Bruxelas prorroga regras mais flexíveis para ajudas estatais até meados de 2022

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

A Comissão Europeia decidiu prorrogar, até 30 de junho de 2022, o prazo para regras mais ‘flexíveis’ para ajudas estatais, adotadas devido à pandemia.

A Comissão Europeia decidiu esta quinta-feira prorrogar, até 30 de junho de 2022, o prazo para regras mais ‘flexíveis’ para ajudas estatais, adotadas devido à pandemia, permitindo ainda incentivos diretos ao investimento privado e apoios à solvabilidade das PME.

“A Comissão Europeia decidiu esta quinta-feira prorrogar até 30 de junho de 2022 o quadro temporário relativo aos auxílios estatais, cujo termo está atualmente previsto para 31 de dezembro de 2021”, informa o executivo comunitário em comunicado de imprensa.

Ao mesmo tempo, e “de forma a dar maior impulso à recuperação, a Comissão decidiu igualmente introduzir duas novas medidas para criar incentivos diretos ao investimento privado orientado para o futuro e apoiar a solvabilidade, que vigorarão durante um período limitado adicional”, acrescenta Bruxelas.

Em causa está o enquadramento europeu temporário para os auxílios estatais, adotado em março de 2020 e que só deveria estar em vigor até final do ano, após várias prorrogações.

Este quadro alarga os apoios que os Estados-membros podem dar às suas economias, normalmente vedados pelas regras concorrenciais da UE, que se traduzem em empréstimos com garantias estatais, subvenções, entre outros.

Numa altura de forte ressurgimento do SARS-CoV-2 no espaço comunitário e em que alguns países adotam novas restrições para conter a pandemia, a Comissão Europeia dá então conta deste alargamento do prazo do quadro temporário por mais seis meses, após ter pedido opinião aos países, argumentando que a prorrogação “permitirá aos Estados-membros, se necessário, alargar os seus regimes de apoio e garantir que as empresas ainda afetadas pela crise não deixem subitamente de beneficiar do apoio necessário”.

“Ao mesmo tempo, a Comissão continuará a acompanhar de perto a evolução da pandemia de Covid-19 e outros riscos para a recuperação económica”, ressalva Bruxelas.

Hoje adotados foram também “ajustamentos específicos” ao quadro temporário, nomeadamente com a criação de dois novos instrumentos para apoiar a recuperação da economia europeia.

Um desses instrumentos – que estará à disposição dos países até 31 de dezembro de 2022 –assenta em medidas para ajudar os Estados-membros a colmatar o défice de investimento causado pela crise, passando a Comissão Europeia a autorizar estímulos para os investimentos realizados pelas empresas, nomeadamente nas áreas das transições ecológica e digital.

Para evitar distorções na concorrência, está definido que estas medidas se dirigirem a um vasto grupo de beneficiários e que os montantes do auxílio têm uma dimensão limitada.

Um outro novo instrumento é referente ao apoio à solvabilidade, a fim de mobilizar fundos privados e disponibilizá-los para investimentos em pequenas e médias empresas (PME), incluindo empresas em fase de arranque (‘startup’) e pequenas empresas de média capitalização.

Para tal, os Estados-membros podem conceder garantias a intermediários privados, criando incentivos ao investimento nestes tipos de empresas e proporcionando-lhes um acesso mais fácil a esse financiamento por capitais próprios, num mecanismo disponível até 31 de dezembro de 2023.

Até final de setembro, a Comissão Europeia aprovou mais de 650 medidas de apoio orçadas em três biliões de euros às empresas afetadas pela pandemia, segundo dados de Bruxelas.

Também hoje, o executivo comunitário adotou uma comunicação sobre uma política de concorrência “adequada aos novos desafios”, que enquadra o papel desta regulação na recuperação da Europa, nas transições verdes e digitais e na resiliência do mercado único.

Além disso, a Comissão Europeia vai rever os instrumentos da política de concorrência para garantir que todos os mecanismos de concorrência (sobre fusão, casos anticoncorrenciais e controlo dos auxílios estatais) continuam a ser “adequados ao fim a que se destinam”.

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PS aponta para regresso do teletrabalho parcial e reforço da testagem

  • ECO
  • 18 Novembro 2021

A líder parlamentar do PS sinalizou algumas medidas que deverão ser tomadas pelo Governo para fazer face à evolução da pandemia, tais como o reforço da testagem e o regresso do teletrabalho parcial.

