Hays lança marca dedicada ao recrutamento no setor tecnológico

A Hays Technology pretende dar resposta à grande procura por profissionais desta área e, ao mesmo tempo, "moldar o futuro do recrutamento tecnológico".

A Hays acaba de lançar uma nova marca exclusivamente dedicada ao recrutamento especializado no setor das tecnologias da informação (IT) em Portugal: a Hays Technology. O objetivo é dar resposta à grande procura por profissionais desta área e, ao mesmo tempo, “moldar o futuro do recrutamento tecnológico”.

“Neste momento, em Portugal, o setor de IT é um dos mais dinâmicos do mercado e os perfis desta área são os segundo mais requisitados a nível nacional, por isso, foi crucial a criação desta nova marca. A Hays Technology em Portugal conta com equipas especializadas que operam no Porto e em Lisboa, que dominam o mercado e trabalham com o compromisso de estabelecer relações de confiança e mútuo benefício entre clientes e candidatos”, afirma Matilde Moreira, head of Hays Technology Portugal, em comunicado.

As equipas da Hays Technology já estão a operar e a apoiar a digitalização de empresas por todo o país e a nível internacional, tendo também já sido lançada na Austrália e Nova Zelândia.

“Esta evolução significa que a Hays Technology tem agora um maior know-how e mais capacidade de representar os seus clientes dentro do setor tecnológico, uma vez que a mudança dentro da indústria continua a acelerar a um ritmo sem precedentes”, refere a empresa.

“Num mercado em rápida evolução como o da tecnologia, é ainda mais importante proporcionar um acesso rápido e fácil às competências e aos empregos de topo. Queremos ter a certeza de que estamos a ter um impacto positivo e duradouro no mundo da tecnologia e nos talentos do futuro, melhorando a sustentabilidade das competências através da requalificação e da construção de pools de talentos para o futuro”, afirma diz James Milligan, global head of Hays Technology.

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Mais sete mortes e 306 casos de Covid-19 em Portugal. Rt e incidência recuam

Morreram mais sete pessoas por Covid-19 e foram identificadas 306 novas infeções nas últimas 24 horas. O risco de transmissibilidade e a incidência voltaram a descer em território nacional.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 306 novos casos de Covid-19, elevando o número total de infetados desde o início da pandemia para 1.062.320. O boletim diário desta segunda-feira revela ainda mais sete mortes nas últimas 24 horas, para um total de 17.914 óbitos. A incidência média no território nacional recuou para 149,1 casos por 100 mil habitantes, enquanto o risco de transmissibilidade (Rt) caiu para 0,82.

Neste novo balanço, a DGS sinaliza que o total de casos acumulados “apresenta menos nove casos” face ao balanço anterior na região Centro, “resultante da correção de 34 casos após revisão da sua classificação”.

O boletim dá conta de um total de 1.010.772 recuperados, mais 604 do que no balanço anterior. Há, neste momento, 33.634 casos ativos em Portugal, menos 339 face a domingo.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa e volta a registar-se um ligeiro aumento no número de pessoas hospitalizadas com a doença. Atualmente, 471 doentes estão internados em unidades hospitalares (mais 16 nas últimas 24 horas), dos quais 82 em unidades de cuidados intensivos (menos quatro).

Em termos regionais, a maioria das novas infeções volta a ser registada em Lisboa e Vale do Tejo (LVT). Dos 306 novos casos confirmados, 116 localizam-se na região de LVT (37,9%), seguindo-se a região Norte, que contabilizou 82 novas infeções (26,8%).

Boletim epidemiológico de 20 de setembro:

Neste contexto, LVT é a região com mais casos e mortes registados até ao momento (411.053 casos de infeção e 7.656 mortes), seguindo-se o Norte (408.074 casos e 5.544 mortes), o Centro (141.906 casos e 3.130 mortes), o Alentejo (38.435 casos e 1.016 mortes) e o Algarve (41.994 casos e 454 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 8.737 casos e 42 mortos, enquanto a Madeira regista 12.121 casos e 72 vítimas mortais.

Há ainda 30.069 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, menos 369 face a domingo.

Rt e incidência descem

Os dados da DGS revelam ainda que o valor do Rt, que mostra quantas pessoas cada infetado contagia em média, está em 0,82 a nível nacional e em 0,81 no continente. Trata-se, portanto, de um ligeiro recuo face ao anterior balanço (estava em 0,83 a nível nacional e em 0,82 no continente), o que coloca Portugal na “zona verde” da matriz de risco do Governo.

Matriz de risco com dados de 20 de setembro de 2021Fonte: Direção-Geral da Saúde

Também a incidência (média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) caiu, estando agora em 149,1 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e em 152,4 casos por 100 mil habitantes no continente (na última atualização estes valores eram 173,6 por 100 mil habitantes e 177,9 por 100 mil habitantes, respetivamente).

(Notícia atualizada pela última vez às 18h25)

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Governo britânico admite mais falências por causa do aumento do preço do gás

  • Lusa
  • 20 Setembro 2021

"Já vimos quatro fornecedores sair do mercado nas últimas semanas e podemos esperar mais companhias saírem do mercado nas próximas semanas", admitiu o ministro da Economia britânico.

