Ministério Público deixa prescrever possíveis crimes de antigos governantes nas PPP de autoestradas

  • ECO
  • 14 Dezembro 2021

A acusação foi deduzida apenas contra três dos dez arguidos do caso, onze anos após o início do processo. Antigos governantes foram constituídos arguidos, mas não serão julgados.

Antigos governantes socialistas dos Governos de José Sócrates como Teixeira dos Santos, Mário Lino, António Mendonça, Carlos Costa Pina e Paulo Campos não terão de responder em tribunal por causa do processo de negociação das Parcerias Público Privadas (PPP) das autoestradas uma vez que o Ministério Público deixou prescrever vários dos crimes, como corrupção ou abuso de poder, que acredita terem sido cometidos.

A acusação foi deduzida apenas contra três dos dez arguidos do caso, de acordo com o Público (acesso condicionado), onze anos após o início do processo. Chegou a estar em cima da mesa os crimes de corrupção ativa e passiva, associação criminosa, branqueamento de capitais, tráfico de influência, fraude fiscal agravada e administração danosa, mas o processo acabou por ficar apenas com a participação económica em negócio imputada a Carlos Costa Pina, Paulo Campos (dois ex-secretários de Estado) e a um antigo administrador das Estradas de Portugal, Rui Manteigas.

Este processo incide sobre a negociação dos contratos de concessão de várias autoestradas entre o Estado português e a Ascendi, na altura do grupo Mota-Engil. Os contratos foram lesivos para o erário público na medida que previam o pagamento de rendas por disponibilidade com base em previsões de tráfego empolados, tendo em conta os dados históricos.

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Hoje nas notícias: PPP, apoios e oposição

  • ECO
  • 14 Dezembro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Apesar de novas eleições legislativas em janeiro, o Governo vai criar um novo apoio estatal que pode atingir 9.570 euros e visa a contratação permanente de desempregados e a entrada de jovens no mercado de trabalho. O Ministério Público deixou prescrever alegados crimes cometidos por ex-governantes socialistas nas parcerias público-privadas (PPP) das autoestradas. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

MP deixa prescrever possíveis crimes de antigos governantes nas PPP rodoviárias

Antigos governantes socialistas dos executivos de José Sócrates como Teixeira dos Santos, Mário Lino, António Mendonça, Carlos Costa Pina e Paulo Campos não terão de responder em tribunal por causa do processo de negociação das parcerias público-privadas (PPP) das autoestradas, uma vez que o Ministério Público deixou prescrever vários dos crimes, entre os quais corrupção ou abuso de poder, que acredita que foram cometidos. A acusação foi deduzida apenas contra três dos dez arguidos do caso, onze anos após o início do processo.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Novo apoio estatal à contratação permanente de desempregados pode atingir 9.570 euros

Em janeiro, mês de eleições legislativas, o Governo prepara-se para criar um novo apoio estatal para estimular a contratação permanente de desempregados e a entrada de jovens no mercado de trabalho. O objetivo é promover os salários mais altos e a contratação coletiva. De acordo com a portaria enviada aos parceiros sociais, segundo o Público, haverá majorações para empresas com contratos coletivos que paguem acima de 1.410 euros ou que empreguem jovens ou pessoas com deficiência. Além do subsídio que pode chegar aos 9.573 euros por trabalhador contratado, no primeiro ano do contrato haverá um apoio extra igual a metade da Taxa Social Única (11%).

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Segurança Social já pagou 4,7 mil milhões em apoios na pandemia

Desde março de 2020, altura em que a Covid-19 chegou a Portugal, a Segurança Social já desembolsou mais de 4,7 mil milhões de euros em apoios extraordinários. Este valor abrange 3,07 milhões de pessoas e 174 mil empresas, segundo o que o gabinete da ministra do Trabalho avançou ao Jornal de Notícias. Só a medida do lay-off simplificado deu um quarto dos 4.732 milhões de euros a 943 mil beneficiários de 121 mil empresas.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível)

PAN e PSD foram os partidos da oposição que mais votaram diplomas do Governo

Entre os partidos da oposição, o PAN foi aquele que mais vezes votou ao lado dos socialistas para aprovar os diplomas do Governo que foram a votação na Assembleia da República na última legislatura, num total de 63 vezes. A seguir, surge o PSD, que disse “sim” a 57 das 91 resoluções aprovadas do Executivo de António Costa. A Iniciativa Liberal, pelo contrário, foi o partido que se opôs mais vezes, com 21 votos contra.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Comércio a retalho vai ter regras mais apertadas para promoções

Os saldos e as promoções no comércio a retalho vão ter de obedecer a novas regras a partir de 28 de maio de 2022. Para maior proteção dos consumidores, as lojas terão de afixar o preço mais baixo praticado nos 30 dias anteriores, deixando de se limitar à divulgação da percentagem do desconto. O preço de um produto em saldos terá de ser inferior ao praticado nos últimos 30 dias.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

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Novo apoio estatal à contratação permanente de desempregados pode atingir 9.570 euros

  • ECO
  • 14 Dezembro 2021

A medida de estímulo ao emprego de desempregados e jovens será financiada com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e poderá custar até 230 milhões de euros.

