Indigitado para liderar CReSAP preocupado com nomeações em regime de substituição

  • Lusa
  • 19 Outubro 2021

Em audição parlamentar, os deputados indicaram que mais de 70% dos nomeados na sequência do procedimento concursal realizado pela CReSAP tinham já ocupado as funções em regime de substituição.

Damasceno Dias, nome indigitado para presidente da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), manifestou-se esta terça-feira preocupado com as nomeações em regime de substituição, acentuando ser uma das questões que pretende resolver.

“Uma das missões que tenho na agenda é justamente olhar para este ponto [nomeações em regime de substituição] e não é olhar de forma lúdica, é olhar para resolvermos esta questão”, referiu Damasceno Dias, que esteve a ser ouvido esta terça-feira na Comissão de Administração Pública, Modernização Administrativa, Descentralização e Poder Local.

Além do nome indigitado para presidente da CReSAP, estiveram também a ser ouvidas as três personalidades indigitadas para vogal permanente, sendo estas audições um dos passos necessários para que possam ser designados para os cargos.

Durante a audição, vários deputados questionaram Damasceno Dias sobre se defende uma alteração das regras do regime de substituição, notando que esta situação coloca em vantagem a pessoa que foi nomeada sem concurso para um cargo face aos outros que concorrem quando abre o procedimento concursal para o cargo.

Neste contexto, indicaram que mais de 70% dos nomeados na sequência do procedimento concursal realizado pela CReSAP tinham já ocupado as funções em regime de substituição (sem concurso).

Precisando que esta é uma das questões que também o preocupa, Damasceno Dias prometeu que os inputs levados esta terça-feira para a audição pelos deputados “não vão cair em saco roto”, salientando acreditar que a resolução destas situações é “o primeiro passo para a credibilização da CReSAP e para dar igualdade de oportunidades”, como “as próprias normas da CReSAP preceituam”.

Em 27 de abril, numa audição nesta mesma comissão, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, afirmou que o Governo está a preparar alterações à lei dos dirigentes da Administração Pública, tendo já pedido parecer à CReSAP.

No relatório de atividades de 2018, a CReSAP, presidida por Maria Júlia Ladeira, apontava a necessidade de clarificação das consequências “da não nomeação nos 45 dias subsequentes ao envio da proposta de designação ao membro do Governo”, ou seja, da short-list de três nomes que a Comissão envia ao Governo.

A esta vertente soma-se a que resulta de nem sempre, como a lei prevê, ser aberto concurso nos 90 dias subsequentes à nomeação em regime de substituição.

Subdiretor-geral da área de Recursos Humanos e Formação da Autoridade Tributária e Aduaneira, Damasceno Dias falou ainda, durante esta audição, das motivações que o levaram a aceitar o convite para presidir à CReSAP, da equipa de três vogais permanentes e da forma como pensam atuar.

Neste contexto, referiu a vontade de revisitar as atuais metodologias, em apostar na formação qualificante, através “inclusivamente se for necessário com o INA [Instituto Nacional da Administração]” no sentido de criar “uma fileira de formação de líderes em Portugal, com ligação à academia”, com conteúdos desenhados à medida das necessidades concretas da administração pública.

Nesta audição, em que os deputados colocaram várias preocupações e questões sobre paridade de género nas nomeações, foram também ouvidos os nomes indigitados para o cargo de vogal permanente, nomeadamente, Maria Eugénia Almeida Santos, João de Salis Gomes e Maria Cristina Coelho.

Criada em dezembro de 2011, a CReSAP tem por missão o recrutamento e seleção de candidatos para cargos de direção superior na Administração Pública e, ainda, a avaliação dos currículos e da adequação das competências das personalidades indigitadas para exercer cargos de gestor público ou cargos a estes equiparados a qualquer título.

Os estatutos determinam que o presidente e vogais devem ser selecionados de entre personalidades de reconhecido mérito profissional, credibilidade e integridade pessoal, sendo que os segundos devem ainda ter exercido atividade, preferencialmente, na área dos recursos humanos ou da Administração Pública.

O presidente e os vogais permanentes da CReSAP são designados, após audição pela Assembleia da República, por resolução do Conselho de Ministros, sob proposta do membro do Governo responsável pela área da Administração Pública, em regime de comissão de serviço por um período de cinco e quatro anos respetivamente.

