Mais um sindicato desconvoca greve de julho e agosto na Groundforce

  • Lusa
  • 23 Julho 2021

O Sitava também desconvocou a greve marcada para 30 e 31 de julho e 1 de agosto. Mas outro dois sindicatos, STTAMP e STAMA, mantêm os pré-avisos de greve em vigor até receberem o subsídio de férias.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) anunciou esta sexta-feira que desconvocou a greve prevista na Groundforce, nos dias 30, 31 de julho e 1 de agosto, depois da confirmação da TAP do pagamento aos trabalhadores.

“Na sequência da reunião havida com o Sr. MIH [ministro das Infraestruturas e Habitação] e da posterior confirmação por parte da TAP do cumprimento imediato dos compromissos anunciados no comunicado do Ministério das Infraestruturas e Habitação, nomeadamente o pagamento dos subsídios de férias e das anuidades”, e com os “claros compromissos em relação à alteração do quadro acionista da empresa que julgamos indispensáveis para a estabilização e perenidade da SPdH/Groundforce, considera o Sitava estarem reunidas as condições mínimas necessárias para que as greves anunciadas sejam desconvocadas”, adiantou, em comunicado.

Para já, os sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) e dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) mantêm os avisos prévios de greve em vigor para a Groundforce “até à data em que os pagamentos forem efetivamente concretizados, visto que num passado recente estes dois sindicatos já teriam chegado a acordo para o pagamento do subsídio de férias, tendo o mesmo sido recusado por parte de Alfredo Casimiro que, apesar das mudanças iminentes da estrutura acionista, à data de hoje ainda é o presidente do Conselho de Administração”, adiantaram, na quinta-feira.

Estas estruturas recordaram que “encontram-se emitidos avisos prévios de greve” para o final de julho e para o mês de agosto, incluindo greve total das 00:00 do dia 30 de julho até às 24:00 do dia 31 de agosto, prolongando-se ao trabalho suplementar até ao final do ano.

Pelo contrário, os sindicatos dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA), das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) e dos Economistas (SE) desconvocaram na quinta-feira a greve na Groundforce marcada para 31 de julho, 1 e 2 de agosto.

“Fruto da histórica greve do fim de semana passado, do qual os trabalhadores são os únicos protagonistas, foi possível, numa reunião hoje às 14:30, chegar a um compromisso com o Governo, no sentido de desbloquear, com efeitos imediatos a greve dos dias 31, 01 e 02 de agosto”, informaram as estruturas sindicais, em comunicado, na quinta-feira.

Os termos da desconvocação, explicaram, são o “pagamento do subsídio de férias e das anuidades vencidas 2021, antes do processamento salarial de julho (dia 28), para todos os trabalhadores”, a “garantia efetiva, e já tornada pública pelo Governo, do pagamento pontual e integral do salário de julho”, bem como a “garantia efetiva, e já tornada pública pelo Governo, de que a situação acionista da Groundforce será resolvida muito em breve, ou pela venda das ações a um privado por parte do Montepio, ou por ação/intervenção do Estado Português e da TAP”.

“Como em qualquer processo, a confiança tem que imperar entre os interlocutores, nem que seja numa dimensão mínima e por um bem maior”, consideraram os representantes dos trabalhadores, que afirmam que “a forte mobilização de todos os trabalhadores em todos os aeroportos”, na greve do fim de semana passado, “foi determinante para este desfecho”.

A Groundforce conta com cerca de 1.600 trabalhadores sindicalizados, sendo o Sitava, com mais de mil, o sindicato com mais peso, seguido do STHA e do STTAMP.

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Galp perde três gestores. Quer internacional para a área de renováveis

Administração da Galp, que mudou de CEO no início do ano, perdeu agora três gestores: Sofia Tenreiro, Susana Quintana-Plaza e Carlos Silva. Teresa Abecasis deixa direção de Pessoas e entra no board.

A Galp GALP 0,00% anunciou esta sexta-feira a saída de três administradores: Sofia Tenreiro, Susana Quintana-Plaza e Carlos Silva renunciaram aos cargos na administração da petrolífera portuguesa, que ainda no início do ano viu sair Carlos Gomes da Silva da liderança, posição que foi entretanto ocupada por Andy Brown.

Em comunicado enviado ao mercado, a companhia portuguesa refere que as alterações na comissão executiva — que passa a ter agora apenas cinco membros — têm como objetivo “reforçar o potencial de cada uma das suas atividades, através de um modelo de gestão mais ágil e eficiente“.

Sofia Tenreiro desempenhava o cargo de COO Comercial da Galp (a nível nacional e internacional) e vai agora ser substituída por Teresa Abecasis, que a liderava a direção de Pessoas. O nome de Teresa Abecasis vai ser cooptado na próxima assembleia geral de acionistas, sendo que as renúncias de Sofia Tenreiro e também de Carlos Silva só produzem efeitos a 31 de agosto. Apesar da saída do Conselho de Administração, Carlos Silva mantém-se em funções na Galp, apurou o ECO.