Em janeiro, mês de eleições legislativas, o Governo prepara-se para criar um novo apoio estatal para estimular a contratação permanente de desempregados e a entrada de jovens no mercado de trabalho. A medida será financiada através de verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com o objetivo de promover salários mais altos e a contratação coletiva.

De acordo com a portaria enviada aos parceiros sociais, segundo o Público (acesso condicionado) desta terça-feira, haverá majorações para empresas com contratos coletivos que paguem acima de 1.410 euros ou que empreguem jovens ou pessoas com deficiência. Além do subsídio que pode chegar aos 9.573 euros por trabalhador contratado, no primeiro ano do contrato haverá um apoio extra igual a metade da Taxa Social Única (11%).

O apoio vai chamar-se Compromisso Emprego Sustentável, será operacionalizado pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a portaria será publicada nas próximas semanas para que tudo esteja pronto para o arranque do ano. Com a expectativa de que chegue a apoiar a criar de 30 mil contratos de trabalho permanentes durante o próximo ano, a medida terá uma dotação de 230 milhões de euros.

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Dívida per capita dos municípios vai dos 61 aos 6.258 euros

O passivo dos municípios por habitante era, em média, de 624 euros em 2020. Mas há casos extremos, tanto para baixo como para cima.

O passivo por habitante, ou seja, as dívidas a pagar a dividir pelo número de habitantes (Censos 2021), dos municípios portugueses era, em média, de 624 euros em 2020, de acordo com os dados do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2020 divulgado esta segunda-feira.

Este indicador permite determinar o valor do passivo exigível (dívida global) por habitante, indexando o total do passivo à dimensão social do município relacionada com a população residente“, explica o Anuário.

A média situa-se nos 624 euros, mas há grandes divergências entre os municípios portugueses. O município com uma dívida per capita mais baixo foi o da Marinha Grande (distrito de Leiria) com 61 euros de passivo por habitante. Entre os municípios grandes, o destaque vai para Sintra com apenas 72,5 euros, Barcelos com 122,6 euros e a Amadora com 126 euros.

Do lado oposto deste ranking está Fornos de Algodres (distrito da Guarda) onde cada habitante teria de pagar 6.258 euros para abater o passivo do município. O Anuário não revela a lista dos 20 municípios com maior passivo por habitante.

O relatório revela que em 2020 o passivo exigível baixou para os 4.314,5 milhões de euros, menos 3,1% (-138 milhões de euros) face a 2019. “Contribuiu para esta descida a redução dos financiamentos obtidos de médio e longo prazo em 8,4% (-221 milhões de euros) e a redução de fornecedores e credores de curto prazo em 7,2% (-95 milhões de euros), já que a dívida a pagar a fornecedores e credores de médio e longo prazo, aumentou 25,2% (+68 milhões de euros)”, detalha o Anuário. Dos 308 municípios, 218 reduziram o passivo.

Os passivos financeiros dos municípios, com recurso a empréstimos financeiros, atingiram os 225,1 milhões de euros no ano passado, baixando 157,4 milhões de euros (-41,1%) relativamente a 2019. “Conclui-se assim que o setor autárquico, contribuiu de forma positiva, para a diminuição líquida do passivo financeiro do Estado“, assinala-se no relatório.

“Em 2020, a maior amortização líquida de capital financeiro foi realizada pelos municípios de Lisboa (19,7 milhões de euros), Vila Nova de Gaia (13,4 milhões de euros) e Aveiro (11,9 milhões de euros), todos de grande dimensão, a contribuírem significativamente para a redução da dívida autárquica no seu todo”, revela ainda.

É de notar, porém, que em 2020, se verificou uma descida de 2,7 pontos percentuais do nível global de independência financeira — considera-se que existe independência financeira nos casos em que as receitas próprias representam, pelo menos, 50% das receitas totais –, atingindo um peso médio de 36,4% para o universo dos municípios, “o que pode ser considerado bastante baixo”, notam os autores do Anuário.