À Lusa, o ministério tutelado por Alexandra Leitão referiu que o mandato dos vogais permanentes da CReSAP, ainda em funções, terminou em abril de 2021. Já a presidente, Maria Júlia Ladeira, “solicitou o pedido de aposentação, renunciando ao mandato em curso”.

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Alexandre Ruas é o novo operations director da Claranet Portugal

O profissional transita da Capgemini Engineering, ex-Altran, onde liderou toda a estrutura de operations e delivery empresa em Portugal.

Alexandre Ruas é o operations director da Claranet Portugal.

A Claranet nomeou Alexandre Ruas como executive director, operations da companhia em Portugal, anuncia a empresa em comunicado. Licenciado em engenharia de telecomunicações e informática pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, o responsável possui uma pós-graduação em gestão pelo ISCTE Business Scholl, uma especialização em negociação pela Católica Lisbon Scholl of Business e ainda uma especialização em estratégia digital pelo INSEAD.

“Alexandre Ruas iniciou a sua carreira no ano de 2003 como investigador, com principal foco no desenvolvimento de redes wireless 802.11x, numa parceria entre o ISCTE e a Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT)”, pode ler-se.

Posteriormente, entre 2004 e 2011 enquanto engenheiro e consultor, participou em vários projetos estruturantes para o desenvolvimento tecnológico em Portugal, colaborando com empresas como Altice, Nos, Vodafone, Nokia ou Nowo. Em 2012, a convite da Nos Comunicações, assumiu a direção comercial e operações, responsável pela estratégia, negócio e operações técnicas dos setores B2B e B2C na Madeira.

Já entre novembro de 2015 e setembro de 2020, Alexandre Ruas liderou a Unidade de Telecomunicações e Media da Capgemini Engineering em Portugal. No final de 2020, a convite da mesma consultora, liderou toda a estrutura de operations e delivery da Capgemini Engineering Portugal e Global Engineering Center, com uma equipa de 1.800 engenheiros focados na entrega de projetos de software e serviços de telecomunicações para vários países da Europa e para EUA.

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Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia quer apoiar as 20 startups mais inovadoras da Europa

As vinte empresas selecionadas juntar-se-ão à iniciativa "EIT Community Booster", recebendo apoios para o crescimento do seu negócio no valor de 50.000 euros.

Com o objetivo de criar uma Europa inclusiva e sustentável, o Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT) e cinco das suas Comunidades de Conhecimento & Inovação (KICs) estão a lançar uma iniciativa conjunta para apoiar empreendimentos inovadores e equipas que contribuam para a transformação do Novo Bauhaus Europeu. O prazo para candidaturas para a EIT Community Booster termina a 17 de dezembro.

“A EIT Community contribui para todos os aspetos do Novo Bauhaus Europeu e tem o ecossistema preparado para encontrar ideias atrativas e startups de toda a Europa. Mal podemos esperar para descobrir e escalar as soluções criativas e inovadoras que ajudarão a re-imaginar uma vida sustentável e a tornar os espaços mais bonitos e acessíveis”, afirma Gioia Ghezzi, chair do EIT Governing Board, citada em comunicado.

A iniciativa — que é coordenada pela EIT Digital, incluindo a EIT Climate-KIC, EIT Food, EIT Manufacturing, e EIT Urban Mobility — procura as 20 mais inovadoras startups e scaleups, que conduzem a mudança sustentável para as cidades, indústrias, clima, comida, bem-estar e qualidade de vida, para apoiar o crescimento dos seus negócios e contribuir para que se tornem gamechangers internacionais.

As empresas selecionadas juntar-se-ão à iniciativa, recebendo apoios para o crescimento do seu negócio no valor de 50.000 euros. O apoio será prestado sob a forma de subsídios e serviços concebidos para ajudar as empresas a acelerar o crescimento dos seus negócios.

A EIT Community Booster está preparada para identificar e apoiar as startups e scaleups que integrem as três dimensões centrais do Novo Bauhaus Europeu: “sustentabilidade, dos objetivos climáticos à circularidade, poluição zero e biodiversidade”, “estética, qualidade de experiência e estilo, para além da funcionalidade” e “inclusão, da valorização da diversidade, à garantia de acessibilidade económica”.

Como candidatar-se?

O prazo para candidaturas para o programa “EIT Community Booster” termina a 17 de dezembro, às 23:59 CET (22:59 em Portugal).