Quanto a Susana Quintana-Plaza, que tinha a seu cargo a área de renováveis e novos negócios, a saída tem efeitos imediatos, com o pelouro a ser gerido de forma interina pelo próprio CEO. A Galp adianta que já abriu um concurso de recrutamento para o novo COO da unidade Renewables & New Businesses.

Com esta área a ganhar cada vez mais relevância nas contas e no negócio da petrolífera, o objetivo é que o novo responsável pela pasta tenha um perfil mais internacional, tal como é desejado por Andy Brown, apurou o ECO.

“Gostaria de agradecer a todos os membros que renunciaram as suas funções pela sua contribuição, profissionalismo e compromisso”, assinalou Andy Brown no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Fazem parte da comissão executiva da petrolífera, além do CEO Andy Brown, Filipe Silva (CFO e também responsável pela área de Investor relations), Carlos Costa Pinta (COO Corporate Office), Thore E. Kristiansen (COO Production & Operations), que ficará agora também responsável pelos negócios de Upstream e Indústria), e ainda Teresa Abecasis (COO Commercial).

Nesta comissão executiva mais reduzida, Kristiansen será assim uma espécie de “super administrador”, com a tutela de todo o hub energético de Sines, incluindo os projetos de hidrogénio verde já anunciados pela empresa para serem desenvolvidos no local.

A Galp apresenta contas do primeiro semestre na próxima segunda-feira.

(Notícia atualizada às 19h56)

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Sporting campeão: PSD força audição de ministro Eduardo Cabrita sobre inquérito da IGAI

  • Lusa
  • 23 Julho 2021

O PSD pede que também que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, seja ouvido na mesma Comissão sobre o mesmo tema.

O PSD requereu esta sexta-feira a audição parlamentar obrigatória do ministro Eduardo Cabrita sobre o inquérito da Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) relativa aos festejos do Sporting, e quer também explicações do presidente da Câmara de Lisboa.

No caso do ministro da Administração Interna (MAI), os sociais-democratas recorreram à figura da audição potestativa a que os partidos têm direito a usar regimentalmente para ouvir membros do Governo e entidades públicas (no caso do PSD pode usá-la cinco vezes por sessão legislativa).

O PSD recorda que, na terça-feira, o seu pedido para a audição do ministro da Administração Interna sobre esta matéria foi chumbado na Comissão de Assuntos Constitucionais, com os votos contra do PS e a abstenção do PCP.

“No entanto, face às últimas declarações do ministro proferidas esta sexta-feira na Região Autónoma da Madeira, em que insiste obstinadamente que não houve qualquer validação do modelo de festejos da sua parte e contrariando, uma vez mais, o relatório da IGAI, o Grupo Parlamentar do PSD considera que esta situação está longe de estar esclarecida (bem pelo contrário está ainda mais nebulosa)”, justificam os deputados.

Por isso, acrescentam, irão “recorrer à audição potestativa do ministro da Administração Interna, assim evitando que os partidos que se opuseram à prestação de explicações cabais o possam fazer novamente”.

Num segundo requerimento, já sem caráter potestativo – ou seja, sujeito à aprovação pela maioria dos partidos -, o PSD pede que também o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, seja ouvido na mesma Comissão sobre o mesmo tema.

O PSD considera que esta passagem de responsabilidades por parte do MAI para a Câmara Municipal de Lisboa deve ser totalmente esclarecida, e nesse sentido considera que deve ser ouvido no Parlamento o presidente da Câmara Municipal de Lisboa no sentido de infirmar, ou confirmar, as declarações do ministro da Administração Interna que imputam a responsabilidade da aprovação do modelo dos festejos do título do Sporting à autarquia”, referem.

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Pharol fecha o primeiro semestre com prejuízos de 1,3 milhões

  • Lusa
  • 23 Julho 2021

No primeiro semestre, a Pharol registou um resultado líquido negativo de aproximadamente 1,3 milhões de euros, valor que compara com os prejuízos de 1,7 milhões de euros, em igual período de 2020.

A Pharol registou um prejuízo de aproximadamente 1,3 milhões de euros no primeiro semestre, valor que compara com um resultado líquido negativo de 1,7 milhões de euros, apurado no mesmo período de 2020, foi comunicado ao mercado.

O resultado líquido da Pharol no primeiro semestre de 2021 foi negativo em 1,3 milhões de euros, justificado essencialmente pelos custos operacionais recorrentes de 1,4 milhões de euros”, lê-se no comunicado remetido à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Entre janeiro e junho de 2020, a empresa tinha registado um prejuízo de 1,7 milhões de euros.

Por sua vez, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) da Pharol ascendeu a 1,42 milhões de euros negativos, quando, no período homólogo, foi de 1,38 milhões de euros negativos.

No primeiro semestre, os custos operacionais consolidados ascenderam a 1,46 milhões de euros, acima dos 1,44 milhões de euros contabilizados nos primeiros seis meses de 2020.