O ministro da Economia britânico, Kwasi Kwarteng, admitiu esta segunda-feira que mais empresas fornecedoras de energia vão falir nas próximas semanas por causa do aumento do preço do gás, mas garantiu que não haverá cortes no serviço às habitações.

“Proteger consumidores é a nossa principal preocupação”, afirmou, numa declaração de emergência na Câmara dos Comuns, no Parlamento, para atualizar os deputados sobre a situação.

Kwarteng garantiu que o Reino Unido tem “mais do que capacidade para responder à procura” e que “não vai faltar energia para acender as luzes ou o aquecimento este inverno”.

“Obviamente, a situação mundial do gás teve um impacto em alguns dos nossos fornecedores de energia. Já vimos quatro fornecedores sair do mercado nas últimas semanas e podemos esperar mais companhias saírem do mercado nas próximas semanas”, referiu.

O mercado de energia britânico é bastante competitivo, com cerca de 50 empresas registadas como fornecedores.

Algumas empresas mais pequenas estão em dificuldades porque os preços do gás subiram para níveis recordes, muito mais elevados do que o valor definido pelo Governo britânico como teto para proteger os consumidores mais vulneráveis de tarifas demasiado altas.

Entre as que estão em risco de não sobreviver está a Bulb, que distribui energia a 1,7 milhões de clientes no Reino Unido.

Os preços do gás natural dispararam cerca de 250% desde o início do ano no Reino Unido, 70% desde agosto, de acordo com a Oil & Gas UK (OGUK), que representa a indústria ‘offshore’ de petróleo e gás.

Isto determinou um aumento de 12% nos preços do gás para os consumidores com tarifas variáveis, previsto para entrar em vigor em 1 de outubro.

Nos últimos dois dias, o ministro da Economia reuniu-se com fornecedoras de energia e com o regulador, Ofgem, para discutir a situação, e garantiu que o Governo tem “planos robustos” para evitar que os consumidores não sofram cortes de gás no outono.

Algumas empresas sugeriram como medidas o fim dos tetos às tarifas, a remoção de alguns impostos associados ou empréstimos garantidos pelo Governo, mas Kwarteng recusou.

“O Governo não vai salvar empresas insolventes. Não haverá recompensa para erros ou má administração. O contribuinte não deve ter de pagar [para salvar] empresas com maus modelos de negócio e não são resilientes”, vincou.

O deputado do Partido Trabalhista, Ed Miliband, concordou que deve evitar-se alarmismo quanto à segurança energética do país, mas alertou para o risco de “complacência com o impacto nos preços e na situação económica”.

O deputado da oposição referia-se às consequências do aumento dos preços do gás, que já estão a alastrar para além do mercado de energia.

Na semana passada, o grupo de fertilizantes CF Industries, o maior fornecedor de dióxido de carbono (CO2) do Reino Unido, anunciou que iria interromper a produção por tempo indeterminado devido aos altos preços do gás natural.

Indústrias de alimentos e supermercados manifestaram preocupação com a possível falta desse gás usado no abate de animais, nos sistemas de refrigeração e embalagem de alimentos ou no fabrico de bebidas com gás, como refrigerantes e cerveja.

Outros setores, como a saúde e a energia nuclear, também dependem do uso de dióxido de carbono.

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Patrões censuram “juízo moral” de Costa nas críticas à Galp

Óscar Gaspar (CIP) frisa que “as decisões dos agentes económicos pautam-se por um racional económico" e espera que não haja “um discurso sistemático de anátema em relação à iniciativa privada”.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) não gostou de ouvir o secretário-geral do PS, António Costa, a “caracterizar as decisões empresariais com base num suposto juízo moral” sobre o encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos.

Questionado pelo ECO durante a apresentação de um barómetro empresarial realizado em parceria com o ISCTE, o membro da comissão executiva da CIP, Óscar Gaspar, fez “votos para que não haja aqui um discurso sistemático de anátema em relação à iniciativa privada”.

“Recordo que são as empresas que criam valor, que aguentaram o emprego no último ano e meio, que são as empresas que criam a atratividade e a competitividade do país. Lamentamos que, ao longo dos anos, a atividade económica não seja mais acarinhada”, acrescentou o gestor.

No domingo, o secretário-geral do PS lançou ontem fortes críticas à petrolífera, dizendo ser “difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade, tanta irresponsabilidade, tanta falta de solidariedade” como neste caso. E prometeu até dar uma “lição exemplar” à empresa.

"As decisões dos agentes económicos pautam-se, basicamente, por um racional económico e movem-se de acordo com o enquadramento legislativo, financeiro e fiscal.”

Óscar Gaspar

Membro da direção da CIP

Nesta conferência de imprensa, Óscar Gaspar lembrou o também primeiro-ministro de que “as decisões dos agentes económicos pautam-se, basicamente, por um racional económico e movem-se de acordo com o enquadramento legislativo, financeiro e fiscal”.

“É isso que está em causa. Não há aqui, com toda a certeza, nenhum juízo de valor em relação a este tipo de comportamentos”, finalizou o porta-voz da CIP, lembrando a importância do problema da transição climática, cujo “reconhecimento” está refletido na orgânica do governo, numa referência à designação do Ministério do Ambiente e Ação Climática.