Para mais informação sobre cada programa, respetivos critérios de seleção e prémios, deverá aceder ao site da iniciativa.

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Próximo presidente da CMVM alerta para risco de bolha nas bolsas

CReSAP já deu "luz verde" a Gabriel Bernardino para liderar o regulador dos mercados. No Parlamento, deixou um aviso sobre o elevado valor das ações, que está "desligado" da economia.

O próximo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Gabriel Bernardino, alertou esta terça-feira no Parlamento para o risco de uma bolha nos mercados acionistas.

Ouvido na comissão de orçamento e finanças no âmbito do processo de indigitação para líder do regulador dos mercados, Bernardino disse que se “assiste neste momento a elevados níveis de avaliação dos ativos, nomeadamente das ações, os quais parecem traduzir uma desconexão com a economia real, levantando dúvidas sobre a sua sustentabilidade”.

Segundo afirmou, este é um dos riscos a que os reguladores financeiros devem estar atentos.

Gabriel Bernardino, que se prepara para substituir Gabriela Figueiredo Dias, apresentou aos deputados a visão que tem para o seu mandato na CMVM nos próximos anos, tendo dado também atenção à “emergência dos criptoativos e da blockchain”.

Afirmou que estas tendências apresentam “um potencial de disrupção significativo nos modelos de negócio tradicionais de intermediação financeira, vislumbrando-se vantagens competitivas e riscos que importa avaliar com toda a ponderação”.

"Assiste-se neste momento a elevados níveis de avaliação dos ativos, nomeadamente das ações, os quais parecem traduzir uma desconexão com a economia real, levantando dúvidas sobre a sua sustentabilidade.”

Gabriel Bernardino

Próximo presidente da CMVM

Para Gabriel Bernardino, antigo presidente da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA, na sigla em inglês), “a CMVM deve apresentar atitude positiva face à inovação, mas assegurando a manutenção de elevados padrões de estabilidade financeira e de proteção dos investidores”.

No âmbito do mercado único de capitais da União Europeia, o futuro presidente do regulador considera que deve ser uma “oportunidade para desenvolver o mercado de capitais em Portugal”.

Aqui, “a CMVM deve atribuir particular atenção às iniciativas para facilitar o acesso das PME aos mercados públicos e à nova estratégia para os investidores de retalho”, detalhou Gabriel Bernardino.

Se for nomeado, Gabriel Bernardino revelou que irá “pugnar, no âmbito europeu, por um novo paradigma na transparência e prestação de informação aos investidores de produtos financeiros”. Isto porque “a grande maioria dos consumidores de produtos financeiros não lê e/ou não tem literacia financeira suficiente para entender a informação disponibilizada”. Bernardino quer informação mais clara e documentos mais simples para que os investidores consigam assimilar o que está em causa num produto financeiro.

No final da sua intervenção, também frisou que a CMVM deve ter autonomia financeira e que o regulador precisa de ser reforçado face ao aumento das funções que lhe são atribuídas.

A Cresap já deu parecer positivo à nomeação de Gabriel Bernardino para a CMVM, revelou o presidente da comissão, Filipe Neto Brandão, no arranque da sessão. A audição no Parlamento é obrigatória nos processos de nomeação para os reguladores financeiros, mas o parecer — que ficará a cargo do deputado do PSD Eduardo Teixeira — não é vinculativo.

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Greenvolt quer 75 milhões de euros em emissão particular de “dívida verde”

A Greenvolt mandatou dois bancos para atuarem como "coordenadores" de uma emissão de obrigações sustentáveis de, pelo menos, 75 milhões de euros.

A Greenvolt está a preparar uma oferta particular de obrigações associadas a critérios de sustentabilidade, através da qual pretende obter um financiamento mínimo de 75 milhões de euros, informou a empresa à CMVM.

A cotada portuguesa mandatou o BIG e o Haitong Bank para atuarem como “coordenadores globais conjuntos” desta “potencial oferta de subscrição de obrigações” particular, que se enquadra na sua “estratégia” de “diversificação de fontes de financiamento”.

Segundo a empresa liderada por João Mando Neto, esta emissão “será feita” de acordo com as diretrizes de dívida “verde” estipuladas pela própria empresa, mas também estará “suportada” na avaliação de “uma empresa independente” especializada em research, ratings e critérios de sustentabilidade (ESG).