O capital próprio da empresa, por seu turno, teve uma diminuição de 30,5 milhões de euros para 134,9 milhões de euros, que reflete o prejuízo apurado no primeiro semestre e a desvalorização da participação na Oi, no valor de 29,8 milhões de euros.

Em 2020, a Pharol “promoveu a venda” da totalidade das suas ações preferenciais da Oi, resultando numa participação de 5,37% do capital.

No corrente ano, após vender uma parte das ações ordinárias da brasileira Oi, ficou com uma posição de 5,28%, sem ações de tesouraria.

“A nossa participada Oi prosseguiu no seu plano de alienação de ativos ‘non-core’ [não principal], com saliência especial para a venda de 58% da empresa que deterá as infraestruturas de fibra, a InfraCo, em processo que viria a ser confirmado em leilão e decisão judicial, já em 07 de julho”, apontou, citado no documento, o presidente da Pharol.

Luís Palha da Silva notou que “algumas menos boas notícias relativas ao primeiro trimestre” e após a apresentação do ‘guidance’ estratégico, a cotação da Oi “ressentiu-se ao longo dos primeiros meses de 2021”.

Contudo, esta tendência acabou por ser mitigada face a uma revalorização do real.

“Internamente, manteve-se elevada concentração de esforços na redução dos custos de funcionamento, tendo sido possível contar, neste primeiro semestre do ano, com decisões favoráveis de diferentes processos de contencioso fiscal e com as consequentes devoluções de pagamentos indevidamente efetuados”, acrescentou Palha da Silva.

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Governo “não tem nenhuma ferramenta na mão” para baixar combustíveis

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, diz que neste momento o Governo "não tem nenhuma ferramenta na mão" para travar preços em bomba. Baixar impostos está fora de hipótese.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, disse esta sexta-feira que neste momento “o Governo não pode fazer nada” para baixar o preço dos combustíveis.

Não tem nenhuma ferramenta na mão. Por isso, esta proposta de lei [para fixar as margens de venda dos combustíveis], que estimamos que seja aprovada, e tão brevemente quanto possível, pela Assembleia da República para podemos intervir”, disse o ministro à margem do evento de apresentação do projeto de desenvolvimento de um conjunto de soluções de mobilidade de baixo carbono denominado Move2lowC, na Póvoa de Santa Iria.

Esta semana, na sequência da aprovação da proposta de lei em Conselho de Ministros, Matos Fernandes confirmou que se o Governo pudesse, já neste momento, fixar por portaria as margens dos combustíveis a gasolina desceria cerca de 9 cêntimos e o gasóleo 1 cêntimo.

Depois do secretário de Estado da Energia, João Galamba, ter já dito ao ECO, que não faz sentido o Governo gastar recursos públicos na redução do preço dos combustíveis, “até porque aí tem menos capacidade de intervenção”, desta vez foi o ministro a garantir que o Governo não mexerá nos impostos que recaem sobre os combustíveis e pesam 58,7% no preço da gasolina e 54% no preço do gasóleo.

“O governo não vai mesmo colocar dinheiro público na redução do preço dos combustíveis fósseis. Não faz sentido. Há ainda entre 400 e 500 milhões de euros por ano que são perdidos com benefícios fiscais que são perversos do ponto de vista ambiental”, disse o ministro em declarações aos jornalistas.

Quanto à “medida travão” aprovada pelo Governo, Matos Fernandes justificou a mesma: “A ENSE detetou um crescimento injustificado das margens dos preços dos combustíveis [33% na gasolina e 8% no gasóleo] e o Governo quer ter uma ferramenta para poder agir quando isso acontece”.

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BCP leva bolsa à quarta sessão consecutiva de ganhos

Com a grande maioria das "cotadas" em terreno positivo, a praça lisboeta seguiu as pares europeias. Subiu mais de 1%, impulsionada pelo BCP.

Lisboa subiu pelo quarto dia consecutivo. A praça portuguesa avançou mais de 1%, acompanhando a tendência positiva da generalidade das bolsas do Velho Continente, beneficiando dos ganhos das papeleiras, mas também o BCP.

O Stoxx 600 avançou para novos máximos históricos, impulsionado pela promessa do Banco Central Europeu de manter os estímulos monetários à Zona Euro. Também os resultados das empresas deram o seu contributo para os ganhos na Europa.

Em Lisboa, o PSI-20 somou 1,21% para 5.075,81 pontos, com a maioria das cotadas em alta. A Semapa destacou-se na praça lisboeta, ao disparar 5,84% para 11,60 euros, movimento seguido também pela Navigator e a Altri, sendo que a Nos também brilhou.

A Nos fechou a subir mais de 3,67% para 3,17 euros, com os investidores a aplaudirem os resultados da operadora, que viu os lucros mais do que duplicarem no semestre.

Entre os “pesos pesados”, e a ser determinante para o ganho do PSI-20, esteve o BCP. As ações do banco liderado por Miguel Maya avançaram 0,9% em vésperas de apresentação das contas, enquanto a Jerónimo Martins valorizou 1,21% para 16,68 euros.

