediram um juro de 0,329% para emprestar dinheiro a Portugal a dez anos. No mercado secundário, este marco já tinha sido alcançado no início de dezembro, com a yield nacional a saltar entre terreno positivo e negativo deste então, beneficiando da bazuca do Banco Central Europeu (BCE). Esta quarta-feira esta taxa negoceia em 0,021%.

“A Covid-19 fez com que os Bancos Centrais tivessem de aprovar planos de estímulos sem precedentes para suportar cada uma das diferentes economias. Na Europa o pacote aprovado de cerca de 1,8 biliões de euros explica bem este movimento, os países, empresas e famílias, necessitam de suporte o que significa que para já iremos continuar a ter taxas baixas, pois um movimento inverso poderia deitar por terra a recuperação desejada“, acrescenta Filipe Silva.

Apetite dos investidores quase triplicou oferta

Além dos títulos a dez anos, Portugal emitiu também obrigações a 15 anos. Nestes títulos com prazo em 12 de outubro de 2035, a colocação foi de 750 milhões de euros com um juro de 0,319%, o mais baixo de sempre para esta maturidade. A última vez que Portugal se tinha financiado a 15 anos foi antes da pandemia, em fevereiro do ano passado, e obteve na altura um juro de 0,555%.

Em ambos os prazos, os investidores continuaram a revelar um forte apetite pela dívida portuguesa. Nas OT a dez anos, a procura foi 3,02 vezes superior à oferta (2,19 vezes na última operação comparável). Já nas OT a 15 anos, a procura ficou 2,55 vezes acima do valor oferecido (1,49 vezes em fevereiro do ano passado). Em conjunto, a procura quase triplicou a oferta.

Na estratégia para o ano, o IGCP prevê emitir 15 mil milhões de euros em Obrigações do Tesouro. Esse dinheiro irá servir não só para contribuir para as necessidades de financiamento do Estado (que totalizam 14 mil milhões de euros em 2021) como para reembolsar os investidores que têm títulos que atingem as maturidades em 2021: há 8.727 milhões de euros a devolver já em abril.

A agência liderada por Cristina Casalinho conta igualmente com 2,9 mil milhões de euros vindos da União Europeia e irá também tirar 6,7 mil milhões de euros que estão nos depósitos do Estado. As emissões de Bilhetes do Tesouro (BT) servirão apenas para reembolsar investidores de títulos antigos que atinjam as maturidades. Estes montantes poderão, no entanto, ter de ser ajustados devido à evolução da pandemia.

(Notícia atualizada às 11h30)

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