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Luxemburgo: Cheias de julho declaradas maior desastre natural de sempre para os seguros

  • ECO Seguros
  • 19 Outubro 2021

Mau tempo que atingiu diversos países da Europa em julho representou, no Luxemburgo, custo estimado de 125 milhões de euros para as seguradoras.

As inundações de julho, que assolaram parte da Europa, foram declaradas “catástrofe natural mais cara de sempre na história dos seguros” luxemburgueses.

A fatura dos danos causados pelas chuvas torrenciais de 14 e 15 de julho ascende a mais de 125 milhões de euros, ultrapassando estimativas anteriores do governo do Grão-Ducado (cerca de 100 milhões) e da associação de seguradores (AAA-Association d’Assurance Accident), que reviram em alta cifra anterior de 120 milhões de euros.

Com a atualização dos cálculos dos custos das intempéries, a associação indicou que recebeu 6 500 pedidos de indemnização por danos em casas e empresas, e 1.300 por estragos causados em veículos, considerando-se que grande parte dos bens danificados se encontra em estado irrecuperável.

Até 15 de outubro, 6 300 participações de seguro tinham sido atendidas e cerca de 80% dos sinistros de veículos tinham sido pagos na totalidade, enquanto 85% dos sinistros domésticos e comerciais tinham sido satisfeitos, embora com adiantamentos parciais nos processos ainda em curso, avançou a associação de seguros. Nos processos pendentes de encerrar, a demora relaciona-se com avaliações e peritagens mais complexas, ou por dificuldades logísticas associados à reparação imediata de danos materiais.

Ainda, a ACA recomendou os tomadores de seguros para que revejam, junto das seguradoras e agências de seguros, as garantias de que beneficiam face a alterações climáticas e maior frequência de eventos meteorológicos extremos que tendem a agravar-se no futuro.

Os serviços de meteorologia do Grão-Ducado referem que os níveis pluviométricos verificados a meio de julho constituem um recorde desde 1854, em algumas partes do Luxemburgo igualando níveis já registados em 1931.

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PCP exige ao Governo mais “respostas” e menos “dramatizações”

  • Lusa
  • 19 Outubro 2021

Segundo o PCP, a proposta de Orçamento apresentada pelo Governo falha em resolver “os problemas e a injustiça" nas pensões dos trabalhadores em situação de desemprego de longa duração.

O secretário-geral comunista defendeu esta terça-feira que o que se exige em matéria de Orçamento do Estado são “respostas para os problemas e não dramatizações políticas”, sustentando que essas respostas “não só são necessárias como são possíveis”.

“São exigidas respostas para os problemas e não dramatizações políticas”, disse Jerónimo de Sousa, enquanto discursava durante uma sessão intitulada “Envelhecer com direitos. Surto epidémico. As respostas necessárias”, no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa.

O dirigente comunista sustentou que as propostas que o partido colocou em cima da mesa durante as negociações do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) “não só são necessárias como são possíveis”.

Jerónimo de Sousa também ironizou as declarações feitas por “um daqueles comentadores de cadeira fixa” para exemplificar o impasse com o Governo.

O “comentador de serviço” fez a “síntese das sínteses” sobre as opções do Governo e sobre os “limites que não podem ser ultrapassados”.

“O que era? Défice, dívida e, dizia também, as leis laborais. Em síntese, demonstrou que o Governo do PS tem um problema. Não tem dúvidas da justeza destas propostas [do PCP], mas fez opções, fez escolhas”, completou o membro do Comité Central.

O PCP recusa “todas as pressões”, mas o dirigente comunista enviou um recado ao Governo: “Até à sua votação na generalidade ainda é tempo de encontrar respostas”.

Depois de ouvir vários elementos do MURPI – Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos e da Inter-reformados/CGTP-IN sobre as dificuldades económico-financeiras enfrentadas pelos pensionistas, o secretário-geral do PCP disse que o partido propõe a rutura “com a ideia de que o aumento da esperança de vida é um fardo social insustentável para o erário público”.

Melhorar as condições de vida dos pensionistas, prosseguiu, passa também pelo Orçamento do Estado, mas o executivo socialista “teima em não dar um sinal de inversão na necessária reposição do poder de compra, de todos os reformados e pensionistas com pensões acima dos 658 euros”.

“A questão não está em saber se há um qualquer Orçamento, mas sim em garantir que esse Orçamento e o que ele traduz de opções para além dele dê um sinal claro de um caminho que responda aos problemas dos trabalhadores e do povo”, assim como para “a vida dos reformados”, considerou Jerónimo de Sousa.