No setor energético, nota positiva para a EDP que registou uma valorização de 1,08% para 4,57 euros, enquanto a sua subsidiária, a EDP Renováveis, viu as ações caírem para 0,47% para 20,98 euros. Em contraciclo, e a evitar ganhos mais expressivos do PSI-20 esteve a Galp Energia. Os títulos da petrolífera portuguesa recuaram 0,48%.

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BCE acaba com travão aos dividendos dos bancos

Banco central da Zona Euro decidiu não prolongar a recomendação de limitar os dividendos depois de setembro de 2021. Mas vai continuar a avaliar capacidade dos bancos de distribuir lucros.

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu esta sexta-feira que não vai prolongar a recomendação de limitar os dividendos dos bancos depois de setembro de 2021. Ainda assim, diz que vai continuar a avaliar capacidade das instituições financeiras de distribuírem parte dos lucros obtidos aos seus acionistas.

Há mais de um ano, o BCE proibiu os bancos de distribuírem dividendos de modo a conservarem capital para fazer face ao impacto da pandemia.

Entretanto, já em dezembro, aliviou essa restrição, permitindo dividendos até 15% dos lucros e com impacto reduzido nos rácios de capital. E, agora, levantou todas restrições.

O BCE decidiu não estender para além de setembro de 2021 a sua recomendação de que todos os bancos limitem os dividendos. Em vez disso, os supervisores avaliarão o capital e os planos de distribuição de cada banco como parte do processo regular de supervisão”, anunciou o supervisor financeiro, numa medida que já era esperada.

Na base desta decisão está a melhoria das condições económicas e a redução da incerteza, que melhoram as perspetivas para o setor financeiro. Ainda assim, o BCE avisa que os bancos devem continuar “prudentes” na distribuição de dividendos e na recompra de ações, devendo considerar “cuidadosamente” a sustentabilidade do seu modelo de negócio.

“Os bancos não devem subestimar o risco de que perdas adicionais podem, posteriormente, ter um impacto na sua trajetória de capital, à medida que as medidas de apoio vão terminando”, alerta o BCE, que esclarece que a recomendação continuará a aplicar-se até 30 de setembro, o que “significa que as próximas decisões de pagamento de dividendos devem ter lugar no quarto trimestre”. Além dos dividendos, o supervisor também pede cautela na distribuição de prémios.

À espera do fim da limitação aos dividendos, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) poderá pagar um dividendo extra ao Estado de 300 milhões de euros, além dos 83,5 milhões que já distribuiu, de acordo com o Jornal de Negócios. Outros bancos também poderão retomar os dividendos depois de mais de um ano sem qualquer remuneração ao acionista.

(Notícia atualizada às 17h20)

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CTT, NOS e Galp preparam programas de estágios. Candidaturas estão abertas

Há 65 vagas para estágios que variam entre curriculares e programas de trainees. A remuneração pode superar, no caso dos CTT, os 1.200 euros mensais.

As empresas já começaram a preparar os seus programas de estágio para depois das férias de verão. Os CTT, a NOS e a Galp estão com candidaturas abertas para os seus programas que começam entre setembro e outubro.

Ao todo, há 65 vagas para estes estágios, que variam entre curriculares e programas de trainees. E a remuneração pode superar, no caso dos CTT, os 1.200 euros mensais.

Galp lança o seu 1.º programa de estágios curriculares

Este ano é a primeira vez que a Galp vai ter um programa de estágios curriculares. O objetivo do “Ready. Set. Galp”, que acaba de ser lançado, é proporcionar aos mais jovens o primeiro contacto com o mercado de trabalho. A energética abriu 20 vagas destinadas a alunos do ensino superior e promete “contribui para uma melhor consolidação da formação académica e aquisição de novos conhecimentos”, diz a empresa em comunicado.

Além disso, vai ser dada a oportunidade aos alunos de realizarem a sua dissertação final na organização. E, simultaneamente, o programa servirá, também, para a Galp identificar talentos para posterior captação, revela a empresa.

Os estágios têm a duração máxima de seis meses, com início a 4 de outubro, e podem ser realizados em diferentes áreas de negócio da empresa, tais como no centro corporativo, upstream, refinação & midstream, comercial, renováveis e novos negócios.

No que toca à remuneração, tratando-se um estágio curricular, a energética vai apenas oferecer o equivalente ao subsídio de refeição.

As candidaturas podem ser submetidas até 6 de agosto através do site da Galp.

CTT arrancam com mais uma edição para trainees

Nos CTT, o programa não é uma estreia. “Com o objetivo de atrair jovens talentos em fase inicial da sua carreira profissional”, o operador postal voltou a abrir candidaturas para o seu conhecido programa de trainees, que conta com 15 vagas e tem a duração de um ano. As candidaturas decorrem até 19 de setembro e o programa arranca em outubro.

“Os jovens e recém-graduados, que pretendam fazer parte do ‘Programa Trainee CTT’, devem consultar os requisitos de acesso no site dos CTT, sendo relevante o resultado final do seu percurso académico e as áreas de formação, preferencialmente as de mestrados nas áreas de gestão, economia, engenharia, matemática e analitycs”, informam os CTT em comunicado.