A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, deixou pistas sobre as medidas que o Governo deverá tomar perante a subida exponencial de casos de Covid-19 no país.

Para evitar um cenário pandémico de alerta vermelho, “devemos pensar no regresso ao teletrabalho, nem que seja parcial e em espelho“, admitiu a líder da bancada socialista, citada pelo Expresso, no programa Circulatura do Quadrado, na TVI24. Isto depois de a ministra do Trabalho ter admitido o regresso do teletrabalho obrigatório no início da semana, uma medida que o ministro da Economia veio recusar

Ana Catarina Mendes rejeita medidas de confinamento para não vacinados, contrariamente ao que tem acontecido em países como a Áustria e a República Checa, mas não exclui que os números atuais da pandemia tenham de ser avaliados “com algum cuidado” e, como tal, “ser tomadas algumas medidas”. Nesse sentido, a dirigente socialista aponta para um reforço das medidas que já existem, tais como “reforçar o uso da máscara em sítios onde há mais aglomerados e sítios fechados“, “o reforço da testagem” e garantir a fiscalização das chegadas aos aeroportos.

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Líder parlamentar do PS escreve no Guardian sobre “passo em frente” no descanso dos trabalhadores

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

"É importante estabelecer limites claros entre o tempo de trabalho e o tempo pessoal", diz Ana Catarina Mendes que publicou no The Guardian um artigo de opinião sobre o direito a desligar.

A líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, publicou esta quinta-feira no jornal britânico The Guardian um artigo de opinião sobre a recente aprovação pela Assembleia da República da proibição de patrões contactarem trabalhadores em período de descanso.

Em plenário da Assembleia da República, no passado dia 05, em votação final global, foi aprovado um texto de substituição da Comissão de Trabalho e Segurança Social, com origem em diferentes projetos de lei, que altera o regime de teletrabalho e, entre outras mudanças, estabelece na legislação laboral um “dever de abstenção de contacto”.

“O empregador tem o dever de se abster de contactar o trabalhador no período de descanso, ressalvadas as situações de força maior”, lê-se neste novo artigo, segundo o qual a violação deste disposto “constitui contraordenação grave”.

O texto final de alterações à legislação laboral foi aprovado com votos a favor de PS, BE, PAN e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues, com a abstenção do PSD e votos contra de PCP, CDS-PP, PEV, Chega e Iniciativa Liberal.

Com o título “Proibimos os patrões de contactarem os funcionários fora do horário de trabalho – eis o porquê”, Ana Catarina Mendes refere que este passo legislativo do parlamento português foi notícia internacionalmente e até teve a atenção do programa televisivo norte-americano “The Daily Show”.

“Com a nova legislação, os empregadores enfrentarão sanções se enviarem mensagens de texto, telefonarem ou mandarem emails aos seus trabalhadores fora do horário de trabalho. Para nós, é um avanço essencial para fortalecer os limites necessários a um bom equilíbrio trabalho-vida”, sustenta.

Segundo a líder da bancada do PS, “a preocupação é que o aumento do teletrabalho está a ameaçar um retrocesso ao período anterior ao das conquistas de direitos laborais pelos sindicatos, quando a jornada de trabalho se estendia interminavelmente”.

“O teletrabalho tem de ser um passo em frente e não um passo atrás. Quando cada vez mais pessoas trabalham remotamente, é ainda mais importante estabelecer limites claros entre o tempo de trabalho e o tempo pessoal”, justifica.

Ana Catarina Mendes defende depois que esta nova legislação – que ainda não seguiu para promulgação pelo Presidente da República – “honra o legado do PS, em todas as batalhas pelos direitos dos trabalhadores”.

“Não é de facto uma lei radical, mas uma lei que nos ajuda a dar passos em frente pelo desenvolvimento de Portugal como um a sociedade mais digna e igualitária”, acrescenta a presidente do Grupo Parlamentar do PS neste artigo de opinião.

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ERSE multa E-Redes em 900 mil euros por passar informação à EDP

Diz o regulador que "a situação detetada tornou possível ao comercializador de mercado [EDP] o acesso pontual a informação que não lhe era destinada".