As declarações do líder socialista, proferidas durante uma iniciativa da campanha eleitoral para as autárquicas em Matosinhos, estão a ser criticadas pelos partidos da oposição, da esquerda à direita, e pelos próprios representantes dos trabalhadores da empresa, que acusam António Costa de nada ter feito para travar a decisão tomada em dezembro do ano passado pela empresa de energia, em que o Estado detém uma participação de 7%, através da Parpública.

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Vaticano passa a exigir certificado Covid a partir de outubro

  • Lusa
  • 20 Setembro 2021

A partir de 1 de outubro, vai passar a ser exigido um certificado sanitário Covid para entrar no Vaticano. A única exceção tolerada é para “pessoas que participam em celebrações litúrgicas".

O Vaticano anunciou esta segunda-feira que passa a exigir, a partir de outubro, um certificado sanitário para permitir a entrada de pessoas na cidade-Estado.

“A partir de 1 de outubro de 2021, o acesso à Cidade do Vaticano vai ser permitido exclusivamente às pessoas portadoras de um passe sanitário”, pode ler-se no despacho datado de 18 de setembro, cujo texto foi publicado esta segunda-feira pelo gabinete de imprensa do Vaticano.

A única exceção tolerada é para “pessoas que participam em celebrações litúrgicas durante o tempo estritamente necessário ao desenrolar do mesmo”.

A polícia do Vaticano vai ser responsável pelo controlo dos cidadãos, residentes e funcionários, bem como dos visitantes estrangeiros. O próprio papa Francisco foi quem “solicitou” que a “portaria fosse emitida a fim de adotar todas as medidas necessárias para prevenir, controlar e enfrentar a crise sanitária”.

O Vaticano está assim a alinhar-se com as regras adotadas em Itália, onde o governo decidiu na quinta-feira generalizar, a partir de 15 de outubro, a obrigação de um passe sanitário nos locais de trabalho, tanto no setor público, como no privado.

A Covid-19 provocou pelo menos 4.689.140 mortes em todo o mundo, entre mais de 228,49 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

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Greenvolt estreia-se no PSI-20 a cair 5%. Possível colapso da Evergrande deixa Europa a tremer

A empresa de energias renováveis chegou à montra principal do PSI-20 e fechou a primeira sessão a cair quase 5%. Risco de colapso da chinesa Evergrande pôs investidores mundiais a tremer.

A bolsa de Lisboa recuou para níveis de meados de agosto. O PSI-20 desvalorizou 1,62%, para 5.213,55 pontos, num dia em que o risco de colapso da Evergrande, uma gigante chinesa do setor do imobiliário, fez tremer os investidores a nível mundial.

Pouco depois de os índices norte-americanos terem arrancado a semana em queda, fecharam as bolsas europeias com perdas acima de 2% em algumas praças do Velho Continente. O pan-europeu Stoxx 600 cedeu 1,67%, enquanto o Stoxx 50 perdeu 2,11%. O alemão DAX caiu 2,31%, o francês CAC-40 perdeu 1,74% e o espanhol IBEX-15 desvalorizou 1,20%.

No dia em que se estreou na principal montra da bolsa de Lisboa, a Greenvolt afundou 4,95%, para 5,93 euros cada ação. Foi acompanhada de perto pelo BCP, cujos títulos caíram 4,64%, para 12,34 cêntimos.

Greenvolt afunda na estreia no PSI-20:

A família EDP também não escapou às quedas. A EDP perdeu 1,80%, para 4,486 euros, enquanto a EDP Renováveis recuou 1,93%, para 21,38 euros por ação.

Pelo contrário, só duas empresas do PSI-20 ficaram acima da “linha de água”: a REN valorizou 0,20%, para 2,505 euros, enquanto a Nos somou 0,36%, para 3,38 euros. A Ibersol fechou inalterada nos 5,66 euros.

Com 300 mil milhões de dólares de dívidas, a chinesa Evergrande começou a pagar aos credores em imóveis, espoletando receios de colapso, cujas ondas de choque podem criar problemas noutras partes da economia. “Existem múltiplos fundos de investimento com exposição a títulos do gigante imobiliário e, por isso, os receios espelham-se por outras regiões do globo”, lê-se na nota de fecho de mercados enviada aos clientes pelo Millennium BCP.

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Já foram contratualizadas quase metade das verbas do PRR

A maior parte dos contratos assinados diz respeito ao pilar da Resiliência, que inclui medidas na área da habitação e infraestruturas, entre outras.

Com uma janela de tempo limitada para definir e pôr em prática os projetos, os contratos para aplicar os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) estão a avançar. Já foram contratualizadas quase metade das verbas da apelidada bazuca europeia, enquanto apenas 10% tem já avisos e concursos.

Os números constam do relatório de monitorização do PRR, que tem dados a 15 de setembro de 2021 e revela que estão 44 contratos de financiamento assinados (correspondentes a 48% da dotação) e 29 contratualizações em curso. A maior parte dos contratos assinados foram no pilar da Resiliência (29), seguido da Transição Digital (11) e da Transição Climática (4), em termos absolutos.