A proposta de OE2022 apresentada pelo Governo, “mais uma vez”, falha em resolver “os problemas e a injustiça nas pensões dos trabalhadores em situação de desemprego de longa duração, nem tão pouco para com os trabalhadores que se reformaram com pesados cortes” nos valores das pensões.

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Família EDP sobe mais de 1% e leva Lisboa de volta aos ganhos

O índice de referência nacional subiu quase 1%, destacando-se entre os ganhos ligeiros registados pelas congéneres europeias nesta sessão.

A bolsa de Lisboa voltou aos ganhos, depois de, na sessão passada, ter quebrado uma série de cinco sessões de valorização consecutivas. O desempenho da praça lisboeta ficou, assim, em linha com o das congéneres europeias, impulsionado pelas subidas de mais de 1% registadas pela família EDP e pela Jerónimo Martins.

O PSI-20 subiu 0,92%, para 5.670,98 pontos. Entre as 19 cotadas, a maioria fechou em “terreno” positivo, enquanto sete acabaram por registar perdas na sessão desta terça-feira.

A impulsionar o índice de referência nacional esteve a família EDP: a subsidiária EDP Renováveis avançou 2,39%, para 22,28 euros, enquanto a casa-mãe EDP ganhou 1,83%, para 4,773 euros. O grupo anunciou esta terça-feira que a EDP Brasil, liderada por João Marques da Cruz, decidiu vender uma parte do seu portfólio no país, numa operação avaliada em 210 milhões de euros.

EDP Renováveis em máximos de setembro

Nos ganhos, destaque também para a Jerónimo Martins, que somou 1,41%, para 19,025 euros, enquanto o BCP subiu 0,52%, para 15,38 cêntimos, e a Galp Energia valorizou 0,47%, para 9,914 euros. Nota ainda para as cotadas do setor da pasta e do papel, com a Navigator a registar ganhos de 0,91%, para 3,09 euros, e a Altri a somar 0,75%, para 5,34 euros.

Em sentido inverso, destaque negativo para a Nos, que perdeu 1,12%, para 3,36 euros, e para os CTT, que corrigiram 0,39%, para 5,10 euros.

Já pela Europa, o dia foi maioritariamente de ganhos, ainda que ligeiros. O pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,38%, o britânico FTSE 100 ganhou 0,26%, o alemão DAX avançou 0,33% e o espanhol IBEX valorizou 0,71%, enquanto o francês CAC-40 ficou na linha de água.

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Microsoft nomeia Ricardo Pires Silva para direção executiva de vendas de soluções cloud

O profissional será responsável por liderar uma equipa de vendedores e técnicos altamente especializados, bem como por impulsionar a transformação digital dos clientes da tecnológica.

Ricardo Pires Silva é o diretor executivo de vendas de soluções cloud da Microsoft Portugal.

A Microsoft Portugal anunciou a nomeação de Ricardo Pires Silva para a direção executiva de vendas de soluções cloud, função anteriormente desempenhada por Pedro Borges, que assume agora funções na Microsoft Western Europe.

“Sinto-me muito honrado por integrar a Microsoft Portugal e uma equipa de profissionais altamente motivados e empenhados em apoiar na transformação digital do ecossistema de parceiros e clientes”, admite Ricardo Pires Silva, em comunicado.

“O contexto pandémico veio acelerar ainda mais a necessidade de digitalização das nossas organizações, pelo que integrar a Microsoft neste momento tão desafiante, antecipando soluções e estratégias que apoiem os nossos clientes a tirar pleno partido das capacidades da cloud, e de forma alinhada com os novos modelos de trabalho híbrido, num ambiente tecnológico cada vez mais exigente, conectado e acelerado, é sem dúvida muito entusiasmante”, acrescenta o novo diretor executivo de vendas de soluções cloud da tecnológica.

Com mais de 20 anos de experiência, Ricardo Pires Silva será responsável por liderar uma equipa de vendedores e técnicos altamente especializados, bem como por impulsionar a transformação digital dos clientes da Microsoft Portugal, de forma alinhada com as suas necessidades, nas diversas áreas de solução.