Já há muito que a EDP Distribuição extinguiu o seu logotipo e as suas cores em vermelho vivo, a remeter para o universo EDP, e deu lugar ao nome E-Redes e ao amarelo e preto da nova imagem de marca. No entanto, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos decidiu agora condenar a E-Redes “numa coima de 900 mil euros, reduzida ao pagamento efetivo de 450 mil euros em processo de transação”.

Isto por considerar que a empresa incorreu em violação do dever de assegurar a sua independência funcional face a outras empresas integradas no mesmo grupo (EDP), “ao permitir a partilha de endereço de correio eletrónico e de recursos humanos, técnicos e informáticos relacionados com a gestão daquele canal de comunicação com outras empresas do Grupo EDP”.

O processo de contraordenação foi aberto pela ERSE em 1 de setembro de 2017, no seguimento de denúncia, contra a ainda EDP Distribuição (atual E-Redes), operador da rede de distribuição em baixa tensão e média e alta tensão.

“Durante a investigação, a ERSE realizou uma diligência presencial nas instalações da EDP Comercial – Comercialização de Energia, S.A. (EDP Comercial) e solicitou diversos elementos à visada, ao denunciante e a outras entidades que operam no setor elétrico nacional, tendo sido apurada a prática da contraordenação”, refere a ERSE em comunicado.

Mais tarde, a E-Redes “apresentou proposta de transação, com a confissão dos factos apurados e o reconhecimento da sua responsabilidade”.

“Ponderados todos osfactos e o direito aplicável, a ERSE aceitou a proposta de transação e aplicou à visada, pela prática da contraordenação a título negligente, uma coima única de 900 mil euros, reduzida nos termos legais para 450 mil euros, já pagos”, remata a ERSE.

O regulador deixa bem frisado que “a E-Redes foi condenada por não ter assegurado a sua independência funcional face a outras empresas do Grupo EDP”, mas acima de tudo por ter permitido “a partilha, designadamente com a EDP Comercial, de endereço de correio eletrónico e de recursos humanos, técnicos e informáticos relacionados com a gestão daquele canal de comunicação”.

Esta partilha deu vantagem à EDP comercial ter acesso pontual a informação que não lhe era destinada. Nos termos da lei, a E-Redes, operador de rede que tem de ser independente e deve assegurar a não discriminação entre utilizadores da rede e a inexistência de subsidiações cruzadas”.

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Proprietários de Lisboa não confiam no Governo, nem na oposição

Estudo da Associação Lisbonense de Proprietários revela que proprietários de Lisboa defendem a diminuição da carga fiscal e o fim do congelamento das rendas.

Os proprietários de Lisboa consideram que o Governo de António Costa não defendeu os seus interesses, mas nem os partidos da oposição o fizeram. Um estudo da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP) mostra que a maioria dos senhorios da capital está descontente com a forma como tem sido tratada pelo Estado, defendendo, assim, a diminuição da carga fiscal e o descongelamento das rendas.

Seis em cada dez proprietários de Lisboa afirmam que o Executivo socialista governou contra os proprietários de imóveis, com 38% a afirmarem mesmo que o Governo simplesmente os ignorou ao longo da governação. Entre as principais reclamações destacam-se o “clima de instabilidade”, a “perseguição fiscal”, as “regras constantemente alteradas”e a “falta de visão de longo prazo”.

O problema é que, para além de não confiarem no PS, os proprietários também não confiam nos partidos da oposição: 70% referem que a oposição não defendeu os seus direitos. Apesar disso, a Iniciativa Liberal foi votado (35,6%) como o partido que mais defendeu a propriedade imobiliária privada no Parlamento, à frente do CDS (20,8%) e do Chega (11,9%).

Apesar desta falta de confiança, a maioria dos proprietários está disponível para trabalhar com o Governo e/ou as autarquias para resolver a crise de habitação que se vive atualmente no país. Nesse sentido, há três reivindicações apontadas: alívio fiscal sobre a propriedade imobiliária (75,6%), fim do congelamento das rendas (55%) e a promoção de uma efetiva reforma da justiça (37,3%).