No total, por causa da dívida que contraíram, os municípios tiveram de pagar 47,9 milhões de euros em juros e outros encargos, menos 8,8 milhões de euros (-15,6%) face a 2019, “considerando-se positiva esta descida de encargos financeiros” num contexto de diminuição dos juros da dívida portuguesa. “Mais se anota que 229 municípios, em 2020, apresentaram diminuição nesta rubrica de despesa paga”, acrescentam os autores.

O estudo foi elaborado pelo Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPOCA) e pelo Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, contando com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e do Tribunal de Contas. Os autores são os professores Maria José Fernandes, que coordena a investigação, Susana Jorge e Pedro Camões.

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Noesis segue aposta na descentralização. Abre escritórios na Covilhã e Guarda e está a contratar

Durante o próximo ano serão contratadas 40 pessoas no âmbito das novas aberturas de escritórios, que deverão começar a funcionar a partir de 3 de janeiro.

Depois dos escritórios em Lisboa, Porto, Coimbra e Proença-a-Nova, a Noesis está a ultimar os preparativos para a abertura de outros dois novos escritórios no interior do país. Desta vez na Covilhã e na Guarda, avança a consultora tecnológica à Pessoas. Para o funcionamento destes centros serão contratadas cerca de 40 pessoas em 2022. Ano em que, globalmente, a companhia estima contratar, à semelhança de anos anteriores, cerca de 100 pessoas.

“Esta política de descentralização e de prestação de serviços de forma remota surgiu muito antes da pandemia e foi resultado da visão estratégia da empresa que sempre procurou criar estes polos de desenvolvimento intimamente ligados à academia e às universidades. Operamos num setor altamente competitivo, onde a escassez de recursos é uma realidade, para além de ser um setor de inovação constante, onde a aposta na formação assume particular importância”, começa por dizer Nelson Pereira, CTO da Noesis.

“Desta forma, procuramos estar próximos de instituições Académicas que sejam relevantes nas áreas de formação das engenharias, como é o caso da Universidade da Beira Interior e do Instituto Politécnico da Guarda. Por outro lado, pretendemos constituir-nos como um empregador de referência na região, possibilitando a integração profissional de jovens talentos oriundos destas instituições, sem que estes tenham de se deslocalizar para os grandes centros urbanos”, continua, salientando que a companhia está também a contribuir para o desenvolvimento económico destas regiões, oferecendo a possibilidade de retenção destes talentos nestas cidades.

Nelson Pereira, CTO da Noesis.

No que toca a valor de investimento destes novos centros, o CTO da tecnológica diz que em matéria de infraestruturas “não se trata de um investimento muito significativo”. O grande investimento está, por outro lado, nas pessoas que a empresa vai contratar e também no envolvimento com os diferentes stakeholders da região.

“Estabelecermos parcerias próximas e profícuas com a Universidade da Beira Interior e com o Instituto Politécnico da Guarda, que irão muito além do mero recrutamento de finalistas e recém-licenciados. Estas parcerias passarão também por apoiarmos estas instituições no seu processo formativo. Queremos contribuir com o nosso conhecimento e know-how em diferentes tecnologias, para apoiar as instituições, procurando transmitir conhecimento aos estudantes e contribuir para o enriquecimento curricular da sua formação”, explica.

Queremos recrutar talentos locais e dar-lhes a possibilidade de exercerem a sua profissão na região, investindo continuamente na sua formação e especialização.

Está no horizonte da empresa — e já está até “em conversações bastante avançadas” com a Universidade e com o Instituto Politécnico — participar em workshops e open days, providenciar formações específicas sobre determinadas tecnologias aos alunos, organizar fóruns, palestras, entre outras formas de envolver-se ativamente com as comunidades académicas da região.

Ao nível das pessoas, “queremos recrutar talentos locais e dar-lhes a possibilidade de exercerem a sua profissão na região, investindo continuamente na sua formação e especialização”.

40 vagas para estas regiões

As equipas alocadas a estes novos escritórios vão reforçar as unidades de low-code solutions (desenvolvimento aplicacional na tecnologia OutSystems), quality management (serviços de quality assurance e testing) e DevOps & automation. Estas serão as áreas de foco, no entanto poderão ser recrutados outros perfis que integrem qualquer outra das áreas de negócio da Noesis, como profissionais com competências nas áreas de data, analytics, inteligência artificial ou developers noutras linguagens de programação.