A Resiliência, dimensão que contempla medidas por exemplo para o Serviço Nacional de Saúde e para a habitação, contempla já 6.176 milhões de euros contratualizados, enquanto a Transição Digital contempla 1.027 milhões de euros e a Transição Climática 710 milhões, segundo os dados disponíveis para meados do mês.

Quanto às candidaturas para este Plano, estas totalizam as 23.543. A maioria tem como beneficiários as famílias, seguindo-se as Instituições de Ensino Superior, sendo que foram já comprometidos cerca de 155 milhões de euros (dos quais 150 milhões são para as escolas) e os pagamentos totalizam os 4,4 milhões.

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Comissão liquidatária do BPP diz que só pode pagar a credores depois de pagar ao Estado

  • Lusa
  • 20 Setembro 2021

A comissão liquidatária do BPP diz que não pode fazer pagamentos parciais aos credores comuns enquanto não for liquidada toda a dívida ao Estado.

A comissão liquidatária do BPP disse, num anúncio, que de momento não pode fazer pagamentos parciais aos credores comuns e que só poderão receber após ser paga toda a dívida ao Estado, em resposta às exigências de lesados.

No dia 13 de setembro, clientes lesados pelo BPP fizeram uma manifestação em Lisboa contra o arrastar do processo de liquidação que dura há 11 anos, a falta de informação financeira (dizendo que as últimas contas públicas são de 2018) e acusando os gestores liquidatários de não responderem a questões e de se quererem perpetuar nos cargos.

No protesto organizado pela Associação Privado Clientes, os lesados defendiam ainda que a comissão liquidatária use parte da liquidez vinda da massa falida para distribuir pelos credores, pagando pelo menos parcialmente os seus créditos.

Em anúncio publicado no jornal Expresso deste fim de semana, a Comissão Liquidatária do BPP veio prestar esclarecimentos.

A Comissão Liquidatária do BPP diz que “cumpriu sempre, escrupulosamente, as funções que lhe são legalmente cometidas”, desde logo os deveres de informação. Refere que já fez 40 relatórios trimestrais sobre o estado da liquidação (a grande maioria encontra-se junta ao processo de liquidação, aguardando outros o visto da Comissão de Credores, para serem igualmente juntos), que o último relatório é de dezembro de 2020 e que apresenta semestralmente ao Banco de Portugal reportes de informação financeira.

Sobre pagamentos a credores, diz que só pode pagar aos credores comuns quando pagar na totalidade as dívidas ao Estado, pois este é credor privilegiado.

Segundo a Comissão Liquidatária, foram reconhecidos 6.000 credores que têm a receber quase 1.600 milhões de euros, dos quais 450 milhões de euros são créditos garantidos (do Estado), 950 milhões de euros de créditos comuns e 200 milhões de euros de créditos subordinados.

Já os ativos líquidos, aquando da liquidação do banco, valiam 700 milhões de euros, pelo que o banco tinha uma situação líquida negativa de 900 milhões de euros, “o que resulta, desde logo, na impossibilidade de satisfação integral de todos os créditos comuns reconhecidos”, avisa a Comissão Liquidatária.

Sobre pagamentos, refere que, dos créditos comuns, 200 milhões de euros já foram pagos pelo Fundo de Garantia de Depósitos e Sistema de Indemnização aos Investidores.

A Comissão Liquidatária também já pagou ao Estado português (dos 450 milhões de euros devidos, pagou 305 milhões de euros diretamente a que se somam 100 milhões de euros resultantes da afetação de outros ativos do BPP e de terceiros), assim como ao Fundo de Garantia de Depósitos e ao Sistema de Indemnização aos Investidores.

“Assim, mais de 50% do ativo líquido existente no início da liquidação foi já entregue ao principal credor garantido (o Estado português)”, diz a comissão liquidatária.

Quanto a outros pagamentos, acrescenta que, pela lei, enquanto o “principal credor garantido [o Estado] não for integralmente pago, não pode a Comissão Liquidatária dar início ao pagamento a credores comuns” e que isso “estará sempre sujeito a autorização do tribunal”.

“Atualmente, não se encontram reunidos os requisitos legais para a execução dos rateios parciais. Nem há, por ora, lugar à distribuição e rateio final, uma vez que não está encerrada a liquidação da massa insolvente”, esclarece, recusando eventuais pagamentos parciais a credores.

Diz ainda que é por estar focada em pagar aos credores que intentou mais de 100 ações em tribunal contra devedores do BPP e que ainda se encontram pendentes dezenas de ações judiciais (incluindo contra o BPP), o que tem impacto na evolução do processo de liquidação e condicionam o pagamento a credores.

Estão também em curso ações judiciais contra ex-administradores do BPP, referindo a Comissão Liquidatária que eventuais indemnizações que venham daí serão também para a massa insolvente.

Assim, afirma, o encerramento da liquidação do BPP só acontecerá quando terminarem as ações judiciais, a que é alheia, pelo que no entretanto faz “os seus melhores esforços” para liquidar outros ativos que integram a massa insolvente.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, verificou-se em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

Apesar da sua pequena dimensão, o caso BPP teve importantes repercussões devido a potenciais efeitos de contágio ao restante sistema quando se vivia uma crise financeira, emergindo como um caso de supervisão, pondo em causa a ação do Banco de Portugal.