Era em novembro de 2022 que as rendas habitacionais de contratos celebrados antes de 1990 iam poder ser atualizadas, mas o Governo voltou, pela terceira vez, a adiar esta atualização. Na proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), que entretanto foi chumbada, o Executivo propôs que o período transitório passasse de dez para 11 anos. Dados da ALP neste estudo mostram que mais de 60% dos proprietários de Lisboa têm rendas congeladas.

Este estudo revela ainda que, há “uma pequena descida no clima de incumprimento do pagamento de rendas”, embora 33,2% dos proprietários ainda tenham rendas em atraso. Destes, a maior fatia (35,6%) acumula dois a três meses de renda em atraso.

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Atividade económica sobe na segunda semana de novembro

Atividade da economia nacional subiu na segunda semana de novembro, depois de se ter mantido estável desde o final de outubro.

A atividade económica em Portugal subiu na segunda semana de novembro, de acordo com os dados publicados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), depois de se ter mantido estável no início do mês e no final de outubro.

“Na segunda semana de novembro, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma taxa de variação da atividade superior à observada na semana anterior”, refere a instituiição liderada por Mário Centeno, numa nota.

Evolução do indicador diário de atividade económica (DEI) até à segunda semana de novembro.Banco de Portugal

Quanto à taxa bienal do DEI, que compara a atividade económica este ano com o mesmo dia de 2019 (ou seja, antes da pandemia), observa-se que há uma evolução negativa, com o indicador a continuar em terreno negativo, mostram os dados do BdP. Esta taxa bienal é calculada pelo facto de a evolução ser “fortemente influenciada” pelo impacto da pandemia.

Este indicador — DEI — retrata em tempo quase real a evolução da economia portuguesa, estando “capacitado para identificar atempadamente alterações bruscas na atividade económica, dada a sua natureza diária e pelo facto de utilizar dados divulgados com um curto desfasamento temporal face ao período de referência”.

Na última avaliação, publicada a 11 de novembro, o DEI apontou para uma estabilização da atividade económica do país na primeira semana de novembro, em linha com a evolução observada no final de outubro.

O DEI é publicado todas as semanas, à quinta-feira, e sintetiza informação de natureza quantitativa e com frequência diária, nomeadamente o tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, o consumo de eletricidade e de gás natural, a carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e as compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.

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Subida acentuada de preços é transitória, diz DBRS

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

A forte procura de mão-de-obra, juntamente com a ainda baixa participação no mercado de trabalho, poderá aumentar as pressões salariais, indica um estudo da DBRS.

A subida acentuada dos preços é na sua maioria transitória, mas a inflação de base poderá permanecer mais elevada por mais tempo, afirma um estudo da DBRS Morningstar, divulgado esta quinta-feira.

No estudo sobre o impacto de uma subida de preços mais elevada na dívida soberana e riscos associados, a DBRS afirma que os principais fatores do aumento da inflação são a energia, transportes, matérias-primas e outros fatores de escassez e estrangulamentos.

O estudo considera que, embora a escassez e os estrangulamentos sejam, na sua maioria, transitórios e a subida dos preços dos produtos de base deva diminuir devido também a efeitos de base, as expectativas de subida dos preços poderão levar a uma segunda fase de pressão sobre os salários nos próximos trimestres.

Ao mesmo tempo, a forte procura de mão-de-obra, juntamente com a ainda baixa participação no mercado de trabalho, poderá aumentar as pressões salariais, indica o estudo.

O estudo considera que algum aumento da inflação pode ser positivo para a sustentabilidade das dívidas soberanas porque baixa as taxas de juro reais, mas adverte que se a tendência permanecer os bancos centrais poderão ter de adotar políticas monetárias mais restritivas para baixar as expectativas.

“Alguma inflação é positiva porque baixa as taxas de juro reais e gera receitas fiscais mais elevadas”, comenta Thomas Torgerson, co-head da Sovereign Ratings da DBRS Morningstar.

Contudo, se estas tendências continuarem, os bancos centrais poderão vir a passar de uma menor acomodação de políticas para uma política mais restritiva, necessitando de aumentar as taxas de juro e/ou reduzir a compra de ativos de forma mais agressiva para evitar o desanuviamento severo das expectativas de inflação”, comenta Nichola James, co-head da Sovereign Ratings da DBRS Morningstar.

“Um aperto da política monetária mais rápido do que o esperado é controlável desde que seja atempado e credível”, adianta Nichola James.