Estes escritórios serão integralmente ocupados por novas contratações. Recursos que vamos recrutar e integrar na região. Atualmente já estamos a recrutar ativamente nestas cidades e já temos os nossos primeiros talentos selecionados, que irão ocupar estes escritórios. Este crescimento espera-se gradual, ao longo dos próximos anos, mas temos a ambição de recrutar cerca de 40 pessoas ao longo deste primeiro ano de operação”, avança o CTO da companhia.

A abertura oficial destes escritórios será logo no começo de 2022, a 3 de janeiro, o que Nelson Pereira acredita ser “uma excelente forma de arrancar para um novo ano”. “Temos o objetivo e a perspetiva de continuar a crescer, nacional e internacionalmente, com mais projetos e clientes, nas diferentes geografias onde operamos”, diz o líder a respeito do próximo ano.

Atualmente, a Noesis conta com 1.000 colaboradores e, embora ainda esteja a terminar o exercício de orientação para o próximo ano, sem adiantar um número fechado sobre novas contratações em 2022, a tecnológica prevê crescer na linha do que tem sido feito nos últimos anos, ou seja, recrutar quase uma centena de novos colaboradores por ano.

Todas as oportunidades atualmente em aberto na Noesis podem ser consultadas aqui.

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Engenheiros do Porto vendem patente de tecnologia a gigante americana

Vendida a uma associação que representa Google, Meta, Microsoft, Spotify ou Sony, a tecnologia criada no INESC TEC promete “revolucionar” os smartwatches e mexer com a indústria eletrónica.

Chama-se C4MiR – Módulo de Controlo para Adaptação de Barramento de Comunicação ao Teste e Diagnóstico de Redes de Sensores, promete tornar os relógios e as pulseiras inteligentes (smartwatches e smartbands) mais rápidos e fiáveis, e é a primeira tecnologia desenvolvida pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) a ter a patente comercializada a nível internacional.

Segundo adiantou ao ECO o responsável pelo serviço de apoio ao licenciamento deste instituto de investigação ligado à Universidade do Porto, a compradora foi a Allied Security Trust (AST), sediada nos EUA, que deve agora ceder os direitos de utilização às suas associadas, entre as quais estão algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como a Google, Meta, Microsoft, Spotify, Phillips ou Sony.

A venda em si demorou meses e foi relativamente simples. A grande dificuldade é encontrar e convencer o possível comprador de que o investimento na tecnologia é um bom negócio.

Daniel Marques Vasconcelos

Responsável pelo serviço de apoio ao licenciamento do INESC TEC

Sem confirmar os valores envolvidos nesta operação, alegando ser uma informação confidencial, Daniel Marques Vasconcelos detalhou que o “processo de valorização económica” foi iniciado a par daquele relativo à proteção, isto é, o depósito de pedido de patente inicial. “A venda em si demorou meses e foi relativamente simples. A grande dificuldade é encontrar e convencer o possível comprador de que o investimento na tecnologia é um bom negócio”, acrescentou.

Daniel Marques Vasconcelos, responsável pelo Serviço de Apoio ao Licenciamento do INESC TEC.

A família de patentes vendida era propriedade exclusiva do INESC TEC e da Universidade do Porto. Quem foram os coinventores desta família de patentes? António José Salazar, estudante de doutoramento à data do início do desenvolvimento, em 2014; e dois investigadores do INESC TEC e professores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP): José Machado da Silva e Miguel Velhote Correia.

“Revolucionar” o mercado dos weareables

Sejam relógios, pulseiras ou óculos de realidade virtual, os wearables dispõem de um grande número de sensores que medem com precisão dados como a velocidade e a distância de uma corrida, a frequência cardíaca, as calorias gastas ou as horas de sono. Porém, estes componentes eletrónicos tendem a sofrer desgaste associado à utilização e aos esforços a que são sujeitos durante o uso, o que leva a desvios de calibração e danos que comprometem a fiabilidade e funcionalidade.

Ora, antecipando um “forte impacto na indústria eletrónica”, os criadores argumentam que esta tecnologia portuguesa vem permitir o autodiagnóstico de falhas nos vários sensores que integram estes dispositivos, como o mau contacto dos elétrodos com a pele ou a degradação dos circuitos, aumentando a fiabilidade e a facilidade de calibração e manutenção deste tipo de produtos em ambientes diversos e onde não existem profissionais para verificar e reparar eventuais anomalias.