A empresa tem “entre 10 a 15 vagas” e aos candidatos selecionados têm direito a uma bolsa de estágio de 1.200 euros mais subsídio de alimentação, no valor de 9,01 euros.

NOS abre 30 vagas

Quem também já abrir candidaturas para estágios, com 30 vagas, foi a NOS. A operadora voltou a lançar o programa NOS Alfa, destinado a jovens talentos nas áreas de tecnologias, economia e gestão. Os estágios, à semelhança dos CTT, têm a duração de um ano, iniciam em outubro e são remunerados. Questionada pela Pessoas sobre o valor pago aos estagiários, a empresa preferiu não responder.

A decorrer desde 2015, o Nos Alfa já acolheu mais de 180 estagiários, abrindo nesta sétima edição três dezenas de vagas para a vertentes Alfa Tech – dirigida a candidatos com formação em advanced analytics, big data, cybersecurity, software development, system engineering e multimédia – e Alfa Biz, para candidatos nas áreas de gestão, economia e tecnologias de informação.

O programa dirige-se a “finalistas de mestrado ou jovens recém-graduados, com experiência profissional máxima de um ano e alinhados com a cultura de excelência e inovação da empresa”, explica a Nos em nota enviada às redações. É essencial que os candidatos estejam “motivados” e “ambicionem fazer a diferença num mercado tão competitivo e dinâmico como o das telecomunicações”.

Saiba como se candidatar aqui.

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Marcelo promulga regime de Zonas Livres Tecnológicas e espera papel do poder local

  • Lusa
  • 23 Julho 2021

O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou este diploma "esperando que a regulamentação do presente diploma acolha o papel insubstituível do poder local".

O Presidente da República promulgou esta sexta-feira o diploma do Governo que estabelece o regime de criação de Zonas Livres Tecnológicas, afirmando esperar que a regulamentação “acolha o papel insubstituível do poder local”.

O decreto-lei que estabelece o regime e define o modelo de governação para a promoção da inovação de base tecnológica através da criação de Zonas Livres Tecnológicas (ZLT) foi aprovado em Conselho de Ministros em 24 de junho.

De acordo com uma mensagem publicada esta sexta-feira no sítio oficial da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou este diploma “esperando que a regulamentação do presente diploma acolha o papel insubstituível do poder local”.

No comunicado da reunião do Conselho de Ministros de 24 de junho, as ZLT são definidas como “ambientes físicos para testes, geograficamente localizados, em ambiente real ou quase-real, destinadas à realização, pelos seus promotores, de testes de tecnologias, produtos, serviços e processos inovadores de base tecnológica, de forma segura, com o apoio e acompanhamento das respetivas entidades competentes”.

Segundo o Governo, “a criação das condições legais necessárias à implementação de ZLT constitui um passo decisivo para potenciar a inovação e convergir para o objetivo de criação de uma verdadeira sociedade digital, permitindo acelerar os processos de investigação, demonstração e testes no país e, consequentemente, a sua competitividade e atratividade para projetos de investigação e inovação”.

A “promoção das ZLT através da criação de regimes regulatórios especiais” é uma das medidas previstas no Plano de Ação para a Transição Digital do Governo, de 2020.

Esta medida vai contribuir ativamente para o desenvolvimento da indústria e centros de investigação portugueses através da aceleração dos processos de desenvolvimento e testes e criação de conhecimento e propriedade intelectual portuguesa. Desta forma vai promover o posicionamento de Portugal em investigação e desenvolvimento (I&D), os recursos nacionais e a participação em projetos internacionais, bem como a atração de projetos inovadores e investimento estrangeiro relacionado com as tecnologias emergentes”, lê-se no plano.

Em 21 de outubro de 2020, no Porto, o primeiro-ministro, António Costa, disse que o quadro legal de criação destes “espaços de experimentação tecnológicas” iria prever parcerias com os municípios para iniciativas como “carros autónomos” ou “novas experiências de aplicação com a renovação do estado de emergência de 5G”, exemplificou.

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“Can’t be done?” David Simas diz que o espírito português é “why not?”

David Simas é filho de imigrantes portugueses nos EUA. O "espírito português" levou-o de porta em porta até à Casa Branca. Foi assistente do presidente Barack Obama. Hoje, dirige a Fundação Obama.

Há “oito ou nove anos” que David Simas, 51 anos, não pisa solo português. Mas ainda tem cá bastante família. Do lado da mãe, são os tios e primos no Alentejo, em Abela, perto de Santiago do Cacém. Do lado do pai, conta com familiares “mais distantes” em Faial da Terra, na ilha de São Miguel, Açores. Na última vez que veio a Portugal, integrava a comitiva de Barack Obama, então presidente dos EUA.