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Clima económico atingiu em outubro níveis pré-pandemia

Depois de um comportamento irregular, o clima económico em Portugal aumentou em outubro, chegando ao nível registado em fevereiro de 2020.

O indicador de clima económico aumentou em outubro, chegando mesmo a atingir níveis registados em fevereiro de 2020, quando a pandemia ainda não tinha chegado em força a Portugal, segundo revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quinta-feira. Na Zona Euro, o indicador de sentimento económico também aumentou em outubro, aproximando-se do valor máximo da série registado em julho.

Já os indicadores quantitativos de síntese da atividade económica e do consumo privado em Portugal “continuaram a desacelerar em setembro de 2021, enquanto o indicador de investimento apresentou taxas de variação homólogas negativas em agosto e setembro”, nota o INE.

No entanto, a evolução do indicador de atividade económica reflete “um efeito base uma vez que abril de 2020 foi o mês de mais fortes restrições à atividade económica, observando-se nos meses seguintes uma reabertura progressiva”, explica o INE.

Por outro lado, os indicadores de curto prazo relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para setembro “continuam a apontar para elevados crescimentos em termos nominais, enquanto em termos reais observou-se uma diminuição menos intensa na indústria e um abrandamento na construção”, explicita o gabinete de estatísticas.

Na indústria, está em destaque o aumento dos preços. O índice de preços na produção da indústria transformadora registou em outubro o crescimento mais elevado da presente série, com uma taxa de variação homóloga de 11,0%, o que se deve principalmente ao aumento dos preços dos bens energéticos e dos bens intermédios.

Nos principais países fornecedores da economia portuguesa, o índice de preços na produção industrial também disparou, ao registar em setembro um novo máximo (11,6%) e “prolongando a trajetória marcadamente ascendente iniciada em junho de 2020”.

Quanto à inflação, outro dos indicadores analisados pelo INE, é possível verificar que a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor foi de 1,8% em outubro, o que fica 0,3 pontos percentuais acima daquela observada nos três meses anteriores. Na Zona Euro, o índice harmonizado de preços no consumidor registou, em outubro, subida de 4,1%, “a taxa mais elevada da série”. Mesmo excluindo a energia e os bens alimentares não transformados, a variação foi de 2,1%, a mais elevada desde novembro de 2008.

(Notícia atualizada às 11h45)

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O novo mundo e as novas tendências: as empresas de informática

  • ECOSeguros + Innovarisk Underwriting
  • 18 Novembro 2021

Ricardo Pereira, subscritor de Linhas Financeiras da Innovarisk Underwriting, fala dos novos riscos que o chamado "novo normal" trouxe às empresas de informática. Poderão estes riscos ser acautelados?

O mundo mudou, as tendências mudaram e não sabemos quando vão parar de mudar. Nunca soubemos o futuro, mas agora, ainda mais, o fator incerteza é enorme.

A pandemia veio mudar hábitos, necessidades e, sobretudo, métodos. Exemplo disso mesmo é a maneira como trabalhamos, de onde trabalhamos e como nos mantemos produtivos. O teletrabalho veio trazer muitos desafios e muitas oportunidades.

Uma parte enorme do tecido empresarial foi afetada pela pandemia, mas abriram-se oportunidades para outros prosperarem, como é o caso das empresas de informática, que cresceram imenso durante a pandemia, muito fruto da necessidade relacionada com o teletrabalho. Maior procura por programas informáticos, consultoria ou serviços de assistência.

Ricardo Pereira, subscritor de Linhas Financeiras da Innovarisk Underwriting.

Mas este crescimento não traz apenas coisas boas. É importante crescer, mas este acaba por ser um crescimento não previsto e, em alguns casos, enorme e de certa forma impreparado, trazendo novos desafios para as empresas de informática, como contratos em novas geografias onde existe menor experiência e maior exigência, o que implica maiores riscos para as empresas de informática.

Mas podem ser estes riscos acautelados? Ou pelo menos haver uma maior tranquilidade da parte dos profissionais de informática? A resposta é: sim.

Existem no mercado algumas soluções de responsabilidade civil profissional que cobrem exatamente erros e omissões que possam acontecer por parte dos profissionais das empresas de informática e que causem danos aos seus clientes.