Miguel Velhote Correia, investigador do INESC TEC e docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP)

O cocriador Miguel Velhote Correia assegura que “o C4MiR está pronto para ser incorporado no desenvolvimento de novos produtos e serviços, promovendo a mudança no mercado de tecnologia, com impacto direto na vida das pessoas, que terão acesso a dispositivos mais confiáveis, inteligentes e acessíveis”. Além disso, esta tecnologia pode também ser usada durante as fases finais do fabrico dos circuitos eletrónicos, reduzindo o tempo e o custo das operações de teste.

O C4MiR está pronto para ser incorporado no desenvolvimento de novos produtos e serviços, promovendo a mudança no mercado de tecnologia.

Miguel Velhote Correia

Investigador do INESC TEC e docente da FEUP

Neste tipo de processos é raro haver uma venda de patentes, acontecendo normalmente a transferência de tecnologia por via de spin-offs, licenciamento do uso ou por investigação sob contrato com empresas. O relatório mais recente publicado pela Associação Europeia de Profissionais de Transferência de Tecnologia (ASTP) mostra que a maioria dos gabinetes de transferência de tecnologia europeus (64%) reportou não ter realizado qualquer venda de patentes no ano passado.

Para o INESC TEC, esta é mesmo a primeira venda de uma patente, o que “vem mostrar que este também é um caminho possível, embora raro”. “A transferência de tecnologia não é um processo chave-na-mão. Por muito boa que seja a tecnologia que um instituto de investigação e desenvolvimento (I&D) ou Universidade desenvolvam, a empresa que a decida comprar dificilmente terá toda a informação que necessita para desenvolver produtos e serviços que tenham a tecnologia como base”, sustentou Daniel Marques Vasconcelos.

O responsável pelo serviço de apoio ao licenciamento do instituto de investigação portuense, que esteve envolvido no desenvolvimento da app StayAway Covid, sublinhou que “há sempre conhecimento associado que é crítico e de difícil transmissão”, o que, sentenciou, aponta para a “importância das relações de confiança e de médio e longo prazo para a transferência de tecnologia de forma sistemática entre academia e indústria”.

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5 coisas que vão marcar o dia

João Rendeiro vai ser presente esta terça-feira a um juiz na África do Sul. Serão conhecidos dados sobre a inflação. Lá fora, a Fed inicia a última reunião de política monetária deste ano.

Esta terça-feira, João Rendeiro vai ser ouvido pela primeira vez desde que foi detido no sábado, num tribunal na África do Sul. O Instituto Nacional de Estatística passa a “pente fino” os dados relativos ao Índice de Preços no Consumidor. A marcar o dia está ainda a conferência anual do ECO, onde empresários e decisores políticos irão debater a recuperação económica do país. Lá, fora os dirigentes da Fed iniciam a última reunião de política monetária deste ano.

João Rendeiro vai ser ouvido em tribunal

Depois de a defesa de João Rendeiro ter pedido um adiamento da audiência, o ex-banqueiro vai ser ouvido esta terça-feira por um juiz pela primeira vez desde que foi detido no sábado. O ex-líder do BPP foi detido este sábado na África do Sul, depois de ter revelado a 28 de setembro que estava fora de Portugal e que não regressaria para cumprir pena de prisão. Nesta audiência, serão conhecidas as medidas de coação, sendo que para já a defesa pediu a atribuição de uma fiança, para que Rendeiro possa sair em liberdade.

Como evolui a inflação?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta terça-feira os dados relativos ao Índice de Preços no Consumidor (IPC) referentes a novembro, que permitem medir o pulso à inflação. Em outubro, a variação homóloga do índice de preços no consumidor em Portugal subiu para 1,8%, de acordo com o último balanço do gabinete de estatísticas. Trata-se de um aumento de 0,3 pontos percentuais face a setembro de 2021.

Conferência Anual do ECO. Fábrica 2030: Como é que vamos pôr o país a crescer?

Esta terça-feira, o ECO junta empresários, gestores, economistas e decisores políticos numa conferência conjunta para discutirem de que forma é que os novos instrumentos financeiros à disposição das empresas, bem como as decisões dos políticos ou empresários vão determinar o nível de bem-estar dos portugueses no final da década e quais serão as oportunidades das próximas gerações. Sob o mote “Fábrica 2030: Como é que vamos pôr o país a crescer?”, o evento terá lugar no Porto e decorrerá entre as 9h e as 13h, sendo que o encerramento ficará a cargo do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos. Entre o vasto leque de convidados está ainda o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, o CEO do Santander Portugal, Pedro Castro e Almeida, e o CEO da Altice Portugal, Alexandre Fonseca.