Advogado de vocação, o filho de António e Deolinda Simas — “imigrantes de Portugal” –, é hoje presidente executivo (CEO) da Fundação Obama, uma organização criada pelo antigo chefe de Estado norte-americano e que se dedica a descobrir e empoderar jovens líderes, da gestão de empresas à política. Nasceu no Estado de Massachusetts e fala melhor inglês do que português. Mas nem por isso deixa de ser um português que brilha lá fora. Agora a partir de Chicago, antes a partir de Washington DC.

É preciso recuar na história para compreender as origens e o percurso de David Simas. António e Deolinda conheceram-se em Moçambique e casaram em Santiago do Cacém. Em 1968, em pleno Estado Novo, rumaram aos EUA em busca de mais “oportunidade” e de uma vida melhor. Imbuídos do “espírito português” — que Simas caracteriza como o sentimento de que, com esforço e trabalho, tudo é possível –, aterraram em Boston e viram neve pela primeira vez. Dois anos depois, a 5 de janeiro, nascia o pequeno David.

David Simas percebeu cedo que queria ser advogado: “Quando eu era muito novo, a minha mãe trabalhava numa fábrica a fazer talheres, como garfos, colheres e facas. Infelizmente, houve uma falha numa máquina e ficou severamente ferida, perdendo [dois] dedos da mão. Tenho uma memória maravilhosa do advogado dela, um homem chamado Orlando de Abreu, que era imigrante português e que se tinha tornado advogado nos EUA”, conta.

Para o “rapazinho pequeno” que era, o advogado “era gigante de tantas maneiras”. Tornou-se um modelo: “Lembro-me de pensar: ‘É aquilo que eu quero fazer, é aquilo que eu quero ser, é aquilo que quero representar.’ Era o campeão da minha mãe e foi a faísca inicial que se manteve comigo.” Assim foi.

De porta em porta, até à porta da Casa Branca

Como o filho de imigrantes portugueses chegou à Casa Branca, tornando-se vice-assistente do presidente Obama, essa é outra história.

Em 2008, Simas era vice-chefe de gabinete do governador do Massachusetts, Deval Patrick. Decorria a campanha das Presidenciais e ambos marcaram presença num comício de Obama em Boston. Momentos antes de o então senador e candidato democrata subir ao palco para discursar (“yes, we can!“, lembra-se?), Obama privou por alguns momentos com Patrick, que lhe apresentou Simas. Seria a primeira interação entre os dois. “Literalmente, não o voltei a ver até estar a trabalhar na Casa Branca, bem mais do que um ano depois”, recorda.

Na terça-feira de 4 de novembro de 2008, Obama derrotou John McCain, conquistando a presidência dos EUA. “Quando Barack Obama foi eleito”, conta David Simas, “disse ao Deval Patrick: ‘Adorava servir de qualquer forma na nova Administração em Washington’. Ele telefonou a uma mulher que agora é minha colega, Valerie Jarrett [conselheira sénior de Obama], e disse ‘tenho um colega que adorava servir'”.

A 19 de janeiro de 2009, um dia antes do juramento de Obama, o telefone de Simas tocou. “Estava em Washington, como outros dois milhões de pessoas, para ver o juramento. Atendi e era um homem que disse que o seu nome era David Axelrod. David Axelrod era o chief adviser de Barack Obama, por isso respondi: ‘Sim, certo, e eu sou o Barack Obama!’. Porque é que David Axelrod me estaria a ligar a mim?”, questionou-se.

A resposta do outro lado deixou-o embevecido: “Ele disse ‘Não, eu acabei de estar com Barack Obama’. E eu disse: ‘Oh… o que posso fazer por si?”

À chamada, seguiu-se uma entrevista na Casa Branca, logo no dia seguinte ao da inauguração. “Eu estava em choque. Completamente mal preparado. Os nervos, a ansiedade… De repente, o que eu sei é que, no dia a seguir à inauguração, tinha o compromisso de entrar na Casa Branca, na ala oeste, pela primeira vez na minha vida, para ser entrevistado para um emprego sobre o qual não sabia nada, com uma pessoa que não conhecia. Na Casa Branca!”, recorda o advogado.

Apesar dos nervos, a entrevista terá corrido bem. Uma semana depois, era contratado para vice-assistente do presidente: “Começava aí a minha jornada no Mundo Obama.” Fast forward, em dezembro de 2016, tornava-se CEO da Fundação.

“É um exemplo extraordinário de uma porta que abre outra porta, que abre outra porta. Em cada porta, havia uma relação com um indivíduo, de quem se fica amigo e que nos apresenta a outra pessoa”, reconhece. Afinal, nem sempre uma carreira é planeada de antemão.

David Simas (à esquerda), com o presidente dos EUA, Barack Obama (à direita), a 18 de maio de 2016.EPA/MICHAEL REYNOLDS

O país da “energia limpa” e da Web Summit

Hoje, David Simas recusa falar de política. E menos ainda de geopolítica. Já lá vai o tempo, desabafa. Ambiciona regressar a Portugal dentro de um ou dois anos. Não acompanha regularmente a atualidade portuguesa, mas sabe o suficiente para considerar Portugal “um local extraordinário”.