Um software com algum defeito e que cause um dano financeiro a um cliente, um atraso num projeto que impeça o cliente de começar ou continuar a trabalhar, são apenas alguns exemplos de situações que podem originar reclamações, mas que podem ser acauteladas por uma apólice de seguro, garantindo-se o pagamento da indemnização e a continuidade da empresa.

É importante salientar que 2/3 das reclamações contra as empresas de informática resultam de incumprimento contratual, sendo a maioria resultantes do atraso na execução de um projeto, seja por um erro ou omissão da empresa de informática, seja, por exemplo, pela doença ou saída da pessoa chave do projeto. Embora esta última situação possa não ser segurável por algumas apólices, a verdade é que existem soluções no mercado, ainda que possa ser um desafio para as empresas de informática encontrar a solução certa.

A situação atual está longe de terminar, sendo que o único desafio não é a pandemia, mas também o crescimento saudável dos negócios. Para que os mesmos possam crescer de forma sustentada e protegida, e, para isso, nada melhor do que transferir uma parte do risco para uma apólice de seguro, sempre com o cuidado do que estamos a comprar, pois cada caso é um caso.

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Desigualdade preocupa cada vez mais mas aumenta a divisão sobre como a resolver

  • Lusa
  • 18 Novembro 2021

Mais de seis em cada dez cidadãos da OCDE dizem que o Governo do seu país deveria fazer mais para reduzir as diferenças de rendimentos entre ricos e pobres.

As pessoas estão cada vez mais preocupadas com as desigualdades, mas divididas sobre a sua magnitude e como resolvê-las, revela um relatório da OCDE, que avalia como são percebidas as disparidades económicas e as oportunidades.

Quatro em cada cinco pessoas no espaço da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) consideram que as disparidades de rendimentos são demasiado grandes no seu país.

A preocupação com essa disparidade aumentou nas últimas três décadas e as pessoas preocupam-se tanto com a desigualdade de rendimentos como a das oportunidades.

Uma perceção que não está desligada da realidade, confirma a OCDE, sustentando a afirmação com dados do relatório divulgado esta quinta-feira.

No final dos anos 1980 e início dos anos 90, os dados mostravam que as pessoas acreditavam que os trabalhadores de topo ganhavam cinco vezes mais do que os trabalhadores de baixo nível, enquanto hoje esse rácio aumentou para oito.

Mais de seis em cada 10 cidadãos da OCDE dizem que o governo do seu país deveria fazer mais para reduzir as diferenças de rendimentos entre ricos e pobres através de impostos e da redistribuição de riqueza.

Contudo, as crenças sobre a eficácia das políticas e o que está por detrás das desigualdades importam.

As pessoas defendem menos a redistribuição de riqueza se acreditam que os benefícios são mal direcionados e são menos a favor de impostos progressivos se acreditarem que a corrupção é generalizada entre os funcionários públicos e que existe uso indevido dos dinheiros públicos.

A defesa pela tributação mais progressiva é também menor quando as pessoas acreditam que as disparidades se justificam pelas diferenças de esforço pessoal, em vez de as atribuírem a circunstâncias fora do seu controlo.

Por exemplo, em 2018, na Polónia, 25% das pessoas acreditavam que a pobreza se devia à falta de esforço e não tanto à injustiça ou falta de sorte e 54% exigiam uma tributação mais progressiva, enquanto na Alemanha esse rácio era de 4% e 77%, respetivamente.

Apesar de a maioria estar preocupada com a desigualdade, há fortes diferenças sobre a sua magnitude e como resolver o problema. Assim, um quarto das pessoas pensa que mais de 70% do rendimento nacional vai para os 10% mais ricos e outro quarto pensa que menos de 30% vai para as famílias mais ricas.

Além disso, a grande heterogeneidade das opiniões sobre as desigualdades tem crescido nas últimas três décadas, mesmo entre pessoas com características socioeconómicas semelhantes.

Se no Chile, mas também em França e na Itália a preocupação com as desigualdades de rendimentos é das maiores da OCDE e na Alemanha está a crescer, no México ela é baixa comparada com a média, assim como em países como o Japão ou a Finlândia.

No relatório, a OCDE alerta que, para que a recuperação da crise causada pela pandemia da Covid-19 seja forte, sustentável e também justa, será fundamental combater as desigualdades e promover a igualdade de oportunidades.