CP lança concurso para aquisição de 117 automotoras

A CP – Comboios de Portugal vai apresentar os termos do concurso para a aquisição de 117 automotoras elétricas, numa cerimónia em Matosinhos e que contará com a presença do ministro das Infraestruturas. Esta aquisição foi aprovada em Conselho de Ministros em julho e tem uma verba de 819 milhões de euros. Em novembro, Pedro Nuno Santos tinha referido que se trata do “maior concurso de sempre da história da CP”.

Fed inicia reunião de dois dias

A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) vai iniciar esta terça-feira a última reunião deste ano do Comité Federal de Mercado Aberto, onde serão debatidas eventuais alterações à política monetária norte-americana e apresentadas novas previsões macroeconómicas. Na última reunião, que decorreu entre 2 e 3 de novembro, os dirigentes sustentaram que o aumento dos preços que se tem verificado durante este ano é transitório, apesar de reconhecerem que o aumento dos preços estava a ser superior às expectativas. Além disso, foram aprovadas reduções no montante das aquisições de Obrigações do Tesouro e títulos garantidos com hipotecas,

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Acordo entre PS e PSD pós-eleições seria positivo “se levar a reformas”, diz Poul Thomsen

O ex-chefe da missão do FMI em Portugal considera que um acordo entre os dois maiores partidos pode ser positivo se levar às reformas estruturais que a economia portuguesa precisa.

É um “sim” condicional. Questionado pelo ECO sobre se uma coligação entre o PS e o PSD seria positivo para a economia portuguesa, o ex-chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, Poul Thomsen, afirma que sim, mas só “se levar a reformas” estruturais que o país precisa. O economista dinamarquês aproveita para elogiar a noção de interesse nacional dos partidos portugueses.

Em entrevista ao ECO publicada esta terça-feira, Poul Thomsen, que esteve recentemente em Portugal a apresentar um paper sobre os desafios da economia europeia, reconhece que há méritos num acordo entre os dois maiores partidos na medida em que é a forma de se fazer mudanças estruturais que não revertidas pouco depois.

Espero que essa grande coligação que referiu possa levar a reformas, mas não sei se levará“, acrescenta Thomsen com ceticismo. Em causa está a hipótese de o PS e o PSD se unirem num acordo após as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, caso não haja maioria absoluta. O PSD já mostrou abertura para que tal aconteça, mas do lado do PS há apenas alguns sinais discretos, preferindo pedir aos portugueses uma “maioria estável”. Ambos rejeitam a ideia de um bloco central, ou seja, de um Governo com ministros de ambos os partidos.

E que reformas devia Portugal fazer? O ex-quadro do FMI e atual professor da London School of Economics começa por dizer que “não há uma solução que encaixe em todos os países“. Ressalvando que não segue o debate económico em Portugal “em detalhe”, Poul Thomsen dá dois exemplos: aumentar a concorrência de setores como a energia onde os custos ainda são elevados e melhorar a educação vocacional para reduzir a lacuna de conhecimento na força de trabalho.

O economista dinamarquês aproveitou esta questão para deixar um elogio aos políticos portugueses. “A razão mais importante pela qual o programa em Portugal foi bem-sucedido passou pela elite política unir-se à volta do programade ajustamento, garante o ex-chefe da missão do FMI em Portugal, comparando o caso português com o da Grécia.

"Os políticos portugueses do mainstream perceberam que Portugal estava perto do abismo e que era a altura de deixarem de lutar entre si e unirem-se.”

Poul Thomsen

Ex-chefe da missão do FMI em Portugal

“Um ano antes, tinha estado a negociar na Grécia e vi como o programa grego colapsou porque os dois partidos principais estavam a lutar entre si, de forma populista, mesmo com o país perto do abismo”, recorda, lembrando que quando chegou a Portugal “a primeira coisa que dissemos ao Governo socialista é que queríamos também o acordo dos social-democratas”. Na altura, foi Eduardo Catroga quem negociou o resgate da parte do PSD já liderado pelo que viria a ser o primeiro-ministro que executou o programa, Pedro Passos Coelho.

Poul Thomsen relembra que “tinha reuniões paralelas com os dois partidos e na última noite antes do acordo fizemos questão de ter a certeza de que havia consenso amplo”, o que “significou que quando houve mudanças no Governo meses depois a implementação do programa continuou”.

Os políticos portugueses do mainstream perceberam que Portugal estava perto do abismo e que era a altura de deixarem de lutar entre si e unirem-se”, conclui, rematando que “isso diz bastante da noção de interesse nacional” que existe no país e nos partidos políticos.