Deu-se então início ao processo de liquidação, que ainda decorre. A Comissão Liquidatária do BPP, nomeada pelo Banco de Portugal, entrou em funções em maio de 2010, sendo então presidida por Luís Máximo dos Santos, o atual vice-governador do Banco de Portugal. Atualmente é presidida por Manuel Mendes Paulo, quadro do Banco de Portugal.

Apesar da intervenção estatal (450 milhões de euros de garantia), o BPP não deverá significar custos para os cofres públicos, uma vez que o Estado tem o estatuto de credor privilegiado.

Outros credores continuam à espera de ser ressarcidos.

Os clientes de retorno absoluto – que através do BPP investiam dinheiro em sociedades, prometendo o banco capital garantido e remuneração (como se fossem depósitos) – recuperaram partes dos investimentos após terem criado um ‘megafundo’ para gerir os seus ativos financeiros e cuja liquidação permitiu devolver-lhes parte do dinheiro.

Contudo, segundo a Associação Privado Clientes, dos 3.000 clientes de retorno absoluto cerca de 300 ainda não receberam todo o valor investido, esperando a sua parte da massa falida.

Há também outros credores com dinheiro a haver, caso de depositantes acima 100 mil euros, assim como clientes que investiram em fundos de investimento e ‘hedge funds’.

A Associação Privado Clientes defende que a comissão liquidatária use parte da liquidez vinda da massa falida do banco para distribuir parte do valor devido aos credores.

Quanto à parte judicial do caso BPP, vários gestores do BPP têm sido condenados pelos tribunais e com penas pesadas, destacando-se o presidente João Rendeiro.

Em maio deste ano, o tribunal condenou Rendeiro a 10 anos de prisão efetiva. Já anteriormente, noutro processo também relacionado com o BPP, Rendeiro tinha sido condenado a cinco anos e oito meses de prisão efetiva.

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EUA permitem entrada de viajantes da UE vacinados a partir de novembro

  • Lusa
  • 20 Setembro 2021

Os viajantes devem apresentar prova de vacinação e um teste negativo feito três dias antes da viagem.

Os Estados Unidos (EUA) anunciaram esta segunda-feira que, a partir do início de novembro, passam a permitir a entrada de viajantes da União Europeia e do Reino Unido, desde que tenham a vacinação completa.

Os viajantes devem apresentar prova de vacinação e um teste negativo feito três dias antes da viagem, disse Jeff Zients, chefe da equipa de combate contra a pandemia de covid-19 da Casa Branca, durante uma conferência de imprensa virtual.

Os passageiros que cumpram estes requisitos não ficam obrigados sequer a uma quarentena, informou Zients.

As restrições de viagens, que vigoravam desde março de 2020, estavam a ser criticadas pelos parceiros europeus, onde os níveis de vacinação são superiores aos dos Estados Unidos.

O Governo norte-americano vai ainda exigir às companhias aéreas que colijam informações de contacto de viajantes internacionais, para facilitar o rastreamento de eventuais casos de contágio, explicou Zients.

Alívio para viajantes vacinados da UE é “excelente notícia”, diz Bruxelas

A Comissão Europeia considerou esta segunda-feira uma “excelente notícia”, nomeadamente para os negócios, a decisão dos Estados Unidos de permitir, a partir de novembro, a entrada no país de viajantes totalmente vacinados contra a Covid-19 vindos da União Europeia (UE).

É muito bom verificar que os Estados Unidos vão flexibilizar as restrições de viagem para os passageiros vacinados” a partir de novembro, reagiu o vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis, através da sua conta oficial do Twitter.

Para o responsável no executivo comunitário com a pasta de “Uma economia ao serviço das pessoas”, esta é “uma excelente notícia para negócios, comércio e investidores”, bem como para “os laços entre a UE e os Estados Unidos”, nomeadamente numa altura em que o espaço comunitário “entra na recuperação” da crise gerada pela pandemia. “Vamos continuar a manter todos a salvo”, adiantou Valdis Dombrovskis.

Também através do Twitter, a Comissão Europeia disse, na sua página oficial, “congratular-se com o anúncio dos EUA, de que os viajantes da UE totalmente vacinados poderão em breve viajar novamente para os Estados Unidos”. “Um passo há muito esperado por famílias e amigos separados e boas notícias para os negócios”, assinalou a instituição.

(Notícia atualizada às 17h27 com a reação de Bruxelas)

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Bruxelas está a falhar no investimento sustentável, diz Tribunal de Contas Europeu

Uma auditoria do TCE revelou que o orçamento da UE não segue boas práticas do financiamento sustentável, sendo que apenas o programa InvestEU avalia investimentos em termos sociais e ambientais.

A União Europeia não está a fazer o suficiente para canalizar fundos e promover investimentos sustentáveis, conclui um relatório especial do Tribunal de Contas Europeu (TCE) divulgado esta segunda-feira. Apesar de a transição para uma economia neutra em carbono “exigir investimentos privados e públicos significativos”, a Comissão Europeia tem pecado na falta de medidas de acompanhamento para dar resposta aos custos ambientais e sociais das atividades económicas insustentáveis, refere o documento.