“É fascinante de ver. Lembro-me de crescer e os meus pais me contarem histórias sobre crescer no tempo de Salazar. E o que Portugal era, não era democracia. O meu pai contava-me histórias sobre a polícia secreta [a PIDE] e de como decidiu emigrar porque não acreditava que conseguiria ter uma vida boa, com oportunidade”, diz. Mas o país mudou. Para David Simas, Portugal é agora “um local de inovação e criatividade”. Dá como exemplo a Web Summit: “Se há 20 anos me dissessem que uma das maiores feiras de tecnologia do planeta seria em Lisboa, eu diria ‘é crazy‘”, remata.

Olha para o país como estando na vanguarda da “energia limpa e renovável”, mas também do turismo, da educação, da tecnologia. Conhece pessoas que decidiram fazer de Portugal “a sua segunda casa”. Recupera a expressão do “espírito português”, que aprofunda: “É algo que os meus pais sempre me falaram acerca da mistura de: trabalhas muito e tens orgulho no trabalho que fazes; valorizas a educação; tratas as pessoas com respeito fundamental e dignidade, independentemente de quem são e de onde vêm. Estas são qualidades universais que fazem parte de ser ‘um português’.”

Desafiado a apresentar uma receita para acelerar o crescimento de Portugal, Simas fala apenas no “geral” e pede “ênfase na educação”. “Se não tens educação, nem a tua força de trabalho e a tua população, na era da informação isso é uma receita para não crescer”. Para Simas, Portugal está consciente de quais são as suas “vantagens comparativas” e tem construído estratégias à volta delas. “A linha costeira e a posição de Portugal abriram oportunidades em torno da energia limpa. O facto de poder haver uma ponte entre Europa, África e América do Norte faz com que, estrategicamente, seja um fantástico hub, especialmente em torno da tecnologia. Penso que tem sido uma característica central de onde Portugal tem crescido”, explica.

Aponta ainda para o que diz ser a grande diferença entre Washington e Silicon Valley. Enquanto, na capital dos EUA, se diz constantemente que algo “não pode ser feito” porque “nunca foi feito”, no hub tecnológico da Califórnia a pergunta mais frequente é “why not?“. É um bom exemplo de “espírito de exploração contínua” que “tem de ser central em todas as pessoas”. “Não sei quais os ingredientes pelos quais o país [Portugal] se tem saído bem. Mas há um espírito de possibilidade, de ‘why not?‘”, em detrimento do “can’t be done, atira Simas.

Para já, a Fundação Obama não tem atividade em Portugal. Não significa que não venha a ter. O CEO está convicto de que, em breve, a organização encontrará “líderes portugueses” para participar no programa. Por isso, “sim, vamos ter” presença em Portugal, assegura.

Um potencial candidato terá de exibir qualidades muito próprias de liderança, em linha com as que são defendidas pela Fundação Obama. “Por exemplo, quando começamos a ouvir alguém a dizer ‘eu fiz isto, eu fiz aquilo, eu liderei isto, eu liderei aquilo’, para mim, é quase o contrário da definição de se ser um líder. É uma ego-driven narrow self-centered view of potential“, defende — o que, na tradução livre para português, significa qualquer coisa como “uma visão estreita e egocêntrica” do potencial humano.

Um bom líder, daqueles que a Fundação procura, chega a uma comunidade e “ouve primeiro”. Percebe as necessidades. E empodera os outros, para que “canalizem o seu próprio potencial”. “Um líder está a guiar, a esculpir, a assistir”, declara. Deve ainda ser capaz de lidar bem com opiniões diferentes das suas e criar mecanismos para se autoavaliar na sua própria liderança. “Quando identificamos jovens homens e mulheres com potencial, estas são características que procuramos. E, quando as encontramos, criamos normas e um ambiente que as impõe”, diz o CEO.

Não sei quais os ingredientes pelos quais o país [Portugal] se tem saído bem. Mas há um espírito de possibilidade, de ‘why not?’

David Simas

CEO da Fundação Obama

Instituições, a base da democracia

Depois de Obama veio Donald Trump. E o mandato do 45.º presidente dos EUA suscitou em David Simas uma reflexão sobre o papel das instituições na democracia. Afinal, o controverso presidente republicano desafiou todas as normas, das escritas às implícitas, mas as instituições “aguentaram-se, para já”.

A conversa é desencadeada por uma pergunta: o que quatro anos de Trump ensinaram sobre não tomar a democracia como garantida? Responde Simas: “Tenho refletido muito na necessidade de as instituições, em qualquer sociedade, serem organizadas em torno de normas e de comportamentos e de processos que são abertos ao pluralismo, a uma diversidade de perspetivas, mas que são limitadas em torno de comportamentos e de abordagens”. Há uma espécie de “tensão”.