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Alexandre Fonseca: “A Altice Portugal não está à venda”

CEO da Altice Portugal garantiu que o grupo não está a tentar vender o negócio no país. Acionistas "estão satisfeitos com a operação" da dona da Meo.

“A Altice Portugal não está à venda.” É a garantia dada pelo CEO da empresa, Alexandre Fonseca, numa entrevista à CNN Portugal esta segunda-feira à noite.

Confrontado com as notícias de uma suposta venda da dona da Meo, Alexandre Fonseca garantiu que não há venda: “O nosso acionista já o disse publicamente: a Altice Portugal não está à venda. O ativo em Portugal não está à venda”, reiterou o CEO da Altice Portugal.

“É um tema que já foi desmistificado e clarificado pelos nossos próprios acionistas, que estão satisfeitos com a operação em Portugal”, concluiu o gestor.

Em maio, o Expresso e o ECO avançaram que a Altice iniciou diligências para a venda do negócio em Portugal, onde se insere a operadora Meo. O grupo fundado por Patrick Drahi mandatou o banco de investimento Lazard para encontrar potenciais compradores. Na altura, a empresa reagiu, afirmando tratarem-se de rumores.

Entretanto, em outubro, a Bloomberg avançou que o processo de venda da Altice Portugal estava mesmo em curso e apontou para cinco interessados no negócio: Blackstone, CVC Capital Partners, Apollo Global Management, EQT e Másmóvil.

No final desse mês, o Expresso noticiou que o processo estaria em suspenso, enquanto o mercado digeria os resultados do leilão do 5G. A Meo aplicou 125,23 milhões de euros na aquisição de licenças para explorar a quinta geração móvel.

(Notícia atualizada a 14 de dezembro, às 10h32, com mais informação)

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Presidente do CDS diz que PSD fez “pirueta” ao rejeitar coligação pré-eleitoral

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2021

O PSD escolheu “estar mais próximo de António Costa, recusando uma solução de Aliança Democrática” que estava a ser “discutida entre os dois partidos”, disse Francisco Rodrigues dos Santos.

O presidente do CDS-PP considerou esta segunda-feiraque o PSD fez “uma pirueta” à estratégia delineada entre os dois partidos quando rejeitou uma coligação pré-eleitoral, sustentando que é uma oportunidade para se constituir como “única alternativa de direita”.

Questionado em entrevista à RTP sobre a decisão dos sociais-democratas de concorrerem a eleições sozinhos, Francisco Rodrigues dos Santos disse que o PSD escolheu “estar mais próximo de António Costa, recusando uma solução de Aliança Democrática” que estava a ser “discutida entre os dois partidos”.

“Senti que foi uma pirueta à estratégia que os nossos dois partidos iniciaram há dois anos. Soubemos convergir nos Açores para derrubar o PS. Nas eleições presidenciais apoiámos juntos o candidato da nossa família política que ganhou à esquerda na primeira volta”, acrescentou o presidente dos CDS, sustentando que os portugueses têm de saber interpretar no dia das eleições o “sinal político” dado pelo PSD.

No entanto, Rodrigues dos Santos considerou que a decisão do partido liderado por Rui Rio é uma “oportunidade para o CDS se diferenciar” e “constituir a única alternativa de direita responsável”, garantindo que o partido não vai entrar nas contas para o bloco central “ou arranjinhos com a esquerda”.

Considerando que a “lógica da coerência” recomendaria que os dois partidos concorressem em coligação, o líder do CDS acusou o PSD de escolher “o caminho mais difícil” para criar uma alternativa política ao PS.

“O sinal que Rui Rio deu ao país é de que quer ganhar com os votos do PS descontentes com António Costa. O CDS vai ser a reserva moral da direita”, completou.

O presidente do CDS-PP foi também interpelado sobre a possibilidade de o antigo presidente do partido Manuel Monteiro integrar as listas de deputados do partido como número um pelo círculo eleitoral do Porto.

Francisco Rodrigues dos Santos respondeu que Manuel Monteiro é “um expoente máximo da representação” do partido e “é natural que haja vontade da direção do partido em contar com Manuel Monteira, que seria um ás, um trunfo, para o CDS ter um bom resultado”. No entanto, não concretizou se o partido vai incluir o antigo dirigente nas listas.

Sobre as escolhas para deputados, o presidente democrata-cristão sustentou que “o CDS não está capturado” pelo “friso de protagonistas que os portugueses conheceram nos últimos anos” e advogou que a “marca estava um bocadinho delapidada e gasta face aos resultados” eleitorais de anos anteriores.