Antes de ingressar na Microsoft Portugal, o responsável — licenciado em engenharia eletrotécnica e de computadores pelo Instituto Superior Técnico e mestre em gestão de vendas pelo INDEG/ISCTE — passou pelo SAS Portugal onde assumiu o cargo de diretor executivo, e soma ainda ao seu currículo a passagem pela Novabase, GE Capital e Unisys.

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“Poucas empresas” aderiram à solução para as moratórias, diz presidente da Caixa

Presidente da Caixa revelou que a solução para o fim das moratórias está a ter pouca adesão por parte das empresas. Macedo culpa as "restrições" das linhas de garantias públicas do banco de fomento.

A solução do Governo para ajudar as empresas após o fim das moratórias está a ter pouca adesão, revelou o presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, culpando as muitas “restrições” do chamado Programa Retomar, lançado há um mês pelo banco de fomento, e que tem merecido muitas críticas dos bancos e das empresas.

“Alguém se candidatou a este último programa Retomar, só por curiosidade?”, perguntou Paulo Macedo, à frente de uma plateia de empresários e clientes da CGD, no evento Fora da Caixa, em Tomar.

Perante o silêncio da assistência, o CEO da Caixa concluiu: “Não deixa de ser significativo. Porquê? Porque as características, as restrições foram tantas que há poucas empresas — haverá algumas, e que precisam — a qualificarem-se para o programa”.

O Banco Português de Fomento (BPF) anunciou há um mês uma linha de garantias públicas no valor de 1.000 milhões de euros para reestruturações dos créditos empresariais que estão em moratória, mas a medida tem sido alvo de críticas por causa das regras restritivas de utilização, nomeadamente porque os clientes vão ficar marcados negativamente pelo sistema.

Os bancos pedem uma alteração das condições do programa e Paulo Macedo juntou-se a esse coro de pedidos quando disse que o programa de capitalização de empresas, que “está para sair há mais de sete, oito ou mais anos”, será “mais importante” do que a linha de garantias públicas para o crédito em moratória das empresas dos setores mais vulneráveis.

“Parece-nos que será mais importante este programa de capitalização… só se o outro for remodelado”, frisou o presidente do banco do Estado.

“Este programa do capitalizar, se for bem feito, pode contribuir para corrigir a nossa assimetria já com muitas décadas de rácios insuficientes de capitais próprios”, explicou Paulo Macedo.

Antes de Paulo Macedo, já o presidente do BCP havia deixado críticas ao Programa Retomar, por não diferenciar as reestruturações de dívida no âmbito deste mecanismo em relação às outras reestruturações, ignorando o impacto da pandemia nas empresas.

“Devia ser tratado de forma diferente porque ao tratar isto como uma reestruturação normal e de dificuldades financeiras, fica um registo que é extremamente negativo (…). Isto é um tema da Autoridade Bancária Europeia e da Comissão Europeia, mas a nossa exigência com o Governo é de procurar uma pressão forte para que isto não seja desta forma e para não estigmatizar algumas empresas que não merecem ser estigmatizadas e que são alheias à crise que atingiu as suas contas”, afirmou Miguel Maya.

“Há uma corrente nacional contra as empresas grandes”

Na mesma intervenção de abertura do encontro Fora da Caixa, Paulo Macedo considerou que há uma “corrente nacional contra as empresas grandes” em termos de condições para elas “poderem crescer e desenvolver”.

“Nós gostamos muito das micro, gostamos muito das pequenas, nas médias aquilo já começa a ser tolerado, mas então grande é que é um problema“, disse o líder da Caixa.

Contudo, lembrou Paulo Macedo, as grandes empresas são na sua maioria “exportadoras” e têm maior capacidade para investir em investigação. Ou seja, “a dimensão não é indiferente para a competitividade” e o objetivo também passa por tornar as médias empresas em grandes empresas, acrescentou.

Segundo Macedo, esta questão coloca-se “se estamos a fortalecer as […] instituições, se estamos a tornar a dar condições macroeconómicas, laborais, legislativas, etc., de enquadramento para as empresas poderem crescer e desenvolver”.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h12)

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“Joint venture” da BMW e Critical Software quer recrutar 500 trabalhadores este ano

  • Lusa
  • 19 Outubro 2021

A Critical TechWorks, "joint venture" entre a portuguesa Critical Software e a BMW, prevê contratar 500 trabalhadores este ano e aumentar a faturação em 60%, para mais de 80 milhões de euros.