Enquanto isso, muitas das atividades económicas na UE continuam a ter uma elevada intensidade carbónica. A Comissão Europeia quer reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, mas para isso será necessário um investimento anual extra de cerca de 350 mil milhões de euros só no sistema energético. Já tornar a Europa no primeiro continente neutro em carbono em 2050 exigirá um bilião de euros por ano entre 2021 e 2050.

Desse montante, a UE só pode dispensar um apoio financeiro de 200 mil milhões de euros por ano entre 2021-2027. “Revela a dimensão do défice de investimento e demonstra que os fundos públicos, por si só, não serão suficientes para alcançar os objetivos acima referidos”, diz o TCE. O setor privado tem, por isso, de ser chamado a intervir, mas ao mesmo tempo tem de ter garantias de cash flow e retorno do investimento, dizem os auditores.

O TCE reconhece que Bruxelas se tem concentrado em aumentar a transparência no mercado, mas ainda assim apela a uma maior coerência nas ações da UE. “Tem de aplicar critérios coerentes para determinar a sustentabilidade dos investimentos apoiados através do orçamento da UE e orientar melhor os esforços para gerar oportunidades de investimento sustentável”, frisa o relatório da auditoria, que irá contribuir para a execução da estratégia de financiamento da transição para uma economia sustentável, publicada pela Comissão no início de julho.

Em comunicado, Eva Lindström, membro do Tribunal de Contas Europeu responsável pelo documento, diz que “as ações da UE em matéria de financiamento sustentável só serão plenamente eficazes se forem tomadas medidas adicionais para refletir os custos ambientais e sociais das atividades insustentáveis”. E acusou: “As empresas insustentáveis continuam a ser demasiado lucrativas”. Além disso, é necessária mais transparência sobre o que é ou não considerado sustentável, como é o caso da energia nuclear, por exemplo.

“Para o mercado é importante que este processo não seja demasiado lento e que não haja demasiadas exceções na Taxonomia”, como seja o financiamento de novos gasodutos (não adaptados a gases renováveis como o hidrogénio), por exemplo, disse Lindström, esclarecendo que a Comissão Europeia não acolheu da melhor forma a auditoria do TCE nesta altura.

Sobre o Plano de Ação para o financiamento sustentável, adotado pela Comissão em 2018, o TCE diz que dá apenas uma resposta parcial a estas questões e sublinha a importância de concluir a Taxonomia da UE, o sistema de classificação comum para as atividades sustentáveis com base em critérios científicos. O documento recomenda também medidas adicionais já em 2022 para assegurar que o preço das emissões de gases com efeito de estufa reflete melhor o seu custo ambiental.

O relatório do TCE salienta ainda o papel que o Banco Europeu de Investimento (BEI) desempenha no financiamento sustentável. No entanto, no que diz respeito ao apoio financeiro da UE gerido pelo BEI, o TCE constatou que “o apoio prestado pelo Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE) não se concentrou nas áreas em que o investimento sustentável é mais necessário, em especial na Europa Central e Oriental. Além disso, apenas se despendeu uma parte muito pequena com a adaptação às alterações climáticas”.

O relatório recomenda que a Comissão, em cooperação com os Estados‑membros, deve gerar uma carteira de projetos sustentáveis.

Por último, o TCE considera também que o orçamento da UE não segue plenamente as boas práticas em matéria de financiamento sustentável, sendo que apenas no programa InvestEU existem requisitos para avaliar os investimentos por referência a normas sociais e ambientais comparáveis às utilizadas pelo BEI.

“Corre-se o risco de poderem ser utilizados critérios insuficientemente rigorosos para determinar a sustentabilidade ambiental e social das mesmas atividades financiadas por diferentes programas da UE, incluindo o Fundo de Recuperação”, diz o TCE em comunicado.

O relatório conclui que a A UE tem o mercado líder em obrigações “verdes”, mas o seu valor permanece baixo: em 2020, a Europa era responsável por 156 mil milhões de dólares de dívida “verde”, o equivalente a 48% do total das emissões globais. No final desse ano, as entidades dos 27 Estados-Membros da UE detinham um total de 21 biliões de dólares de obrigações por reembolsar, das quais as obrigações “verdes” representavam 422 mil milhões de dólares, ou seja, apenas 2%. “Apesar do aumento das emissões, as obrigações “verdes” continuam a ser um produto financeiro marginal na UE”, remata.

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“Cinismo” ou “chavismo”? Costa sob fogo após dar “lição” à Galp

O líder do PS é atacado da esquerda à direita pelas críticas feitas à Galp em plena campanha e nem sequer é poupado pelos sindicatos. Por que fala agora e que destino terão os terrenos em Matosinhos?

Depois da mudança do Tribunal Constitucional para Coimbra, o fecho da refinaria da Galp em Matosinhos. Poucos dias após a proposta de descentralização apresentada do PSD no Parlamento marcar o debate nas autárquicas, com acusações de eleitoralismo pela proximidade das autárquicas, foi a vez de o secretário-geral do PS puxar de um tema sensível a nível local para criticar a petrolífera e prometer dar-lhe uma “lição exemplar”.