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Wall Street cai com investidores de olho na Fed e na Ómicron

Wall Street terminou a sessão abaixo da linha de água, com os investidores à espera da reunião da Fed e preocupados com a Ómicron.

Os mercados norte-americanos terminaram a primeira sessão da semana em “terreno negativo“, uma vez que os investidores estiveram preocupados quanto à nova variante do coronavírus, a Ómicron, e expectantes quanto à reunião da Reserva Federal dos Estados Unidos marcada para esta semana.

O índice de referência em Wall Street, o S&P 500, desvalorizou 0,92% para 4.668,46 pontos. Também no “vermelho”, o industrial Dow Jones caiu 0,87% para 35.657,01 pontos e o tecnológico Nasdaq perdeu 1,41% para 15.409,72 pontos.

Os investidores estão de olho na Reserva Federal dos Estados Unidos, que tem reunião marcada para esta quarta-feira. Face à trajetória da inflação (que se tem mantido persistentemente alta) e aos números do desemprego (abaixo do esperado), a Fed deverá comentar a evolução das taxas de juro para o próximo ano e o ritmo da redução da compra de títulos, estando os mercados à espera, portanto, desses sinais.

A castigar as negociações esteve também o receio em torno da nova variante do coronavírus, a Ómicron, e do seu potencial impacto na recuperação da economia. Por isso, as cotadas ligadas ao turismo desvalorizaram esta segunda-feira: os títulos da Norwegian Cruise Line Holdings caíram 4,41% para 20,59 dólares e os da Royal Caribbean Cruises recuaram 4,44% para 72,15 dólares. “São os transportes, os restaurantes, tudo o que seria afetado se se impusessem novas restrições”, apontou Tom Martin, da Globalt Investments, em declarações à Reuters.

Também no “vermelho”, as ações da Apple recuaram 2,07% para 175,74 dólares, mesmo depois de a JP Morgan ter revisto em alta o preço-alvo dos títulos da gigante da maçã. De notar que esta cotada está perto de atingir uma capitalização bolsista de três biliões de dólares, uma marca inédita.

Do outro lado da linha de água, destaque para os títulos da Pfizer, que subiram 4,59% para 55,20 dólares, depois de ter chegado a acordo para adquirir a Arena Pharmaceuticals. Em causa está um negócio avaliado em 6,7 mil milhões de dólares.

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Mais de 30 casos confirmados na fábrica de Conservas Ramirez

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2021

A fábrica da Ramirez, em Matosinhos, emprega cerca de 200 pessoas. Sindicato aponta o dedo à "falta de medidas extraordinárias, e um novo jantar de Natal".

O SINTAB, sindicato que representa trabalhadores da indústria da alimentação, denunciou esta segunda-feira um surto com mais de 30 casos de covid-19 na fábrica da Ramirez, em Matosinhos, sem que tenham sido “promovidas medidas de contenção”.

De acordo com a nota enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores da agricultura e das indústrias da alimentação, bebidas e tabacos de Portugal (SINTAB), a denúncia feita pelos trabalhadores da conserveira aponta que “o número de casos confirmados é já superior a 30, numa fábrica que emprega cerca de 200 pessoas, sobretudo mulheres”.

Os funcionários garantem que “o início deste surto se verificou há cerca de duas semanas e que, ao invés de terem sido promovidas medidas de contenção, alguns quadros dirigentes optaram ainda por participar nos habituais jantares de confraternização da quadra natalícia, de onde se desconfia ter resultado uma ainda maior potenciação do contágio generalizado”.

“Se, na passada terça-feira, estavam identificados 12 casos positivos de contágio, a falta de medidas extraordinárias, e um novo jantar de Natal (já depois de se ter sinalizado o da semana anterior) rapidamente elevaram os números para mais de 30, ao dia de hoje”, detalha o comunicado do SINTAB.

A estrutura regional deste sindicato refere ainda que “só hoje, com a anulação dos testes rápidos que a empresa ia fazer, e com o agendamento para amanhã de uma iniciativa de testagem universal com testes PCR, é que se identifica uma intervenção coordenada das autoridades de saúde”.

“Esta é a evidência da gestão economicista que o SINTAB tem vindo a denunciar desde o início da crise pandémica, em que a segurança e a saúde dos trabalhadores tem sido sempre colocada em segundo plano, em todo o setor da alimentação que, fruto dos confinamentos, tem assistido a um aumento considerável das encomendas, maioritariamente nas massas alimentícias e conservas, inerente ao grande crescimento do consumo doméstico”, remata o sindicato.

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