Assim, para o advogado e ex-vice-assistente de Obama, liderança também implica não identificar os outros apenas pelo “espetro político”. Nesse aspeto, o atual presidente dos EUA, Joe Biden, traz para a equação algo que outros presidentes também trouxeram, diz Simas: “Ele tem generosidade de espírito. Não vai questionar os motivos ou intenções das pessoas que discordam dele”, sublinha.

É por aí, segundo Simas, que se começa a sanar a democracia. “Apenas isso cria abertura para a democracia. Esse ato simples, de duas pessoas numa sala dizerem ‘eu não concordo contigo, OK, mas eu não vou julgar ou fazer nenhuma assunção sobre o que eu acredito que sejam os teus motivos ou até intenções. Vou tirar tempo para tentar compreender-te o máximo possível e dar-te o benefício da dúvida’. Assumir o melhor, até prova em contrário”, diz. Isso é “o sangue da democracia”. “Quando se deixa de fazer isso, como é que vamos negociar? Falar? Como é que evitamos tornarmo-nos inimigos ideologicamente?”, questiona. Na ótica de Simas, essa postura é essencial para que se encontrem soluções para problemas comuns.

Os 30 minutos marcados no Zoom não chegam para falar de tudo o que é relevante. E, sobre a pandemia e a partilha das vacinas (ou falta dela), Simas prefere não comentar. Mas fica a promessa de um encontro com este correspondente, cara a cara, logo que a pandemia se aligeirar, permitindo a Simas regressar ao Portugal das suas origens. O Portugal que o vê brilhar, mas lá ao longe, do outro lado do Atlântico.

O ECO o dá-lhe a conhecer portugueses que construíram carreiras de sucesso no estrangeiro e ocupam hoje lugares de destaque. Saiba como veem a evolução do seu setor, o que pensam do país onde trabalham e como olham para Portugal. Todas as semanas, à sexta-feira.

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Wall Street segue com otimismo divulgação de resultados empresariais

  • Lusa
  • 23 Julho 2021

No arranque da sessão, o Dow Jones subia 0,46%, o Nasdaq ganhava 0,33% e o S&P 500 avançava 0,45%.

A bolsa de Nova Iorque começou esta sexta-feira a sessão em alta, quando prossegue a época de apresentação de resultados trimestrais de empresas.

Às 14:50 (hora de Lisboa), o índice Dow Jones subia 0,46% para 34.980,78 pontos e o Nasdaq ganhava 0,33% para 14.731,30 pontos.

O índice alargado S&P 500 avançava 0,45% e estava em 4.387,02 pontos.

Na quinta-feira, a bolsa nova-iorquina encerrou em alta pela terceira sessão consecutiva, depois de alguma hesitação na abertura devido aos números fracos relativos aos pedidos de subsídio do desemprego semanais. O Dow Jones subiu 0,07% e o Nasdaq somou 0,36%.

Após o encerramento do mercado, o Twitter anunciou um aumento de 11% dos seus utilizadores diários para 206 milhões e um aumento do seu volume de negócios no segundo trimestre. No primeiro semestre, a empresa teve lucros de 134 milhões de dólares, quando tinha registado perdas de mais de mil milhões no mesmo período de 2020.

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PCP aponta o dedo aos governos no inquérito ao Novo Banco

Comunistas vão apresentar propostas de alteração ao relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco. Duarte Alves aponta para "fraude" na resolução do BES e "caráter ruinoso" da venda ao Lone Star.

“Não contem com o PCP para isentar as responsabilidades dos governos nas opções políticas tomadas no processo do BES e Novo Banco, afirmou o deputado Duarte Alves, que anunciou que os comunistas também vão apresentar várias propostas de alteração ao relatório da comissão de inquérito ao Novo Banco.

Desde logo, adiantou Duarte Alves, o documento deve referir-se à “fraude” que representou a resolução do BES, em 2014, decidida pelo governo PSD/CDS, “quando se disse que seria possível resolver o banco com 4,9 mil milhões de euros, criando um suposto ‘banco bom’”.

Outro ponto que o relatório deve conter: “O caráter ruinoso da privatização, decidida pelo governo PS”, que entregou o banco a um fundo privado (a Lone Star), com este a ficar “com todos os instrumentos para utilizar a totalidade da garantia pública de 3,9 mil milhões de euros, sem quaisquer mecanismos eficazes de controlo”.

O deputado comunista pretende desfazer a ideia que consta do relatório preliminar elaborado pelo socialista Fernando Anastácio: de que os governos de Passos Coelho e de António Costa “foram obrigados” a tomar decisões “menos más”.

Para o PCP, se se poderia exigir mais ao Banco de Portugal e à União Europeia, tal como diz o relatório, “é na responsabilização dos governos que está a maior fragilidade”.

Foram estes os responsáveis pela atual situação de “um banco em que já foram enterrados mais de oito mil milhões de euros de recursos públicos, e que sendo privado, serve os interesses dos seus acionistas e não o interesse público”, atiram os comunistas.

Os partidos tinham até às 15h00 desta sexta-feira para proporem alterações ao relatório preliminar que foi apresentado esta terça-feira, estando prevista a discussão e votação do documento na próxima semana.

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