A decisão de encerrar a atividade de refinação em Matosinhos foi anunciada em dezembro do ano passado, a última unidade de produção já foi desligada no final de abril e as cartas do despedimento coletivo foram chegando ao longo dos últimos meses. Mas foi na semana passada, já em plena campanha eleitoral, que foi consumado o despedimento da maioria dos funcionários, por via de uma decisão que se estima que vá destruir um total de 5 mil empregos na Área Metropolitana do Porto.

O que terá levado António Costa a desferir um ataque tão forte à empresa de energia, que até tem o Estado como acionista – tem uma participação de 7%, através da Parpública -, dizendo ser “difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade, tanta irresponsabilidade, tanta falta de solidariedade” como neste caso? Os partidos e os representantes dos trabalhadores não têm dúvidas em falar de aproveitamento político, num município em que a socialista Luísa Salgueiro tenta a recondução no próximo domingo.

À esquerda, Jerónimo de Sousa (PCP) vê o primeiro-ministro “carpir mágoas sobre os trabalhadores”, que “não passam de lágrimas de crocodilo” porque os despedimentos em grupos monopolistas “encontram na passividade e cooperação do Governo o estímulo” para avançarem. E Catarina Martins (BE) concorda que “a política não pode ser um exercício de cinismo”, mas “sobre decisões para a vida das pessoas”.

“Eu questionei diretamente António Costa em debates quinzenais, quando eles ainda existiam. Questionei-o sobre a Galp e sobre o que iria fazer o Governo e Costa disse que não iria fazer absolutamente nada. É estranho que quem recusou utilizar até a capacidade que tinha como acionista e representante do Estado, para travar os despedimentos, agora esteja chocado com eles”, resumiu a líder bloquista.

À direita, coube primeiro à Iniciativa Liberal proferir a mesma acusação de que “para o PS e para o primeiro-ministro, em campanha eleitoral vale tudo”, ainda que se socorrendo de argumentos opostos. “Prometer a uma empresa privada que lhe vão dar uma lição de moral já está à beira daquilo que são as ameaças que nos habituámos a ver em regimes como o chavismo na Venezuela e outros regimes desse teor”, resumiu João Cotrim de Figueiredo.

O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, recordou igualmente ao primeiro-ministro “que o seu papel não é ser um papão na vida dos empresários, nem dar-lhes conselhos sobre a forma de gerir os seus negócios”. Contrapondo que deve antes “facilitar-lhes a vida, baixando impostos, diminuindo a burocracia e permitindo que tenham poupança para reinvestir nos seus negócios e gerar postos de trabalho”.

Trabalhadores apontam contradição

A Galp, que esta manhã decidiu ficar em silêncio perante as acusações do líder socialista, justificou na altura a “decisão complexa” de encerramento desta refinaria e de concentrar as operações em Sines numa avaliação do contexto europeu e mundial da refinação, bem como nos desafios de sustentabilidade, a que se juntaram as características das próprias instalações.

E o próprio António Costa, a 6 de maio, apontou o fecho da refinaria de Matosinhos como um exemplo dos desafios que se colocam no domínio ambiental e que exigem um pilar social forte na Europa para a criação de oportunidades de emprego. O governante defendeu esta posição no encerramento de uma conferência promovida pelo Grupo dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu, em Matosinhos, intitulada de “Gotemburgo ao Porto – o caminho para uma Europa Social.

É esta aparente contradição na tese e no tom que os representantes dos trabalhadores mais criticam. “Agora, vem o primeiro-ministro dizer que realmente aquilo prejudica muito a economia nacional, quando disse o seu contrário, não há muitos meses atrás. É vergonhoso e o Governo devia ter vergonha de fazer afirmações destas quando não fez nada para impedir que a refinaria de Matosinhos encerrasse”, sublinhou a secretária-geral da CGTP.

Também o coordenador da Comissão de Trabalhadores, Hélder Guerreiro, disse à TSF que “o primeiro-ministro andou sempre de mãos dadas com a Galp em todo este processo e agora, depois do despedimento coletivo, vem fazer este triste espetáculo no âmbito de uma campanha eleitoral”. “É um aproveitamento político de um assunto que é um drama social, que é um crime económico e o primeiro-ministro ainda tenta tirar dividendos de uma posição para a qual ele contribui decisivamente. É profundamente lamentável”, acrescentou.

Ao final do dia, Rui Rio insistiu nessa mesma contradição, ironizando que Costa “veio na qualidade de secretário-geral do PS desmentir formalmente o primeiro-ministro”, dizendo não saber “qual a lição exemplar que o líder do PS quer dar à Galp, que o primeiro-ministro António Costa em maio não deu”.

Segundo um estudo encomendado pela Câmara de Matosinhos à Universidade do Porto para avaliar os impactos socioeconómicos do fecho do complexo petroquímico no concelho, o encerramento da refinaria representa perdas de 5% do PIB em Matosinhos e de 1% na Área Metropolitana do Porto. Citado pela Lusa, o estudo traça um “cenário particularmente grave” para a região Norte e para o país, caso não seja dado qualquer destino àquela instalação industrial.

Que destino para os terrenos?

Além da questão laboral e económica, o destino a dar àqueles terrenos em Leça da Palmeira é outro elemento-chave neste debate. Este domingo, Costa foi igualmente enfático neste ponto, prometendo trabalhar com o município para garantir que o território antes ocupado pela refinaria não será agora utilizado pela Galp como “lhe der na real gana”, mas antes para desenvolver “a economia e para o progresso do território de Matosinhos”.