A Critical TechWorks, uma joint venture entre a portuguesa Critical Software e a BMW para desenvolvimento de soluções automóveis digitais, prevê contratar 500 trabalhadores este ano e aumentar a faturação em 60%, para mais de 80 milhões de euros.

“Em 2021, a nossa projeção é terminar o ano com cerca de 1.360 pessoas com contrato interno [face às 860 no final de 2020] e, envolvendo também os nossos parceiros subcontratados, o número [de colaboradores da empresa] deverá andar nas 1.500 pessoas”, avançou o diretor financeiro da empresa em entrevista à agência Lusa, no âmbito do terceiro aniversário da empresa.

Segundo Paulo Guedes, cerca de 900 pessoas ficarão adstritas às instalações do Porto da Critical Techworks e as restantes às de Lisboa, sendo “a grande maioria” portugueses.

“Uma estratégia que, entretanto, implementámos e que tem provado dar frutos é recorrermos muito mais a parceiros externos (em Portugal) e, por isso, estamos cada vez mais a envolver a economia local e empresas locais do setor do ‘software’ com especialidades próprias e que são interessantes para nós”, referiu.

Assim, disse, aos cerca de 860 trabalhadores internos da Critical Techwoks no final de 2020 juntam-se mais algumas centenas de subcontratados, num total que “ultrapassou certamente as 1.000 pessoas” no ano passado.

Traduzindo este crescimento dos quadros, a empresa aponta para um crescimento da faturação na ordem dos 60% este ano, face aos cerca de 52 milhões de euros de 2020, prevendo manter este ritmo também em 2022.

“O ano [passado] correu muito bem e as perspetivas continuam muito boas”, disse à Lusa Paulo Guedes, apontando apenas um pequeno período de “alguma incerteza a nível global” na primeira metade de 2020, na sequência da pandemia, e que, “tal como a vários outros setores, afetou o setor automóvel”.

“Principalmente no primeiro semestre, houve uma grande incerteza sobre quais poderiam ser os reais impactos da pandemia no setor automóvel e ao que poderia estar sujeito num cenário pós pandemia. Portanto, tivemos alguns atrasos em alguns projetos, mas não tivemos nenhum cancelamento, apenas alguns projetos que deviam ter começado no primeiro semestre começaram só no segundo, quando as perspetivas começaram a ser melhores”, precisou.

Com “mais de 90%” dos projetos atualmente em curso a prolongarem-se para 2022, a que se juntarão novos projetos já “em avaliação” com o grupo BMW, a CriticalTechworks prevê para 2022 “um ritmo de crescimento igual ao de 2021 e de 2020”, não vislumbrando ainda “quaisquer sinais de abrandamento” da atividade.

De acordo com o diretor financeiro da empresa, estas boas perspetivas resultam quer da aposta do grupo automóvel alemão nos dois novos modelos elétricos – BMW i4 e iX – que terão uma forte presença da tecnologia portuguesa integrada, quer também dos “novos paradigmas de globalidade e do acrescentar de nova capacidade ao carro, que passa a ser quase tratado como um ‘device’”.

“O carro tipicamente é algo fixo, quando o compramos sabemos que tem determinadas características. Mas não há necessidade que seja assim, atualmente a tecnologia já não justifica que o seja. É possível fazer-se ‘upgrade’ a um carro como se faz ‘upgrade’ a um telemóvel, instalando uma nova ‘app’, uma nova funcionalidade ou um novo serviço dentro do carro. E é nisso que estamos a trabalhar atualmente”, explicou Paulo Guedes.

Nos dois novos modelos elétricos i4 e iX, cujo lançamento no mercado europeu está previsto para novembro, “grande parte da tecnologia foi desenvolvida pela Critical Techworks, desde a tecnologia embebida ao nível dos controladores das viaturas aos sistemas de ‘infotainment’ [do inglês ‘information+entertainment’].

Como exemplos, o responsável financeiro apontou o Spotify a bordo ou o serviço de mapas, com todos os serviços inteligentes com eles relacionados, como, por exemplo, a capacidade de detetar se há lugares de estacionamento livres no local de destino.

Salientando que um automóvel “tem atualmente centenas de unidades de controlo internas das mais diversas funções, desde a estabilidade ao clima da viatura (como o controlo do ar condicionado)”, Paulo Guedes disse que “tudo isso foi desenvolvido já pela Critical Techworks”.