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CR7 tem mais de 53 milhões em carros e casas de luxo

A "carteira imobiliária" de CR7 está avaliada em mais 27 milhões de euros, enquanto na garagem conta com 20 carros de luxo.

Cristiano Ronaldo, conhecido como CR7, só em carros e casas tem um património avaliado em 45 milhões de libras (53,5 milhões de euros), de acordo com o jornal The Sun (acesso livre).

O ícone do Manchester United, que sempre se assumiu com um apaixonado por carros de alta cilindrada, tem na garagem uma coleção invejável de 20 carros de luxo/desportivos, incluindo um Bugatti La Voiture Noire, avaliado em dez milhões de euros. Só existem dez no mundo.

Rolls-Royce Phantom, Brabus G V12 900, Bugatti Veyron, Lamborghini Aventador, Ferrari F12 TDF e Bentley Flying Spur são algumas das aquisições do craque.

O jogador de 36 anos tem casas de luxo espalhadas por vários cantos do mundo, nomeadamente em Nova Iorque, Marbella, Turim, Madrid, Cheshire (Manchester), uma mansão na Madeira no valor de 8,3 milhões de euros e várias casas em Lisboa, incluindo um apartamento de sete milhões de euros. A “carteira imobiliária” de CR7 está avaliada em mais de 23 milhões de libras (27 milhões de euros).

De acordo com o jornal britânico, o antigo avançado do Real Madrid e Juventus, poderá ter um património líquido de cerca de 363 milhões de libras esterlinas (432 milhões de euros).

Cristiano Ronaldo é o jogador mais bem pago de sempre da Premier League ao ganhar mais de 560 mil libras por semana (cerca de 653 mil euros). A lista da Forbes 2021 confirma que CR7 é o futebolista com melhor salário no mundo, ao receber cerca de 60 milhões de euros, a somar a mais 47 milhões em patrocínios.

Para além de brilhar nos relvados, CR7 brilha no Instagram e é um dos portugueses mais influentes na rede social. Ronaldo tem 367 milhões de seguidores.

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Preços mostram “encruzilhada” mas Centeno pede “paciência” na manutenção dos estímulos

Governador do Banco de Portugal reiterou que a inflação alta "é ainda uma fenómeno temporário" e pediu paciência aos bancos centrais e governos na manutenção dos apoios à retoma da economia.

Mário Centeno disse esta quinta-feira que os preços revelam a “encruzilhada” que o mundo enfrenta, mas insistiu que a alta inflação é “ainda um fenómeno temporário” e pediu paciência às autoridades mundiais, bancos centrais e governos, na manutenção dos estímulos monetários e orçamentais para ajudar a retoma após o impacto da pandemia.

A taxa de inflação superou os 4% na Zona Euro em outubro, o valor mais elevado em mais de uma década, e a aceleração dos preços está a assustar os investidores e outros responsáveis, que estão a apostar numa retirada dos estímulos e subida dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE). Outras partes do mundo, como os EUA e o Reino Unido, defrontam-se com situações semelhantes.

O governador do Banco de Portugal reconheceu que os preços deixam as autoridades numa “encruzilhada”. Ainda assim, reiterou que a elevada inflação é “ainda um fenómeno temporário” que está “associado à recuperação da crise económica, à sua rapidez e à dificuldade de retomar os mecanismos que foram temporariamente desativados”. Centeno falava na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios.

Além disso, a Europa não observa “efeitos de segunda ordem na interação do mercado de trabalho com os preços”, o que leva o governador a crer que a alta dos preços não representa uma ameaça à economia.

“A política monetária deve estar consciente das suas capacidades, mas não consegue resolver choques de oferta”, atirou Mário Centeno, pedindo “paciência” pois estes problemas serão resolvidos e trarão a inflação para níveis sustentáveis.

Nessa medida, enquanto aumenta a pressão para a retirada dos estímulos, o governador do Banco de Portugal considera que só a manutenção “dos pilares essenciais” das políticas económicas interessa ao processo de retoma das economias após o impacto da pandemia.

Isto é, “uma política monetária que permaneça acomodatícia ao longo desta nova fase de recuperação e uma política orçamental que a acompanhe a recuperação sem acumular riscos para o futuro, mas sem deixar de apoiar os setores mais vulneráveis aos efeitos da crise”.

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