Dirigindo-se diretamente à cabeça de lista socialista naquele concelho, que o ouvia na plateia, António Costa apelou para que Luísa Salgueiro utilize “todos os mecanismos legais que as leis do ordenamento do território colocam nas mãos do município para garantir que naqueles terrenos só se fará o que o município de Matosinhos autorizar e só autorizará o que for para bem do progresso desta região”.

No entanto, ainda há menos de dois meses, numa call com investidores e analistas para apresentar os resultados do primeiro semestre de 2021, o CEO da Galp dizia estar “em contacto com as autoridades locais e a falar sobre o futuro daquele excelente ativo imobiliário, no coração de uma cidade vibrante”. “Vamos ter lá um parque logístico, uma fábrica de lubrificantes, mas estamos em diálogo com as autoridades para ver o que vai nascer ali”, resumiu Andy Brown.

Na mesma ocasião, a 26 de julho, o CFO da Galp, Filipe Silva, deu conta que a Galp registou provisões no valor de 200 milhões de euros quando anunciou o fecho de Matosinhos, “o que inclui a descontaminação, o descomissionamento da refinaria”, mas não o valor do terreno, “porque está em aberto, para discussão, para que fim será usado”. “É um exercício delicado descomissionar a refinaria, mas tudo está a correr conforme planeado”, assegurava Filipe Silva.

Outras das hipóteses sugeridas para aquele local era a transformação numa refinaria de lítio, por via de um acordo com a empresa sueca Northvolt para o fornecimento de lítio refinado em Portugal e expedido por navio a partir do porto de Leixões. Porém, a petrolífera acabou por afastar essa ideia e poucas semanas depois anunciou a aquisição de 10% do projeto de exploração de lítio da Mina do Barroso, em Boticas, por 6,4 milhões de dólares (5,26 milhões de euros), segundo um acordo assinado com a Savannah Resources, empresa que tem o contrato de prospeção.

A petrolífera já anunciou a criação de um grupo de trabalho que vai estudar a criação de uma plataforma para endereçar os desafios da transição energética em Matosinhos. Este grupo, que terá a coordenação de Rodrigo Tavares, integra vários quadros da Galp, peritos nacionais e internacionais – como Ana Lehmann, Adélio Mendes ou Falk Uebernickel –, e prevê a colaboração de stakeholders de âmbito local, nacional e internacional. “Reforçamos que a Galp vai continuar a sua presença em Matosinhos, presença essa já assegurada com a manutenção de um parque logístico”, assegurou a Galp em comunicado.

(Notícia atualizada com declarações de Rui Rio)

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EDP integra task force de 60 empresas mundiais para investir 420 mil milhões em sustentabilidade

  • Lusa
  • 20 Setembro 2021

A task force de CFO, criada no âmbito da conferência UN Global Compact e na qual a EDP é a única empresa portuguesa representada, comprometeu-se a investir cerca de 420.000 milhões em cinco anos.

A EDP anunciou que integra a task force de administradores financeiros (CFO) de 60 empresas mundiais, que se comprometeram com o investimento de 420.000 milhões de euros em desenvolvimento sustentável, no âmbito de uma iniciativa das Nações Unidas.

A task force de CFO, criada no âmbito da conferência UN Global Compact e na qual a EDP é a única empresa portuguesa representada, anunciou esta segunda-feira o compromisso de investir cerca de 420.000 milhões de euros, nos próximos cinco anos, em prol dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas.

Em declarações à agência Lusa, o CFO da EDP, Rui Teixeira, explicou que se trata de “uma agregação de todos os compromissos que as 60 empresas comunicaram ao mercado como sendo os seus planos estratégicos”.

“Só em 60 empresas já estão identificados estes 420.000 milhões de euros de investimento em projetos que tenham impacto direto em termos de alcançar os ODS”, explicou o administrador.

Adicionalmente, a task force compromete-se ainda a dedicar perto de 50% dos montantes associados a financiamento a políticas sustentáveis, nomeadamente através de emissões de dívida verdes, cujo financiamento só pode ser aplicado em projetos de energia renovável.

“Fizemos a primeira emissão [de dívida verde] em 2018 e até à data já temos cerca de 6.300 milhões de euros em emissões verdes, aliás, fizemos uma faz hoje duas semanas, mais 1,25 mil milhões de euros”, lembrou o responsável.

Rui Teixeira referiu que os compromissos assumidos pelos CFO “são encarados como um ponto de partida para se atingir a completa integração das metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) nas finanças das empresas.

“Nós somos a única empresa portuguesa que integra este grupo [de CFO], e eu creio que esta participação no fundo, a única coisa que faz é só reafirmar o compromisso inequívoco, muito claro que nós temos para com a sustentabilidade, em geral, em particular, obviamente, para a transição energética, dado o nosso negócio”, apontou.

Ao longo dos próximos dias, a conferência global promovida pela ONU reúne chefes de Estado, líderes empresariais, especialistas e representantes das Nações Unidas para debater a emergência climática, as desigualdades sociais e a necessidade de reconstruir um mundo mais justo e equitativo, assente na cooperação internacional.

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