Já ao nível do sistema de ‘infotainment’, acrescentou, os dois novos modelos elétricos contam com a próxima geração de ‘infotainment’ da BMW, que foi também desenvolvida pela Critical Techworks”, assim como o foram “todos os ‘displays’ e serviços a bordo da viatura”.

O diretor financeiro destaca que “ainda há muita inteligência que precisa de ser embutida nos veículos” e “muitos desafios que têm ainda de ser endereçados”, nomeadamente ao nível da comunicação entre veículos e com a infraestrutura, e avança como exemplo a condução autónoma, onde se estão ainda “a dar os ‘babysteps’” (primeiros passos).

“Daí não estarmos a ver um abrandamento nas necessidades que vão surgindo ao nível do grupo e que são guiadas pelas necessidades que o próprio mercado tem”, rematou.

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Preços do tabaco devem subir até 10 cêntimos por maço

O Governo vai agravar a fiscalidade do tabaco e os preços dos maços podem subir até 10 cêntimos em 2022, segundo as estimativas da Imperial Brands. Empresa aposta agora no tabaco aquecido.

Um agravamento fiscal deverá puxar pelo preço do tabaco no próximo ano, prevendo-se aumentos que poderão chegar aos 10 cêntimos por maço de cigarros. Essa é a estimativa da Imperial Brands, que vende marcas como JB e West, depois de analisar a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2022.

Em causa está o agravamento das duas componentes da tributação sobre o tabaco, que vão aumentar 1%, de acordo com a taxa de inflação prevista para 2022. Deste modo, o elemento específico deverá aumentar para 102,01 euros, sendo que este valor incide em cada 1.000 cigarros, ou seja, 50 maços com 20 cigarros cada um.

Quanto ao elemento ad valorem, a outra componente do imposto sobre o tabaco que recai sobre o preço no mercado, a proposta de OE para 2022 prevê que esta componente passe para 14,14%.

Além destas duas componentes e do IVA, que está fixado em 23% sobre o consumo, é aplicado um fator multiplicador que é aplicado quando o preço do tabaco está abaixo do preço médio vendido no ano anterior, para criar um equilíbrio entre as marcas mais baratas e as marcas mais caras. Se há alguns anos o multiplicador era de 104%, este tem vindo a ser reduzido e está agora em 102%.

Contudo, a Imperial Brands manifesta-se contra este imposto adicional: “Acreditamos que este multiplicador não é justo e não cria uma equidade concorrencial entre os diferentes players“, apontou Miguel Simões, diretor da Imperial Brands em Portugal e Andorra, acrescentando que a tabaqueira tem “vindo a lutar” para que este multiplicador “seja abortado ou que não exista”, dado que pode, inclusivamente, promover o contrabando, na ótica da empresa.

Assim sendo, feitas as contas, o agravamento fiscal vai provocar um aumento de preços. “Vai haver um aumento do preço dos cigarros”, disse Miguel Simões, referindo que, “em norma, o que acontece é que é [um aumento ] de 10 cêntimos”, dado que “40% do volume de negócio vem de máquinas de venda” e não é “possível fazer subidas de cinco ou 15”.

O ECO noticiou também em julho que a estampilha dos maços de cigarros vai ficar mais cara em 2022. O preço fixado para a versão não autocolante passa de 0,00454 euros em 2021 para 0,00460 euros em 2022, um acréscimo de 1,32%, enquanto no caso da versão autocolante, mantém-se em 2022 o preço de 0,03283 euros praticado já este ano.

Imperial vai vender tabaco aquecido em Portugal

Apesar deste aumento da carga fiscal sobre o consumo do tabaco, a Imperial Brands garante que o mercado português “continua a ser prioritário”. E quer continuar a investir em território nacional, dado que os fumadores estão abertos a alternativas mais modernas, como é o caso do vaping e do tabaco aquecido, bem como pelo facto de se poder “fazer modelos de negócio piloto para outros mercados da Europa”, sinaliza o responsável.

Nesse sentido, uma das apostas da Imperial para Portugal a “curto prazo” é começar a comercializar tabaco aquecido, dado que a empresa acredita que “o consumidor vai dividir-se em diferentes nichos de consumo da nicotina“. Apesar desta mudança do consumidor, a tabaqueira acredita que os cigarros tradicionais não vão desaparecer. “O tabaco vai continuar a ser uma alternativa ao consumo de nicotina”, resume Miguel Simões.

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